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Indiscutivelmente, o Brasil é um dos países com maior taxa de empreendedorismo do mundo. A última
pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), por exemplo, mostra que estamos entre os
sete povos no planeta que mais se lançam a novos negócios.
No reverso da moeda, porém, persiste um altíssimo índice de mortalidade, principalmente entre as micro e
pequenas empresas, justamente o perfil que corresponde à grande maioria dos empreendimentos nacionais.
Para se ter uma idéia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49% das empresas
encerram suas atividades com até dois anos de existência, 56% com até 3 anos e 59% fecham suas portas
antes de completar o quarto aniversário.
Existem, é verdade, diversos fatores determinantes para esse fenômeno, mas há um vilão em particular que
merece destaque: a falta de uma cultura empresarial em favor da sempre recomendável contabilidade formal
e bem estruturada.
Não foi por acaso que estudo do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), realizado com a
finalidade de detectar os principais entraves ao desenvolvimento dos pequenos negócios no País, apontou a
não-utilização da ciência contábil como fator determinante para o insucesso em 60% das micro, pequenas e
médias indústrias do estado.
Considerada por muitos apenas um meio de se cumprir formalidades e garantir uma relativa segurança
perante os fiscos, a contabilidade deveria ser vista, isso sim, como poderoso instrumento de gestão
empresarial.
Sua valia extrapola o caráter da mensuração puramente numérica, pois fornece uma verdadeira radiografia
atualizada a cada novo dia, e, além de retratar a saúde financeira do negócio, permite o conhecimento
detalhado dos seus pontos fortes, assim como fraquezas e tendências.
É, portanto, uma aliada na tomada de decisões diante da necessidade de reduzir custos; investir; contratar ou
dispensar colaboradores; reavaliar preços; matérias-primas, enfim, na busca de tudo que coloque ou
mantenha a empresa na trilha da maximização do desempenho. Os dados dela extraídos também são
grandes facilitadores do sólido planejamento tributário, único caminho para se reduzir a elevadíssima carga
tributária imposta às nossas empresas, sem qualquer transgressão à lei vigente.
Essa importância não diminui nem mesmo diante de certas e justificadas exceções, como a aberta
recentemente pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), que, em consonância com o Código Civil
Brasileiro e a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, dispensou de escrituração contábil as empresas
individuais com faturamento anual de até R$ 36 mil. Não se deve confundir tal concessão com a renúncia
pura e simples a um instrumento sem o qual nenhum empreendimento pode evoluir de fato e de direito.
Afinal, contabilidade é importante para todo tipo empresa, na qualidade de grande ferramenta de gestão e
transparência, qualquer que seja o porte ou natureza de uma organização que pretenda fazer jus a esse
nome.
Por que motivo, então, alguém abriria mão dessa amiga, uma vez que ela gera informações úteis, confiáveis e
estratégicas para a gestão organizacional?
As altas e preocupantes estatísticas de mortalidade de empresas brasileiras poderiam ser significativamente
revertidas se os empresários tiverem cada vez mais consciência do poder da contabilidade para o
desenvolvimento de seus negócios.
Não há empresa bem-sucedida no Brasil que prescinda dos bons serviços prestados por organizações e
profissionais contábeis.
Somos chamados por muitos de "os médicos das empresas" e aceitamos com orgulho esse título, pois
realmente zelamos por nossos "pacientes", oferecendo um bom atendimento preventivo, capaz de favorecer
não apenas a transformação de boas idéias em negócios de sucesso, mas também o próprio
desenvolvimento de toda uma nação.
A contabilidade deveria ser vista, isso sim, como poderoso instrumento de gestão empresarial.
O Lucro Real para algumas empresas é obrigatório e para as outras que não estão obrigadas pela referida
tributação pode representar economia de tributos. A opção pelo lucro real pressupõe contabilidade em dia,
conciliada e com composição de saldo das contas.
Para optar pelo lucro real a empresa deverá manter sua escrita contábil em dia e conciliada, não basta
apenas que a documentação esteja lançada na contabilidade, mas que os saldos das contas contábeis
estejam conferidos e conciliados de forma que o setor contábil tenha a composição dos saldos constantes no
balanço contábil.
Exemplos:
-Na conta adiantamento de viagens em 31/12/x0 consta um saldo total de R$ 25.000,00. Na composição do
saldo desta conta o setor responsável pelos adiantamentos de viagens deverá especificar data, nome, motivo
e valor de cada numerário adiantado a cada funcionário, devendo o somatório fechar com a conta contábil.
Através dessa relação poderão ser verificadas pendências antigas ou se o somatório confere com a
contabilidade, etc.
-O setor financeiro deve manter planilha atualizada (atualização e juros) dos empréstimos e financiamentos, a
qual servirá de suporte e conferência dos saldos contábeis.
Enfim, todos os saldos constantes nos balancetes ou balanços contábeis devem estar suportados por
posições de outros setores para que possam ser conferidos e confrontados, dessa forma, evita-se incorreções
na contabilidade que trarão como conseqüência pagamentos indevidos de IRPJ e CSSL.
Ao fazer a conciliação das contas patrimoniais e de resultado, o Contador deverá atentar para o seguinte:
a) A conta Caixa deverá estar em conformidade com os boletins de caixa, caso os mesmos não sejam
elaborados pela empresa o Contador deverá examinar o Razão da conta Caixa para evitar lançamentos
incorretos;
b) As contas bancárias e de aplicações financeiras devem estar de acordo com os extratos bancários e ou
conciliações dos bancos;
c) A conta de duplicatas a receber deve estar conciliada com o relatório de contas a receber. O Contador a
cada período ou fechamento de balanço deverá solicitar ao financeiro da empresa a posição das
duplicatas a receber naquela data, esse procedimento evita erros contábeis, por exemplo o lançamento a
maior de Receitas que proporciona o pagamento a maior de tributos (PIS, Cofins, IRPJ, CSSL,
ICMS,Simples e outros);
d) As contas de Adiantamentos e outros créditos devem ser conciliadas no sentido de verificar pendências
existentes de longa data, as quais não refletem a posição consignada no balancete, bem como atentar
para a documentação suporte dos lançamentos contábeis, tais como: contratos, recibos, notas fiscais e
outros;
e) A conta de estoque deve estar conferindo obrigatoriamente com o total da posição do Inventário a cada
trimestre (Lucro Real Trimestral) ou fechamento anual do balanço (Lucro Real Anual, Lucro
Presumido e Simples) , se e a empresa apura o Imposto de Renda anual com suspensão ou redução,
mês a mês deve manter um relatório de estoque não sendo necessário o registro no Livro de Inventário.
O Contador deve atentar para o preço unitário de cada mercadoria ou produto, podendo avaliar as
mercadorias compradas para revenda pelo valor das últimas aquisições menos o ICMS. No caso de
fabricação de produtos a matéria-prima pode ser avaliada pelo preço das últimas aquisições menos o
ICMS e IPI, os produtos acabados avaliados por 70% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS) e
os produtos em elaboração avaliados por 56% do maior preço de venda (sem deduzir o ICMS);
f) A conta de despesas antecipadas deve estar conciliada com as planilhas de rateio e com os documentos;
g) Nas contas do Realizável a Longo Prazo, o Contador deve verificar se os lançamentos estão suportados
por documentos hábeis e se não há lançamentos incorretos. Exemplo: se o pagamento do contrato de
mútuo está suportado por recibo, contrato etc.;
h) Se Investimentos relevantes em coligadas ou controladas estão avaliados pelo método da equivalência
patrimonial, quando estiverem solicitar balanço a essas empresas para efetuar os lançamentos contábeis,
lembrando que sobre o resultado positivo da equivalência patrimonial não incide tributação (IRPJ, CSSL,
PIS, Cofins) e no caso de resultado negativo são indedutíveis para fins de IRPJ e CSSL;
i) As contas do Imobilizado e Diferido devem estar de acordo com os controles patrimoniais da empresa,
caso não existam o Contador deverá manter planilha comprovando as despesas de depreciação e
amortização contabilizadas, bem como, através de visualização do Razão Contábil verificar se estão
corretos os lançamentos de aquisição do imobilizado e se nas vendas foram baixadas as depreciações e
o custo contábil dos bens vendidos;
j) As contas de Fornecedores devem estar conciliadas com o relatório das contas a pagar ou o setor
Financeiro deve realizar uma composição de saldos de cada fornecedores com o objetivo de confrontar
com a contabilidade. O Contador poderá utilizar conta contábil distinta para os fornecedores mais
representativos objetivando o controle contábil dessas contas;
k) Os tributos a pagar em dia devem conferir com o pagamento no mês seguinte, os tributos a pagar em
atraso devem ser relacionados em planilhas a parte para contabilização dos juros e multas e posterior
conferência com os saldos contábeis;
l) Empréstimos e financiamentos devem ser conciliados com o contrato objetivando a contabilização dos
juros e das atualizações pelo período de competência;
m) Contas a pagar em dia devem estar conferindo com o(s) pagamento(s) no(s) mês(es) seguinte(s) ou
manter planilha com composição de saldos;
n) Provisão de férias e 13º salário deve estar de acordo com relatório analítico por funcionários, fornecido
pelo setor de Pessoal;
o) As contas do Exigível a Longo Prazo devem ser verificadas com relação aos documentos suportes de
movimentação no ano, a classificação superior a 12 meses após encerramento do balanço e planilhas
subsidiárias;
p) As contas do Patrimônio Líquido devem refletir o capital social de acordo com o contrato social e
alterações, as realizações das reservas de reavaliação motivadas por vendas e depreciações de bens
reavaliados e se as movimentações das demais contas, inclusive lucros/prejuízos acumulados estão
corretos;
q) As receitas devem ser conciliadas com o livro de apuração do Icms, IPI ou do ISS, para evitar
lançamentos a maior ou a menor, com conseqüências tributárias. Até porque em uma fiscalização o fiscal
tem o direito de exigir tais livros;
r) As despesas devem ser consistentes com relação à documentação suporte e à atividade da empresa, é
importante que o Contador visualize, através do Razão Contábil, se não há distorções nos lançamentos
contábeis das despesas ou classificação indevida.
Período de Competência
O Art. 9º, da Resolução 750, de 29/12/93, do CFC, estabelece a seguinte definição de Período de
Competência: as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que
ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou
pagamento.
O art. 177, da Lei 6.404/76 estabelece que a escrituração da companhia será mantida em registros
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e
registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.
O Decreto 3.000/99 (RIR/99), define o seguinte:
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º).
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração
com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º).
§ 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do
lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, Vide PN 2/96, que impõe
ao Fisco a observância do preceito serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente,
excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º).
-Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional (Capítulo V), dos
resultados não operacionais (Capítulo VII), e das participações, e deverá ser determinado com observância
dos preceitos da lei comercial (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei
nº 9.249, de 1995, art. 4º).
Art. 273. A inexatidão quanto ao período de apuração de escrituração de receita, rendimento, custo ou
dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto,
diferença de imposto, atualização monetária, quando for o caso, ou multa, se dela resultar (Decreto-Lei nº
1.598, de 1977, art. 6º, § 5º):
I – a postergação do pagamento do imposto para período de apuração posterior ao em que seria devido; ou
II – a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração.
§ 1º O lançamento de diferença de imposto com fundamento em inexatidão quanto ao período de apuração de
competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de compensada a
diminuição do imposto lançado em outro período de apuração a que o contribuinte tiver direito em decorrência
da aplicação do disposto no § 2º do art. 247 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 6º).
§ 2º O disposto no parágrafo anterior e no § 2º do art. 247 não exclui a cobrança de atualização monetária,
quando for o caso, multa de mora e juros de mora pelo prazo em que tiver ocorrido postergação de
pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao período de competência (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, art. 6º, § 7º, e Decreto-Lei nº 1.967, de 23 de novembro de 1982, art. 16).
-Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido
mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da
demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º, § 4º, e Lei nº 7.450, de 1985, art. 18).
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art.
5º).
-Art. 344, do RIR/99. Dispões que os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real,
segundo o regime de competência (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41).
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos
termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 1966, haja ou não depósito judicial (Lei nº 8.981, de
1995, art. 41, § 1º).
-Art. 366. São admitidos, como despesas de propaganda, desde que diretamente relacionados com a
atividade explorada pela empresa e respeitado o regime de competência, observado, ainda, o disposto no art.
249, parágrafo único, inciso VIII (Lei nº 4.506, de 1964, art. 54, e Lei nº 7.450, de 1985, art. 54).
Concluímos, então, que é dever do Contador registrar as RECEITAS e principalmente as DESPESAS pelo
regime de Competência.
Provisão
Provisão é uma reserva de um valor para atender a despesas que se esperam. A provisão visa a cobertura de
um gasto já considerado certo ou de grande possibilidade de ocorrência.
Também é um fundo de proteção a riscos sobre perdas que se esperam ou que já ocorreram e reduziram o
valor do ativo, mas que, sendo reversíveis ou com probabilidade de redução. (Dicionário de Contabilidade, 9ª
Edição, Editora Atlas).
O art. 13, da Lei 9.249/95, determina que para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da
contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto
no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964:
I - de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo-
terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº
9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem
como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas
aplicável;
Portanto as provisões são indedutíveis para fins de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social
sobre o Lucro, exceto as provisões de férias, 13º salário e as provisões técnicas de companhias de seguro,
capitalização. A lei 10.833/2003, alterou o artigo 8º, da Lei 10.753/2003 e permitiu a dedutibilidade da provisão
para perda de estoque para Editor de Livros, Distribuidoras de Livros e Livreiros.
O fisco não aceita a dedutibilidade das provisões por serem consideradas incertas, são gastos prováveis, mas
não podem ser corretamente mensurados na data do balanço, dependem de eventos futuros, tais como: sua
realização (venda), cotação do Dólar, da Bolsa de Valores e etc.
Uma das grandes dificuldades do Contador na área tributária é diferenciar a Contabilização pelo Regime de
Competência da Provisão.
A contabilização pelo Regime de Competência é uma obrigação do Contador, conforme vimos na definição de
Competência pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo
Fisco Federal. Por exemplo:
a) Contabilização no próprio período das despesas incorridas em dezembro e não no mês de janeiro e
fevereiro do ano seguinte, quando foram pagas;
b) Contabilização dos fornecedores na data do faturamento e não período data do pagamento;
c) Contabilização dos juros e atualizações sobre financiamentos até a data do balanço, em conformidade
com contrato firmado com a Instituição Financeira;
d) Contabilização dos Tributos, juros e multas de mora exigidos pela Legislação no mês de sua competência
e não do seu pagamento.
Já provisão é um lançamento que depende de um evento futuro, que provavelmente vai ocorrer, mas na data
do balanço não está totalmente definido ou quantificado, por exemplo:
- Provisão para Imposto de Renda, ao fechar o Balanço de 31/12, no mês de janeiro ou fevereiro do ano
seguinte, o Contador faz a referida provisão, no entanto até a data da entrega da Declaração de Imposto de
Renda, em 30./jun, poderá haver mudanças no cálculo do IRPJ, com diferimento do Imposto, dedução do
PAT, etc.
- Provisão para Férias, o funcionário com menos de um ano pode pedir demissão e não ter direitos às férias,
bem como o funcionário pode ser demitido por justa causa ou abandonar o emprego.
- Provisão de Estoques, reserva constituída quando o preço de venda é menor que o preço de aquisição da
mercadoria. Depende de um evento futuro: a venda.
- Provisão para Contingências judiciais – A empresa discute na justiça uma determinada ação, vai se tornar
uma despesa apenas quando a empresa perder a ação e ainda o valor da ação somente será conhecido ao
término da ação. Na data do Balanço é apenas uma provisão.
Nós, os Contadores, costumamos utilizar incorretamente o termo provisionar, por exemplo, provisionar
fornecedores, provisionar juros sobre contrato, provisionar Pis e a Cofins quando na realidade o termo correto
seria contabilizar fornecedores, contabilizar juros sobre contrato e contabilizar Pis e a Cofins, pois é um valor
líquido e certo, por exigência contratual ou legal. Parece ser simples, no entanto o uso incorreto do termo traz
dúvidas na ocasião da interpretação da Lei, muitas vezes o Contador deixa de contabilizar uma despesa
totalmente dedutível e pagar menos IRPJ e CSLL, devido o fato de confundir com provisões que são
indedutíveis.
No decorrer do Livro, estudaremos detalhadamente cada situação para que não fiquem dúvidas.
A prova no processo Administrativo Fiscal é de fundamental importância e deve ser criteriosamente produzida
pelo Contribuinte, através da prova o julgador forma sua convicção a favor ou contra a empresa. “Quem alega
e não prova não alegou”, alegação sem prova transforma-se em uma denúncia vazia. Por exemplo, o
Contribuinte alega na sua impugnação que não é devedor do tributo, pois já o pagou, no entanto, não
apresenta na peça impugnatória cópia do comprovante de recolhimento. Seu argumento é inválido, não é
acolhido, não está devidamente comprovado, é nesse sentido que as provas devem ser consideradas.
No julgamento, são três as verdades: a) verdade descrita no lançamento pelo Auditor, com provas; b) verdade
descrita na defesa, com provas; c) Verdade do Julgador. Prevalecendo a verdade do julgador, portanto as
provas terão papel fundamental para a formação da convicção do julgador.
A produção de provas fortes e irrefutáveis deve ser preparada pelo Contribuinte na ocasião da realização do
ato jurídico (negociação: compra ou venda). A prova nada mais é do que um documento hábil (aceito pelo
fisco) que suporta o lançamento contábil. Muitas vezes, os responsáveis pelas empresas apresentam
documentos parcialmente hábeis, documentos considerados não hábeis (pedido, rascunho de compras, sem
identificação) ou não apresentam documentos. O Contador, por sua vez, cobra os devidos documentos, mas
como a empresa é dinâmica e já está envolvida em outras negociações não se preocupa com a
documentação anterior. Então o lançamento contábil é feito com base na cópia de cheque sem a
documentação comprobatória. O tempo passa, substitui-se o Contador, o Administrador ou até mesmo os
sócios, a falta do documento só vai ser observada quando solicitado pelo fiscal, quase 05 anos após a data
que deveria ser emitido.
A administração sai correndo atrás da documentação, inútil o fornecedor que vendeu fechou, até mesmo não
é mais fornecedor da empresa, não vai ter nenhuma vontade em procurar documentos, ou ainda, não foi
emitido o respectivo documento fiscal, naquela ocasião. São fatos lamentáveis, mais que normalmente
ocorrem em nossas empresas, é uma questão de cultura, pois são os sócios que administram suas próprias
empresas e acreditam que não é necessário manter toda a documentação em ordem.
Várias são as formas de provas que acompanham o lançamento contábil, por exemplo:
a) O próprio documento é o comprovante do lançamento contábil. Exemplo: nota fiscal de compras de peças,
no Diário consta o número da nota fiscal e o nome da empresa, bem como o valor do documento;
b) Diferente é uma provisão de férias, na qual devem constar todos os funcionários que têm direito a férias.
Em empresas com 20, 100, 500, 1000 ou mais funcionários, não é possível lançar na contabilidade
individualmente a provisão por funcionários. A prova consiste, neste caso, que os saldos contábeis estejam
em conformidade com o total do relatório da provisão de férias e encargos, o qual é fornecido pelo setor
pessoal da empresa. No Relatório de provisão de férias consta individualmente o nome de cada funcionário, a
data de admissão, o período aquisitivo de férias, o número de meses a que tem direito a férias, o terço
constitucional, bem como os encargos de FGTS (8,5%) e INSS ( em torno de 28,8%- empresa, SAT, terceiros
e aposentadoria especial), requisitos constantes no artigo 337 do Decreto 3.000/99 ( RIR/99). Além disso,
esse relatório é emitido pelo sistema do Setor de Pessoal que possui cadastrado todos os funcionários da
empresa ou pode ser confeccionado em planilhas de acordo com a realidade da empresa, sendo despesa
dedutível em função de previsão legal.
Se a empresa, por ocasião do lançamento contábil, não efetuou a produção de provas, mediante o relatório
de provisão de férias individualizado por funcionários, a despesa será glosada, devendo o valor ser
adicionado ou lucro real. Fica difícil confeccionar essas provas quando a empresa for autuada, pois já se
passou muito tempo e o período de defesa é de apenas 30 dias da data da ciência do auto de infração. A
Contabilidade levada a sério, serve como instrumento de filtro da documentação, bem como de prova no PAF.
c) Os impostos ainda que não pagos e ou a pagar são dedutíveis pelo período de competência. (Parágrafo 2º,
artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº 9.316/96). Para isto, o Contador deve elaborar demonstrativo,
mês a mês, demonstrando a base de cálculo, a alíquota e outros valores que servirão de suporte para o
cálculo do imposto, bem como declará-lo na DCTF. Se o fiscal não constatar subsídios necessários que
comprovem o lançamento contábil, a despesa poderá ser glosada.
Diferentemente são os lançamentos pelos totais que estão individualizados em livros auxiliares de
contabilização, que ficam à disposição da fiscalização e lastreados por documentos hábeis.
e) Outras Contabilizações - principalmente planejamentos tributários e outras contabilizações que são feitos
utilizando-se de consultas, acórdãos ou interpretação da lei a favor da empresa, devido a um provável
questionamento em uma fiscalização, devem ser arquivados juntamente com os documentos contábeis, em
formato de dossiê, explicando e comprovando o raciocínio que justificou o lançamento contábil.
f) Especificar no histórico contábil os dados do lançamento. Exemplo: no ano de 2000, por um lapso, a
empresa não contabilizou a sua NF nº 1. 111, relativa à receita, porém a contabilizou no ano posterior em
2001, quando detectou a incorreção. Se não efetuar o lançamento de forma discriminada no Diário e em
separado das demais notas fiscais, o lançamento não poderá ser identificado no Livro Diário,
conseqüentemente, se detectado o valor não lançado em 2000, o fisco autuará e a empresa não poderá
compensar o lançamento efetuado em 2001, bem como será configurada a omissão de receita e crime contra
a ordem tributária.
A exposição deste assunto tem como objetivo alertar os Contribuintes e seus Contadores de que a produção
de prova deve ser feita por ocasião da realização do negócio e da contabilização, cabendo até uma indagação
mental ( tanto para o Contribuinte como para o Contador): EM UMA FISCALIZAÇÃO, ESSE DOCUMENTO
SERÁ ACEITO PELO FISCO??? É UM DOCUMENTO SUFICIENTEMENTE HÁBIL OU É NECESSÁRIO UM
LAUDO E OUTROS DOCUMENTOS SUBSIDIÁRIOS QUE COMPROVEM A TRANSAÇÃO??? QUAIS AS
PROBABILIDADES DO JULGADOR ACEITAR O DOCUMENTO??? Tomando todas as precauções
possíveis, no momento adequado, não será uma tarefa difícil de convencer o Fiscal ou o Julgador. São filtros
que facilitarão a defesa do contribuinte em autuações fiscais, pois produzir provas, após passado anos, em
tempo curto ( 30 dias para a impugnação), tende a ser uma prova fraca e sem poder probatório suficiente de
convencimento dos julgadores, pelos fatos expostos, bem como, uma Contabilidade com suporte documental,
torna-se prova a favor da empresa, provando a boa-fé do contribuinte e exigindo a prova em contrário do
fisco.
ACÓRDÃO 108-07.816
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004
IRPJ e OUTROS/SIMPLES - Ex.: 1998 e 1999
PAF - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura única composta de
postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a correta apresentação do patrimônio, com
apuração de suas mutações e análise das causas de suas variações. A apuração contábil observará as três
dimensões na qual está inserida e as quais deve servir: comercial - a Lei 6404/1976; contábil - Resolução
750/1992 e fiscal, que implica em chegar ao cálculo da renda, obedecendo a critérios constitucionais com fins
tributários. A regência da norma jurídica originária de registro contábil tem a sua natureza dupla: descrever um
fato econômico em linguagem contábil sob forma legal e um fato jurídico imposto legal e prescritivamente.
Feito o registro contábil, como determina a lei, torna-se norma jurídica individual e concreta, observada por
todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor do sujeito passivo. Caso contrário, faz prova contra.
Recurso negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Dorival Padovan - Presidente
Publicado no DOU em: 20.07.2004
Relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
Para fins de gerenciamento tributário é essencial acompanhar, mês a mês, a situação do resultado tributável e
sua projeção até o final do ano. Essa análise propiciará ao Contador, dentro o período-calendário, tomar
providências reduzir o pagamento do IRPJ e da CSSL, porém se não efetuar o acompanhamento, após o
término do ano, restarão poucas alternativas visando economia tributária.
Uma análise detalhada no fechamento dos balancetes mensais e no balanço anual propiciará economia de
IRPJ e CSSL para empresa, pois cada lançamento contábil tem uma conseqüência tributária a favor ou contra
a empresa. Nos próximos itens relacionamos alguns pontos que visam à economia de tributos incidentes
sobre o lucro, com base na contabilidade da empresa.
1. BALANÇO DE ABERTURA
Ocorrendo a mudança de regime tributário, do Simples ou lucro presumido para lucro real, a pessoa jurídica
que não manteve escrituração contábil fica obrigada a realizar levantamento patrimonial no dia 1 o de janeiro
seguinte ao do último período-base em que foi tributada pelo lucro presumido, a fim de proceder a balanço de
abertura e iniciar a escrituração contábil (parágrafo único do artigo 19 da Lei 8541/92).
O levantamento patrimonial deverá incluir todos os bens do ativo, o patrimônio líquido e as obrigações. No
ativo deverão ser inventariados o dinheiro em caixa e em bancos, as mercadorias, os produtos, as matérias
primas, as duplicatas a receber, os bens do ativo permanente, etc. No passivo deverão ser arroladas todas as
obrigações e no patrimônio líquido o capital registrado e a diferença (devedora ou credora) do ativo menos o
passivo exigível e capital social.
Exemplo:
2. CAIXA e BANCOS
Deve-se verificar nos meses seguintes, ao do encerramento do balancete e balanço (Ex.: principalmente
janeiro e fevereiro do ano seguinte), se existem despesas pagas do mês ou ano anterior que deveriam ser
contabilizadas pelo período de Competência (mês em que foram incorridas e não pagas), mas estão sendo
contabilizadas pelo pagamento. Exemplo:
-notas fiscais de despesas, acertos de viagens funcionários e sócios com data de novembro/dezembro do
ano anterior e pagas ou apresentadas em janeiro/fevereiro do ano seguinte;
-Água, luz, telefone referente competência dezembro e pagas em janeiro do ano seguinte;
-Pagamento de despesas de dezembro com cheques compensados apenas em janeiro;
-CPMF da última semana de dezembro e debitada em janeiro do ano seguinte;
-Juros e Encargos financeiros da conta corrente e conta garantida, bem como despesas bancárias relativos a
dezembro e debitados em janeiro do ano seguinte;
-IOF cobrado sobre empréstimos e financiamentos;
-Outras despesas referentes aos meses de novembro e dezembro, pagas somente no ano seguinte,
contabilizando-as no mês de sua competência.
3. APLICAÇÕES FINANCEIRAS
a) RENDA FIXA
Os rendimentos das aplicações financeiras de Renda Fixa devem ser apropriados até 31/12, pois seus
rendimentos são considerados líquidos e certos.
Esses rendimentos devem ser apropriados “pro-rata tempore“, segundo o regime de competência, ou seja
conforme o número de dias até a data do término do Balanço.Um exemplo é juros pré-fixados (CDB), com
vencimento em 28.01.2003. Se o CDB foi aplicado em 29.12.2002, somente 2/30 da receita deve ser
apropriada ao resultado de 2.002.
Exemplo:
Aplicação CDB em 29/12/2002, no valor de R$ 1.000.000,00, a ser resgatável em 28/01/2003, pelo valor de
R$ 1.030.000,00.
b) RENDA VARIÁVEL
Já os rendimentos de aplicações financeiras de renda variável (atreladas à Bolsa, ao Ouro, ao Dólar, etc.)
devem ser registrados na data do respectivo resgate, por serem aplicações de risco, sendo que seu
rendimento não é garantido e nem considerado nem líquido ou certo na data do encerramento do Balanço,
pois a qualquer momento pode ocorrer desvalorização da aplicação em função da indexação a um título de
rendimento variável, podendo mensurar o rendimento apenas por ocasião do resgate. Exemplo:
-Aplicação em Fundos de Investimentos indexado à variação da Bolsa de Valores, Dólar e Ouro.
-Aplicação em Fundos de Investimentos administrados pelos Bancos, na qual a empresa corre riscos. Hoje
em dia, praticamente todas as aplicações em fundos de investimentos não têm garantido os seus
rendimentos, o cliente participa do risco, para isso basta ler o termo de compromisso de adesão da aplicação
Financeira.
O registro contábil de um rendimento incerto fere o Princípio Contábil do Conservadorismo, pois a empresa
registrando tal valor estará avaliando a maior seus ativos sem que se tenha certeza da sua realização. Outro
efeito tributário negativo é o de que a empresa apropriaria o suposto rendimento num período sem o
aproveitamento do IRRF, o qual é retido por ocasião do resgate.
Exemplo:
Histórico da Aplicação
Contabilização:
Como verificamos no exemplo, o rendimento fica variando conforme a oscilação da Bolsa ou do Dólar,
podendo inclusive o investidor resgatar valor menor do que aplicou. Não cabe a contabilização, mês a mês,
devido o rendimento não ser considerado líquido e nem certo. Nas aplicações de renda variável a receita
deve ser contabilizado na data da realização da operação (resgate).
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e
COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não-cumulativa das referidas contribuições. (variações cambiais ativas, selic, juros mútuos,
rendimentos aplicações financeiras e outros)
Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL, poderão ser registrados como perda os
créditos decorrentes de operações com pessoas ou empresas não ligadas, conforme arts 9º a 12 da Lei
9.430/96 (arts 340 a 434 RIR/99):
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do
Poder Judiciário;
II - sem garantia, de valor:
1) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
2) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há
mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento, porém mantida a cobrança administrativa;
3) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias;
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que
exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o seguinte:
2) a parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa
concordatária poderá também ser deduzida como perda, nas condições tratadas neste item.
Os limites de R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 estão fixados por operação e não por devedor, observando-se que,
para esse efeito:
2) no caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura, mesmo que
englobe mais de uma nota fiscal.
Os créditos com garantia, qualquer que seja o seu valor, somente poderão ser deduzidos como perdas após
decorridos dois anos do seu vencimento e desde que tenham sido iniciados e mantidos os procedimentos
judiciais para o seu recebimento ou a execução das
garantias.
Para esse efeito, considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com reserva de domínio, de
alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, tais como (artigo 1.419 do Novo
Código Civil): o penhor de bens móveis, a hipoteca de bens imóveis ou a anticrese (garantia representada
pelo direito aos frutos ou rendimentos de um imóvel).
Contabilização
O artigo 341 do RIR/99 determina a seguinte forma de escrituração das perdas no recebimento de créditos:
I – a débito da conta de resultado e a crédito da conta que registro do crédito ( duplicatas a receber) em se
tratando de créditos sem garantia e de valor até R$ 5.000,00;
II - a débito da conta de resultado e a crédito da conta redutora do crédito ( duplicatas a receber) nas demais
hipóteses ;
Exemplo:
a) Registro das duplicatas vencidas há mais de 180 dias, sem garantia e de valor até R$ 5.000,00:
31/12/x2 Perdas no Recbto Dupl- Vlr dupl. 1010, vcto 28/06/x2 não
Despesas recebida do cliente XY 4.950,00
31/12/x2 Duplicatas a Receber- Vlr baixa dupl. 1010, vcto 28/06/x2
Ativo Circulante não recebida do cliente XY 4.950,00
Nas duas formas de contabilização é importante que o Contador individualize duplicata por duplicata no
lançamento da perda, para ficar evidenciado qual a duplicata que está sendo baixada como perda, pois em
uma fiscalização a mesma será identificada facilmente. Normalmente, o fisco glosa despesas lançadas de
forma global se o contribuinte não apresentar relação que justifique a despesa, daqui há 05 anos vai ser difícil
saber quais duplicatas que foram baixadas.
No caso em que há um grande número de duplicatas a serem baixadas pode-se contabilizar por totais
mensais, desde que a Contabilidade ou o Setor Financeiro mantenha Registro auxiliar de duplicatas baixadas
como perda.
Os valores registrados na conta redutora dos créditos poderão ser baixados definitivamente da escrituração
contábil, a partir em que se completar cinco anos do vencimento do crédito sem que o mesmo tenha sido
liquidado pelo devedor
Após dois meses do vencimento do crédito, sem que tenha havido o seu recebimento, a pessoa jurídica
credora poderá excluir do lucro líquido, para determinação do lucro real, o valor dos encargos financeiros
incidentes sobre o crédito, contabilizado como receita, auferido a partir do prazo de dois meses do
vencimento. (art. 11 da Lei 9.430/96). A contabilização dos rendimentos será a débito de duplicatas a receber
e a crédito de receitas financeiras, a exclusão será efetuada através do Lalur. Exemplo:
Apropriar os encargos financeiros das duplicatas descontadas em Bancos, pelo regime de competência e não
somente quando do pagamento dos mesmos.
Apropriar as comissões sobre vendas por cartões de crédito e outras despesas. Tais taxas devem ser
contabilizadas, por ocasião da venda, e não somente por ocasião da liberação (crédito) do valor na conta
corrente da empresa.
A débito na conta de despesas financeiras e a crédito na conta de Contas a pagar ( Passivo Circulante) , no
mês em que incorrer os encargos e comissões. Sendo que no mês do referido pagamento debita a conta de
Contas a pagar e credita a conta do Banco ou Caixa.
Por força do art. 21 da Lei 10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da Lei 10833/2003, as
despesas financeiras não gerarão mais créditos, a partir de 01.05.2004.
As despesas financeiras, a partir de 01.05.2004, não geram direito ao crédito do Pis e Cofins, porém o
Contador poderá contabilizar as comissões pagas às Administradores de Cartões de Crédito, item ¨d¨ em
contas do subgrupo de despesas com vendas, na nomenclatura Comissões Pessoa Jurídica, salvo
entendimento em contrário, gerando crédito do PIS e da Cofins.
5. ADIANTAMENTOS
Através da conciliação, pode verificar se há adiantamentos pendentes de fornecedores que ainda não
emitiram nota fiscal, solicitando a emissão das mesmas no exercício e não no exercício seguinte.
Normalmente o fornecedor segura a emissão da nota fiscal para postergar o seu imposto, prejudicando a
empresa. O Contador deve ficar atento, solicitando ao fornecedor a emissão da nota fiscal no período de
competência do gasto.
Também, ocorre situação em que o funcionário não prestou contas, até o final do ano, do dinheiro adiantado
referente aos gastos das viagens.
É aconselhável, além de acertos periódicos, que a gerência adote o procedimento em que todos os
adiantamentos deverão ser prestados contas até a data de 31/12, para que não fique pendência alguma no
encerramento do exercício. A pendência significa despesa não apropriada no exercício e por esse motivo há
desembolso tributário.
a) VARIAÇÃO CAMBIAL
Á opção do contribuinte, as variações cambiais ocorridas serão tributáveis, para fins de apuração do PIS,
COFINS, IR e CSLL, a partir de sua realização, retroativamente a 01.01.1999.
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e
COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não-cumulativa das referidas contribuições. (variações cambiais ativas, selic, juros mútuos,
rendimentos aplicações financeiras e outros)
O disposto não se aplica às receitas financeiras oriundas de juros sobre capital próprio e as decorrentes de
operações de hedge.
O disposto aplica-se, também, às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas submetidas ao
regime de incidência não-cumulativa.
Com isso, reduz-se o custo tributário final, pois as oscilações da taxa cambial poderão ser compensadas na
apuração final do ganho.
A opção pela tributação pelo regime de competência (mensal), só é interessante para contribuintes que têm
grandes passivos sujeitos á variação cambial, de forma que o resultado líquido (receitas menos despesas
cambiais) seja devedor.
Poderá ser excluída a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, submetida à tributação, segundo o
regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999 em diante, excedente
ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação correspondente já tenha sido
liquidada.
Assim, se o contribuinte recolheu valores a maior, pela observância do regime de competência, em 2004,
poderá compensar tais valores, devidamente corrigidos pela SELIC, com recolhimentos futuros do mesmo
tributo.
Exemplo da Economia:
Variação cambial ativa contabilizada em 2004, tributada pelo PIS (1,65%) e COFINS: R$ 1.000.000,00
(7,60%).
Variação cambial ativa efetivamente realizada em 2004(recebida): R$ 800.000,00.
Diferença (parcela excluível da base de cálculo) R$ 200.000,00.
Economia de PIS e COFINS : R$ 200.000,00 x 9,25% = R$ 15.300,00;
IRPJ e CSSL: R$ 200.000,00 x 24% ( 15% IRPJ e 9% CSSL)= R$ 48.000,00.
Contabilização:
Exclusão no Lalur:
Exclusão no Lalur referente parcela da variação cambial ativa no valor d R$ 1.000.000,00 contabilizada como
receita no mês de outubro/2004 e não recebida no valor de R$ 200.000,00. Obs.: a empresa optante pelo
lucro real, através de balancete, suspendeu o pagamento de IRPJ e CSSL.
Além de diminuir o IRPJ e a CSSL, o valor não recebido deverá ser excluído também da base de cálculo do
PIS e da Cofins.
No final do exercício, em 31/12/2004, além da exclusão no Lalur na parte A, o Contador deverá preencher
também a parte B, pois esta exclusão influenciará resultados futuros, isto é, o valor deve ser adicionado ao
lucro real, na data o recebimento:
Lembrando que o valor de R$ 200.000,00 integrará a base de cálculo do Pis e da Cofins na data do
recebimento.
Contabilidade:
Lalur:
Na parte A do Lalur será adicionado o valor integral de R$ 200.000,00, pois o valor de R$ 85.000,00 referente
a variação cambial negativa foi contabilizada como despesa no ano, assim, para fins de apuração do lucro
real de 2005, foi imputado o valor líquido de R$ 115.000,00 (200.000,00-85.000,00).
No entanto, para fins de cálculo para o PIS e Cofins deverá ser acrescido à base de cálculo no mês de
dezembro/05 o valor de R$ 115.000,00, que foi o rendimento líquido oriundo na data do recebimento.
Quando um crédito fica sem atualização por vários anos, pode gerar Imposto de Renda e CSSL no período
em que foi atualizado. Isso ocorre por exemplo com a taxa Selic, que atualiza os tributos Federais. A empresa
tem um crédito de Imposto de Renda a recuperar referente ao ano de 2.000, e no ano de 2003 precisa
atualizá-lo para compensar, não tendo sido atualizado nos anos anteriores. No entanto, no ano-calendário de
2003, está com lucro contábil e qualquer lançamento nas contas de resultados a título de receita gera IRPJ
e CSSL em percentual de 24% a 34%.
Porém se nos anos de 2001 e 2002 houve prejuízo fiscal, poderão ser feitos os seguintes lançamentos:
Contabilidade:
Através destes lançamentos contábeis não haverá a incidência de Imposto de Renda e nem CSSL, devendo
apenas ajustar prejuízo fiscal de cada ano no Livro LALUR ( Livro de Apuração do Lucro Real). Os valores
são ajustados pelo regime de competência, em cada período a que se referem, utilizando-se o LALUR, não é
necessário alterar os registros contábeis dos referidos períodos.
Lalur:
PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO
LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Obs.: referente ao ano 2002 segue o mesmo exemplo de contabilização e lançamento no Lalur.
2) Atualização de 2003:
Contabilidade:
Apenas sobre o valor da atualização pela SELIC relativo ao ano de 2003 haverá a incidência do Imposto de
Renda e da CSSL.
Observe-se que haverá incidência do PIS e da COFINS sobre os valores da atualização, devendo tais valores
serem recolhidos retroativamente (com multa e juros). A partir de 02.08.2004, por força do Decreto
5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre as receitas financeiras
auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativa das referidas
contribuições. (variações cambiais ativas, selic, juros mútuos, rendimentos aplicações financeiras e
outros)
7. IMPOSTOS A RECUPERAR
O saldo negativo do IRPJ e CSSL (valores pagos a maior que o devido) bem como o PIS, COFINS, IPI, ITR,
SIMPLES, CPMF, a partir de 01/10/2002, conforme Instrução Normativa SRF 210/2002, poderão ser
compensados com tributos federais de diferentes espécies, mediante Declaração de Compensação
(PERDCOMP), via internet, como prevê a Instrução Normativa SRF 320/2003. Essa compensação é
automática, cabendo a Receita Federal posterior verificação para constatar a existência do crédito
compensado.
Em 18.10.2004, foi editada a IN SRF 460/2004, que revogou a IN SRF 210/2002, no entanto permaneceram
as regras anteriores de compensação, sendo implementados alguns itens.
Exemplo:
O IRPJ e CSSL pagos a maior em 31/12/x0 poderão ser compensados com o PIS, COFINS e o IRRF a pagar
a partir de 01/01/x1.
O saldo credor do IPI poderá ser compensado com IRPJ, CSSL, PIS e COFINS a pagar.
Contabilização:
A empresa tem crédito de R$ 77.000,00 referente saldo de IRPJ do ano anterior (apuração lucro anual) ou
trimestre anterior (apuração lucro trimestral) e em 15/mar./x1vai compensar R$ 10.000,00 com o Pis e R$
30.000,00 com a Cofins, já enviou o Pedido de Compensação (Perdcomp via internet). O valor de R$
37.000,00 não compensado em fevereiro/x1 será compensado nos meses seguintes.
Compensação
15/03/x1 Pis a recolher – Passivo Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/x0
Circulante com Pis a recolher do mês fev/x1 10.000,00
15/03/x1 Saldo IRPJ ano anterior Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/x0
Ativo Circulante com Pis a recolher do mês fev/x1 10.000,00
Compensação
15/03/x1 Cofins a recolher – Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/x0
Passivo Circulante com Cofins a recolher do mês fev/x1 30.000,00
15/03/x1 Saldo IRPJ ano anterior Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/x0
Ativo Circulante com Cofins a recolher do mês fev/x1 30.000,00
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e
COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não-cumulativa das referidas contribuições. (variações cambiais ativas, selic, juros mútuos,
rendimentos aplicações financeiras e outros)
O tributo Federal pago a maior ou indevidamente poderá ser acrescido pela taxa Selic, conforme Instrução
Normativa SRF 210/2002 até a data da compensação. Por exemplo: o tributo pago a maior em 30/abr./2002 e
compensado em 15/ago./2003, poderá ser acrescido pela Selic até a data de sua compensação (15/08/2003).
Em 18.10.2004, foi editada a IN SRF 460/2004, que revogou a IN SRF 210/2002, no entanto permaneceram
as regras anteriores de compensação, sendo implementados alguns itens.
O artigo 894, do Decreto 3.000/99, Regulamento do Imposto de Renda, dispõe que o valor a ser utilizado na
compensação ou restituição de tributos federais será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa
referencial da SELIC, acumulada mensalmente. Em observância ao Princípio Contábil da Competência, estes
juros devem ser apropriados mensalmente. Lembramos que sobre a atualização dos créditos tributários pela
Selic haverá a incidência do PIS e da COFINS. A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004,
ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas
pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativa das referidas contribuições.
(variações cambiais ativas, selic, juros mútuos, rendimentos aplicações financeiras e outros)
A atualização pela SELIC dos tributos pagos a maior ou indevidamente é calculada a partir da data em que o
tributo foi pago a maior ( PIS, COFINS, IRRF, IPI, ITR). A atualização do IRPJ e da CSSL pagos a maior
deverá ser efetuado a partir do dia seguinte ao do encerramento do trimestre (31/mar., 30/jun./, 30/set. e
31/dez.) quando a opção for pelo lucro real trimestral ou a partir do dia seguinte ao encerramento anual
(31/dez.) quando a opção for pelo Lucro Real Anual.
Contabilidade:
8. ESTOQUES
No encerramento do balanço pelo lucro real anual (31/12) ou lucro real trimestral (31/03, 30/06, 30/09 e
31/12), os estoques consignados na contabilidade devem estar em conformidade com o Livro Registro
Inventário de Estoques (art.260, RIR/99). O Contador deve realizar o ajuste contábil para que os saldos
contábeis das contas de estoques estejam de acordo com o Livro de Registro de Inventário. Se durante o ano
( lucro real anual), a empresa suspender ou reduzir o recolhimento do IRPJ e da CSSL, mediante balancetes,
deverá manter relatório de estoques que “fechem” com a contabilidade, não sendo necessário seu registro no
Livro de Registro de Inventário (§3, art.12, da IN SRF 93/97). Os estoques deverão ser valorizados, conforme
descrevemos no item “b”, abaixo.
Cabe ao Contador verificar qual é a opção de avaliação de estoque mais vantajosa para a empresa, por
exemplo: a) se no exercício há lucro, deve-se avaliar o estoque pelo critério de menor valor, com isso
aumentando o custo da mercadoria ou produto; b) se no exercício há prejuízo, o estoque deve ser avaliado
pelo critério de maior valor, pois no período seguinte o prejuízo é limitado a 30% do lucro, e o estoque
estando supervalorizado (dentro dos critérios fiscais) deduzirá automaticamente o resultado do exercício
seguinte se limitação, por conta do ajuste do Custo de Mercadorias ou Produtos Vendidos.
- Custo médio, para as mercadorias revendidas e matérias primas, o qual será determinado pelo registro
permanente de estoques, não fazendo parte do custo de aquisição os impostos recuperáveis aos quais a
empresa tem o direito ao crédito ( ICMS, IPI, PIS, COFINS), sendo acrescido o seguro e o transporte (art
289 RIR/99). Obs.: na indústria o IPI é recuperável, porém em uma empresa que revende mercadoria o
IPI não é recuperável, devendo ser parte integrante do custo da empresa;
- Se a empresa não mantiver o registro permanente de estoque ( custo médio) poderá avaliar o estoque
das mercadorias e matérias-primas pelo preço das últimas aquisições menos os impostos recuperáveis
- ICMS, IPI, PIS e COFINS-, também chamado de PEPS (art. 293 RIR/99);
- A empresa poderá também avaliar o estoque pelo custo arbitrado, no qual as mercadorias serão
avaliados em 70% do maior preço de vendas desse produto no período-base ( art 295 e 296 RIR/99);
Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de produção, devendo o contribuinte
manter sistema de contabilidade de custo coordenado e integrado com a escrituração contábil para avaliar o
estoque de produtos acabados e em fabricação (art.294 RIR/99). Na prática, o custo coordenado e integrado
com a contabilidade significa que o Contador deve elaborar seus mapas de custo, rateio e etc, tendo como
origem os saldos retirados das contas contábeis de resultado, caso os valores utilizados nos mapas de custos
não tenham origem no balancete contábil não será consideração como custo integrado e coordenado com a
contabilidade.
Conforme, art. 296, RIR/99, se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições do art. 294, do
RIR/99 (citado no item anterior), os estoques deverão ser avaliados:
I – os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no
período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados, em relação ao item II, então
80% de 70% = 56% do maior preço de venda
II – os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração.
§ 1º Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser determinado tomando
por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicações – ICMS.
Os materiais em processamento (também chamados de “produtos em elaboração”) serão avaliados por uma
vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base, ou em 80% do valor dos produtos
acabados (o que equivale dizer a 56% do maior preço de venda).
A legislação do Imposto de Renda permite, para as empresas que não mantém custos integrados á
contabilidade, que se opte pela valoração dos estoques de produtos em elaboração por um das seguintes
critérios (art. 296, inciso I do Regulamento do IR):
Normalmente, o critério 2 é significativamente inferior ao critério 1, resultando num menor IRPJ e CSL a
pagar.
Exemplo:
Um produto com valor de venda R$ 150,00, cujo estoque em elaboração, é de 1.500 unidades. O maior custo
das matérias primas empregadas, por unidade, na fase de elaboração, é de R$ 20,00.
Contabilidade:
O Contador deverá verificar qual é o critério de avaliação de estoques mais adequado para cada empresa,
lembrando que os estoques constantes no final de cada exercício devem estar de acordo com o Registro de
Inventário de Estoque, devendo ser procedidos ajustes no caso de divergências.
Muitas empresas industriais, por comodidade ou por desconhecimento, avaliam seus estoques de produtos
acabados e em elaboração segundo os critérios estabelecidos no artigo 296 do Regulamento do Imposto de
Renda (70% do maior preço de venda, para os produtos acabados, e 56% do maior preço de venda ou 1,5
vezes o custo da matéria prima empregadas, para os produtos em elaboração). Este critério eleva
sensivelmente o valor final dos estoques, reduzindo o custo, e por decorrência, aumentando o lucro tributável,
para fins de apuração do Lucro Real (IRPJ e CSL).
Mas de acordo com o artigo 294 do RIR/99 e o PN CST 6/79, nas empresas que exploram atividade industrial,
o valor dos estoques, para o contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados, determinado com observância
do método conhecido como custeio por absorção (também chamado de custeio pleno ou integral).
O custo de produção deve compreender, além da matéria-prima e da mão-de-obra direta empregada (custos
diretos), também os chamados gastos gerais de fabricação (custos indiretos).
O art. 290 do RIR/99 relaciona os seguintes componentes que devem integrar obrigatoriamente o custo dos
produtos:
Contabilidade:
O Contador deverá verificar qual é o critério de avaliação de estoques mais adequado para cada empresa,
lembrando que os estoques constantes no final de cada exercício devem estar de acordo com o Registro de
Inventário de Estoque, devendo ser procedidos ajustes no caso de divergências.
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a 5% do custo total dos produtos vendidos
no exercício social anterior, poderá ser registrada diretamente como custo (parágrafo único do art. 290 do
Regulamento do IR).
Como regra geral, toda a matéria-prima em estoque, no final do período, deveria ser inventariada e mantida
em conta do Ativo. Porém, com relação aos materiais de consumo esporádico cujo valor não tenha sido
superior a 5% do custo total dos produtos vendidos no exercício social anterior, as eventuais sobras não
necessitam ser inventariadas, podendo ser levadas integralmente para custos. Desta forma, economiza-se
IRPJ e CSL devidos sobre o Lucro Real.
Contabilidade:
Estando dentro do critério citado, esses bens de consumos não são inventariados, sendo contabilizados
diretamente nas contas de resultado:
f) ESTOQUE EM CONSIGNAÇÃO
Verificar se a empresa não está contabilizando na conta de estoque os estoques em de terceiros recebidos
em consignação, os quais deveriam ser contabilizados em contas de compensação. Essa análise deve ser
feita no sentido e aumentar o custo das mercadorias vendidas.
Contabilidade:
g) APURAÇÃO DO CUSTO
A empresa pode estar utilizando na apuração do custo de seus produtos despesas que devem ser
contabilizadas diretamente nas contas de resultado, não devendo ser ativadas, tais como: salários, energia
elétrica, água e outras despesas relacionadas com a administração da empresa, bem como despesas
comerciais e financeiras as quais não integram o custo. Neste caso deve ser feita uma análise nas contas e
nos critérios de rateio que compõem o custo.
A Lei 10.753/2003, em seus artigos 8 e 9, alterado pela Lei 10.833/2003, permite às pessoas jurídicas e as
que lhes são equiparadas pela legislação do imposto sobre a renda que exerçam as atividades de editor,
distribuidor e de livreiro, a constituição de provisão para perda de estoques, calculada no último dia de cada
período de apuração do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL),
correspondente a 1/3 (um terço) do valor do estoque existente naquela data.
Referida provisão foi normatizada pela IN SRF 412/2004.
DEDUTIBILIDADE
A partir de 31.10.2003 (data da publicação da Lei 10.753/2003 no DOU), a provisão referida será dedutível
para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.
CONCEITOS
Para efeito da regulamentação, é considerado:
I - editor: a pessoa jurídica que adquire o direito de reprodução de livros, dando a eles tratamento adequado à
leitura;
II - distribuidor: a pessoa jurídica que opera no ramo de compra e venda de livros por atacado;
III - livreiro: a pessoa jurídica que se dedica à venda de livros.
REGISTROS CONTÁBEIS
Os registros contábeis relativos à constituição da provisão para perda de estoques, à reversão dessa
provisão, à perda efetiva do estoque e a sua recuperação serão efetuados conforme a seguir:
I – a constituição da provisão será efetuada a débito da conta de resultado e a crédito da conta redutora do
estoque;
II – a reversão da provisão será efetuada a débito da conta redutora do estoque, a que se refere o item I, e a
crédito da conta de resultado;
III – a perda efetiva será efetuada a débito da conta redutora do estoque, até o seu valor, e o excesso, a
débito da conta de resultado – custos ou despesas - e a crédito da conta de estoque;
IV – a recuperação das perdas que tenham impactado o resultado tributável, a débito da conta patrimonial e a
crédito da conta de resultado.
LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
1) Pela constituição da provisão:
D - PROVISÃO PARA PERDAS - ESTOQUES (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
2) Pela reversão da provisão constituída:
D - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
C - PROVISÃO PARA PERDAS - ESTOQUES (Conta de Resultado)
3) Pela perda efetivada (até o limite da provisão constituída):
D - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
C - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
4) Pela perda efetivada (acima do valor da provisão constituída):
D - PERDAS DE LIVROS (Conta de Resultado)
C - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
5) Pela recuperação das perdas já lançadas anteriormente no resultado:
D - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
C - RECUPERAÇÃO DE PERDAS DE LIVROS (Conta de Resultado)
9. CRÉDITOS REALIZÁVEIS
Obtenção de juros sobre depósitos judiciais em garantia de instância, enquanto não definitiva a lide em favor
do depositante os valores não deverão ser contabilizados como receita, evitando assim, o recolhimento do
PIS, Cofins, IRPJ e CSSL.
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, ficam reduzidas a zero as alíquotas do PIS e
COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não-cumulativa das referidas contribuições.
A correta contabilização de incentivos fiscais permite que se obtenha economia fiscal (além do benefício já
utilizado).
O Art. 182, § 1º, alínea d, da Lei 6404 (Lei das S/A) define que serão classificadas como reservas de capital
as contas que registrarem: as doações e as subvenções para investimento. Portanto estes valores não
integrarão resultado do exercício.
Assim, por exemplo, um incentivo na área do ISS, originado de implantação de programa de geração de
empregos, em que haja redução da base de cálculo do imposto em decorrência do programa de investimento,
aprovado pela Prefeitura Municipal que concedeu o beneficio, pode ser contabilizado da seguinte maneira:
Os efeitos tributários desta contabilização podem permitir um ganho de até 38,65% em tributos (até 25% de
IRPJ, 9% de CSL, 3% de COFINS e 1,65% de PIS – considerando-se este percentual para optantes pelo
Lucro Real a partir de 01.12.2002). Assim, um incentivo que gere, anualmente, uma redução de ISS de R$
100.000,00 poderá permitir uma economia fiscal (adicional ao incentivo) de até R$ 38.650,00.
Muitas empresas detêm, em sua contabilidade, contas que geram despesas tributárias.
Uma das mais conhecidas são os "empréstimos compulsórios" de combustíveis, que mensalmente geram
receita financeira (variação monetária e juros) de sua atualização. Uma receita/ano de R$ 10.000,00 pode ter
um custo tributário de até R$ 3.865,00/ano (IRPJ, CSL, PIS de 1,65% a partir de 01.12.2002 e COFINS) –
considerando-se uma empresa tributada pelo lucro real.
Muitas destas contas são herança de balanços anteriores. A maioria delas não tem respaldo (documentação)
contábil. Provavelmente mais de 90% das empresas que tem saldo na conta "compulsório sobre
combustíveis" (oriunda dos idos anos 1986), não mantém mais a documentação (notas fiscais de aquisição)
para comprovar o reembolso da quantia devida.
Nesta hipótese, é cabível a baixa, por inexistência de documentação suporte. Inexistindo o ativo, inexiste a
receita financeira, e também o custo tributário. Recomenda-se documentar a baixa com laudo de perito
contábil, indicando a inexistência da documentação pertinente.
Contabilidade:
Os empréstimos de mútuos entre a empresa e seus sócios devem estar suportados por contrato. A empresa
poderá ser questionada pelo fisco, devido ao fato de que a operação não está acobertada por documento
hábil e que, se a empresa não efetua a cobrança de encargos sobre os empréstimos, os referidos valores
deverão ser considerados na base de cálculo do imposto de renda, mensalmente, adicionados ao pró-labore pago
no mês, conforme item 14.2.2, da Instrução Normativa nº 49, de 10/mai./89, do Secretário da Receita Federal.
Os rendimentos auferidos nas operações de mútuo de recursos financeiros entre pessoa física e pessoa
jurídica e entre pessoas jurídicas, inclusive controladoras, controladas, coligadas e interligadas sujeitam-se à
incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 20%, e aplicam-se as normas referentes aos
rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela pessoa
jurídica. (Art 730, 731 RIR/99)
Sobre essa modalidade de operação há a incidência do IOF, conforme determina a Lei 9.779/99.
Os Atos Declaratórios 04/99 e 07/99 da Secretaria da Receita Federal, e Portarias 22/99 e 385/99 do
Ministério da Fazenda, estipularam as seguintes alíquotas para o IOF a serem aplicadas sobre empréstimos
para pessoas físicas no ano de 1999:
Sobre os empréstimos para pessoas jurídicas, ficou estipulada a alíquota de 0,0041% ao dia,
(aproximadamente 1,5% ao ano de tributação de IOF) conforme Decreto 4.494/2002;
Quando os empréstimos são efetuados por pessoas físicas para pessoas jurídicas não há a incidência de
IOF, por falta de previsão legal. Por exemplo, quando o sócio empresta dinheiro para a empresa não incide
IOF sobre a operação.
1. No caso de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física, sem prazo, realizado
por meio de conta-corrente, o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários – IOF, devido nos termos do art. 13 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999:
a) incide somente em relação aos recursos entregues ou colocados à disposição do mutuário a partir de 1º de
janeiro de 1999;
b) será calculado e cobrado no primeiro dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir, relativamente a
cada valor entregue ou colocado à disposição do mutuário durante o mês, e recolhido até o terceiro dia útil da
semana subseqüente;
c) os encargos debitados ao mutuário serão computados na base de cálculo do IOF a partir do dia
subseqüente ao término do período a que se referirem.
2. No caso de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física, com prazo de
pagamento e taxa de juros definidos, o IOF devido nos termos do art. 13 da Lei nº 9.779, de 1999, será
calculado e cobrado na data da entrega ou da colocação dos recursos à disposição do mutuário, ocorrida a
partir de 1º de janeiro de 1999, e recolhido até o terceiro dia útil da semana subseqüente à ocorrência do fato
gerador.
- Conciliar a conta do Ativo Imobilizado, no sentido de verificar se as contas contábeis estão de acordo com o
Relatório de Controle do Ativo Imobilizado;
- Conciliar a conta de vendas do ativo imobilizado, verificando se foram baixados o valor contábil corrigido e a
depreciação acumulada dos bens vendidos no ano;
- Analisar o razão contábil de todo o ano, objetivando identificar lançamentos que chamam a atenção e
certificar-se quanto a existência ou não do mesmo;
- O contador deverá conferir as taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle do Ativo
Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, verificando se as mesmas estão
em conformidade com a Instrução Normativa 162/98 e 130/99. O RIR/99 trata das depreciações nos seus
artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se uma taxa menor que a legislação permite, pagando-se mais
tributos. Exemplo: normalmente utiliza-se a taxa de 20% ao ano para caminhões, no entanto a taxa de
depreciação da maioria dos caminhões é de 25% (neste caso reflete também no recolhimento do Pis e da
Cofins, que, a partir de 01.02.04, há o crédito sobre depreciação dos bens do ativo imobilizado).
- A depreciação calculada a menor em um ano, não poderá ser compensada no ano seguinte, isto porque, a
empresa deve observar as taxas anuais máximas de depreciação, conforme a legislação. Exemplificando: No
ano de 2002, um automóvel é depreciado a taxa de 10% ao ano, em 2003 poderá ser depreciado no máximo
à taxa de 20% ao ano, a qual é permitida pela legislação, não podendo ser depreciado a 30% ao ano. Caso
utilize a taxa 30% ao ano, em uma fiscalização o fisco considerará indedutível a depreciação superior a taxa
de 20%.
- Se a empresa não possuir Controle do Ativo fixo, no mínimo deverá manter planilhas alternativas para
comprovar as despesas com depreciação, senão as depreciações poderão ser glosadas pelo fisco;
- Verificar se a empresa está aproveitando o crédito de ICMS sobre as aquisições do Imobilizado, na
proporção mensal de 1/48, e lançando o valor líquido no Ativo Imobilizado ( valor do produto menos o ICMS);
A taxa de depreciação de bens usados, para fins de apuração do custo ou despesa operacional das empresas
tributadas pelo lucro real, tem parâmetros fixados pelo art. 311 do Regulamento do IR (Decreto 3000/99),
podendo a mesma ser calculada considerando como prazo de vida útil o maior dentre:
2. restante da vida útil do bem, considerada esta em relação á primeira instalação para utilização.
Exemplo:
Caminhão de carga, cuja vida útil é de 4 anos, se adquirido após 3 anos de fabricação, poderá ser depreciado
em 2 anos, aplicando-se a taxa de 50% ao ano.
A diferença pode gerar um menor pagamento de IRPJ e CSLL de até R$ 5.100,00 em um ano, apenas neste
item.
A contabilização da depreciação dos bens adquiridos usados é feita juntamente com a depreciação normal
dos outros bens, a única diferença é a de que no controle do Ativo Imobilizado ou nas planilhas de cálculo da
depreciação os bens usados são depreciados mediante uma taxa maior de depreciação, ou seja, enquanto
um veículo adquirido novo deprecia-se à taxa de 20% ao ano, um veículo adquirido com 04 anos de uso será
depreciado à taxa de 40% ao ano, o dobro da taxa normal, conforme artigo 311, RIR/99.
O Contador deve manter controle das depreciações contabilizadas, assim sendo, em uma fiscalização, deve
ficar claro a taxa de depreciação que está sendo aplicada para cada bem, bem como se não está sendo
depreciado bem que já foi totalmente depreciado. Em resumo: manter um controle de depreciação ( sistema
ou planilhas) que individualize os bens, as taxas de depreciações e que esteja claro que os bens que estão
sendo depreciados ainda não foram totalmente depreciados e o total mensal da planilha confira com o valor
registrado na contabilidade.
Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas diárias de operação, os
seguintes coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/58, art. 69):
Portanto, a utilização da aceleração da depreciação contábil, quando há mais de um turno diário de operação,
poderá permitir uma contabilização maior de encargos dedutíveis na apuração do resultado tributável.
A regra de contabilização da depreciação acelerada em turnos segue a mesma citada no item anterior.
A partir de 01.01.2003, as pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro líquido, na determinação do lucro real e
da base de cálculo da CSLL, as despesas operacionais relativas aos dispêndios realizados com pesquisa
tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica de produtos. Base: art. 39 da Lei 10.637/2002.
Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a
agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias
incrementais e no efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.
Os valores relativos aos dispêndios incorridos em instalações fixas e na aquisição de aparelhos, máquinas e
equipamentos, destinados à utilização em projetos de pesquisa e desenvolvimentos tecnológicos, metrologia,
normalização técnica e avaliação da conformidade, aplicáveis a produtos, processos, sistemas e pessoal,
procedimentos de autorização de registros, licenças, homologações e suas formas correlatas, bem como
relativos a procedimentos de proteção de propriedade intelectual, poderão ser depreciados na forma da
legislação vigente, podendo o saldo não depreciado ser excluído na determinação do lucro real, no período de
apuração em que concluída sua utilização.
Exemplo:
Contabilidade:
O lançamento contábil da depreciação deve ser feito juntamente com os outros bens, conforme sistema de
depreciação ou planilhas alternativas, abaixo apenas está se exemplificando a contabilização:
Como verificamos acima, o lucro foi reduzido de R$ 1.035.000,00, para R$ 38.333,33, uma economia no ano
de 2003 de aproximadamente R$ 338.866,66 de IRPJ e CSSL ( 996.666,67 x 34%, sendo 25% IRPJ + 9%
CSSL). Esse valor será adicionado ao IRPJ e à CSSL na medida que os bens forem sendo depreciados, a
empresa tem 25 anos para devolver os tributos ao governo( no caso de benfeitorias 4% ao ano, em 25 anos
está totalmente depreciado, no caso de máquinas a taxa é de 10% ao ano, em 10 anos está totalmente
depreciado e assim por diante). Porém cada ano o Contador poderá estudar novas formas de economia
tributária, através da ¨ Contabilidade Tributária ¨
Mês a mês deverá ser adicionado ao IRPJ e à CSSL a parcela contabilizada como despesa de depreciação
referente ao bem já utilizado integralmente incentivo fiscal, ou seja, a contabilidade da empresa não sofre
alterações, o incentivo é aproveitado (excluído do Lucro Real) via Lalur e as adições referente a depreciação
são adicionadas à medida que vão incorrendo.
O cálculo é o seguinte:
Valor total do bem R$ 1.000.000,00 x 4% (taxa de depreciação anual) = 40.000,00
O valor do saldo excluído deverá ser controlado na parte B do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e
será adicionado, na determinação do lucro real, em cada período de apuração posterior, pelo valor da
depreciação normal que venha a ser contabilizada como despesa operacional.
Exemplo:
Para fins da dedução, os gastos deverão ser controlados contabilmente em contas específicas,
individualizadas por projeto realizado.
Exemplo:
No exercício de 2003, o incentivo aplica-se também aos saldos, em 31 de dezembro de 2002, das contas do
Ativo Diferido, referentes a dispêndios realizados com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação
tecnológica.
Os bens do Ativo Permanente Imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a
atividade rural, para uso nessa atividade, podem ser depreciados integralmente no próprio ano de aquisição
(art. 314 do Regulamento do IR)
Isso significa excluir do lucro líquido, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) (no ano de aquisição),
valor que, somado à depreciação normal (registrada na escrituração contábil), resulte em 100% do custo de
aquisição do bem.
Exemplo:
Depreciação de trator:
Valor de Aquisição: R$ 25.000,00
Valor da Depreciação Contábil no ano: R$ 5.000,00
Valor da Depreciação Incentivada (mediante exclusão no LALUR) R$ 20.000,00
Total da Depreciação Contábil + Incentivada: R$ 25.000,00
Contabilidade:
O lançamento contábil da depreciação deve ser feito juntamente com os outros bens, conforme sistema de
depreciação ou planilhas alternativas, abaixo apenas está se exemplificando a contabilização:
Mês a mês deverá ser adicionado ao IRPJ e à CSSL a parcela contabilizada como despesa de depreciação
referente ao bem já utilizado integralmente incentivo fiscal, ou seja, a contabilidade da empresa não sofre
alterações, o incentivo é aproveitado (excluído do Lucro Real) via Lalur e as adições referente a depreciação
são adicionadas à medida que vão incorrendo.
O cálculo é o seguinte:
Valor total do bem R$ 25.000,00 x 20%(taxa de depreciação anual) =5.000,00
De acordo com o art. 52 da IN SRF 93/97, na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o
Lucro (CSL) por empresas que explorem a atividade rural, os bens do Ativo Permanente Imobilizado, exceto a
terra nua, utilizados nessa atividade poderão ser depreciados integralmente no próprio período de apuração
da aquisição.
Desta forma, podem ser adotados os mesmos critérios aplicáveis à depreciação acelerada incentivada para
efeitos do Imposto de Renda.
Assim, no período de apuração em que o bem for adquirido, poderá ser excluído do lucro líquido, para de-
terminação da base de cálculo da CSL (a título de depreciação acelerada), o valor que, somado ao da quota
de depreciação normal, registrada na escrituração contábil, resulte em 100% do custo de aquisição.
O artigo 421 do RIR/99 determina que nas vendas do ativo permanente para recebimento do preço, todo ou e
parte, após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito de
determinar o lucro real, reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada período de
apuração. Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial no período-base da
vendas, os ajustes e controle serão efetuados no LALUR.
Para o diferimento da tributação a empresa deverá se enquadrar nas duas situações seguintes:
Exemplo:
Venda de um terreno em 30/09/x1, por R$ 150.000,00, nas seguintes condições: R$ 20.000,00 à vista, R$
65.000,00 para recebimento em 30/09/x2 e R$ 65.000,00 para recebimento em 30.09/x3; custo contábil de
aquisição R$ 25.000,00.
Conforme lançamentos contábeis, o lucro apurado da venda do terreno foi de R$ 125.000,00 ( 150.000,00 –
25.000,00), porém parte desse lucro pode ser diferido em relação ao valor não recebido, pois a venda foi em
prazo superior a 12 meses da data do encerramento do balanço em x1:
Lalur – parte B – x1
Lalur – parte B - x2
Lalur – parte B - x3
O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301) permite que se deduza como despesa operacional, o custo
unitário de bem imobilizado no valor de até R$ 326,61 – desde que para sua utilização não se exija um
conjunto desses bens.
Assim, ao invés de imobilizar o bem (Débito a Ativo Imobilizado), efetua-se o lançamento a uma conta de
resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de empresa tributada pelo Lucro Real, com redução do
IRPJ e CSL devidos.
Contabilidade:
Os gastos com reparos, conservação e substituição de partes e peças de bens do Ativo Imobilizado que
impliquem aumento da vida útil do bem, a que sejam relacionados e desde que relevantes, ou seja, em valor
superior a R$ 326,62, deverão ser ativados e depreciados conforme o prazo de vida útil previsto (art. 301 do
RIR/99).
No caso de bens já totalmente depreciados, o valor a ser ativado referente ao aumento da vida útil em
decorrência de reparos, conservação de partes e peças, é aquele equivalente aos gastos, inclusive despesas
acessórias.
Se, dos gastos mencionados neste texto, resultar aumento da vida útil prevista para o bem, tais gastos
deverão ser incorporados ao valor do bem, desde que relevantes.
Neste caso, para fins de depreciação do novo valor contábil, no novo prazo de vida útil previsto para o bem
recuperado, deve ser observado o seguinte (PN CST nº 22/87):
a) aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do bem sobre os custos de
substituição das partes ou peças;
b) apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor determinado conforme a letra "a";
d) escriturar o valor de "b" a débito da conta do Ativo Imobilizado que registre o bem, o qual terá seu novo
valor contábil depreciável no novo prazo de vida útil previsto.
Exemplo:
1º Passo: aplicar o percentual não depreciado sobre o valor total das partes e peças substituídas:
O Ativo Diferido caracteriza-se por evidenciar os recursos aplicados na realização de despesas que, por
contribuírem para a formação do resultado de mais de um exercício social futuro, somente são apropriadas às
contas de resultado à medida e na proporção em que essa contribuição influencia a geração do resultado de
cada exercício.
O Ativo Diferido deverá ser avaliado, pelo valor do capital aplicado, ou seja, o valor dos gastos realizados,
deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização (art. 183 da Lei nº 6.404/76).
O grupo Ativo Diferido, classificado no Ativo Permanente, apresenta, em geral, as seguintes contas:
b) Taxas de Amortização
De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores registrados no Ativo
Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e não superior a dez anos, (taxa de
amortização mínima de 20% a .a e máxima de 10% a.a) a partir do início da operação normal ou do exercício
em que passem a ser usufruídos os benefícios delas decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital
aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que
essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los.
A contrapartida da amortização do Ativo Diferido deve ser lançada em Despesas ou Custos Operacionais.
Quando a empresa locadora de um imóvel executa benfeitorias ou construções no respectivo bem, tais
desembolsos devem ser contabilizados de forma específica, como veremos a seguir.
De acordo com o artigo 179 da Lei 6.404/76, as contas do ativo imobilizado e ativo diferido são classificadas
do seguinte modo:
• Imobilizado - os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da
companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial;
• Diferido - as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de
mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período
que anteceder o início das operações sociais.
11. FORNECEDORES
A análise nesta conta deve ser efetuada no sentido de verificar se nos meses de janeiro e fevereiro do ano
seguinte ao encerramento do balanço não estão contabilizadas em contas de resultado notas fiscais de
fornecedores pagas nesses meses, mas emitidas em novembro ou dezembro do ano anterior. Essa
verificação pode ser feita nos documentos de pagamentos bancários, o movimento de caixa e livros fiscais.
As notas fiscais emitidas em novembro e dezembro, mesmo que pagas em janeiro ou fevereiro do ano
seguinte, deverão ser apropriadas pela data que foram incorridas, neste caso a data de emissão da nota
fiscal. Além de adequar as demonstrações financeiras, há uma economia tributária, pois não se paga IRPJ e
nem CSSL sobre os valores contabilizados no período devido (competência).
Contabilidade:
-Notas fiscais de combustível e outras despesas pagas em jan/x2, sendo a data de emissão em dez/x1:
Normalmente são notas fiscais de pequenos valores, mas somadas representam valores consideráveis. A
empresa apresenta lucro fiscal e deve pagar IRPJ e CSSL, qualquer valor contabilizado pelo regime de
competência trará economia tributária em torno de 25% a 34%, por exemplo: diversas notas fiscais no valor
de R$ 10.000,00 pagas em jan/x2 e não contabilizada em dez/x1, a empresa deverá pagar em torno de R$
2.500,00 a R$ 3.400,00 a mais dos tributos acima citados. São pequenos detalhes em uma ou outra conta,
que somados, evitarão o desembolso desnecessário de tributos. A Contabilidade Tributária deve ter a visão
e a direção de pagar a quantia correta de tributos, evitando o desperdício: pagamentos a maior ou
pagamentos a menor (em uma fiscalização o valor pago a menor deverá ser recolhido com juros e multas de
ofício).
Na maioria das vezes as prestadoras de serviços, emitem notas fiscais no início do mês seguinte referente
serviços realizados no mês anterior.
Exemplo: empreiteiras, serviços profissionais outros serviços mensais contratados.
Essas notas fiscais emitidas no mês seguinte ao da realização dos serviços podem ser contabilizadas pelo
regime de competência, no período em que foi incorrida ou realizada a despesa, prova disso é o contrato
firmado entre as partes, bem como a descrição que a nota fiscal se refere ao trabalho executado no mês
contratado.
Contabilidade:
A contabilização deve ser efetuada no mês em que foi realizado o serviço apesar da nota fiscal ter sido
emitida no mês seguinte pelas seguintes comprovações:
- contrato de prestação de serviço estipula o período da realização do serviço, é uma prova contábil e
fiscal;
- no corpo da nota fiscal consta o período em que foi realizado o serviço;
- a nota fiscal foi emitida no início do ano de x2, referente a um trabalho que consome dias ou o mês
inteiro para sua execução, pericialmente prova-se que o serviço foi realizada no mês anterior;
Seguindo o raciocínio de economia tributária, como citado no item anterior, são mais R$ 6.250,00 a R$
8.500,00 (25.0000 x 25% ou 25.000,00 x 34%). O Contador, além de registrar os atos e fatos da empresa pelo
Regime de Competência, economiza tributos para a empresa.
Surge a seguinte indagação: esta despesa não será “aproveitada” no ano seguinte¨? Cada ano é uma história
a parte, pode ser que no ano seguinte a empresa tenha prejuízo e assim por diante. O Contador deve se
concentrar no fechamento do Balanço corrente com o objetivo de economizar tributo deste ano. Pode ocorrer,
também, o fato de que neste ano a empresa esteja com prejuízo fiscal, sendo mais prudente contabilizar as
referidas despesas conforme a emissão da nota fiscal, pois não terá a limitação de compensação do prejuízo
em 30% no ano seguinte. E a competência ????, a competência é relativa e não absoluta, para fins de
pagamentos de Tributos ( tratamos nesta obra a contabilidade tributária mais benéfica à empresa, cabe ao
Contador analisar também a relevância; e relevância varia de empresa para empresa). Pode haver mais de
uma competência e quem define isso é a contabilidade (mediante o registro ou não), neste caso há a
competência da realização do serviço e a competência da emissão da nota fiscal, as duas situações estão
corretas cabe ao Contador interpretar e ficar atento para não prejudicar a empresa.
O Contador deve ficar atento às situações e solicitar ao fornecedor que emita a nota fiscal no mês da
realização dos serviços.
A contabilidade deve ficar atenta para contabilizar os encargos financeiros de pagamentos de duplicatas em
atraso nas contas de despesas financeiras. Em muitos casos, principalmente quando a conta de fornecedores
não é conciliada, são lançados pagamentos de juros e outras despesas contra a conta de fornecedores,
sendo que o correto é a apropriação como despesa financeira.
A não observação desse item constituíra em desembolso a maior de PIS, IRPJ e CSSL, pois tais despesas
financeiras são dedutíveis para o IRPJ e CSSL e geram crédito do PIS e Cofins. Por força do art. 21 da Lei
10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da Lei 10833/2003, as despesas financeiras não
gerarão mais créditos, a partir de 01.05.2004.
12. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
a) JUROS E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
Mediante uma análise nas contas de empréstimos e financiamentos na contabilidade e comparando com as
planilhas de financeiras de acompanhamento dos empréstimos a empresa deverá verificar se as suas
obrigações financeiras estão atualizadas até a data do Balanço. Exemplo: juros + TJLP.
Normalmente ocorre que as empresas não calculam a variação da TJLP (ou outro índice) e os juros sobre
suas obrigações, contabilizando os mesmos somente por ocasião do pagamento, pelo fato de acharem o
cálculo complicado, no entanto basta manter uma planilha em excel e alimentar a taxa de juros e a variação
mensal do índice de atualização.
O simples fato de manter os empréstimos financeiros atualizados gera uma economia tributária de IRPJ,
CSSL, totalizando aproximadamente 34% sobre o valor das despesas contabilizadas. Os juros e atualizações
de empréstimos também geram crédito de PIS de 1,65% ( a partir de 01.12.02 – Lei 10.637/2002) e de
Cofins de 7,60 % ( a partir de 01.02.04 – Lei 10.833/2003). A empresa economiza tributos e ainda mantém o
controle sobre os juros e atualizações monetárias cobradas sobre os empréstimos e financiamentos. Por força
do art. 21 da Lei 10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da Lei 10833/2003, as despesas
financeiras não gerarão mais créditos, a partir de 01.05.2004.
Base legal artigo 377 do Regulamento do Imposto de Renda
Contabilidade:
b) IOF
Na contratação de qualquer empréstimo bancário, por lei é cobrado o IOF – Imposto s/ Operações
Financeiras. Na maioria das vezes o IOF é financiado pela Instituição Financeira no mesmo prazo de duração
do contrato.
O IOF deve ser contabilizado como despesa financeira na data da assinatura do contrato, pois mesmo que a
empresa antecipe o pagamento do contrato não haverá o desconto respectivo na dívida. O IOF é definitivo,
sendo que a Instituição Financeira deverá recolhe-lo no terceiro dia útil da semana seguinte da liberação.
O mesmo raciocínio é aplicado com relação às taxas de confecção de contratos e de cadastros que são
despesas incorridas, mas são inseridas nos empréstimos e financiamentos bancários.
Os valores não são muito representativos, mas para quem vai desembolsar 34% de IRPJ e CSSL, faz
diferença.
Contabilidade:
Assim, se o contribuinte mantém obrigações sujeitas a ajustes periódicos, como é o caso de parcelas a pagar
de Consórcios contemplados, por exemplo, poderá aproveitar-se das variações ocorridas e reduzir o IRPJ e a
CSL no Lucro Real, independentemente da data do seu efetivo pagamento.
Ajustes do saldo devedor de financiamentos vinculados a taxas flutuantes de juros ou correção monetária
(BNDES, Finame, etc.).
Assim, por exemplo: se um contrato de pagamento de bem já entregue preveja a correção monetária do saldo
devedor pelo IGPM a cada 12 meses, e se, no período de 8 meses, o IGPM-M foi de 7,5%, então seria
possível deduzir como despesa financeira, segundo o regime de competência, o seguinte:
Economia do IRPJ e CSL pela contabilização "pró-rata": R$ 75.000 x (até 25% IRPJ + até 9% da CSL) = até
R$ 25.500,00.
A contabilização da Variação Monetária somente "ano a ano" ou ao final do contrato, deixando de aplicar o
cálculo "pró-rata" (mês a mês), onera o contribuinte. A legislação do IRPJ não proíbe a dedutibilidade pró-rata
(proporcional) das variações monetárias.
Por força do art. 21 da Lei 10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da Lei 10833/2003, as
despesas financeiras não gerarão mais créditos, a partir de 01.05.2004.
De acordo com o art. 41, da Lei 8.981, de 20/01/1995 e artigo 344 do RIR/99. os tributos e contribuições são
dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência.
O ISS, ICMS, PIS, COFINS, IPI, INSS, FGTS, IPTU, dentre outros devem ser contabilizados segundo o
regime de competência, mesmo que não pagos, sendo dedutíveis para fins de apuração do IRPJ e da CSSL.
Somente o IRPJ e a CSSL não podem ser deduzidos para efeito da determinação do lucro real e base de
cálculo da CSSL. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº 9.316/96), no entanto devem
ser contabilizados.
Também não é permitida por Lei (Parágrafo 1º, do artigo 41 da Lei nº 8981/95) a dedução da base de cálculo
da CSSL e IRPJ os tributos com exigibilidade suspensa, ou seja, aqueles que estão sendo questionados
administrativamente (impugnação do auto de infração) ou judicialmente.
Os tributos acima citados e devidos pela empresa devem ser contabilizados para deduzirem o lucro real e a
base de cálculo da Contribuição Social pelo Regime de Competência.
Contabilidade:
Além de contabilizar o tributo não recolhido, conforme descrito no item “a”, a empresa poderá ainda
contabilizar os respectivos juros e multas de mora.
O 1º C.C. decidiu que a multa de mora é dedutível na apuração do lucro real do exercício em que foi incorrida,
mesmo paga no exercício subseqüente (Ac. nº 103-18.787/97 no DOU de 29/10/97 e que os juros incidentes
sobre tributos não recolhidos no prazo legal são dedutíveis no período em que foram incorridos e não no
período de seu efetivo pagamento, prevalecendo o regime de competência ( Ac. nº 103-20.263/00, no DOU de
20/06/00).
Essas decisões estão em conformidade com a legislação que manda apurar o lucro real pelo regime de
competência, bem como com a legislação tributária que exige o pagamento do tributo em atraso com juros e
multa de mora.
Na maioria das vezes, a empresa confunde MULTAS POR INFRAÇÃO FISCAL (multa de ofício punitiva,
aplicada pela fiscalização, através de auto de infração) a qual indedutível para fins de IRPJ e CSSL (art. 344,
parágrafo 5º, do RIR/99), com MULTAS DE MORA (multa pelo pagamento em atraso de tributos) a qual é
perfeitamente dedutível, como citado nos parágrafos anteriores.
Assim, os juros SELIC e a multa de mora sobre tributos ainda não pagos podem ser contabilizadas mês a mês
conforme vão incorrendo. Esse procedimento traz economia sobre o pagamento do IRPJ e CSSL.
Contabilidade:
O Cofins não recolhido na competência jan/x1 no valor de R$ 20.320,10, em dez/x1 terá 20% de multa mais
juros Selic de 23,04%( soma da Selic de fev/x1 a dez/x1, apenas como exemplo):
Multas
31/12/x1 Despesas Tributárias Valor multa sobre Cofins referente a
– Multas competência jan/x1 4.064,02
31/12/x1 Cofins a Recolher – Valor multa sobre Cofins referente a
Passivo Circulante competência jan/x1 4.064,02
Juros
31/12/x1 Despesas Tributárias Valor juros sobre Cofins referente a
– Juros competência jan/x1 – fev a dez/x1 4.681,75
31/12/x1 Cofins a Recolher – Valor juros sobre Cofins referente a
Passivo Circulante competência jan/x1 – fev a dez/x1 4.681,75
Assim, sucessivamente deve-se contabilizar os juros e as multas pelo regime de competência de todos os
tributos em atraso, os quais são legalmente dedutíveis.
Documentos que comprovam o lançamento: planilha contendo as bases de cálculo, as multas e os juros
aplicados. Para facilitar, o Contador poderá compor os valores mediante o programa do SICALC, adquirido
gratuitamente no site da Receita Federal.
Como comentado no item “a” o IRPJ e a CSSL não podem ser deduzidos para efeito da determinação do
lucro real e base de cálculo da CSSL. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº
9.316/96), porém os juros e a multa de mora incorridos ou pagos por atraso são dedutíveis, conforme
comentado no item “b”.
Contabilidade:
IRPJ a pagar em 31/01/x1, no valor de R$ 125.497,80, não sendo pago até a data de 31/12/x1, terá 20% de
multa mais juros Selic de 23,04%( soma da Selic de fev/x1 a dez/x1, apenas como exemplo), sendo:
Multas
31/12/x1 Despesas Tributárias Valor multa sobre IRPJ referente vcto
– Multas em 31/01/x1 25.099,56
31/12/x1 IRPJ a recolher – Valor multa sobre IRPJ referente vcto
Passivo Circulante em 31/01/x1 25.099,56
Juros
31/12/x1 Despesas Tributárias Valor juros sobre IRPJ referente vcto
– Juros em 31/01/x1 28.914,69
31/12/x1 IRPJ a Recolher – Valor juros sobre IRPJ referente vcto
Passivo Circulante em 31/01/x1 28.914,69
Assim, deve-se contabilizar os juros e as multas pelo regime de competência do IRPJ e da CSSL, os quais
são legalmente dedutíveis.
Documentos que comprovam o lançamento: planilha contendo as bases de cálculo, as multas e os juros
aplicados. Para facilitar, o Contador poderá compor os valores mediante o programa do SICALC, adquirido
gratuitamente no site da Receita Federal.
d) PARCELAMENTOS DE TRIBUTOS
A empresa deve manter o controle e a contabilização dos juros incidentes sobre o parcelamento de tributos,
pois os mesmos são dedutíveis pelo regime de competência. A atualização trará a empresa economia de
IRPJ e CSSL.
Contabilidade:
Juros
31/08/x1 Despesas Tributárias – Valor juros Selic sobre Parcelamento
Juros de Tributos. 3.829,04
31/08/x1 Parcelamento Tributos – Valor juros Selic sobre Parcelamento
Passivo Circulante/ de Tributos. 3.829,04
Exigível a Longo Prazo
A contabilização é realizada na conta de despesas tributárias e não na conta de dedução da receita, pois o
parcelamento confessado no exercício é despesa tributária do exercício e não cabe o registro contábil na
conta dedução de Receita por não estar relacionada com a receita.
No ano, conforme exemplo, poderá propiciar uma economia de IRPJ e CSSL em torno de R$ 16.081,97
( 3.829,04 x 12 = 45.918,48 x 34%).
Documentos comprobatórios: Extrato do Parcelamento emitido pela Receita Federal ou Planilha de cálculo
Selic.
Outro ponto a ser observado, é o de que a empresa poderá contabilizar o parcelamento fiscal como despesa
dedutível na data em que realizou o parcelamento, ou seja, a empresa que por qualquer motivo não
contabilizou os tributos, multas e juros parcelados no período em que os mesmos incorreram , para fins
tributários, pode contabiliza-los como despesas no mês em que oficializou o parcelamento junto ao órgão
público competente. Sendo o próprio parcelamento comprovante hábil da despesa contabilizada, por ser o
parcelamento de tributos uma confissão de dívida de determinado tributo ainda não declarado ou declarado e
não pago. Neste caso o Regime de Competência passa a ser a data da emissão do Parcelamento ou da
Confissão de Dívidas.
O Contador deve observar que as MULTAS POR INFRAÇÃO FISCAL (oriundas de multa de ofício, por
autuação fiscal, aplicadas pelo fiscal) são indedutíveis para o IRPJ e CSSL. Já a MULTA de MORA (por
atraso do tributo) é perfeitamente dedutível.
Contabilidade:
Exemplo 01:
Exemplo 02:
Exemplo 03:
Em 10/07/x1, a empresa foi autuada pela Receita Federal e efetuou parcelamento de Cofins, referente a anos
anteriores, no valor de R$ 279.110,37, o qual não está contabilizado no seu Passivo. Esse valor poderá ser
contabilizado como despesas dedutível em 10/07/x1, motivo pelo qual o parcelamento é uma confissão de
dívidas, sendo a data do requerimento aprovado a data hábil para contabilização, EXCETO AS MULTAS DE
OFICIO, APLICADAS PELA FISCALIZAÇÃO, QUE SÃO INDEDUTÍVEIS.
Neste exemplo, cabe adição na parte A do LALUR, pela mula multa de ofício, por autuação fiscal, aplicadas
pelo fisco, no valor de R$ 84.266,25:
Lalur:
Neste grupo de contas são analisadas as despesas incorridas no mês, que devem ser contabilizadas pelo
Regime e Competência, e que são registradas no mês ou ano seguinte pelo Regime de Caixa (pagamento).
São contas, que isoladamente não são expressivas, mas somadas podem representar uma boa economia de
IRPJ e CSSL. Por exemplo, se a empresa estiver apurando lucro, cada R$ 1,00 contabilizado como despesa
gera uma economia de R$ 0,25 a R$ 0,34, sem considerar o efeito do Pis e da Cofins não cumulativos, por
isso a importância do Contador verificar conta por conta. Abaixo citamos alguns exemplos:
III - Seguros de cargas e transportes de mercadorias (normalmente são valores altos, principalmente em
transportadoras);
IV - Despesas de Leasing;
Obs.: o exemplo da contabilização refere-se apenas a despesa do Leasing, sendo que o residual pago para a
aquisição do bem deve ser contabilizado na conta do Ativo Permanente.
V – Aluguel a pagar;
VI - notas fiscais emitidas no início do mês/ano seguinte, mas referentes a serviços do ano do encerramento
do balanço;
VII - notas fiscais referentes ao encerramento do balanço, mas pagas e contabilizadas no mês seguinte ao
encerramento do balanço;
VIII - Outras despesas referentes ao exercício que devem ser apropriadas pelo regime de competência e
pagas no exercício seguinte;
Neste item podem ser considerados os acertos de viagens, combustíveis, despesas de veículos e outros,
pagos no ano seguinte ao do encerramento do balanço (x2), porém a nota fiscal foi emitida em dezembro/x1
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
O art. 32 da Lei nº 4.886/65, estabelece que o representante comercial adquire o direito às comissões quando
do pagamento dos pedidos e das propostas, ou seja, quando a empresa recebe do cliente. A contabilização
das despesas de comissões pode ser realizada em função da comissão a pagar a representantes comerciais
na ocasião do recebimento do título, momento no qual gera a obrigação de pagar ao representante.
Dessa forma, em 31/12/x1, a empresa pode contabilizar as comissões a representantes comerciais ainda não
faturadas pela empresa de representação comercial, com base nos títulos recebidos dos clientes, desde que
mantenha relação individualizada dos títulos recebidas que geraram a comissão.
Atenção: São indedutíveis as comissões contabilizadas sem amparo em relatório auxiliar individualizado, na
prática o Contador precisa apresentar ao Fiscal a origem detalhada o valor contabilizado e comprovar que se
trata de comissões líquidas e certas. Caso contrário, se por exemplo for feito um lançamento contábil sem
origem dos valores, trata-se de uma provisão (pode acontecer ou não), devendo ser adicionada para fins de
apuração do IRPJ e da CSSL.
X – Comissões a pagar sobre vendas com cartão de crédito( taxa cartão de crédito, juros antecipação cartão
de créditos).
XI – Comentários:
O objetivo do exposto até aqui é fazer com que o Contador formule um raciocínio tributário de forma a
escolher a melhor e mais segura opção de economia de tributos para a empresa em que atua.
Isto posto, nos permite comentar que o Contador deve julgar se é necessário ou não adotar certos
procedimentos citados neste trabalho. Por exemplo: se a empresa estiver com prejuízo fiscal no exercício não
é interessante (do ponto de vista tributário) realizar os lançamentos contábeis descritos, pois aumentará o
prejuízo fiscal, e este está limitado sua compensação a 30% do lucro do exercício. Assim, ao contabilizar o
gasto no ano seguinte estará aproveitando a totalidade da despesa, sem criar problemas com o fisco federal,
pois o fisco não poderá desconsiderar (glosar) uma fatura de energia elétrica, emitida em 05/01/x2, referente
dez/x1 e contabilizada em x2, devido a existência da fatura com data de emissão no ano de x2, tão pouco
poderá tornar a despesa indedutível se for contabilizada pelo Regime de Competência em x1.
Outro fator muito importante e o Contador precisa ter em mente, é o de que cada lançamento contábil
necessita ter consistência documental, seja contratual ou legal.
Exemplos:
- a contabilização das comissões de cartão de crédito deve estar suportada por relatório
individualizado das vendas, sobre o qual aplica-se o índice de comissão contratado com a
Administradora do Cartão de Crédito, comprovando que o valor é devido na competência
contabilizada. O lançamento contábil pode ser global por Administradora do cartão, com base no
relatório discriminativo. Qualquer valor contabilizado no Passivo sem que se possa mensurar que o
valor é devido na data, torna-se uma provisão: um valor que depende de efeitos futuros para ser
realizar, incerto; e deverá ser adicionado ao IRPJ e à CSSL, conforme art. 13, da Lei 9.249/95;
- o valor dos tributos, multas e juros devem estar discriminados em uma planilha, compondo
competência por competência em atraso, suas respectivas multas e juros, para comprovar, a
qualquer tempo, à uma fiscalização que os valores são devidos conforme a lei determina e que as
bases estão compostas e declaradas na DCTF, DIPJ, Gia, Gfip, etc.
- o valor da fatura de energia elétrica contabilizada em dez/x1 deve estar em conformidade com o
valor pago, nada impede que sejam feitos ajustes no mês seguinte para adequar o saldo contábil,
desde que não representativos. Por exemplo, o valor da fatura é de R$ 1.000,00, no entanto foi
contabilizado R$ 1.100,00, realiza-se um ajuste de R$ 100,00. Diferentemente quando contabiliza R$
10.000,00, no ano anterior e o valor correto é R$ 2.000,00, certamente em uma fiscalização o valor
será glosado.
Por ocasião da aquisição do bem adquirido por Consórcio, há necessidade de registrar o custo total na conta
própria desse bem, no subgrupo ativo imobilizado, bem como os ajustes decorrentes do (a):
a) total dos pagamentos realizados (inclusive lance, se for o caso), dando-se baixa na conta transitória em
que foram registrados inicialmente;
b) dívida assumida, calculada pela multiplicação do valor atual da parcela mensal pelo número de parcelas
restantes, a qual será registrada em conta (s) do passivo circulante e exigível a longo prazo, se for o caso.
Portanto, para fins de apuração do resultado contábil, é interessante que estes registros sejam feitos
imediatamente por ocasião do recebimento do bem, para permitir a dedução como despesa financeira do
ajuste de valor das parcelas vincendas.
Exemplo:
Ajuste contábil:
Os acréscimos no saldo a pagar que ocorrerem no futuro por mudanças no preço do bem serão considerados
despesas de variações monetárias, visto que se referem à atualização monetária de obrigações em função de
índices contratados.
EFEITOS FISCAIS
A contabilização da forma apresentada é respaldada pelo PN CST 1/83, e poderá representar menor
pagamento de IRPJ e CSL sobre o Lucro Real de até 34% sobre o valor da despesa financeira contabilizada.
As empresas poderão deduzir, para efeitos de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição
social sobre o lucro, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título
de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação,
pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP (Lei 9.249/95, art. 9º e art. 347 do Regulamento do IR)
e condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e
reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou
creditados
Há retenção na fonte de 15% sobre o valor respectivo.
Imposto de Renda: retêm-se 15% dos sócios mas deduz-se integralmente como despesa financeira (dentro
dos limites e condições fixados pelo artigo 347 do Regulamento do IR), podendo reduzir até 25% de IRPJ. A
diferença pode resultar em menor IRPJ de até 10% sobre o valor pago/creditado dos juros.
Nota: a tributação, para os sócios pessoas físicas, é exclusiva na fonte (parágrafo 3o art. 9 da Lei
9249/95).
Contribuição Social: pode deduzir-se até 100% do valor pago/creditado, dentro dos limites e condições
fixados, podendo economizar até 9% do valor.
Em síntese: a utilização deste planejamento poderá resultar numa economia de até 19% do valor
pago/creditado.
Exemplo de Cálculo:
Patrimônio Líquido
Capital Social 3.000.000,00
Reserva de Reavaliação 500.000,00
Outras Reservas 350.000,00
Lucros Acumulados 1.000.000,00
Total Patrimônio Líquido 4.850.000,00
Demonstrativo do Cálculo
(+ )Total Patrimônio Líquido 4.850.000,00
( - )Reserva de Reavaliação (500.000,00)
= Base de Cálculo 4.350.000,00
Alíquota 12%
Valor dos Juros 522.000,00
Limite de Dedutibilidade
Maior valor de:
50% Lucro do Exercício (500.000 x 50%) 250.000,00
Ou
50% Lucros Acumulados (1.000.000,00 x 50%) 500.000,00
Como verificamos no exemplo, a base de cálculo dos Juros s/ Capital Próprio é o Patrimônio Líquido da
empresa menos as Reservas de Reavaliação ainda não realizadas ( não tributadas.
Para fins de dedutibilidade existem dois critérios que devem ser observados: a) limitado pela multiplicação do
Patrimônio Líquido pela taxa da TJLP anual ou trimestral (lucro trimestral); b) limitado a 50% lucros
acumulados de exercícios anteriores ou 50% dos lucros do exercício ( qual for o maior).
A empresa recolhe 15% IRRF sobre o valor dos juros e pode deduzir como despesa do lucro real (observados
os critérios de dedutibilidade comentados). No exemplo a empresa tinha um lucro de R$ 600.000,00, com a
contabilização dos juros passou a ter um lucro de apenas R$ 100.000,00, a economia foi de
aproximadamente R$ 100.000,00 de IRPJ [175.000,00 (500.000,00 x 34%) - 75.000,00 (IRRF)].
O Contador deve observar que há uma tributação reflexa para as pessoas jurídicas sócias que percebem o
rendimento. A empresa que recebe os juros sobre capital próprio deverá contabilizar o valor destinado
( recebido ou não) como receita financeira e se recuperar do Imposto de Renda Retido na Fonte. Já, se o
sócio for pessoa física o rendimento será consideração como exclusivo na fonte, não sendo tributado
novamente. Antes da opção pelos juros sobre capital próprio deve-se estudar a viabilidade tributária
considerando a tributação reflexa do sócio pessoas jurídica.
Contabilização:
a) PROVISÃO DE FÉRIAS
A provisão de férias é dedutível como custo ou despesa operacional, na apuração do Lucro Real (tanto para o
IRPJ como para a CSL), conforme artigo 337 do RIR/99. Também são dedutíveis os encargos calculados
sobre a provisão do 13 º Salário, tais como: FGTS (8,5%), INSS ( empresa (20% + sat (3%) + terceiros
( 5,8%) + percentual de aposentadoria especial caso houver).
Art. 337 – O contribuinte poderá deduzir, como custo ou despesa operacional, em cada período de apuração,
importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração correspondente a férias de seus
empregados (Decreto-lei n º 1.730, de 1979, art. 4 º, e Lei n º 9.249, de 1995, art. 13, inciso I)...
§ 1º - O limite do saldo da provisão será determinado com base na remuneração mensal do empregado e no
número de dias de férias a que já tiver direito na época do encerramento do período de apuração, (grifo
nosso), (Decreto-lei n º 1.730, de 1979, art. 4º, § 1º).
§ 2º - As importâncias pagas serão debitadas à provisão, até o limite do valor provisionado (Decreto-lei n º
1.730, de 1979, art. 4º, § 2º).
§ 3º - A provisão a que se refere este artigo contempla a inclusão dos gastos incorridos com a
remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais, cujo ônus cabe à empresa.
Cláudio Correa 01/06/x2 994 4 331, 110,4 441, 127, 37, 606,
,05 35 5 80 24 55 59
Dias Gomes 15/10/x1 1.809 12 1.809, 603, 2.413, 694, 205, 3.313,
,81 81 27 08 97 11 16
Edson Souza 02/01/x2 1.781 9 1.336, 445, 1.781, 513, 151, 2.446,
,78 34 45 78 15 45 38
Francisco Zeno 01/09/x2 2.331 1 194, 64, 259, 74, 22, 355,
,00 25 75 00 59 02 61
Contabilização:
Neste exemplo, foi considerado que a empresa não havia efetuada a provisão de férias anteriormente.
Contabilização:
A Provisão de férias deve ser contabilizada mês a mês, sempre ajustando o saldo do mês em relação ao
saldo do mês anterior. Neste exemplo, estamos demonstrando a contabilização de dez/x2, considerando que
o saldo anterior é o de 30/09/x2.
Observação: o saldo contábil deve ser o mesmo valor constante no relatório de férias a pagar, caso o setor de
Pessoal não forneça o relatório da provisão de férias, alternativamente o Contador poderá elaborar planilha de
provisão de férias com base no salário de cada funcionário e o número de meses a que tem direito,
considerando os encargos de INSS e FGTS.
A provisão de 13º Salário é dedutível como custo ou despesa operacional, na apuração do Lucro Real (tanto
para o IRPJ como para a CSL), conforme artigo 338 do RIR/99. Também são dedutíveis os encargos
calculados sobre a provisão do 13 º Salário, tais como: FGTS (8,5%), INSS ( empresa (20% + sat (3%) +
terceiros ( 5,8%) + percentual de aposentadoria especial caso houver).
Por lei o 13º salário deve ser pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, então dificilmente estará
provisionado nos saldos do balanço de 31 de dezembro, exceto quando não pago no período determinado
pela Lei. No entanto, o lançamento contábil mês a mês da provisão do 13º Salário e dos encargos evitará
que a empresa antecipe IRPJ e CSSL indevidamente, podendo a empresa reduzir e suspender o pagamento
dos tributos em um determinado mês, pelo balancete de redução ou suspensão. Diferença significativa terá a
empresa que optou pelo lucro real trimestral.
Art. 338 – O contribuinte poderá deduzir, como custo ou despesa operacional, em cada
período de apuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de
remuneração correspondente ao 13º salário de seus empregados (Lei n º 9.249, de 1995,
art. 13, inciso I).
Contabilização:
Neste exemplo, foi considerado que a empresa não havia efetuada a provisão de 13º salário anteriormente.
Para fins de provisão de 13º salário devem ser observadas as mesmas considerações mencionadas no item
da Provisão de férias, lembrando que em 31/12 não haverá saldo de provisão de 13º salário, devido ao fato
que o 13º salário deve ser pago até 20/12 de cada ano, conforme determina a legislação trabalhista.
Outro detalhe é que a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas
aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio exercício de sua constituição.
Assim, não há necessidade que a participação esteja “paga” para que seja dedutível, podendo ser
contabilizada nos balancetes ou balanço, segundo o regime de competência.
Exemplo:
Balancete de 31.12.x1
Lançamento:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
d) RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS
As reclamatórias trabalhistas julgadas e os acordos trabalhistas podem ser contabilizados integralmente como
despesas dedutíveis na data da homologação da setenta ou do acordo, independentemente do pagamento.
Exemplo:
Sentença proferida pelo juiz no dia 17/11/x2, que a empresa pagará o montante de R$ 10.000,00 ao
funcionário, em 10 parcelas mensais de R$ 1.000,00. O valor de R$ 10.000,00 será contabilizado em
17/11/x2 na conta de despesas com pessoal no grupo de contas de resultado, tendo como contrapartida a
conta de Reclamatórias Trabalhistas a Pagar no grupo do Passivo Circulante.
Contabilização:
16. RECEITAS
I – poderá ser excluída do lucro líquido do período de apuração, para efeito de determinar o lucro real, parcela
do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado do período de apuração, proporcional à
receita dessas operações consideradas nesse resultado e não recebida até a data do balanço de
encerramento do mesmo período de apuração;
II – a parcela excluída nos termos do inciso I deverá ser computada na determinação do lucro real do período
de apuração em que a receita for recebida.
Se o contribuinte subcontratar parte da empreitada ou fornecimento, o direito ao diferimento de que trata este
item caberá a ambos, na proporção da sua participação na receita a receber (Decreto-lei 1.598/77, art. 10, §
4°).
Em síntese, a aplicação desta legislação permite o diferimento do lucro, via LALUR, até o recebimento da
correspondente receita (tributação por “regime de caixa”).
Exemplo:
Valores a receber em 31.12.x2 de entidades governamentais: R$ 950.000,00
Custos e despesas correspondentes ás parcelas de valores a receber em 31.12.x2 das respectivas entidades
governamentais: R$ 450.000,00
Parcela do Lucro a diferir de valores a receber em 31.12.2002: R$ 950.0000,00 menos R$ 450.000,00 = R$
500.000,00
Lucro Líquido apurado no Exercício: R$ 1.200.000,00
Nota: o valor de R$ 500.000,00, excluído da tributação, deverá ser adicionado (via LALUR) no período em que
a receita for recebida, proporcionalmente á mesma.
No ano foi recebido o saldo final, referente balanço de 31/12/x2, o valor de R$ 342.000,00, o cálculo é:
Lalur – parte B – x2
Lalur parte B – x4
Na apuração do resultado de contratos, com prazo de execução superior a um ano, de construção por
empreitada ou de fornecimento, a preço pré-determinado, de bens ou serviços a serem produzidos, serão
computados em cada período de apuração (Decreto-lei 1.598/77, art. 10):
I – o custo de construção ou de produção dos bens ou serviços incorridos durante o período de apuração;
II – parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos, determinada mediante
aplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou da produção executada no período de
apuração.
a) com base na relação entre os custos incorridos no período de apuração e o custo total estimado da
execução da empreitada ou da produção; ou
b) com base em laudo técnico de profissional habilitado, segundo a natureza da empreitada ou dos bens ou
serviços, que certifique a percentagem executada em função do progresso físico da empreitada ou produção.
Portanto, observe-se que o contribuinte poderá optar por um dos dois critérios. Naturalmente, fará a adoção
do critério que resultar menor valor tributável, para fins de IRPJ, CSL, PIS, COFINS e ISS.
A receita do período-base deve ser reconhecida de acordo com o andamento da obra, pela aplicação, sobre o
preço pré-fixado, do percentual que indica o estágio em que se encontra a produção do bem ou serviço na
data do balanço.
Exemplificando:
Determinada empreiteira é contratada para uma obra. O preço pactuado é de R$ 10.000.000,00 e o custo
estimado de R$ 8.000.000,00. A execução da obra terá a duração de 26 meses, com início em abril/2002. A
empresa é tributada pelo lucro real trimestral e optou em utilizar como parâmetro para medição o custo
incorrido, indicado na letra “a”.
A partir de 30.10.1998, as pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos
constitutivos, a compra e venda de veículos automotores, nas vendas de veículos, adquiridos para revenda ou
recebidos como parte do preço de venda de veículos novos ou usados, será computada como receita a
diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado (constante na nota fiscal de venda), e o
seu custo de aquisição (constante da nota fiscal de entrada) - Lei 9.716/98, art. 5 e IN SRF 152/98.
Assim, somente a diferença entre o preço de venda e o custo da aquisição é que fará parte da receita bruta.
Exemplo:
Uma revendedora de veículos usados adquire um veículo para revenda por R$ 7.000,00. Posteriormente,
vende o mesmo por R$ 8.000,00. A receita bruta, para fins de base de cálculo, será de R$ 8.000 - R$ 7.000 =
R$ 1.000 (e não R$ 8.000).
Na receita bruta não se incluem (Lei 8.981/95, art. 31, parágrafo único):
1. as vendas canceladas;
2. os descontos incondicionais concedidos (constantes na nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de
serviços e não dependentes de evento posterior á emissão desses documentos);
Para confirmar se os saldos das contas de Receitas estão corretas, deve-se confrontar a Receita constante no
balancete com os Livros de saída de Mercadorias ou Produtos (ICMS/IPI) e de Serviços(ISS);
- Por ocasião da contabilização, o Contador deve observar que muitos códigos de saídas não são receitas, ex:
simples remessa, devolução de compras, transferências, simples remessa, venda do imobilizado, retorno,
doação, amostra, etc.
-As contas de devoluções de vendas devem ser conferidas com o Livro de Entrada de Mercadorias, no qual
consta código específico;
- Lembrar que o IPI destacado nas notas fiscais não é computado na base de cálculo para recolhimento de
tributos;
- O ICMS, o IPI, O Pis, a Cofins substituição tributária não são computados na base de cálculo para
recolhimento de tributos;
A tributação das receitas será efetuada de acordo com o regime a que competirem, gerando menor
desencaixe de tributos por ocasião do faturamento, de acordo com a correta apropriação contábil.
Exemplo:
Faturamento de serviços de consultoria, realizado em 01.09.2001, cujo contrato prevê execução dos mesmos
no período de 01.09.2001 a 31.08.2002, no valor de R$ 120.000,00, teríamos:
Contabilização:
A legislação do Imposto de Renda, incorporando norma da legislação comercial, elege, como regra geral, o
regime de competência para apuração do resultado das empresas, segundo o qual as receitas e as despesas
devem ser reconhecidas contabilmente quando auferidas e incorridas, respectivamente, independentemente
do efetivo recebimento ou pagamento (art. 177 da Lei 6.404/76 e artigos 247, 248 e 274 do RIR/99).
A distinção que se faz entre faturamento antecipado e venda para entrega futura é que o primeiro ocorre
quando uma empresa vendedora emite nota fiscal e fatura de uma mercadoria (ou serviços) que ainda não
produziu ou não adquiriu de seu fornecedor (para revenda), enquanto, na segunda, a empresa vende
mercadoria já produzida ou adquirida, mas que, por conveniência ou interesse do comprador, continua em
poder da vendedora, transformando-se esta em mera depositária da mercadoria vendida.
Portanto, a distinção básica que se faz entre essas duas operações reside no fato de a empresa vendedora
possuir ou não a mercadoria (ou serviços) objeto da compra e venda em seu ativo (estoques) ou a comando
executório (serviços em andamento).
Esta distinção, que foi reconhecida pelo 1º Conselho de Contribuintes (Acórdão nº 101-87.747/95 da 1ª
Câmara), é importante para determinar o momento em que cabe o reconhecimento da receita em conta de
resultado, possibilitando assim gerar economia fiscal, pelo reconhecimento da receita, para fins de apuração
do IRPJ, CSL, PIS, COFINS (e ISS, no caso de serviços) e SIMPLES, além do ICMS e do IPI, quando
devidos.
O faturamento antecipado existe porque, para fins de cobrança bancária (duplicata), a empresa fornecedora é
obrigada a emitir a fatura (nota fiscal).
a) no caso de faturamento antecipado, entendido como tal a emissão de nota fiscal e fatura, antes que o
vendedor esteja de posse da mercadoria ou serviço a ser entregue, não se pode cogitar do reconhecimento
de receita, até porque não existe ainda o custo a ser com ela confrontado; neste caso, a receita somente será
reconhecida quando ocorrera entrega da mercadoria ou serviço e, se antes da ocorrência desse evento
houver recebimento por conta da operação, contabilmente, o valor recebido deve ser classificado em conta do
passivo circulante, pois reflete a obrigação da empresa para com o seu cliente;
b) no caso de venda para entrega futura, isto é, quando a mercadoria vendida é colocada à disposição do
comprador, mas, por conveniência deste, permanece em poder do vendedor, aí sim, cabe o reconhecimento
da receita da venda e do respectivo custo no momento em que foi emitida a nota fiscal.
Exemplo prático:
Fornecimento de materiais com faturamento antecipado, para fins de cobrança bancária, no valor de R$
150.000,00. Faturamento em agosto/2002. Os materiais são adquiridos e entregues somente em
setembro/2002.
Em contratos de prestação de serviços, os custos e despesas com a execução do mesmo são, normalmente,
faturados, gerando custos tributários adicionais.
Caso haja previsão contratual entre as partes, é admissível a sistemática de repasse dos referidos custos ou
despesas, diretamente, em nome do contratante.
Exemplo 1:
A empresa “P” (prestadora dos serviços) contrata, em nome e por conta de “C”, as referidas máquinas e
equipamentos, junto a Locadora “L”. O faturamento de “L” é direto contra “C” e não contra a empresa
prestadora dos serviços (“P”).
Repassando-se despesas (do tipo viagens, estadias, alimentação, etc.) diretamente, poderá haver
significativo ganho fiscal na operação.
Exemplo 2:
Numa empresa de serviços cujos custos e despesas operacionais diretos sejam de 40% sobre a receita, a
viabilização de tais repasses poderá significar uma economia de até:
Assim, uma prestadora de serviços que fature R$ 2.000.000,00/ano e efetive repasse de 40% de seus custos
e despesas operacionais, poderá ter economia fiscal, somente com o procedimento citado, de até R$
156.240,00/ano.
* Nota: por força da Lei 10684/2003, art. 22, a partir de 01.09.2003 a base de cálculo da CSLL foi majorada
para 32% (trinta e dois por cento) nas seguintes atividades:
As normas de reconhecimentos de receitas, para fins fiscais, observam os princípios contábeis, como a
competência, o conservadorismo, etc.
Para fins tributários, esta mesma situação viabiliza que as receitas futuras que dependem de resultado incerto
somente venham a ser reconhecidas por ocasião de sua efetiva disponibilização econômica ou jurídica (art.
43 do CTN). Como exemplo, citamos:
Recebimento de parcelas de venda de imóvel, sujeito á cláusula de fechamento do negócio pela emissão
definitiva do "habite-se" do imóvel;
Obtenção de juros sobre depósitos judiciais em garantia de instância, enquanto não definitiva a lide em favor
do depositante;
A economia tributária, adotando-se o procedimento citado, é significativa. Uma construtora que lança um
imóvel com venda "na planta" e com cláusula de negócio "habite-se", registrará os recebimentos em conta de
adiantamento de clientes (e não em conta de resultado). A cada R$ 1.000.000,00 tratados desta forma
poderão representar até R$ 386.500,00 em postergação de pagamento de IRPJ, CSL, PIS (alíquota vigente a
partir de 01.12.2002 para optantes do Lucro Real) e COFINS.
i) VALE PEDÁGIO
A correta contabilização do Vale Pedágio, instituído pela Lei 10209/2001, pode permitir uma redução de
custos tributários no frete, tanto para a empresa contratante como para o transportador da carga.
Desta forma, a correta contabilização de Vale Pedágio no valor de R$ 100.000,00 em um ano pode
representar menor tributação de até R$ 6.740,00 para o transportador.
j) Factoring
O Ato Normativo nº 51, de 28.09.94, regulamentou a definição de receita para as empresas de factoring e a
forma de apropriação das despesas nas empresas que contratam o serviço:
I - a diferença entre o valor de face e o valor de venda oriunda da alienação de duplicata a empresa de
fomento comercial (factoring), será computada como despesa operacional, na data da transação;
II - a receita obtida pelas empresas de factoring, representada pela diferença entre a quantia expressa no
título de crédito adquirido e o valor pago, deverá ser reconhecida, para efeito de apuração do lucro líquido do
período-base, na data da operação.
l) Indenização de seguros
O capital das apólices de seguros ou pecúlio em favor da pessoa jurídica, pago por morte do sócio segurado,
não será computado na determinação do lucro real (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 43, § 2º, alínea "f", e
Lei nº 154, de 1947, art. 1º) (art. 445 RIR/99);
m) Doações e subvenções
-As subvenções que devem integrar a receita bruta operacional da pessoa jurídica beneficiária são destinadas
ao custeio ou operação, não alcançando as que se destinem, especificamente, à realização de investimentos
(PN nº 2/78);
-As subvenções para investimento, se registradas como reserva de capital, não serão computadas na
determinação do lucro real, desde que obedecidas as restrições par a utilização dessa reserva ( PN 112/78);
As decisões administrativas e judiciais têm entendido que a redução ou a devolução de parcela do ICMS, a
fim de incrementar a industrialização, têm natureza de subvenção para investimento, isento do imposto de
renda
Não serão computadas na determinação do lucro real as importâncias, creditadas a reservas de capital, que o
contribuinte com a forma de companhia receber dos subscritores de valores mobiliários de sua emissão a
título de (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 38):
I – ágio na emissão de ações por preço superior ao valor nominal, ou a parte do preço de emissão de ações
sem valor nominal destinadas à formação de reservas de capital;
II – valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
III – prêmio na emissão de debêntures;
IV – lucro na venda de ações em tesouraria.
Parágrafo único. O prejuízo na venda de ações em tesouraria não será dedutível na determinação do lucro
real (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 38, § 1º). (art.442 RIR/99)
As transferências de imóveis desapropriados para fins da reforma agrária são isentas de impostos federais,
estaduais e municipais, conforme § 5º, do art. 184 da Constituição.
17. DESPESAS
a) DESPESAS NÃO CONTABILIZADAS
As despesas não contabilizadas no período de competência em que a empresa apurou Imposto de Renda e
Contribuição Social podem ser contabilizadas e deduzidas no período seguinte, até o limite do lucro do
exercício anterior. Isso, porque a empresa estaria apenas postergando a despesa.
A multa e juros de mora ocorrem apenas quando há postergação do recolhimento do imposto, quando uma
despesa é lançada em um período posterior, há uma postergação de despesa, como conseqüência uma
antecipação do imposto, não cabendo nesta situação recolhimento de multas, juros e etc.
A empresa deve ficar atenta para contabilizar a despesa até o limite do lucro de competência, pois
contabilizando mais despesas do que o lucro tributável do período da despesa, inicia-se uma compensação
indevida de prejuízo fiscal, ficando sujeito ao pagamento de multa, juros de mora e diferença de imposto.
(Base Legal: Parecer Normativo - PN 02/96)
Quando a empresa contabiliza despesas relativas a exercícios anteriores, nos quais apurou prejuízos, está
limitada à compensação do prejuízo em 30% do lucro apurado. Desta forma, o fisco pode limitar a
compensação do prejuízo e tornar indedutível a despesa, que é de exercício anterior, em 70%. ( Base Legal
– Parecer Normativo - PN 02/96)
Se a empresa não optar em correr risco, é aconselhável apropriar as despesas no período de competência,
alterando a contabilidade bem como a DIPJ, compensando o prejuízo com lucros futuros, observando a
limitação de 30%. Uma forma de minimizar o prejuízo e a tributação em exercícios seguintes se faz
verificando a possibilidade contabilizar receitas pelo período de competência, que estão contabilizados no
período seguinte, como exemplo: atualização SELIC, atualização de clientes em atraso, apropriação de
receitas líquidas e certas e ainda não faturadas tipo serviços e fretes a faturar.
O Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999), em seu parágrafo 1º do artigo 201, dispõe que
são consideradas remuneração as importâncias auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma.
Entretanto, pela nova redação do Regulamento, dada ao inciso II, § 5º do artigo 201 pelo Decreto 4729/2003,
são tributáveis os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da
pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a
proveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não apurado por meio de
demonstração de resultado do exercício.
Desta forma, as empresas devem adotar o cuidado de prever, em seus respectivos contratos sociais, que a
sociedade vai apurar a demonstração de resultado do exercício contábil mensalmente (ou trimestralmente, ou
em períodos menores que 12 meses). Tais balanços, com a respectiva demonstração de resultado, devem ser
transcritos no Livro Diário, para comprovar a existência dos lucros distribuídos. Na prática, para a empresa
antecipar o lucro do exercício corrente, o Contador deverá demonstrar que a empresa obteve o lucro
mediante balancete constante no livro Diário, sendo necessário ainda constar no contrato social previsão de
distribuição de lucro mensal ou período menor que 01 ano.
Em resumo:
O lucro distribuído pelas empresas em geral aos respectivos sócios, a título de lucros do próprio exercício,
não integra a remuneração para efeito de contribuição previdenciária (20%), desde que seja com base na
escrituração contábil e que conste no contrato social cláusula que fixe a apuração e distribuição de lucros em
períodos menores que 12 meses, sendo tais demonstrações (balanço e resultado) transcritas no livro diário.
Além da economia do INSS, há também a economia do IRF (até 27,5%) para o sócio (neste caso, desde que
o lucro seja apurado de janeiro/1996 em diante).
Exemplo:
Num rendimento mensal de R$ 6.000,00, temos a seguinte tributação mensal, por cada uma das
modalidades:
1) Pró-Labore:
INSS 20% = R$ 1.200,00
IRF (tabela)* = R$ 1.226,92
TOTAL = R$ 2.426,92
Art. 52 da Lei 8212/91: “À empresa em débito para com a Seguridade Social é proibido:
I – distribuir bonificação ou dividendo a acionista;
II – dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio-cotista, diretor ou outro membro de órgão dirigente,
fiscal ou consultivo, ainda que a título de adiantamento.”
Art. 889 do Regulamento do IR/99: “As pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, por
falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão (Lei nº 4.357, de 1964, art. 32):
I – distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas;
II – dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais
membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.”
O art. 17 da Lei 11.051/2004, procedeu alteração no art. 32 da lei nº 4.357/64, estabelecendo que as pessoas
jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com a União e suas autarquias de Previdência e
Assistência Social, por falta de recolhimento de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão:
a) distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; ou
b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais
membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos;
c) Verificações
- O Contador deverá selecionar as contas mais relevantes de despesas e através do razão contábil averiguar
os lançamentos incomuns que poderão estar incorretos.
Em várias decisões administrativas o ônus da prova inverte-se se os veículos não são de propriedade da
empresa, assim a empresa devendo comprovar a real utilização. Caso o veículo não esteja em nome da
empresa é necessária a realização de um contrato de comodato, em que o proprietário sede o veículo para
uso da empresa e esta se compromete com os cuidados necessários para a conservação do automóvel
e) Despesas Indedutíveis
V - das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde,
e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos
empregados e dirigentes da pessoa jurídica;
§ 1º Admitir-se-ão como dedutíveis as despesas com alimentação fornecida pela pessoa jurídica,
indistintamente, a todos os seus empregados.
- multas de trânsito;
- pagamentos por mera liberalidade;
Quando duas ou mais empresas utilizam-se dos mesmos bens ou estruturas operacionais, há uma
caracterização de compartilhamento de custos ou despesas.
Neste caso, caso haja previsão contratual entre as partes, é admissível a dedução como despesa ou custo de
cada parte, de acordo com o ônus contratual. A dedução é prevista pelo art. 299 do RIR/99:
"São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à
manutenção da respectiva fonte produtora".
Assim, por exemplo, se duas empresas compartilharem o mesmo espaço comercial, poderão dividir entre si
as despesas de manutenção, de acordo com a metragem quadrada utilizada por cada uma das empresas.
Este compartilhamento é reconhecido como "contrato de rateio de despesas". A divisão pode ser por m2, por
% fixo, por número de transações efetivadas ou por outro método qualquer de rateio.
18. OPÇÃO PELA MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO - LUCRO REAL ANUAL OU TRIMESTRAL
A opção pelo lucro real anual, lucro real trimestral ou lucro presumido será manifestado pelo pagamento da 1ª
quota de qualquer um dos regimes, mediante DARF, sendo que a legislação não permite mudar a forma de
tributação durante o ano-calendário (art.13, Lei 9.718/98).
Por isso, é de extrema importância fazer uma análise detalhada de qual é a melhor forma de tributação,
antes do pagamento da 1ª quota do Imposto, pois se a empresa optou pelo lucro real (anual ou trimestral) não
poderá modificar no ano-calendário para o lucro presumido e vice-versa. Lembrando que a opção de
tributação feita para o Imposto de Renda deve ser a mesma para a Contribuição Social sobre o Lucro.
Por força do art. 22 da Lei 10.684/2003, a pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá,
excepcionalmente, em relação ao quarto trimestre-calendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a
tributação pelo lucro presumido relativa aos três primeiros trimestres.
Por força do art. 7 da MP 206/2004, a pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá,
excepcionalmente, em relação ao terceiro e quarto trimestres-calendário de 2004, apurar o Imposto de Renda
com base no lucro real trimestral, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos dois primeiros
trimestres, observadas as normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.
Estão obrigadas a apurar o lucro real, conforme art. 14 da Lei 9.718/98, as seguintes empresas:
a) cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00, ou proporcional ao número
de meses do período, quando inferior a doze meses;
b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do
imposto;
e) que, no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa,
inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto;
f) cuja atividade seja de “factoring”.
As demais empresas que não se enquadrarem em nenhuma das situações acima previstas podem optar pelo
lucro presumido, caso for a melhor alternativa.
A partir de 01/janeiro/1996, a compensação do prejuízo fiscal (IRPJ) e da base negativa da contribuição social
sobre o lucro está limitada a 30% do lucro do exercício após adições e exclusões do lucro real. Assim se a
empresa teve prejuízos em anos anteriores de R$ 150.000,00 e no ano apurou lucro de R$ 110.000,00,
poderá compensar apenas 30% do lucro, deste ano, ou seja compensa apenas R$ 33.000,00 do prejuízo
fiscal anterior, devendo pagar IRPJ e CSSL sobre R$ 77.000,00 (110.000,00 - 33.000,00).
A empresa que optar por esse regime de lucro real deverá a cada trimestre do ano (31/mar., 30/jun., 30/set. e
31/dez.) levantar balanço acumulado no período trimestral e definitivamente apurar o Imposto de Renda e a
Contribuição Social.
Estatisticamente a opção pelo lucro real trimestral é a menos vantajosa devido ao fato de que empresa fica
limitada em compensar os prejuízos fiscais dentro do próprio ano em 30% do seu lucro. Exemplo:
Porém, se a opção fosse pelo lucro real ANUAL a compensação do prejuízo dentro do próprio ano seria
automática, pois pelo lucro real anual o resultado é apurado acumuladamente dentro do exercício (janeiro a
dezembro), sendo o resultado tributável do ano calendário igual a zero, inexistindo o pagamento de IRPJ e
CSSL.
O único benefício que o Lucro Real Trimestral em relação ao Lucro Real Anual proporciona é quando a
empresa tem lucro em todos os trimestres do ano, assim paga o imposto de renda e a contribuição social a
cada trimestre e tem a opção em dividi-los em 03 quotas iguais, sendo cada quota superior a R$ 1.000,00,
acrescidas pela variação da SELIC (art. 5º da Lei 9.430/96). Porém é muito arriscado prever que a empresa
terá lucro fiscal em todos os trimestres do exercício.
O lucro Real Anual será apurado no período compreendido de janeiro a dezembro de cada ano, sendo que a
empresa, MENSALMENTE, terá que pagar ou demonstrar que não há imposto de renda e a contribuição
social sobre o lucro calculado por estimativa, optando pelas seguintes alternativas:
Com base no resultado do somatório de um percentual aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescidos do
ganho de capital e demais receitas. Os percentuais aplicáveis sobre a receita bruta variam de acordo com a
atividade da pessoa jurídica e constam no artigo 15 da Lei nº 9.249/95:
Observação: As demais receitas (juros auferidos, descontos obtidos, etc) e ganhos de capital comporão a
base de cálculo sem qualquer redução (100% do valor apurado).
Para fins de cálculo da contribuição social s/ o lucro por estimativa deverá somar o percentual sobre a
receita bruta do mês, acrescidos do ganho de capital e demais receitas, variando os percentuais de
acordo com as seguintes atividades:
Observação: As demais receitas (juros auferidos, descontos obtidos, etc) e ganhos de capital comporão a
base de cálculo sem qualquer redução ( 100% do valor apurado). A Instrução Normativa SRF 390 de
30/01/2004, trata sobre as disposições gerais sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
b.1) Redução
A redução ocorre quando a empresa, em um determinado mês, demonstra que o valor apurado do imposto
menos o valor já pago durante o período acumulado é inferior ao cálculo pela estimativa como base na
receita, como citado no item “a”.
Exemplo:
-Valor do Imposto devido com base nos percentuais aplicado sobre a Receita no mês de junho= R$
30.000,00
-Valor do Imposto apurado com base no balancete acumulado de jan a jun= R$40.000,00
-Valor do imposto pago, retido ou compensado de jan a jun = R$ 25.000,000
-Saldo a pagar no mês de junho (40.000,00- 25.000,00) = R$ 15.000,00.
-Se a optar pelo balancete de redução haverá um desembolso de apenas R$ 15.000,00, ao invés de R$
30.000,00.
No mês de junho, a forma mais viável é a opção pelo pagamento com base no balancete de redução de
janeiro a junho, apesar de apurar 40.000,00 de imposto, deve ainda ser deduzido os impostos já pagos,
retidos ou compensados nos respectivos meses (25.000,00), restando saldo a pagar de apenas R$ 15.000,00.
Sendo que o recolhimento com base na receita bruta custaria para a empresa R$ 30.000,00, pois os valores
pagos nos meses anteriores não podem ser deduzidos, por não comporem a base de cálculo do mês. Esse
estudo deve ser feito a cada mês do ano, levando em conta também a possibilidade de suspensão do
imposto que será visto no item seguinte.
Observação:
-O mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Renda deverá ser também adotado para a
Contribuição Social sobre o Lucro, por isso deve ser analisada a melhor alternativa calculando os dois
tributos.
- O balancete utilizado para suspender ou reduzir deverá ser transcrito no Livro Diário (art. 12, § 5º, da IN
SRF 93/97) e no Livro LALUR transcrever a apuração do resultado ( art. 13 IN SRF 93/97).
-Base legal: artigos 10 a 16 da IN SRF 93/97
b.2) Suspensão
A suspensão do recolhimento do imposto ocorre quando a empresa demonstra através de balancete que em
um determinado mês, o resultado acumulado de janeiro até esse mês, resultou em prejuízo fiscal, inexistindo
imposto a pagar.
Exemplo:
-Prejuízo contábil de R$ 150.320,00, conforme balancete contábil levantado em 30/jun. (resultado acumulado
de janeiro a junho);
-Adições ao lucro real - R$ 30.150,00
- Prejuízo fiscal ->150.320,00 – 30.150,00 = 120.170,00
Como houve prejuízo fiscal no mês de junho (resultado acumulado de janeiro a junho), não há IRPJ nem
CSSL a recolher referente a este mês, sendo necessário apenas a transcrição do Prejuízo no LALUR e
manter balancete no Diário Contábil.
A outra forma de suspensão do recolhimento do imposto e da contribuição social ocorre quando a empresa
demonstra através de balancete, com resultado acumulado, que os valores pagos nos meses anteriores são
superiores ao valor do imposto apurado nesse mês.
Exemplo:
-No Balancete do mês julho, que contempla o resultado acumulado de janeiro a julho, apurou-se um imposto
a pagar de R$ 35.000,00, porém nos meses de janeiro a junho a empresa já recolheu imposto no valor de R$
40.000,00, ou seja, R$ 5.000,00 a mais do que o devido, com isso poderá suspender o pagamento em julho.
Observação:
-O mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Renda deverá ser adotado para a Contribuição
Social sobre o Lucro, por isso deve ser analisada a melhor alternativa calculando os dois tributos.
- O balancete utilizado para suspender ou reduzir deverá ser transcrito no Livro Diário (art. 12, § 5º, da IN SRF
93/97) e no Livro LALUR transcrever a apuração do resultado (art. 13 IN SRF 93/97).
-Base legal artigos 10 a 16 da IN SRF 93/97.
Apesar do Lucro Real Anual ter mais detalhes a serem observados é mais vantajoso do que o Lucro Real
Trimestral, para fins de Gestão Tributária.
A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de 15% (quinze por cento)
sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado de conformidade com o Regulamento.
A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$
20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência
de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento).
O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda apurado pela aplicação da
alíquota geral de 15%.
Exemplo:
Observação: Com a edição da IN SRF 390/2004 de 30.01.2004, as mesmas regras aplicadas ao Imposto de
Renda devem ser aplicadas à CSLL, assim a base de cálculo para os dois tributos é idêntica. Para a
empresa optante pelo Lucro Real, a base de cálculo da CSLL deverá ser demonstrada numa espécie de Lalur
da CSLL.
Outro fato corriqueiro, através da análise dos pontos colocados neste trabalho, pode ser verificado que não foi
contabilizado a atualização de contratos, a provisão de férias, a perda no recebimento de créditos, outras
despesas e gastos incorridos no ano e contabilizados no ano seguinte e etc.
O lançamento a maior de receitas bem como a falta de lançamentos de despesas ou gastos incorridos no ano
gera recolhimentos de tributos a maior sobre o lucro do período. Com isso, constatados os erros a empresa
deve proceder os respectivos lançamentos contábeis (emitir novo Livro Diário e Razão Contábil) e retificar o
Declaração de Imposta de Renda, compensando o IRPJ e a CSSL pagos a maior com outros tributos ( Cofins,
Pis, etc.).
A retificação da Declaração de Renda deve ocorrer com o objetivo de recuperar o IRPJ a CSSL, o PIS e a
COFINS pagos indevidamente ou a maior, a empresa deve efetuar concomitantemente a retificação na DCTF
para anular ou diminuir o valor do tributo declarado indevidamente.
c) Atividade Audiovisual
As pessoas jurídicas sujeitas ao lucro real poderão deduzir do imposto devido as quantias referentes a
investimentos em projetos:
a) de produção independente de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de que trata o caput do art.
1º da Lei nº 8.685, de 1993;
b) específicos da área audiovisual, cinematográfica de exibição, distribuição e infra-estrutura técnica
apresentados por empresa brasileira, previstos no § 5º da art. 1º da Lei nº 8.685, de 1993;
c) de produção de obras cinematográficas e vídeofonográficas brasileiras de longa, média e curta metragens
de produção independente, de co-produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de
produção independente, de telefilmes, minisséries, documentais, ficcionais, animações e de programas de
televisão de caráter educativo e cultural, brasileiros de produção independente, nos termos do § 6º do art. 39
da Medida Provisória nº 2.228-1, de 2001.
Observado o limite específico de cada incentivo, o total das deduções do imposto relativo aos incentivos
Atividade Audiovisual e Atividade Cultural não poderá exceder a 4% do imposto devido (Lei nº 8.849, de 1994,
art. 6º, Lei nº 9.064, de 1995, art. 2º, Lei nº 9.323, de 5 de dezembro de 1996, art. 1º, e Lei nº 9.532, de 1997,
art. 6º, inciso II, e MP nº 2.189-49, de 2001, art. 10, inciso I).
Até o período de apuração relativo ao ano-calendário de 2010, inclusive, as pessoas jurídicas sujeitas à
tributação com base no lucro real poderão deduzir do imposto de renda devido parcela do valor
correspondente às quantias aplicadas na aquisição de quotas dos Fundos de Financiamento da Indústria
Cinematográfica Nacional (Funcines).
Essa dedução poderá ser utilizada alternativamente à acima referida, até o ano-calendário de 2006, quando
se extinguirá este benefício.
A dedução poderá ser efetuada do imposto devido calculado com base no lucro estimado apurado
mensalmente ou no lucro real apurado trimestralmente ou no saldo do imposto apurado no ajuste anual.
A parcela a ser deduzida será calculada aplicando-se percentual correspondente à soma das alíquotas do
IRPJ e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), inclusive adicionais, sobre o valor de aquisição de
quotas dos Funcines, limitada a três por cento do imposto devido.
Para o cálculo do limite desta dedução deverá ser excluída, do imposto de renda devido, a parcela do imposto
correspondente a lucros, rendimentos ou ganhos de capital auferidos no exterior (Lei nº 9.430, de 1996, art.
16, § 4º).
Observado o limite específico de cada incentivo, o total das deduções do imposto relativo aos incentivos
Atividade Audiovisual e Atividade Cultural não poderá exceder a 4% do imposto devido, exceto adicional (Lei
nº 8.849, de 1994, art. 6º, Lei nº 9.064, de 1995, art. 2º, Lei nº 9.323, de 5 de dezembro de 1996, art. 1º, e Lei
nº 9.532, de 1997, art. 6º, inciso II, e MP nº 2.189-49, de 2001, art. 10, inciso I).
Os valores que excederem aos limites acima estabelecidos não poderão ser utilizados em período de
apuração posterior.
O valor integral dos investimentos efetuados com aquisição de quotas dos Funcines poderá ser deduzido do
lucro líquido, na determinação do lucro real e da contribuição social sobre o lucro líquido, nos seguintes
percentuais:
I - cem por cento, nos anos-calendário de 2002 a 2005;
II - cinqüenta por cento, nos anos-calendário de 2006 a 2008;
III - vinte e cinco por cento, nos anos-calendário de 2009 e 2010.
A pessoa jurídica que alienar as quotas dos Funcines somente poderá considerar como custo de aquisição,
na determinação do ganho de capital, os valores deduzidos na determinação do lucro real na hipótese em que
a alienação ocorra após cinco anos da data de sua aquisição.
Em qualquer hipótese, não será dedutível, para fins de determinação do lucro real ou da contribuição social
sobre o lucro líquido, a perda apurada na alienação das quotas dos Funcines.
Atenção:
Os incentivos PDTI/PDTA, cujos projetos foram aprovados após 3 de junho de 1993, não poderão ser
utilizados cumulativamente com outros da mesma natureza, previstos em lei anterior ou superveniente (Lei nº
8.661, de 1993, art. 9º).
Para os fins de cálculo dos incentivos de dedução do imposto referidos neste subitem, deverá ser excluída, do
imposto de renda devido, a parcela do imposto correspondente a lucros, rendimentos ou ganhos de capital
auferidos no exterior (Lei nº 9.323, de 1996, arts. 1º e 3º; Lei nº 9.430, de 1996, art. 16, § 4º).
Na determinação dos limites dos incentivos, não é permitida qualquer dedução a título de incentivo fiscal do
adicional do imposto de renda (§ 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 1995).
Limites Individuais
Limites Coletivos
Para os empreendimentos industriais ou agrícolas instalados a partir de 1º de janeiro de 1998 ou cujo projeto
tenha sido aprovado ou protocolizado após 14 de novembro de 1997 e até 23 de agosto de 2000, o valor do
benefício fiscal calculado com base no lucro da exploração, corresponderá à redução do imposto, observados
os seguintes percentuais:
I - 75%, a partir de 1º de janeiro de 1998 até 31 de dezembro de 2003;
II - 50%, a partir de 1º de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008;
III - 25%, a partir de 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013 (Lei nº 9.532, de 1997, art. 3º, I, II, III e
§ 1º; e Lei nº 9.808, de 1999, art. 13).
A Medida Provisória 219/2004 criou o desconto de crédito na apuração da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido - CSLL e da Contribuição para o PIS e COFINS não-cumulativas.
Os referidos benefícios aplicam-se tão somente às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.
DESCONTO NA CSLL
As pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, poderão utilizar crédito relativo à Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido - CSLL, à razão de 25% por cento sobre a depreciação contábil de máquinas,
aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em ato do Poder Executivo, adquiridos entre 1o
de outubro de 2004 e 31 de dezembro de 2005, destinados ao ativo imobilizado e empregados em processo
industrial do adquirente.
Os bens alvo do referido incentivo são aqueles relacionados nos Decretos 4.955/2004, e 5.173/2004,
conforme Decreto 5.222/2004.
Exemplo:
LIMITE
A utilização do crédito está limitada ao saldo da CSLL a pagar não gerando a parcela excedente, em qualquer
hipótese, direito à restituição, compensação, ressarcimento ou aproveitamento em períodos de apuração
posteriores.
Exemplo:
Neste exemplo, o crédito da CSLL será de R$ 300,00, pois é o menor valor entre o crédito (a) e a CSLL
apurada (b).
ESTIMATIVA MENSAL
O crédito a ser efetivamente utilizado está limitado à CSLL apurada no encerramento do período de apuração.
VEDAÇÃO
É vedada a utilização do crédito da CSLL, tanto na apuração anual ou trimestral quanto no pagamento por
estimativa, na hipótese de a pessoa jurídica não compensar base de cálculo negativa de períodos anteriores
existente ou o fizer em valor inferior ao admitido na legislação.
As pessoas jurídicas poderão se beneficiar do crédito a partir do mês em que o bem entrar em operação até o
final do quarto ano-calendário subseqüente àquele a que se referir o mencionado mês.
REVERSÃO
A partir do ano-calendário subseqüente ao término do período de gozo do benefício, deverá ser adicionado à
CSLL devida o valor utilizado a título de crédito em função dos anos-calendário de gozo do benefício e do
regime de apuração da CSLL.
A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, ainda que a pessoa jurídica apure, no período,
base de cálculo negativa da CSLL.
Exemplo 1:
Por ocasião da apuração da CSLL devida no primeiro período do ano de 2009, apurou-se CSLL devida de R$
1.000,00.
Por ocasião da apuração da CSLL devida no primeiro período do ano de 2009, apurou-se base de cálculo
negativa da CSLL.
R$ 10.000,00 (adição da CSLL creditada) mais R$ 0 - zero (CSLL devida no período de apuração, por
existência de base de cálculo negativa) = R$ 10.000,00.
A pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro real deverá adicionar os créditos da CSLL,
aproveitados anteriormente, à CSLL devida relativa ao primeiro período de apuração do novo regime de
tributação adotado.
Na hipótese de a pessoa jurídica vir a optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), o crédito, aproveitado
anteriormente, deverá ser recolhido em separado, em quota única, até o último dia útil de janeiro do ano-
calendário a que corresponderem os efeitos dessa opção.
Na hipótese de extinção, a pessoa jurídica deverá recolher, em quota única, os créditos aproveitados
anteriormente até o último dia útil do mês subseqüente ao evento.
Na hipótese de alienação do bem, o valor total dos créditos aproveitados anteriormente deverá ser recolhido,
em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao da alienação ou ser adicionado ao valor da CSLL
devida no período de apuração em que ocorrer a alienação.