Você está na página 1de 2

Análises Harmônicas

(A chave da interpretação)

Caríssimos: é com imenso prazer que lhes comunico que estamos


estreando um novo período na nossa coluna, que vai se estender durante os
próximos doze meses. Com novos assuntos e novo formato, teremos mais espaço
para discorrer sobre as aulas, possibilitando aos colunistas explicarem com
maiores detalhes cada assunto.
A partir desta edição, o nosso assunto será a improvisação. Fico muito feliz
com isso, pois improvisar é uma das minhas grandes paixões, e como a maior
parte dos e-mails que recebo são perguntas referentes a esse assunto, deu pra
perceber que pairam muitas dúvidas com relação à arte de improvisar.
“Que escala eu uso nesta ou aquela situação?”, “Não sei como resolver tal
modulação!”, “Como pode este acorde ir para aquele outro sem nenhuma relação
aparente?”, “Conheço todas as escalas, mas não sei como improvisar em
determinada música!”... Estas são perguntas freqüentes de leitores, alunos e nos
workshops, e todas estas questões tem ligação direta com a análise harmônica,
que será a tônica do assunto de nossas lições.
Muitos alunos já estudaram os campos harmônicos e dominam um arsenal
de escalas, arpegios e licks, mas na hora de improvisar, têm muitas dificuldades
sobre o que usar em determinadas situações. Isto se deve ao fato de que eles não
sabem ou simplesmente conseguem fazer análise harmônica das músicas.
Não adianta conhecer só as escalas, mesmo que você saiba todos os
modelos possíveis e em qualquer lugar no braço do instrumento. Ninguém
consegue improvisar bem se não estudar harmonia e não souber fazer análise
harmônica. Nossas próximas lições vão tratar desse aspecto da improvisação.
Não vamos nos deter em escalas, modos ou campo harmônico pois, para
trabalhar a análise, é necessário que você já domine estes assuntos ou se
comprometa em estudá-los para aproveitar melhor as lições que serão colocadas
de forma gradual. Começaremos com casos bem simples, aumentando o nível de
dificuldade a cada aula, de forma que, ao chegar no final destes doze meses, você
possa ter um curso de improvisação e análise harmônica numa apostila com doze
lições.
E afinal de contas, pra que serve a análise harmônica? Bom, com ela, você
será capaz de identificar tonalidades de uma música e suas modulações (quando
ocorrerem), e saberá descobrir a que campo harmônico pertence cada seqüência
de acordes que aparecer em alguns temas mais complexos, pois somente desta
maneira você pode descobrir, e então decidir, que escalas vai usar para resolver
cada situação.
Em muitos casos, há mais de uma opção de escala a ser usada,
dependendo do efeito e sonoridade que você busca. Por isso, é tão importante
estar consciente das funções harmônicas de cada acorde, dependendo da
situação em que ele aparecer, já que um mesmo acorde pode pertencer a vários
campos harmônicos simultaneamente. Depende de você verificar qual função que
ele está cumprindo dentro de uma seqüência de acordes.
Como material básico e requisito para as próximas aulas, vou deixar-lhes os
principais campos harmônicos. Guarde bem, estude e, principalmente,
transponha-os para as outras tonalidades. Para que você seja capaz de identificar
modulações, é necessário conhecer bem todos os campos harmônicos.
Os números romanos embaixo de cada acorde representa a cifra analítica
que usaremos ao longo do curso. Letras maiúsculas representam acordes maiores
ou dominantes, e letras minúsculas representam acordes menores ou diminutos.

Dó Maior

C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

I7M iim7 iiim7 IV7M V7 vim7 viim7(b5)

Lá menor natural

Am7 Bm7(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7

im7 iim7(b5) III7M ivm7 vm7 VI7M VII7

Lá menor harmônica

Am7+ Bm7(b5) C7M(5+) Dm7 E7 F7M G# º

im7+ iim7(b5) III7M(5+) ivm7 V7 VI7M viiº

Lá menor melódica

Am7+ Bm7 C7M(5+) D7 E7 F#m7(b5) G#m7(b5)

im7+ iim7 III7M(5+) IV7 V7 vim7(b5) viim7(b5)

Você também pode gostar