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Geraldo
Prof. Geraldo
CRC-SP 180.404/0-7
São Paulo
Janeiro - 2007
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TORNE-SE UM OCEANO
"Penso que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a
jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,
e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é que desaparecer para sempre. Mas
não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo
desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se
oceano. Assim somos nós. Voltar é impossível na existência. Você pode ir em frente e se arriscar: Torne-
se OCEANO !!!"
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original "
(Albert Einstein)
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Perfil Profissional
Administração
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Logística
Técnico em Logística
Mercado de trabalho
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SUMÁRIO
1) O PLANEJAMENTO FINANCEIRO CONTÁBIL NO PLANO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 7
2) MÓDULO I – COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E BASES TECNOLÓGICAS 9
3) QUAL O OBJETIVO DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO CONTÁBIL 10
PLANEJAMENTO FINANCEIRO 10
EVENTOS QUE PODEM ORIGINAR A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO: 10
ALGUNS EQUÍVOCOS A RESPEITO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 10
PLANEJAMENTO CONTÁBIL 10
4) FIRMAS INDIVIDUAIS E SOCIEDADE 11
A EMPRESA INDIVIDUAL 11
DIFERENÇA ENTRE EMPRESA INDIVIDUAL E AUTÔNOMO ESTABELECIDO 11
NOME EMPRESARIAL 11
LEGALIZAÇÃO CADASTRAL DA EMPRESA INDIVIDUAL (JUNTA COMERCIAL) 12
SOCIEDADE 12
SOCIEDADES ANÔNIMAS 12
SOCIEDADE LIMITADA 13
CAPITAL SOCIAL 13
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA 14
NOME EMPRESARIAL DA SOCIEDADE LIMITADA 14
LEGALIZAÇÃO CADASTRAL DA SOCIEDADE LIMITADA 15
5) DOCUMENTOS E EXPRESSÕES COMERCIAIS E TRABALHISTAS 16
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 16
AVAL 16
LETRA DE CÂMBIO 16
CHEQUE 17
CONSIGNAÇÃO MERCANTIL 17
CONTRATO DE COMPRA E VENDA MERCANTIL 17
DEBÊNTURES 18
DESCONTO DE DUPLICATAS 18
DUPLICATA 18
FATURA 18
FIANÇA 19
FOLHA DE PAGAMENTO 19
GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 19
GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES A PREVIDÊNCIA SOCIAL 19
NOTA FISCAL 20
NOTA PROMISSÓRIA 20
PEDIDO DE COMPRAS 20
PENHOR MERCANTIL 20
PRÓ-LABORE 21
RECIBO 21
RESERVA DE DOMÍNIO 21
TRIPLICATA 21
6) ESCRITURAÇÃO COMERCIAL E FISCAL 21
EXIGÊNCIA DE ESCRITURAÇÃO 21
REGRAS BÁSICAS DA ESCRITURAÇÃO 22
LIVROS COMERCIAIS 22
LIVRO DIÁRIO 22
LIVRO RAZÃO 23
LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS 23
OUTROS LIVROS AUXILIARES 23
LIVROS FISCAIS EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 23
ESCRITURAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS 24
AUTENTICAÇÃO DOS LIVROS 24
LIVROS DISPENSADOS DA AUTENTICAÇÃO 24
EMPRESAS DISPENSADAS DE ESCRITURAÇÃO 24
RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL 24
LIVROS EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO ICMS/IPI E DO ISS 24
LIVROS SOCIAIS EXIGIDOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS 25
7) PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTOS 25
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8) CONTAS A RECEBER E A PAGAR 27
GESTÃO DO “CONTAS A RECEBER” 27
GESTÃO DO “CONTAS A PAGAR" 28
9) LIVRO-CAIXA 28
TERMOS DE ABERTURAS E ENCERRAMENTO 28
ESCRITURAÇÃO 29
INDIVIDUALIZAÇÃO DOS LANÇAMENTOS 29
ESCRITURAÇÃO ATRAVÉS DO SISTEMA INFORMATIZADO 29
10) INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE 29
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE: 30
PRIMEIRAS NOÇÕES DE CONTABILIDADE 32
DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO, BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES. 33
CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 34
11) PRIMEIRAS NOÇÕES DE BALANÇO PATRIMONIAL 34
BALANÇO PATRIMONIAL - OBJETIVO 34
EXERCÍCIO SOCIAL E CICLO OPERACIONAL 35
CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 35
ATIVO 35
ATIVO CIRCULANTE 35
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 35
ATIVO PERMANENTE 35
PASSIVO 36
PASSIVO CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 36
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 36
CAPITAL SOCIAL 36
RESERVAS DE CAPITAL 36
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 37
12) O PATRIMÔNIO E SUA COMPOSIÇÃO 42
PATRIMÔNIO 42
BENS 42
BENS TANGÍVEIS: 42
BENS INTANGÍVEIS: 42
DIREITOS 42
OBRIGAÇÕES 42
13) DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS DE CAPITAL 42
14) ATOS E FATOS CONTÁBEIS 43
15) CONTAS E PLANO DE CONTAS 43
16) MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 44
17) LIVRO DIÁRIO 44
18) LIVRO RAZÃO 45
19) RAZONETES 45
20) BALANCETE DE VERIFICAÇÃO E BALANÇO PATRIMONIAL 46
21) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE 46
22) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES 47
INTRODUÇÃO 47
PREÇO ESPECÍFICO 47
PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA – PRIMEIRO QUE SAI 48
UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA – PRIMEIRO QUE SAI 49
CUSTO MÉDIO PONDERADO PERMANENTE 50
PREÇO MÉDIO PONDERADO MENSAL 50
23) UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS INFORMATIZADOS 51
24) MODELO DE RAZONETES E PLANILHAS 53
A) RAZONETES 53
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B) PLANILHA – CONTROLE DE ESTOQUE 54
C) PLANILHA - BALANCETE 54
D) PLANILHA – BALANÇO PATRIMONIAL 55
E) PLANILHA - DRE - DEMOSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 56
25) BIBLIOGRAFIA 64
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acordo com as normas e princípios de contabilidade a serem aplicados, bem como sistemas
Habilidades
• Organizar informações para estabelecer comparações entre políticas financeiras das
organizações tais como: resultado financeiro, custo real de juros, receita real de juros,
descontos obtidos e concedidos, penalidade de atrasos, prêmios de pontualidade,
variáveis de aplicação.
• Utilizar aplicativos de informática para planejamento tributário, financeiro e contábil.
• Obter informações sobre elementos financeiros a serem incluídos no Planejamento
Financeiro.
• Elaborar relatório de não observância de controles citando fatos, causas, conseqüências
e correções.
Bases Tecnológicas
• Métodos de planejamento financeiro e contábil
• Organização de informações contábeis
• Escrituração de livros fiscais e contábeis de acordo com as atividades econômicas
específicas
• Orçamentos de vendas e de produção
• Organização de informações contábeis
• Sistema de demonstração de despesa financeira e escritural
• Controles internos, financeiro, contábil e tributário
• Planejamento e execução financeira
• Sistemas informatizados de processamento contábil, financeiro e tributário
• Correlacionar o planejamento e a execução financeira:
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FUNÇÃO 1: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS FUNÇÃO 2: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS FUNÇÃO 3: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS
Subfunção 1.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Contábil. Subfunção 2.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Subfunção 3.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Contábil.
Contábil.
• Identificar a importância do planejamento e organização de • Métodos de planejamento financeiro e contábil
sistemas específicos de controles internos compreendendo: • Elaborar demonstrativos contábeis simplificados.
delegações de funções, segregações de trabalho, sistemas de • Organização de informações contábeis: livros fiscais e contábeis
classificação de documentos, calendários, eventos legais ou • Organizar informações contábeis.
internos. • Orçamentos de vendas e de produção
• Utilizar aplicativos de informática para planejamento
• Identificar e caracterizar sistemas de controles sobre registros tributário, financeiro e contábil. • Organização de informações contábeis
contábeis e gerenciais, de publicações contábeis ou
gerenciais, de métodos de estornos, ajustes ou • Obter informações sobre elementos financeiros a • Sistema de demonstração de despesa financeira e escritural
reclassificações, de acordo com as normas e princípios de serem incluídos no Planejamento Financeiro.
contabilidade a serem aplicados, bem como sistemas de • Controles internos, financeiro, contábil e tributário
guarda e segurança dos arquivos. • Elaborar relatório de não observância de controles
citando fatos, causas, conseqüências e correções. • Planejamento e execução financeira
• Identificar e caracterizar pontos essenciais de uma política
financeira e sua utilidade para executores e usuários. • Sistemas informatizados de processamento contábil, financeiro e
• Identificar a relação entre as políticas financeiras e a execução tributário
financeira no processo de definição dos parâmetros da política
de financiamento comercial, industrial, etc. • Correlacionar o planejamento e a execução financeira:
o entrada e saída de caixa
• Identificar e caracterizar o sistema, objetivos e amplitude do o contas a pagar e a receber
planejamento financeiro. o saldos bancários ; dívidas bancárias
o vendas a prazo e à vista
o descontos concedidos e obtidos
o despesas de capital
o distribuição de lucros ou dividendos
o transferências financeiras
o impostos a pagar e a compensar
o folha de pagamento e encargos
o receitas e despesas incidentais
o outras receitas e despesas por caixa
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Planejamento Financeiro
Planejamento financeiro aborda a programação do seu orçamento, a racionalização dos
gastos e a otimização de seus investimentos.
É um processo racional de administrar sua renda, seus investimentos, suas despesas,
seu patrimônio, suas dívidas, objetivando tornar realidade seus sonhos, desejos e objetivos,
tais como: casa própria, poupar para a educação dos filhos, fazer a viagem dos sonhos,
investir de acordo com o perfil pessoal, ser bem sucedido na carreira profissional, reduzir
impostos, tornar-se empresário, aposentar-se confortavelmente, planejar e administrar
testamento, partilha, ...
A maioria das pessoas trata de suas finanças procurando gastar menos do que ganha.
Este é apenas um dos aspectos do planejamento. Mas é necessário, entre outros aspectos,
estabelecer objetivos, sem os quais a pessoa age como um barco sem rumo.
A vida produtiva tem várias fases, cada uma das quais apresenta seus desafios.
Através do planejamento é possível identificar as oportunidades e dificuldades de cada
uma, e definir antecipadamente, estratégias para enfrentar cada situação.
O planejamento financeiro será o seu mapa de navegação. Mostrará onde está, onde
quer chegar e indicará os caminhos a percorrer.
Um planejamento financeiro eficiente pode fazer mais por seu futuro do que 30 ou 40
anos de trabalho.
Planejamento Contábil
O planejamento contábil é representado pelo conjunto de normas e procedimentos que
orientam as atividades de execução orçamentária, financeira e patrimonial dos usuários diretos
e indiretos, fornecendo elementos para a correta gestão do negócio, permitindo tomadas de
decisões eficazes.
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A Empresa Individual
A empresa individual (ou comerciante individual) é a pessoa natural que exerce o
comércio em seu próprio nome, individualmente e por conta e risco.
A pessoa natural é considerada comerciante quando pratica atos de comércio com
habitualidade e finalidade de lucro, fazendo disso sua profissão.
Atos de comércio isolados e esparsos não são suficientes para caracterizar a pessoa
natural como comerciante. Perante a legislação comercial, a habitualidade é requisito
indispensável.
Um exemplo típico de empresa individual é o caso de uma pessoa que se estabeleça
com uma pequena loja de roupas. Como ela abriu sua loja sem sócios, atuará no comércio
como empresa individual – equiparada, portanto, a pessoa jurídica.
Assim, por exemplo, se o Sr. Márcio da Silva, estabelecer-se como comerciante individual do
ramo de calçados, seu nome empresarial poderá ser, simplesmente, “Márcio da Silva” ou,
então, “Márcio da Silva-Calçados”.
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Sociedade
Como dissemos anteriormente, quando a empresa “tem dois ou mais proprietários”,
surge a figura da sociedade, ou seja, duas ou mais pessoas que decidiram explorar em
conjunto determinado ramo de negócio.
Os tipos de sociedades mais comuns são a sociedade anônima e a sociedade por quotas
de responsabilidade limitada (ou, simplesmente, “sociedades limitadas”)
Além desses, sobre os quais comentaremos adiante, existem ainda outros tipos de
sociedades, bom menos usuais na prática (sociedade em nome coletivo; sociedade em
comandita simples; sociedade em comandita por ações; sociedade de capital e indústria;
sociedade em conta de participação).
Os conceitos gerais sobre sociedades que aqui focalizaremos aplicam-se não apenas àquelas
constituídas para a exploração de atividade comercial (por exemplo: uma loja de roupas), mas
também às “sociedades civis”,ou seja, às sociedades constituídas unicamente com o objetivos
de prestar serviços (por exemplo: uma empresa que presta serviços de propaganda e
publicidade)
Sociedades Anônimas
As sociedades anônimas (também chamadas de “companhias”), que são regidas pela
Lei nº. 6.404/76 (a chamada “Lei das S/A”), têm como principal característica o fato de que
seu capital social é dividido em ações, o que, ao menos em tese, significa que um maior
número de pessoas pode dele participar.
A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas (art. 1º)
• Ações
De acordo com a lei nº. 6.404/76 (arts. 11 e 20)
• o estatuto (documento pelo qual se constitui a sociedade anônima) fixa o número de
ações em que se divide o capital social e estabelece se as ações terão, ou não, valor
nominal;
• o valor nominal das ações de companhia aberta não pode ser inferior ao mínimo fixado
pela CVM;
• as ações devem ser obrigatoriamente nominativas, ou seja, não é admitida emissão de
ações ao portador.
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Cabe observar que, para que possam comprar e vender mercadorias, emitir notas
fiscais, contratar e registrar empregados, legalizar seus livros de escrituração mercantil e fiscal
etc. – enfim, atuar legalmente, as sociedades anônimas deverão ser registradas também:
• na Secretaria da Receita Federal (CNPJ)
• No instituto nacional do Seguro Social (INSS) – matricula simultânea com o CNPJ
• na Secretaria de Estado da Fazenda (inscrição estadual)
• na Prefeitura do Município ( inscrição municipal) etc..
Sociedade Limitada
As sociedades por quotas de responsabilidade limitada são do tipo societário mais
comum. Grande parte das empresas que existem no País é constituída sob a forma de
“limitada”. Por isso, vamos focalizar a seguir os aspectos principais relativos esse tipo
societário.
• A Sociedade por quotas de responsabilidade limitada pode ser constituída por duas
ou mais pessoas.
• Nelas, a responsabilidade dos sócios pelo pagamento das obrigações da empresa é
limitada à importância total do capital social.
Capital Social
O capital social das sociedades limitadas é representado por quotas (parcelas do
capital).
Ao decidirem constituir a sociedade, os sócios, levando em conta sua possibilidade
econômica, decidem o valor do capital social da empresa tendo em vista fatores como:
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Delegação da Gerência
O contrato social pode autorizar (ou não proibir) que o sócio-gerente delegue seus
poderes a terceiros, estranhos ao quadro social (não-sócios). Neste caso, se o sócio-
gerente desejar que seus poderes sejam exercidos por terceiros, ele os delegará
mediante “Carta de Gerência” (instrumento por meio do qual o sócio-gerente delega,
isto é, atribui a uma terceira pessoa, os poderes da gerência da sociedade. Através da
novo código civil, basta mencionar no contrato social quem será o administrador da
empresa.
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• O aditivo “& e Cia.” poderá ser substituído por expressão equivalente, tal como
“e filhos” ou “e irmãos”, entre outras.
Além disso, para que possa comprar e vender mercadorias, emitir notas fiscais,
contratar e registrar empregados, legalizar seus livros de escrituração mercantil e fiscal etc. _
enfim, atuar legalmente – as sociedades por quotas de responsabilidade limitada deverão ser
registradas também:
• na Secretaria da Receita Federal (CNPJ)
• No instituto nacional do Seguro Social (INSS) – matricula simultânea com o CNPJ
• na Secretaria de Estado da Fazenda (inscrição estadual)
• na Prefeitura do Município ( inscrição municipal) etc..
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Alienação Fiduciária
Na operação de alienação fiduciária interferem três partes: o vendedor, o
empreendedor do numerário (ou financiador) e o adquirente. O adquirente propõe ao vendedor
a aquisição do bem de seu interesse e este diligencia com o agente de crédito de modo a
obter, para o adquirente, uma linha de financiamento. Concretizada a operação, o vendedor
desaparece totalmente da relação jurídica, que subsistirá entre o financiado ou adquirente e o
credor fidejussório.
De acordo com a definição legal (Art. 66. da Lei n° 4.728/65, na redação que lhe foi
dada pelo Decreto lei n° 911/69), “a alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o
domínio resolúvel e a posse indireta em coisa móvel alienada, independentemente da tradição
efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com
todas as responsabilidades e encargos que lhe incubem de acordo com a lei civil e penal”.
Se, por exemplo, denominada pessoa adquire um veículo em uma revendedora e, por
não dispor do capital necessário para o pagamento do preço pretendido pelo vendedor,
obtém, em estabelecimento de crédito, financiamento capaz de satisfazer a obrigação,
o adquirente original estará alienando fiduciariamente o bem adquirido sem que ocorra
a tradição ao credor, isto é, sem que haja a entrega da coisa fatidicamente.
Aval
O aval é a garantia autônoma, prestada pelo avalista no próprio titulo, mas
desvinculada do que consta do titulo. Não se confunde com fiança, que é a garantia acessória.
Ele é autônomo e de natureza cambial, prestando-se garantir compromisso assumido via titulo
cambial.
O Aval tem sua vinculação, em termos de aplicabilidade, diretamente ligada à letra de
cambio. Sua disciplina legal encontra-se nos arts. 14 e 15 do Decreto n° 2.044, de 1908, que
“define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais.”. Todavia, com
a crescente demanda das operações bancárias de desconto de duplicatas, também neste título
tornou-se comum o uso do aval.
Letra de Câmbio
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“aos trinta dias do mês de outubro de ........, V.Sa.(sacado) pagará por esta única via
de letra de câmbio, a importância de R$.......(.................) ao Sr. Fulano de Tal (beneficiário).
Local........, data..........., assinatura (sacador)............”
É importante observar que não necessariamente as situações jurídicas são
representadas por três pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer circunstâncias em que a
mesma pessoa possa está representando duas situações ao mesmo tempo.
Cheque
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida por pessoa que possui fundos
disponíveis no respectivo estabelecimento bancário (ou, eventualmente, direito de sacar contra
garantia de títulos).
É muito comum ouvirmos expressões tais como "cheque ao portador" (quando não se
consigna o nome do favorecido), "cheque administrativo" (emitido pelo próprio
estabelecimento bancário, por ordem do titular de conta, em favor de terceiro por este
indicado), "cheque cruzado" (que deve ser depositado em conta do favorecido) etc.
Mas, sem dúvida, a mais comum é "cheque pré-datado" (ou "pós-datado", que é a
expressão mais correta), largamente adotado pelo comércio em geral.
A consignação da data de emissão do cheque é requisito obrigatório, por previsão legal.
Todavia, se o cheque tem sua data determinada para oportunidade futura, isto é, se a data
nele consignada diverge daquela em que efetivamente foi emitido, desnatura-se o caráter de
ordem de pagamento a vista. Esta é a figura do cheque pré-datado (por exemplo: emissão de
um cheque no dia 12.07.2001 para que seja apresentado em 12.08.2001).
Nesse caso, o emitente do cheque não está passando ao banco sacado uma ordem de
pagamento a vista (embora o banco não reconheça tal condição). O que se verifica, nessa
hipótese, é que a desconfiguração da ordem de pagamento a vista torna o cheque uma
promessa de pagamento. Todavia, o banco não se obriga a reconhecer tal "acordo de
cavalheiros".
Consignação Mercantil
A consignação mercantil é o contrato por meio do qual uma pessoa envia mercadorias
de sua propriedade para serem vendidas por um comerciante, com o preestabelecimento de
determinadas condições de preço e de forma de pagamento.
A consignação pode ocorrer de duas formas. A primeira é aquela em que um
comerciante envia a outro mercadorias de sua propriedade para que este as venda, em nome
do remetente e nas condições que este previamente estipular. Normalmente, tais ajustes
referem-se ao preço e às condições de pagamento.
A segunda forma, e mais usual, é aquela em que o comerciante envia as mercadorias
para que sejam vendidas pelo destinatário, que as adquirirá do remetente se e quando elas
forem negociadas. Nessa espécie de consignação não cabe ao remetente fixar as condições
que nortearão as vendas a serem realizadas pelo recebedor, o qual procederá conforme
entender melhor. 0 que importa, na realidade, é que o recebedor fica com o compromisso de,
efetuando as vendas, adquirir as mercadorias do remetente.
Na consignação mercantil são partes o consignante e o consignatário. Consignante é
aquele que remete as mercadorias para serem vendidas; consignatário, aquele que as recebe.
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Para fugir do informalismo absoluto da simples palavra falada e, ao mesmo tempo, não
se prender ao rigor lento dos instrumentos de ajuste contratual, o contrato de compra e venda
mercantil, na maioria dos casos, consubstancia-se pelo pedido de compra que o comprador faz
ao vendedor ou mesmo pela nota fiscal, reconhecida e aceita pelo comprador por meio de
assinatura e devolução do canhoto de recebimento da mercadoria.
Debêntures
As debêntures são, fundamentalmente, uma forma de captação de recursos para as
sociedades anônimas (SA).
As empresas, ao se constituírem, são munidas de um capital para com ele iniciarem
suas atividades. Todavia, após entrar em operação, pode sobrevir à necessidade de aumento
dos recursos financeiros para ampliação dos negócios, o que levará a empresa a lançar mão de
uma das seguintes alternativas, contratar empréstimo, aumentar o capital de giro ou emitir
debêntures.
As debêntures são títulos mobiliários emitidos pela companhia como forma de captação
de recursos da poupança privada. Elas devem ser nominativas e podem ser objeto de depósito
com emissão de certificado.
Sua condição de titulo de crédito decorre da atribuição ao seu titular, de direito de
crédito não eventual contra a companhia. No vencimento marcado no titulo, as debêntures
serão resgatadas pela companhia, pagando-se o valor nominal acrescido das correções e dos
juros pactuados, ressalvadas condições especiais (como conversão em ações do capital da
companhia).
O valor nominal lançado no próprio titulo é mero referencial ou “valor de emissão” , que
nem sempre coincidirá com o valor de resgate, porque as debêntures poderão ser
corrigidas e pagar juros aos seus titulares.
Desconto de Duplicatas
O desconto de duplicatas é uma das formas mais comuns de obtenção de capital de giro
pela empresa e consiste basicamente na “compra” a vista de tais títulos pelo banco, com
cobrança de despesas bancárias e de juros correspondentes (geralmente, os de mercado para
esse tipo de operação).
Caso o devedor (sacado) não quite seu débito, a empresa (cedente) é responsável pelo
pagamento do titulo. Nesse caso, o valor será debitado na conta corrente da cedente.
Portanto, enquanto a duplicata não for quitada, a empresa tem uma obrigação para com o
banco.
Duplicata
A duplicata é um titulo de crédito emitido pelas vendas efetuadas a prazo e que
corresponde à fatura. Ao aceitar a duplicata, o comprador assume o compromisso de resgatá-
la, na data estipulada, pelo valor determinado. Pode-se dizer que a duplicata é o documento
que comprova o pagamento da compra a prazo.
Se o aceitante (ou comprador) não resgatar a duplicata em seu vencimento, ficará
sujeito a cobrança por meio de protesto.
A emissão de duplicata é facultativa, nos termos do art. 2º da Lei n° 5.474/68, segundo
o qual, no ato da emissão da fatura, “dela poderá ser extraída duplicata”. Portanto, a duplicata
emitida facultativamente, a fatura, obrigatoriamente. Entretanto, se o credor quiser circular o
crédito decorrente da venda a prazo, na condição de efeito comercial, deverá emitir a
duplicata.
Após emitida, a duplicata deve ser apresentada ao devedor para que ele possa conferir
o valor e demais dados que constam no título, o que configurará a duplicata como papel
indiscutível e exeqüível. O ato pelo qual o comprador, na condição de sacado, apõe sua
assinatura no titulo, isto é, no corpo, no contexto da duplicata, o que manifesta de forma
inequívoca sua concordância com o que dela consta, é o que se denomina “ aceite de
duplicata”.
Fatura
De acordo com o caput do art. 12 da Lei n2 5.474/68, "em todo o contrato de compra e
venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30
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(trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a
respectiva fatura para apresentação ao comprador."
O mesmo dispositivo legal, em seu § 12, estabelece que a fatura discriminará as
mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará apenas os números e valores
das notas parciais expedidas por ocasião de vendas, despachos ou entregas das mercadorias,
o que significa que podem ser realizados faturamentos ou entregas parciais, num determinado
período, originando uma única fatura de venda mercantil que englobe todos os fornecimentos.
Muitas empresas adotam o sistema de nota fiscal-fatura que, simultaneamente, atende
à legislação fiscal e à comercial. Inúmeras operações mercantis realizadas com pagamento
postergado são documentadas mediante a emissão de nota fiscal-fatura.
Fiança
Segundo o Código Civil (art. 1.481), a fiança é um contrato que se efetiva quando uma
pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a satisfazer uma obrigação caso o devedor
não a cumpra. É um ato de confiança do fiador no afiançado, manifestado de forma expressa.
Sua principal característica, sob esse ângulo, é a de prestar garantia ao cumprimento de uma
obrigação, salvaguardando os interesses do credor.
A fiança pode ser convencional, legal ou judicial. Denomina-se convencional a fiança
resultante de contrato; legal, aquela que decorra da própria lei, sem a necessidade de
manifestação de vontade; e judicial, a fiança decorrente de processo.
A fiança convencional é a que ocorre com maior freqüência, principalmente em face dos
contratos de locação, nos quais essa garantia é habitualmente solicitada.
Folha de Pagamento
A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para efeito de
fiscalização trabalhista e previdenciária. A empresa é obrigada a preparar a folha de
pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço.
Para sua elaboração não existe modelo oficial, ou seja, podem ser adotados critérios
que melhor atendam aos interesses de cada empresa. Mas há informações que,
obrigatoriamente, nela devem constar, tais como:
• discriminação do nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;
• agrupamento dos segurados por categoria (segurado empregado, trabalhador avulso,
contribuinte individual);
• destaque do nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;
• destaque das parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e dos descontos
legais (por exemplo: o desconto do Imposto de Renda na Fonte);
a indicação do número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado
empregado ou trabalhador avulso.
Da folha de pagamento origina-se o recibo de pagamento (ou envelope de pagamento,
como ainda é chamado por muitos), que indica os dados que constaram da folha relativamente
a cada um dos empregados e a estes é entregue.
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Nota Fiscal
Nas operações de venda mercantil deve ser emitida a nota fiscal, que é o documento
que relaciona os produtos fornecidos pelo vendedor (emitente) ao comprador, com indicação
de quantidade, preço, nome do adquirente etc. Configura a circulação da mercadoria e, por
isso, é o documento de trânsito por excelência, vale dizer, nenhuma mercadoria pode sair do
estabelecimento vendedor desacompanhada da correspondente nota fiscal .
Sua emissão é obrigatória nas operações mercantis e os valores nela consignados
servirão de base para a determinação das importâncias a serem recolhidas a titulo de ICMS e
IPI.
Por ser um documento fundamentalmente fiscal é sujeito a inúmeras regras
determinadas pela legislação federal e estadual, tais como:
Adequação a modelos e séries definidos na legislação fiscal (por
exemplo:modelo 1 ou 1-A para nota de entrada e saída de
mercadorias/produtos);
Autorização para impressão (ou seja: para confeccionar a nota fiscal, a empresa
deve obter prévia autorização da Secretaria Estadual da Fazenda);
A nota fiscal é o documento que atesta, simultaneamente, a saída da mercadoria do
estabelecimento vendedor e a entrada desta no estabelecimento comprador. No
estabelecimento vendedor, a nota é escriturada num livro denominado Livro Registro de
Saídas. No estabelecimento comprador, no Livro Registro de Entradas.
Em substituição à nota fiscal, empresas de comércio varejista normalmente emitem o
Cupom Fiscal, observados os requisitos previstos na legislação Tributária.
Há também a nota fiscal de Serviços, que documenta a prestação de serviços efetuados
pela empresa emitente e que, em geral, serve de base de cálculo do Imposto sobre
serviços (ISS) municipal, devido pela prestadora.
Nota Promissória
A nota promissória é uma promessa direta de pagamento do devedor ao credor que
pode ter origem, por exemplo, num contrato de compra e venda. É comum a emissão de notas
promissórias, por exemplo, na venda de estabelecimento comercial para pagamento em
prestações.
Ao emiti-Ia em favor do credor, o devedor compromete-se a realizar o pagamento nas
condições determinadas em seu contexto, na data nela fixada e à vista do título.
Paga-se a nota promissória à vista do título, mediante sua apresentação. Quita-se a
nota promissória com a entrega, pelo credor, do título ao devedor. O pagamento deve ser feito
até a data convencionada no próprio título, uma vez que um de seus requisitos essenciais é a
consignação expressa dessa data.
É desnecessário qualquer aceite na nota promissória, uma vez que a própria emissão e
assinatura do sacado-emitente a tornam completa.
Pedido de Compras
O pedido de compras é o documento por meio do qual se formaliza a venda acordada
entre as partes, ou seja, entre a empresa vendedora e a compradora, Tanto pode ser emitido
pelo setor de vendas da primeira quanto pelo setor de compras da segunda, e indica a
quantidade, o tipo, as características e o valor do produto cuja transação acaba de ser
concluída entre fornecedor e cliente.
Sua emissão, que é facultativa, dá origem à nota fiscal de venda (esta, de emissão
obrigatória). O pedido de compra, em grande parte dos casos, faz as vezes de efetivo contrato
de compra e venda mercantil,
Penhor Mercantil
A finalidade do penhor é prestar garantia ao cumprimento de uma obrigação. Penhor
mercantil é aquele que tem por finalidade garantir uma obrigação comercial e sua principal
característica é a de contrato acessório, cuja existência se vincula a outro, chamado principal,
no qual a obrigação mercantil foi assumida e pactuada.
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De acordo com o art. 271 do Código Comercial "o contrato de penhor, pelo qual o
devedor ou um terceiro por ele entrega ao credor uma coisa móvel em segurança e garantia
de obrigação comercial, só pode provar-se por escrito assinado por quem recebe o penhor".
Podem ser objeto de penhor todas as coisas móveis suscetíveis de alienação. O art. 273
do Código Comercial faculta dar em penhor bens móveis, mercadorias e quaisquer outros
efeitos, títulos da dívida pública, ações de companhias e quaisquer outros papéis de crédito
negociáveis. Entre estes últimos podem ser incluídas a duplicata e a nota promissória.
O contrato de penhor mercantil é vinculado a um contrato principal que estipula uma
obrigação garantida pela coisa empenhada. Vencida a obrigação principal, o penhor também
será considerado vencido na mesma data convencionada no contrato da obrigação principal.
Pró-labore
O Pro labore (que significa remuneração percebida por uma pessoa em retribuição ao
trabalho realizado ou como compensação pela incumbência que lhe foi atribuída) é a
remuneração paga aos diretores ou sócios-gerentes (de sociedades comerciais ou civis), bem
como ao titular de empresa individual de uma empresa pelo exercício efetivo do cargo.
As pessoas supracitadas empreendem um trabalho, intelectual ou físico, para a
consecução do objeto social da empresa e, conseqüentemente, para a obtenção de resultados
positivos.
Reside no trabalho, no concurso pessoal deles para a realização do objeto, o direito que
lhes é reconhecido pela legislação de ter seu trabalho remunerado.
Recibo
O Recibo é o documento que comprova o pagamento ou o recebimento de bens ou
valores, ou seja, contém a confissão expressa de que aquele que o subscreve recebeu a
quantia devida ou determinado bem. Portanto é a prova básica de que a obrigação ou dívida
foi paga. Pode ser um documento isolado ou mero escrito em outro documento - em qualquer
caso, atestará a quitação.
Reserva de Domínio
A reserva de domínio, bastante difundida na alienação de bens móveis duráveis, tem
por finalidade assegurar ao vendedor a propriedade dos bens alienados a prazo até que o
crédito seja extinto pelo pagamento das prestações.
É comum o credor valer-se desse instituto em negociações que envolvam o trespasse
de estabelecimento comercial, venda de bens integrantes da montagem de escritórios, oficinas
e outros.
A reserva de domínio é cláusula integrante do contrato de compra e venda, como
manifestação da vontade das partes. Não há nenhum procedimento ou forma específica. A
simples inserção no contrato de cláusula que reserve o domínio dos bens ao vendedor é
suficiente para sua validade e configuração.
Triplicata
A perda ou extravio da duplicata obriga o vendedor a extrair triplicata, que terá os
mesmos efeitos e requisitos e obedece às mesmas formalidades daquela, Portanto, a emissão
da triplicata não é facultativa, a exemplo do que sucede com a emissão da duplicata. Trata-se
de imposição legal, nos casos de perda ou do título original.
Exigência de Escrituração
A escrituração contábil e fiscal de uma empresa (firma individual ou societário) é
exigida:
pela legislação comercial, tendo em vista os interesses dos proprietários da
empresa(titulo, sócios ou acionistas), e de terceiros que com ela se
relacionam(por exemplo: fornecedores e bancos); e
pela legislação fiscal, particularmente a do imposto de renda, segundo a qual a
pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real (ou seja, que paga o
imposto com base nos seus resultado efetivos) deve manter escrituração com
observância das leis comerciais e fiscais. Essa escrituração deve abranger todas
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Livros Comerciais
Livro Diário
O livro diário é o registro básico de toda a escrituração contábil. Nele devem ser
lançados, dia a dia, todos os atos ou operações da atividade que modifiquem ou possam via a
modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica.
Este livro deve ter termos de abertura e encerramento.
Deve ser autenticado em cartório no caso de prestador de serviços e em Junta
Comercial caso de empresa comercial.
Os lançamentos podem ser feitos diretamente ou por reprodução (feitos com tintas
copiativas, método em desuso com a chegada dos computadores).
Pode também ser feito escrituração mecanizada, onde se utiliza lotes de fichas ou folhas
soltas.
O modelo mais utilizado e praticamente dominante é o feito através do sistema
informatizado.
Qualquer que seja o método, terá que satisfazer os requisitos e as normas de
escrituração exigidas para os livros mercantis, tais como:
forma mercantil, com individualização e clareza;
ordem cronológica de dia, mês e ano;
inexistência de intervalos em branco, entrelinhas, borraduras, etc.
garantia de nitidez e indelebilidade.
A escrituração no livro diário pode ser feito também de maneira resumida, desde que
não exceda o período de um mês, exclusivamente para contas numerosas ou realizadas fora
da sede da empresa (filiais, sucursais), desde que:
sejam utilizados livros auxiliares
nos lançamentos resumidos sejam feitas as referências das páginas dos livros
auxiliares.
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Livro Razão
O Livro Razão é utilizado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os
lançamentos efetuados no livro Diário. Ele reflete exatamente o que consta no livro Diário,
mas de maneira individualizada.
O Livro Razão está dispensado do registro no Cartório ou Junta Comercial.
O Livro Razão é obrigatório para as empresas que apuram seus impostos por meio do
lucro real.
Ficha Razão
Conta: 111.02 – Banco Conta Movimento
SubConta 111.01.001 – Banco Ômega AS
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01.08.2005 Saldo anterior -970,00
03.08.2005 Cheque n° 125.321 800,00 -170,00
10.08.2005 Aviso de Débito 5,00 -165,00
13.08.2005 Depósito 500,00 -665,00
16.08.2005 Depósito 400,00 -1.065,00
16.08.2005 Cheque n° 125.322 265,00 -800,00
20.08.2005 Aviso de Crédito 200,00 -1.000,00
23.08.2005 Aviso de Débito 2,50 -997,50
30.08.2005 Cheque n° 125.325 100,00 -897,50
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Note que os livros mencionados acima são exigidos para empresas optantes do Lucro
Real e Presumido, para empresa optante do SIMPLES, alguns são dispensados.
Para tanto, devem manter em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo
decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes:
a. Livro Caixa
b. Livro Registro de Inventário
c. Todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a
escrituração dos livros referidos nas letras “a” e “b”
Responsabilidade do Profissional
A escrituração contábil das pessoas jurídicas deve ficar sob a responsabilidade de
contabilista legalmente habilitado nos termos da legislação específica. A habilitação profissional
pressupõe, além da formação escolar, o registro no CRC.
As demonstrações contábeis obrigatórias devem ser assinadas pelos sócios ou
administradores e pelo contabilista responsável pela escrituração.
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DAE (Documento de Arrecadação Estadual) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
10 anos após a entrega da
Imposto de Renda Autônomo Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social
Declaração na Receita Federal
5 anos após a entrega da Instrução Normativa n°8/93 Art. 4° Secretaria da
Imposto de Renda Pessoa Física
Declaração na Receita Federal Receita Federal
IPI (Imposto de Produtos Industrializados) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
IPTU (Imposto Predial Urbano) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos
5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Automotores)
10 anos após a entrega da
IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social
Declaração na Receita Federal
ISSQN (Imposto sobre Serviços de qualquer natureza) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
ITBI (Imposto de Transmissão Bens Imóveis) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
ITR (Imposto Territorial Rural) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Livro Balanço Patrimonial/Geral Permanente A lei não prevê descarte
10 anos considerando
Livro de Apuração de Lucro Real (Lalur) Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social
a data do último lançamento
Livro de Razão 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
5 anos considerando
Livro de Registro de ICMS Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
a data do último lançamento
31 anos considerando Parecer 410Coordenação do sistema de Tributação
Livro de Registro de Inventário
a data do último lançamento (CST/SIPR)
10 anos considerando
Livro de Registro de Saídas Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social
a data do último lançamento
Livro Diário Permanente
5 anos considerando
Livro Registro de Entradas Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
a data do último lançamento
Movimento Contábil ou Movimento de Caixa 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Nota Fiscal de Fornecedor 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
5 anos após
Nota Fiscal de Imobilizado Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
depreciação do bem
Nota Fiscal de Saída 10 anos Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social
Nota Fiscal de Venda de Imobilizando 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Ordem de Serviço 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
PIS (Programa de Integração Social) Recolhimento 10 anos Lei 2.052/83 Art. 3° e 10°PIS-PASEP
Recibo de Depósito Bancário 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Reembolso de Despesas/ Despesas Viagens 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
Lei 8.212 Art 45 § 1°Lei Orgânica da Seguridade
RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo) 30 anos
Social
Taxa de Fiscalização para Funcionamento 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
VAF (Verificação de Apuração Fiscal) 5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional
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c) prazo de guarda de documentos - 5 anos:
Atestado Médico;
Autorização para descontos não previstos em Lei;
Acordo de Compensação;
Acordo de Prorrogação de Horas;
Cartões, Fichas ou Livros de Ponto;
Comunicação de Dispensa - CD;
Termo de Responsabilidade - Imposto de Renda;
Eleições da CIPA;
Guias de Recolhimento de Contribuição Sindical - GRCS;
Guias de Recolhimento de Contribuição Assistencial e Confederativa;
Relação da Contribuição Sindical, Assistencial e Confederativa;
Mapa Anual - Acidentes do Trabalho;
Recibo de Adiantamento de Salários;
Recibo de Pagamento de Salários;
Solicitação da 1º Parcela do 13º Salário;
Recibo de Adiantamento do 13º Salário;
Recibo de 13º Salário;
Solicitação do Abono de Férias;
Recibo de Abono de Férias;
Recibo de Gozo de Férias;
Vale-Transporte;
Relação Anual de Informações Sociais - RAIS: Cópias dos arquivos gerados em meio magnético (disquete ou fita) e Recibo definitivo da entrega
da RAIS.
d) prazo de guarda de documentos - 10 anos:
Documentos sujeitos à fiscalização do INSS:
- Folha de Pagamento;
- Recibo e Ficha de Salário-família;
- Atestados Médicos relativos a afastamento por incapacidade ou salário-maternidade;
- Guias de Recolhimento - INSS, etc.
Salário Educação;
Pis/Pasep.
e) prazo de guarda de documentos - 20 anos:
Exames Médicos - Admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de função e demissional;
Avaliação clínica, Exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas - contatos após o desligamento do trabalhador;
f) prazo de guarda de documentos - 30 anos:
Documentos relativos ao FGTS.
g) prazo de guarda de documentos - indeterminado:
Recomenda-se que os documentos a seguir sejam conservados por prazo indeterminado, pois poderão ser solicitados a qualquer tempo,
principalmente pela previdência social:
Contrato de Trabalho;
Livros ou Fichas de Registro de Empregados;
Livros de Inspeção do Trabalho;
Livros de Atas da CIPA;
Relação Anual de Informações Sociais - RAIS.
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Lembre-se: sua empresa não precisa ter uma crise para estar com problemas de fluxo
de caixa. O estrago normalmente é ocasionado por uma ação (ou omissão) ao longo do tempo,
do tipo “água mole em pedra dura, tanto bate...”. E você pode controlar essa infiltração. Basta
adotar uma política de controle de gastos e perda de receitas. Certamente não vai ser tão
difícil aprender mais essa lição.
9) Livro-caixa
É o livro no qual são relacionadas, mensalmente, as receitas e despesas relativas às
Despesas e Receitas. A sua escrituração torna-se obrigatória para o contribuinte que pleitear
deduzir as despesas pertinentes às receitas da respectiva atividade. Também é muito útil em
pequenas empresas, sendo portando o mais básico dos livros a serem escriturados. O livro
Caixa independente de registro.
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Escrituração
A escrituração deve ser efetuada por receitas e despesa, individualmente, em ordem
cronológica de dia, mês e ano, não podendo conter rasuras, emendas ou borrões. Nas
páginas do livro Caixa, onde constam as expressões DEVE e HAVER ou CRÉDITO, são
lançados, respectivamente, os recebimentos e os pagamentos.
Dia Dados
1 Depósito inicial da empresa (capital dos sócios) R$ 12.000,00
1 Pagto. Contador - constituição - NF Serviço n° 314 R$ 450,00
2 Pagto Aluguel Inicial R$ 800.00
5 Compra à vista de Material Fornecedor União Ltda N° 456 - R$ 1.800,00
6 Compra a vista de Material de Papelaria – Papelaria TendTudo Ltda. NF n° 900 R$ 280,00
7 Pagto. Pessoal da Limpeza R$ 120,00
8 Pagto. Conta de Água R$ 100,00
9 Pagto. Conta de Luz R$ 300,00
12 Gastos Correios R$ 28,00
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Objetivos da Contabilidade:
Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a
prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira,
física e de produtividade com relação à entidade objeto de contabilização.
Compreende-se por um sistema de informação um conjunto articulado de dados,
técnicas de acumulação, ajustes e editagens que permite:
• tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de
relevância e o mínimo de custo;
• dar condições para, através da utilização de informações primárias constantes do
arquivo básico, juntamente com técnicas derivantes da própria Contabilidade
e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de exceção para finalidades
específicas, em oportunidades definidas ou não.
Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na
avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa,
ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.
Para as finalidades deste trabalho, escolhemos como usuário preferencial o externo à
entidade, constituído, basicamente, por:
·acionistas;
·emprestadores de recursos e credores em geral: e
·integrantes do mercado de capitais como um todo, no sentido de que a quantidade, a
natureza e a relevância da informação prestada abertamente pela entidade influenciem,
mesmo que indiretamente, esse mercado.
Ainda dentro do objetivo deste trabalho, consideramos como usuários secundários os
administradores (de todos os níveis) da entidade, bem como o Fisco. Aqueles obterão muita
utilidade dos conceitos que trataremos a seguir, mas precisarão ir além e utilizar-se dos
conceitos de Contabilidade Gerencial, fora do escopo deste trabalho; este o Fisco, terá
necessidade sempre dos ajustes vários a serem realizados em livros auxiliares.
Informação de natureza econômica deve ser sempre entendida dentro da visão que a
Contabilidade tem do que seja econômico e não, necessariamente, do tratamento que e
Economia daria ao mesmo fenômeno; em largos traços, podemos afirmar que os fluxos de
receitas e despesas (demonstração de resultado, por exemplo), bem como o capital e o
patrimônio, em geral, são dimensões econômicas da Contabilidade, ao passo que os fluxos de
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caixa, de capital de giro, por exemplo, caracterizam a dimensão financeira. Não estamos
portanto, utilizando, neste trabalho, o termo financeiro no sentido de avaliado em moeda,
como a própria Lei das Sociedades por Ações e a tradição anglo-americana consagram.
Informação de natureza física constitui um importante desdobramento dentro da
evolução da teoria dos sistemas contábeis, pois as mais recentes pesquisas sobre evolução de
empreendimentos têm revelado que um bom sistema de informação e avaliação não pode
repousar apenas em valores monetários, mas deverá incluir, na medida do possível,
mensurações de natureza física, tais como: quantidades geradas de produto ou de serviços,
número de depositantes em estabelecimentos bancários, e outras que possam permitir melhor
inferência da evolução do empreendimento por parte do usuário.
Informação de natureza de produtividade compreende a utilização mista de conceitos
valorativos (financeiros no sentido restrito) e quantitativos (físicos no sentido restrito) como
por exemplo: receita bruta "per capita", depósitos por cliente, etc.
As informações de natureza econômica e financeira, ainda assim, constituem o núcleo
central da contabilidade. O sistema de informação, todavia deveria ser capaz de, com mínimo
custo, suprir as dimensões físicas e de produtividade. Na evidenciação principal
(demonstrações contábeis publicadas), todavia, as dimensões físicas e de produtividade
consideram-se acessórias.
O objetivo principal da contabilidade, portanto é o de permitir, a cada grupo principal de
usuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático,
bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. Em ambas as avaliações, todavia,
as demonstrações contábeis constituirão elemento necessário, mas não suficiente. Sob o ponto
de vista do usuário externo, quanto mais à utilização das demonstrações contábeis se referir à
exploração de tendências futuras, mais tenderá a diminuir o grau de segurança das
estimativas envolvidas. Quanto mais a análise se detiver na constatação do passado e do
presente, mais acrescerá e avolumará a importância da demonstração contábil.
Isto não quer dizer que as demonstrações contábeis não se adaptam às finalidades
previsionais, mas apenas que avaliar tendências pode implicar divisar ou admitir configurações
econômicas, sociais e institucionais novas, para o futuro, em que não se permite estimar com
razoável acurácia os resultados das operações, pois a previsão das próprias operações é
insegura. A Contabilidade pode, sim, ajudar a avaliação de tendências se:
a) as conjunturas do passado se repetirem, mesmo que numa perspectiva monetária
diferente (inflação ou deflação, sem a alteração profunda do mercado); ou
b) o agente (usuário) conseguir transformar o modelo informativo contábil num modelo
preditivo, o que somente será possível dentro do esquema mental de conhecimento e da
sensibilidade do previsor. O modelo informativo-contábil e o modelo preditivo são duas peças
componentes, não mutuamente exclusivas, do processo decisório.
Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou
implícita, aquilo que o usuário considera como elementos importantes para o seu processo
decisório. Não tem sentido ou razão de ser a Contabilidade como disciplina "neutra", que se
contenha em perseguir esterilmente uma "sua" verdade ou beleza. A verdade da Contabilidade
reside em ser instrumento útil para a tomada de decisões pelo usuário, tendo em vista a
entidade.
Para a consecução desse objetivo da Contabilidade, e dentro principalmente do
contexto companhia aberta/usuário externo, dois pontos importantíssimos se destacam:
1º - As empresas precisam dar ênfase a evidenciação de todas as informações que
permitam a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio e,
além disso, que possibilitem a realização de inferências perante o futuro.
As informações não passíveis de apresentação explícita nas demonstrações
propriamente ditas devem, ao lado das que representam detalhamentos de valores
sintetizados nessas mesmas demonstrações, estar contidas em notas explicativas ou em
quadros complementares.
Essa evidenciação é vital para se alcançar os objetivos da Contabilidade, havendo hoje
exigências no sentido de se detalharem mais ainda as informações (por segmento econômico,
região geográfica, etc.). Também informações de natureza social passam cada vez mais a ser
requisitadas e supridas.
2º - A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos que
cercam o patrimônio, mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a essência
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econômica. Nessas situações, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem
informar, seguindo, se for necessário, para tanto, a essência ao invés da forma.
Por exemplo, a empresa efetua a cessão de créditos a terceiros, mas fica contratado
que a cedente poderá vir a ressarcir as cessionárias pelas perdas decorrentes de eventuais
não-pagamentos por parte dos devedores. Ora, juridicamente, não há ainda dívida alguma na
cedente, mas ela deverá atentar para a essência do fato e registrar a provisão para atender a
tais possíveis desembolsos.
Ou, ainda, uma empresa vende um ativo, mas assume o compromisso de recomprá-lo
por um valor já determinado em certa data. Essa formalidade deve ensejar a contabilização de
uma operação de financiamento (essência) e não de compra e venda (forma).
Noutro exemplo, um contrato pode, juridicamente, estar dando a forma de
arrendamento a uma transação, mas a análise da realidade evidencia tratar-se, na prática, de
uma operação de compra e venda financiada. Assim, consciente do conflito essência/forma, a
Contabilidade fica com a primeira.
Essas características de evidenciação ou de divulgação ("disclosure") e de prevalência
da essência sobre a forma cada vez mais se firmam como próprias da Contabilidade, dados
seus objetivos específicos.
Uma forma prática de verificar se a Contabilidade está alcançando seus objetivos,
conforme enunciado é pesquisar, periodicamente, qual o grau de utilização das demonstrações
contábeis por parte dos grupos de usuários para os quais, de antemão se acredita que as
demonstrações contábeis devessem ser de grande utilidade. Por exemplo: analistas de
investimentos, para aconselhamentos sobre compras ou não de ações de determinadas
companhias. O fato de determinado grupo, todavia, estar utilizando-se, num menor grau de
intensidade do que imaginaríamos, de informação contábil pode ter vários significados, a
saber:
a) deficiências estruturais do modelo informativo contábil para tal tipo de decisão;
b) restrições ou limitações do próprio usuário;
c) ambiente decisório em que a profissão contábil está laureada por baixo "status" de
credibilidade, influenciando a não-utilização por parte de grupos sofisticados de usuários,
mesmo que a informação objetiva tenha alguma ou bastante significância;
d) falhas de comunicação e evidenciação decorrentes de problemas de linguagem
inadequada por parte das demonstrações contábeis.
Antes de discutir o modelo contábil em tais situações, portanto, é necessário avaliar
muito bem a participação de cada fator nas limitações de utilização. Somente se grande parte
da não-utilização for atribuída ao significado a é que poderemos inferir pela não-adequação do
modelo. Por exemplo: fornecer demonstrações baseadas em regime de competência, quando o
usuário está tentando prever fluxos futuros de caixa.
Desta forma, para que se possa avaliar o melhor modelo contábil e necessário à
presença da informação contábil precisa, ágil e baseada em princípios sadios.
Considerando a relevância da informação contábil, é de suma importância para os
profissionais da Contabilidade o conhecimento dos Princípios Fundamentais de Contabilidade,
pois sua observância é obrigatória no exercício da profissão e como tal constitui condição de
legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.
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Caallççaad
dooss
DIREITOS = valores que é seu por natureza, mais que está de posse de outra pessoa,
tipo: uma venda feita a prazo (é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro ainda
não esta contigo, ele não é um bem, e sim um direito, direito de recebê-lo), o dinheiro no
banco (ele não esta com você) entre outros.
Os direitos são mencionados e algumas expressões são acrescentadas para melhor
identificação.
Elementos Expressões
Duplicatas a Receber
Impostos a Recuperar
Aluguéis a Receber
Adiantamento Salarial Adiant. Salarial
Banco Modelo SA Banco Modelo SA
Podemos entender que o que diferencia BENS de DIREITO é a posse não? Pois na
verdade tudo que esta nos dois exemplos acima podem ser avaliados em dinheiro, o que
diferencia é se está ou não com você.
Elementos Expressões
Duplicatas a Pagar
Notas Promissórias a Pagar
Salários a Pagar
Aluguéis a Pagar
Impostos a Recolher
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Patrimônio
Por isso a contabilidade considera as obrigações como parte do conjunto que perfazem
o PATRIMONIO, para que você consiga apurar o seu PATRIMONIO LIQUIDO (veremos o
conceito de PATRIMONIO LIQUIDO MAIS ADIANTE)
Parece até simples dizer que é isso que a Contabilidade faz não? Só que na
contabilidade qualquer fato que altere ou não o seu patrimônio ele é registrado, e por escrito
para não haver possibilidade de esquecimento, imagine a quantidade de transações que uma
entidade faz por dia? Compras, vendas, trocas, pagamentos e outros.
Um pouco mais sobre patrimônio, veremos no capitulo 12.
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Ativo
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez e classificadas
nos seguintes grupos:
• Circulante
• Realizável a longo prazo
• Permanente
Ativo circulante
O ativo circulante é composto das disponibilidades, dos direitos realizáveis no curso de
exercício social seguinte e das despesas pagas antecipadamente.
As disponibilidades representam o numerário em caixa e em bancos que pode ser
utilizado de imediato, isto é, à livre disposição da empresa.
Os recursos depositados em bancos, que por qualquer razão não são de livre
movimentação pela empresa, devem ser demonstrados de modo a indicar essa condição.
Como direitos realizáveis no exercício social subseqüente devemos entender não só as
duplicatas e demais valores a receber, como também os direitos de propriedade, tais como
estoque e aplicações de curto prazo, ou seja, aquelas que serão transformadas em numerário
no curso do exercício social subseqüente.
Também são classificáveis no grupo do circulante as aplicações de recursos em despesas
que ainda não foram incorridas, mas que já foram pagas.
Caso típico dessas despesas do exercício seguinte é o prêmio de seguros que é pago
antecipadamente, mas refere-se a uma obrigação contratual da seguradora de prestar um
serviço no futuro.
Ativo permanente
O grupo do ativo permanente está dividido nos seguintes subgrupos:
• Investimentos
• Imobilizado
• Diferido
Devem ser classificadas como investimentos as participações permanentes em outras
empresas e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no circulante, nem no realizável
a longo prazo.
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Passivo
As contas do passivo são classificáveis nos seguintes grupos:
• Circulante
• Exigível a longo prazo
• Resultados de exercícios futuros
• Patrimônio líquido
Patrimônio líquido
O patrimônio líquido divide-se em: a Capital social, a Reservas de capital, a Reserva de
reavaliação, a Reservas de lucros, a Lucros ou prejuízos acumulados.
Capital social
Representa a contribuição dos proprietários para a formação e manutenção das
atividades da empresa. Em relação ao capital social, dois aspectos merecem destaque:
• As parcelas do capital pertencentes a pessoas domiciliadas ou com sede no
exterior, registrada no Banco Central do Brasil, devem ser apresentadas destacadamente.
• O capital não integralizado deve ser apresentado subtrativamente do capital
subscrito.
Reservas de capital
Representam recursos provenientes dos proprietários ou de terceiros, que aumentaram o
ativo da empresa, mas não transitaram pelo resultado, ou seja, não se constituíram em
receitas.
As reservas de capital são claramente definidas em lei, devendo registrar,
principalmente, o seguinte:
• O ágio na colocação de ações, ou seja, a parcela recebida pela venda de ações
que ultrapassar seu valor nominal.
• Se a ação não tiver valor nominal será considerada ágio, a parcela recebida que
não for destinada à formação do capital social.
• As doações recebidas pela empresa e as subvenções para investimento.
• O resultado da correção monetária do capital.
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Reservas de reavaliação
Reservas de lucros
As reservas de lucro são constituídas através de apropriação do lucro da empresa com
objetivos e regras definidos. A legislação vigente entra em detalhes sobre os critérios para
constituição dessas reservas, uma vez que as mesmas influenciam diretamente o resultado à
disposição dos acionistas.
As reservas de lucros são as seguintes:
• Reserva legal
• Reservas estatutárias
• Reservas para contingências
• Reservas de lucros a realizar
• Reservas para reinvestimentos ou expansão
Se você ficar controlando o seu patrimônio somente de cabeça, com certeza você nunca
o terá controlado certinho. Para você pode até não fazer sentido ter tudo isso controlado Tim
Tim por Tim Tim.
Só que para uma empresa isso faz muito diferença, afinal tem muitas pessoas
interessadas no seu PATRIMONIO, se lembra da historia do amigo que lhe pediu dinheiro? É
bem parecido. Só que nesse caso o interesse era seu.
Mais como a contabilidade faz esse controle patrimonial?
Primeiro ela registra esses dados, depois processa os relatórios e demonstrações. Uma
das principais demonstrações é chamada de Balanço Patrimonial.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração que evidencia todo o patrimônio de uma
entidade em um determinado momento, ou seja ela vai mostrar todos os BENS, DIREITOS E
OBRIGAÇÕES numa certa data.
Mais para ficar mais apresentável, ao invés de misturar tudo, ela preocupou-se em
deixar isso de uma maneira mais fácil de se entender.
O primeiro passo foi chamar de ATIVO o conjunto de BENS e DIREITOS e de PASSIVO
suas obrigações ou deveres.
Mais para ficar mais bonito ainda ela resolveu que o ativo ficaria do lado ESQUERDO e
o PASSIVO ficaria do lado DIREITO da demonstração (em alguns casos, por falta de espaço ao
lado, ele pode aparecer abaixo).
Vamos exemplificar, para ficar mais fácil, imagine que você relacionou tudo o que você
tem de direito e bens e tudo o que você tem de obrigação e relacionou assim papel:
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Não fica mais fácil de se entender? Claro que sim. Mais isso porque você agora sabe
que Ativo são bens e direitos e Passivo são obrigações e deveres.
Mas porque o ativo fica do lado esquerdo e o passivo fica do lado direito?
Porque ficou convencionado que seria assim, ou seja, um monte de gente se reuniu e
disse a partir de hoje isso é assim e pronto.
Para que?
Para ficar mais fácil assim você sabe que tudo o que estiver do lado esquerdo desse
relatório pertence ao Ativo e tudo que tiver do lado direito ao Passivo, assim passou a adotar
esse método em vários paises, e não só no Brasil, até balanços internacionais são desta forma.
Poucas são as exceções tais como a França (se eu não me engano).
Bom então o Balanço Patrimonial possui somente os grupos Ativo e o Passivo?
Não !!!
Ainda existe mais um grupo Chamado de Patrimônio Líquido, que fica no lado do
passivo, então a demonstração acima ficaria assim:
Falamos que o Ativo são bens e direito, e o Passivo são as obrigações ou deveres, e o
que seria o Patrimônio Liquido?
Bom o Patrimônio Liquido de uma empresa entre outras possibilidades que veremos
mais adiante, se faz pelo seguinte: Quando se abre uma entidade/empresa ela precisa de
dinheiro para as primeiras operações, esse dinheiro vem através dos sócios mediante a
entrega de uma parcela de dinheiro para que a empresa possa começar a andar com as
próprias pernas. Logo esse dinheiro não é da empresa e sim dos donos delas, logo ela tem um
obrigação de devolver esse dinheiro aos sócios.
Mas se o que esta acima é verdade qual o sentido de se diferenciar Passivo do
Patrimônio Liquido? Não é tudo obrigação?
Sim é tudo obrigação, mais tem um porém, o que esta no Passivo vai ser exigido em
alguma data como por exemplo: o FINANCIAMENTO todo mês tem o seu prazo de vencimento,
que é quando se exige uma parte desse valor, A DIVIDA COM O TIO da mesma forma, ou seja
no dia combinado que você pagaria o seu tio ele pode te cobrar, O CHEQUE PRE DATADO
também no dia combinado ele vai “bater” na sua conta, assim como A DIVIDA COM O CARTAO
DE CREDITO no dia do vencimento da sua fatura o cartão estará lhe cobrando.
Já com as Obrigações do Patrimônio Liquido não, ou seja, o sócio deu dinheiro para a
empresa mais não pode cobrar dela quando bem quiser, se não a empresa acabará. Pode até
haver uma diminuição em seu valor, mais nunca será o dinheiro dado pelos sócios cobrando
integralmente.
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Então se fez necessário criar o Patrimônio Líquido para destacar que aquele valor não
será cobrado ou exigido.
Assim sendo temos então 3 grandes grupos num balanço patrimonial ATIVO, PASSIVO
e PATRIMONIO LIQUIDO.
Arrumando melhor o Balanço Patrimonial acima ficaria assim:
Ativo Passivo
Coleção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00
Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00
Computador 1.300,00 Cheques Pré-datados 550,00
Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00
Dinheiro no Banco 15,00 Patrimônio Liquido
Carro 15.000,00 XXXXXXX XXX,XX
Ativo Passivo
Deposito no Banco 10.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000,00
Ativo Passivo
Deposito no Banco 8.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000,00
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Você comprou um carro (um bem), então ele ficará em seu ativo, o valor dele foi de R$
2.000,00, então você registra os R$ 2.000,00 sob o nome de veículos, para que? Para que
quando as pessoas olhem para o seu balanço saibam que você possui um veiculo que custou
R$ 2.000,00.
Mas você pagou esse veiculo com um cheque a vista, então o saldo que era de R$
10.000,00 depois de pago o cheque ficou sendo R$ 8.000,00.
Se você somar todos os itens do seu ativo, ou seja, depósitos no banco + veículo você
tem R$ 10.000,00 no seu ativo e se você somar o conjunto do Passivo mais o Patrimônio
Liquido você também tem R$ 10.000,00? É uma balança, uma igualdade que não se altera não
é?
Vamos a terceira operação:
Para começar a vender você comprou mercadorias à vista pelo valor de R$ 2.000,00
também com cheque.
Então você adquiriu um bem (mercadorias), pagou com o dinheiro que estava no
banco, vê se você não concorda comigo que ficaria assim:
Ativo Passivo
Deposito no Banco 6.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Líquido
Mercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00
Lembre-se que você tinha R$ 8.000,00 no banco, que era os R$ 10.000,00 menos os
R$ 2.000,00 que você pagou pelo carro.
Vamos a quarta operação:
Você viu que toda a hora que você quer comprar algo você precisa passar um cheque e
resolve então deixar um dinheiro na empresa (chamado de Caixa), para que não haja mais
esse inconveniente. Então você tira do banco R$ 500,00 e deixa ele dentro da empresa.
Seu balanço fica assim:
Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Líquido
Mercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00
Caixa 500,00
Some o Ativo e depois compare com o total do Passivo e veja que os valores ainda
continuam a totalizar R$ 10.000,00 cada um.
Bom, com exceção da primeira operação, até aqui só fizemos operações que
alterassem o ativo não foi? Isso foi para chamar a sua atenção de que o Deposito no Banco é
um direito da empresa (o dinheiro esta lá mais na hora que você quiser pode sacá-lo) e que o
Veículo, as Mercadorias o dinheiro dentro da empresa (Caixa) são bens que a empresa possui.
Vamos agora com mais cuidado a quinta e a sexta operação.
Quinta operação:
Você comprou mais R$ 2.000,00 de mercadorias só que dessa vez o seu fornecedor já
olhou o seu balanço e viu que você tem condições de pagar esses R$ 2.000,00, então esse
fornecedor lhe vendeu essa mercadoria a prazo com 30 dias para pagar.
Seu balanço fica assim:
Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Patrimônio Líquido
Mercadorias 4.000,00 Capital Social 10.000,00
Caixa 500,00
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Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 3.000,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Líquido
Caixa 500,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00
Soma do Ativo 15.000,00 Soma do Passivo 15.000,00
Analisemos juntos
Você comprou um computador, portanto, lhe pertence, então ficará no Ativo, mas
como comprou financiado, ele também gerou uma obrigação para com terceiros, a de pagar as
prestações desse computador.
OBS.: Já coloquei o total do ativo e do passivo, para uma melhor analise.
Vamos a ultima operação:
Você pagou R$ 200,00 com o dinheiro que estava no banco a 1.ª prestação da compra
do computador.
Veja o Balanço:
Ativo Passivo
Deposito no Banco 5.300,00 Fornecedores 2.000,00
Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.800,00
Mercadorias 4.000,00 Patrimônio Líquido
Caixa 500,00 Capital Social 10.000,00
Computador 3.000,00
Vejamos
Você pagou R$ 200,00 pela 1.ª prestação então você ficou com R$ 200,00 a menos no
banco, em contra partida a sua divida do financiamento também diminuiu os mesmos R$
200,00.
Note que nessa operação houve uma diminuição no valor do ativo e do passivo
Vamos parar por aqui, mais tente resolver as operações colocadas abaixo, faça como
fizemos até agora a cada operação faça um balanço, no próximo tutorial colocarei as
respostas. E continuaremos com mais conceitos, teorias e exercícios.
Operações
A. Pagamento de mais R$ 200,00 da parcela do computador, com o dinheiro do
caixa.
B. Pagamento com cheque de R$ 500,00 para o fornecedor.
C. Compra de moveis para o escritório, com cheque no valor de R$ 1.000,00.
D. Aumento do Capital Social da empresa em R$ 3.000,00 o dinheiro ficou no caixa.
E. Deposito de R$ 2.500,00 no banco.
F. Pagamento de mais uma parcela do financiamento, mediante débito em conta.
G. Pagamento de mais R$ 300,00 para o fornecedor.
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Patrimônio
Já sabemos que o patrimônio de uma maneira simplificada é o conjunto formado por
bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica (com ou sem fins lucrativos).
Patrimônio Bruto: é a soma dos bens e direitos
Patrimônio Líquido: bens e direitos menos as obrigações
Bens
É qualquer coisa que satisfaça as necessidades humanas e que pode ser avaliado
economicamente, ou seja, podemos atribuir a ele um preço.
Bens tangíveis: possuem uma forma, é algo corpóreo, têm existência física.
Bens intangíveis: abstratos, incorpóreos, imateriais.
Bens Tangíveis:
Dinheiro
Mercadorias em estoque
Veículos
Imóveis
Bens Intangíveis:
Marcas e patentes
Gastos pré-operacionais
Ponto comercial
Ações ou cotas de participação em outras empresas
Direitos
Representam valores a receber e a recuperar, são também bens de nossa propriedade que se
encontra em poder de terceiros.
Exemplo:
Duplicatas a receber (clientes), contas a receber, títulos a receber, dinheiro depositado
no banco, aplicações financeiras, etc.
Obrigações
Representam valores a pagar e a recolher, são bens de propriedade de terceiros que se
encontra em nosso poder.
Exemplo:
Duplicatas a pagar (fornecedores), salários a pagar, impostos a recolher, aluguéis a
pagar, financiamentos, títulos a pagar, etc.
Capital Próprio:
- corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido: é a diferença entre o total de ativos
da sociedade e o total das obrigações para com terceiros. Só coincide com o Capital nominal
por ocasião da sociedade e quando todos os lucros e/ou prejuízos são incorporados ou
compensados com o Capital (fato muito raro).
Capital de Terceiros:
- corresponde ao conceito de Passivo Exigível: é o total das obrigações da sociedade
para com terceiros.
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Capital Subscrito:
- é o montante que os sócios prometeram entregar à sociedade em troca da
propriedade das ações ou quotas da mesma.
Patrimônio Líquido
Capital Subscrito ........ 3.000
(-) Cap. A Integraliz .... 900
(=) Cap Integralizado .. 2.100
Lucro............................ 300 2.400
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Despesas
456.890-4 Desp. com Água
456.900-3 Desp. Energia Elétrica
456.912-1 Fretes e Carretos
Os Bens e Direitos:
As Obrigações:
Elementos essências:
Regra básica para lançamento do livro diário, de maneira didática. (Somente para treinamento
em sala de aula, como reforço de aprendizado)
A primeira conta a ser lançada, deverá obrigatoriamente ser a devedora;
A segunda conta a ser lançada, deverá ser sempre a credora;
A conta credora deverá ter um “a” na frente.
Na frente da conta credora, deverá constar o valor.
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Exemplo 01
Depósito em c/c do caixa para o banco de $ 3.000,00
Banco
a Caixa $ 3.000,00
hist. Transf. do caixa para o banco conf. Dep.
Exemplo 02
Pagamento de uma duplicata da empresa XYZ no valor de $ 2.800,00, no banco
Fornecedor
a Banco $ 2.800,00
hist. Pelo pagto. da duplic. da empresa XYZ nf n° 1234
20) Razonetes
O razonete ou Conta T, é uma representação gráfica simplificada dos lançamentos
contábeis efetuados nas contas contábeis. Ele somente existe como recurso didático, para a
prática dos lançamentos.
O Razonete é representado em forma de “T” onde na parte superior é colocado a
denominação da conta contábil em que são efetuados os lançamentos.
Na parte inferior do Razonete, do lado esquerdo, serão lançadas as contas contábeis “a
débito” e do lado direito, contas contábeis “a crédito”.
Os lançamentos nos razonetes devem ser feitos conforme regras específicas
demonstradas em sala de aula, sobre o mecanismo de débito e crédito.
Elementos necessários:
Título da Conta
$ saldo D $ saldo C
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Bens
Direitos
Obrigações
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d) Princípio do Registro pelo Valor Original, que, na sua essência, determina que os
componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações, ou
seja, pelo valor de aquisição (valor de entrada dos bens, direitos e obrigações);
Introdução
Preço Específico
1. Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 100 portas por R$ 100 cada, conforme NF
n° 7.002.
2. Em 08/02, vendeu ao cliente Depósito Humaitá Ltda. 20 portas, conforme NF n° 101.
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3. Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 113 cada, conforme NF n°
8.592.
4. Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 159 cada, conforme NF n°
9.721.
5. Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira Ltda. 10 portas, conforme NF n° 115 referente a
compra de 19/02.
6. Em 27/02, vendeu ao cliente Taboão S/A 140 portas, conforme NF n° 102.
7. Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente Taboão S/A, 5 portas, conforme NFE n° 142.
Nota:
Veja o custo da venda na ficha de controle de estoque, pois não importa, para o controle do
estoque, o preço de venda da mercadoria, só o compra.
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40 159 6.360
170 20.01
0
27/02 N/NF - - - 40 159 6.360
102
50 113 5,650
50 100 5.000 30 100 3.000
140 17.01
0
28/02 N/NFE - - - (5) 100 (500) 35 100 3.500
142
Totais 190 22.01 155 18.51
0 0
Observação:
• Observe que, neste caso, a coluna do saldo controla as quantidades tendo em vista os
respectivos custos de aquisição. A baixa é sempre feita pelos custos das últimas aquisições,
guardadas as respectivas proporcionalidades dos custos de aquisição.
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Para exemplificar esse critério alternativo de Custo Médio, vamos utilizar as mesmas
informações que serviram de base para os exemplos anteriores:
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ela está provocando uma mudança de conceito de valor tão grande que não se mede mais o
tamanho de uma empresa pela sua dimensão física ou mesmo pela área que ela ocupa.
Ao contrario do que muitos pensam a massificação dos computadores não colocaram
um fim na profissão contábil, a tecnologia da informação provocou uma nova redefinição no
papel do contador, passando a assumir responsabilidades, principalmente aquelas que
dependem diretamente dos conhecimentos de um gestor de informações, e ele terá como
meta a obtenção, o tratamento e difusão de informações relevantes para a organização dentro
de um espaço de tempo hábil, para que seu trabalho seja bem sucedido.
O importante não é a quantidade de informações, mais a qualidade.
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25) [gr1]Modelo de Razonetes e Planilhas
a) Razonetes
Nome _____________________________________
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Totais C.M.V
CMV = EI + Compras – E.F
c) Planilha - Balancete
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Totais
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Balanço Patrimonial
Empresa ______________________________________de
____/____/____
Ativo Passivo
N° da Nome da Conta Valor N° da Conta Nome da Valor
Conta Conta
N° da Conta Valor
Conta
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Lucro Líquido
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Empresa Modelo SA
26) Bibliografia
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Periódicos
IOB Thomson Company – 1999
Curso Iob de Contabilidade -2001
Livros
Martins, Eliseu, 1987 Contabilidade de Custos. São Paulo Atlas, 3ª ed.
SEBRAE, Manual de Procedimentos Contábeis para micro e pequenas empresas, 2002
Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade básica fácil, 24a ed. São Paulo. Saraiva, 2003
Sites
http://www.gestaoeducacional.com.br
http://www.sebraees.com.br/tributos/pag_det_ori_fis.asp?cod_assunto=202
http://www.professorleo.com.br/cursos/contabilidade/Cap_7.htm
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm 10/10/2006
http://www.centropaulasouza.com.br/Cursos/ETE/Cursos.html
http://www.contabeis.com.br/artigos.asp?op=ler&id=86
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