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Universidade Estácio de Sá

Campus de Niterói

Curso de Férias

Julho de 2009

Relações Internacionais

Importação

Professor: João Emílio Freire Filho


Universidade Estácio de Sá – Campus de Niterói
Curso de Férias
Relações Internacionais
Importação

Índice
Página

1. CONCEITO DE IMPORTAÇÃO ................................................................... 2


2. PROCESSAMENTO DA IMPORTAÇÃO .................................................... 2
3. INCOTERMS – INTERNATIONAL COMMERCE TERMS .......................... 4
4. IDENTIFICAÇÃO / CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO ................................ 4
4.1. Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM ................................. 4
4.2. Classificação de Mercadorias ............................................................ 6
5. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO ..................................................................... 6
6. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS E APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS 7
7. PAGAMENTO DA IMPORTAÇÃO ............................................................... 8
7.1. Prazo de Pagamento .......................................................................... 8
7.2. Importações a Prazo .......................................................................... 8
7.3. Registro de Operações Financeiras ................................................... 9
8. DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO ............................................................ 9
8.1. Principais Documentos ....................................................................... 9
8.2. Documentos Eventuais ....................................................................... 10
9. TRATAMENTO ADMINISTRATIVO ............................................................. 10
9.1. Situações Operacionais na Importação .............................................. 11
10. SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX .......... 14
10.1. Vantagens do SISCOMEX .................................................................. 14
10.2. Órgãos Gestores ................................................................................ 14
10.3. Órgãos Anuentes ................................................................................ 15
10.4. Usuários .............................................................................................. 15
10.5. REI – Registro de Exportadores e Importadores ................................ 15
10.6. Características Específicas da Importação ........................................ 16
10.7. Licenciamento Não Automático – LI ................................................... 16
10.8. Declaração de Importação – DI .......................................................... 17
10.9. Despacho Aduaneiro de Importação .................................................. 18
11. FORMAÇÃO DE PREÇO DE IMPORTAÇÃO – MODELO SIMPLES ......... 20

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1. CONCEITO DE IMPORTAÇÃO
Pode-se denominar importação a entrada de mercadoria em um país, procedente do
exterior, a qual se configura, perante a legislação brasileira, no momento do
desembaraço aduaneiro.
Entretanto, sob o ângulo comercial, ou seja, no entendimento de transferência de
propriedade mediante o direito internacional, a importação às vezes se realiza com
o recebimento da mercadoria pelo comprador ou seu representante, no exterior, de
acordo com as cláusulas pactuadas no contrato de compra e venda.
Para fins cambiais, dir-se-ia que a importação representa uma saída de divisas,
contabilizada em campo próprio do Balanço de Pagamentos. Ocorrem, porém,
situações em que há ingresso de mercadoria sem a correspondente saída de
divisas, vinculada em contrato de câmbio de importação, e estes casos são
considerados importações sem cobertura cambial, sob o enfoque da natureza
cambial. Excetuadas, assim, as situações citadas, as importações acarretam
pagamentos ao exterior, razão pela qual são geralmente enquadradas como com
cobertura cambial.

2. PROCESSAMENTO DA IMPORTAÇÃO
Na importação é necessário:
• a identificação do parceiro no exterior, diretamente ou por intermédio de
agente comercial, mediante avaliações de tradição e posição no mercado,
estrutura operacional, garantia de fornecimento, etc.;
• a análise de viabilidade da operação comercial, consideradas as
especificações do produto sob interesse versus as condições do mercado
brasileiro (requisitos técnicos e mercadológicos, legislação de defesa do
consumidor, modificações necessárias e custos envolvidos, etc.);
• o desenrolar do negócio (trâmites contratuais);
• a identificação e a elaboração dos documentos inerentes ao negócio;
• a verificação de existência de tratamento tarifário preferencial, devido a
acordos de comércio, bilaterais ou multilaterais, a estratégias de importação
seletiva em prol do desenvolvimento de determinados setores, bem como a
outros fatores;
• o tratamento tributário previsto para a operação;
• as exigências governamentais: procedimentos e documentos necessários;
• a estruturação logística para ter o produto disponível no Brasil;
• o impacto da aquisição no fluxo de caixa da empresa, considerando as
possibilidades existentes de pagamento e a disponibilidade ou não de
financiamento.
Uma vez identificado o fornecedor potencial, inicia-se a efetivação da operação
comercial, formalizada por meio de um contrato.

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O contrato de compra e venda não precisa ter necessariamente uma forma
preestabelecida: uma ou mais cartas, Fax ou E-Mail, em que se definam as
condições de uma operação, já constituem um contrato em si.
O modelo de contrato mais simples e freqüente é a fatura pró-forma, documento
que formaliza e confirma a negociação, desde que devolvido ao exportador,
contendo o aceite do importador para as especificações contidas. O documento,
que é emitido como proposta de venda, tem por finalidade firmar compromisso de
compra e venda entre as partes. A fatura pró-forma, que possui forma muito
parecida com a fatura final de venda, normalmente é emitida no idioma do país
importador ou em inglês.
Nada impede que o negócio evolua a partir de uma proposta de compra e se
concretize com o aceite do vendedor.
Qualquer que seja o modelo utilizado, o mais importante é que fiquem
determinadas, com clareza, as condições da operação, cujos principais
componentes são:
Qualificação do exportador e do importador - nome, endereço completo, etc.
Classificação internacional do produto - identificação numérica.
Características do produto – detalhada e precisa descrição técnica,
informações sobre sua finalidade, composição, peso e/ou volume, condições de
utilização, etc.
Embalagem de apresentação e forma de acondicionamento para
transporte - de modo a indicar peso bruto e volume final para cálculo de frete.
Condição de venda – reflete o entendimento entre vendedor e comprador
quanto às tarefas documentais e logísticas para fazer a mercadoria alcançar o
local de consumo e resulta da negociação entre as partes.
Preço na condição de venda – deve-se ter pleno domínio das
responsabilidades atribuídas ao vendedor e ao comprador sob a condição de
venda escolhida, visando a fixação de um preço que, além de cobrir os custos e
a margem de lucro desejada, seja atrativo.
Modalidade de pagamento - o sucesso na realização de negócios
internacionais depende, em grande parte, da definição da modalidade de
pagamento da operação, cuja avaliação nem sempre é feita com o devido rigor.
Prazo de entrega - ao oferecer seu produto, o exportador deve fixar o prazo
que necessitará, a contar da data do recebimento do pedido, para disponibilizá-
lo nas condições propostas, e o comprador, verificar se o prazo atende suas
expectativas.
Documentos a serem fornecidos (inclusive a quantidade de vias de cada um)
- visa dar conhecimento prévio ao importador, para que, caso sejam
necessários quantidade maior ou outros documentos para atender a legislação
de seu país, estes possam vir a ser solicitados em tempo hábil.
Prazo de validade para as condições oferecidas – indicando por quanto
tempo ou até que data específica as condições poderão ser consideradas.

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Volumes máximos e mínimos ofertados – a fixação de quantidade máxima
deve-se à necessidade de adequação do volume a ser transacionado à
capacidade de produção/ fornecimento do vendedor ou, pelo outro lado, à
capacidade de aquisição do comprador, enquanto a estipulação de quantidade
mínima leva em conta os custos administrativos e logísticos envolvidos em
operações de comércio exterior, principalmente transportes, sua freqüência e a
disponibilidade de espaço.
Assim, o exportador deve ter plena consciência que o encaminhamento de uma
oferta configura uma decisão negocial de sua parte, ou seja, certeza sobre os
parâmetros oferecidos, razão pela qual será no mínimo constrangedor não
manter as condições oferecidas. Por outro lado, representando o aceite um
compromisso do importador, o vínculo comercial, deve ser dado dentro do
prazo de validade determinado.
Posteriormente à fatura pró-forma e com base neste documento, deve ser
emitida a fatura de cobrança, denominada fatura comercial (commercial
invoice), em tantas vias quantas forem requeridas (no mínimo três), a qual,
efetivamente, caracteriza a venda, até porque uma via original irá acompanhar
a mercadoria durante o trajeto até seu destino.
Este documento representa a operação comercial em si e sua finalidade é
formalizar a transferência da propriedade da mercadoria para o comprador.
A fatura comercial, emitida e assinada pelo exportador no momento de
expedição da mercadoria, em nome do importador, deve espelhar a operação
que ampara.
Qualquer emenda ou ressalva feita na fatura comercial deve ser autenticada
pelo emitente.

3. INCOTERMS – INTERNATIONAL COMMERCE TERMS


No Comércio Internacional, tanto na Importação, quanto na Exportação, é
fundamental a correta utilização dos Termos Internacionais de Comércio –
INCOTERMS, regulamentados pela Câmara de Comércio Internacional (versão
2000) e aceitos internacionalmente – substituem, em grande parte, os contratos de
compra e venda internacionais, uma vez que definem as condições de venda e
resumem os direitos e obrigações das partes (exportador e importador).

4. IDENTIFICAÇÃO / CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO


Conforme visto na exportação, os produtos na importação para o Brasil deverão
ser classificados conforme a NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL.
As tarifas a serem pagas estão consubstanciadas na TEC – Tarifa Externa Comum
do MERCOSUL, que apresenta o percentual de tributos a serem pagos ordenados
pela NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL

4.1. NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL – NCM

A Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM adotada pelo Brasil, se baseia


numa sistemática de classificação que recebeu a denominação de Sistema
Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, ou simplesmente
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"Sistema Harmonizado" (SH). Tal Sistema foi desenvolvido de forma a poder ser
constantemente atualizado, não importando de que ramo de atividade venha a
surgir um novo produto a ser classificado.
O Sistema Harmonizado – SH possui 6 dígitos (nível internacional), mas cada
país pode acrescentar até 4 dígitos.
O Sistema Harmonizado se divide em 21 seções e 96 capítulos, sendo que os
capítulos 77, 98 e 99 estão reservados para serem utilizados posteriormente.
A NCM foi criada em 1995, com a entrada em vigor do Mercosul. Esta
nomenclatura acrescenta 2 dígitos aos 6 primeiros, representativos do Sistema
Harmonizado - SH, trabalhando com abertura de 8 dígitos e uma estrutura de
classificação que contém até 6 níveis de agregação, indicados a seguir:
Capítulo
A indicação do Capítulo no código é representada pelos dois
primeiros dígitos.
Exemplo: 2936.28 Capítulo: 29
Posição
A Posição dentro do Capítulo é identificada pelos quatro primeiros
dígitos.
Exemplo: 2936.28 Posição 2936
Subposição Simples
A Subposição Simples é o desdobramento da posição, sendo
representada, no código, pelo quinto dígito.
Exemplo: 2936.28 Subposição simples: 2
Subposição Composta
Esta corresponde ao desdobramento da Subposição Simples,
sendo representada, no código, pelo sexto dígito.
Exemplo: 2936.28 Subposição composta: 8
Item
O item é a subdivisão do SH, representado, no código, pelo sétimo
dígito
Exemplo: 2936.28.12 item: 1
Subitem
O subitem é a subdivisão do item, representado, no código, pelo
oitavo dígito
Exemplo: 2936.28.12 subitem
Dessa forma, o capítulo, a posição e a subposição têm identidade internacional, ou
seja, são comuns a todas as nomenclaturas que tenham por base o Sistema
Harmonizado – SH.

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4.2. CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS

A técnica de se estabelecer uma correspondência entre a descrição de um


produto e um código numérico, em uma determinada nomenclatura, denomina-se
classificação de mercadorias.
As principais regras gerais de classificação obedecem, em resumo, à seqüência
descrita adiante:
o qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo,
mesmo incompleto ou inacabado; qualquer referência a uma matéria em
determinada posição diz respeito a essa matéria, quer em estado puro, quer
misturada ou associada a outras matérias;
o a posição mais específica prevalece sobre a mais genérica;
o os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou
constituídos pela união de artigos diferentes, classificam-se pela matéria ou
artigo que lhes confira a característica essencial;
ƒ as mercadorias que não possam ser classificadas, por aplicação dessas
regras, classificam-se na posição correspondente aos artigos mais
semelhantes.
Em casos de dúvidas sobre o possível enquadramento, o interessado deve
formular consulta, por escrito, a ser apresentada à repartição da Secretaria da
Receita Federal do seu domicílio tributário.
A correta classificação na NCM tem papel relevante, uma vez que posiciona a
mercadoria para todos os efeitos relativos ao comércio exterior, como por
exemplo, tratamento administrativo, contingenciamento, incidência de tributos,
tratamento preferencial previsto em acordos internacionais, bem como facilita a
comercialização, a análise e a comparação das estatísticas de comércio exterior
dos diversos países.

5. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO
São denominados direitos aduaneiros de importação os tributos aplicados às
mercadorias que adentram o território nacional.
Os tributos de importação incidem cumulativamente, numa ordem seqüencial,
sobre o valor resultante da aplicação do tributo anterior, provocando o chamado
efeito “cascata” no resultado final. Este caráter cumulativo da aplicação do imposto
impacta significativamente sobre a formação do preço da importação.
São os principais impostos que incidem na importação:
• IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - II
• IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI
• IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS –
ICMS –
• ADICIONAL AO FRETE PARA RENOVAÇÃO DA MARINHA MERCANTE –
AFRMM
O tema será abordado de forma detalhada no item referente aos tributos.
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6. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS E APLICADOS EM ÁREAS
ESPECIAIS
O Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/02) prevê alguns regimes aduaneiros
especiais, mediante os quais as obrigações fiscais ficam suspensas e,
normalmente, constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário.
Adicionalmente, outros instrumentos legais tratam do assunto.
Destacaremos abaixo alguns de maior importância:
• O regime de trânsito aduaneiro é o que permite o transporte de mercadoria,
sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com
suspensão de tributos, e se aplica a operações de exportação, de importação e
de tráfego de mercadorias estrangeiras.
• A admissão temporária caracteriza-se pelo ingresso de mercadoria no País
com suspensão dos tributos geralmente incidentes sobre a importação, uma vez
que a mesma será devolvida ao exterior após determinado prazo. Há previsão
de tributação proporcional entre o prazo de permanência no País e a vida útil do
bem, no caso de utilização econômica. Se a mercadoria for entregue a consumo
interno, têm que ser recolhidos os tributos, como numa importação normal.
• Drawback é um incentivo à exportação, consistindo em suspender, isentar ou
restituir os tributos incidentes nas importações de insumos, partes ou peças
destinadas à fabricação, complementação, beneficiamento e/ou acondiciona-
mento de produtos a serem exportados.
o Suspensão
o Isenção
o Restituição
• Entreposto Aduaneiro é o regime que permite o depósito de mercadorias em
local determinado, com suspensão do pagamento dos tributos e sob controle
fiscal. Serve para exportação e importação, pois a mercadoria pode ser, no todo
ou em parte, exportada, reexportada ou despachada para consumo interno, de
acordo com as normas vigentes. A importação somente é admitida em
consignação e sem cobertura cambial, aceitos casos específicos com cobertura
cambial em termos, limites e condições estabelecidas pela Secretaria da
Receita Federal – SRF.
É comum a confusão entre entreposto aduaneiro e armazém geral alfandegado.
Na realidade, o entreposto é um regime, enquanto o armazém geral
alfandegado é um local de propriedade de companhia de armazém geral, ao
qual é aplicado o regime de entreposto aduaneiro.
• Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle
Informatizado – RECOF permite importar, com ou sem cobertura cambial, com
suspensão do pagamento de tributos (II e IPI), mercadorias a serem submetidas
à operação de industrialização (transformação, beneficiamento e montagem) de
produtos destinados à exportação ou à venda no mercado interno com
recolhimento dos tributos, sendo que o limite anual deste último destino é de
20%.

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A SRF determina as mercadorias passíveis de admissão no Recof. Este regime
se aplica a empresas com patrimônio líquido significativo, atualmente superior a
R$ 2 milhões.
• Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens
Destinados às Atividades de Pesquisa e Lavra de Jazidas de Petróleo e de
Gás – REPETRO, bens listados pela SRF podem se valer da admissão
temporária para serem utilizados nesse setor produtivo, aceitando-se ainda a
exportação com saída ficta (o comprador estrangeiro paga, porém o produto não
deixa o território nacional) e posterior concessão de admissão temporária.
• Regime Aduaneiro Especial para Importação de Petróleo Bruto e seus
Derivados, para Fins de Exportação ou Reexportação – REPEX suspende o
pagamento dos tributos na situação descrita. Se extingue mediante a
comprovação de exportação do produto importado ou de produto nacional em
substituição àquele importado, em igual quantidade e idêntica classificação
fiscal.
• Áreas de Livre Comércio foram criadas na Amazônia, em algumas cidades de
fronteira, com a finalidade de promover o desenvolvimento das regiões
fronteiriças e incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos (não
confundir com Zona ou Área de Livre Comércio, uma das etapas de processos
de integração regional, entre países).

7. PAGAMENTO DA IMPORTAÇÃO
Deve manter correlação com as condições pactuadas no contrato de compra e
venda.
7.1. PRAZO DE PAGAMENTO
Podem ser estabelecidos os seguintes prazos de pagamento:
• Pagamento antecipado (anterior ao embarque da mercadoria);
• Pagamento à vista;
• Pagamento a prazo, sem indicação aparente de incidência de juros;
• Pagamento a prazo, com juros cobrados separadamente do principal,
configurando operação financiada.
7.2. IMPORTAÇÕES A PRAZO
• Até 360 dias
Deve ser indicado na Declaração de Importação – DI o esquema de
pagamento e demais condições pactuadas. Desde que se observem os
padrões de razoabilidade verificados nas práticas internacionais, é admita a
remessa de juros sobre importações financiadas, livremente pactuadas entre
partes.
Podem ser utilizados cartões de crédito internacionais emitidos no País para
pagamento de importações que dispensem a Declaração de Importação – DI
e que não se refiram a operações com regulamentação específica, tais como
exigência de DI, investimento e transações subordinadas a registro no Bacen.
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Em outras palavras, os cartões são aceitos para pagamento de mercadorias
desembaraçadas por meio de Declaração Simplificada de Importação – DSI,
para valores que não ultrapassem US$ 10 mil ou o equivalente em outras
moedas, para cada operação negociada. Chama-se câmbio simplificado o
tratamento dispensado a estas operações, que são formalizadas por meio de
assinatura de boleto bancário, por parte do importador.
• Acima de 360 dias
Ficam sujeitas a procedimento especial perante o Banco Central: o
preenchimento do Registro de Operação Financeira – ROF, em módulo
eletrônico específico do Sistema de Informações do Banco Central -
SISBACEN.
7.3. REGISTRO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
O módulo ROF é um conjunto de telas e programas, em transação do Sisbacen,
destinado a registrar operações financeiras entre o País e o exterior,
possibilitando a vinculação dos pagamentos às obrigações geradas por essas
operações, agilizando o acompanhamento dos correspondentes fluxos de capital
pelo Banco Central do Brasil - Bacen e possibilitando a construção de uma base
de dados consistente.
O ROF é requerido nas seguintes importações:
o Com prazo de pagamento superior a 360 dias;
o Operações que envolvam empréstimos;
o Arrendamento mercantil (locação de um bem durável, como máquinas e
equipamentos, com opção de compra pelo locatário ao término do prazo do
contrato);
o Arrendamento simples/ aluguel/ afretamento;
o Investimento em bens;
o Securitização de exportações;
o Pagamento antecipado de exportação e importação de tecnologia.
o As operações de câmbio correspondentes demandam o número do ROF
para sua efetivação (aposição do número do ROF no Contrato de Câmbio).
O ROF deve ser providenciado, para cada operação, com anterioridade ao
ingresso dos recursos ou dos bens, conforme o caso e segundo os prazos
dispostos nas normas a respeito.

8. DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO
8.1. PRINCIPAIS DOCUMENTOS
FATURA PRÓ-FORMA – documento que, em boa parte das
operações,configura o contrato de compra e venda, o fechamento do negócio
entre as partes, devendo, portanto, conter as cláusulas fundamentais, ser
emitido por uma das partes e aceito (assinado) pela outra. Pode ser solicitada
por anuente de operação de importação, para exame prévio relativo a
licenciamento.
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FATURA COMERCIAL - documento emitido pelo exportador, consignando todos
os detalhes da negociação desenvolvida e configurada no contrato de compra e
venda. Deve acompanhar a mercadoria, amparando seu desembaraço no
exterior.
CONHECIMENTO DE EMBARQUE (via original) - documento emitido pela
companhia transportadora que atesta o recebimento da carga, as condições de
transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no
ponto de destino pré-estabelecido.
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI) – documento eletrônico, registrado no
Siscomex, contendo informações gerais de uma determinada operação de
importação e específicas de cada mercadoria englobada.
COMPROVANTE DE IMPORTAÇÃO - emitido pelo Siscomex, constitui prova de
ingresso regular da mercadoria no País.
CONTRATO DE CÂMBIO - documento necessário (excetuadas as operações
simplificadas) para trocas entre moedas estrangeiras e moeda nacional, em
determinada data, com determinada taxa cambial.
8.2. DOCUMENTOS EVENTUAIS
LICENÇA DE IMPORTAÇÃO NÃO AUTOMÁTICA (LI) – documento eletrônico,
registrado no Siscomex, que contempla informações de natureza comercial,
financeira, cambial e fiscal, exigível previamente ao despacho aduaneiro e em
determinadas operações, pelo órgão licenciador (Secex) ou algum anuente, a
exemplo do Ministério da Saúde.
CERTIFICADO DE ORIGEM – emitido visando o amparo de tarifas
preferenciais, a exemplo dos seguintes:
Certificado de Origem - Mercosul;
Certificado de Origem do ACE 35 – Mercosul/Chile;
Certificado de Origem do ACE 36 – Mercosul/Bolívia;
Certificado de Origem – ALADI.
CERTIFICADO FITOSSANITÁRIO - documento solicitado para importação de
alimentos "in natura", conforme, por exemplo, exigido em Acordos Internacionais.
CARTA DE CRÉDITO, SAQUE ou CAMBIAL (título de crédito), dependendo da
condição de pagamento.
CERTIFICADO OU APÓLICE DE SEGURO, se for o caso.
FATURA e/ou VISTO CONSULAR, se exigido.

9. TRATAMENTO ADMINISTRATIVO
O Acordo sobre Procedimentos para Licenciamento de Importações do GATT
prevê que o licenciamento seja de alçado de órgão diferente do responsável pelas
atividades aduaneiras e o Brasil, como signatário do Acordo, atende tal dispositivo:
a Secretaria de Comércio Exterior - Secex é o órgão licenciador e a Secretaria da
Receita Federal - SRF cuida da parte aduaneira.

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As importações brasileiras estão sujeitas a licenciamento, cujas regras são
disciplinadas pelo citado Acordo, que admite dois tipos de licenciamento: o
automático, com prazo de até 10 dias para manifestação oficial relativa à licença, e
o não automático, com prazo de até 60 dias.
A pessoa física somente pode importar mercadorias em quantidade que não revele
prática comercial.
9.1. SITUAÇÕES OPERACIONAIS NA IMPORTAÇÃO
As importações brasileiras compreendem as seguintes modalidades:
o importações dispensadas de Licenciamento;
o importações sujeitas a Licenciamento Automático; e
o importações sujeitas a Licenciamento Não Automático.
9.1.1. IMPORTAÇÕES DISPENSADAS DE LICENCIAMENTO
Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de
licenciamento, devendo os importadores tão-somente providenciar o
registro da Declaração de Importação – DI no SISCOMEX, com o objetivo
de dar início aos procedimentos de Despacho Aduaneiro junto à unidade
local da Secretaria da Receita Federal - SRF.
Importações dispensadas de licenciamento:
o sob os regimes de entrepostos aduaneiro e industrial;
o sob o regime de admissão temporária, inclusive de bens amparados
pelo Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de
Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas
de Petróleo e de Gás Natural - REPETRO;
o sob os regimes aduaneiros especiais nas modalidades de loja franca,
depósito afiançado, depósito franco e depósito especial alfandegado;
o de partes, peças e demais componentes aeronáuticos voltados à
manutenção de aeronaves, novos ou recondicionados, de interesse
de empresas autorizadas pelo Departamento de Aviação Civil (DAC)
– COTAC;
o com redução da alíquota de imposto de importação decorrente da
aplicação de “ex-tarifário”.
9.1.2. LICENÇA DE IMPORTAÇÃO AUTOMÁTICA
Estão sujeitas a Licenciamento Automático as importações de produtos
relacionados no Tratamento Administrativo do Siscomex, também
disponíveis no endereço eletrônico do MDIC
(www.desenvolvimento.gov.br); e as efetuadas nas situações ao amparo
do regime aduaneiro especial de “drawback”.
Para quem não possui acesso ao Siscomex é interessante observar
sempre os procedimentos de importação disponibilizados no site SECEX –
Secretaria de Comércio Exterior (www.desenvolvimento.gov.br).

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9.1.3. LICENÇA DE IMPORTAÇÃO NÃO AUTOMÁTICA - LI / DECLARAÇÃO
DE IMPORTAÇÃO – DI
Há necessidade de prestar informações de natureza comercial, financeira,
cambial e fiscal em documento específico do Siscomex (LI), previamente
ao registro da DI, para mercadorias ou operações com características
peculiares que recomendem controle especial, por parte do órgão
licenciador (Secex) ou de algum órgão anuente de comércio exterior.
Todas as situações constam de atos legais ou no próprio sistema
informatizado, o qual, quando for o caso, comunica a necessidade de LI
por ocasião de registro de DI, ou, na tentativa de registro de LI, informa
não ser necessária sua formulação.
Para os casos em que um mesmo código de NCM englobe mercadorias
sujeitas a licenciamento e outras não, foram criados campos para
destaque na NCM (código de três dígitos numéricos, adicional à NCM),
que se aplicam às mercadorias que necessitem de licenciamento não
automático, de modo a não obrigar todo o grupo a este tipo de tratamento.
Conforme suas características, a operação pode demandar LI
obrigatoriamente antes do embarque ou aceitar sua elaboração após o
embarque.
LI anterior ao embarque no exterior:
o Produtos sujeitos a controles específicos - inclusive de outros
órgãos federais que não a SECEX (anuentes). Os Órgãos Anuentes
estão interligados ao Siscomex e sua manifestação é expressa
eletronicamente;
o Produtos sujeitos a Cotas (tarifárias e não tarifárias), em situações,
por exemplo, de redução ou isenção de tributos ou de limitação
quantitativa, visando resguardar o mercado nacional;
o Similaridade, ou seja, para as importações sujeitas a exame de similar
nacional (geralmente via consulta a entidade de classe), por exemplo
quando têm benefícios fiscais ou efetuadas por governos ou órgãos
de governo.
Ficam excetuados de exame de similaridade, dentre vários casos:
o a bagagem de viajantes;
o as importações realizadas por missões diplomáticas e repartições
consulares de caráter permanente e seus integrantes, as
importações efetuadas por representações de órgãos
internacionais de caráter permanente de que o Brasil seja
membro e seus funcionários, peritos, técnicos e consultores,
estrangeiros;
o as amostras comerciais e bens contidos em remessas postais
internacionais, sem valor comercial;
o os materiais de reposição e conserto para uso em embarcações
ou aeronaves, estrangeiras;

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o partes, peças, acessórios, ferramentas e utensílios destinados ao
reparo ou manutenção de aparelho, instrumento ou máquina de
procedência estrangeira, instalados em aeronaves ou
embarcações;
o Material Usado, sujeito a análise de produção nacional para
deferimento (não são admitidas importações de bens de consumo
usados, a não ser em caso de doações recebidas, por órgãos
governamentais, instituições educacionais, científicas, tecnológicas e
entidades beneficentes, de utilidade pública e sem fins lucrativos,
para uso próprio e para atender suas finalidades institucionais);
o Importações originárias de países com restrições constantes de
Resolução da ONU;
o Sem Cobertura Cambial (exceto casos especiais, a exemplo de
encomendas postais).
LI posterior ao embarque no exterior, mas anterior ao registro da DI:
o CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico:
importações realizadas por instituições científicas e tecnológicas,
com isenções de tributos;
o Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio (enquadradas
como regime aduaneiro): a isenção de impostos é deferida pela
SUFRAMA.
9.1.4. DOCUMENTOS E PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS
A Licença Simplificada de Importação - LSI representa o processo de
licenciamento, quando necessário, anterior à elaboração da Declaração
Simplificada de Importação – DSI.
A DSI, registrada no Siscomex, é admitida para os seguintes casos
(apresentados de forma resumida):
o importações de até US$ 3 mil;
o doações de governo ou organismo estrangeiro para governo, entidade
vinculada ou instituição de assistência social;
o admissão temporária;
o reimportação de exportação temporária;
o retorno de mercadoria, exportada em consignação ou por outro motivo
alheio à vontade do exportador;
o remessa postal ou encomenda aérea, internacionais, de até US$ 3 mil;
o bagagem desacompanhada.
Podem ser utilizados modelos impressos nos casos de:
o importações passíveis de utilização de DSI com registro no Siscomex,
quando houver impossibilidade técnica de acesso ao sistema por
mais de 4 horas consecutivas;
o amostras sem valor comercial;
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o livros e publicações, assim como outros bens de até US$ 500,00: sem
cobertura cambial e sem finalidade comercial, desde que não sujeitos
ao pagamento de impostos;
o veículos de viajantes residentes no exterior (admissão temporária), que
ingressem por seus próprios meios;
o bens de missão diplomática, repartição consular de carreira e
representação de organismos de que o Brasil faça parte;
o órgãos e tecidos humanos para transplante;
o animais de vida doméstica, sem cobertura cambial e sem finalidade
comercial.
9.1.5. IMPORTAÇÕES PROIBIDAS
Estão previstas em legislação específica e são automaticamente negadas
pelo sistema, a exemplo dos detergentes não biodegradáveis.

10. SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR - SISCOMEX


As operações de importação foram informatizadas a partir de 1997, com a
implantação do SISCOMEX Importação, em ambiente Windows, o que facilitou
sobremaneira o importador.
O SISCOMEX é um instrumento que integra as atividades de registro,
acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um
fluxo único, computadorizado, de informações.
O módulo exportação, implementado em 04.01.1993, foi Instituído pelo Decreto nº
660, de 25.9.92, e marcou o início da informatização do comércio exterior
brasileiro.
Para operar diretamente no Siscomex, as empresas devem estar cadastradas no
sistema Radar e possuir habilitação, por meio de senha obtida junto à Secretaria
da Receita Federal, observadas as normas específicas do órgão concedente e os
limites das funções - níveis de acesso - por ele administrados.
10.1. VANTAGENS DO SISCOMEX
Podemos realçar como principais vantagens do Sistema: harmonização de
conceitos utilizados pelos órgãos governamentais que atuam no comércio
exterior; ampliação dos pontos do atendimento no País, por meio eletrônico;
eliminação de coexistência de controles e sistemas paralelos de coleta de dados;
simplificação e padronização das operações de comércio exterior; diminuição
significativa do volume de documentos; agilidade na coleta e processamento de
informações, por meio eletrônico; redução de custos administrativos para todos
os envolvidos no Sistema; crítica dos dados utilizados na elaboração das
estatísticas de comércio exterior.
10.2. ÓRGÃOS GESTORES
São os órgãos responsáveis pela implantação e atualização das informações e
normas de comércio exterior contidas no Sistema, a saber:

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a) Secretaria de Comércio Exterior – SECEX - responsável pelo licenciamento
(autorização para saída da mercadoria), alimenta o sistema com normas de
caráter comercial.
b) Secretaria da Receita Federal – SRF - responsável pela elaboração e
fiscalização das normas vinculadas à arrecadação e fiscalização aduaneira;
c) Banco Central do Brasil – BACEN - responsável pela elaboração e
fiscalização das normas vinculadas aos aspectos cambiais da operação.
10.3. ÓRGÃOS ANUENTES
São todos aqueles que efetuam análise complementar de uma operação de
exportação, dentro de sua área de competência, visando à efetivação do
respectivo Registro de Exportação (RE), com eventual estabelecimento de
normas específicas para o desembaraço de mercadorias. São eles:
a) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior/ SECEX/ DECEX;
b) Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República;
c) Ministério da Defesa/ Departamento de Aeronáutica;
d) Ministério da Defesa/ Departamento do Exército;
e) Ministério da Agricultura e do Abastecimento;
f) Ministério da Ciência e Tecnologia;
g) Ministério da Saúde;
h) Agência Nacional de Petróleo - ANP.
i) Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN;
j) Departamento de Polícia Federal – DPF;
k) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA;
l) Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; e
m) Banco Central do Brasil – BACEN;
10.4. USUÁRIOS
Têm acesso ao SISCOMEX, além dos órgãos gestores, os órgãos anuentes e os
diversos agentes participantes do processamento das operações (bancos,
corretoras, transportadoras, despachantes aduaneiros, exportadores e
importadores brasileiros).
10.5. REI – REGISTRO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES
Para exportar, as empresas devem estar cadastradas no REI – Registro de
Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior.
A inscrição será feita no ato da primeira operação (Registro de Exportação - RE,
Registro de Venda - RV ou Registro de Operação de Crédito - RC), por meio de
qualquer ponto conectado ao SISCOMEX, no momento em que é informado ao
Sistema o número do interessado no CGC – Cadastro Geral de Contribuintes.

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O registro no REI credencia o interessado a processar no SISCOMEX o Registro
de Exportação - RE, o Registro de Venda - RV e o Registro de Operações de
Crédito - RC, relativos às suas exportações.
10.6. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA IMPORTAÇÃO
Diferentemente da exportação, os documentos de importação (licença
automática ou não automática e declaração de importação) são formulados em
microcomputador, sem que este tenha que estar, no momento, conectado ao
computador central (pode ser “off-line”). Nesta fase já são feitas validações
quanto ao seu preenchimento e, para que as críticas sejam eficazes, é
adequado previamente conectar o equipamento ao Siscomex, de modo que o
Sistema, se necessário, atualize a versão das tabelas de crítica, processo que
acontece automaticamente logo após a conexão.
Posteriormente, os dados preparados pelo importador são transmitidos para o
computador central do Siscomex, podendo a transmissão ocorrer após a
elaboração de cada documento ou em lotes de documentos. Comandada a
transmissão, cada documento é criticado pelo Sistema, razão pela qual é
importante a atualização das tabelas alocadas no microcomputador, porque
somente são registrados os documentos corretamente preenchidos, ocasião em
que recebem um número seqüencial, anual e nacional.
10.7. LICENCIAMENTO NÃO AUTOMÁTICO - LI
Conforme citado, quando se trata de mercadoria ou operação de importação,
objeto de controles especiais do órgão licenciador (SECEX) ou dos demais
órgãos federais que atuam como anuentes, a importação fica sujeita a
Licenciamento Não-Automático.
A LI conjuga informações referentes à mercadoria e à operação em cinco fichas:
a das informações básicas (referentes a importador, país de procedência e
unidades da SRF), a do fornecedor (dados sobre exportador/ fabricante/
produtor), da mercadoria, da negociação (tipo da operação: acordo, regime de
tributação, forma de pagamento), e complementares (tela livre para informações
adicionais).
Elaborada e transmitida a LI pelo importador, o Sistema, ao aceitar seu registro,
indica (consulta à função diagnóstico) que se encontra “PARA ANÁLISE”
(momento em que o Siscomex fornece numeração específica), e assim que o
órgão anuente começa a analisar, a situação da LI muda para “EM ANÁLISE”.
Concluída a análise, a Secex e/ou outro órgão anuente registra sua decisão no
Sistema, com indicação de deferimento, indeferimento ou exigência, neste último
caso com registro do que se trata.
O Sistema permite a composição de uma nova LI a partir de outra anteriormente
preenchida e armazenada no equipamento do importador.
Depois de registrada, a LI não pode ser alterada e sim substituída (LI
Substitutiva), de forma que aparece a original e o Sistema permite alteração sem
mexer em prazos. Se houver o cancelamento da LI Substitutiva volta o
documento original. A propósito, só é permitido cancelar LI antes do registro da
DI pertinente e somente o importador ou seu representante legal podem fazê-lo.

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O prazo de validade convencional da LI é de 60 dias, pois pode haver extensão
(exemplo: bens sob encomenda). Pode também haver solicitação de
prorrogação do prazo de validade. O prazo conta a partir do primeiro
deferimento, quando há mais de um anuente, valendo sempre o menor prazo
estabelecido.
Quando há mais de um anuente, estes atuam simultaneamente e o usuário pode
ver a evolução de cada análise. A situação apresentada para o documento
reflete sempre o estágio menos evoluído (por exemplo: se um anuente deferiu,
outro colocou em exigência e um terceiro ainda está analisando, aparece no
Sistema como em análise).
10.8. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO – DI
Contempla o conjunto de informações, registradas no Siscomex, correspondentes
a uma determinada operação de importação:
o Informações gerais a todas as mercadorias objeto do despacho:
importador, básicas, transporte, carga, pagamento e complementares.
o Informações específicas (adição), relativas a cada mercadoria sujeita a
licenciamento automático ou não-automático (neste caso com indicação
do número da LI e preenchimento dos campos não existentes na LI, uma
vez que o Sistema transfere informações deste documento para a DI):
fornecedor, mercadoria, valor aduaneiro, tributos e câmbio.
Uma adição pode ser composta por diversas mercadorias, desde que com
características fundamentais comuns, tais como NCM, Naladi, regime de
tributação, natureza cambial, exportador, fabricante ou produtor, condição de
venda, etc.
Tal como a LI, o Sistema permite a composição de uma nova DI a partir de outra
anteriormente preenchida e armazenada em seu microcomputador.
O Sistema permite ao importador transmitir suas declarações para simples
análise ou registro. Nos casos de simples análise, os dados do pagamento dos
tributos não são exigidos.
O importador, para dar início ao despacho aduaneiro, deve formular e transmitir
para registro sua Declaração de Importação.
Uma mesma DI não pode conter mercadorias vindas diretamente do exterior e
outras oriundas de quaisquer dos regimes aduaneiros especiais ou atípicos.
O esquema de pagamento integra a Declaração de Importação – DI. Caso exista
câmbio liquidado, parcial ou total, no ato de registro da DI, devem ser informados
alguns itens pertinentes em campos específicos, a exemplo do número da
operação de câmbio, do banco e do valor pago.
O sistema permite que a Declaração de Importação seja retificada:
o no curso do despacho, no próprio Sistema, pelo importador, ainda que
por exigência da fiscalização, ficando a efetivação pendente de análise e
aceitação pela fiscalização aduaneira;

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o após o desembaraço, pela autoridade aduaneira, mediante solicitação do
importador (por meio de processo) ou de ofício (notificação ao
importador).
A fiscalização aduaneira não intervém na retificação de dados relativos à
operação cambial.
As retificações de DI que contemplem situações de enquadramento em
licenciamento não automático carecem da obtenção ou substituição da licença,
previamente a qualquer outra providência. Além disso, podem ser aplicadas
penalidades fiscais e sanções administrativas, quando cabível.
A DI pode ser cancelada pela Aduana, quando:
o no despacho antecipado ficar devidamente comprovado que a
mercadoria não ingressou no País ou foi descarregada em unidade da
SRF diversa daquela onde ocorreu o Registro da DI;
o a mercadoria não atender aos controles específicos de outro órgão
governamental e esse determinar o seu retorno ao exterior ou a sua
destruição;
o perante a autoridade aduaneira, ficar comprovado erro manifesto (de total
evidência).

10.9. DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO


Pode-se conceituar o despacho aduaneiro de importação como o procedimento
fiscal ou conjunto de atos e formalidades necessários ao desembaraço de toda
mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não. Incluem-
se os casos de mudança de regime aduaneiro e de nacionalização, de
mercadorias importadas ao amparo de regimes aduaneiros especiais ou
aplicados em áreas especiais.
O despacho se processa no Siscomex, com base na DI ou na DSI (para os
casos aplicáveis) e a data de registro de um desses documentos define o início
do processo.
Normalmente, a cada conhecimento de carga deve corresponder um único
despacho, podendo haver situações de registro de mais de uma declaração para
o mesmo conhecimento (caso do petróleo e derivados) ou o inverso (caso de
uma mesma mercadoria transportada em diversos veículos).
De forma geral, o despacho é composto pelas seguintes etapas: registro da DI,
seleção parametrizada de canais, direcionamento do despacho, distribuição da
declaração, conferência aduaneira, desembaraço aduaneiro e entrega da
mercadoria.
10.9.1. REGISTRO DA DI
Excetuados os casos de despacho antecipado, o registro da DI somente é
efetivado após a chegada da carga (confirmação de presença).
A confirmação da presença da carga é feita: pelo próprio Sistema nos
recintos alfandegados que dispõem do Sistema Integrado de Gerência do
Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento – MANTRA; pelo depositário,
no verso do Extrato da DI, nos recintos que não tenham o MANTRA
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implantado; com a apresentação da carga à fiscalização aduaneira, em
unidade de fronteira terrestre que não disponha de depositário.
Adicionalmente, o Sistema verifica a consistência entre as informações
prestadas pelo importador e a legislação vigente na data do registro da DI,
bem como constata o recolhimento dos tributos, quando pertinente.
Está em processo de implementação o SISCARGA, que possibilitará a
agilização deste processo.
Uma vez registrada a DI, o importador deve emitir o Extrato da DI, que
acompanha os documentos de instrução do despacho, quando necessária
sua apresentação à repartição aduaneira.
O Extrato da Declaração de Importação é o documento que contém um
resumo das informações gerais da operação e específicas de cada
mercadoria e serve de subsídio à atividade de controle aduaneiro, pois
também constam do Extrato alertas, ressalvas e condicionantes gravados
no Sistema.
10.9.2. SELEÇÃO PARAMETRIZADA DE CANAIS
A conferência aduaneira é definida com a seleção de um dos canais a
seguir, feita automaticamente pelo Siscomex segundo parâmetros
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal:
o Canal Verde – o sistema procede ao desembaraço automático da
mercadoria, dispensados o exame documental da declaração, a
verificação física da mercadoria e a análise do valor aduaneiro;
o Canal Amarelo – há exame documental, dispensadas a verificação da
mercadoria e a análise do valor aduaneiro;
o Canal Vermelho – a fiscalização aduaneira procede ao exame
documental e à verificação física da mercadoria, dispensada a
análise do valor aduaneiro;
o Canal Cinza – ocorrem o exame documental, a verificação física da
mercadoria e a análise do valor aduaneiro (o importador, quando
selecionado este canal, deve preencher, no próprio Siscomex, a
Declaração de Valor Aduaneiro – DVA).
10.9.3. DESEMBARAÇO ADUANEIRO
Consiste no ato final do despacho aduaneiro, pelo qual se autoriza a
entrega da mercadoria ao importador. O desembaraço é registrado no
Sistema pelo AFRF designado. Nas Unidades da SRF onde esteja
implantado o MANTRA, é aproveitada a função Desembaraço para liberar,
no Siscomex, a emissão do Comprovante de Importação.
Concluído o desembaraço, ocorre a transferência de dados para o sistema
de câmbio do Banco Central do Brasil, com o intuito de vinculação às
operações de câmbio celebradas em pagamento de importações, bem como
são disponibilizados os dados para elaboração das estatísticas de
importação.
10.9.4. COMPROVANTE DE IMPORTAÇÃO

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Importação
Após o Registro do Desembaraço das mercadorias no Sistema, o AFRF
designado emite o Comprovante de Importação, apõe carimbo e assinatura
e entrega o documento ao importador, para liberação da mercadoria.
Embora constitua prova de ingresso regular da mercadoria no País, este
documento não substitui a documentação fiscal exigida nos termos da
legislação específica, com o intuito de circulação no território nacional.
10.9.5. ENTREGA DA MERCADORIA
A entrega da mercadoria pelo depositário ocorre mediante apresentação do
Comprovante de Importação. Nas URF de despacho onde esteja implantado
Mantra, a entrega da mercadoria é permitida após o registro do
desembaraço neste Sistema.

11. FORMAÇÃO DE PREÇO DE IMPORTAÇÃO – MODELO SIMPLES


Apuração do Valor da Mercadoria na saída do porto de descarga (Brasil),
considerando:
o Valor líquido recebido pelo exportador estrangeiro (deduzida a comissão de
agente): US$ 27.000,00;
o Comissão de agente sobre Valor FOB ou VMLE (valor da mercadoria no local de
embarque): 10% por dentro;
o Frete internacional: US$ 3.400,00
o Seguro sobre Transporte Internacional: US$ 600,00;
o Imposto de Importação (II): 10% por fora;
o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): 13% por fora;
o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS): 18% por dentro;
o Adicional do Fundo de Renovação da Marinha Mercante (AFRMM): 25% por fora
sobre o valor do frete;
o Taxa de Câmbio: US$ 1.00 = R$ 3,00 (Considerado);
o Despesas administrativas e bancárias (elaboração de documentos, despachante
aduaneiro e custos bancários): 4% sobre valor apurado após incidência dos
tributos;
o THC (Terminal Handling Charge) ou taxa de movimentação de contêiner no porto
de desembarque: US$ 250,00.
Cálculo:
o VMLE - Valor da Mercadoria no Local de Embarque:
VMLE = 27.000 + CA = 27.000 + 10% VLME, ou seja: 27.000 = 0,9 x VLME
VLME = US$ 30.000,00
o VMLD - Valor da Mercadoria no Local de Desembarque:
VLMD = VMLE + frete + seguro
VLMD = 30.000,00 + 3.400,00 + 600,00
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Importação
VLMD = US$ 34.000,00
VMLD em Reais: VMLD em US$ x R$ 3,00 = R$ 102.000,00 (base de cálculo
para a taxação da importação ou Valor Aduaneiro)
o Impostos, Taxas e Adicionais Federais:
ƒ Imposto de Importação: (10%)
II = 10% VMLD
II = 0,1 x R$ 102.000,00
II = R$ 10.200,00
ƒ Imposto sobre Produtos Industrializados: (13%)
Base de incidência: VMLD + II = R$ 112.200,00
IPI = 13% x 112.200,00
IPI = R$ 14.586,00
ƒ Imposto sobre Circulação de Mercadorias: (18%)
Base de incidência: VMLD + II + IPI = R$ R$ 126.786,00
ICMS = R$ 22.821,48
ƒ PIS e COFINS (IN SRF nº 426 de 27/07/2004)

onde,

VA = Valor Aduaneiro

a = alíquota do Imposto de Importação (II)

b = alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

c = alíquota da Contribuição para o PIS/ Pasep - Importação

d = alíquota da Cofins - Importação


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Importação
e = alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de
mercado-rias e sobre prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)

D = quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas


aduanei-ras, conforme estabelecido na alínea "e" do inciso V do
art. 13 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996,
com a redação da Lei Complementar no 114, de 16 de novembro
de 2002

X = {1+0,18 [0,1+0,13(1+0,1)]} / (1 – 0,015 – 0,076 – 0,18) = 1,43469


Y = 0,18 / ( 1 – 0,076 – 0,015 – 0,18 ) = 0,24742
ƒ COFINS: (7,6%)

COFINS = 0,076 x (102.000,00 x 1,43469 + 2.550,00 x 0,24742)


COFINS = 0,076 x (146.338,38 + 630,92)
COFINS = 0,076 x 146.969,30
COFINS = R$ 11.169,67
ƒ PIS/PASEP: (1,65%)

PIS / PASEP = 0,0165 (102.000,00 x 1,43469 + 2.550,00 x 0,24742)


PIS / PASEP = 0,0165 x (146.338,38 + 630,92)
PIS / PASEP = 0,0165 x 146.969,30
PIS / PASEP = R$ 2.424,99
ƒ Preço da Mercadoria Nacionalizada:
PMN = VMLD + II + IPI + ICMS + Cofins + PIS/PASEP
PMN = R$ 102.000,00 + R$ 10.200,00 + R$ 14.586,00 + R$ 22.821,48 +
R$ 11.169,67 + 2.424,99
PMN = R$ 163.202,14
ƒ AFRMM: (25% sobre o frete)
Base de incidência: US $ 3.400,00 = R$ 10.200,00
AFRMM = 0,25 x R$ 10.200,00
AFRMM = R$ 2.550,00
ƒ Despesas Administrativas e Bancárias: (4% sobre o PMN)
Base de incidência: R$ 162.446,17
DAB = 0,04 x R$ 162.446,17
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Importação
DAB = R$ 6.497,85
ƒ THC: US$ 250,00
Base de incidência: US $ 250,00 = R$ 750,00
THC = R$ 750,00
Valor da Mercadoria Importada na Saída do Porto:
VMISP = PMN + AFRMM + DAB + THC
VMISP = R$ 163.202,14 + R$ 2.550,00 + R$ 6.497,85 + R$ 750,00
VMSP = R$ 172.999,99
VMSP em US$ : R$ 172.999,99 / R$ 3,00
VMSP = US$ 57.666,33
Ou seja, considerando que o preço de aquisição foi de US$ 27.000,00,
houve um aumento de 113,6% sobre o preço original.
Niterói, 21 de julho de 2009

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