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INTRODUÇÃO

A tecnologia atual de computadores está baseada na construção de equipamentos


formados por circuitos eletrônicos, cabos e fontes de alimentação que são precisos na
identificação distinta entre dois tipos de sinais elétricos, caracterizados pela passagem de
corrente elétrica em um sentido, ou no seu sentido inverso. Por isso, os computadores
representam dados e operações por meio de dois símbolos, constituindo a linguagem
binária, usualmente descrita com 0 e 1 (zero e um).

A seqüência descritiva de um conjunto de símbolos (0 e 1) em linguagem de


binária, também chamada de linguagem de máquina, pode representar dados e/ou
operações a serem executadas pelo computador. Cada um dos símbolos existentes
neste conjunto é chamado de bit (a menor unidade de armazenamento de dados), onde a
junção de oito bits forma o conhecido byte. Por exemplo:

O conjunto de símbolos representado no exemplo acima pode estar descrevendo,


em linguagem de máquina, um simples dado a ser armazenado na memória do
computador ou ainda uma operação a ser realizada por este (por exemplo, uma adição
entre dois valores numéricos), onde seu resultado será armazenado pelo computador.

A utilização desta linguagem permite ao computador realizar o armazenamento e a


manipulação dos dados entre os diversos dispositivos eletrônicos que o compõe.
Suponha a necessidade do armazenamento de dois valores numéricos a serem somados
(operação aritmética de adição entre eles), para na seqüência ser apresentado o
resultado desta operação (resultado da adição).
Primeiramente, o computador necessitará armazenar estes dois valores
numéricos, quando estes lhe forem informados. Em seguida, ele efetuará a operação de
adição entre os valores, armazenando o seu resultado, que posteriormente poderá ser
apresentado ao usuário (pessoa que utiliza o computador).

Todas estas ações executadas pelo computador envolvem vários dispositivos


eletrônicos, que interconectados formam este importante, e cada vez mais essencial,
equipamento eletrônico. Uma representação clássica do computador no processamento
de dados pode ser observada no esquema abaixo.

De acordo com a representação simplificada acima de processamento de dados


seus principais dispositivos eletrônicos são definidos e exemplificados na relação a
seguir:

PROCESSADOR: componente eletrônico que executa a instrução corrente e determina qual


a próxima instrução a ser executada, sendo também chamado de CPU (Central
Processing Unit) ou UCP (Unidade Central de Processamento);

MEMÓRIA: dispositivo que consisti em uma seqüência finita de unidades de


armazenamento identificadas por um endereço único, descrito por um número
inteiro não negativo e responsável pelo armazenamento de programas e dados que
serão manipulados pelo computador;
DISPOSITIVOS DE ENTRADA: conjunto de componentes que podem ser conectados ao
computador para permitir a comunicação com o mundo real para coleta de dados
relevantes aos problemas que o mesmo possa estar inserido – exemplo: teclado
usado para coleta de dados do usuário que sejam necessários ao processamento
de dados desejado;

DISPOSITIVOS DE SAÍDA: componentes eletrônicos que podem ser conectados ao


computador para permitir a comunicação dele com o mundo real – exemplo: vídeo
usado para que o computador possa se comunicar com seu usuário.

Todo dispositivo que pode ser conectado a um computador é chamado de


periférico, existindo entre estes alguns que realizam operações de entrada e saída, como
os discos e fitas magnéticas usadas para guardar dados utilizados pelo computador.

O processamento de dados, realizado pelo computador, consiste na execução de


várias operações sobre os dados armazenados, que posteriormente serão mostrados
aos seus usuários como conteúdo empregado no auxílio da solução de seus problemas
cotidianos. Assim, este recurso eletrônico torna-se útil ao ser humano, principalmente por
sua agilidade no processamento de uma quantidade elevada de dados, com um tempo
consideravelmente reduzido. Entretanto, este recurso também depende do raciocínio
humano para a realização de tarefas corretas, porque os computadores não possuem um
“raciocino” coerente com todas as necessidades presentes no dia-a-dia real.

O adequado aproveitamento de tamanha capacidade computacional é essencial


ao uso dos computadores no cotidiano que os envolvem, contudo esta capacidade
impossibilita a constante interferência humana no processamento almejado para solução
dos mais diversos problemas. Repare, por exemplo, na velocidade de processamento de
um computador em nanosegundos (1 milésimo de microsegundo) no processamento de
dados, enquanto que uma decisão humana que pode levar alguns segundos, minutos,
horas, dias, etc.

Toda esta capacidade não adiantaria nada caso tivesse que aguardar “muito
tempo” para dar continuidade as ações e operações a serem realizadas no caminho da
solução de um problema.
Dessa forma, o automatismo do computador no processamento de dados se torna
essencial ao aproveitamento da agilidade do mesmo, sendo relevante o seu prévio
planejamento. Neste planejamento deverão ser considerados todos os possíveis
acontecimentos relacionados ao processamento desejado, pois assim o computador
poderá realizar uma ação coerente com o ocorrido, sem prejudicar o processamento
desejado.

No entanto, as operações e instruções a serem efetuadas por um computador


devem ser previstas e planejadas pelo raciocínio humano, que posteriormente os
implementará, possibilitando ao computador realizar, eficientemente, as operações
desejadas por seus usuários e definidas por meio do uso das linguagens de
programação.

Os programas de computador consistem em seqüências de instruções elaboradas


em linguagem de programação com o objetivo de resolverem ou auxiliarem na solução
problemas. Estas linguagens são codificações padronizadas que possibilitam a
comunicação entre o ser humano e o computador com o objetivo de se atingir um
resultado desejado. Porém, antes dessa comunicação acontecer, o ser humano deve
encontrar uma lógica coerente para resolução do problema existente. Por exemplo: como
poderá ser resolvido o problema de correção de provas de concurso em um período
reduzido de tempo para contratação urgente de novos funcionários?

A primeira preocupação deve se concentrar na aprendizagem de tudo que pode


envolver este problema e em como resolve-lo. Assim, será possível elaborar um
raciocínio lógico mais completo sobre o mesmo e, conseqüentemente, elaborar uma
solução mais segura e eficaz para o problema existente. Ao problema proposto
anteriormente, de correção de provas de um concurso, seria necessário conhecer um
pouco mais seus dados, situações e informações: Seriam as provas muito longas?; Qual
a quantidade de candidatos inscritos?; Em que data os candidatos aprovados deverão
iniciar suas atividades profissionais?. Sem estes dados não é nem possível afirmar que
existe realmente um problema, então como poderia ser pensada uma solução para esta
situação?

Como um programa de computador precisa especificar, com certo detalhamento,


todos os processos e operações a serem executados pelo computador, é de fundamental
importância a tomada de todo o conhecimento que esteja envolvido com seu problema
para que possa ser planejada e elaborada posteriormente uma solução coerente com
todas as suas possíveis nuanças.

Esse conhecimento detalhado sobre o problema possibilita ao indivíduo


responsável pelo planejamento, desenvolvimento e disponibilização do programa um
apurado conhecimento sobre as possíveis situações diferentes que este programa possa
ser utilizado. Com isso, serão menores as chances do processamento incorreto, ou
mesmo incompleto, a ser executado pelo computador através de seu programa.
Geralmente, o profissional responsável pelo desenvolvimento de programas é conhecido
como programador.

A elaboração de uma lógica coerente e completa exige características


relacionadas ao indivíduo que procura encontrá-la, sendo interessante criatividade,
conhecimento, versatilidade, persistência, responsabilidade, ponderação, entre outras
características pessoais que formam um “bom programador”. Cada programador ainda
precisa exercer domínio sobre seu pensamento, de forma a conseguir organizar o seu
raciocínio em busca de um objetivo almejado.

Algumas definições são importantes no início do estudo da subárea de


Programação Computacional, sendo a concepção de “lógica” proposta por Mazano
(2000) voltada mais às características computacionais:
Lógica consiste em “um esquema sistemático que define as interações de sinais no

equipamento automático do processamento de dados, ou computador científico com


critério e princípios formais de raciocínio e pensamento.” (Manzano, 2000, p.3).

Uma definição não tão computacional de “lógica” seria: “a ciência que estuda as
leis e critérios de validade que regem o pensamento e a demonstração, ou seja, a ciência
de princípios formais do raciocínio” (Manzano, 2000, p.3).

O uso da “lógica” para alguns profissionais é essencial e inseri um ponto divisor


entre estes indivíduos, principalmente naqueles da subárea de Programação. Observe,
por exemplo, a simples constatação lógica proposta no exemplo abaixo:

• Hoje é sábado.

• Todo sábado que não é feriado tem aula.

• Hoje não é feriado.

• Logo, hoje tem aula.


(uma conclusão lógica)

No exemplo acima os dados conhecidos (fatos) são que hoje é sábado e que não
é feriado, além de que todo sábado tem aula, menos nos feriados. Assim, é possível
concluir que hoje tem aula.
O estudo na área de Informática, mas especificamente na subárea de
Programação, não tem o objetivo de ensinar ninguém a pensar, pois todas as pessoas
normais já desenvolveram esta habilidade durante o seu processo de evolução (criança –
jovem – adulto – velho). Porém, seu principal objetivo é apresentar, desenvolver e
aperfeiçoar o raciocínio lógico possível de ser implementado em computadores e
utilizados por seus usuários.

O estudo na área de Informática, mas especificamente na subárea de


Programação, não tem o objetivo de ensinar ninguém a pensar, pois todas as pessoas
normais já desenvolveram esta habilidade durante o seu processo de evolução (criança –
jovem – adulto – velho). Porém, seu principal objetivo é apresentar, desenvolver e
aperfeiçoar o raciocínio lógico possível de ser implementado em computadores e
utilizados por seus usuários..

A implementação para área de Informática consiste na codificação do raciocínio


humano, que soluciona problemas computacionais, em um programa de computador,
sendo este raciocínio descrito em uma linguagem de programação.

No entanto, o programador só poderá descrever uma possível solução depois de


encontrar o raciocínio adequado que permita ao computador chegar a uma resolução
correta a situação apresentada por seu usuário.
A complexidade do problema também faz diferença ao processamento, pois
quanto maior ela for, mais complicada e cuidadosa deverá ser sua solução. Outra
consideração importante é a quantidade de profissionais dedicados a construção de um
raciocínio lógico coerente com o problema existente, podendo estes profissionais
estarem organizados em equipes ou possuírem um único indivíduo com tal
responsabilidade.

Estas duas possíveis situações identificam um trabalho árduo a ser desenvolvido,


onde técnicas e métodos de representação de raciocínio contribuem, significativamente,
na análise, discussão e teste das possíveis soluções encontradas.

Uma destas técnicas é conhecida como algoritmo e possibilita a representação


simples, mas com clareza suficiente para a compreensão da lógica racional a ser
empregada na solução do problema existente.

A definição conceitual da expressão algoritmo é realizada por vários estudiosos,


sendo as mais interessantes ao estudo desta disciplina as relacionadas a seguir:

“Algoritmo são regras formais para a obtenção de um resultado ou da solução de um


problema, englobando fórmulas de expressões aritméticas” (MANZANO, 2000, p.6).

“Ação é um acontecimento que, a partir de um estado inicial, após um período de


tempo finito, produz um estado final previsível e bem definido. Portanto, um algoritmo
é a descrição de um conjunto de comandos que, obedecidos, resultam numa
sucessão finita de ações” (FARRER, 1999, 1999, p.14).

“Algoritmo é uma seqüência finita de instruções ou operações cuja execução, em


tempo finito, resolve um problema computacional, qualquer que seja sua instância”
(SALVETTI, 1998, p.5).

Com base nestas definições de algoritmo é constatado que este conceito não é
peculiar somente a área de Informática, como pode ser observado no exemplo de criação
de um simplório algoritmo empregado na criação de um saboroso sanduíche:
1º - Pegar um pão
2º - Cortar o pão ao meio
3º - Pegar a maionese
4º - Passar maionese nas fatias de pão
5º - Pegar alface e tomate
6º - Cortar alface e tomate
7º - Colocar alface e tomate no pão
8º - Pegar um hambúrguer
9º - Fritar o hambúrguer
10º - Colocar o hambúrguer no pão
11º - Juntar as fatias do pão cortado

Estes onze passos indicados acima orientam na execução de diversas instruções


organizadas de forma seqüencial que resultarão em um delicioso sanduíche (estado
final). Estes passos são seqüências e finitos, podendo ser executados sem auxílio
nenhum de um computador.

A alteração na seqüência destes passos também poderá resultar em um outro


gostoso sanduíche, atingindo também o objetivo esperado.

Geralmente, um problema possui algumas alternativas de soluções que chegam


ao resultado correto, podendo existir vários algoritmos que solucionem um determinado
problema. Entre estas possíveis soluções algumas são mais rápidas, outras mais
seguras, mas todos conseguem resolver o problema adequadamente, apesar de suas
diferenças existentes no raciocínio lógico proposto como solução.
Diversas são as técnicas e métodos existentes para a construção de algoritmos.
No entanto, todas elas possuem um mesmo objetivo, onde as suas variações não
passam de pequenos detalhes frente a sua organização geral no atendimento a uma ou
outra área mais especificamente. Em uma abordagem, enfocando mais a área de
Tecnologia da Informação, é apresentado um método para a construção de algoritmos
que possibilite a implementação dos mesmos, posteriormente, em um computador
(desenvolvimento de programas computacionais):

1º - empenhar grande atenção sobre os dados relacionados ao problema,


procurando conhecer e compreender o máximo sobre ele;

2º - definir os dados que essencialmente deverão ser informados pelo usuário


para que o processamento seja realizado com sucesso (dados de entrada);

3º - descrever detalhadamente o processamento ou a transformação a ser


executada sobre os dados de entrada em busca dos resultados desejados
(como chegar no objetivo);

4º - definir quais são os dados resultantes do processamento ou transformação


(dados de saída);

5º - construir o algoritmo que represente a solução encontrada com o


detalhamento necessário a implementação almejada;

6º - testar o algoritmo por meio de simulações e efetuar as devidas correções que


possam vir a ser necessárias na lógica proposta.

A implementação das lógicas, elaboradas e representadas em um algoritmo, é


realizada sobre o computador, por meio da transcrição, representada no algoritmo, para
uma linguagem de programação, que também possibilitará a compreensão e execução
das instruções pelo computador. Essa transcrição também pode ser chamada de
tradução, pois somente efetuará mudança na forma de descrever o raciocínio a ser
implementado no computador.

O uso da linguagem de programação permite ao programador elaborar programas


que instruirão o computador nas operações a serem efetuadas. Para a elaboração de
programas, principalmente os mais complexos, é necessária a aplicação de um método
sistemático de programação que contribuirá com o desenvolvimento de programas
confiáveis, flexíveis e eficientes. Esse tipo de desenvolvimento apresenta uma
metodologia organizada em etapas básicas fundamentais, sendo estas descritas a
seguir:

ANÁLISE: nessa etapa se estuda o problema, buscando sua completa


compreensão, onde os dados de entrada, o processamento e os dados de
saídas possam ser identificados corretamente;

PROJETO: essa etapa aplica métodos e técnicas que possibilitem a descrição


necessária do problema com suas possíveis soluções. Ela consiste no
projeto do programa, sendo elaborada por meio da construção do
algoritmo e da definição correta das estruturas de dados necessárias a tal
solução;

CODIFICAÇÃO: essa etapa consiste na implementação do projeto do programa, ou seja,


na tradução do raciocínio, representado no algoritmo, para um programa
computacional, escrito na linguagem de programação desejada;

VERIFICAÇÃO: nessa etapa é finalizado o processo de desenvolvimento do programa,


que é classificado como software, sendo também chamado de aplicação.
Simulações, testes e verificações dos resultados alcançados pelo
programa são analisados, podendo resultar em alterações no código
elaborado. Essas alterações procurarão o atendimento eficaz do objetivo
desejado pelo programa, que é finalmente liberado aos usuários finais.

O uso destas metodologias possibilitará o desenvolvimento organizado e eficiente


do programa desejado. Porém, essas etapas destinadas à elaboração do programa e do
algoritmo, devem ser realizadas com a documentação coerente em cada uma delas. Isso
permitirá a construção de uma lógica clara e detalhada o suficiente para a compreensão
de qualquer outro profissional da área, promovendo alta qualidade nesse
desenvolvimento.

ELABORAÇÃO DO ALGORITMO

A elaboração do algoritmo descreve a necessidade dos dados e as suas


manipulações durante a execução da lógica proposta por ele. Essa descrição pode ser
feita de diversas formas por meio de técnicas diferentes que representarão a seqüência
dos passos (ou etapas) a serem realizados pela execução do algoritmo.

Cada técnica possibilita formas de representação diferentes, o que privilegia


algumas características na percepção e compreensão dos profissionais envolvidos.
Sendo assim, serão apresentadas algumas destas técnicas, com os principais aspectos a
serem avaliados na sua escolha para aplicação. Entre as várias técnicas existentes, três
delas serão abordadas nesse material, sendo uma a mais relevante durante o
aprendizado almejado neste estudo de algoritmo e programação.

FLUXOGRAMA
O fluxograma utiliza figuras geométricas predefinidas para descrever as ações (ou
instruções) a serem realizadas na resolução de um problema. Ele é elaborado após a
fase de análise do problema.

As principais figuras usadas na elaboração de um fluxograma estão relacionadas a


seguir, sendo importante esclarecer que são várias as figuras geométricas empregadas
na construção dos mesmos, porém neste estudo se estará buscando a compreensão da
lógica racional proposta por este tipo de representação. As figuras usadas são:

Imagine uma situação onde a idade de uma pessoa deva ser analisada para sua
classificação em jovem ou adulto. O algoritmo a seguir é apresentado graficamente por
meio do fluxograma coerente com a solução desejada.
Várias análises podem ser feitas sobre as vantagens e desvantagens dessa forma
de representação do raciocínio (algoritmo), porém somente a mais relevante vantagem
(face sorridente) e desvantagem (face triste) serão apresentadas para sua reflexão.

DIAGRAMA DE CHAPIN

Essa diagramação foi elaborada por Nassi e Shneiderman e ampliada por Ned
Chapin. Ela almejada a substituição da representação tradicional (diagrama de blocos)
por uma diagramação com quadros que oferecessem a visão hierárquica e estruturada
da lógica proposta para um programa.
Observe na representação acima a mesma situação representada no exemplo
anterior por um fluxograma. Agora, o algoritmo está representando o mesmo raciocínio
do exemplo anterior, porém sua representação foi elaborada pelos esquemas adotados
no Diagrama de Chapin.

Entre os diversos métodos existentes para este tipo de representação, o Diagrama


de Chapin é um dos menos utilizados atualmente, principalmente, porque exige bastante
atenção do programador na representação do seu raciocínio, ao invés de se concentrar
mais sobre o próprio problema a ser analisado e posteriormente solucionado.

PORTUGUÊS ESTRUTURADO

Essa forma de representação, também conhecida como portugol ou


pseudocódigo, consiste na descrição estruturada, por meio de regras pré-definidas, de
passos (ou instruções) a serem realizados para a resolução do problema. O português
estruturado utiliza a linguagem natural para representar o raciocínio. No caso brasileiro, a
linguagem natural é o português, que será bastante usado na representação dos
raciocínios propostos. Para Espanha ou França seriam utilizadas as linguagens
espanhola e francesa, respectivamente, como base natural na representação dos
raciocínios lógicos elaborados através da desta técnica de construção de algoritmos.

Suponha o mesmo exemplo representado nos algoritmos anteriores, por meio do


fluxograma e do diagrama de Chapin, observando as diferentes características
descritivas existentes no português estruturado, além de sua organização pré-definida.

SÍNTESE
Objetivo: analisar a idade de uma pessoa
Entrada: uma idade
Saída: situação da maturidade da pessoa

DECLARAÇÕES
inteiro IDADE;
INÍCIO
escreva (“Informe sua idade: “);
leia (IDADE);
se (IDADE < 21) então
escreva (“você é jovem”);
senão
escreva (“você é adulto”);
fim_se;
FIM

A linguagem de comunicação natural é imprecisa e muitas vezes prolixa,


dificultando a comunicação correta com o computador se usada de forma bem natural.
Por isso é necessária à agregação de regras e normas que permitam a representação
organizada e eficiente da solução desejada, indicando sempre, com clareza e precisam,
o que realmente o computador deve fazer.

Entre essas três formas de representação (fluxograma, Chapin e português


estruturado), o português estruturado será o mais utilizado por esta disciplina no
desenvolvimento de algoritmos condizentes com os problemas educacionais sugeridos.
Por meio desta forma de representação se almeja:

• facilitar o entendimento do problema pelo ser humano;


• promover desenvolvimento de algoritmo coerente com o problema;
• antecipar à depuração (verificação de erros) do raciocínio lógico;
• facilitar a manutenção corretiva e evolutiva do raciocínio proposto;
• agilizar aprendizagem de normas e regras comuns na elaboração de
programas computacionais;
• contribuir com trabalho em equipe para elaboração de programas.

Por meio dessa última representação de raciocínio (português estruturado),


aliasse a facilidade de uso da linguagem natural do indivíduo, com a técnica de
desenvolvimento estruturado. Apesar disso, essa junção, por si só, ainda não atinge
automaticamente os objetivos visados, ela apenas preconiza uma ajuda sistemática para
o alcance deste objetivo. Sua aplicação ainda conta com o esforço e a disciplina
incessante na busca da simplicidade e da clareza, que fornecerão facilidades
inestimáveis à manutenção e modificação evolutiva do algoritmo.

A elaboração de algoritmos pode envolver três estruturas lógicas fundamentais no


controle do fluxo de dados e instruções. Essas três estruturas, conhecidas como
estruturas de controle de dados, desempenham o papel de controle sobre a seqüência
de ações (ou tarefas) a serem realizadas (ou executadas) no algoritmo, que
posteriormente se tornará um programa computacional, por meio de sua transcrição (ou
tradução) para uma linguagem de programação. A principal característica referente ao
seu controle na seqüência de execução de cada uma destas estruturas é descrita a
seguir:

SEQÜENCIAL: as instruções existentes no algoritmo são executadas uma após a outra,


respeitando sempre a seqüência linear de cima para baixo;

SELETIVA: exerce o controle sobre a seqüência de instruções a serem executadas,


por meio do resultado de um teste ou verificação baseada na lógica
convencional, sendo também conhecida como condicional;
REPETITIVA: por meio de um teste, ou verificação lógica condicional, uma instrução, ou
um conjunto de instruções, é executado repetidamente (mais que uma vez),
conforme discriminado no raciocínio lógico proposto. Esta estrutura ainda é
conhecida como laço ou looping.

Um outro aspecto lógico importante e muito aplicado na elaboração de algoritmos


é a modularização, ou seja, a divisão de um raciocínio lógico maior, ou mais complexo,
em vários raciocínios menores, ou mais simples, que possibilitem a realização ou
atendimento completo do raciocínio lógico maior (mais complexo). Esta organização
lógica é conhecida como modularização, pois confere a um conjunto de módulos a
capacidade de resolver o mesmo problema, porém de forma mais organizada e flexível.
Isso possibilita, entre outras características positivas no desenvolvimento de programas,
o re-aproveitamento do código já elaborado, ou seja, o melhor aproveitamento de trechos
bem definidos e já elaborados no algoritmo proposto em diversos momentos que sejam
necessários no mesmo.

Além das estruturas de controle e da modualarização, os algoritmos também


permitem a criação e a manipulação de estruturas de dados. Estas estruturas consistem
em organizações eficientes sobre os recursos de armazenamento de dados,
normalmente disponíveis em um computador. A utilização, logicamente correta, deste tipo
de estrutura propicia a otimização no uso dos recursos disponibilizados pelo emprego do
computador na realização das mais diversas tarefas, satisfazendo as pretensões do
usuário com maior segurança, eficiência e agilidade.

Diante deste estudo, é importante a criação da consciência do estudante na


dimensão da responsabilidade do algoritmo frente ao desafio da aprendizagem sobre o
problema a ser resolvido por meio de um raciocínio lógico coerente que possa ser
transcrito em um programa de computador que auxiliará seu usuário na realização de
suas tarefas cotidianas, sejam elas pessoais, profissionais ou até educacionais.

O algoritmo é a parte mais importante no desenvolvimento de um programa,


pois é nele que se encontra a representação do raciocínio lógico que
solucionará o problema existente.
LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO

O algoritmo auxilia o desenvolvimento dos programas, porque nele os


programadores representam a solução proposta para ser analisada e testada. Quando
um algoritmo está finalizado, ou seja, está pronto, resta apenas transformá-lo em um
programa computacional, respeitando toda lógica racional já elaborada e avaliada para
solução do problema existente.

Realmente, um bom algoritmo, só necessita ser traduzido para uma linguagem de


programação, respeitando suas regras de sintaxe e semântica essenciais na construção
de um programa de computador. O período de aprofundamento no conhecimento
relacionado ao problema em questão, sua proposta de solução, os testes e a
manutenção do mesmo, ocorrem durante os estudos, pesquisas e elaboração do
algoritmo, restando, simplesmente, a re-escrita da solução encontrada para uma
linguagem de programação computacional, ou seja, após a confecção do algoritmo
coerente com o problema o programador só deverá traduzi-lo para uma linguagem de
programação para obter um programa computacional.

As linguagens de programação, assim como as de comunicação, possuem regras


sintáticas e semânticas que devem ser obedecidas, pois as instruções computacionais
não podem oferecer possibilidades de interpretação para o computador, que somente
executa o que lhe é solicitado. Existem varias linguagens de programação, mas em todas
elas a lógica relacionada a proposta construída no algoritmo poderá ser implementada
afim de atender ao objetivo almejado.

Exemplo:

Acompanhe neste exemplo a "tradução" da instrução escreva que será estudada


um pouco mais à frente em algoritmo.

escreva("Informe a sua idade:")

Esta instrução (escreva) corresponde a um comando que instrui o computador a


realizar algumas ações sobre seus recursos disponíveis. Porém a mesma deve ser
traduzida para uma linguagem de programação, possibilitando ao computador sua
compreensão. Na tabela abaixo são mostradas algumas possíveis traduções para
instrução escreva em 3 linguagens de programação diferentes.

COMANDO LINGUAGEM
writeln Pascal
printf C
System.out.println Java

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