Você está na página 1de 52

Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição outubro/2009

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

William Buchacra

Revisão:

Adriana Santos

Capa e Diagramação:

Junio Amaro
Introdução

A Palavra de Deus diz que “de fato, sem fé é im-


possível agradar a Deus, porquanto é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe
e que se torna galardoador dos que o buscam” (He-
breus 11.6). Nossa fé é muito maior do que a crença,
crença é algo que vem da mente, do intelecto. Po-
rém, a fé é traduzida pela ação, porque fé é confian-
ça. Você tem que caminhar por fé e não pelos seus
sentimentos.
Não invocamos a presença de Deus porque re-
conhecemos a presença dele. Cremos na presença
dele. O que invocamos é o mover da presença do

5
Senhor, que é algo completamente diferente. Não
existe ninguém que possa dizer: “Eu não preciso que
orem por mim”, porque todos nós temos necessida-
des em nossa vida, e se uma necessidade específica
não repousa em seu coração, talvez em sua mente
você se recorde de muitas pessoas que, nesta hora,
precisam da graça e do favor do Senhor. Não existe
nada que seja maior que o poder do Senhor e não
existe nada que seja maior do que o amor do Se-
nhor.
Neste volume, vamos estudar um dos livros mais
bonitos e intrigantes da Bíblia, um livro glorioso, o
livro de Oséias.
O nome Oséias significa salvador. Oséias é o primei-
ro dos livros chamados Profetas Menores, são doze os
profetas menores. Menor porque a profecia dele era
menor, não no sentido de qualidade, mas de tamanho.
Se compararmos Isaías, Ezequiel, e Jeremias, veremos
que a profecia de Oséias é relativamente pequena.
“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhe-
cimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Oséias 6.6.)
Este foi um texto que o Senhor Jesus repetiu por muitas
vezes. E é o livro de Oséias, o mais repetido no Novo Tes-
tamento.

6
Oséias é o vigésimo oitavo livro da Bíblia. Ele tem
apenas quatorze capítulos, são 197 versículos, 5175
palavras e há 16 interrogações. Nós encontramos
26 mandamentos, 10 promessas, 298 predições,
152 versículos de profecia, dos quais 17 destes ver-
sículos de profecias ainda não foram cumpridas e
135 que já foram cumpridas.
Vamos, então, conhecer mais um pouco sobre o
livro de Oséias, e antes de iniciarmos a nossa men-
sagem, oremos:
“Senhor, que nesta hora, a tua palavra possa ser
tão viva a todos que estão lendo este livro. Que a tua
graça seja conhecida e que cada um possa experi-
mentar uma compreensão maior do teu amor para
conosco. Que a tua unção encha a vida de todos os
que estão tendo conhecimento da tua palavra. Que
tu possas trazer consolo, edificação, exortação e sal-
vação. É o que eu te peço no nome precioso de Jesus.
Amém!”

7
8
Um pano de
fundo

“Aías pegou na capa nova que tinha sobre si,


rasgou-a em doze pedaços e disse a Jeroboão: Toma
dez pedaços, porque assim diz o Senhor, Deus de Is-
rael: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e
a ti darei dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por
amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém,
a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.
Porque Salomão me deixou e se encurvou a Astaro-
te, deusa dos sidônios, a Quemos, deus de Moabe,
e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andou

9
nos meus caminhos para fazer o que é reto perante
mim, a saber, os meus estatutos e os meus juízos,
como fez Davi, seu pai. Porém não tomarei da sua
mão o reino todo; pelo contrário, fá-lo-ei príncipe
todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu
servo, a quem elegi, porque guardou os meus man-
damentos e os meus estatutos. Mas da mão de seu
filho tomarei o reino, a saber, as dez tribos, e tas da-
rei a ti. E a seu filho darei uma tribo; para que Davi,
meu servo, tenha sempre uma lâmpada diante de
mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para pôr
ali o meu nome. Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo
o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel.
Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos
meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim,
guardando os meus estatutos e os meus manda-
mentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo,
e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a
Davi, e te darei Israel. Por isso, afligirei a descendên-
cia de Davi; todavia, não para sempre. Pelo que Sa-
lomão procurou matar a Jeroboão; este, porém, se
dispôs e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei do
Egito; e ali permaneceu até à morte de Salomão.” (1
Reis 11.30-40.)

10
Logo depois que Davi morreu, seu filho, Salo-
mão, reinou em seu lugar. Entretanto, após a morte
de Salomão, o reino foi dividido, e reinaram Roboão
e Jeroboão. Israel foi dividido em dois reinos: o rei-
no do Norte, que continuou com o nome de Israel,
e o reino do Sul que foi chamado de Judá. A capital
do reino do norte era Samaria e dez tribos ficaram
no reino do norte. A capital de Judá continuou sen-
do Jerusalém. Ao lermos os livros de 1 e 2 Reis, e 1 e
2 Crônicas, é muito clara, a questão dos dois reinos.
No reino do Sul, ou seja, o de Judá, havia ali o temor
ao Senhor mais acentuado. Já, em Samaria, no reino
do Norte, a iniquidade era nítida.
“Palavra do Senhor, que foi dirigida a Oséias, filho
de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis
de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de
Israel.” (Oséias 1.1.) Aqui, dá-se início à profecia en-
tregue a Oséias para o povo de Israel.
Ao lermos a história de Jeroboão, encontramos
um homem ímpio, maligno e terrível. E, à medida
que avançamos, conhecendo a história dos reis de
Judá e dos reis de Israel, podemos notar uma di-
ferença muito acentuada entre os dois reinos. Em
Samaria podemos perceber que os reis sempre di-

11
rigiam o povo à idolatria e à maldade. No Antigo
Testamento encontramos apenas dois profetas que
vieram do reino do norte, que foram Oséias e Jo-
nas.
No livro de Oséias encontramos 150 declarações
a respeito dos pecados de Israel. Oséias foi um pro-
feta que apregoou o pecado de Israel de uma forma
extremamente agressiva. Quarenta anos depois do
reinado de Jeroboão, a Síria sitiou e destruiu Sama-
ria, levando o povo de Israel para o cativeiro. Havia
entre o povo de Israel muita iniquidade e os peca-
dos eram incontáveis. O nosso coração pode ficar
perturbado ao lermos o livro de Oséias, pois os pe-
cados do povo de Israel eram muitos, como eram
extremamente escandalosos.
Oséias foi o primeiro profeta a se levantar para
pregar uma mensagem da graça e do amor de Deus
de uma maneira gloriosa. Algumas pessoas podem
ficar confusas ao lerem o livro de Oséias porque os
quatorzes capítulos não se encontram em ordem
cronológica. É como se fosse uma colcha de reta-
lhos.
Oséias foi um profeta, levantado pelo Senhor,
como uma última tentativa de Deus para levar Is-

12
rael a se arrepender do pecado da idolatria, antes
de entregar a nação ao pleno juízo do Senhor. E, o
primeiro propósito do livro é o de revelar que Deus
conserva o seu amor para com o seu povo, e que o
amor de Deus para com Israel era um amor firmado
em aliança. Aliança feita com Abraão e que Ele de-
sejava, de uma forma tão intensa, redimir Israel da
sua iniquidade.
O segundo propósito do livro é, exatamente, o
de mostrar as consequências trágicas que se segui-
riam se o povo continuasse persistindo em deso-
bedecer a Deus e em rejeitar o amor redentor do
Senhor.
O livro de Oséias traz uma ilustração viva, uma
das maneiras de Deus ensinar o seu povo de um
modo claro, não através de uma parábola como as
que Jesus falava ao povo, mas através de um teste-
munho.
Oséias era um pregador, um profeta, um ho-
mem da cidade, um jovem bem vestido e bonito,
aparentemente, ele era um tanto tímido. Certo dia,
Deus se voltou para Oséias e disse: “Vai, toma uma
mulher de prostituições e terás filhos de prostituição,
porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.

13
Foi-se, pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim, e ela
concebeu e lhe deu um filho.” (Oséias 1.2-3.)
Imagino a conversa entre o Senhor e Oséias
mais ou menos assim: “Oséias, eu vou usar a sua
vida para demonstrar o quanto eu amo Israel. Eu vou
usá-lo para que todos possam perceber, através do
seu testemunho, da sua vida, o quanto eu amo esse
povo”. Uma coisa que todo profeta de Deus deseja
é ser usado por Ele. Oséias disse: “Senhor, o que eu
tenho que fazer?” O Senhor disse: “Oséias, eu quero
que você se case”. Oséias era solteiro e casar é algo
muito importante e bom na vida de um homem.
Imagino que o coração de Oséias começou a bater
mais acelerado. “Senhor, que coisa boa”. O Senhor
disse: “Eu tenho escolhido uma moça muito bonita, e
ela se chama Gômer, filha de Diblaim”. Quando Deus
falou em Gômer, certamente o coração de Oséias
acelerou mais ainda. Porque, na realidade, ela era
uma moça linda, mas envolvida com a prostituição.
O Senhor disse mais a Oséias: “Você vai se casar com
ela, e ela será infiel a você, e se tornará uma prostituta,
mas eu quero que você se case com ela”. Obediente,
Oséias se casou com Gômer e, pouco tempo depois,
nasceu o primeiro filho. E Deus disse mais a Oséias:

14
“quando os seus filhos nascerem, escolherei o nome
deles”. Oséias disse: “Tudo bem”.
“Disse-lhe o Senhor: Põe-lhe o nome de Jezreel,
porque, daqui a pouco, castigarei, pelo sangue de Je-
zreel, a casa de Jeú e farei cessar o reino da casa de
Israel. Naquele dia, quebrarei o arco de Israel no vale
de Jezreel.” (Oséias 1.4-5.) No primeiro filho foi co-
locado o nome de Jezreel. Era um nome terrível. O
significado de Jezreel é Deus espalha.
“Tornou ela a conceber e deu à luz uma filha. Disse
o Senhor a Oséias: Põe-lhe o nome de Desfavorecida,
porque eu não mais tornarei a favorecer a casa de Isra-
el, para lhe perdoar. Porém da casa de Judá me compa-
decerei e os salvarei pelo Senhor, seu Deus, pois não os
salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra,
nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.” (Oséias 1.6-7.)
Depois veio uma filha, e o seu nome foi Desfavorecida.
Toda a família de Oséias seria como uma mensagem.
O nome daquele bebê tão lindo, que havia acabado
de nascer, recebeu o nome de Desfavorecida.
“Depois de haver desmamado a Desfavoreci-
da, concebeu e deu à luz um filho. Disse o Senhor a
Oséias: Põe-lhe o nome de Não-Meu-Povo, porque vós
não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus.” (Oséias

15
1.8-9.) Os nomes dos filhos de Oséias foram: Deus
Espalha, Desfavorecida e Não-Meu-Povo.
Aparentemente, tudo caminhava bem no lar da-
quela família. Lá estava o profeta Oséias e sua espo-
sa, Gômer, e juntos estavam seus filhos e os dias fo-
ram se passando. Logo começou a surgir um boato,
um tipo de conversa anônima, dessas que a gente
sabe bem como é. Oséias não queria muito acredi-
tar naquilo que estavam dizendo, que a sua casa es-
tava sendo visitada por muitos homens. Algo estava
acontecendo e os seus filhos começaram a perce-
ber algo diferente, porque homens que iam até a
casa e dormiam com a mãe deles. O texto diz que
chegou um momento em que Gômer disse: “Oséias,
eu não te quero mais, eu quero viver a minha vida”. O
texto diz que a degradação de Gômer foi a tal ponto
que ela se tornou uma rameira, ou seja, uma pros-
tituta totalmente miserável. À medida que vamos
lendo o livro de Oséias, percebemos o coração de
amor de Oséias para com sua mulher, a ponto de
ele procurar por alguém que pudesse tomar conta
dela, porque ela estava passando por necessidades,
para levar-lhe comida, roupas e dinheiro. Imagine
ele chegando àquele ambiente terrível.

16
“Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mu-
lher, amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor
ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros
deuses e amem bolos de passas. Comprei-a, pois, para
mim por quinze peças de prata e um ômer e meio de
cevada; e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias;
não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim
também eu esperarei por ti. Porque os filhos de Isra-
el ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem
sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos
do lar. Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão
ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos
dias, tremendo, se aproximarão do Senhor e da sua
bondade.” (Oséias 3.1-5.)
Gômer estava vivendo essa vida de prostituição
e, um dia, numa situação de muita penúria, diz o
texto, no capítulo 3, que ela foi levada à praça pú-
blica para ser vendida como escrava. No capítulo 2
diz o texto que ela estava desnuda, sendo vendida
como uma mercadoria qualquer, porque aqueles
que a exploravam, não mais a queriam. “Para que eu
não a deixe despida, e a ponha como no dia em que
nasceu, e a torne semelhante a um deserto, e a faça
como terra seca, e a mate à sede.” (Oséias 2.3.) Houve

17
um leilão e o leilão terminou quando Oséias a com-
prou. “Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de
prata e um ômer e meio de cevada; e lhe disse: tu es-
perarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem
serás de outro homem; assim também eu esperarei
por ti.” (Oséias 3.2-3.) Ele a leva para casa, há uma
restauração completa e absoluta e o texto não diz,
em nenhuma outra ocasião, que Gômer tivesse tro-
peçado e voltado àquela vida.
Esta notícia espalhou-se por toda a nação de Is-
rael porque todos comentavam a atitude de Oséias,
como ele foi e resgatou a esposa, e continuou a
amá-la, mesmo a despeito de todas as suas iniqui-
dades e de suas traições. Mesmo a despeito de se
vender e viver como prostituta, ele a amou, e tal foi
esse amor que ele comprou a sua amada, pagando
um preço por ela. Com isso, restaurou-lhe a honra e
a trouxe para a sua casa.
Do capítulo 4 ao capítulo 14, há uma descrição,
uma série de profecias que mostram o paralelo en-
tre a infidelidade de Israel e a infidelidade de Gô-
mer. Quando Gômer abandona Oséias e vai à pro-
cura de outros amantes, de uma forma muito clara,
ela está representando Israel ao se desviar de Deus.

18
A degradação de Gômer representa a vergonha e o
juízo de Israel.
No capítulo 3 há o relato de quando Oséias res-
gatou Gômer no mercado de escravos, já os capítu-
los 8, 9 e 10 demonstram o desejo e a intenção de
Deus em restaurar Israel no futuro. O livro enfatiza
o fato de que, por Israel ter desprezado o amor de
Deus e a sua chamada ao arrependimento, o juízo
não pode ser adiado.
Oséias representava o amor de Deus para com
Israel. À medida que vamos lendo o livro, perce-
bemos que Israel era conduzido a outros deuses, a
Baal, aos Baalins, e à idolatria terrível. Em outras pa-
lavras, era a prostituição do povo, abandonando o
Senhor, mas mesmo assim Deus continuava a amar
o seu povo. Existe uma coisa que jamais conseguire-
mos entender, o amor de Deus pela nossa vida. Nós
não conseguiremos entender toda a profundidade
do amor de Deus. É por isso que encontramos esta
ilustração na própria vida de Oséias, pois apesar
de sua mulher estar no meretrício, ele continuou
a amá-la. Gômer achava que aquilo é que era vida,
mas ela estava sendo apenas um objeto nas mãos
do inimigo.

19
Algumas pessoas, quando vêm para Jesus e pas-
sam a conhecê-lo, experimentam da graça, da vida,
e da misericórdia do Senhor, começam, então, a
andar pelo glorioso caminho com Ele, mas também
acontece, de repente, de se envolverem com ‘aman-
tes espirituais’, o mundo. Na primeira carta de João
está escrito: “Não ameis o mundo nem as coisas que
há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do
Pai não está nele.” (1 João 2.15.) Ou seja, a nossa fé
é muito mais do que uma religião, a nossa fé é um
relacionamento com Deus. E relacionamento é essa
troca, é o entregar-se ao Senhor, é o oferecer-se a
Ele, de uma maneira incisiva e profunda.
A Palavra de Deus diz que o pecado tem uma
consequência: “porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo
Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.23.)
Não era a vontade de Deus, de forma alguma,
que a Síria viesse para destruir Israel. Tampouco era
a vontade do Senhor que Samaria fosse destruída.
Ao contrário, o propósito de Deus é que o homem
sempre tenha vida, mas quando a pessoa está sem-
pre vivendo em rebelião e não há arrependimento
algum, a Palavra de Deus diz que “o homem que

20
muitas vezes repreendido endurece a cerviz será que-
brantado de repente sem que haja cura” (Provérbios
29.1). Não são poucas as vezes que Deus nos cha-
ma, e, repetidamente nos chama, demonstrando
o seu amor para conosco. Porém, existem pessoas
que se tornam impenitentes e de tão endurecido o
coração pelo pecado que não há como não virem as
consequências.
Nessa história de Gômer, os seus filhos seriam,
ao mesmo tempo, uma figura, um testemunho:
Deus Espalha, Desfavorecida, e Não-Meu-Povo, pois
a vontade do Senhor é a de restaurar.
Para que possamos ter um entendimento me-
lhor dessa ilustração que Deus quer nos passar, va-
mos dar uma caminhada pelos quatorze capítulos
do livro de Oséias.
Do capítulo um ao capítulo três, encontramos o
casamento de Oséias que ilustra a infidelidade de
Israel, a rejeição de Israel e a restauração de Israel.
No capítulo primeiro, o versículo 2 diz: “Quando,
pela primeira vez, falou o Senhor por intermédio de
Oséias, então, o Senhor lhe disse: Vai, toma uma mu-
lher de prostituições e terás filhos de prostituição, por-
que a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.” No

21
aspecto profético, Deus olhava além do casamento
e enxergava a infidelidade do seu povo. Por isso Ele
fez esse paralelo, porque Israel havia se desviado
dos planos e dos propósitos do Senhor.
No capítulo 1, do versículo 3 até ao versículo
9, encontramos, o nascimento dos três filhos de
Oséias e, do verso 10 até o verso 1, do capítulo 2,
encontramos a profecia da restauração desta si-
tuação de desgraça, não apenas para Oséias, mas
para todo o Israel. Diz o texto: “Todavia, o número
dos filhos de Israel será como a areia do mar, que se
não pode medir, nem contar; e acontecerá que, no lu-
gar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes
dirá: Vós sois filhos do Deus vivo. Os filhos de Judá e os
filhos de Israel se congregarão, e constituirão sobre si
uma só cabeça, e subirão da terra, porque grande será
o dia de Jezreel. Chamai a vosso irmão Meu-Povo e a
vossa irmã, Favor.” (Oséias 1.10; 2.1.)

22
Profecias

Se fizermos uma retrospectiva, veremos que


existem tantas profecias que nos foram entregues,
mas grande parte delas caiu até mesmo no esque-
cimento. São tantas profecias de prosperidade e de
bênçãos, que, muitas vezes, surge o questionamen-
to: Por que essas profecias ainda não se cumpriram
na minha vida? Em algumas ocasiões é porque
Deus disse: “Meu tempo não é chegado”. Ou seja,
Deus tem um tempo, e tem a hora certa. Outras ve-
zes, pode se que a sua vida continua dividida. Você
está com o Senhor, mas pouco depois sua vida já é
outra, totalmente diferente. Na igreja, você é uma

23
coisa, lá fora é outra. Tudo o que o Senhor busca na
vida de seus filhos é o que chamamos de fidelidade.
E, fidelidade é lealdade,
constância, firmeza, seja nas afeições, seja nos
sentimentos. Fidelidade é perseverança. Resumin-
do, fidelidade não é outra coisa senão compromis-
so.
O povo de Israel se prostituiu, a terra se pros-
tituiu, mas Deus nunca deixou de cumprir o seu
compromisso para com o seu povo, de cumprir a
sua parte na aliança, porque havia compromisso, e
compromisso para Deus é algo muito sério.
A partir daqui, passamos a perceber o adultério
de Israel: “Repreendei vossa mãe, repreendei-a, por-
que ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido,
para que ela afaste as suas prostituições de sua pre-
sença e os seus adultérios de entre os seus seios; para
que eu não a deixe despida, e a ponha como no dia
em que nasceu, e a torne semelhante a um deserto,
e a faça como terra seca, e a mate à sede, e não me
compadeça de seus filhos, porque são filhos de pros-
tituições. Pois sua mãe se prostituiu; aquela que os
concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atrás
de meus amantes, que me dão o meu pão e a minha

24
água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as mi-
nhas bebidas.” (Oséias 2.2-5.)
Agora, o Senhor começa a trazer o seu juízo so-
bre o povo de Israel: “Portanto, eis que cercarei o seu
caminho com espinhos; e levantarei um muro contra
ela, para que ela não ache as suas veredas. Ela irá em
seguimento de seus amantes, porém não os alcançará;
buscá-los-á, sem, contudo, os achar; então, dirá: Irei e
tornarei para o meu primeiro marido, porque melhor
me ia então do que agora. Ela, pois, não soube que eu
é que lhe dei o trigo, e o vinho, e o óleo, e lhe multi-
pliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.
Portanto, tornar-me-ei, e reterei, a seu tempo, o meu
trigo e o meu vinho, e arrebatarei a minha lã e o meu
linho, que lhe deviam cobrir a nudez. Agora, descobri-
rei as suas vergonhas aos olhos dos seus amantes, e
ninguém a livrará da minha mão. Farei cessar todo o
seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados
e todas as suas solenidades. Devastarei a sua vide e a
sua figueira, de que ela diz: Esta é a paga que me de-
ram os meus amantes; eu, pois, farei delas um bosque,
e as bestas-feras do campo as devorarão. Castigá-la-ei
pelos dias dos baalins, nos quais lhes queimou incen-
so, e se adornou com as suas arrecadas e com as suas

25
jóias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se
esqueceu, diz o Senhor.” (Oséias 2.6-13.)
Querido leitor, nós precisamos entender que o
prazer longe do evangelho, ou seja, longe do Se-
nhor, é pura ilusão, porque as coisas não duram.
Creio ser esta uma das mensagens mais duras e
difíceis que já tive que trazer para a minha vida. É
necessário que haja toda a graça do Senhor, porque
esta mensagem se resume em uma realidade: “De
longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor
eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.”
(Jeremias 31.3.) Você pode errar e errar, e muitas
vezes, até falar: “Bem, o Senhor não está vendo, Deus
não se importa com isso”, mas quero dizer uma coisa
para você: Ele se importa e muito. A Palavra de Deus
diz que: “O amor de Cristo nos constrange, julgando
nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.”
(2 Coríntios 5.14.) O que quebra o nosso coração,
ou o que faz com que o nosso coração duro como
pedra seja amolecido a ponto de se tornar como
“coração de manteiga derretida” é o amor do Senhor.
Nós não pecamos pelo medo das consequências do
nosso pecado, mas porque o pecado vai trazer tris-
teza ao coração daquele que mais nos ama, Deus.

26
A vida cristã é, basicamente, a disposição de amar
o Senhor.
“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o
deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei, dali, as
suas vinhas e o vale de Acor por porta de esperança;
será ela obsequiosa como nos dias da sua mocidade
e como no dia em que subiu da terra do Egito. Na-
quele dia, diz o Senhor, ela me chamará: Meu marido
e já não me chamará: Meu Baal. Da sua boca tirarei
os nomes dos baalins, e não mais se lembrará desses
nomes. Naquele dia, farei a favor dela aliança com as
bestas-feras do campo, e com as aves do céu, e com
os répteis da terra; e tirarei desta o arco, e a espada, e
a guerra e farei o meu povo repousar em segurança.
Desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei
comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e
em misericórdias; desposar-te-ei comigo em fidelida-
de, e conhecerás ao Senhor. Naquele dia, eu serei ob-
sequioso, diz o Senhor, obsequioso aos céus, e estes,
à terra; a terra, obsequiosa ao trigo, e ao vinho, e ao
óleo; e estes, a Jezreel. Semearei Israel para mim na
terra e compadecer-me-ei da Desfavorecida; e a Não-
Meu-Povo direi: Tu és o meu povo! Ele dirá: Tu és o meu
Deus!” (Oséias 2.14-23.) Deus promete a restauração

27
de Israel. Começamos a perceber não somente as
promessas, mas todo o esforço do Senhor para que
Israel não fosse de todo destruído.
Quantas vezes Deus tem trazido uma palavra
de conserto, de alívio, de esperança para um ca-
samento que está se destruindo, ou a uma vida
que está andando por um caminho errado. Não
são poucas as vezes em que o Senhor provoca in-
tervenções para chamar a atenção do seu povo.
Entretanto, é preciso ouvir, e ouvir é mais que
escutar, é tomar em consideração, é atender, é
obedecer. É preciso compromisso de fidelidade,
de obediência.
Muitos de nós temos tido uma compreensão
de igreja como se ela fosse uma rodoviária. Na
hora marcada para a viagem ela enche, mas de-
pois esvazia. Igreja não é isso, não é local de turis-
mo ou um lugar onde as pessoas vão para terem
o que fazer no domingo. Não. Igreja é muito mais
que pensamos, Igreja é família. Eu não quero que
em Lagoinha viva alguém que fique apenas nos
bancos, sem compromisso, sem pacto, sem alian-
ça, porque na igreja você não pode, de forma al-
guma, ser um mero assistente.

28
Existe um período de adaptação para aqueles
que chegam, e há, também, aqueles que estão como
que namorando, observando se realmente ficarão
em naquela igreja. Mas o importante é que você fi-
que onde Deus quiser. E onde você ficar deverá ser
participante ativo, porque Igreja é compromisso. A
Igreja é a figura da noiva que vemos repetidas vezes
no Novo Testamento. “Então, veio um dos sete anjos
que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos
e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a
esposa do Cordeiro.” (Apocalipse 21.9.) E a figura que
vemos no livro de Oséias é, exatamente, a de que a
Igreja é a noiva de Cristo, vivendo esta relação onde
há compromisso. Diz o texto de Oséias: “Desposar-
te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em
justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericór-
dias.” (Oséias 2.19.)
Aqueles que são casados não podem mais olhar
para outra pessoa com desejo, pois o cônjuge que
está ao seu lado é único e para sempre, salvo raras
exceções de acordo com a Bíblia. Muitos dizem que
o casamento dura enquanto o amor durar. Esta fra-
se é totalmente equivocada. Porque amor é mais
que um sentimento, amor é um mandamento. Je-

29
sus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis
uns aos outros; assim como eu vos amei, que também
vos ameis uns aos outros.” (João 13.34.) Existem mui-
tas pessoas que, antes de virem para o evangelho,
tiveram a sua vida destruída. Outros, chegam à
igreja com o casamento totalmente arruinado. Mas,
quando a pessoa vem para Jesus, “zera tudo”. Há
um recomeço abençoado pelo Senhor. Aquele que
tem o Senhor compreende que casamento é para
sempre. “Maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.”
(Efésios 5.25.) Você tem que amar a sua igreja, pois é
aí que o Senhor o plantou. Algo triste de se ouvir é
um irmão falando mal da igreja onde ele congrega.
Não existe igreja perfeita, o que existe são imper-
feitos unidos no propósito de se ajudarem, até que
o Senhor venha. Outra coisa terrível de se ouvir é o
marido ou a esposa falar mal do seu cônjuge. Não
faça isso, abençoe o seu cônjuge e, também, a sua
igreja e os seus irmãos.
Você sempre irá encontrar pessoas que adoe-
cem na fé e, como igreja, nós temos que cuidar de-
las. O melhor exército é aquele que cuida dos seus
feridos. Quantas vezes, na batalha da vida, as pesso-

30
as são feridas? É por isso que você tem que ter essa
compreensão do que é igreja, no sentido de cuidar
do seu irmão. O Senhor diz: “Desposar-te-ei comigo
para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em
juízo, e em benignidade, e em misericórdias.” (Oséias
2.19.)
O profeta Oséias nos deixou uma advertência:
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta
o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não
sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste
da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus
filhos.” (Oséias 4.6.) Lembre-se que todos nós somos
sacerdotes e, dentro desta promessa de restaura-
ção, a parte final conclui dizendo: “E conhecerás ao
Senhor.” (Oséias 2.20.)

31
32
Conhecer
a Deus,
conhecer a
sua Palavra

Conhecer a Deus é conhecer a Palavra dele. É


mergulhar, ter intimidade com o Senhor, experi-
mentar das verdades do Senhor, pautar a vida pela
Palavra do Senhor.
“Naquele dia, eu serei obsequioso, diz o Senhor,
obsequioso aos céus, e estes, à terra; a terra, obse-
quiosa ao trigo, e ao vinho, e ao óleo; e estes, a Jezreel.

33
Semearei Israel para mim na terra e compadecer-me-
ei da Desfavorecida; e a Não-Meu-Povo direi: Tu és o
meu povo! Ele dirá: Tu és o meu Deus!” (Oséias 2.21-
23.) Nesses versículos, o Senhor continua trazendo
a sua promessa. Aquele Jezreel que significa “Deus
espalha”, não mais seria Jezreel. E o verso 23 diz:
“Semearei Israel para mim na terra e compadecer-me-
ei da Desfavorecida; e a Não-Meu-Povo direi: Tu és o
meu povo! Ele dirá: Tu és o meu Deus!”
Deus, não tem passado como não tem futuro.
Para Deus só existe o presente. Deus é presente. An-
tes que eu nascesse, Ele já me conhecia. E antes que
o mundo existisse, Ele sabia que você estaria, neste
momento, lendo este livro. Em outras palavras, Ele
sabe todas as coisas.
A profecia diz: “Semearei Israel para mim na
terra e compadecer-me-ei da Desfavorecida; e a
Não-Meu-Povo direi: Tu és o meu povo! Ele dirá: Tu
és o meu Deus!”
No capítulo 3, Deus prometeu de uma forma
bastante clara a redenção para o seu povo. O livro
de Filemom fala a respeito de redenção, ou seja,
o escravo para ser redimido, alguém tinha que
pagar por ele.

34
“Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade
em Cristo para te ordenar o que convém, prefiro, to-
davia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou,
Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Je-
sus; sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo,
que gerei entre algemas. Ele, antes, te foi inútil; atu-
almente, porém, é útil, a ti e a mim. Eu to envio de
volta em pessoa, quero dizer, o meu próprio cora-
ção. Eu queria conservá-lo comigo mesmo para, em
teu lugar, me servir nas algemas que carrego por
causa do evangelho; nada, porém, quis fazer sem
o teu consentimento, para que a tua bondade não
venha a ser como que por obrigação, mas de livre
vontade. Pois acredito que ele veio a ser afastado
de ti temporariamente, a fim de que o recebas para
sempre, não como escravo; antes, muito acima de
escravo, como irmão caríssimo, especialmente de
mim e, com maior razão, de ti, quer na carne, quer
no Senhor. Se, portanto, me consideras compa-
nheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo. E,
se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa,
lança tudo em minha conta. Eu, Paulo, de próprio
punho, o escrevo: Eu pagarei – para não te alegar
que também tu me deves até a ti mesmo.” (Filemom

35
1.8-19.)
Todos nós estávamos sendo vendidos em
praça pública. Satanás escarnecia e zombava de
nós. Afinal, éramos escravos das paixões, as mais
loucas e desvairadas e vivíamos bem longe do
Senhor. Porém, a Palavra de Deus diz que fomos
“comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus
no vosso corpo” (1 Coríntios 6.20). Nós, sempre ce-
lebramos a Ceia, exatamente para não esquecer-
mos de que fomos comprados.
“Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma
mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o
Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem
para outros deuses e amem bolos de passas. Com-
prei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e
um ômer e meio de cevada; e lhe disse: tu esperarás
por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás
de outro homem; assim também eu esperarei por
ti. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias
sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna,
sem estola sacerdotal ou ídolos do lar. Depois, tor-
narão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu
Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremen-
do, se aproximarão do Senhor e da sua bondade.”

36
(Oséias 3.1-5.)
Em 1948, parte desta profecia começou a se
cumprir. No ano 70 da nossa era, um general roma-
no destruiu Jerusalém e, logo depois da destruição
de Jerusalém, os judeus foram espalhados por todo
o mundo. Diz o texto que: “os filhos de Israel ficarão
por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício”.
Desde que o templo foi destruído, no ano 70, os ju-
deus celebram a Páscoa, há muitos rituais, mas eles
não fazem mais sacrifícios com animais. Esta profe-
cia está se cumprindo. “Depois, tornarão os filhos de
Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu
rei; e, nos últimos dias, tremendo, se aproximarão do
Senhor e da sua bondade.” Isto acontecerá quando
Jesus voltar para arrebatar a Igreja.
“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua pala-
vra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos,
os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente
com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor
nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Se-
nhor.” (1 Tessalonicenses 4.16-17.)
Naquele exato momento em que os mortos

37
ressuscitarão para o encontro com o Senhor, e
nós, os vivos, formos arrebatados para nos en-
contrarmos com o Ele, neste período os judeus
se converterão, porque não é que os judeus não
creem em Jesus, eles, os judeus, não reconhecem
que Jesus seja o Messias. As profecias de Zacarias
dizem que “sobre a casa de Davi e sobre os habi-
tantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça
e de súplicas; olharão para aquele a quem traspas-
saram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um
unigênito e chorarão por ele como se chora amar-
gamente pelo primogênito.” (Zacarias 12.10.) Eles
verão aquele a quem eles traspassaram e se con-
verterão. Será um momento glorioso.
A mensagem de Oséias descreve a infidelida-
de, a rejeição e a restauração de Israel
“Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel,
porque o Senhor tem uma contenda com os habi-
tantes da terra, porque nela não há verdade, nem
amor, nem conhecimento de Deus. O que só preva-
lece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há
arrombamentos e homicídios sobre homicídios. Por
isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela des-
falece, com os animais do campo e com as aves do

38
céu; e até os peixes do mar perecem. Todavia, nin-
guém contenda, ninguém repreenda; porque o teu
povo é como os sacerdotes aos quais acusa. Por isso,
tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de
noite; e destruirei a tua mãe. O meu povo está sendo
destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque
tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também
eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante
de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus,
também eu me esquecerei de teus filhos. Quanto
mais estes se multiplicaram, tanto mais contra mim
pecaram; eu mudarei a sua honra em vergonha.
Alimentam-se do pecado do meu povo e da malda-
de dele têm desejo ardente. Por isso, como é o povo,
assim é o sacerdote; castigá-lo-ei pelo seu procedi-
mento e lhe darei o pago das suas obras. Comerão,
mas não se fartarão; entregar-se-ão à sensualida-
de, mas não se multiplicarão, porque ao Senhor dei-
xaram de adorar. A sensualidade, o vinho e o mosto
tiram o entendimento. O meu povo consulta o seu
pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá resposta;
porque um espírito de prostituição os enganou, eles,
prostituindo-se, abandonaram o seu Deus. Sacrifi-
cam sobre o cimo dos montes e queimam incenso

39
sobre os outeiros, debaixo do carvalho, dos chou-
pos e dos terebintos, porque é boa a sua sombra;
por isso, vossas filhas se prostituem, e as vossas no-
ras adulteram. Não castigarei vossas filhas, que se
prostituem, nem vossas noras, quando adulteram,
porque os homens mesmos se retiram com as mere-
trizes e com as prostitutas cultuais sacrificam, pois
o povo que não tem entendimento corre para a sua
perdição. Ainda que tu, ó Israel, queres prostituir-te,
contudo, não se faça culpado Judá; nem venhais a
Gilgal e não subais a Bete-Áven, nem jureis, dizen-
do: Vive o Senhor. Como vaca rebelde, se rebelou
Israel; será que o Senhor o apascenta como a um
cordeiro em vasta campina? Efraim está entregue
aos ídolos; é deixá-lo. Tendo acabado de beber, eles
se entregam à prostituição; os seus príncipes amam
apaixonadamente a desonra. O vento os envolveu
nas suas asas; e envergonhar-se-ão por causa dos
seus sacrifícios.” (Oséias 4.1-19.)
Esses cultos idólatras, ou esses cultos a Baal e
aos Baalins, eram orgias, das mais inimagináveis.
Na verdade, deixar de lado um Deus santo, cheio
de graça, e de vida e entrar para um caminho
como esse, é algo assustador.

40
No capítulo 5 encontramos o arrependimento
do povo, mas foi um arrependimento só da boca
para fora, um arrependimento insincero. Este tipo
de arrependimento é o mesmo que dizer: “Arre-
pendi-me de ter-lhe roubado aquele dinheiro”, mas
quando o outro vira as costas ele vai e rouba no-
vamente. Quantas vezes as pessoas dizem: “Eu me
arrependo”, mas aquilo não saiu do coração. Arre-
pendimento é mudança de vida. Arrependimento
é a atitude de uma mudança radical. Se me arre-
pendo daquele pecado, não voltarei a cometê-lo,
custe o que custar. Isso é arrependimento. Muitas
pessoas voltam ao vômito do pecado, porque não
aguentam a pressão imposta pelo diabo.
No capítulo 6 de Oséias, os seis primeiros ver-
sos dizem assim:
“Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele
nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.
Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia,
nos levantará, e viveremos diante dele. Conheça-
mos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como
a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós
como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque

41
o vosso amor é como a nuvem da manhã e como
o orvalho da madrugada, que cedo passa. Por isso,
os abati por meio dos profetas; pela palavra da mi-
nha boca, os matei; e os meus juízos sairão como
a luz. Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o
conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.”
(Oséias 6.1-6.)
Normalmente, aquele que está vivendo sob
a culpa quer fazer alguma coisa para agradar a
Deus. Lembro-me que em algum tempo, uma
pessoa, proprietária de uma rede de motéis, me
procurou e disse: “Pastor, eu quero construir uma
creche, e estou pronto a dar o que a igreja precisar
para a construção dessa creche. Eu quero manter
essa creche e não vai faltar nada ali”. Bem no fun-
do, tudo o que aquele homem queria, era aliviar
a sua consciência. Mas não é por aí. Não é o sen-
timento de culpa que vai trazer arrependimento.
Sentimentos passam, mas atitudes ficam e trans-
formam o coração. Diz a Palavra de Deus: “Mise-
ricórdia quero e não sacrifício”. A nossa fé não é
um multiplicar de sacrifícios e holocaustos ao Se-
nhor, mas o conhecimento de Deus. Em Mateus,
capítulo 9, versículo 13, Jesus disse: “Ide, porém, e

42
aprendei o que significa: Misericórdia quero e não
holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pe-
cadores ao arrependimento.”
No capítulo 12 de Mateus, verso 7, está escrito:
“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia
quero e não holocaustos, não teríeis condenado
inocentes.”
Não procure ver neste texto o Israel de cerca
de quase três mil anos atrás, mas procure se ver
neste texto: “Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus,
porque, pelos teus pecados, estás caído. Tende con-
vosco palavras de arrependimento e convertei-vos
ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, acei-
ta o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios
dos nossos lábios. A Assíria já não nos salvará, não
iremos montados em cavalos e não mais diremos
à obra das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti
o órfão alcançará misericórdia. Curarei a sua infi-
delidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a
minha ira se apartou deles. Serei para Israel como
orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas
raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os
seus ramos, o seu esplendor será como o da olivei-
ra, e sua fragrância, como a do Líbano. Os que se

43
assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vi-
vificados como o cereal e florescerão como a vide; a
sua fama será como a do vinho do Líbano. Ó Efraim,
que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei
de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o
teu fruto. Quem é sábio, que entenda estas coisas;
quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos
do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas
os transgressores neles cairão.” (Oséias 14.1-9.)
Deus deseja trazer, neste momento, a cura
para a sua infidelidade espiritual. Muitas vezes o
seu coração é sincero, mas parece que algumas
coisas o puxam, o arrastam e, de repente, parece
que tudo se desfaz, mas a nossa vida é marcada
pelos recomeços, sempre existirá a oportunida-
de de recomeçarmos e, aqui, a Palavra de Deus
diz: “Curarei a sua infidelidade”. Jesus tem que ser
tudo para você, não veja Jesus Cristo como se fos-
se uma mercadoria, ou como um amuleto. Não
veja Jesus Cristo, como algumas pessoas o têm
visto. As que correm de um lado para o outro, de
igreja em igreja, à procura de uma bênção para a
sua vida. Tudo o que você precisa é da restaura-
ção da sua comunhão com Ele, é você, realmente,

44
deixá-lo ser o tudo na sua vida.
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Se-
nhor”.
Que esse seja o seu desejo. Que essa seja a sua
oração:
“Renova-me Senhor, renova o meu amor por ti,
renova o meu amor pela tua palavra, renova o meu
amor pela santidade. Renova-me Senhor”.

Deus abençoe!
Pr. Márcio Valadão

45
46
JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano


maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

47
separado de Deus. “Pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,


para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Porque com o coração se crê para justiça e com
a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm
10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:

48
“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-


lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

49
50
51
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

52

Você também pode gostar