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PARTE GERAL

I – NOÇÕES GERAIS DO COMÉRCIO E DO DIREITO COMERCIAL

Evolução Histórica

Sistema Subjetivo

XII a XVIII – Período Subjetivo – Critério Corporativista – Direito Fechado e classista,


privativo de quem era matriculado nas corporações de mercadores (corporações de
ofício). Lex Mercatoria.

Sistema Objetivo

XVII em diante – Período Objetivo – Liberalismo Econômico – Destaque para o Código


Comercial Francês (Código de Napoleão de 1807) – liberdade para comerciar –
Comerciante era aquele que praticava ato de comércio – Ato de Comércio previstos em
lei.

Código Comercial Brasileiro – Lei n.º 556, de 26/06/1850 – adota o sistema objetivo.

Sistema Subjetivo Moderno

Direito Empresarial – Atividade econômica organizada – Novo período Subjetivo –


Empresário centro – Adotado pelo Código Civil de 2002.

Conceito

Direito Comercial é o direito que regula a atividade econômica organizada para produção
e circulação de bens e serviços, chamada de atividade empresarial, bem como todos os
atos praticados para a consecução dessa atividade.

O Direito Comercial é o conjunto de regras jurídicas que regulam as atividades das


empresas e dos empresários, bem como os atos considerados comerciais, mesmo que
esses atos não se relacionem com as atividades das empresas.[1]

Fontes

• Código Comercial
• Código Civil de 2002
• Leis, tratados e regulamentos Comerciais
• Usos e Costumes do Comércio
• Analogia, costumes e princípios gerais do direito
o CUIDADO: Jurisprudência e Doutrina não são fontes, mas formas de
interpretar e aplicar o Direito.

Natureza Jurídica

• Ramo do Direito Privado.


• Pode ser dividido em Direito Industrial, Direito Societário, Direito Cambiário e
Direito Falimentar.[2]

Princípios

• Simplicidade das Formas ou Informalismo


• Onerosidade
• Cosmopolitismo ou Internacionalidade
• Proteção do Crédito

II – EMPRESÁRIO, EMPRESA E ESTABELECIMENTO

Empresário

Empresário Individual – Pessoa física que, em nome próprio, exerce atividade de


empresa. (art. 966, CCB/2002)

Sociedade Empresária – é a pessoa jurídica que exerce atividade de empresa. (art. 982,
CCB/2002)

Sócio - é o proprietário de cotas ou ações.

Características do Empresário

• Pessoa Física exerce empresa


• Responsabilidade ilimitada
• Alienar ou onerar bens imóveis vinculados ao exercício de empresa, sem outorga
uxória.
• Cônjuges podem ser sócios, salvo universal e separação obrigatória.
Capacidade

• Exercício Regular
• Capacidade civil
• Assistência – impedimento
• Registro

Exceção

• Representante/curador
• Autorização judicial
• Sucessão empresarial – Continuação da Empresa por Incapaz
o Único empresário com responsabilidade limitada – listar bens pessoais no
alvará judicial

Impedidos

• Servidor público
• Militar
• Falido, não reabilitado
• Agentes políticos
• Condenado por crime falimentar, 5 anos da extinção da punibilidade, ou
reabilitação penal – art. 181, Lei 11.101/2005
• Deputado e Senador não podem ser proprietário, sócio controlador de sociedade
possui contrato com o Estado. (54, II CF)

Impedido pode ser sócio, inclusive majoritário, desde que não exerça a administração e
responda limitadamente.

Empresa (sujeito de direito)

Requisitos:

• Profissionalismo, habitualidade
• Organização dos Fatores de Produção
o economia – une capital, trabalho e imóveis
o administração – atividade-fim, aquela voltada para o mercado
• Atividade Econômica, intuito de lucro
• Discussão acerca da propriedade do excedente, onde se localiza – propriedade de
terceiros, ou do sócio, ou da entidade.
o Pessoa Jurídica – sempre sociedade
o Pessoa Física – presume-se intuito de lucro
• Capacidade
• Produção ou Circulação de Produtos ou Serviços

Exceções: Atividades Civis Econômicas

• CILA – Profissão Científica, Intelectual, Literária ou Artística


o Elemento de Empresa
o Ter empregados
o Juntamente com outra atividade classificada como empresarial
o Profissão Regulamentada
• Atividade Rural (incluída a pecuária): pode optar
• Cooperativas – sempre sociedade simples – qualquer que seja a atividade.
o CUIDADO: mesmo sendo simples, por força de lei específica, tem de
registrar na Junta Comercial. Nenhuma pode falir, salvo a cooperativa de
crédito – Lei n.º 6.024/74

Sujeito de Direito

• Pessoa Natural -
o Empresa, registra na junta
o CILA – Profissão Científica, Intelectual, Literária ou Artística - e Rural –
não registram na junta
• Pessoa Jurídica de Direito Privado
o Sem fins lucrativos
 associação
 fundação
 Organização Religiosa
 Partido Político
o Com fins lucrativos
• Sociedade
o Empresária – empresa
o Simples – atividade econômica civil
 CILA- Profissão Científica, Intelectual, Literária ou Artística
 rural
 cooperativa

• Sociedade Empresária
o Tipo Societário
o Pessoas (confiança)
 Nome Coletivo
 Comandita Simples
 Limitada
 Anônima
 Comandita por Ações

• Capital
o Sociedade Anônima
o Comandita por Ações

• Sociedade Simples
o Regime Próprio – sociedade simples
o Cooperativas
o Limitada
o Comandita Simples
o Em nome coletivo

Estabelecimento (objeto de direito)

Conjunto de bens organizado para o exercício de empresa – art. 1.142 CCB/2002

É o conjunto de bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade


econômica.[3]

É objeto de direito – universalidade de fato.

Ex.: Imóveis, móveis, patentes, modelos, marcas,, nome de fantasia, ponto comercial…
NÃO SÃO – nome empresarial, aviamento, clientela..

Patrimônio conjunto de relações jurídicas de cunho econômico.

• Ativo (estabelecimento)
o créditos
o bens
 corpóreos
 incorpóreos
 móveis
 imóveis
• Passivo – obrigações
Trespasse ou traspasse – venda do estabelecimento – requisitos de eficácia

• Averbar na Junta Comercial


• Publicar na Imprensa Oficial
• Pagamento de todos os credores
o Restarem bens suficientes
o Consentimento
 Expresso
 Tácito – 30 dias da notificação, falta de oposição do credor após
trinta dias da publicação do trespasse

Para Proteger o adquirente de boa-fé

• Passivo do Alienante (privado) trabalhista e tributário sempre segue com o


adquirente – exceto:
o Ativo da massa falida
o Recuperação judicial quem compra filial ou UPI – unidade produtiva
isolada

• Passivo Contabilizado – responsabilidade do adquirente – art. 1.146 CCB/2002.


Alienante como responsável solidário pelo prazo de um ano
o Créditos vencidos – da publicação do trespasse
o Créditos vincendos – a contar do vencimento
• Passivo não Contabilizado (oculto) -
o Alienante solvente – alienante responde isoladamente
o Alienante insolvente
 Credores consentiram com o trespasse – alienante responde
isoladamente
 Credores não consentiram com o trespasse – responde alienante e
adquirente solidariamente

Trespasse e Lei de Falências – Lei n.º 11.101/2005

• Venda ou transferência do estabelecimento sem o consentimento expresso ou o


pagamento de todos os credores – Ineficaz em relação à massa, independente da
intenção de fraudar os credores (art. 129, V)
• Será decretada a falência pela prática de trespasse sem reservar bens suficientes
para solver o passivo e sem o consentimento dos credores (art. 94, III, c)
Salvo disposição em contrário o Adquirente sub-roga-se nos contratos – podendo o
terceiro rescindir em 90 dias. – VENDA DE EMPRESA, não leva os personalíssimos

• Não leva contratos personalíssimos


• Terceiros podem rescindir em 90 dias da publicação
• Não leva contrato de locação, art. 13, da Lei n.º 8.245/1991, Lei de Locações.

Washington Luís Batista Barbosa

www.washingtonbarbosa.com

[1] MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 28 Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

[2] TOMAZETTE, Marlon. Direito Comercial. 1 Ed. Brasília: Fortium, 2006

[3] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2.000.

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