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DIREITO E LEI

Pode-se perceber que a palavra direito difere-se em algumas línguas com a palavra lei, mas
também se assemelha a uma única palavra em outras línguas, como nos inglês law. Porem o
vocabulário não interfere em nada, o que interfere é o que entendemos pela palavra direito.

O estado nesse meio tem o poder da ultima analise, ou seja, é ele que da o veredito e esta
ligado a classe dominante, pois é ele que rege a organização com os sistemas da sociedade
como o processo econômico.

O estado nos faz acreditar que tudo que vem de direito e lei, esta certo, é imácula, e deixa esta
impressão com tanta persuasão que não é procurado acima das leis. Porque só por este
“direito e lei“ que temos não há transformação social completa.

Em países socialistas o processo leis e direito muitas vezes também favorece o estado, porque
foram feitas para ele.

E na sociedade os grupos que apresentam interesse por uma reconstrução social são
discriminados e em países com governo autoritário são até ameaçados, para que não haja
oposição ao que esta sendo feito e decidido por parte do governo.

Em contra partida os sindicatos, partidos contrários, setores de igreja e muitas outras


associações, lutam para um despertamento do Estado, localizando o lugar do estado que deve
ser do povo para o povo.

O direito humano vem em contraposição a este “direito estatal” que está prejudicando e
através de ditaduras burocráticas-policiais impedem o constante progresso.

O direito, deve ter o sentido da palavra mesmo, de todos da sociedade ter DIREITO, mas o
Estado despreza vários aspectos que poderiam favorecer a sociedade e preferem ver da forma
que for mais agradável.

Em muitos países inclusive o Brasil já se foi e é observado que juízes tem se incomodado com a
situação de não estarmos seguindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos. E no nosso
país este capitulo de evidente constituição de todos os povos que ainda não foi formalizado
como Lei, mas já orienta alguns advogados e juristas.

Já sob o ponto de vista do socialismo, não é contrária a opinião do filósofo marxista alemão
Ernst Bloch, quando diz a seguinte frase “é dignidade é impossível, sem a libertação
econômica” e também ressalta “é impossível também, se desaparece a causa dos Direitos do
Homem. Estes dois resultados não nascem, automaticamente, do mesmo ato, mas
reciprocamente se reportam um ao outro. Não há verdadeiro estabelecimento dos Direitos
Humanos, sem o fim da exploração; não há fim verdadeiro da exploração, sem o
estabelecimento dos Direitos Humanos”. A partir desse ponto de vista vê-se a necessidade de
uma revisão critica mesmo na legislação socialista.
IDEOLOGIAS JURIDICAS

Vamos fazer uma analise abrangendo 25 séculos, e já percebemos que a “essência” do Direito
vai transparecendo, embora de forma incompleta ou distorcida. Observaremos um mesmo
fenômeno de diversos modos distintos e empregaremos o nome ideologia pra explicar as
mudanças, ou seja, falaremos em constante mudança de ideologias.

Primeiro a ideologia significava a origem do funcionamento das ideias, mas ao passar do


tempo foi se dando o sentido de conjunto de ideias e ideais de um determinado grupo ou
pessoa, ou seja, as suas opiniões ordenadas em um conjunto. E observando os ideais e as
ações, chega-se a conclusão de que a imagem mental não corresponde exatamente à realidade
das coisas.

Ninguém raciocina com absoluta perfeição e há sempre uma boa margem de deformação no
seu pensamento, e por isso mesmo o escritor francês Stendhal ficou muito irritado ao
constatar isso, pois ele diz ser enganado, quando se faz um tratado ideológico, com essa frase:
“um tratado de ideologia é um desaforo! Então pensam que eu não raciocino corretamente?!”,
tem que se entender, que temos ideologias, mas elas têm que se adequar à realidade.

Partindo de uma serie de acontecimentos que relaciona os donos do poder, o autoritarismo e


uma politica socioeconômica do conservantismo inglês têm se uma interferência ideológica de
ideias preconcebidas e modeladas conforme sua classe. Vem dessas situações o uso da palavra
ideologia, não mais para um conjunto de ideais, mas para um conjunto de opiniões que não
correspondem à realidade.

Podemos reunir então três modelos de pensamento a respeito de ideologia. Primeiro a


ideologia como crença e segundo como falsa consciência. Nessas duas primeiras a ideologia
tem sua consideração de acordo com o sujeito que a absorve e vincula. Em um terceiro modo
temos a ideologia como instituição, e esta mostra a origem social do produto e os processos
também sociais.

O pensador espanhol Ortega y Gasset considerava as ideias que temos como algo que
adquirimos através dum esforço metal e com um maior grau possível de senso crítico. Já as
crenças como ideologia representam opiniões pré-fabricadas que nos vem pelo contágio do
meio, da educação e do lugar que ocupamos socialmente. Diz ele “Nas ideias nós temos e nas
crenças estamos”, isto é, tudo nos parece tão obvio que nem nos ocorre a mente de discutir
uma coisa ou outra.

Mas o ruim de termos a ideologia como falsa crença ou falsa crença como ideologia, é que não
nos questionamos e não melhoramos a nossa realidade, e muitas vezes a classe dominante
não olha para as outras classes, extinguindo o ideal de sociedade, e fazendo com que
diferenças como o racismo e machismo acentuem-se no nosso meio.

Foi o pensamento marxista que nos esclareceu como a classe dominante mantem o poder
apropriando-se dos meios de produção econômica e de tudo o que representa força e poder,
como por exemplo, os meios de comunicação em massa, à organização do ensino e a produção
de leis.
A ideologia é um fato social que é superior aos indivíduos, mas não se deve coloca-la como
definitiva perfeita ou acabada, justamente por estar sempre em mutação, pois Marx já nos
lembrava de que não somos nem totalmente livres nem totalmente determinados porque
podemos superar as determinações. O ideal é uma conscientização para que sejam
questionadas todas as suas ideologias.

O nosso sistema tem as suas contradições, como a frase “dê a cada um, o que é seu”, pois seria
então dê aos pobres, pobreza e aos ricos, riqueza? Tem que dar certa importância para esses
tipos de questionamentos, pois assim conseguiremos uma conscientização verdadeira de
ideologia.

Em suma a formação ideológica em termos gerais, vem de uma estrutura socioeconômica e de


um repertorio de crenças que os sujeitos absorvem.

Todo esse processo de ideologia reflete nas ideologias jurídicas, pois se percebe que muda os
padrões conforme muda a classe dominante, pode-se ver, por exemplo, a burguesia que
chegou ao poder desfraldando a bandeira ideológica do direito natural, com fundamento
acima das leis.

PRINCIPAIS MODELOS DE IDEOLOGIAS JURÍDICAS

Desde a antiguidade até os dias de hoje tem-se varias ideologias jurídicas existentes, mas nos
atentaremos a duas: o positivismo que é o direito positivo como ordem estabelecida e o
jurisnaturalista que é um pensamento jurídico que sustenta a existência de um direito natural
superior ao direito positivo, e estes são adotados pela maior parte dos juristas.

O positivismo, é justo porque é ordenado e ele não critica a injustiça das normas, diz que o
problema da justiça não é jurídico. Ele limita o Direito apenas à ordem estabelecida e às
normas sociais não legisladas como, por exemplo, costumes do estado e da classe dominante,
que são os centralizadores do poder, os quais produzem as normas jurídicas a partir das leis.

Esta forma de Direito não admite os costumes que na sociedade tornaram-se regras como leis,
pois não passam de costumes. Tudo está subordinado ao que a lei determina. Já no aspecto
sociólogo está relacionado com as formações jurídicas que não são necessariamente lei, ou
seja, normas jurídicas não escritas, não organizadas em leis e códigos, mas que possuem força
de lei, que também acabam por representar classes e grupos dominantes, portanto, mesmo
que não escritas em nada alteram a realidade.

Essas leis também ficam em segundo plano se houver uma legislação estatal. Do ponto de vista
sociológico, o positivismo é apenas uma generalização da abordagem dos fenômenos e das
culturas humanas, voltadas para o Estado que está no controle social e assim dando a ele
substância, validade e fundamento.
Já o direito natural é ordenado, porque é justo e prega que as normas obedecem a algum
padrão superior, ou então não são corretamente jurídicas. Este padrão permanece fixo e
superior a toda legislação.

A ideologia do direito natural é mais antiga que a do positivismo, mas é o positivismo que
atualmente predomina entre os juristas, porque tem raízes na ordem burguesa e capitalista,
sistema o qual vivemos. O jurisnaturalista se desdobra em dois planos e são: primeiro o que é
norma e segundo o que as normas devem conter para serem boas, válidas e legítimas.

As ideologias jurídicas, apesar de suas mudanças e distorções, fornecem uma visão geral dos
problemas de mesma origem gerados a partir do pensamento humano sobre o que é Direito.

É uma imagem da realidade, da historia e da sociedade no seu ângulo jurídico. Com o intuito
de corrigir essas distorções ideológicas, é necessário examinar não o que a humanidade pensa
sobre o que é Direito, mas o que ela faz e como usa esse Direito juridicamente.

A definição de Lyra Filho como sendo uma nova Filosofia Jurídica, serve de embasamento para
buscar esse exame necessário. E isso se deve, ao fato de às ideologias rfexistentes estarem
corrompidas por falsas crenças e por uma consciência desfigurada do que seja jurídico, por
causa da dominação que vêm sendo alterada.

SOCIOLOGIA E DIREITO

Existe um contrario ideológico entre direito positivo e direito natural e só poderá ser
solucionado por uma crítica construtiva desses dois direitos, baseada em um processo
histórico da sociedade.

Essa crítica não pode apenas buscar identificar Direito e processo histórico, mas deve,
principalmente, possibilitar uma procura por aspectos que constituem a prática jurídica, que
tem suas bases na vida social, sem a qual não possui sentido nem fundamento, e a sociologia
demonstra ser o caminho mais seguro para se alcançar esse objetivo.

A abordagem feita pela sociologia é complementada pela abordagem histórica, numa tentativa
de se esquematizar o Direito, a partir de pontos de interação do fenômeno jurídico na vida
social.

Há a possibilidade de se estudar o Direito, sociologicamente, e ter-se mais de um ponto de


vista. A Sociologia Jurídica e a Sociologia do Direito, apesar de as duas serem consideradas
como sinônimas, apresentam abordagens muito diferentes, ainda que entre elas haja uma
interligação. A primeira estuda o Direito de forma abrangente, como elemento do processo
sociológico, a partir de uma estrutura qualquer. A segunda estuda a base social de um direito
específico.

É necessário construir uma visão de discussão social do Direito, para que se possam reformular
as ideologias jurídicas existentes e essa tarefa exige que se determine, ainda que de maneira
simples que se comece a ser aperfeiçoada constantemente a criação de um modelo
sociológico de discussão para melhoria.

A DIALÉTICA SOCIAL DO DIREITO

Hoje, o contato entre as sociedades do mundo inteiro acontece de maneira muito rápida,
graças à agilidade dos sistemas de transporte e dos meios de comunicação, como a internet.

As nações que são organizadas politicamente e dispõem da tecnologia necessária, alcançam


muitos horizontes além de suas fronteiras e, por meio de seus contatos, bons ou ruins,
desempenham um papel importante na ligação dos fatos sociais.

Essa é a forma pela qual os imperialistas revigoram a sua presença e influencia outras culturas.
Mas é também assim que países libertados ou prestes a se libertarem influenciam
positivamente as forças progressistas, sendo inspiradores.

Cria-se então, uma sociedade internacional de discussões. A diferença dessa infraestrutura


internacional é caracterizada pela coexistência, pacífica ou violenta, de variados modelos
econômicos, que têm no desnível dos países entre desenvolvidos ou em desenvolvimento, um
fator de complicação.

A partir desse confronto de interesses é que se faz necessária uma abordagem global do
Direito, no sentido de se encontrar a sua essência e verdadeiro sentido.

Eu penso que é muito importante que ocorram discussões a respeito dos dois tipos de direito,
pra que em algum momento haja um equilíbrio entre os dois, para a melhoria do mesmo e
também para o aumento da qualidade dos julgamentos.

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