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ENTIVAÇÕ ES

Técnicas de integração na construção Suíça


Entivações
Alguns cuidados a ter na execução de entivações.

Os trabalhos de construção civil, incluindo trabalhos de abertura de valas ou


escavações, são trabalhos de elevado risco para os seus trabalhadores. Os
soterramentos são das principais causas de morte em trabalho de escavação, por isso,
deve-se promover a segurança dos trabalhadores nesses postos de trabalho.
Os sistemas de entivação são usados de forma eficaz para promover a segurança dos
trabalhadores em obras de escavação e colocação de canalizações enterradas.

A entivação é com certeza um dos trabalhos mais delicados e em que é preciso tomar
algumas precauções para que não ocorram acidentes lamentáveis.

Há vários tipos de entivação, que devem ser analisados previamente em função dos
equipamentos e dos terrenos existentes.

São várias as possibilidades de entivação de valas dependendo do equipamento posto


à disposição na obra.

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Deve tomar em consideração de que em valas com mais de 1,50 de profundidade, não
é permitido trabalhar sem que se proceda primeiro à entivação.

Até esta profundidade, pode-se optar por uma entivação horizontal.

Ilustração 1( Entivação em pranchas de madeira (molduras de 5,00x0,25x0,045)

Quando a profundidade da vala é superior a 1,50 é preferível utilizar uma entivação


vertical, pois este tipo, permite um melhor deslizamento dos elementos, quer sejam
utilizados tábuas, quer sejam utilizados painéis metálicos (sendo este os mais
indicados, graças ao seu peso e á sua maior resistência).

Segurança nas Imediações das Valas ou Escavações


Para além da segurança dos trabalhadores, os sistemas de entivação são de extrema
importância para a protecção e segurança de toda a envolvente da obra. Promovem a

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estabilidade do terreno, assegurando a segurança dos edifícios mais próximos, assim


como as vias de tráfego, mesmo sujeitas a tráfego intenso.

Na execução de uma entivação devem ser dispensado ao máximo a utilização de


pregos, que além de dificultarem o trabalho da desentivação ainda tem a
particularidade de estragarem as esquadrias da madeira eventualmente usada.

Ilustração 2 (Entivação utilizando numa das faces molduras de madeira e na outra painéis metálicos) É
aconselhável utilizar ou uma ou outra.

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Entivações – Método Económico


Em trabalhos de escavação para projectos de saneamento, cerca de 33 % do custo
total da obra é despendido na protecção dos taludes e valas.
Face à situação actual, o custo adjacente na protecção de valas é um factor de grande
importância no planeamento deste tipo de obras, tornando-se num aspecto
importante ao nível do custo e do tempo total da obra.

A legislação Suíça é bastante rigorosa com a Segurança e à que cumprir essa legislação
não só por ser obrigatório mas também para se proteger contra eventuais acidentes.

Nos trabalhos das aberturas de valas deve ser respeitada a norma de construção nº
1796

É obrigatório o uso do capacete, luvas de protecção de cabedal, botas de biqueira de


aço e fato de trabalho apropriado.

Para a execução de uma entivação de uma vala com 1,50 de profundidade, deve
preparar previamente o trabalho a efectuar:

1- Seleccionar os equipamentos necessários e assegurar-se de que se encontram


em boas condições de utilização;

1.1-Pranchas de madeira de 5,00x0,25x0,045;

1.2- Barrotes de madeira 1,80x0,12;

1.3-Estroncas metálicas reguláveis;

1.5-Grampos metálicos de fixação por pregagem;

1.6-Construir dois taipais de madeira utilizando para o efeito:

Barrotes de aproximadamente 1,80x0,12x0,045 na vertical;

Pranchas de madeira com 5,00x0,25x0,045 na horizontal, pregados entre si


com prego de 90mm.

Deve-se ter um cuidado especial na pregagem dos barrotes. Um deve ser


pregado exactamente ao centro do taipal e os outros a 0,30m do final da
prancha, para poder colocar os extensores e facilitar o trabalho do manobrador
do equipamento no caso de ser necessário aprofundar a vala.

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À que ter em atenção que a entivação deve subir sempre acima da vala pelo
menos 0,15m, para impedir que terras ou pedras soltas deslizem para o interior
da vala.

Ilustração 3 (Taipal de madeira para protecção lateral da vala)

2- Proceder à implantação da vala, utilizando para o efeito estacas de


picotamento em madeira, ou se o rigor da mesma o aconselhar a construção de
um cangalho provisório.
2.1-Após a marcação colocar uma prancha de 5,00x0,25x0,045 de cada lado da
largura da vala, que devem ser pregadas a estacas espetadas a alguma
distância da zona da vala, cerca de 0,80, pranchas estas que irão servir de guia
ao manobrador e à prumada da entivação e permitir a circulação do operário
próximo do bordo da vala.
2.2-Proceder à abertura da vala, colocado a terra daí resultante à maior
distância possível do bordo da vala, (o mínimo afastada de 0,60m).
2.3-Se a profundidade for suficiente, colocar os taipais previamente
construídos e proceder ao seu escoramento de preferência utilizando
extensores metálicos reguláveis. Se não for após as operações de segurança,
aprofundar a vala. Com este sistema pode aprofundar aproximadamente mais
0,80m e definir o fundo da vala de forma manual.

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Ilustração 4 (Colocação da prancha guia)

O fundo da vala deve ser regularizado a partir do nível de referência e após a sua
compactação, proceder à betonagem do massame de fundação que nunca deve ser inferior a
0,20m de espessura.

Se for instalar na vala tubos por exemplo de PVC, o massame deve ser corrido e
respeitar as pendentes previstas para o material a instalar. Após a colocação e
assentamento do tubo ou das manilhas de betão, deve proceder ao acompanhamento
dos mesmos, de acordo com as indicações (acompanhamento a betão ou a areia e
material retirado da vala), até à altura do fundo da entivação e depois de este
devidamente compactado, proceder então à desentivação

No caso de ir instalar manilhas de betão com alguma envergadura deve deixar


um neutro para a campânula da mesma a fim de facilitar o seu assentamento, ficando
o corpo da manilha completamente assente no massame.

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Ilustração 5 (Abertura da vala com o apoio de prancha guia)

Ilustração 6 (colocação da entivação horizontal)

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Ilustração 7 (preparação para desentivação horizontal)

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Ilustração 8 (Compactação da vala antes da desentivação final)

Ilustração 9 (Retirada da entivação lateral)

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Para trabalhar em segurança deve pregar umas pontas de barrote ao lado das
existentes para apoio das escoras subidas em relação às existentes a largura de duas
pranchas (cerca de 0,50m) e mudar a localização das escoras para essas novas pontas,
retirando as originais e as pranchas que fiquem soltas, voltando a encher e compactar
a vala. Após essa operação pode retirar a entivação, começando pelas escoras centrais
e depois dos lados de fora da vala retirar as outras escoras.

Antiga localização do barrote de construção do taipal.

Outra possibilidade de entivação é a utilização de entivação metálica em painéis com


dimensões pré definidas.

A deslocação destas obriga ao recurso de máquinas mas é de certeza mais rápida e


prática a sua utilização apesar do custo do equipamento que apesar disso se torna
rentável visto a sua utilização ser possível por bastantes vezes.

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Ilustração 10 (entivação com elementos metálicos)

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ENTIVAÇÕES VERTICAIS
Dependendo do equipamento em obra, por vezes é utilizada uma entivação vertical,
quando não existe na obra guias metálicas para orientação da instalação das estacas
pranchas o operário tem que estar habilitado á execução de uma entivação no local,
não podendo no entanto prescindir do seguinte equipamento:

1. Estacas prancha, ou em alternativa pranchas de madeira 3,00x0,25x0,0045);


2. Longarinas (vigas de madeira com 5,00x0,16x0,12m;
3. Pontas de barrote (0,80x0,12x0,08m);
4. Correntes para suspensão das longarinas;
5. Escoras metálicas que atinjam a largura de vala, dependendo da largura da vala
e do tubo ou manilha a instalar;

Ilustração 11 (Exemplo de uma entivação vertical utilizando estacas pranchas e com guias metálicas)

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Método para a execução de uma entivação vertical, recorrendo ao equipamento


mínimo:

Após a abertura da vala até à profundidade de 1,50 aproximadamente, deve:

1. Colocar no fundo da vala uma longarina de cada lado da vala, assente sobre
pontas de barrotes para permitir o aperto das escoras metálicas em cada
extremo (a 0,30m) e no centro da longarina. Após a sua colocação na prumada
com a tábua guia;

Ilustração 12 (colocação das longarinas no fundo da vala para servirem de guia ás pranchas)

2. De seguida colocar na vala sobre as escoras 2 longarinas de madeira


5,00x0,16x0,12 de espera, assim como quatro pontas de barrote com 0,80m e
três escoras metálicas;
3. Colocação em cada extrema do módulo (5,00m) uma estaca prancha metálico
ou uma prancha de madeira 3,00x0,25x0,045, aprumada com a tábua guia,
fixando-a a esta com a colocação de uma prancha de madeira
5,00x025x0,045m;
4. Pregar uma prancha ao nível da guia superior, deixando o espaço suficiente para
a entrada da prancha de madeira ou da estaca prancha;

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Ilustração 13 (colocação de prancha auxiliar para a prancha guia deixando a abertura suficiente para a entrada da
estaca prancha ou da prancha de madeira)

5. Colocar as estacas pranchas devidamente encaixadas nos dois lados da vala;


6. Com o auxilio de quatro pontas de barrotes de 0,80m,colocar as outras duas
longarinas que estavam de espera no fundo da vala e ajustar-lhe as escoras
metálicas previamente preparadas;

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Ilustração 14 (colocação de estacas pranchas com o auxilio de máquina)

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7. Após a colocação das pranchas verticais, retirar a tábua guia superior assim
como a tábua de ajuste interior da vala e proceder ao enchimento com material
escavado entre as pranchas e os bordos da vala, compactando-o bem e corrigir
o aperto das escoras entre as longarinas, como mostra a imagem seguinte. Esta
compactação vem auxiliar a fixação das barreiras laterais da vala e permite
trabalhar com muito mais segurança;

Ilustração 15 (exemplo de entivação com pranchas de madeira e estacas prancha)

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8. Sendo necessário aprofundar a vala para a instalação de tubos a uma maior


profundidade, estão assim criadas as condições para executar o trabalho em
perfeitas condições de segurança. É necessário dispor de um operador com
bastante experiência para desenvolver o trabalho com qualidade e em
segurança. Deve escavar aproximadamente 0,80m e cravar as estacas pranchas
com a ajuda da máquina;

Ilustração 16 (cravar as estacas pranchas)

9. Para cravar as estacas pranchas deve abrir a vala em cada extremo e cravar uma
estaca prancha em cada lado da vala. Deve pendurar as longarinas, para as
manter no local original. Para o efeito deve pendurar com correntes metálicas
fixadas ao orifício destinado a transporte da estaca prancha e trava-las nas
longarinas superiores e desta pendurar a inferior;

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10. Após garantir a segurança da estrutura pode proceder ao aprofundamento da


vala e das estacas prancha e á instalação do tubo;
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Como escolher o sistema de entivação adequado?  

Determinação da Pressão do Solo

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Compressão do sistema de entivação


A compressão sobre os painéis de entivação é tanto maior, quanto maior for o
comprimento do painel. È no centro dos painéis onde se exerce a maior carga de
pressão, estes tem de ser dimensionados e adequados à pressão equivalente.
Para se ter uma ideia da pressão exercida, sito o exemplo seguinte. Numa vala de 6 m
de profundidade, o sistema de entivação terá de aguentar uma pressão de 34,13 kN
por metro quadrado, ao que corresponde à massa equivalente de 3,5 Toneladas.

Profundidade da vala
A profundidade da vala é um factor condicionante na escolha do sistema a utilizar, é
conveniente escolher o sistema adequado à profundidade da vala.
Deve-se registar que não se deve optar por introduzir dois sistemas de entivação
acoplados um por cima do outro, pois tal procedimento poderá levar à ruptura do
sistema ou à impossibilidade de se retirar o sistema no fim da obra, devido às diferenças de
pressão exercidas pelo solo, nomeadamente a forças de fricção e de adesão.

Dimensionamento da Estrutura para trabalhos de Saneamento


O dimensionamento dos sistemas de entivação em obras de saneamento deve ser
executado mediante o cálculo simples das estruturas, nomeadamente a largura entre

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painéis e o posicionamento dos travessões (Possibilitando o espaço adequado para a


realização dos trabalhos de forma segura).

O cálculo é feito considerando o diâmetro externo da canalização, ou, no caso de


canalizações não circulares, considera-se a sua maior largura.

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