INSTITUTO DE TECNOLOGIA
Jacqueline Figueiredo
Luiza Fernandes
Raimunda Branco
Rennan Lemos
Belém/PA
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
Jacqueline Figueiredo
Luiza Fernandes
Raimunda Branco
Rennan Lemos
Belém/PA
2009
INTRODUÇÃO
- Estrutura do Átomo
A primeira idéia de átomo nasceu por volta de 460 a.C. na Grécia. Ela resultou de
especulações filosóficas feitas por Leucipo e Demócrito e não de estudos experimentais
sobre o comportamento da matéria. Segundo os dois filósofos gregos, a matéria não poderia
ser subdividida infinitamente. A matéria seria formada por partículas extremamente
pequenas e indivisíveis. Essas partículas foram chamadas átomos (não-divisíveis). De
acordo com Leucipo e Demócrito os materiais apresentariam propriedades diferentes
porque seriam formados por átomos que apresentavam diferentes formas (redondos,
sinuosos e angulosos) e tamanhos (grandes e pequenos).
- Modelos
O modelo proposto por Thomson ficou conhecido como “pudim de passas”, devido
o átomo ser composto de elétrons embebidos numa sopa de carga positiva. Em outras
palavras, postulava-se que no lugar de uma sopa de carga positiva seria uma nuvem de
carga positiva. Foi somente mais tarde que se postulou que os elétrons estavam arranjados
em anéis e circundavam completamente em órbitas a esfera positiva.
O Experimento de J. J. Thomson
Q=Ne
(Tubo de raios catódicos para estudar o desvio dos elétrons pelas forças elétricas e
magnéticas.)
Assim, Thomson encontrou o valor de 1,2x C/g para a relação . O valor atual
obtido para essa relação utilizando-se aparelhos sofisticados com cinco algarismos
significativos é 1,7588x C/g. Thomson verificou que tal relação mantinha-se constante
para qualquer gás utilizado, o que levou Thomson a concluir que os raios catódicos não são
formados por átomos eletricamente carregados, mas sim por fragmentos corpusculares de
átomos, os quais foram posteriormente denominados elétrons.
Com a contribuição de Millikan em 1908 (a qual será abordada mais tarde), ficou
demonstrado incontestavelmente que a matéria é formada por partículas carregadas
eletricamente. Thomson, então, sugeriu que o átomo seria uma esfera uniforme, carregada
positivamente, com um raio de aproximadamente cm, na qual os elétrons estariam
incrustados, semelhante a um pudim de ameixas.
2- Experimento de Millikan
Assim como um dos principais desafios para a ciência durante o século XVIII fora
medir a densidade da Terra e depois a constante gravitacional, um dos principais desafios
para a Física do século XX era medir a força da carga do elétron.
Como o próprio Millikan uma vez explicou, carga elétrica era o que fazia uma
vareta que foi esfregada em pêlo animal repelir uma gota de água. Isso, dizia Millikan, é
um fenômeno elementar da eletricidade: algo chamado “carga elétrica” passa da vareta para
a gota e, em conseqüência, a gota e a vareta se repelem mutuamente.
Foi Benjamin Franklin quem primeiro afirmou que a tal carga consistia em muitas
partículas pequenas ou átomos de eletricidade, ou seja, a carga organizava-se por pacotes.
Era necessário, então, criar um método para poder calcular a carga elétrica dos
elétrons, tendo eles ou não a mesma carga.
Millikan, cientista norte-americano, aceitou o desafio. Isso envolvia uma tarefa
extremamente difícil, pois não possuía sequer uma idéia de qual seria o melhor modo de
fazer o experimento.
Graças a uma equação conhecida como Lei de Stokes, que descreve o movimento
de pequenas gotas d’água através do fluido, Thomson poderia calcular o tamanho médio
das gotas individuais que formavam as nuvens, medindo a taxa em que as gotas caíam. Para
isso, de acordo com a Lei de Stokes, precisaria reconhecer a densidade das gotas (valor
conhecido eram gotas d’água) e a viscosidade do meio pelo qual passavam, cuja valor
também era conhecido, pois o meio era o próprio ar. Assim, sabendo o volume total do
vapor d’água na nuvem e o tamanho de cada gota individual, Thomson pôde calcular o
número de gotas individuais contidos na nuvem. Em seguida, admitiu que cada gota d’água
na nuvem se condensava em torno de um único elétron e, simplesmente, dividiu o valor
encontrado da carga total da nuvem pelo número de gotas individuais e chegou a um valor
aproximado da carga total do elétron. Apesar da fragilidade do experimento, Thomson foi o
primeiro a especular uma valor para a carga de um elétron e assumir que esta carga seria a
mesma para todos os elétrons.
Na prática, Millikan percebeu que muitas gotas permaneciam estáticas. Estas gotas
sofriam uma força de gravidade, que puxa a gota para baixo, com a mesma intensidade da
força decorrente da ação do campo sobre a carga elétrica carregada pela gota, que puxa a
gota para cima. Daí surge o método da gota equilibrada para a determinação da carga do
elétron.
Como antes, ele iria criar cargas elétricas negativas em uma câmara repleta de gotas
– de óleo, dessa vez – escolheria uma e a deixaria cair por algumas frações de segundo,
apenas sob a influência da gravidade. Em seguida, calcularia o raio da gota. Depois,
colocaria uma voltagem nas bandejas e enviaria as gotículas para cima e para baixo, e mais
uma vez para cima. Ele observava as gotículas através de uma janelinha iluminada, pelo
outro lado, com uma lâmpada. Medindo o tempo de queda e de subida, calcularia então as
suas cargas.
Lei de Stokes:
R é o raio da partíula
η é a viscosidade do fluido, e
é a velocidade da partícula.
3- O Experimento de Rutherford
O modelo atômico de Thomson foi bem aceito por muitos anos. Pouco depois de
início do século XX, experimentos realizados na Inglaterra pelos físicos Ernest Rutherford,
E. Marsden e H. Geiger levaram à substituição do modelo de Thomson.
Em 1890, descobriu-se que certos elementos são radioativos, ou seja, que eles
emitem radiação de alta energia, da qual há três tipos: partículas alfa, partículas beta e
partículas gama. Uma partícula alfa carrega uma carga positiva e tem uma massa que é
muito maior do que um elétron. Rutherford, Geiger e Marsden lançaram um fluxo de
partículas alfa emitidas por uma pequena quantidade do elemento radioativo polônio em
várias folhas finas de diversos materiais como mica, papel e ouro. Observaram que, embora
muitas partículas atravessassem as folhas em linha reta, algumas foram espalhadas, ou
desviadas da linha reta. Os três cientistas ficaram intrigados pelo espalhamento da partícula
alfa (o que causou o desvio e por que somente algumas das partículas foram desviadas) e
projetaram um aparelho para medir o ângulo do desvio sofrido pelas partículas alfa, quando
estas passavam através de uma folha extremamente fina de ouro. Neste aparelho, as
partículas alfa foram detectadas por um clarão formado sobre um anteparo revestido com
uma camada de sulfeto de zinco fosforescente. O anteparo era móvel e o espalhamento das
partículas de diferentes ângulos poderia ser detectado e os ângulos, medidos.
Rutherford retomou uma idéia proposta em 1904 pelo físico japonês H. Nagaoka:
um átomo poderia ser composto por um pequeníssimo núcleo carregado positivamente (no
centro do átomo) rodeado por uma região comparativamente maior contendo os elétrons.
Rutherford compreendeu que se elétrons carregados negativamente estavam distribuídos na
maior parte do átomo e se a carga positiva compreendendo a maior parte da massa estava
concentrada em um minúsculo núcleo no centro do átomo então não somente muitas
partículas alfa passariam em linha reta sem apresenta deflexão, mas aquelas partículas alfa
que passassem próximas do núcleo seriam fortemente repelidas por sua carga positiva.
Rutherford concluiu que tais repulsões intensas poderiam justificar os maiores ângulos de
espalhamento apresentados por poucas das partículas alfa, e assim imediatamente realizou
uma série de cálculos detalhados que constatavam que o fato era realmente provável.
• 1. A maioria dos raios alfa passou atravessaram a lâmina sem sofrer desvio
considerável em sua trajetória.
E= nhv,
Desde 1902, sabia-se que a incidência de luz sobre uma superfície metálica limpa e
no vácuo, provocava a emissão de elétrons na mesma. A existência deste efeito fotoelétrico
não foi visto com surpresa, pois se podia inferir, a partir da teoria eletromagnética clássica,
que a energia transportada pela luz poderia ser utilizada para remover um elétron do metal.
Entretanto, esta mesma teoria era completamente incapaz de explicar os detalhes
experimentais. Em primeiro lugar, nenhum elétron era emitido a menos que a freqüência da
luz fosse maior do que um determinado valor critico vo. Em segundo lugar, a energia
cinética dos elétrons emitidos aumentava concomitantemente com o aumento da freqüência
da onda eletromagnética. E finalmente, o aumento da intensidade da luz incidente não
alterava a energia dos elétrons ejetados, mas aumentava o número de elétrons emitidos por
unidade de tempo. De acordo com a teoria ondulatória, a energia da luz deveria ser
independente da sua freqüência. Assim, esta teoria era absolutamente incapaz de explicar o
porquê da dependência da energia cinética com a freqüência e a existência de uma
freqüência limite, vo, para o efeito fotoelétrico. Além disso, a teoria clássica previa que a
energia dos elétrons deveria aumentar com o aumento da intensidade da luz incidente. Esta
previsão estava em completo desacordo com os resultados experimentais.
hv=Eo + 1/2mv²
Então, torna-se óbvio que Eo é igual a energia mínima que o fóton deve transferir
para o elétron de modo que este possa ser ejetado do metal. Se expressarmos Eo em termos
de freqüências, Eo=hvo, e a equação pode ser reescrita como:
1/2mv²=hv – hvo
logo, se plotarmos o gráfico da energia cinética do elétron ejetado em função da freqüência,
deveríamos obter uma reta cujo coeficiente angular é igual à constante de Plank, h=
662,6x10³² Js, e cujo coeficiente linear é igual a hvo. O fato adicional do número de
elétrons ejetados aumentar com o aumento da intensidade da luz indica que a intensidade
deve estar associada com o número de fótons, que colidem com a superfície metálica por
unidade de tempo.
Este fato só pode ser explicado de uma maneira. A luz provoca a emissão de
elétrons pela superfície da lâmina. Quando a lâmina está carregada negativamente, repele
os elétrons e o eletroscópio descarrega-se. Quanto está carregada positivamente, os elétrons
emitidos sob a ação da luz são atraídos e voltam ao eletroscópio. É por esta razão que a
carga do eletroscópio não varia.
No trabalho de Bohr, foi aplicada pela primeira vez a hipótese quântica para
explicar a estrutura atômica com razoável sucesso. Entretanto, tenha em mente que a teoria
de Bohr estava incorreta, sendo abandonada 12 anos depois para dar lugar à atual teoria
quântica. Havia, contudo, fundamentos suficientes nas idéias de Bohr que lhe permitiram
explicar por que os átomos no estado excitado emitiram luz somente com certas freqüências
e, em alguns casos, prever exatamente a magnitude das mesmas. Além disso, as propostas
de Bohr auxiliaram Moseley a interpretar os resultados de suas medidas sobre as
freqüências dos raios-X emitidos pelos átomos e como estes dados poderiam ser utilizados
para se determinar o número atômico dos mesmos. Assim, embora tenha sido abandonada,
a teoria de Bohr trouxe uma contribuição importante para a compreensão da estrutura
atômica.
Por exemplo, uma barra de ferro incandescente (cor vermelha ou branca) tem um
brilho característico. Esse brilho visível corresponde à porção do seu espectro de emissão
que é captada pelo olho humano. O calor sentido a alguma distância da barra de ferro
corresponde a uma outra região do seu espectro de emissão, a região do infravermelho.
Uma característica deste espectro, e que é comum a muitos outros, é que é um espectro
contínuo, ou seja, todos os comprimentos de onda estão representados.
2. Quando um átomo estiver em um destes estados, ele não pode emitir luz.
No entanto, quando o átomo passar de um estado de alta energia para um estado de menor
energia há emissão de um quantum de radiação, cuja energia hv é igual à diferença de
energia entre os dois estados.
Dentre os quatro postulados, as duas primeiras estão corretas e são mantidas pela
teoria quântica atual. O quarta postulado está parcialmente correto: o momento angular de
um elétron é definido, mas não da maneira proposta por Bohr. O terceiro postulado está
completamente errado e não foi incorporado pela teoria quântica moderna.
A energia necessária para esta reação, supondo-se que todos os átomos de H estejam
inicialmente no estado de menor energia possível, é exatamente igual a 0,5 u.a.
Para melhorar a concordância das energias calculadas com as obtidas por meio de
espectros, foi introduzido no modelo de Bohr o conceito de orbitais elípticas, mas, mesmo
assim, a tabela periódica ainda não tinha explicação. Outros aspectos que esta teoria não
explicava eram os detalhes dos espectros de átomos multielectrónicos e também não
conseguia proporcionar uma explicação lógica para as ligações químicas.
Além destas falhas na teoria de Bohr, existiam ainda dois aspectos mal explicados e
que poderiam interferir com todo o desenvolvimento da química: por um lado ainda não se
tinha conseguido perceber se a luz tinha um caráter ondulatório ou corpuscular; por outro
lado a quantização da energia tinha surgido de uma forma pouco aceitável, sem muita
credibilidade, como um apêndice à teoria Newtoniana. Deste modo o desenvolvimento de
uma nova teoria era inevitável.
5- O Átomo de Hidrogênio
Além de ter sido um importante teste para a mecânica quântica, o tratamento teórico
deste átomo foi importante em outro aspecto: as informações obtidas a partir do estudo do
sistema atômico mais simples foi utilizado para discutir e prever o comportamento dos
elétrons em sistemas mais complicados. Assim para compreendermos a tabela periódica e a
natureza da ligação química, precisamos conhecer profundamente o comportamento do
elétron no átomo de hidrogênio.
Este parâmetro pode ser qualquer valor inteiro positivo exceto o zero. Ele indica a
distância média do núcleo, assim n=1 seria a camada mais próxima do núcleo. Como o
próprio nome sugere, ele é o número quântico mais importante, pois seu valor define a
energia do átomo de hidrogênio (ou de qualquer outro átomo monoeletrônico de carga
nuclear igual a Z) por meio da equação:
Determina a forma do orbital. Para cada orbital, ou melhor, ainda, orbital atômico,
podemos separar o tamanho do orbital (como definido por n) e a sua forma (variação
angular), definida por l. O valor de l define o momento angular do elétron, sendo que o
aumento do seu valor implica num aumento do correspondente momento angular.Se o
elétron possui momento angular, ele também tem uma energia cinética associada ao
movimento angular.E a quantidade desta energia cinética do movimento angular é limitada
pela energia total do elétron.Logo, é natural que os valores permitidos sejam limitados pelo
valor de n.Há evidências teóricas e experimentais de que l pode assumir qualquer valor
inteiro na faixa de 0 a n-1.
Quando uma corrente flui por um fio em forma de bobina aparece um campo
magnético, e é assim que campos magnéticos são produzidos para fins de laboratório ou
mesmo industriais (eletromagnetos). Um elétron com momento angular diferente de zero
também produz um campo magnético, cuja magnitude é determinada pelo valor de l. A
direção, ou orientação desse campo, no espaço, é que é determinado por m1. Assim sendo,
toda a região do espaço que contém uma probabilidade não zero de se encontrar um elétron
estará sujeita a ser orientada, num espaço tridimensional, pela orientação do campo
magnético criado pelo elétron em movimento, ou seja, determinado por m1.Visto que ele
aparece devido ao momento angular do elétron, é razoável que os valores permitidos de m1
dependam do valor de l, o número quântico momento angular.Há evidências experimentais
de que m1 pode assumir qualquer valor inteiro entre +l e –l, inclusive zero.
Visto que o valor de n restringe os possíveis valores de l e por sua vez, o valor de l
restringe os valores permitidos de m1, somente algumas combinações de números quânticos
são possíveis.Por exemplo vamos considerar o estado de menor energia, ou estado
fundamental, do átomo de hidrogênio, para o qual n=1.Dado que l pode assumir valores de
0 a n-1, há apenas uma possibilidade: l=0 se n=1.O valor de l define os valores de m1, a
como somente os valores inteiros entre +l e –l são permitidos, m1=0 se l=0.Finalmente,
quaisquer que sejam os valores dos demais números quânticos ms pode ser igual a +1/2 ou
-1/2.Portanto existem dois conjuntos de número quânticos permitidos para o átomo de
hidrogênio no estado fundamental:1,0,0,+1/2 e 1,0,0,-1/2, respectivamente, para n, l, m1,
ms.E, visto que estas duas combinações possuem exatamente a mesma energia, o estado
fundamental do átomo de hidrogênio é duplamente degenerado.
Designação das
n l ml Nº de orbitais
orbitais ms
1 0 0 1s +1/2,-1/2 1
0 2s +1/2,-1/2 2
0
+1/2,-1/2
2
1 8
- 1, 0,+1 2p 6
0 0 3s +1/2,-1/2 2
+1/2,-1/2
1
- 1, 0,+1 3p 6
3 +1/2,-1/2
18
2
- 2, - 1, 0,+1,+2 3d 10
Ψ (r,θ,Φ) = R(r)Y(θ,Φ)
Esta fatoração ajuda-nos a ter uma melhor compreensão da função de onda, pois ela
nos permite analisar a parte radial e angular separadamente.
A Tabela contém as expressões para as partes angular e radial das funções de onda
monoeletrônicas de um átomo. Lembre-se de que a parte angular da função de onda de um
orbital do tipo s é sempre a mesma, (1/4π)1/2,qualquer que seja o número quântico
principal.A mesma consideração acima é válida para a parte angular dos orbitais p e d: elas
são independentes do número quântico principal.Portanto, todos os orbitais de um mesmo
tipo (s,p ou d) tem o mesmo comportamento angular. No entanto, a parte radial das funções
de onda depende do número quântico principal e do número quântico momento angular l,
como se pode observar na Tabela.
ψ(1s ) =
ψ²(1s ) =
ψ( 2 s ) =
Uma análise similar pode ser aplicada a função 3s. Neste caso o termo exponencial
é igual a –Zr/(3ao), o qual faz com que a função de onda diminua ainda mais lentamente
com o aumento de r que as funções Ψ(1s) e Ψ(2s). Logo, o elétron 3s está mais afastado do
núcleo, em média, do que um elétron 1s ou 2s. Mais uma vez, os nós radiais da função
Ψ(3s) são encontrados nas distâncias r em que a função se torna igual a zero. Assim,
resolvendo a equação:
Poderemos obter as posições dos nós radiais. Dado que esta é uma equação
quadrática em função de r, deveremos encontrar duas soluções e, portanto, dois nós radiais.
De modo geral, para um orbital ns existem n-1 nós radiais. Perceba que o número de nós
aumenta à medida que aumenta a energia.
Os orbitais p não são esfericamente simétricos, ao contrário dos orbitais s. Este fato
pode ser mais facilmente visualizado examinando-se a parte angular das funções 2p. (Os
tres orbitais p são idênticos, exceto pela direção do seu eixo de simetria. Estes são
coincidentes com os eixos do sistema de coordenadas cartesianas ortogonais. Por isso,
torna-se conveniente distinguí-los representando-os como px, py e pz.) Podemos notar,
observando a tabela 10.5, que Ψ(2pz) é proporcional a cos x. Então, ele deve ter um valor
máximo ao longo do eixo z para o qual θ = 0 e cos 0 = 1, o valor máximo da função
cosseno. Analogamente, ao longo do eixo z negativo a função 2pz adquire seu valor mais
negativo, pois θ = π e cos π = -1, o valor mais negativo de uma função cosseno. O fato da
parte angular atingir seu valor máximo ao longo do eixo z é responsável pela designação pz
para esta função. Em qualquer ponto sobre o plano xy θ = π/2 e cos θ = 0. Portanto, o plano
nodal da função 2pz coincide com o plano xy.
Se tentarmos aplicar a mecânica quântica para o caso de átomos com muitos elétrons,
perceberemos que se trata de um procedimento matemático muito complicado. Contudo,
resultados teóricos em excelente concordância com os dados experimentais tem sido obtidos.
Nestes cálculos, geralmente, admite-se que os elétrons num átomo multieletrônico se
comportam como se fossem elétrons independentes. Por exemplo, as energias cinética e
potencial dos dois elétrons, do átomo de Hélio podem ser expressas por
ℋ = T + V = T1 + T2 + V1 + V2 + V12
onde os subscritos se referem aos elétrons 1 e 2. Os dois elétrons possuem energias cinéticas
independentes e a atração coulômbica com relação ao núcleo também são independentes. A
única maneira do elétron sentir a presença do outro, é por meio da repulsão eletrostática
entre os mesmos. Esta interação pode ser expressa como:
onde r₁₂ é a distância entre os dois elétrons. Se pudéssemos desprezar V₁₂, podemos definir
duas equações de Schödinger independentes, um para cada elétron. Então, a energia do
átomo de hélio E(He) e sua funções de onda devem ser
E(He) = E₁ + E₂
Ψ(He) = Ψ₁ Ψ₂
A segunda equação pode não ser obvia, mas ela surge naturalmente da equação se
considerarmos que H= H₁ + H₂.
Se quisermos o estado fundamental do Hélio, E₁ e E₂ devem ter o menor valor
possível. Portanto, os dois elétrons devem estar no orbital 1s e Z=2, o número atômico do
hélio. Se estendermos o mesmo raciocínio para o átomo de Li, deveríamos colocar os 3
elétrons no orbital 1s. No entanto, de acordo com as observações experimentais, o terceiro
elétron do lítio se encontra num orbital com n=2. Baseando-se em tais observações W. Pauli
propôs, em 1925, aquilo que foi denominado principio de exclusão de Pauli. Segundo este
princípio nenhum elétron num átomo pode ter os mesmos valores de n, l, m e m. em outras
palavras, se dois elétrons estiverem ocupando o mesmo orbital, eles devem ter os mesmos
valores de n, l e m₁, mas seus ms deverão ser diferentes. Os dois elétrons que ocupam o
mesmo orbital, porém com valores de ms de sinais contrários, são denominados elétrons
emparelhados.
-Configuração Eletrônica
O orbital 4s tem uma energia menor do que os orbitais 3d, e o novo período têm
inicio com o potássio. Após o preenchimento do orbital 4s no cálcio, os próximos orbitais
vazios de menor energia são os 5 orbitais 3d. Estes podem acomodar 10 elétrons e, logo, este
período pode acomodar mais 10 elementos dos metais de transição. Em seguida, o quarto
período pode ser completado com o preenchimento dos orbitais 4p. No quinto período, os
orbitais 4s, 4d e 5p são preenchidos em seqüência. O sexto período é um pouco diferente.
Após o preenchimento do orbital 6s e a entrada de um elétron nos orbitais 5d, os elétrons 4f
são os próximos, em ordem de energia crescente. O momento angular dos orbitais do tipo f é
l=3 e m1 pode ser qualquer inteiro entre – 3 e + 3, dando origem a sete orbitais. Assim,
esperamos 7x2, ou 14 elementos antes que outro orbital 5d seja preenchido.
A forma como está estruturada a tabela periódica nos permite levantar algumas
questões interessantes acerca do comportamento do elétron. Por que o terceiro período
termina com o argônio, cuja configuração de valência é 3s²3 , e por que os elétrons 4s são
adicionados antes dos orbitais 3d começarem a ser preenchidos? As respostas se
fundamentam no efeito de blindagem discutido anteriormente. O orbital 3d do átomo de K
está concentrado numa região mais afastada com relação à camada interna constituída por 18
elétrons. Estes fazem com que a carga nuclear sentida pelos elétrons d seja muito menor do
que a carga total do núcleo. Por outro lado, os orbitais 4s apresentam uma amplitude
considerável nas proximidades do núcleo. Quando o elétron se encontra nessas regiões, pode
sentir uma carga nuclear muito maior, apenas um pouco menor do que a carga total do
núcleo, e que torna sua energia menor. Este efeito é tão pronunciado que, apesar do número
quântico ser maior, a energia do orbital 4s é menor do que do orbital 3d. Portanto, o
elemento 19, potássio, possui a configuração [Ar]4s e apresenta as propriedades químicas de
um metal alcalino.
Por que os orbitais 3d, de repente, passam a ter energias menores que são
preenchidas imediatamente após a camada 4s ser completada? Embora os elétrons 4s sejam
mais penetrantes do que os elétrons 3d, na maior parte do tempo, eles ocupam
aproximadamente a mesma região do espaço. Consequentemente, os elétrons 4s não
conseguem blindar de forma eficaz os elétrons 3d. Como resultado, quando a carga nuclear
aumentar, a carga nuclear efetiva pelos elétrons 3d aumenta consideravelmente. Resumindo,
quando se caminha na seqüência Ar, K, Ca, ocorre um aumento considerável na carga
nuclear sentida pelos elétrons 3d, pois os elétrons 4s adicionados não pertencem às camadas
mais internas e não conseguem “enfraquecer” de forma significativa a interação destes
elétrons com o núcleo. Pela mesma razão, os elétrons 3d adicionados após o preenchimento
do orbital 4s passam a sentir uma carga nuclear cada vez maior e suas energias se tornam
cada vez menores, dando origem à primeira série de transição. Podemos utilizar argumentos
similares para explicar a ocorrência da segunda e terceira série de transição.
Devido ao fato dos orbitais 4s e 3d terem energia similares na primeira metade das
séries de transição, geralmente, estes elementos apresentam vários estados de oxidação em
seus compostos. Entretanto, a tendência de diminuição da energia dos elétrons 3d com
relação aos dos elétrons 4s para cada elétron adicionado, continua sendo válida para todas as
séries de transição. Ou seja, à medida que a carga nuclear aumenta, as energias dos elétrons
3d se tornam muito menores que dos elétrons 4s, fazendo com que os elementos da segunda
metade das séries de transição tenham preferencialmente o estado de oxidação +2, o qual
corresponde à remoção dos dois elétrons 4s. Por isso, torna-se cada vez mais difícil oxidar
esses elementos (Fe até Cu), para um estado de oxidação superior a +2, à medida que se
encaminha para o final das séries. A energia do orbital 3d torna-se tão baixa no elemento
zinco que ele deixa de contribuir para a química deste e dos elementos subseqüentes.
O desdobramento dos orbitais de uma mesma camada, provocada pelas diferenças
nas capacidades de penetração dos elétrons de acordo como tipo de orbital a que pertencem,
diminui quando eles passam a fazer parte de uma camada mais interna. Apesar disso, a
ordem crescente de energia dos orbitais continua sendo s>p>d>f. Nestes casos, os orbitais
com um dado valor de n têm energia menor do que qualquer outro orbital com número
quântico principal igual a n + 1 ou mais.
CONCLUSÃO
Por isso que atualmente a ciência ainda se perde ao estudo deste composto essencial
da matéria, que já não é parte indivisível, como diz no seu próprio nome (átomo = não
divisível). Muitos cientistas foram importantes para o estudo do átomo, pois mesmo que
eles não tivessem chegado a ter conclusões corretas, eles ajudaram no desenvolvimento do
avanço cientifico e deram margem para que outros iniciassem o melhor estudo sobre o
mesmo. E atualmente, este estudo que caracteriza grande parte do estudo da química e da
física, através da mecânica quântica move enorme parte dos avanços científicos de hoje e
sempre.
BIBLIOGRAFIA
• RUSSEL, John B. Quimica Geral- Vol I: 2ª edição. São Paulo. Makron Books,
1994.