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O termo ética vem do grego "éthos", significa modo de ser, carácter. Através do latim
"mos" (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral.
Tanto "ethos" quanto "mos" significam a mesma coisa: hábito, costume. Quando os
filósofos gregos quiseram cunhar um nome para a parte da filosofia que se ocupa com
as acções quotidianas do indivíduo, criaram a expressão "ethiké epistéme", que
significava "ciência dos costumes" ou, como ficou conhecida, "ciência ética", ou
simplesmente "ética". Já quando os filósofos romanos, que eram atentos leitores dos
gregos, quiseram traduzir para o latim a expressão "ethiké epistéme", tentaram
encontrar um equivalente em sua língua e cunharam "scientia moralis", que significava
"ciência dos costumes" ou, como ficou conhecida, "ciência moral", ou simplesmente
"moral". Assim, qualquer diferença que se possa encontrar entre "ética" e "moral" não
advém do significado original dos dois termos, pois estes, em sua origem, eram apenas a
tradução um do outro.
Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu
estudo contribui para estabelecer a natureza dos deveres no relacionamento indivíduo —
sociedade.
Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores
que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não
devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e busca explicar
e justificar os costumes de uma determinada sociedade bem como fornecer subsídios
para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que
etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinónimas, sendo a primeira de
origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim.
"O termo 'consequencialismo' é usado para descrever teorias éticas que ajuízam da
rectidão ou não de uma acção, não através das intenções do autor da acção, mas antes
das consequências da acção.
Enquanto Kant afirmaria que dizer uma mentira será sempre errado, sejam quais forem
os possíveis benefícios que daí possam resultar, um consequencialista julgaria o acto de
mentir através dos seus resultados efectivos ou previstos" (WARBURTON, Nigel -
Elementos básicos de filosofia, p. 80).
A ética de Kant é um bom exemplo da primeira resposta: é moral a acção que é
executada por dever, e não em função dos seus efeitos.
Ponhamos um exemplo: F cai ao mar e S lança-lhe uma bóia para o salvar — mas a
bóia cai na cabeça de F, que acaba por afogar-se. Imaginemos que B atira uma tábua a
F, para o matar -- mas a tábua flutua e F acaba por se salvar. Uma moral da intenção
julga a primeira acção mais estimável do que a segunda, apesar dos resultados mais
positivos desta última. Segundo Kant, só a boa vontade fundamenta o valor moral de
uma acção. Agir por dever não é o mesmo que agir conforme ao dever (como é o caso
de não mentir para que acreditem sempre em mim): o dever é a necessidade de realizar
uma acção unicamente por respeito pela lei moral. E esta lei consiste apenas na sua
forma, que é a universalidade -- devo poder querer que os meus princípios se tornem
uma lei universal. A lei apenas pode ser representada por um imperativo categórico:
"age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se
torne lei universal".