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A DEPRESSÃO – Uma desarmonia psicossomática que deve ser reconhecida

e tratada

Estudo elaborado e organizado por Fernando Ferreira Filho – Psicoterapeuta

Site: www.harmoniacomflorais.com

O objetivo deste estudo é demonstrar que a Depressão é uma doença tratável e que, para se
aumentar as chances de sucesso terapêutico, basta reconhecê-la e buscar o devido apoio médico
e terapêutico.

É, portanto, de suam importância que as pessoas com esta desarmonia, assim como seus amigos
e familiares, conheçam e saibam reconhecer as suas principais manifestações, sua gravidade e
possibilidades terapêuticas disponíveis na atualidade.

Espero que com este estudo, mais uma vez, trazer um apoio complementar, o qual, aliado à
relação terapeuta-cliente, facilite o sucesso do tratamento.

O QUE É DEPRESSÃO

Ao contrário do que se pensa a depressão não é simplesmente o sentimento de tristeza, muitas


vezes expresso por “baixo astral”. A depressão é uma doença assim como hipertensão, diabetes,
asma, câncer, etc., que, na verdade, afeta o indivíduo como um todo, pois pode comprometer o
pensamento, o comportamento, o humor, os sentimentos e também a saúde física.

Caracteriza-se por uma série de sintomas que veremos a seguir.

Antes, porém, é importante ressaltarmos alguns aspectos relacionados à depressão:

1. A depressão é, às vezes, confundida com tristeza, luto e outros sentimentos negativos.


Isto se deve ao fato de a palavra Depressão ser, frequentemente, usada para descrever
tais sentimentos, que, embora sejam semelhantes aos sintomas da depressão, não
configuram a doença propriamente dita.
2. A depressão pode ocorrer simultaneamente a outras doenças e ser confundida com
estas.
3. A depressão pode ocorrer simultaneamente a outras doenças e ser confundida com
estas.
4. Problemas sociais tendem a dificultar os reconhecimento da doença ou a procura do
profissional de saúde, certo.
5. Sintomas como tristeza, fadiga, desesperança, problemas relacionados ao sono e
dificuldades de memória ocorrem habitualmente, em muitas pessoas com mais de 65 anos.
No entanto, destas, algumas desenvolvem a depressão e devem ser tratadas.
6. A depressão é mais freqüente no sexo feminino.

COMO RECONHECER A DEPRESSÃO – SINTOMAS

A maioria das pessoas que sofrem de depressão apresenta:


1. Sentimentos profundos de tristeza, desesperança e/ou irritabilidade.
2. Perda do interesse por situações que antes causavam prazer, inclusive lazer e sexo.
3. Os sintomas acima descritos, presentes de maneira contínua, por um período mínimo de
duas semanas, acompanhados de quatro ou mais sintomas da seguinte relação:

- Perda de autoestima, autodesvalorização, pessimismo.

- Crises de choro.

- Alteração do apetite com ganho de peso ou perda de peso.

- Alterações do sono: dificuldade de dormir, dormir em excesso, sono irregular, acordar


mais cedo do que o habitual.

- Dificuldade de se concentrar, de pensar e de memória, indecisão.

- Sentimento de culpa, idéias sobre pecado ou doenças físicas que não correspondem à
realidade.

- Pensamento de morte ou suicídio, tentativa de suicídio.

- Sintomas físicos, como dor de cabeça, dor lombar e/ou sintomas digestivos, persistentes,
sem causa orgânica, que não melhoram com tratamento algum.

Sintomas como estes podem ser normais em pessoas que sofreram alguma perda recente,
porém devem melhorar com o passar do tempo. Se forem muito intensos ou persistentes e
duradouros, devem-se procurar profissionais de saúde.

TIPOS DE DEPRESSÃO

Há basicamente três tipos de Depressão:

1. DEPRESSÃO MAIOR: Que se apresenta por uma combinação de alguns dos


sintomas descritos. Estes sintomas interferem no desempenho das atividades
rotineiras na vida das pessoas, reduzindo-lhes a capacidade de trabalho, ou mesmo
impedindo-as de exercer atividades que, antes da doença, eram praticadas
normalmente.
2. DISTIMIA: é um tipo de depressão menos grave, cujos sintomas são mais
prolongados, porém mais brandos, interferindo menos na vida das pessoas, embora
reduzam a capacidade de exercer suas atividades.
3. DISTÚRBIO BIPOLAR: neste caso, antes chamado de doença maníaco-depressiva,
os sintomas de depressão se alternam com sintomas de euforia, também chamada
fase de mania, com ou sem períodos de normalidade. As mudanças de humor, em
geral, se fazem lentamente, porém podem, também, ocorrer de forma repentina.

COMO RECONHECER A MANIA

Nesta fase, o pensamento, o senso crítico e o comportamento social estão alterados, o


que leva à tomada de decisões profissionais ou financeiras insensatas, e a indiscrições
sociais, gerando situações constrangedoras.

Sintomas da fase de mania são:


 Euforia excessiva ou irritação intensa.
 Diminuição da necessidade dormir.
 Falar muito ou sensação de que não consegue parar de falar.
 Distração fácil.
 Idéias de grandeza.
 Tomar atitudes como gastar muito dinheiro ou adotar condutas sexuais ou sociais
inadequadas, que podem ter efeitos prejudiciais.
 Fazer muitos planos de atividades, às vezes não passíveis de serem realizados,
ou sensação de que não pode parar.

ALGUMAS ORIENTAÇÕES ÚTEIS

1. A depressão é uma doença como outra qualquer e requer auxílio e tratamento.


2. A depressão não é a expressão de uma fraqueza pessoal ou humana ou ainda
falta de “força de vontade”.
3. Não se deve acreditar que a depressão desaparecerá sozinha ou que buscar
tratamento seja uma fraqueza.
4. Não se considere muito velho para obter ajuda ou tratamento.
5. A depressão pode ser tratada como outras doenças, trazendo, frequentemente
em poucas semanas melhora, com conseqüente retorno às atividades
profissionais e a uma vida normal.
6. Após a fase inicial do tratamento, e mesmo que os sintomas tenham
desaparecido, há a necessidade de se continuar tomando medicamentos para
prevenir “recaídas”, que chamamos efeito rebote. Portanto, não se deve
suspender a medicação sem orientação do médico psiquiatra.
7. Os medicamentos antidepressivos começam a exercer seus efeitos benéficos,
após algumas semanas de uso. Assim, se os sintomas persistirem no início do
tratamento, não abandone o tratamento. Evite escutar os “palpiteiros” de plantão.

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Considera-se que aproximadamente 80% dos pacientes deprimidos melhoram com


tratamento, isto é, recuperam-se totalmente, e que a maioria obtém pelo menos algum
grau de alívio da depressão.

São três as modalidades de tratamento da depressão mais frequentemente utilizadas:


tratamento medicamentoso, psicoterapia e associação de medicamentos e
psicoterapia.

1. MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS

Muitos dos medicamentos para o tratamento da depressão são utilizados desde os


anos 50, sendo seus efeitos bem conhecidos, o que facilita seu manuseio.

Existem três grupos de medicamentos antidepressivos mais frequentemente


utilizados no tratamento da depressão: os heterocíclicos, que incluem os tricíclicos e
os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, os inibidores da enzima MAO
(IMAOs) e o lítio. Destes, os tricíclicos são os mais conhecidos e prescritos, por sua
eficácia comprovada.
Estes medicamentos não causam dependência.

A ingestão de bebidas alcoólicas durante seu uso deve ser evitada pelo potencial de
interação do álcool com o medicamento.

Ao consultar um médico, deve-se informá-lo de todos os medicamentos que se está


tomando, sejam eles para qualquer finalidade, pois alguns medicamentos pedem
interagir com os antidepressivos.

O tratamento com um IMAO deve ser acompanhado de restrições alimentares (por


exemplo, alguns tipos de queijos e vinhos), pois pode haver interação com alimentos
e também com outros medicamentos, com conseqüências muito sérias para saúde.

Às vezes o primeiro medicamento prescrito não tem o efeito esperado, havendo


então necessidade de o psiquiatra mudá-lo ou associar um segundo medicamento.

Algumas situações, como depressão crônica e Distúrbio Bipolar, exigem tratamento


contínuo e prolongado, para evitar “recaídas” ou para que não haja piora da doença.

EFEITOS COLATERAIS

Os efeitos colaterais causados pelos antidepressivos são, em geral, passageiros e


não representam problemas graves, embora produzam desconforto. Estes efeitos
devem sempre ser relatados ao médico psiquiatra, porém não se deve interromper o
uso do medicamento sem a orientação médica.

2. PSICOTERAPIA

A psicoterapia envolve a interação verbal entre o terapeuta credenciado e o paciente


com problemas emocionais ou comportamentais.

O psicoterapeuta investiga as prováveis causas emocionais e aplica técnicas


específicas para auxiliar o paciente a se conscientizar do problema, a se conhecer
melhor e assim mudar seus pensamentos, atitudes, sentimentos e comportamentos
negativos.

Há muitas formas de psicoterapia que ajudam pacientes deprimidos. Destas algumas


psicoterapias breves, isto é, com períodos curtos de duração (aproximadamente 16
semanas), tem eficácia comprovada. E as psicoterapias holísticas que tratam o
paciente de forma integral, de forma rápida e objetiva, com aplicação de remédios
homeopáticos e florais de Bach, sendo que estes últimos atuam diretamente no
centro das emoções, de forma rápida e bastante certeira.

3. ELETROCONVULSOTERAPIA

Para os casos mais graves de depressão, pode-se utilizar a eletroconvulsoterapia.


Este procedimento médico interfere com determinadas substâncias químicas do
cérebro, trazendo benefícios imediatos para casos mais graves. Ela, vista no
passado com certo preconceito, é atualmente feita com o uso de anestésico e
relaxante muscular, para evitar complicações ou qualquer dor. É um tratamento com
90% de eficácia.
OUTRAS RECOMENDAÇÕES

Além do tratamento instituído pelo médico psiquiatra e o psicoterapeuta, existem


outros pontos em que se pode atuar para melhorar a depressão. Ela leva ao cansaço
extremo, sentimento de desvalorização e à insegurança. É importante que o
indivíduo, os amigos e familiares compreendam que isto faz parte da doença e
desaparecerá com o tratamento adequado.

NESSE MEIO TEMPO, HÁ ALGUMAS MEDIDAS QUE PODE AJUDAR:

 Evitar a solidão, permanecendo junto a outras pessoas.


 Buscar alguma atividade que ajude a se sentir melhor.
 Não exigir muito de si mesmo, nem se impor tarefas ou alvos muito difíceis.
Procure reduzir temporariamente o grau de auto-exigência.
 Evitar tomar decisões importantes sejam elas profissionais ou pessoais.

Enfim, a depressão é uma doença ou desarmonia psicossomática, como outra


qualquer e passível de tratamento. Considere estas informações em relação a si, a
amigos ou a familiares e procure o profissional adequado.

Certamente o reconhecimento e tratamento da depressão trarão enormes benefícios


e proporcionarão uma vida com qualidade e profissionalmente produtivas.

FONTES:

American Psychiatric Association: Let´s Talk Facts About Mental Illnesses –


Depression – 1993.

Departament of Health and Human Services: Depression is a Treatable Illness: A


patient´s Guide DHHS Public Health Service. 1993.

Sargent, M. Depression. U.S. Dept. of Health & Human Services – NIMH. 1990.

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