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Evolugao das Pesquisas em Comunicagao Ainda que a preocupacdo com a comunicacio estivesse presen- te desde a Antigiiidade, foi somente com a consolidacio do regime capitalista mocderno, a invencao clos sistemas téenicos basicos © as Iéia da comunieacao Hecessidlades do livre comércio que surgiu a id como clemento que integra as sociedadcs humanas. A invenco da prensa mecanica, no século XIX, permitiu 6 au- mento da tiragem dos livros, que se tornaram o primeiro veiculo con- invencio do telégralo alterou o proceso sa possibilidade do uso de fotografias sumido em largu escala. de circulacdo de informacés Apontou novo car he para os jornais. Nesse munde em transfermacio iniciam-se com Auguste Comte os estudos que culminaram com o surgimento da soc Positivisma: orocuraia em suas wmestigagaes talar 0 fates, criac lets events are exalicar dia sociale © jad (O49 fiisofo frances Augusto Comte 1857) Sociedade de Massa: Laie vesuilante da fadustnatzagaio progressiva, do aftuo cas inuftubes 2s cidades, 02 1020 oes tates de igualaage 6 i datricas, Quiro fator 15. retigian, © owas, logia © do pensamento positivista. Para Comte, a sociedade in- dustrial trazia em sia possibilidade de satisfazer as necessidades humanas © cra fator que gerava riqueza © prosperidade. Seus interesses voltavam-se para a manutcneae da ordem e a reorgani- zacio da sociedade mediante idéias cientificas Filosofia Positivista de Comte servin de ba mento dos tabathos do francés Emile Durkheim, que, ignalmente, se preocupou com a questa da ordem. Durkheim introduzitt a nocao da para o desenvolve social do trabalho ¢ a comunicacae passou a scr vista come um divisa fator que poderia organizar os espacos ccondmicos ¢ elemento que de= ur 0 tabatho eoletivo nas grandes Fibricas, veria ser usado para estrut Hebert Spencer desenvalyen 0 conceito, ja analisade por outros pensadores, de uma relagio de equivaléncia da sociedade com 0 or- ganismo humano e levou a extremos a idéia da continuidade entre a ordem bioldgica e a ordem social, na qual a comunicacae teria o informucocs, papel de distribuidor ¢ regulactor de amento da sociedade come organismo, como conjunte O pe de Grgaos desincumbindo-se de fingdes determinadas, ispira as de uma ciéncia da comunicagie (MATTE- primeiras conceped LART; MATTELART, 1999, p. 13) © caminho desenvolvido por Durkheim nao é, porém, o unico to da comunicacao, alizada como sociedade de massa aabordar a que: A idéia cla sociedade comeson com o aprofundamento das criti vida do homem nas aglomeracdes urbanas. Gresceuo medo da de- éncia do declinio da familia, burocea- nels as ds novas condicoes de sintegracdo social come des tizacéu crescente, desigualdade c seguranca. Nas duas tiltimas décadas do século XIX, @ crescimento clas ei- ado clas multiddes dades ¢ a8 debates sobre o controle do oper compostas de “homens massa” introduziram a questao da “gestiio das inultidées”. Nessa nova era, chamada por Gustave Le Bon de “idade das multiclées”, a agao coletiva era guiada pela cmocao & nao pela razdo, Isso significa exatamente que, a0 inves dos vinculos estiveis de uma ordem social, os U dos individuos cram os fatores determinamtes da civilizacio (De- FLEUR; BALL-ROCKEACH, 1998, p. 202). A partir dai, comeca suracdo humana, em principio, com 0 obj mentos perigosos para a sociedade, E desta época 0 primeiro estude. sobre a “tipologia dos leitores” frente, 0 debaw sobre a “natureza politica racionais, aicos psiquicos, irvefreados, ¢ até as ciéncias de me ma se desenvolver o de identilicar cle- Um pouco mais da opinido ptiblica, recentemente liberada das coerc6es impostas a imprensa” (MATTELART: MATTELART, 1999, p. 22) fez em tabalhos claborudos por Scipio Sighele e o ja citado Gustave Le Bon “A psicologia das multidées”” or cientifico © haseiase em uma série de O estudo nae tem ri preconceitos existentes na época, mas foi o primeire a refletir sobre a massa. O auter entende que o individuo perde sua identidade na fem uma natureza propria, é impulsiva e potencialmente perigosa. imultidao. Segundo Le Bon, a mass feminina, yohive Gabriel Tarde respondcu a essa visto, introduzindo 0 conceit de “era dos pitblicos", uma visio mais complexa e que teoriza sobre a importancia dos grupos (partidos, parlamentos, associagées ete.). ndo.o termo pelo qual Para Tarde, a comunicacado (ou, uti ele a denomina, a conversagao) difere segundo a natureza dos pa Ucipantes, scu grau de cultura, condigao social, profissao e crengas, 1: Home Massa: tndtvcin presente era vasias classes sucis abataltadg, viotente, sein comprar hosmem mesa nao avalia a si prope thom nevi ia mal, gente" e gasta de se sontir igual ans o (homer massa baspia as si especiakeauia ugado a teenica 0 4 cbmc lise culteraiiignte abrangente gem no na ‘tala us. O ode Gestao das muitcfpes: Dispositivos Ye contro as da ft ios @ demagraticas que ert trate da poputagao a ise de 8 1 weo8 ideo ras, urna vez Que, para alguies a tahOSOS, 4 MASSA OVA LAM otencia!] para toda a secieeacl (ve! oy Psicologia das Moltides: Esludos infroduzidas pe. ighete « pia miu Gustave sPRon a eto uma vis Jara dla snsveaiate & busea a comoneensdie dios “grimes di massa IS OlENcias Caletivas ca alee corn Base na Bresenca dé condufores © canchites, hypmolcas cones # hianotizadias, Fra dos Pabticos. uma fonga stars alas Aituso de ics. Ao comtario ppublicos pragridern corn a sociate ins te tansparte © vs 25 19985, OS Sociedade de Consumo: caractercade pelo capitedame polg dosenvatvimenta insist avancaun & pete 10 massio de Bons © Servgos, no qual valorieacao social eo propia bew-estar pessoal tao diretamente relacionados 4 aguisiga® ot bens raters. 4 sociedad de consume & sovi- pels Coustanfy busca va sansfagao ds esses individuals € nets cantina cnecacrrecriagao de ‘novos deseias a serene satistetos Aodole sai ate difere em funcdo da tematica, Ele critica o trabalho de jgutalm Durkheim, alegando que ele tabalha os fatos sociais “exteriores” ¢ va das interucdes sociais. propdc o estudo da natureza subjct Os conceitos utilizadas pelos estuciosos das “mu necer o subsidio findamental para a andlise dos meios de comuni- n Jes” yao fore cacio, Outros autores igualmente icativos, como é 6 caso de Max Weber, também identificam em seus trabalhos a necessidade de pesquisar © contetido dos meios de comunicacas, No século XX tornase mais forte a idéia de que o homem obe- decia a “automatismos comportamentais” © surge a nogao de que os jornais, o cinema € mais tarde 0 radio, sao veiculos eficicntes (¢ ) de controlar as massas. Surge, para alguns autores, a timica maneira entio, estudos especificas sobre as acée: sempre ligados ao desenvolvimento de comunicagao ¢ sobre os meios de comunicacio, qua industrial, social e tecnolégico, De fato, o desenvolvimento desses estucdos esta implicitamen- le das te ligado ao desenvolvimento da propria sociedade indust transformacdes impostas por essa sociedade ao mundo ocidenral, que passaya a necessitar cada ver 1 tes de comunicacao. de processos rapidos ¢ eficien- Entre os pionciros, destaca-se 0 trabalho do alemao Otto Groth que escreveu uma “teori” sobre o jornal impresso nas primeiras dé- cadas do século XX, em Estrasbungo, na Alemanha, Em funcao dos processos de urbanizacdo, da consolidacio do capitalismo industrial ¢ da instalacao da socicdade de consumo, que necessitava usar, cada yez mais ¢ de forma mais eficiente, os meios de comunicacaio, grandes empresas sc organizavam € montavamn de- partamentos especializades em preparar e divulgar mensagens que otimizassem os processos produtives Paralelamente, empresas € governo comecaram a destinar re~ formas” de comunicar suas idéias de ma- cursos para pesquisar neira mais eficiente. Ajo mesmo tempo c bens agilizaram © comércio internacional ¢ se ampliav t larga oferta de procdutos industrializados & a dispute dos consumideres em potencial alavan- los eram bilidudes de transporte de Tule lovas pos: a necessidade de uma maior circulagie de informagse: cavam a publicidade, Em muitos casos, os produtos oferec sin ara diferencid-los, as Clupresas passarani i criar “homes” ou diferenct comunicacao. A importincia das mareas cresceu ¢ a producao indivi- dual fens : ‘ BeBe" Tos sien. 01@oresentatr de passou cada vez mais a oricntar-se pelos “simbolos” ou pelos signi- — jpeteucto, de una ficados atribuidos a cles pelos processos de comunicacdo de massa Aléim disso, os usos da comunicacio também tomaram dimen- s6e8 politicas. A importancia dos meios de comunicacio cresceu com — tp nates muons seetoss socataaates de a Guerra Mundial (1914-1918), quando os veiculos de co- _ jateracao sistemstica com a eoisinnct municacio cram destacados pelo potencial de persuadir ¢ valovizar Hos por “marcas” ¢ a investir cm publicidade nos yeiculos de mrea: 0 que 0 a Prim 95 sentiments cla populagao na sustentacao da economia € no forta- Tecimento dos idcais nacionais. Apos acrise de 1929, os Estados Unidos ineluiram a comunicacio No projeto de retomada econdmica, reconheccndo, implicitamente, a mente como wm auxiliar impor importancia dessa nova drea do coul tante para desenvolver planos racionais, objctivando o progresso social No entanto, 0 crescimento dos estudos de comunieacao undo ocerre de forma ordenada e continua em todos os paises ou mes: mo continentes. do mediante diferentes con- Sua importancia foi valorizada ow n Eeitos € visées da sociedade, por sua vez influenciadas por tedricos lises partem de diferentes conccitos. A multiplicidade desses conceitos nos leva a destacar uc a apre- sentago ¢ a andlise das diversas tcorias que buseam entender a co- muy icar ordenadas apenas em funedo do cacio social nde podem seu contexto social, historico ¢ econdmico em que determinado mo- uy delo wérico sobre as comunicacdes de massa aparecet e difundi mas devern ser ordenados também segundo os tips de teoria social pressupostos ou explicitamente evocados (que, frequcmtemente, tra- zem modelos sociolégicos implicitos). Outro ponto que deve servir de base para esta ordenacao é 0 modelo do proceso comunicative que cada teoria apresenta. F pem as correntes/escolas de comunicacdo de diferentes maneiras. renles visdes © traballiar s abordagens difercneiackas fatzem com que os autores agrue Neste livro, procurames abranger ¢ com as escolas mais citidas no estado das Veorias da Comunicagio no Brasil, sempre lembrando que o pensamento commicacional sociais, eCOn0- tem efeitos varitiveis segundo as conjunturas culturais 5, fanto nos meios académicos (que trabalham com micas € politic a pesquisa cientifica), quanto entre os profissionais de comunicagao que trabalham com pesquisa ou, simplesmenre, utilizam os conheci- mentos das teorias da comunicacao para a sua pritica profissional. O Campo de Estudo da Comunicacgao chamamos comuni Qs cstudos fundadores cdo que hej cao a da comunicar apontaram os limites que marcam campo de pes cdo clewe desen- chor o reconhecimento de que o estudo di comunics da acio de comunicacio, de que a acao profissional, yolversse a par

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