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1. PENICILINAS
1.1. Penicilina G e Penicilina V
Antimicrobiano bactericida, primeiro a ser usado na história da humanidade, tem ação
na parede celular da bactéria, causando sua lise. Útil, no passado, para uma séria de
infecções, porém devido ao aparecimento de resistência bacteriana, tem seu espectro
reduzido atualmente:
Infecção por Estreptococo Beta-hemolítico A, B, C, e G
Infecção por cepas orofaríngeas de bacterióide sp
Difteria- Corinebactérium difterie
Neisserie meningiditis – rara resistência
Neisserie gonohreae – rara resistência
Bacillus Anthracis
Tétano
Sífilis
Febre reumática
Ambas as drogas tem boa indicação quando há infecções por pneumococos com
resistência plena a penicilinas, porém não atuam sobre estafilocococos oxacilina-
resistentes.
2. CEFALOSPORINAS
Grupo de Antimicrobianos que apresenta pouca toxicidade, tendo seu mecanismo de
ação a inibição de parede celular. Pode ser usado como alternativa ao uso de penicilinas.
Seu espectro de ação varia com sua geração, sendo as primeiras gerações mais eficazes
para cocos GRAM positivos e as gerações posteriores com maior espectro atingindo também
GRAM negativos. Raramente são usadas como de 1ª escolha, sendo reservadas como
drogas alternativas.
Pacientes com reação alérgica a penicilina pode apresentar reação as cefalosporinas
uma vez que essas contém uma derivação das primeiras. Uma reação alérgica a uma
cefalosporina indica reação a todas as outras.
Nenhuma cefalosporina é ativa contra enterococos e Listeria monocytogenes e poucas
são ativas contra S. aureus e epidermidis meticilina-resistentes. As cefalosporinas antigas
tem pouca penetração liquórica.
2.2. Cefalosporinas de 2ª geração: Esse grupo mantém mesma ação contra bactérias
GRAM positivas, aumentando seu espectro contra GRAM negativas. Tem pouca indicação
em infecções hospitalares.
Cefaclor - Uso oral, ativo contra GRAM Positivo e Haemophilus. Indicado em infecções
leves e moderadas do tracto respiratório ou curso de tratamento iniciado via parenteral.
Afetada por alimentação.
Cefprozila – Semelhante espectro de ação, com posologia de 12/12h, não interfere com
alimentos.
Cefoxitina - Uso parenteral, tem atividade contra anaeróbios, particularmente B. fragilis
e atividade seletiva contra bacilos entéricos GRAM negativos. Pode ser usado em infecções
pulmonares suspeito de anaeróbios.
2.3. Cefalosporinas de 3ª geração: São menos ativos contra GRAM positivos, ganhando
melhor espectro contra GRAM negativos.
3. MACROLÍDEOS
Eritromicina
AM que tem como mecanismo de ação a inibição de síntese protéica pela bactéria.
Efetivo contra GRAM positivos – Estreptococos, S. aureus produtor e não produtor de
penicilinase. Tem se verificado crescente resistência do Pneumococo
Efetivo cotra Mycoplasma pneumonie, Clamídia, Clostridium difteriae. B. petussis,
Legionella e alguns anaeróbios.
A atividade contra Haemophilus não é uniforme. Tem sido descrito resistência em
cocos GRAM positivos
Usado via oral. A via endovenosa causa flebite e a intramuscular não é indicada.
Indicações: Pneumonias leves, atípicas, e erradicação do Bordetella pertussis. Outras:
Coqueluxe, Difteria, Legionelose.
Azitromicina – Maior ação contra Haemophilus e Moraxella e menos ação contra cocos
GRAM positivos que a eritromicina. Pode ser usada por curto prazo (5 dias), melhor
absorvido em jejum.
Indicações: Infecções de vias aéreas, pneumonias atípicas.
Tem sido descrito resistência em cocos GRAM positivos, particularmente Pneumococos,
daí a restrição em infecções por esses germes.
4. LINCOSAMINAS
Lincomicina / Clindamicina
AM que tem como mecanismo de ação a inibição de síntese protéica pela bactéria,
podendo ser bactericida ou bacteriostático de acordo com a dose aplicada.
São drogas efetivas contra cocos GRAM positivos e não eficazes contra Haemophilus e
bacilos entéricos GRAM negativos.
A clindamicina é efetiva contra bactérias anaeróbias, inclusive Bacteróides sp
resistente a penicilinas.
Podem ser consideradas como alternativas para pacientes alérgicos a penicilinas.
A Clindamicina tem algumas vantagens sobre a Lincomicina: Níveis de atividade
bacteriana mais alto, absorção não afetada por alimentos. A Clindamicina é derivada da
Lincomicina a quem substituiu por apresentar melhor biodisponibilidade, maior espectro e
potência de ação.
A Clindamicina inibe Toxoplasma gondii, Plamodium falciparum e Pneumocisitis carinii,
podendo ser usado em pacientes portadores de HIV acometido por esses patógenos.
Indicações: Infecções mistas com participação de anaeróbios: supurações
abdominopélvicas, abcesso pulmonar, gangrena bacteriana progressiva.
Outras indicações: Faringoamigdalite estreptocócica, Pneumonia pneumocócica,
Fasceíte necrosante, Sind. Choque tóxico, Estafilococcia(pele tecido subcutâneo, partes
moles, osso).
Em osteomielite hematogênica a clindamicina pode ser usada como término do
tratamento via oral.
5. TETRACICLINA
AM em desuso, devido aos efeitos colaterais indesejáveis e surgimento de novos AM
com melhor espectro de ação e maior potência.
Eficazes contra cocos GRAM positivos, bacilos entéricos GRAM negativos, Mycoplasma,
B. pertussis, Rickétsia e Clamídia.
Existem cepas de estreptococos e pneumococos resistentes a tetraciclina.
Deve ser evitados em crianças com idade de calcificaçõa dentária. Oustros efeitos
colaterais: Nefrotoxicidade
É droga alternativa em infecção por mycoplasma e doenças bacterianas raras:
Brucelose, Cólera, Granuloma venéreo).
7. GLICOPEPTÍDEOS
7.1. Vancomicina – AM que tem como mecanismo de ação a inibição de síntese
protéica pela bactéria, de uso parenteral, tem como espectro de ação limitado a organismos
GRAM positivos. Sua principal indicação é o tratamento de infecções estafilocócicas graves
com resistência a penicilina penicilinase resistentes e cefalosporinas, infecções por
bastonetes anaeróbios GRAM positivos. Também contra cepas resistentes de enterococos e
pneumococos.
Bactéria direcionadas: S. aureus e epidermidis multirresistentes, enterococo resistente
a ampicilina e pneumococo com esistência plena a ampicilina. Essas bactérias provocam:
Sepse, osteoartrite, endocardite, pneumonia, empiema e neutropenia febril.
Pode ser usada ainda na profilaxia de endocardite e infecção cirúrgica, tendo boa
penetração liquórica.
Exclusiva de uso parenteral endovenoso, deve ser administrada em 1 hora para
amenizar efeitos colaterais, os quais podem ser: Ototoxicidade(lesão no VIII par craniano de
modo irreversível), nefrotoxicidade, síndrome do homem vermelho(exantema intenso em
face e tronco com prurido decorrente de liberação de histamina).
8. AMINOGLICOSÍDEOS
Drogas: Amicacina, Gentamicina, Tobramicina, Estreptomicina, Neomicina(tópico)
AM de ação bactericida imediata, seu mecanismo de ação é a ligação irreversível com
a unidade 30S do ribossoma da bactéria, causando sua morte. Sua ação recai
principalmente contra bacilos entéricos GRAM negativos e contra alguns GRAM positivos(S.
aureus). São ineficazes contra Estreptococos e Pneumococos.
Tem admnistração parenteral e deve ser feita lentamente e de preferência 1 vez ao dia
para diminuir toxicidade(Paralisiia neuromuscular, depressão miocárdica, nefrotoxicidade,
ototoxicidade). Não atravessa barreira hemato-encefálica.
Os principais efeitos colaterais são nefrotoxicidade(reversível com suspensão da droga)
e lesão no 8º par craniano(irreversível) provocando disacusia e labirintopatia.
A Amicacina tem mesmo espectro de ação que os outros, porém com menor
resistência cruzada.
A Tobramicina apresenta atividade contra algumas cepas de Pseudomonas. Pode ser
usada via inalatória em solução salina, com boa indicação em pacientes com Fibrose
Cística. A amicacian também tem preparação para nebulização.
A Estreptomicina é reservada para tratamento de Tuberculose(segunda linha) ou
enterococo resistente a Gentamicina.
Indicações: Suspeita de infecções por GRAM negativos. Ex. Pneumonias em
imunodeprimidos, infecções hospitalares, sempre associado com AM com espectro para
GRAM positivos. Em infecção urinária pode ser usada Gentamicina como monoterapia.
9. CLORANFENICOL
AM que tem como mecanismo de ação a inibição de síntese protéica pela bactéria no
ribossomo desta, tendo ação bacteriotática ou bactericida a depender da dose aplicada.
Tem largo espectro de ação, atingindo GRAM positivos e negativos, Clamídia, Riquétsias,
anaeróbios e Micoplasma. Cepas resistentes são raras. Pode ser feito EV ou oral, tem boa
penetração liquórica.
Indicações: Infecções moderadas a graves com suspeita de H. Influenza resistente a
ampicilina. Não é droga de 1ª escolha para nenhuma infecção.
Efeitos colaterais: Anemia aplástica(irreversível), pancitopenia(reversível), neurite
periférica, neurite do nervo óptico e colapso cardíaco em RN.
10. CARBAPENEMAS
Drogas: Imipenem, Meropenem
AM de maior espectro na prática clínica atingindo cocos e bastonetes anaeróbios e
aeróbios, bactérias GRAM negativas e positivas, além de bactérias resistentes a
cefalosporinas de 3º e 4º geração. Tem boa penetração liquórica. Favorece crescimento de
cândida.
Não atuam em S. aureus resistentes a oxacilina e alguns GRAM negativos. Tem sido
relatada resistência a Pseudomonas aeruginosa.
O Meropenem tem maior ação contra Haemophilus, P. aeruginosa, Menincococo e B.
cepacia.
O Imipenem é mais ativo contra cocos GRAM positivos, tendo potencial epileptogênico,
o que diminui seu uso e meningite bacteriana.
Ambos tem boa ação contra S. pyógenes, anaeróbios e Lysteria monocytogenes.
Indicações: Infecções hospitalares graves, polimicrobianas, em geral refratárias,
infecções por bactéria multirresistentes(sepse, meningite, ITU, pneumonias, fibrose cística).
Pode ser assocado a um aminoglicosídeo ou vancomicina. É terapêutica de última linha de
AM.
11. MONOBACTÂMICO
Droga: Aztreonam
Droga ativa exclusivamente contra bactérias GRAM negativas (Haemophilus,
meningococo, gonococo, pseudomonas, E. coli, Klebsiela, Shighela, Serratia)
Diante de aspecto tão estreito é reservada para uso como alternativa a
aminoglicosídeos, no tratamento de infecções hospitalares. Deve ser portanto associado a
outro AM para cobertura de demais bactérias.
Tem ação contra pseudomonas aeruginosa, com sinergismo com Aminoglicosídeo.
Porém tem menos potencia que Ceftazidime e Imipenem.
Indicações: Sepse, pneumonia(inclusive fibrose cística), ITU, infecções intra-
abdominais, abdome cirúrgico, meningite por GRAM negativos, osteoartrite, infecção de
partes moles.
É terapêutica de última linha de AM.
12. QUINOLONAS
Drogas; Ciprofloxacina, Levofloxacina, Gatifloxacina, Ofloxacina, Moxifloxacina, Ácido
nalidíxico
Mecanismo de ação: Inibição de síntese de DNA, por interferência em enzima de sua
replicação.
O ácido nalidíxico foi a primeira quinolona empregada no mercado, com espectro de
ação restrito a enterobactérias e ITU não complicada.
As quinolonas tem boa penetração em líquidos e fácil administração. Tem boa ação
contra germes GRAM positivos e negativos, além de germes atípicos como Mycoplasma.
A ciprofloxacina é a principal droga desse grupo, é ativa contra GRAM positivos e
negativos, além de germes atípicos e boa ação contra pseudomonas aeruginosa. Tem ação
intermediária sobre S. aureus e epidermidis e boa ação contra estreptococos.
A Ciprofloxacina tem sido usada em infecções graves, multirresistentes, em pacientes
portadores de fibrose cística colonizados por Pseudomonas.
A Moxifloxacina é a única com atividade contra anaeróbios.
Indicações em adultos: Infecções respiratórias, genitourinárias, gastrintestinais, de pele
e de partes moles.
Indicações em crianças: OMA, meningite, infecções por Pseudomonas.
As quinolonas devem ser evitadas abaixo de 18 anos pois pode causar dano a
cartilagem em crescimento
13. METRONIDAZOL
AM de Ação seletiva contra anaeróbios, suas indicações recaem sobre infecções
hospitalares suspeitas de anaeróbios e infecções mistas.