PROF.º CARLOS AUGUSTO MATTEI FAGGIN DIOGO DIAS LEMOS N.USP: 6817231
RESENHA FILME 1 PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO
Lançado em 2006, o filme do diretor alemão Tom Tykwer é baseado
no romance de Patrick Süskind, Das Parfum: die Geschichte eines Mörders, publicado em 1985 e considerado uma obra prima da literatura alemã. Conta com atores como Dustin Hoffman, Alan Rickman e Ben Whishaw como protagonista. A multidão aglomerada na praça protestava e esbravejava aos pés do edifício central. Um homem fraco e abatido fungava profundamente enquanto era arrastado para a varanda. Um escracho público certamente o aguardava. O julgamento em questão era contra o jovem Jean-Baptiste Grenouille. Na Paris de 1738, embaixo de uma barraca de peixes numa feira de rua, uma mulher fazia o próprio parto, auxiliada apenas pelo imundo instrumento de trabalho. Deposita o recém-nascido ali mesmo, com a mesma naturalidade com que se levanta e devolve a sofrida adaga à mesa. Seu choro o fez descoberto. Seu choro condenou a mulher à morte. Criança tímida, que não se importava com o deboche dos colegas de orfanato por ser extremamente quieto e deslocado. Não era incapaz. Só não lhe agradava falar. Relacionava-se com o mundo de outra forma: de olhos fechados, de boca calada. Levou alguns anos para distinguir seu mágico olfato da ordinária vida que levava. Era capaz de distinguir os mais diversos e distantes odores a sua volta, mas não seu próprio. Não só era capaz de materializar viagens ao seu redor estando imóvel, sentindo o aroma da terra, da pedra, da água, da cavalaria se aproximando... Sabia que seu destino era viajar para buscar – e coletar – todos os odores do mundo e o mais incrível dos aromas. Adquirir uma identidade. De um ninguém, passa a ter seu dom reconhecido e desejado até pela mais refinada fábrica de perfumes da França. Poderia controlar o mundo, ficar rico. Mas não era uma pessoa comum. Todos com que convivia morriam após se separarem. E saber que o mais desejado e poderoso dos perfumes não era coletável o deixava furioso. Suas atitudes também não respondem ao senso comum. E é esse o principal dilema do filme, o direito de conviver e responder às leis da sociedade para um indivíduo que nunca pertenceu ou quis pertencer a esta. A alguém diferente, que vive num mundo fantasioso, mas com o dom de influenciar outras pessoas e até fazer a pessoa que mais o odeia chamar-lhe de anjo. O mercado de peixes da maior cidade da Europa era o local mais fétido do planeta. A Paris da metade do século XVIII estava poluída pela decadência do espaço, pela presença de homens pobres renegados. É nesse contexto que Jean-Baptiste sai em busca de novos cheiros, do aroma que o satisfaria. Ele próprio não possuía cheiro, e, para ele, identidade. A história pode ser considerada em relato pela incessante busca pela essência humana. A trama, no entato, só tem sentido porque se dá em uma cidade que proporciona a Jean-Baptiste novas oportunidades, uma cidade quase tão importante quanto um personagem, a cidade do perfume. É possível estabelecer um paralelo entre a Revolução Francesa e o fim do filme, imaginando que população se alimenta dos “ideais” de Jean- Baptiste, na busca de uma identidade para alguém, no caso, toda uma população, num espaço sem direitos, sem lugar na sociedade.
RESUMO E QUESTÕES DE VESTIBULARES COM GABARITO SOBRE A REVOLUÇÃO FRANCESA E O PERÍODO NAPOLEÔNICO Prof. Marco Aurélio Gondim (WWW - Mgondim.blogspot - Com)