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segundo FREIRE não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino.
Quando se ensina, precisa-se pesquisar, buscar o conhecimento e nessa busca
também aprende-se algo que é relevante.
Para haver a pesquisa é necessário a curiosidade. Essa curiosidade deve passar
por estágios, como denota FREIRE. O primeiro seria a curiosidade ingênua que é a
natural da pessoa, ela é de importância, porém,deve evoluir para a curiosidade
espistemológica que utiliza a rigorosidade metódica.
A escola de modo geral deve respeitar o contexto em que seus alunos estão
inseridos. Os seus conhecimentos,mesmo que empíricos,devem ser levados em
consideração para a discussão sobre os conteúdos escolares. Deve-se aproveitar a
experiência dos educandos na sociedade, para discutir toda essa situação do contexto
onde vivem como: a qalidade de vida, o saneamento, a preservação do meio ambiente.
Portanto, não só lhes oferecer o conhecimento técnico descrito nos livros, mas sim, fazer
que tenham uma consciência maior do meio em que vivem.
A passagem da ingenuidade para a criticidade, não pode ser feita sem uma
formação ética ao lado da estética. Nós como seres histórico-sociais somos capazes
de comparar, valorar,intervir, escolher decidir, romper, e por isso, somos seres éticos.
O ser humano é impensável sem a ética, que estiver fora ou longe dela é um
transgressor. Por isso que é incorreto transformar a experiência em treinamento
técnico, pois o edcando poderá não ser uma pessoa ética,capaz de discernir, de
escolher por si próprio.
O educador que pensa certo,faz certo. Ele deve corporeificar suas palavras com
suas ações, ou seja, não é digno de um professor qe em uma ocasião se diz
progressista e faz apologia inflamada sobre a formação da classe trabalhadora, mas
em outro momento -na hora da prática, de mudar a realidade- se curva diante da
realidade e ao fatalismo. O que seu aluno pensaria diante desta situação?
“Não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de
dêsdizê-lo.” ( FREIRE,pg.16). esta frase explica sozinha o conteúdo deste item.
A aceitação do novo, que não pode ser negado e nem aceito só pelo fato de ser
novo, é próprio do pensar certo assim como a recusa do velho não só por ser antigo.
Pensar certo também significa rejeitar qualquer tipo de discriminação, seja racial, de
classe , de gênero.
O tanto falado “pensar certo” não pode ser repassado aos educandos como um
conteúdo. Para se ensinar a pensar certo deve-se pensar e mostrar que está pensando
certo, com a força de seu testemunho, esta é a tarefa do educador, desafiar o educando
a compreender o que ele expressa, comunica.
As experiências vividas nas escolas também fazem parte dessa assunção. Gestos
cotidianos feitos em salas de aula, em intervalos, onde quer que seja no âmbito
escolar, são de grande relevância para o aluno assumir-se um ser que pode mudar o
seu rumo. Talvez muitos desses gestos não sejam percebidos pelos educadores, mas
são de grande importância ao educando.
CAPITULO 2
ENSINAR NÃO É TRANFERIR CONHECIMENTO
Novamente, ensinar não é transferir conhecimento, mas sim criar possibilidades para
sua produção ou construção. O educador ao entrar na sala de aula deve estar aberto a
perguntas, as curiosidades dos alunos mesmo que a pergunta seja uma crítica ao seu
trabalho (um educador deve ser capaz explicar a relevância do seu trabalho).
O conhecimento deve ser vivido, e não transferido, tanto pelo professor quanto pelo
aluno. O educador tem de engajar-se no descobrimento do conhecimento e na prática de
suas teorias. Se o professor expõe uma teoria como seu ponto de vista, mas em sua
prática não a contempla, ele perde sua credibilidade e entra em contradição. È o mesmo
caso do professor fatalista que faz discursos inflamados sobre a desigualdade social e,
ao ser questionado sobre o que ele está fazendo para melhorar a situação, ele curva-se
ao fatalismo dizendo que a desigualdade é própria do ser humano e não há o que fazer.
Todo ser que pensa certo deve ter consciência do seu inacabamento
o, ou seja, de que nunca será um ser completo, acima dos outros. Isto é próprio da vida,
onde há vida há inacabamento. Isto implica em saber que por mais que sejamos
graduados, que sejamos doutores, pós doutores; ainda seremos inconclusos, pois não
saberemos de tudo. Sempre estaremos sujeitos a novos conhecimentos e sempre
seremos iguais a qualquer um independente de sua instrução.
Somente entre homens e mulheres o inacabamento tornou-se consciente. Isso
porque somente o homem teve a capacidade da invenção da escrita,da
comunicabilidade, da inteligibilidade, da cultura tornando-o livre mas também obrigado a
decidir, optar, lutar, fazer política. É essa liberdade e obrigatoriedade que lhe torna ético,
portanto só seres que conhecem a ética podem romper com ela, exime-se então os
animais de não serem éticos por atacarem seus semelhantes, de matar para comer etc.
Este é outro saber necessário a pratica educativa. O respeito a autonomia do outro é uma
coisa ética e não um favor que podemos ou não conceder ao outro. O professor
autoritário que tira a liberdade do educando, que desrespeita sua autonomia, curiosidade,
seu gosto,sua linguagem rompe com essa ética, ele passa a ser um transgressor indigno
de ser um educador. Deve, como educador, dialogar e respeitar a duvida do educando
para que tanto um como o outro cresçam com o diálogo e se tornem cada vez mais seres
éticos.
O nosso bom senso deve ser vigiado constantemente antes de qualquer reflexão
mais rigorosa. É o bom senso que adverte que a autoridade do educador em sala de aula
não significa autoritarismo. O bom senso não adquire-se em aulas de ética, ele já tem de
ser próprio do ser que pensa certo.
É o nosso bom senso que nos adverte sobre a inquietude ou quietude de alguns
alunos, para não agirmos com eles autoritariamente, mas sim refletindo e inquirindo-os
sobre os motivos de seu comportamento. É ele que nos diz que algo está errado. É
usado até mesmo na ciência, quando o cientista que pensa certo, não aceita as teorias
que se dizem inquestionáveis.
2.5 ensinar exige humildade, tolerância, e luta em defesa dos direitos dos educadores
A luta por salários menos imorais é um dever e não só um direito dos educadores.
Esta luta em defesa de seus direitos deve ser entendida como um momento importante
da pratica docente. E, este momento é que sofre maior descaso na educação pública,
pois descaso com os educados já vem de longa data no Brasil. Isso afeta diretamente a
qualidade do ensino, pois educadores cansados de tanto descaso cruzam os braços em
protesto e acabam caindo no fatalismo de que nada pode ser feito, prejudicando não
somente os educandos com a sua falta de interesse, mas também a si próprio que
deixara de se aperfeiçoar enquanto ser inacabado.
A humildade se caracteriza pelo respeito do educador quanto ao conhecimento,
mesmo que empírico, do aluno. Respeito a sua curiosidade, timidez e a tolerância as
mesmas. Não se pode ser educador se não gosto do que faço, isso é transpassado pelas
atitudes do professor e contagia os alunos, que também irão desgostar do estudo. Quase
o mesmo ocorre se não for humilde. A curiosidade do aluno será menosprezada em
detrimento da repetição,memorização de conteúdos que nem mesmo ele sabe para que
serve.
A alegria durante as aulas é o que comprova que o professor faz o que gosta, e
isso é percebido pelos alunos que são contagiados por ritmo.
A esperança é outra condição do educador progressista. É inconcebível que
alguém que se diga progressista não tenha esperança, a esperança de que juntamente
com o educando se possa aprender, ensinar, produzir, resistir a obstáculos. Esperança
esse que se curva nos discursos dos fatalistas.
Ser esperançoso implica em saber que a história pode ser mudada, que o destino
não está escrito e que por mais obstáculos que se tenha, eles não serão eternos. Como
seres históricos, podemos mudar a nossa realidade nos inserindo no mundo e o
modificando e não apenas aceitando o que já esta dito.
CAPITULO 3
ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA
3.3 ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
Exige liberdade, mas não licenciosidade. Exige autoridade, mas não autoritarismo.
São palavras parecidas com significados e usualidade muito diferentes. A liberdade em
questão trata da oportunidade que o educando tem de expressar-se, de ser curioso, de
ter participação. A autoridade implica em o educador ter o devido respeito e disciplina por
parte dos educandos, por ser ele que os guiará entre o rompimento da ingenuidade para
a autonomia.
O grande problema para o educador de opção democrática, é como trabalhar com
o limite, com os estatus de autoridade, sem prejudicar a liberdade, e como não deixar que
a liberdade se torne libertinagem ou licenciosidade onde os alunos fazem o que querem.
A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades. Amadurece a medida
que temos a possibilidade de optar e por isso mesmo arcar com as conseqüências de
nossa escolha. A liberdade é uma condição para que o educando se assuma ético,
consciente de suas responsabilidades, autônomo. Sem liberdade não temos possibilidade
de arriscar e por consequencia descobrir novos conhecimentos.
O educador que escuta aprende a transformar seu discurso. Somente quem ouve
paciente e criticamente é que conversa com o outro, do contrário apenas discute e tenta
impor sua opinião pelo seu autoritarismo.
Os sistemas de avaliação pedagógica vêm sendo cada vez mais verticais, de cima
para baixo. Isto é, ele é imposto por pessoas que não sabem escutar e por isso tornam-
se autoritários e tiram a liberdade dos educandos, tiram sua autonomia, sua curiosidade,
seu direito de opinião fazendo-o acreditar que é medíocre, o que o tornará um cidadão
sem opinião própria e desesperançoso.
O professor precisa estar aberto a querer bem seus educandos, na maneira com
que todos sintam sua afetividade, existe uma grande dificuldade em separar a afetividade
da seriedade docente, o ser professor, o ensinar ao aluno, a afetividade não pode em
nenhum momento interferir nos estudos.
O ensinar, o aprender se torna uma forma alegre, a partir do momento em o professor
consegue interagir as atividades de forma harmoniosa, também conhecida