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Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Pós-Graduação em “Segurança e Higiene no Trabalho”

Ano Lectivo de 2009/2010

MANUAL de SEGURANÇA
e BOAS PRÁTICAS
para o profissional TAE do INEM

Rúben Daniel Matos Viana

JUNHO 2010
Data de Recepção
Responsável
Avaliação
Observações Versão 1.2 – 05/AGO/2010

MANUAL de SEGURANÇA
e BOAS PRÁTICAS
para o profissional TAE do INEM

Rúben Daniel Matos Viana

JUNHO 2010
Rúben Daniel Matos Viana é licenciado em Eng. mecânica pelo Instituto Superior de

Engenharia do Porto desde 2007.

Em 2005 iniciou a sua actividade no INEM como Técnico de Ambulância de

Emergência – TAE, sendo que finalizou a sua formação académica na modalidade de

trabalhador/estudante. Começou por exercer funções na instituição, através das

ambulâncias de suporte básico de vida (SBV) INEM sedeadas na zona metropolitana do

Porto. Em Dezembro de 2008, após a criação dos meios SIV a nível nacional, foi

transferido para o a base da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) sedeada na

cidade de Vila do Conde, onde se encontra a exercer funções como TAE até ao momento.

Entre o ano 2000 e 2005 foi elemento do corpo activo dos Bombeiros Voluntários de

Esposende. Começando por exercer a actividade na categoria de aspirante, ocupava o

posto de bombeiro de 2ª Classe do quadro activo, quando pediu demissão por

incompatibilidade a nível profissional.

É formador de diversas entidades que ministram formação a empresas,

relativamente à temática dos primeiros socorros, higiene e segurança no trabalho (HST)

e brigadas de incêndios.
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010

Resumo

A elaboração deste manual surge na sequência, do estágio que efectuei na viatura de


suporte imediato de vida que o INEM tem sedeado na cidade de Vila do Conde, na qual
também exerço funções profissionais como Técnico de Ambulância de Emergência – TAE.
O estágio insere-se no último dos módulos, da Pós-Graduação em Higiene e Segurança,
que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo – ESTG, promoveu no ano
lectivo 2009/2010, na qual esta já se encontra na sua 6ª edição.
O tema do estágio por mim escolhido permitiu que eu pudesse efectuar uma recolha de
dados e informação exaustiva da actividade dos TAE´s, para que eu neste momento possa
estar a apresentar um Manual de Segurança e Boas Práticas para os Profissionais TAE´s do
INEM, para que no futuro, sirva de complemento a toda a formação já ministrada pela
instituição, para que os técnicos se possam orientar de forma a exercerem a sua actividade
de uma maneira mais segura e profissional.
Com este estágio pretendi elaborar uma manual que permita elucidar muitos dos
procedimentos de actuação inerentes à actividade exercida pelo TAE, durante o exercício
das suas funções como elemento activo do sistema integrado de emergência médica nos
meios INEM,
O manual está dividido em três temas principais, sendo que o primeiro a ser abordado será
a temática da Avaliação dos Riscos, fazendo referência aos tipos de risco que um
trabalhador na generalidade pode estar sujeito no exercício da sua actividade.
Depois o segundo tema fala da temática da Gestão do Risco, onde será abordado 16
situações reais onde é indicado ao TAE, o melhor procedimento a tomar para que corra o
mínimo de risco possível no decorrer da sua actuação.
Finalmente os Aspectos Ergonómicos será o último tema a ser abordado, fazendo
referência às possíveis lesões músculo esqueléticas que o TAE possa vir a desenvolver, fruto
muitas das vezes da falta de cuidado aquando a manipulação de carga, em prol de um
melhor conforto e segurança às vitimas assistidas.

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Índice
1 - Introdução 10
2 - Metodologia 12
3 - Resumo Histórico 13
4 - Enquadramento Legal 15
5 - Meios disponíveis 16
5.1 – Evolução dos meios em território nacional 19
5.2 – Descrição da actividade 20

MANUAL DE SEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS PARA OS PROFISSIONAIS TAE´s DO INEM

Temáticas Gerais Abordadas no Manual 22


Hierarquia da cadeia de comando 23
Funções do INEM, no papel de agente da protecção civil 24
Comandante das Operações de Socorro 24
Sistema de Gestão de Operações 25
Desenvolvimento da cadeia de comando 25
Síntese do exposto 26

1 – AVALIAÇÃO DOS RISCO 27

28
1 – Contaminantes
1.1 – CONTAMINANTES QUÍMICOS 29
1.1.1. - Conceitos 30
1.1.2 – Vias de entrada no organismo 30
1.1.3 – Valores Limites de exposição - VLE 32
1.1.4 – Fichas toxicológicas e de segurança - FDS 32
1.1.5 – Rotulagem de embalagem 34
1.1.6 – Frases de risco e segurança 37
1.2 – CONTAMINANTES FISICOS 39
Iluminação 39
Ruído 39
Temperatura 40
Humidade 40
Radiações ionizantes 40
1.3 – CONTAMINANTES BIOLÓGICOS 41
1.3.1 – Vias de entrada no organismo 41
1.3.2 – Classificação dos agentes biológicos 41
1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos 43

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2 – GESTÃO DO RISCO
45
2.1 – INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS 47

2.2 – MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR 49


2.2.1 – Como se inicia um incêndio? 49
2.2.2 – Tipos de incêndio 50
2.2.3 - Extintores 51
2.2.4 - Simbologia 51
2.2.5 – Classificação dos extintores 52
2.3 – DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS 55
2.4 – MANUSEAMENTO DO OXIGÉNIO 56
2.4.1 – Perigo do enriquecimento com oxigénio 56
2.4.2 – Cuidados no seu manuseamento 57
2.4.3 – Relato de casos reais potencialmente perigosos 58
2.5 – FUGA DE GÁS COMBUSTÍVEL 59
2.6 – INTOXICAÇÃO POR MONOXIDO DE CARBONO - CO 61
2.6.1 – Algumas estatísticas 61
2.6.2 – Mecanismos de acção do CO 62
2.6.3 – Actuação do TAE 64
2.7 - SISMOS 65
2.7.1 – Actuação durante a ocorrência de um sismo 67
2.7.2 – Actuação depois da ocorrência de um sismo 69
2.8 - NEVÕES 70
2.9 – VIOLÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO 72
2.10 – EVACUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 74
2.10.1 – Evacuação no edifício onde se encontra a base INEM 75
2.10.2 – Evacuação em locais públicos 75
2.10.3 – Evacuação em lares ou hospitais 75
2.11 – ACIDENTES ELÉCTRICOS 77
2.11.1 – Efeito fisiológico e físicos da corrente eléctrica 77
2.11.2 – Tipos de contacto com a electricidade 77
2.11.3 – Diversas formas de morrer electrocutado 79
2.11.4 – A trajectória da corrente 80
2.11.5 – Efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano 81
2.11.6 – O choque e suas consequências (acção directa) 81
2.11.7 – As consequências de um acidente eléctrico 83
2.11.8 – Factores responsáveis pelas lesões 84
2.11.8.1 – A intensidade de corrente 85
2.11.9 – Quadro eléctrico (Função) 86
2.11.10 – Protecção dos circuitos 86
2.11.11 – Protecção das pessoas 87
2.11.12 – Procedimentos de segurança na actuação do TAE 89
2.11.13 – Considerações finais 92
2.12 – EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL – EPI 93
2.12.1 – EPI´s na área da segurança rodoviária 93

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2.12.2 – EPI´s na área da Bio-segurança 94


2.12.3 – EPI´s usados no contacto directo com produtos perigosos 95
2.13 – SINALIZAÇÃO E PROTECÇÃO RODOVIÁRIA 97
2.13.1 – Razão da cor escolhida para os meios INEM 98
2.13.2 – Regras importantes de segurança 99
2.13.3 – Considerações finais 103
2.13.4 – Casos práticos de possíveis cenários no local da ocorrência 103
CASO Nº1 – Colisão frontal de dois veículos numa EN em que as viaturas ficam imobilizadas quase a meio da via. 105
CASO Nº2 – Colisão entre dois veículos numa auto-estrada ou via equiparada. 107
CASO Nº3 – Colisão frontal de dois veículos num IP ou EN em que as viaturas ficam imobilizadas na berma. 109
CASO Nº4 – Colisão frontal/lateral entre dois veículos numa EN ou EM sendo que as viaturas imobilizam-se numa das faixas de rodagem. 110
CASO Nº5 – Colisão frontal entre um veículo ligeiro e uma moto numa EN ou EM. 111
CASO Nº6 – Colisão entre dois veículos ligeiros numa via com 4 faixas de rodagem no mesmo sentido. 112
CASO Nº7 – Atropelamento de um peão na passadeira. 113
CASO Nº8 – Accionamento para uma ocorrência num domicílio. 114

2.13.5 – Evacuação via helicóptero 117


2.13.5.1 – Cálculo da área de aterragem em segurança 121
2.13.5.2 – Áreas de perigo e procedimento de aproximação 122
2.14 – IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS PERIGOSAS 123
2.14.1 – Regulamentos 124
2.14.2 – Etiquetas de perigo 125
2.14.3 – Sistema de classificação de riscos (por Classes) 126
CLASSE 1 – Matérias e objectos explosivos 126
CLASSE 2 – Gases 127
CLASSE 3 – Matérias liquidas inflamáveis 128
CLASSE 4 – Matérias sólidas inflamáveis (…) 128
CLASSE 5 – Matérias comburentes 129
CLASSE 6 – Matérias tóxicas 130
CLASSE 7 – Matérias radioactivas 131
CLASSE 8 – Matérias corrosivas 132
CLASSE 9 – Matérias e objectos perigosos diversos 133
2.14.4 – Painel Laranja 134
2.14.5 – Várias tipologias para o transporte de matérias perigosas 138
2.14.6 – Actuação do TAE (Sequência do atendimento) 141
2.14.7 – Tipos de lesões ocasionadas por produtos perigosos 145
2.14.8 – Relato de um trágico acidente envolvendo equipas de socorro 146

2.15 – BIO-SEGURANÇA 147


2.15.1 – Precauções universais 148
2.15.2 – Procedimentos para a lavagem e desinfecção das mãos 150
2.15.3 – Medidas de protecção individual básicas 153
2.15.4 – Procedimento de colocação e remoção dos EPI´s 153
2.15.4.1 – Colocação dos EPI´s (Bata+máscara+luvas) 154
2.15.4.2 – Remoção dos EPI´s 156
2.15.4.3 – Procedimento para retirar as luvas contaminadas 157
2.16 – LIMPEZA E HIGIENE 158
2.16.1 - Limpeza 158

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2.16.2 – Produtos desinfectantes (ANIOS DDSH, SURFANIOS, PRESEPT) 160


2.16.3 – Procedimento de lavagem do pavimento 162
2.16.4 – Técnica de desinfecção para situações de derrame 164
2.16.5 – Resíduos hospitalares 166
2.16.5.1 – Classificação dos resíduos hospitalares 166
2.16.5.2 – Caracterização por grupo de resíduos 167
2.16.5.3 – Meios para a deposição dos resíduos 168
2.16.5.4 – Transporte dos resíduos 168
2.16.5.5 – Regras sobre a manipulação e transporte de resíduos 169
2.16.5.6 – Contentor de armazenamento VS grupo de lixo 170

3 – ASPECTOS ERGONÓMICOS 172

3.1 – Dimensão do problema 172


3.2 – Dados do INEM 173
3.3 – Movimento Manual de Carga 174
3.4 – Factores de risco resultantes do tipo 175
3.5 – Regras de boas práticas 177
3.6 – Causa para as LME´s (Lesões Músculo Esqueléticas) 178
3.7 – Lesões associadas às más posturas 179
3.8 – Recomendação a adoptar pelo TAE 180
3.9 – Figuras ilustrativas de boas práticas 181
3.9.1 – Posturas a evitar 182
3.9.2 – Posturas correctas e erradas 182
3.9.3 – Transferência de um paciente da cama para a cadeira 182
3.9.4 – Exercícios de relaxamento muscular 184
3.10 – Característica da carga do pré-hospitalar 185
3.10.1 - Procedimento para a colocação do saco 1 atrás das costas do TAE 186
3.10.2 – Configuração do transporte do material 187
3.10.3 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 2 elementos 188
3.10.4 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 4 elementos 188
3.10.5 – Procedimentos para elevação da maca da “½ altura” c/ 2 elem. 188
6 – Apresentação e discussão dos resultados 190
7 - Conclusão 191
8 - Referências Bibliográficas 192

APÊNDICES 194

(Anexos do Manual)
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Oxigénio ANEXO1

Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Presept ANEXO2

Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Surfanios ANEXO3

Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do ANIOS DDSH ANEXO4

Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Álcool Etílico ANEXO5

Lista de Frases de Risco ANEXO6

Lista de Frases de Segurança ANEXO7

Regras básicas na utilização de extintores


ANEXO8
Resumo das etiquetas de perigo associadas às diferentes classes das matérias perigosas ANEXO9

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Índice de Imagens

Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio 15


Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar 16
Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV 17
Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros 17
Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM 18
Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros. 19
Imagem 7 – Informação presente num rótulo 33
Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico 33
Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo 34
Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo) 37
Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor 51
Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor 51
Imagem 13 – Ilustração da escala de Richter 65
Imagem 14 – Falhas e Placas tectónicas existentes em Portugal 66
Imagem 15 e 16 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade 77
Imagem 17 e 18 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade 78
Imagem 19 e 20 – Imagem ilustrativa do contacto indirecto com a electricidade 78
Imagem 21 – Imagem ilustrativa das possíveis trajectórias da corrente 80
Imagem 22 e 23 – Ilustração do coração e do sistema circulatório 83
Imagem 24 – Efeitos fisiológicos provocados pela intensidade de corrente 85
Imagem 25 – A ambulância chega pelo lado esquerdo 105
Imagem 26 – A ambulância chega pelo lado direito 105
Imagem 27 – Ilustração do teatro de operações com todos os meios de emergência envolvidos no socorro. 105
Imagem 28 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº1) 107
Imagem 29 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº2) 107
Imagem 30 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações em sinistros deste tipo. 107
Imagem 31 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado esquerdo – ex. nº1) 109
Imagem 32 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado direito – ex. nº2) 109
Imagem 33 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações no sinistro 109
Imagem 34 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex. nº2) 110
Imagem 35 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado direito da imagem – ex. nº2) 110
Imagem 36 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado cima da imagem – exemplo nº1) 111
Imagem 37 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex.º2) 111
Imagem 38 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente 112
Imagem 39 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente 113
Imagem 40 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância quando arranja espaço para estacionar a viatura (exemplo nº1) 114
Imagem 41 – Ilustração da posição de imobilização mais indicada para ambulância quando não tem espaço para estacionar (exemplo nº2) 114
Imagem 42 – Ilustração da zona de aterragem 119
Imagem 43 – Ilustração do valor de (D) no helicóptero Bell 412EP 120
Imagem 44 – Exemplo do painel laranja identificando o material e os perigos associados 124
Imagem 45 – Painel laranja indicativo de perigo de explosão 126
Imagem 46 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias explosivas 127
Imagem 47 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo gases 128
Imagem 48 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo líquidos inflamáveis 128
Imagem 49 – Exemplo de etiquetas de sólidos inflamáveis 129
Imagem 50 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo oxidantes e peróxidos orgânicos 130
Imagem 51 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias tóxicas e infectantes 131
Imagem 52 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias radioactivas 132
Imagem 53 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias corrosivas 132
Imagem 54 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias perigosas diversas 133
Imagem 55 – Etiqueta indicando matéria transportada quente 133
Imagem 56 – Placa laranja com Nº de perigo e nº ONU 134
Imagem 57 – Forma de colocação dos painéis laranja e etiquetas em veículos cisterna 137
Imagem 58 – Alguns tipos de contentores/cisternas utilizados no transporte de matérias perigosas. 138
Imagem 59 – Delimitação da zona de perigo 142
Imagem 60 – Zona das mãos mal lavadas 150
Imagem 61 – Procedimento para remoção das luvas contaminadas 157
Imagem 62 – Indicação do peso máximo ideal mediante a posição da pessoa e da carga. 176
Imagem 63 – Tipos de lesões associadas às más posturas 179

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Índice de Fotos
Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas 47
Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância 54
Foto 5 e 6 – Fotos da localização das garrafas de oxigénio 20L e 3L no interior da ambulância SIV 57
Fotos 7 e 8 – Acidentes com derrame de óleos 58
Foto 9 e 10 – Foto que ilustra a tarefa incumbida aos populares de forma a criar uma cobertura protectora 73
Foto 11 – Disjuntores magneto térmicos 86
Foto 12 e 13 – Fusíveis 86
Foto 14 – Disjuntor diferencial de 30mA 87
Foto 15 – Disjuntor diferencial da EDP 87
Fotos 16,17 e 18 - Vestimentas de protecção por níveis 95
Foto 19 – Viatura NRBQ do INEM 96
Foto 20 – Acidente na A23, com autocarro que transportava alunos da universidade sénior de Castelo Branco em que morreram 17 pessoas. 97
Foto 21 e 22 – Fotos ilustrativa da má visibilidade quando se encontra nevoeiro 98
Foto 23,24 e 25 – Ilustração da posição de protecção 99
Foto 26 – Ilustração da não criação da distância mínima de 15 metros e do mau posicionamento da ambulância. 100
Foto 27 e 28 – Ilustração da direcção das rodas em terrenos com declive 102
Foto 29 a 32 – Perigos provocados por desmoronamentos 102
Foto 33 – Ilustração da má imobilização assumida pela viatura de socorro no local do sinistro. 107
Foto 34 – Ilustração real do tipo de acidente abordado neste caso. 109
Foto 35 – Actuação das equipas do INEM, a uma vitima de atropelamento 113
Foto 36 a 42 – Heli-transporte Primário a partir de locais não preparados 117
Foto 43 – Transporte secundário a efectuar pelo helicóptero 118
Foto 44 – Ilustração da área mínima de segurança para aterrar um helicóptero 121
Foto 45 e 46 – Várias tipologias de armazenamento das matérias perigosas 123
Foto 47 – Fusão de Termoplásticos 129
Foto 48 e 49 – Exemplo de embalagens com fertilizantes 130
Foto 50 – Exemplo de embalagens com pesticidas. 131
Foto 51 e 52 – Instalações de um reactor nuclear 132
Fotos 53 à 56 – Diferentes tipos de painel laranja 134
Foto 57 – Camião de carga geral estacionado, é visível a placa de sinalização cor-de-laranja avisando o transporte de matérias perigosas (…) 139
Foto 58 – Veículo cisterna de transporte de refinados de petróleo 140
Foto 59 – Traseira de um camião de transporte de botijas de gás, é visível a placa de sinalização e a circulação com as luzes acesas 140
Foto 60 – Incêndio na zona industrial de Vila do Conde em que a equipa de socorro pré-hospitalar foi a primeira a chegar ao local (2009) 141
Foto 61 – Despiste de camião cisterna transportando ácido clorídrico 141
Foto 62 – Acidente envolvendo viatura cisterna de transporte gás propano 141
Fotos 63 e 64 – Acidentes graves envolvendo veículos de transporte de matérias perigosas 144
Fotos 65 à 74 – Fotos de acidentes de veículos que transportam matérias perigosas 145
Foto 75 – Foto do teatro de operações de socorro, onde esteve envolvido uma viatura de transporte de matérias perigosas 146
Foto 76 – Gel desinfectante MED + 153
Foto 77 – Foto da disposição do papel de mãos, gel desinfectante e sabão liquido no interior da célula sanitária da ambulância 153
Foto 78 e 79 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 1 187
Foto 80 e 81 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 2 187

Índice de Quadros
Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais 50
Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições 53
Quadro 3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo 54
Quadro 4 – níveis de tensão existentes na rede eléctrica nacional 84
Quadro 5 – Classes de matérias perigosas 126
Quadro 6 – Código de identificação de perigo 135
Quadro 7 – Regras de segurança para o manuseamento de produtos desinfectantes 157

Índice de Gráficos
Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010 19
Gráfico 2 – Efeitos da inalação de monóxido de carbono em baixas concentrações no ar ambiente 64

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Índice de Organogramas
Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos. 28
Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos 29

Índice de Ilustração
Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS) 24
Ilustração 2 – Procedimento a tomar em caso de incêndio num edifício 76

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Lista de siglas e acrónimos

TAE - Técnico de Ambulância de Emergência


ESTG - Escola Superior de Tecnologia e Gestão
INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica
SIV - Suporte Imediato de Vida
SBV - Suporte Básico de Vida
SNBPC - Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil
SAV - Suporte Avançado de Vida
VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação
CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes
EN - Estrada Nacional
IP - Itinerário Principal
EM - Estrada Municipal
SIOPS - Sistema Integrado de Operações e Protecção e Socorro
DON - Directiva Operacional Nacional
CDOS - Comando Distrital de Operações de Socorro
DIOPS - Dispositivo Integrado das Operações de Protecção e Socorro
APC - Agentes da Protecção Civil
GPL - Gás de Petróleo Liquefeito
EPI - Equipamento de Protecção Individual

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1 – Introdução
O tema do estágio, surgiu, no sentido de puder vir a colmatar, uma necessidade formativa
que o INEM ainda não implementou para a instrução de elementos que possam a vir
desempenhar funções como TAE.
Dado a extensão verificada de actuação do próprio INEM, à variabilidade de acções e a
multiplicidade de agentes envolvidos na emergência médica, irei direccionar este manual
especificamente aos profissionais TAE do INEM, que exercem funções nas ambulâncias de
SBV e SIV, espalhados pelo país.
Escolhi este grupo específico dos profissionais da emergência pré-hospitalar para
desenvolver o meu trabalho, por três razões. A primeira razão deve-se ao facto de esta ser a
área profissional no INEM que apresenta mais número de efectivos, cerca de 633 (*), do
universo de 1302, sendo que correspondem a 48,6% do total de todos os elementos, que
exercem funções na instituição. Por esta razão, o manual terá um maior número de
destinatários, para o puderem consultar. A segunda razão, surge no meu ver, porque o INEM
continua a apresentar uma lacuna de formação de determinadas temáticas na instrução e
preparação dos seus técnicos, para que possam estar devidamente capacitados para
responder a todas as exigências que este tipo de actividade impõe.
Muitos dos elementos admitidos para exercer funções como TAE, não têm experiência de
terreno na área da emergência pré-hospitalar, sendo que muito do conhecimento que irão a
adquirir, sobre algumas das temáticas em falta que pretendo retratar, ocorrem já no decorrer
na sua actividade profissional, por vezes com o auxílio dos seus colegas mais experientes. Por
esse motivo quero dar o meu contributo para que o INEM possa fornecer a cada TAE recém-
formado, um manual onde conste toda essa informação que no meu ponto de vista é
pertinente para que o técnico venha a ter uma melhor conduta profissional no futuro da sua
actividade.
Ora vejamos, além da formação específica na área do socorro pré-hospitalar,
desfibrilhação automática externa (DAE) e do curso de condução defensiva, o técnico não
possui mais nenhuma área de conhecimento ministrada pelo INEM. Quando os novos
técnicos ficam habilitados para exercerem o socorro pré hospitalar, todos eles tiveram a
indicação expressa aquando a sua formação, que só o devem fazer (actuar) quando existe
condições de segurança no local. Trata-se portanto de fazer cumprir escrupulosamente a
primeira directriz do seu protocolo de actuação. Agora, coloco a questão, quais são os
verdadeiros conhecimentos que cada técnico possui que permita que este faça uma
correcta avaliação e gestão do risco quando são chamados para intervir em determinada
ocorrência?

(*) - Segundo os dados estatísticos de 2009


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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 10
Rúben Viana
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010

Que eu tenha conhecimento não existe nenhuma formação instituída pelo INEM para
sensibilizar os seus profissionais para as condições de segurança, no trabalho de rua.
Qual é a formação que o INEM institui aos seus profissionais, de forma a sensibiliza-los para
as possíveis lesões músculo esqueléticas que possam vir a desenvolver no decorrer da sua
actividade?
Deste modo considero imperativo que deva existir mais formação e informação nesta
área, para que todos os técnicos de ambulância de emergência desenvolvam a sua
actividade no INEM com maior segurança.
Por fim, pretendo também, com este manual, testar as competências adquiridas no curso
em contexto de trabalho e dotar a instituição INEM, de documentos de segurança no sentido
de implementar a avaliação de riscos na instituição.

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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 11
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2 – Metodologia

A metodologia adoptada para a elaboração do manual consistiu no tratamento da


recolha de informação e dados durante o período de estágio, nos conhecimentos adquiridos
ao longo de 10 anos de experiência na actividade do pré-hospitalar, sendo que os primeiros
5 anos foram adquiridos em contexto de serviço voluntariado na corporação dos Bombeiros
Voluntários de Esposende e os últimos 5 anos, já ao serviço do INEM, como profissional de
emergência pré-hospitalar.
A informação introdutória e de desenvolvimento das diferentes temáticas, foi realizada
tendo por base a recolha e tratamento da informação retirada dos sites oficiais das várias
entidades com responsabilidade no assunto, tais como, a Autoridade Nacional de Protecção
Civil (ANPC), que me auxiliou na elaboração dos temas da Gestão do Risco, como por
exemplo, no incêndio em habitações ou viaturas, sismos, nevões, etc. Nos acidentes
eléctricos, foi consultado o site oficial da REN – Rede Eléctrica Nacional.
Também me servi dos conhecimentos adquiridos das diversas temáticas abordadas ao
longo da Pós-Graduação em SHT, na qual presenciei.

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3-Resumo Histórico

A emergência médica tem origem na época das guerras Napoleónicas, onde são
documentados os primeiros registos de intervenções, associados ao cirurgião Dominique
Larrey nos campos de batalha. Neste início da história da emergência médica os feridos
eram evacuados para os hospitais de campanha onde eram prestados os primeiros socorros.
Esta filosofia de abordagem aos doentes manteve-se até metade do séc XIX. No entanto no
final da década de 30, o cirurgião Kirschener altera um pouco o próprio conceito de
emergência médica pré-hospitalar, propõe que prioritariamente se deveria levar o médico
ao doente ao invés do tradicional transporte rápido do doente ao médico. Com a 2ª Grande
Guerra este conceito ganhou uma maior importância.

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no início da sua criação, afirmou-se na


sociedade portuguesa como organismo público responsável pelo auxílio de socorro à
população em caso de acidente ou doença súbita, realizando não só o socorro aos doentes
como também o transporte do local da ocorrência para uma unidade Hospitalar sempre que
necessário.
O INEM surge no importante início dos anos 70, aquando da reformulação do sistema
básico de saúde, cria-se o Serviço Nacional de Ambulâncias e posteriormente o Gabinete de
Emergência Médica, tendo a história rapidamente evoluído desde o ano de 1971 (ano da
criação o Serviço Nacional de Ambulâncias através do Decreto Lei nº 511/71 de 22 de
Novembro), a evolução das técnicas de emergência pré-hospitalar e de todos os dispositivos
técnicos envolvidos em toda a cadeia de procedimentos de emergência médica indiciaram
a evolução do INEM até ao seu estado actual.
A evolução recente do INEM tem sido baseado em três grandes linhas orientadoras, a
evolução científica e tecnológica, reforma do próprio sistema de saúde e a certificação da
qualidade.

Em termos de qualidade há uma especial preocupação para a certificação do INEM de


acordo com as normas:

- ISO 14001/1999 (Sistema de Gestão Ambiental);


- ISO 9001/2000 (Sistema de Gestão da Qualidade);
- OSHA 18001/1999 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo
referenciais normativos internacionais);

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- NP 4397/2001 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo referenciais


normativos nacionais).

Actualmente a nível mundial existem dois modelos de acção em emergência médica pré-
hospitalar, também identificados na evolução histórica, e que são:

► “Load and Go” ou “Scoop and Run” – Método de origem Americano, caracterizado por
uma acção de resgate imediato do doente e transporte para o hospital.

► “Stay and Play” – Método de origem Francófona, caracterizado pela estabilização do


doente no terreno e posterior transporte para a unidade hospitalar.

No nosso país o funcionamento baseia-se nos métodos do sistema francês SAMU de France
(Sistéme Ambulatoire de Médicin Urgent), ou seja numa primeira abordagem à vítima há uma
preocupação com a estabilização da vítima e posteriormente o seu transporte para o
hospital caso seja necessário.

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4-Enquadramento Legal

Quanto ao enquadramento legal do INEM, este é feito pelo Decreto-lei nº 167/2003 de 29


de Julho, ficando então responsável pela coordenação do Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM). Com a aprovação deste diploma há a preocupação de tornar o INEM “numa
estrutura adaptada à complexidade e responsabilidade da urgência/emergência primando
pela eficácia e eficiência nas suas múltiplas vertentes”. Este Decreto de Lei vem alterar a
orgânica aprovada em 1981 através do Decreto-lei nº234/81, introduzindo uma nova filosofia
de acção procurando actualizar esta área de acção médica em função das exigências da
evolução científica e tecnológica, bem como uma lógica global de reforma do sistema de
saúde, bem como de aprofundamento da qualidade dos serviços de urgência/emergência
prestados.
Posteriormente através da Portaria nº 458-A/2004 (2ª série) é aprovado o regulamento da
organização interna do INEM, o qual possui neste novo modelo competências muito
específicas das diversas áreas chave envolvidas na acção deste organismo.

Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio

NOTA: No site do INEM, em www.inem.pt, pode ter acesso a uma panóplia de legislação envolvendo a actividade do INEM.

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5-Meios Disponíveis

Podemos tentar explicar a acção do INEM através da sua prática de contacto com o
público, elucidando o leitor que todos os meios do INEM são accionados através de uma
central de gestão da emergência médica, mais conhecido por CODU (Centro de
Orientação de Doentes Urgente) sendo que a sua principal função de triagem é
desenvolvida em três momentos distintos:

1º - Atendimento da chamada pelos operadores do CODU, percepção da situação em si e


proposta de resposta para quem liga e simultaneamente accionamento dos meios INEM
necessários.

2º - Verificação da situação pelo Médico regulador, confirma o envio dos meios INEM e qual
a unidade hospitalar que irá receber o doente.

3º - Accionamento dos meios INEM, após confirmação do médico regulador a coordenação


dos meios é garantido por um posto com telefone, computador e rádio.

Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar

Para fazer face a todos os pedidos de emergência em todo o território nacional, o INEM
possui 4 CODU em Portugal Continental, sendo que estes incorporam também os CODU-Mar.
Existem um na cidade do Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.

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A interacção entre o CODU e as vítimas é assegurada pelos meios/equipas operacionais,


podendo estas ser de 6 tipos diferentes, conforme a necessidade da situação:

- Mota (Tripulada por um TAE);


- Ambulância SBV (Tripulada por dois TAE´s)
- Ambulância SIV (Tripulada por um TAE e um Enfermeiro);
- Ambulância Recém Nascidos (Tripulada por TAE + Médico + Enfermeiro);
- VMER (Tripulado por um Enfermeiro e um Médico);
- Helicóptero (Tripulado por Piloto e Co-piloto + Medico e Enfermeiro)

Nota: Nos dois primeiros meios apenas é instituído o suporte básico de vida às vítimas.

Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV

Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros

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Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM e não INEM

Estes meios só são disponibilizados depois da autorização dos médicos reguladores do


CODU, tendo estes um papel essencialmente de gestores de meios e supervisão das decisões
de accionamento dos meios.

Existem ainda outras estruturas especializadas na acção do INEM tais como:

● CAPIC – Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise,


sendo este o serviço que faz o acompanhamento psicológico do
pessoal do INEM e uma das equipas operacionais em caso de
catástrofe.
● CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos, este centro é o
responsável como o nome indica pelas questões ligadas à
intoxicação.
● CIPSE – Centro de Intervenção e Planeamento para Situações
de Excepção, tendo este centro as competências na área dos
simulacros e a elaboração dos planos de emergência de eventos
ou cenários excepcionais, bem como o planeamento e coordenação das equipas em
missões internacionais.

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A acção no terreno do INEM está dependente de um conjunto de meios técnicos e


humanos que possibilitam toda a dinâmica de socorro do nosso país, assegurando uma
cobertura de toda a área geográfica do país.
Desde a sua fundação a quantidade dos meios tem vindo a aumentar e a diversificar-se,
note-se pela figura abaixo a distribuição geográfica dos meios INEM.

Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros.

5.1 – Evolução dos meios em território nacional

Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010

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No plano qualitativo do panorama nacional da emergência pré-hospitalar, a evolução


têm sido positiva, com a profissionalização de um número significativo de meios. Hoje, além
dos meios com suporte avançado de vida (SAV), com 42 VMER e 5 helicópteros, há 28
ambulâncias SIV e 61 ambulâncias SBV, profissionalizadas.

5.2- Descrição da actividade

O facto de não existir informação sistematizada referente às técnicas de abordagem aos


doentes em situação de emergência, pode levar a uma complicada definição de risco para
o tripulante. O trabalho destes tripulantes é desenvolvido essencialmente em 10 momentos
distintos, traduzindo-se essencialmente:

1ª - De prontidão na base (status BASE);


2ª - Accionamento para a ocorrência (status CAMINHO DO LOCAL);
3ª - Chegada ao local e preparação da intervenção (status LOCAL);
4ª - Avaliação e prestação de cuidados à(s) vitima(s) de doença súbita ou trauma;
5ª - Preparação da (s) vitimas (s) para o transporte e passagem desta (s) para a ambulância;
6ª - Caminho do hospital – transporte (status CAMINHO DO HOSPITAL);
7ª - Chegada ao hospital e entrega da (s) vitima (s) à equipa de serviço (status HOSPITAL);
8ª - Preenchimento de verbetes e outros documentos.
9ª - Reposição do material nas mochilas de 1ª intervenção do veículo e passagem a
disponível (status DISPONIVEL) (*);
10ª - Regresso à base (status BASE);

Estes profissionais têm não só o constrangimento temporal associado à sua tarefa, pois
estabilizar um doente em estado crítico implica uma luta contra o tempo, como também têm
uma componente de trabalho em equipa muito marcado e ainda constrangimentos
espaciais.
É impossível definir uma acção individual na cadeia iniciada aquando de um telefonema
para o 112, todo o trabalho é feito em equipa mesmo no caso da mota é importante o
contacto com a equipa do CODU, desenvolvendo uma acção no terreno concertada com
as indicações que lhes são dadas.

(*) – Se não for possível passar a disponível no hospital, a ambulância deve regressar à base em status INOP. Deve ser notificado o CODU de tal situação.
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MANUAL de SEGURANÇA

e BOAS PRÁTICAS

para o profissional

TAE do INEM.

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TEMÁTICAS ABORDADAS NO MANUAL

O manual para o profissional TAE do INEM está dividido nas seguintes temáticas:

AVALIAÇÃO
DOS
RISCOS

TEMÁTICAS
ABORDADAS

ASPECTOS GESTÃO
ERGONÓMICOS
do RISCO

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HIERARQUIA DA CADEIA DE COMANDO

Comandante das Operações de Socorro – COS


A hierarquia da cadeia de comando preconizada para ocorrências que envolvem mais
que um agente da protecção civil é infelizmente uma temática que para muitos dos TAE´s é
de desconhecimento total. Por esse motivo, é dado a conhecer nesta fase inicial do manual,
a hierarquia de comando a que todos se devem reger, afim de exercerem a sua actividade,
sabendo exactamente o lugar que ocupam no sistema integrado das operações de
protecção e socorro (SIOPS).

As forças e meios de protecção civil consagrados na lei, são:

- Forças Armadas (FA);


- Guarda Nacional Republicana (GNR);
- Policia de Segurança Pública (PSP);
- Direcção Geral da Autoridade Marítima (DGAM);

- Instituto Nacional de Emergência Média (INEM);


- Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC);
- Sapadores Florestais (SF);
- Cruz Vermelha Portuguesa (CVP);
- Associações Humanitárias dos Bombeiros (AHB);
- Câmaras Municipais;
- Juntas de Freguesia,
- Sistemas Nacionais de Busca e Salvamento Aéreo e Marítimo (SNBSAM);
- Instituto de Meteorologia (IM);
- Direcção-Geral de Saúde (DGS);
- Policia Judiciária (PJ);
- Instituto da água (INAG);
- Autoridade Nacional Florestal (AFN),
- Empresa de Meios Aéreo (EMA);
- Estradas de Portugal;
- Instituto de Medicina Legal,
- ANACOM, ANSR, REFER, ICNB, IPTM, INIR e outras entidades públicas e privadas).

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Quando um incidente envolve mais de que um agente de socorro, está preconizado em


diploma legal a hierarquia de competências e funções que cada um dos agentes de
protecção civil deve assegurar.
Deste modo dá-se a conhecer a todos os TAE´s e restantes elementos profissionais do INEM,
que se encontra consagrado em diploma constitucional, através do D.L. nº134/2006 e da
DON – Directiva Operacional Nacional nº1/2009, que o chefe da primeira força de socorro a
chegar ao local do sinistro assume de imediato a função de comando da operação de
socorro (COS).

Funções do INEM, no papel de agente da Protecção Civil

O INEM coordena todas as actividades de saúde em ambiente pré-hospitalar, a triagem e


evacuações primárias e secundárias, a referenciação e transporte para as unidades de
saúde adequadas, bem como a montagem de Postos Médicos Avançados (PMA);
Executa a triagem e o apoio psicológico a prestar às vítimas no local da ocorrência, com
vista à sua estabilização emocional e posterior referenciação para as entidades adequadas;
O INEM garante as missões solicitadas pelo CNOS, de acordo com esta directiva, com os
planos de emergência de protecção civil dos respectivos escalões e das suas próprias
disponibilidades;
O INEM articula-se, no cumprimento de todas as missões de apoio e assistência no âmbito
desta directiva, a nível nacional, com o CNOS, a nível distrital, com o CDOS e no local da
ocorrência, com o COS;

Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS)

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Sistema de Gestão das Operações


O Sistema de Gestão das Operações é uma forma de organização de um teatro de
operações, que é utilizada seja qual for a importância e o tipo de ocorrência, e desenvolve-
se de uma forma modular.

A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do Comandante


das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os meios disponíveis do
primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes;

Sempre que uma força de socorro das organizações integrantes do Sistema Integrado de
Operações de Protecção e Socorro (SIOPS) seja accionada para uma ocorrência, o chefe da
primeira equipa a chegar ao local assume de imediato a função de COS, dando assim início
à DON Nº1/2009/ANPC – organização mínima de um teatro de operações, permitindo manter
desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operação;

A assunção da função de COS deve ter em conta as competências, atribuições legais e


capacidade técnica da entidade representada, tendo em vista a resolução adequada da
situação;

O Comandante de um Corpo de Bombeiros é o máximo responsável pelo Comando das


Operações de Protecção e Socorro, na sua área de actuação, até à transferência do
Comando para um responsável de escalão superior;

A evolução da situação pode levar ao aumento da complexidade da operação e


consequentemente do teatro de operações, pelo que o processo de transferência da
função de COS é de vital necessidade, competindo a um elemento de Comando do Corpo
de Bombeiros com a responsabilidade da área onde decorre o evento, assumir essa função;

O comando próprio de cada força deverá ser proporcional e adequado ao envolvimento


de meios humanos e materiais empregues pela mesma.

Desenvolvimento da cadeia de comando

(a) O desenvolvimento da cadeia de comando acontecerá sem prejuízo, e com base nas
disponibilidades do momento, de uma resposta hierarquicamente adequada, coordenada e
imediata à situação, de modo a evitar desenvolvimentos catastróficos das ocorrências.

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(b) Extrapolando o tipo de hierarquia para os meios INEM, a responsabilidade da assumpção da


função de Comandante das Operações de Socorro cabe por ordem crescente:

– Ao Chefe da primeira equipa a chegar ao evento, independentemente da sua titularidade;


– Ao Médico da 1ª VMER a chegar ao teatro de operações (no caso da 1ª equipa a chegar
ao evento ser composta por meios INEM SIV ou SBV);
– Ao Chefe do Grupo de Combate presente no teatro de operações;
– Ao Oficial Bombeiro mais graduado, presente no teatro de operações;
– Ao Comandante do Corpo de Bombeiros da área de actuação;
– A nível intermunicipal ou regional ou por decisão do Comandante Operacional Nacional,
em situações de maior complexidade que o justifiquem, a função de COS pode ser assumida
por um elemento da estrutura de comando operacional distrital da ANPC;
– A nível inter-distrital poderá assumir o Comando, um elemento da estrutura de comando
operacional nacional da ANPC, se a situação o justificar ou por decisão do Comandante
Operacional Nacional.

(c) Na Faixa Litoral

– Os Capitães dos Portos têm, de acordo com o Decreto-Lei nº 44/2002, de 2 de Março,


competências de Protecção Civil na faixa litoral e nos espaços do Domínio Público Hídrico
sob jurisdição da Autoridade Marítima Nacional.
– Existindo sinergias que resultam da existência de um DIOPS com as valências diferenciadas
dos vários APC, nomeadamente a Autoridade Marítima, os Capitães dos Portos, no âmbito
das competências que a lei lhes confere, assumem as funções de COS no seu espaço de
jurisdição e em articulação estreita com os CDOS dos Distritos onde se inserem as respectivas
capitanias dos portos, sem prejuízo das competências nacionais da Protecção Civil.

Síntese do exposto
Perante o exposto, fica preconizado que o elemento INEM na função de TAE, caso seja o primeiro
meio a chegar ao teatro de operações ficará como COS no momento, sendo que o deixará de ser, se
porventura chegar ao local o médico de uma VMER, ou uma equipa dos bombeiros locais. A partir
dessa altura deverá transferir essa função ao médico ou elemento dos bombeiros mais graduado
chegado ao local.
Deste modo, para que todo socorro se processe da melhor forma, e sem que haja possíveis
desentendimentos entre as equipas de socorro, deve-se a partir desse momento, promover o diálogo
entre equipas, para que desta forma sejam ultrapassadas as possíveis divergências do melhor método
para socorrer os sinistrados, procurando sempre que possível, adoptar o procedimento que seja mais
vantajoso para a integridade e saúde das vítimas.

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Avaliação dos
riscos

Tema nº1

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Tema 1 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS

1 - CONTAMINANTES
O meio ambiente de trabalho

Estudar situações de poluição do meio ambiente, no que se refere a poluentes químicos,


físicos, ou biológicos, é aplicar métodos e normas que tem em atenção a protecção do meio
ambiente, pretendendo com isso a avaliação e prevenção do risco de doença para a
comunidade em geral.
Grande parte da vivência diária do homem, dá-se no meio ambiente de trabalho, onde
podem ocorrer varias situações de poluição, como por exemplo, ruído, vibrações, radiações,
poeiras e gases e vários tipos de poluentes biológicos. Na presença destas situações podem
aparecer casos de doença profissional, originados pelas más condições de trabalho, ou seja,
quando a presença destes poluentes ultrapassa os valores a partir dos quais podem causar
doenças profissionais.
Sendo assim, o TAE no fim deste módulo terá um maior leque de conhecimentos para que,
possa realizar uma rápida avaliação ao local de cada ocorrência de modo a identificarem
possíveis riscos para o exercício das suas funções.
Neste pressuposto, os contaminantes a que o TAE está potencialmente expostos aquando
o exercício das suas funções são:

CONTAMINANTES

QUIMICOS FISICOS BIOLÓGICOS

Vias de entrada no
organismo
INALAÇÃO RUÍDO

PELE VIBRAÇÕES

INGESTÃO TEMPERATURA

ILUMINAÇÃO

HUMIDADE

RADIAÇÕES IONIZANTES

Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos.

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PERIGO: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de


lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, ou
de danos para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação
deste.

RISCO: Combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da


ocorrência de um determinado acontecimento perigoso.

1.1 – CONTAMINATES QUÍMICOS

O risco associado aos agentes químicos traduz-se na possibilidade de que o perigo


potencial associado ao agente químico possa concretizar-se nas condições de utilização ou
na exposição a esse mesmo agente.
Considera-se que uma actividade envolve agentes químicos quando são utilizados ou se
destinam a sê-lo, incluindo a sua produção, o manuseamento, a armazenagem, o transporte
ou a eliminação e o tratamento, ou a actividade que durante o seu decurso são produzidos
agentes químicos.

AGENTES QUIMICOS PERIGOSOS

ACIDENTES DE TRABALHO DOENÇAS PROFISSIONAIS

PROJECÇÕES SATURNISMO

QUEIMADURAS ASBESTOSE

INTOXICAÇÕES AGUDAS SILICOSE

DERMATITES

Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos

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1.1.1– Conceitos

Higiene Industrial – Conjunto de metodologias não médicas que estuda e avalia as


condições físicas, químicas e biológicas com o pressuposto da prevenção das doenças
profissionais.
Em termos gerais a higiene industrial ocupa-se com a identificação dos contaminantes,
promove a sua medição e compara com os valores limite de referência, e
consequentemente procede à correcção. Assenta fundamentalmente em técnicas e
medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.

Contaminante – Considera-se um contaminante um produto químico, uma energia ou um


microorganismo que presente num determinado meio, ambiental ou ocupacional pode
afectar a saúde das pessoas.

Contaminantes químicos – Os contaminantes químicos são constituídos por matéria inerte


(não viva), sendo que se podem apresentar no ar ambiente em forma de poeira (gás ou
vapor) ou de aerossóis (sólidos ou líquidos).

Qualquer substância química é capaz de produzir efeitos nefastos no organismo humano se


este a absorver em quantidade suficiente. As substâncias químicas não tem todas o mesmo
potencial nefasto e o efeito tóxico que produz no organismo, dependerá naturalmente da
dose absorvida, mas também do tempo que se está sujeito a essa dose. Dependente destes
dois factores, classifica-se a intoxicação de aguda ou crónica.

1.1.2 – Vias de entrada no organismo

As substâncias químicas presentes nos locais de trabalho podem penetrar no nosso


organismo ou influenciar-nos de maneiras distintas:

Por Inalação:
Todas as substâncias químicas que se encontram na forma de gases, vapores, fumos,
poeiras, fibras, etc., podem ser arrastadas pela corrente respiratória da inalação.

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Dependendo do tamanho e da forma das partículas, percorrerão toda ou parte do


percurso do aparelho respiratório podendo vir a produzir-se prejuízos diversos para a saúde,
desde as simples irritações das mucosas do nariz e garganta, até a danos irreversíveis em
qualquer órgão derivado da substância tóxica ter sido transportada pelo sangue.

- Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas (ex: Cloro )

TIPO DE - Incêndios urbanos e rurais;

OCORRÊNCIAS - Intoxicações com substâncias químicas (ex: Tintas, Metano proveniente da fossa séptica)

Pelo contacto com a pele:


Todas as substâncias químicas que entram em contacto com a pele, podem atravessa-la,
umas com mais facilidade que outras, e chegar ao sangue donde se distribuem por todo o
corpo. A facilidade com que uma substância é absorvida através da pele, depende
fundamentalmente das suas propriedades químicas (capacidade de se dissolver na água ou
em gorduras) e do estado da própria pele.
Assim, por exemplo, a pele cuja epiderme (capa externa da pele), não está intacta ou
onde existem erosões por efeito de alguns produtos de limpeza (de uso laboral ou
doméstico), oferece muito menor resistência à passagem do tóxico.

- Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas(ex: Cloro, Ácido Clorídrico, Hipoclorito de Sódio)
TIPO DE
- Ideação suicida com GRAMOXONE.
OCORRÊNCIAS

Por ingestão:
A ingestão de substâncias químicas durante o trabalho, só sucederá duma forma
voluntária ou associadas a práticas ou hábitos pouco higiénicos, como fumar, comer ou
beber no posto de trabalho. No entanto nas situações em que o contacto do indivíduo com
a substância é contínuo e esta encontra-se sob forma de poeira, pode originar a ingestão da
substância.
A higiene pessoal, assim como a proibição de fumar, comer ou beber nos locais de
trabalho, minimizam a entrada do contaminante pela via digestiva. Pelas mesmas vias, as
substâncias químicas podem manifestar-se no organismo de forma diferente causando vários
tipos de lesões.

- Deficiente higienização das mãos, após ter finalizado a assistência numa ocorrência.
TIPO DE
OCORRÊNCIAS

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1.1.3 - Valores Limite de Exposição – VLE

Os Valores Limite de Exposição registados na NP-1796 (*), são a transcrição para a


normalização portuguesa dos TLV's americanos, proposto anualmente pelo American
Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Os VLE expressam concentrações
no ar dos locais de trabalho de diversas substâncias, abaixo destes valores julga-se que os
trabalhadores podem expor-se sem risco.
A esta situação associa-se a variação das respostas individuais, em que há a possibilidade
de alguns trabalhadores poderem vir a sofrer alguns danos no contacto com certas
substâncias, mesmo a concentrações inferiores aos Valores Limite de Exposição,
nomeadamente aqueles que apresentam susceptibilidade individual.

1.1.4 - Fichas toxicológicas e de segurança

O combate aos riscos provenientes da utilização de substâncias químicas nos ambientes


de trabalho inicia-se com a informação sobre essas substâncias. Para permitir o acesso a essa
mesma informação interessa conhecer a Ficha de Dados de Segurança (FDS).
Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou preparações perigosas, é
essencial estar informado sobre os principais riscos representados pela utilização desses
produtos. A Ficha de Dados de Segurança fornece um conjunto de informações agrupadas
por tópicos, cada um contendo a informação para o manuseamento seguro da substância.
A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de Dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e
fornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha
de dados de segurança, que transmite informações fundamentais sob o ponto de vista da
segurança, designadamente:

1- Identificação da substância/preparação e da sociedade/empresa.


2- Composição/informação sobre os componentes.
3- Identificação de perigos.
4- Primeiros socorros.
5- Medidas de combate a incêndios.
6- Medidas a tomarem em caso de fugas acidentais.
7- Manuseamento e armazenagem.
8- Controlo da exposição/protecção individual.
9- Propriedades físicas e químicas.
10- Estabilidade e reactividade.

(*) - Nota: Pode efectuar o “download” grátis da norma portuguesa (NP-1796) em: “www.ipq.pt/backFiles/prNP001796_2007.pdf”
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11- Informação toxicológica.


12- Informação ecológica.
13- Questões relativas à eliminação.
14- Informações relativas ao transporte.
15- Informação sobre regulamentação

Imagem 7 – Informação presente num rótulo

Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico


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Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo

Em ambiente pré-hospitalar os agentes químicos largamente utilizados, são:

● Agentes de limpeza, desinfecção e esterilização;


● Soluções medicamentosas;
● Óleos lubrificantes bem como outros produtos usados na manutenção da viatura e base.

1.1.5 – Rotulagem das embalagens

As embalagens de substâncias e preparações perigosas colocadas no mercado devem


possuir um rótulo com indicações que permitam uma fácil identificação dos riscos inerentes à
utilização dos produtos e que mencione as medidas de prevenção a ter em conta,
nomeadamente os símbolos de segurança fazendo referência ao seu significado, as
indicações de perigo das substâncias ou preparações perigosas.

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Símbolo de
segurança e Significado (Definição e Precaução) Exemplos
nome

Classificação: Estes produtos químicos causam destruição de


tecidos vivos e/ou materiais inertes. • Ácido clorídrico
• Ácido fluorídrico
Precaução: Não inalar e evitar o contacto com a pele, olhos
e roupas.
C Corrosivo

Classificação: Substâncias e preparações que podem


explodir sob o efeito da chama ou que são mais sensíveis aos
choques ou às fricções que o dinitrobenzeno. • Nitroglicerina

E Altamente Precaução: evitar batida, empurrão, fricção, faísca e calor.

explosivo

• Oxigênio
Classificação: o material pode acender ou facilitar a • Nitrato de
combustão, impedindo o combate ao fogo. potássio
• Peróxido de
Precaução: evitar o contato dele com materiais combustíveis. hidrogênio
O Comburente
Classificação: Substâncias e preparações:

• que podem aquecer e finalmente inflamar-se em


contacto com o ar a uma temperatura normal sem
fornecimento de energia, ou
• sólidas, que podem inflamar-se facilmente por uma
breve acção de uma fonte de inflamação e que continuam
a arder ou a consumir-se após o afastamento da fonte de
inflamação, ou • Benzeno
• no estado líquido, cujo ponto de inflamação é • Etanol
inferior a 21 º.C, ou • Acetona
• gasosas, inflamáveis em contacto com o ar a
F Facilmente pressão normal, ou
inflamável • que, em contacto com a água ou o ar húmido,
desenvolvem gases facilmente inflamáveis em quantidades
perigosas;
• Materiais altamente inflamáveis, gases inflamáveis,
combustíveis líquidos.

Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água).

Classificação: Substâncias e preparações líquidas, cujo ponto • Hidrogênio


de inflamação se situa entre 21 º.C e 55 º.C; • Etino
• Éter etílico
Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água).
F+ Extremamente
inflamável

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Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação, • Cloreto de bário


ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos
graves, agudos ou crónicos, e mesmo a morte. • Monóxido de
carbono
• Metanol
Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser
evitado.
T Tóxico
Classificação: após inalado, ingerido ou absorção através da
pele, provoca gráves problemas de saúde e até mesmo • Cianureto
morte. • Trióxido de arsênio
• Nicotina
Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser
evitado.
T+ Muito tóxico
Classificação: Substâncias e preparações não corrosivas que,
por contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele • Cloreto de cálcio
ou as mucosas, podem provocar uma reacção inflamatória. • Carbonato de
sódio
Precaução: gases não devem ser inalados e toque com a
pele e olhos deve ser evitado.
Xi Irritante
Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação, • Etanal
ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos de
gravidade limitada; • Diclorometano
• Cloreto de
potássio
Precaução: deve ser evitado o contato com o corpo
humano, assim como a inalação dessa substância.
Xn Nocivo

Definição: A libertação dessa substância no meio ambiente • Benzeno


pode provocar danos ao ecossistema a curto ou longo prazo
• Cianureto de
potássio
Manuseio: devido ao seu risco em potencial, não deve ser • Lindan
liberado em encanamentos, no solo ou no ambiente.
Tratamentos especiais devem ser tomados!
N Perigoso para o
ambiente

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Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo)

1.1.6 – Frases de risco e segurança

As frases de Risco e Segurança, também conhecidas como frases R/S, são um sistema de
códigos de risco e frases para descrição de compostos químicos perigosos. As frases R/S
consistem em frases indicadoras de riscos específicos (frases R), indicado pela letra R, e frases
de recomendações de prudência (frases S) indicadas pela letra S. Essas letras são seguidas
de um número, cuja combinação indica uma única frase que possui o mesmo significado em
diferentes idiomas.
Há ainda a possibilidade de combinações entre frases indicadoras de risco, onde os
números (precedidos pela letra R) são separados:

● Por um hífen (-), quando se trata de indicações distintas, referentes a riscos (R) específicos.
● Por um traço oblíquo (/), quando se trata de uma indicação combinada, reunindo numa só
frase a menção aos riscos específicos.

Exemplo:
As frases R/S para o ácido clorídrico na forma gasosa (37%) é:
R: 34-37 ; S: 26-36-45

As frases correspondentes na língua portuguesa são:

Riscos:
R34: Provoca queimadura
R37: Irritante para as vias respiratórias.

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Segurança:
S26: Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com água e consultar um especialista.
S36: Usar vestuário de protecção adequado.
S45: Em caso de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico (se possível mostrar-lhe o rótulo)

1ª OBSERVAÇÃO: Hífens separam os números das frases de risco distintas e não devem ser confundidas
com indicações de faixa de frases compreendidas.
Exemplo: R34-37 Causa queimadura, irritação para as vias respiratórias.

2ª OBSERVAÇÃO: Barras indicam combinações de frases simples.


Exemplo: R36/37/38 Irritante para os olhos, vias aéreas e pele.

NOTA: A Lista de Frases de Perigo e de Segurança encontra-se nos anexos do manual

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1.2 - CONTAMINATES FÍSICOS

Tem origem em diferentes formas de energia que, geradas por fontes concretas, estes
contaminantes podem afectar a saúde dos trabalhadores que estejam submetidos a elas.
Estas energias podem ser mecânicas, térmicas ou electromagnéticas e, devidas ás suas
diferenças, dão lugar a efeitos muito distintos entre si.
Estas energias manifestam-se sobre a forma de ruído, vibrações, temperatura, radiações
ionizantes. As condições ambientais dos locais de trabalho associadas a factores de risco
físico são o ruído, a iluminação, a temperatura e a humidade, radiações ionizantes e
radiações não ionizantes e as vibrações.

Iluminação:

As condições de iluminação nos locais de trabalho está directamente associada à


produtividade. Dependendo da tarefa, a iluminação tem uma intensidade recomendada
que pode ser quantificada. No entanto nos locais de trabalho deve reproduzir fielmente o
campo a ser observado pelo trabalhador, não deve incidir directamente nos olhos, nem
causar um efeito estroboscópio ou ser reflectida pelas superfícies onde incide de forma a
evitar acidentes e entre outros efeitos reduzir a fadiga visual e consequentemente a geral.

Ruído:

A ocorrência de danos na saúde dos profissionais do pré-hospitalar derivado aos altos


níveis de ruídos ainda não foi confirmada.
No entanto ruídos perturbadores podem ocorrer em vários locais que podem colocar em
risco a comunicação entre profissionais, e profissionais e doentes. De entre os factores que
podem afectar a perda de audição estão as características do agente, o nível de pressão
sonora, o tipo de ruído que emite, a duração e a qualidade.

Temperatura:

A temperatura esta fortemente associado ao calor. O calor consiste numa forma de


energia que se transmite de um corpo para outro através de processos de convenção,
radiação e condução. A temperatura nos locais de trabalho depende do tipo de actividade
desenvolvida. Assim, actividades sem exigências de movimentação ou esforço estão

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associadas temperaturas entre os 19°C e os 23°C. As actividades que exigem movimentação


e esforço as temperaturas associadas normalmente são mais baixas.

Humidade:

Os locais de trabalho que apresentem humidade no tecto e paredes são mais susceptíveis
de vir a desenvolver fungos traduzindo-se numa má qualidade do ar interior. As condições de
humidade relativa, presentes no local de trabalho devem situar-se entre os 30% e os 70%. Para
além dos factores ligados à relação temperatura/humidade compreendem sintomas como a
secura nasal e da pele entre outros sintomas. A manutenção dos valores para a humidade
relativa dentro dos parâmetros recomendados previne a formação de cargas electrostática
nos locais de trabalho.

Radiações ionizantes:

Forma de energia que ao interagir com a matéria tem a capacidade de a ionizar. As


radiações são usadas para efeitos de diagnóstico e de terapêutica, consistindo em algumas
delas em raios X, partículas alfa, beta e gama.
A exposição as radiações está sujeita a Valores Máximos Admissíveis e o controlo é
efectuado individualmente através do uso de dosímetros individuais, e ambientalmente
através de medições periódicas ás instalações dos equipamentos. As medidas de protecção
são distintas, sendo elas colectivas e individuais. A protecção relativamente à fonte assenta
essencialmente em 3 princípios básicos:

1- Permanecer o mínimo tempo possível próximo da fonte de emissão;

2- Permanecer à máxima distância possível da fonte de emissão;

3 - Fazer uso do efeito barreira para diminuir a dose recebida: uso de coletes e colarinho com
protecção chumbinea, nas instalações as protecções físicas devem ter protecção
adequada à dose emitida. As áreas onde são utilizadas radiações devem ser sinalizadas, e o
acesso deve ser limitado e controlado pelos seus profissionais.

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1.3 - CONTAMINANTES BIOLÓGICOS


São organismos com um determinado ciclo de vida que, ao penetrar no homem originam
o aparecimento de doenças do tipo infeccioso ou parasitário. Os agentes biológicos,
microorganismos incluindo os geneticamente modificados, as culturas e os endoparasitas
humanos, são susceptíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações, são exemplos, as
formas vegetativas, os vírus, as bactérias, fungos, parasitas, os esporos, as endotoxinas entre
outros.
A presença de agentes biológicos em meio pré-hospitalar não pode ser evitada, sendo
que o uso de equipamento de protecção individual, aplicação de procedimentos seguros e
o cumprimento das regras de higiene pelos profissionais, tais como, a limpeza da ambulância,
dos equipamentos utilizados no doentes e a base INEM, são os únicos meios de prevenir
doenças e a ocorrência de acidentes que envolvam agentes biológicos.

1.3.1 - Vias de entrada no organismo

Aparelho Respiratório: Inalação


Aparelho Digestivo: Ingestão de alimentos ou água
Pele e Mucosas: Contacto com a pele, pele lesada e inoculação (*)

1.3.2 - Classificação dos agentes biológicos

A classificação dos agentes biológicos, está legislada pelo decreto-lei nº84/87 de 16 de


Abril, sendo que têm em consideração os riscos:

- Para o manipulador;
- Para a comunidade;
- E para o meio ambiente.

● Agente Biológico Grupo I


Agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no ser humano é baixa.

● Agente Biológico Grupo II


Agente biológico que pode causar doenças no ser humano e constituir um perigo para os

(*) - A inoculação é o acto de introduzir, como por exemplo, uma vacina no corpo humano. Existem vacinas que apenas necessitam de uma inoculação,
mas outras necessitam ser inoculadas com alguma frequência.
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trabalhadores sendo escassa a probabilidade de se propagar na colectividade e para o qual


existem, em regra meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Legionella pneumophila Staphylococcus aureus

● Agente Biológico Grupo III


Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave
para os trabalhadores sendo susceptível de se propagar na colectividade, mesmo que
existam meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Bacillus anthracis Salmonella typhi

● Agente Biológico Grupo IV

Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave
para os trabalhadores, sendo susceptível de apresentar um elevado nível de propagação na
colectividade, e para o qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.

Vírus Ebola

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1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos

A – Prevenção do tipo técnica:


- Medidas de Engenharia;
- Medidas Organizacionais;
- Medidas Administrativas;
- Plano de Acção para: acidentes, incidentes e emergência.

B – Prevenção do tipo médica:


- Exames de Saúde de Admissão, Periódicos e Ocasionais

C – A Formação e informação aos trabalhadores.

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Gestão do
Risco

Tema nº2

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Tema 2 – GESTÃO DO RISCO

A avaliação e gestão de riscos constituem a base da abordagem comunitária para


prevenir acidentes e problemas de saúde profissionais, sendo que existem razões
suficientemente válidas para tal.
Se o processo de avaliação de riscos, e a abordagem da gestão da saúde e segurança,
não for bem conduzido ou não for de todo realizado, as medidas de prevenção adequadas
não serão provavelmente identificadas ou aplicadas.
Todos os anos, milhões de pessoas na UE lesionam-se no local de trabalho ou sofrem de
problemas de saúde graves relacionados com o trabalho. É por este motivo que a avaliação
de riscos é tão importante, sendo o factor-chave para um local de trabalho saudável. A
avaliação de riscos é um processo dinâmico que permite às empresas e organizações
implementarem uma política pró-activa de gestão dos riscos no local de trabalho, em
detrimento de uma política reactiva.
Pelas razões enumeradas, é fundamental que todas as empresas, independentemente da
sua categoria ou dimensão, realizem avaliações regulares. Uma avaliação de riscos
adequada inclui, entre outros aspectos, a garantia de que todos os riscos relevantes são tidos
em consideração, a verificação da eficácia das medidas de segurança adoptadas, o registo
dos resultados da avaliação e a revisão da avaliação a intervalos regulares, para que esta se
mantenha actualizada.
A legislação comunitária mais importante em matéria de avaliação de riscos é a Directiva
2007/30/CE, que altera a directiva 89/391/CEE. Esta directiva foi transposta para a legislação
nacional de cada Estado-Membro. Contudo, os Estados-Membros têm o direito de adoptar
disposições mais rigorosas para proteger os seus trabalhadores.

Neste capítulo, vão ser abordadas variadíssimas temáticas cujo estas, podem colocar o
TAE exposto ao risco sendo que em cada uma delas, serão enumeradas as instruções de
actuação mais correctas, que deverão ser tomados em consideração, para que a
segurança do TAE e sua equipe juntamente com integridade da viatura de socorro, nunca
sejam postas em causa, devido ás situações que possam ocorrer aquando a ida para um
pedido de auxílio.

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As temáticas abordadas neste capítulo são as seguintes:

2.1 – Incêndio em habitações ou viaturas


2.2 – Manuseamento de um extintor
2.3 – Derrame com produtos químicos
2.4 - Manuseamento do oxigénio
2.5 - Fuga de gás combustível
2.6 – Intoxicação por monóxido de carbono – CO
2.7 - Sismos
2.8 - Nevões
2.9 – Violência no local de trabalho
2.10 – Evacuações de emergência
2.11 – Acidentes eléctricos
2.12 – Equipamento de protecção individual – EPI
2.13 – Sinalização e protecção rodoviária
2.14 – Identificação das matérias perigosas
2.15 – Bio-segurança
2.16 – Limpeza e Higiene

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2.1- INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS

Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas

O TAE, no exercício das suas funções, algumas das vezes poderá deparasse com situações
inesperadas, tal como a deflagração de um incêndio, na habitação da vítima que vão ou
está a socorrer, ou mesmo num veículo acidentado em plena via rodoviária.
Perante uma situação destas, e sem correr riscos desnecessários o TAE poderá seguir uma
série de procedimentos de forma atenuar ou mesmo extinguir o incêndio, antes que ele tome
proporções mais difíceis de controlar, e que deste modo poderia colocar em perigo de vida
iminente o profissional e as vítimas que está a socorrer nesse momento.
Para isso, então, se o TAE:

SE DETECTAR um incêndio no interior de um edifício de habitação ou escritórios, deve:

1 - Manter a calma e não entrar em pânico;

2 - Accionar a botoneira de alarme mais próxima e contacte o CODU fornecendo

toda a informação disponível, nomeadamente:

a Local;

a Gravidade da situação;

a Eventual existência de vítimas em zona muito próxima;

a Produtos e equipamentos envolvidos;

a Eventual proximidade de pontos perigosos;

3 - Se possível, quando habilitado e sem correr riscos desnecessários, procure extinguir o foco

de incêndio com os meios de 1ª intervenham existentes no local;

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4 - Se não conseguir extinguir o foco de incêndio:

a Abandone imediatamente o local onde ocorreu o incêndio;

a Não corra;

aSe houver fumos baixe-se e saia do local, se necessário, a gatinhar.

OBSERVAÇÕES:
● Nunca abra uma porta fechada, antes de verificar se ela esta quente. Use a parte posterior
da mão para evitar queimar-se na face palmar;
● Se a porta estiver quente, procure outra saída de emergência. Se não existir procure selar as
frestas a volta das portas e janelas com o que tiver a mão: tecidos, cobertores, etc.
● Se as chamas se atearem ás suas roupas, detenha-se, atire-se ao chão e rebole-se, isto
apagara as chamas e pode salvar-lhe a vida;
● Se alguém próximo de si estiver envolto em chamas, cubra-o com uma manta, apagando
as chamas. Isto poderá salva-lo de possíveis queimaduras;
● Se ficar preso numa sala cheia de fumo:
a Permaneça junto ao solo onde o ar é mais respirável;
a Se possível abra uma janela;
a Procure sinalizar a sua presença.

Se CONSTACTAR um incêndio numa viatura:

1- Mantenha a calma e não entrar em pânico;


2- Contacte o CODU, explique sucintamente do que está a ser testemunha, e solicite os
bombeiros e autoridade no local.
3 - Coloque possíveis vítimas em segurança;
4 - Se o incêndio deflagrado na viatura estiver localizado e ainda for de poucas proporções
(isto é, gerou ainda pouca carga térmica), tente extingui-lo com o extintor que tem presente
na ambulância, caso contrário, não faça nada.
5 - Evacue a zona, criando uma zona de segurança de pelo menos 20 metros de diâmetro
em volta da viatura, e um corredor de emergência de forma a permitir o fácil acesso às
viaturas dos bombeiros, aquando a sua chegada.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: A deflagração de um incêndio numa viatura movida a gásoleo, não é tão violento do que num a
gasolina ou GPL. Esteja consciente que poderá ouvir estrondos derivado do rebentamento de pneus, ou da explosão do depósito de
gasolina ou ainda mesmo o rebentamento do reservatório de GPL. Tente procurar saber junto do proprietário da viatura se porventura
transportava no seu interior (mala) alguma garrafa pressurizada (ex: garrafa de ar comprimido para a prática de mergulho) ou uma
garrafa de gás propano/butano, ou material pirotécnico. Procure confirmar também se o carro está equipado a GPL, isto porque,
existem proprietário que não colocam o dístico no exterior da viatura a dar essa mesma indicação. Depois transmita essa informação
aos bombeiros aquando a sua chegada ao local.

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2.2- MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR

O local onde normalmente desenvolvemos as nossas tarefas profissionais


acarreta, muitas vezes, riscos para o nosso bem-estar. Um desses riscos é o
risco de incêndio. A possibilidade de ocorrência de um incêndio deve ser
tida em conta em todo o tipo de actividades.
Como é sabido o fogo traz benefícios para todos mas dentro do controle
do ser humano. Quando tal não acontece o resultado pode ser catastrófico.
A prevenção torna-se a principal "arma" no combate a este tipo de riscos e perigos
consequentes. Uma das formas de prevenção mais adequadas é a informação / formação
sobre o conhecimento e utilização de um dos meios de extinção mais utilizados no combate
a focos de incêndio, os extintores.

2.2.1 - Como se inicia um incêndio?

As causas pelas quais um incêndio tem início são as mais variadas:

• Comportamento inadequado como fumar ou foguear em locais em que tal é proibido;


• Fogo posto com ou sem intenção;
• Electricidade estática;
• Corrente eléctrica (curto - circuito) na habitação ou viatura;
• Manipulação de produtos químicos (inflamáveis) sem os cuidados necessários;
• Fugas e propagação de gás;
• Acidente rodoviário.

IMPORTANTE: Quanto maior for o número de materiais combustíveis existentes, maiores serão o
riscos de propagação de incêndio. Uns dos produtos resultantes do incêndio são os fumos e
os gases libertados que são extremamente nocivos para a saúde. No caso de inalação
excessiva destes podem ocorrer situações de desmaio, intoxicação ou mesmo asfixia.

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2.2.2 - Tipos de incêndio

Os fogos não são de facto todos do mesmo tipo. Estes dependem do tipo de material que
entra em combustão. Devido ás suas características particulares dão origem a incêndios de
características diferentes muitas vezes observáveis. Consequentemente o agente extintor
necessário para apagar um determinado tipo de incêndio irá variar também.
Uma das formas de classificar os incêndios é, então, em função da natureza do
combustível. Segundo a Norma portuguesa EN 2 estes classificam-se em 4 classes de fogos
diferentes consoante o material combustível.
De seguida é apresentado um quadro com as classes de fogos existentes:

Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais

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2.2.3 - Extintores

Os extintores são aparelhos com agente extintor, sendo que o agente extintor, colocado
no seu interior é projectado e dirigido sobre as chamas pela acção de uma pressão interna.
Os extintores que serão tratados neste documento serão os portáteis. Segundo a Norma
Portuguesa - 1589 de 84 um extintor portátil é o "extintor concebido para ser transportado e
utilizado manualmente e que, em condições de operacionalidade , tem uma massa inferior
ou igual a 20 kg (L)”.

2.2.4 – Simbologia

Sinal identificativo

A simbologia normalmente utilizada na identificação de um extintor é a seguinte:

Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor

Rótulo de um extintor

Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor

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2.2.5 - Classificação dos extintores

No âmbito meramente formativo torna-se de grande importância a identificação do tipo


de extintores e do agente extintor neles contido por parte de todos aqueles que tripulam
viaturas dos meios INEM.

Os extintores podem ser classificados segundo quatro critérios:

● Mobilidade
● Modo de funcionamento
● Agente extintor
● Eficácia

Visto este documento se destinar a fornecer uma informação / formação aos


técnicos de ambulância de emergência - TAE do INEM relativamente a extintores será dado
mais importância a um dos critérios de classificação.

Classificação dos extintores segundo o agente extintor

Como já foi anteriormente referido os fogos variam consoante o agente combustível. Se as


suas características são diferentes então o agente extintor, contido no extintor, terá de ser
forçosamente diferente adequando-se ao tipo de material combustível existente passível de
provocar um determinado tipo de fogo.

Convém antes de tudo definir o que é um agente extintor:

Agente extintor – “Produto ou conjunto de produtos contidos no extintor cuja acção provoca
a extinção.” (NP 1589 / 84).

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Informação sobre extintores

Consequentemente o tipo de extintores, assim como a sua utilização e restrições no uso,


vai variar consoante o tipo de agente extintor nele contido como está representado no
quadro 2.

Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições

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O quadro 3 apresenta os diferentes tipos de agentes extintores e a sua eficácia no combate às chamas
dos diferentes tipos de fogos:

Quadro3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo

Legenda:

MB – Muito Bom
B– Bom
S– Satisfaz
I– Inadequado

Este documento, se lido com alguma atenção, juntamente com o Anexo 8 (Regras básicas
na utilização de extintores) poderá ser uma óptima ajuda no reconhecimento do tipo de
fogos e do tipo de extintor necessário a utilizar no combate as chamas.
Lembre-se que um grande incêndio tem sempre o seu início num pequeno.

Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância

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2.3- DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS

SE DETECTAR um derrame ou acidente grave com produtos químicos:

1- Comunique ao CODU o facto pelo meio mais rápido, fornecendo toda a informação
disponível, nomeadamente:

a Local;
a Dimensão do derrame;
a Produtos e equipamentos envolvidos;
a Eventual existência de vitimas em zona muito próxima;
a Eventual proximidade de pontos perigosos;

2- Sem correr riscos desnecessários, tente limitar ou controlar o derrame de produto por
qualquer meio expedito, mas não utilize serradura ou outro material absorvente combustível;

3- Evite o contacto com o vestuário ou a pele das pessoas vitimadas pelo acidente;

4- No caso da pele ser atingida lave de imediato com água em abundância. No caso do
vestuário ser atingido por substâncias desta natureza, mesmo em pequenas quantidades,
deverão ser removidos e cuidadosamente lavados com água em abundância.

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2.4- MANUSEAMENTO DO OXIGÉNIO

O gás medicinal mais amplamente utilizado em todo o mundo é o


oxigénio. Este permite fornecer oxigénio a 100% a uma vítima, com
problemas respiratórios mas no entanto este pode ser tóxico a
elevadas pressões parciais, nomeadamente nos mergulhadores. O
oxigénio é altamente explosivo, sendo que não deve ser ministrado
na proximidade de lume ou na presença de gorduras. Óleos e gorduras na presença de
oxigénio são particularmente perigosos, pois podem inflamar-se espontaneamente e arder
com grande intensidade. Nunca devem ser utilizados na lubrificação de aparelhos de
oxigénio ou de ar enriquecido.
Para mais informações, consulte a ficha dados de segurança (FDS) do respectivo gás
medicinal que se encontra no anexo 1 deste manual.

Porque é que o oxigénio explode na presença de gorduras?

O Oxigénio comprimido estando em contacto com gordura ou óleo oxida-se a uma taxa
extremamente rápida, ocorrendo uma reacção exotérmica (libertação calor) bastante
acentuada sendo que então ocorre auto-ignição e pode explodir. Portanto os cilindros
contento oxigénio devem ser protegidos do contacto com lubrificantes.

2.4.1 - Perigos do enriquecimento com oxigénio

O enriquecimento da atmosfera com oxigénio, mesmo por uma pequena percentagem,


aumenta consideravelmente o risco de incêndio. Materiais que não ardem ao ar, incluindo
ignifugantes, podem arder vigorosamente ou mesmo espontaneamente em ar enriquecido.
As chamas são muito mais quentes e propagam-se a grande velocidade. A ignição,
velocidade e extensão da reacção, depende de: concentração, temperatura e pressão das
substâncias reactivas, energia de ignição e tipo de ignição.
Pessoas que estiveram expostas a uma atmosfera enriquecida com oxigénio, têm de arejar
muito bem a roupa, uma vez que este satura o vestuário. Acender um cigarro pode causar a
inflamação do vestuário.

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2.4.2 – Cuidados no seu manuseamento

As ambulâncias de SBV e SIV do INEM estão equipadas com dois tamanhos de garrafa de
oxigénio. Possuem no seu interior 2 garrafas de 6 litros para uso portátil e 2 garrafas de 20 litros
que abastecem o circuito interno da célula sanitária.

Foto 5 e 6 – Fotos da localização das garrafas de oxigénio 20L e 3L no interior da ambulância SIV

Por vezes podem ocorrer fugas de oxigénio acidentais no decorrer da nossa actividade do
pré-hospitalar, sendo que o TAE deverá prestar atenção a diversos pormenores de forma a
eliminar essas fugas indesejáveis.

Deste modo devem ter cuidados redobrados nos seguintes procedimentos:

1-Aquando a troca da bala grande, por uma outra cheia, deve-se ter o cuidado de verificar
se o O-ring presente no manómetro de redução de pressão, se encontra em bom estado de
conservação, de forma a evitar possíveis fugas de oxigénio pela rosca de aperto à bala.

2-Quando se transfere a vítima da ambulância para o serviço de urgência de uma qualquer


unidade de saúde, durante a troca de alimentação de oxigénio da máscara da vítima, da
torneira de O2 da célula sanitária para bala de oxigénio portátil, por vezes pode ocorrer o
esquecimento do fecho da torneira de oxigénio da célula sanitária. Nas situações em que o
débito utilizado de oxigénio à vítima é baixo, o ruído provocado pela saída de oxigénio do
torneira também é baixo, sendo que associado à preocupação inerentes ao

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acompanhamento da vítima para o interior da urgência, o pormenor de fechar a torneira


poderá ficar esquecido.
Por este motivo, deve ser novamente salientado que o uso seguro de oxigénio apenas é
possível se o profissional conhecer as suas propriedades e souber utilizá-las, podendo o seu
uso inapropriado originar acidentes.

2.4.3 – Relato de casos reais potencialmente perigosos

Apesar de antemão o TAE à partida estar sensibilizado para os perigos do oxigénio em


contacto com as gorduras e lume, por vezes em certas ocorrências não se apercebem do
elevado risco que correm. Caso disso são os acidentes rodoviários em que a viatura sinistrada
faz derrame de óleo do motor para a zona onde se processa o socorro à vítima, e este
pormenor poderá facilmente passar despercebido aos “olhos” do TAE sendo que este é um
caso com uma alta probabilidade de ocorrer um acidente grave derivado da falta de
cuidado com o manuseamento do oxigénio.

Fotos 7 e 8 – Acidentes com derrame de óleos

Nestas alturas devem redobrar os cuidados quanto à localização da máscara de oxigénio


e a respectiva bala de oxigénio, isto porque, em certos momentos a vítima pode retirar a
máscara de oxigénio sem darem por ela, e esta cair junto a uma zona gordurosa,
desencadeando-se deste modo um incidente que poderá ter consequências bastantes
graves para a vítima e também para os agente do socorro.
Pede-se deste modo que todos os profissionais TAE redobrem os cuidados com o oxigénio
em ocorrências envolvendo viaturas acidentadas.

Em forma de conclusão, pode-se dizer que o OXIGÉNIO não tem boas e


más propriedades, o que importa é saber utilizá-las correctamente!

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2.5- FUGA DE GÁS COMBUSTIVEL

É cada vez maior o número de consumidores de gás combustível,


para uso doméstico ou industrial. A sua utilização em segurança,
contudo, exige o conhecimento e o cumprimento de algumas regras
simples de segurança.

Os tipos de gases combustíveis mais amplamente utilizados são o gás natural, propano,
butano e o acetileno. Tanto o gás canalizado como o de garrafa podem provocar asfixia e,
quando misturados com o ar, dar origem a explosão ou incêndio.

As fugas de gás que ocorrem, para as quais o INEM pode vir a ser chamado a intervir
através dos seus meios, quando vidas humanas são afectadas, só podem ter sido causadas
devido a quatro factores: negligência, defeitos de material da canalização, ideação suicida
ou tentativa de homicídio.

Quando os profissionais do INEM são chamados a intervir, muitas das vezes a informação
transmitida ao CODU pelo pedido de socorro é por vezes escassa e pouco clara. Por esse
motivo os profissionais do INEM quando se dirigem para o local da ocorrência, por vezes
podem se deparar à chegada com uma situação causada por uma fuga de gás, numa
habitação ou mesmo num edifício de serviços.

SEMPRE QUE SUSPEITE (ou tenha a certeza) da existência duma fuga de gás, e já se
encontrar no interior da habitação a socorrer a vítima, ADOPTE os seguintes procedimentos
de segurança:

1 - Não fume, não faça lume e apague quaisquer chamas.

2 - Não provoque faíscas ou incandescência de qualquer material.

3 - Não accione interruptores.

4 - Não ligue nem desligue os aparelhos eléctricos das tomadas.

5 - Se utilizar uma lanterna, ligue-a e desligue-a no exterior

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6 - Se possível, e sem correr riscos desnecessários, efectue o corte imediato do fornecimento


de gás, fechando a válvula ou o redutor.

7 - Ventile o local, abrindo todas as portas e janelas, até que o cheiro desapareça
completamente.

8 - Remova para o ar livre qualquer garrafa de gás com suspeita de fuga.

9 - Comunique o facto ao CODU, informando-o do que já efectuou.

10 - Se concluir que os procedimentos adoptados não foram suficiente para suprimir o gás do
interior, comunique a situação ao CODU, para que accione os bombeiros ao local.

SE SENTIR O CHEIRO À ENTRADA DA HABITAÇÃO:

1 - Comunique o facto à central CODU, para que esta accione para o local uma equipa dos
bombeiros, fornecendo toda a informação disponível, nomeadamente:

a Local;
a Caracterização da fuga (se for visível pela entrada)
a Produto envolvido (se for visível a olho nu);
a Eventual existência de sinistrados ou de doentes em zona muito próxima;
a Eventual proximidade de pontos perigosos.

2 - Faça uma avaliação das condições de segurança no local e afaste se possível todas as
pessoas da zona num raio de 25 metros. (Se for necessário utilize a viatura para barrar o
trânsito no local)

3 - Nunca coloque a sua vida em PERIGO.

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2.6- INTOXICAÇÃO POR MONOXIDO DE CARBONO – CO

O monóxido de carbono (CO) é um gás muito tóxico, inodoro,


incolor e insípido sendo que se trata de um produto resultante de
uma reacção de combustão (sobretudo da incompleta) de
materiais que contenham carbono (madeira, gás doméstico,
gasolina,....), que se mistura facilmente no ar ambiente de uma
habitação, sem que as possíveis vítimas tenham consciência de
estar expostas a uma atmosfera susceptível de provocar intoxicações e mesmo a morte.
Este gás é muito apelidado pelos bombeiros como sendo o “assassino invisível”.

O risco aumenta com o tempo de exposição

Muitos aparelhos que usamos no dia-a-dia funcionam com base em combustíveis sólidos
(lenhas, carvão), líquidos (petróleo, gasóleo) ou gasosos (gás natural, propano, butano ou
GPL), cuja queima pode ser fonte de CO.
Deverá, assim, ser prestada especial atenção ao funcionamento de quaisquer aparelhos
que queimem combustíveis, instalados em espaços interiores, caso disso, as bases INEM ou as
habitações das vítimas, sendo que os mais conhecidos são:

- Caldeiras (a lenha, carvão, gás e gasóleo)


- Salamandras (a lenha ou carvão)
- Esquentadores (a gás)
- Aquecedores portáteis (a GPL, ou a petróleo)
- Fogões (a lenha, carvão e gás)
- Braseiras (a carvão)
- Grupos electrogéneos e motores térmicos fixos (a gasolina ou a gasóleo)
- Motores dos automóveis (em garagens)

2.6.1 - Estatísticas

A análise dos acidentes resultantes de intoxicações com o monóxido de carbono,


efectuadas com base nos dados do sistema EHLASS / Sistema Europeu de Vigilância de
Acidentes Domésticos e de Lazer, entre 1987 e 1999 mostra que a maioria dos
acidentes/intoxicações por gás ou monóxido de carbono ocorrem no Outono/Inverno e
têm a sua origem em equipamentos para aquecimento (p.ex salamandras e caldeiras) que,
normalmente por esquecimento, são deixadas acesas durante a noite.

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A perigosidade destes acidentes reflecte-se no elevado número de hospitalizações e


óbitos registados anualmente, com origem no monóxido de carbono (9% dos acidentes
ocorridos por intoxicação / envenenamento). A taxa de letalidade (relação entre o número
de óbitos e o número de vítimas) também é elevada: 5%.

Os grupos mais susceptíveis aos efeitos do monóxido de carbono são as crianças, os


idosos e as pessoas com doenças cardíacas, respiratórias ou anemia. Os trabalhadores de
garagens e polícias de trânsito estão muito expostos, pois os automóveis libertam para a
atmosfera elevadas quantidades de monóxido de carbono. Mas as nossas casas também
podem ter problemas de acumulação de CO.

Em Portugal, há a salientar que entre 1995 e 2003, o número de mortes ocorridas por
efeito tóxico de monóxido de carbono foi de 268, o que corresponde a quase 30 mortes por
ano. Deste modo, cada um de nós deve contribuir para reduzir estes números tomando
medidas simples e de elementar prudência para evitar a formação e acumulação de CO no
interior das nossas casas e dos locais de trabalho.

2.6.2 – Mecanismo de acção do CO

Como actua?

Penetrando no organismo através da respiração, o monóxido de carbono entra com


facilidade nos pulmões e no sangue, combinando-se com a hemoglobina e dificultando o
transporte de oxigénio para os tecidos.
O CO liga-se à hemoglobina (proteína que transporta o oxigénio no sangue) com uma
força 230 a 270 vezes mais forte do que a do oxigénio. Isto faz com que a hemoglobina passe
a transportar CO em vez de O2.

Existem dois tipos de intoxicação:

● A intoxicação crónica, cujos sintomas são dores de cabeça, náuseas, vómitos e cansaço,
a qual se poderá desenvolver de forma lenta e afecta pessoas habitualmente expostas á
concentrações elevadas de CO. Frequentemente os sintomas não são atribuídos de
imediato ao CO, mas à ingestão de produtos alimentares ou outras causas e assim, só
tardiamente, quando a mobilidade já é afectada e surgem problemas neurológicos, é que

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as causas são identificadas pelo médico. Sempre que houver suspeitas de intoxicação
crónica, deve recorrer-se aos serviços de saúde.

● A intoxicação aguda, que provoca vertigens, fraqueza muscular, distúrbios visuais,


taquicardia, perturbações de comportamento, desmaios e, no limite, o coma e mesmo a
morte. Acontece frequentemente este tipo de intoxicação, afectar vários membros da
mesma família, ou mesmo todo um grupo de pessoas presentes na mesma sala de reunião ou
de festa, pois as vítimas não chegam a aperceber-se do risco em que incorreram.

É fatal?

Sim. Se a concentração de Carboxihemoglobina (a ligação do CO à hemoglobina) for


superior a 50% pode ser fatal. Na prática isto significa que apenas metade da nossa
hemoglobina está a funcionar. A restante anda a transportar CO... Para concentrações
superiores a 10% começam a surgir os primeiros sintomas.

Sinais e Sintomas:
- Sonolência e Cefaleias (dor de cabeça) são os primeiros sintomas;
- Agitação e confusão mental;
- Coma (em casos extremos);
- Taquipneia (aumento da frequência respiratória);
- Taquicardia (aumento da frequência cardíaca);
- Hipertensão ou Hipotensão;
- Olhos vermelhos.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Tradicionalmente descreve-se que as vítimas de intoxicação por CO ficam com uma
cor rosada / vermelho cereja. Isto é verdade apenas para casos gravíssimos e nas vítimas mortais. Nos casos de
intoxicação ligeira a moderada é raro e o mais comum é a pele estar pálida.
De notar ainda que as vítimas frequentemente não se queixam de dispneia, excepto (eventualmente) em
esforços.

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Gráfico 2 – Efeitos da inalação de monóxido de carbono em baixas concentrações no ar ambiente

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O oxímetro nestes casos, costuma indicar leituras aparentemente dentro das normais. Isto
não é confiável pois estes aparelhos não distinguem a hemoglobina ligada ao oxigénio da hemoglobina ligada ao
CO.

2.6.3 - Actuação do TAE:


1 - Afaste a vítima da atmosfera tóxica e areje o local, abrindo portas e janelas. Entre com a

respiração contida, e se necessário volte ao exterior para respirar fundo. Se não o fizer na pior

das situações corre o risco de perder os sentidos no caso de uma exposição prolongada. (ver

gráfico 2).

2 – Inicie a avaliação num sítio que considere seguro (sem fontes de produção de CO e bem

arejado);

3 - Permeabilize a via aérea, se vitima inconsciente ou com diminuição do estado de

consciência;

4 - Administre Oxigénio a 15L/min por máscara de alta concentração (mesmo a vítimas sem

dispneia e com SpO2 normal)

5 – Avalie de sinais vitais e glicemia;

6 – Combata a hipotensão, se presente, com elevação dos membros inferiores;

7 - Peça ajuda diferenciada;


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2.7- SISMOS

O sismo é um fenómeno natural, resultante de uma vibração mais


ou menos violenta da crosta terrestre. Apesar de não se poder
impedir ou prever os seus efeitos podem ser minimizados com
comportamentos adequados. Manter a calma e saber agir pode
marcar a diferença.

As catástrofes sísmicas parecem-nos sempre uma fenómeno distante. Portugal não tem
actividades sísmicas elevadas, mas a história ficou marcada por um dos maiores e
devastadores terramotos, o de 1755. Mas essa possibilidade é bem real e pode atingir
qualquer comunidade, num qualquer momento.

Apesar de muitos sismólogos se terem dedicado ultimamente à


investigação da previsão de sismos, até hoje não foi possível
desenvolver qualquer método generalizado, que conduza à
previsão da hora e do local onde ocorrerá um sismo.
Sabemos, contudo, que os sismos continuarão a perturbar a
humanidade e que ocorrerão com mais frequência em regiões onde já se verificaram no
passado. E também sabemos que mesmo as regiões sem historial sísmico podem ser
afectadas por eventos graves muito distanciados no tempo entre si. Em Portugal continental
os grandes sismos, embora pouco frequentes, têm afectado especialmente as regiões
centrais e meridional do território.

Imagem 13 – Ilustração da escala de Richter


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Imagem 14– Falhas e Placas tectónicas existentes em Portugal

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Alguns edifícios podem desmoronar-se pela acção sísmica, especialmente os de


construção mais antiga. Os sismos podem também provocar desprendimentos de terrenos e
gerar grandes ondas nos oceanos, os tsunamis ou maremotos, que podem ter efeitos
catastróficos. Em todos estes casos, o comportamento de cada pessoa é fundamental na
minimização dos efeitos do sismo pois a maior parte dos acidentes pessoais resultam da
queda de objectos e de destroços.

Os acidentes pessoais são normalmente causados por: colapso parcial dos edifícios tais
como chaminés, varandas, tectos ou paredes; derrube de candeeiros, quadros, estantes,
vasos ou outros móveis; estilhaços de vidros provenientes de janelas, espelhos ou outros
objectos; este perigo é maior quando os vidros são provenientes de andares elevados de
edifícios altos; incêndios com origem em chaminés ou canalizações de gás destruídas; o
perigo pode ser agravado pela falta de água devido à destruição das canalizações ou
obstrução dos acessos impedindo a deslocação dos meios de socorro; derrube de linhas
eléctricas; acções humanas resultantes do pânico. Por isso, durante um sismo é necessário
agir com rapidez e com sangue frio.
De facto, a experiência tem demonstrado que uma actuação calma durante um sismo,
muito contribui para minimizar os seus efeitos. Conhecendo perfeitamente algumas regras
fundamentais que lhe serão fornecidas nesta página, grande número dos acidentes pode ser
evitado.
Use livremente estas regras e divulgue-as como entender necessário isto porque, a protecção
civil começa em si mesmo.

2.7.1 – ACTUAÇÃO durante a ocorrência de um sismo

Tenha em atenção que o comportamento das pessoas


em situações de grande emergência é significativamente
diferente do seu comportamento em situações normais.
Assim conte que, durante uma catástrofe, por cada 100
pessoas: 1 a 3 ficam totalmente descontroladas (têm
comportamentos irracionais e potencialmente perigosos); 50
ficam apáticas e necessitam de ordens; 22 a 24 ficam paralisadas (não se movem e precisam
ser ajudadas); 25 não entram em pânico e podem tomar decisões pelo que podem tomar
iniciativas de liderança e ajudar os outros.

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Se no momento do SISMO estiver o interior de uma casa ou edifício:

1- Normalmente é melhor não tentar sair de casa a fim de evitar o risco de ser atingido, na
fuga, pela queda de objectos.

2 - Permaneça calmo e preste atenção ao estuque, tijolos, prateleiras ou outras estruturas ou


objectos que possam cair.

3 - Afaste-se de janelas, vidros, varandas ou chaminés.

4 - Abrigue-se rapidamente num local seguro, por exemplo, no vão de uma porta interior
firmemente alicerçada, debaixo de uma mesa pesada ou de uma secretária; se não existir
mobiliário sólido, encoste-se a uma parede interior ou a um canto e proteja a cabeça e o
pescoço.

5 - Se estiver num edifício alto, não procure sair imediatamente pois as escadas podem estar
cheias de pessoas em pânico e/ou haver troços de escada que ruíram;

6 - Não utilize o elevador pois a electricidade pode faltar e provocar a sua paragem;

7 - Se estiver num local amplo com muitas pessoas ou numa sala de espectáculos não se
dirija para a saída pois muitas outras pessoas podem ter tido essa ideia.

8 - Se tiver que abandonar o edifício faça-o cuidadosamente prestando atenção à possível


queda de objectos. Procure com serenidade refúgio numa área aberta, longe dos edifícios,
sobretudo dos velhos, altos ou isolados que possam ruir a uma distância de, pelo menos,
metade da sua altura.

Locais mais seguros Locais mais perigoso

- Vãos de portas, de preferência em paredes- - Elevadores;


mestras.
- Junto a janelas, espelhos e chaminés;
- Cantos das salas;
- No meio das salas.
- Debaixo de mesas, camas ou outras superfícies
resistentes

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Se no momento do SISMO estiver no exterior:

Se estiver na rua mantenha-se afastado dos edifícios altos, postes de


electricidade, candeeiros de iluminação pública, cabos de electricidade ou de
estruturas que possam desabar, como muros ou taludes; não corra nem vagueie
pelas ruas. Dirija-se para um local aberto.

Se for a conduzir pare o veículo no lugar mais seguro possível, longe de edifícios, muros,
encostas, taludes, postes e cabos de alta tensão, de preferência numa área aberta
e permaneça dentro dele. Não pare nem vá para pontes, viadutos ou passagens
subterrâneas.

Afaste-se das praias. Depois de um sismo pode ocorrer um tsunami (onda gigante).

2.7.2 – ACTUAÇÃO depois da ocorrência de um sismo

Permaneça calmo; verifique se há feridos nas


imediações e, em caso afirmativo, socorra-os. Não tente
remover pessoas seriamente feridas a não ser que elas
estejam em perigo imediato. Se houver pessoas soterradas
chame as equipas de resgate; se vir que pode actuar por
si, retire os escombros cuidadosamente começando pelos
de cima. Verifique se os seus vizinhos precisam de ajuda, especialmente as pessoas idosas e
os deficientes.

Se ainda estiver dentro do edifício:

- Caso o local tenha ficado em condições de pré-colapso tente sair e ajudar os outros a sair com o
maior cuidado possível.

- Desligue assim que possível o gás, electricidade e água, se conhecer a casa em questão.

- Não utilize fósforos, isqueiros ou qualquer outro instrumento de chama descoberta e não use
interruptores de electricidade sem se ter assegurado primeiro que não há e que não houve fuga de gás;
utilize antes uma lanterna eléctrica.

- Pequenas faíscas quase imperceptíveis resultantes do uso de interruptores podem provocar a ignição
do gás proveniente das canalizações quebradas. Se sentir cheiro a gás dentro de casa abra as janelas
e evacue as imediações por medida de segurança.
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2.8 - NEVÕES

A queda de neve ocorre quando os cristais de gelo não se


fundem antes de chegarem ao solo, em virtude da baixa
temperatura atmosférica. Os nevões podem estar associados a outros
fenómenos meteorológicos, como ventos fortes, frio intenso ou
formação de gelo, sendo que em regra só ocorrem no período de
inverno

Quando a queda de neve se prolonga por um período de tempo relativamente longo e


abrange uma área relativamente extensa estamos em presença de um nevão. Os nevões
podem ter um forte impacto nos seres humanos, animais e plantas. Tenha sempre isso em
consideração ao proteger-se!

Os nevões só começam a ser um problema para as equipas


de emergência do INEM quando estas têm que utilizar as vias
rodoviárias para se deslocarem até ao local da ocorrência.
Nestas circunstâncias conduzir a ambulância em estradas
com gelo e neve torna-se um verdadeiro desafio. Deste modo
o TAE antes de iniciar a marcha, deverá avaliar se possui as
condições de segurança necessárias para iniciar a marcha de
emergência.

Neste capítulo serão enumerados quais os procedimentos de segurança a ter em conta


por parte do TAE, para transitar nas estradas quando ocorre um nevão prolongado e que
possa dificultar a sua circulação nas vias rodoviárias.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Se na zona onde se encontra sedeado a base do meio INEM, houver historial de que a
região no Inverno tenha sido assolada por vários nevões intensos e que tenha dificultado a circulação de viaturas nas
estradas locais, deverá CONTACTAR a logística do INEM, o quanto antes, no sentido de requisitar um par de correntes
para colocar nos pneus na ambulância, quando a intempérie surgir.

ACTUAÇÃO DO TAE:

Os PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA a tomar, em caso de presença de neve e gelo


na zona onde a ambulância transitará são:

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1 - Comunicar ao CODU as alterações climatéricas existentes na zona onde se encontra


sedeada a viatura INEM, de forma a prevenir o CODU para o tempo acrescido de chegada
ao local que poderá ocorrer se surgir uma chamada de pedido de socorro.

2 - Colocar as correntes de neve nas duas rodas de tracção da viatura. Se


ainda não possuem, devem solicitar com urgência à logística do INEM. De
relembrar que as correntes de neve não são universais, destinando-se a
dimensões de pneus específicas, sem o que são impossíveis de ajustar
devidamente, convertendo-se elas próprias numa autêntico perigo para o
veículo e respectivos ocupantes, bem como para os demais utentes da via.

3 - Se possível mantenha o rádio ligado para ouvir as informações meteorológicas ou de


trânsito. Se a estrada não oferecer condições de segurança volte para trás.

4 - Conduza cuidadosamente, mantendo a velocidade reduzida e sem fazer movimentos


bruscos na trajectória da viatura.

5 - Resista à tentação de poupar tempo guiando mais depressa do que as condições


meteorológicas e do piso o permitem.

6 - Procure avançar em cima de neve mais recente, evitando sempre as zonas com gelo na
estrada.

7 - Não circule numa estrada onde não consiga visualizar os limites desta.

8 - Se, durante a ocorrência, ficar imobilizado pelo nevão,


contacte por telefone móvel, ou rádio, para o CODU e exponha,
com objectividade, a sua situação.

9 - Se estiver longe de uma povoação, deve manter a calma e


permanecer dentro da viatura. A viatura servirá de barreira ao
vento e os pneus actuarão como isolante, em caso de trovoada.

10 - Mantenha o tubo de escape limpo de neve. Não deixe que o fumo chegue ao interior
da viatura, pois poderá ficar intoxicado.

11 - Faça pequenos exercícios com os braços, pernas e dedos para manter a circulação
sanguínea. Não adormeça.

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2.10 – VIOLÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO

Os profissionais de emergência compartilham com enfermeiros,


médicos, policias e professores o topo da listagem de ocupações
profissionais vítimas de violência verbal e física.
Neste capítulo pretendemos sensibilizar todos os TAE´s, para a
possibilidade de um dia durante a sua actividade profissional
puderem vir a ser vítimas de agressão verbal ou física, e fornecer
conselhos que lhes possam ser útil de forma a conseguir gerir e prevenir melhor a segurança
da sua integridade física e psicológica.
O que em tempos passados não era uma preocupação, hoje tornou-se um problema
difícil de lidar, pois a principal função do TAE seria a de socorrer, e não de ser socorrido, casos
que se verificam quando se chega ao local da ocorrência para socorrer uma suposta vítima,
e são confrontados por vezes com pessoas alcoolizadas, ou com alterações psicológicas,
muitas das vezes associadas à ingestão de psicotrópicos, ou mesmo doentes já referenciados
por perturbações mentais, que tentam agredir profissionais TAE que somente tinham a
pretensão de os ajudar. Pode ocorrer também o caso de serem agredidos pelos familiares
das vítimas justificando-se pela demora no socorro ao seu familiar.
Neste tipo de situações quando chega ao local de ocorrência o TAE deve percepcionar o
cenário instalado, ainda antes de sair da ambulância de forma a avaliar se existem reunidas
as condições mínimas de segurança no local para socorrer as vítimas.
Neste tipo de episódios, é sempre difícil de prever as reacções das pessoas, no entanto
existem várias condutas que poderemos tomar de forma a apaziguar possíveis tentativas de
agressão.

Perante uma situação de possível descontrole emocional das pessoas que nos rodeiam
deveremos ter os seguintes procedimentos:

1 - Tentar manter a calma e serenidade;

2 - Tentar acalmar o agressor educadamente, explicando que foi chamado ao local para

prestar socorro à vítima/ ou a si, demovendo-o a esquecer por momentos esse assunto;

3 - Nunca comunicar em tom agressivo para os possíveis agressores;

4 - Ignorar as agressões verbais provenientes de populares que se encontram junto ao local

da ocorrência, de forma a não alimentar discussões paralelas.

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NOTA: Um truque muito utilizado para os demover é interpelá-los no sentido de nos ajudar no socorro.
Costume resultar na perfeição!!!

Tarefas simples que podem incumbir os populares de executar num sinistro:

- Segurar no(s) soro(s) de perfusão;


- Ajudar no levantamento em bloco da vítima para o plano duro;
- Segurar na manta exotérmica (descartável ou reutilizável) de forma a criarem uma cobertura auxiliar
temporária contra o sol ou chuva, de modo a protegerem a vitima que se encontra no chão a receber
assistência do técnico (s). É necessário 2 ou 4 populares para executar este procedimento.

Foto 9 e 10 – Foto que ilustra a tarefa incumbida aos populares de forma a criar uma cobertura protectora

5 - Nunca recorrer à violência para tentar solucionar os problemas surgidos. Violência gera
violência.
6 - Se o conflito começar a ficar fora de controlo, ligar de imediato para o CODU e exponha,
com objectividade, a sua situação no sentido de solicita a autoridade com a máxima
urgência ao local da ocorrência.
7 - Se a situação ficar fora de controlo, abandonar o local e comunicar de imediato o
sucedido ao CODU.

No entanto se o profissional pretender adquirir maiores conhecimentos e competências


sobre a temática da protecção individual, existe no mercado, variadíssimas empresas
especializadas em ministrar cursos de técnicas de imobilizações em ambientes hostis, cujas
formações preparam os profissionais para actuar em situações de agressão, onde envolva
pessoas com perturbações mentais, alcoolizadas, sob o efeito de estupefacientes e outros
tipos de perturbações, bem como a salvaguarda da sua integridade física em caso de
ataques corporais, tentando actuar sempre na prevenção. Durante essas formações, treinam
técnicas que permitem aos formandos realizar intervenções em que seja necessário imobilizar
um indivíduo, sem que para isso seja preciso recorrer à violência física.
São transmitidos conhecimentos no controlo e domínio das articulações, torções, equipas
e formação táctica de controlo, estratégia e desarme de possíveis ameaças hostis.

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2.10 – EVACUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

As evacuações de emergência são consideradas como um


movimento rápido e imediato das pessoas para longe da
ameaça ou ocorrência real de um perigo. Os exemplos vão
desde a evacuação em pequena escala de um edifício devido a
uma ameaça de bomba, fogo, até a retirada em grande escala
de um distrito por causa de uma inundação, bombardeio, ou a aproximação de um furacão.
Em situações que envolvem materiais perigosos ou possível contaminação, os evacuados
podem ser descontaminados antes de serem transportados para fora da área contaminada.
Os casos de procedimentos de evacuações que neste capítulo irão ser retratadas serão
derivados a incêndios, inundações, acumulação de gases ocorridos:

● No edifício onde se encontra as instalações da base INEM;


● Em edifícios comerciais ou habitacionais onde estejam a prestar socorro a uma
determinada vítima (ex: shopping / prédio habitacional);
● Quando accionados para prestar auxílio na evacuação de algum lar ou hospital vitima de
algum incêndio.

Ao receber instruções no sentido duma evacuação de emergência o TAE deverá ter a


seguinte linha orientadora para executar este procedimento da maneira mais eficiente:

1 - Proceder de imediato à notificação do CODU do sucedido e abandonar o local se


possível com o equipamento de socorro, pois este, poderá ser necessário para socorrer as
primeiras vítimas originárias do acontecimento que desencadeou a evacuação de
emergência.
2 - Manter a calma;
3 - Saber interpretar correctamente a sinalização de emergência;
4 - Seguir as instruções gerais de actuação indicadas nas plantas de emergência e cumpra
as instruções transmitidas pelos elementos da equipa de evacuação;
5 - Não correr pois uma queda irá obstruir o caminho de evacuação e provocar a queda e
aglomeração de outras pessoas, com graves consequências;
6 - Se houver fumos baixe-se e saia do local, se necessário, a gatinhar e, se possível, utilize um
pano húmido para tapar o nariz e a boca;
7 - Utilizar sempre as escadas, mas desça.
8 - O abandono de um edifício em chamas deverá ser efectuado sempre pelas escadas
descendentes, e faça-o com calma e sem pânico. Nunca se dirija a pisos superiores;

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9 - Não utilizar elevadores;


10 - Ajude a tranquilizar as pessoas que, eventualmente perto de si, tenham mais dificuldade
em manter o domínio emocional ou em se deslocar;
11 - Dirija-se para o exterior das instalações, em direcção a zona de concentração local e
tente criar de imediato uma zona de recepção de possíveis vítimas, se as houver.

2.10.1 - Evacuação no edifício onde se encontra a base INEM

As bases INEM espalhadas pelo território continental não se encontram todas no mesmo
modelo de edifício, sendo que existe uma variedade imensa do tipo de bases, na medida de
que o trajecto da saída de emergência duma base não é necessariamente a mesma de
outra. Muitas das bases têm saída directa para a rua, o que facilita muita a evacuação de
pessoas, só que há outras que se encontram mais no interior do edifício sendo o trajecto para
a evacuação mais confuso. Com os TAE´s afectos à base são será grande o problema,
reconhecendo quase intuitivamente o trajecto da saída de emergência, mas para os
elementos TAE´s recém chegados ou que esporadicamente vem fazer um turno a uma outra
base será mais complicado. Neste sentido o TAE´s residente que irá fazer o turno com o novo
colega deverá dar a conhecer as instalações da base e do edifício onde esta está inserida,
mostrando os pontos exactos das saídas com evacuação para a rua, plantas de emergência
do edifico, betoneiras, extintores e carretéis, para que numa situação de emergência o TAE
tenham melhor percepção do sentido da fuga.

2.10.2 – Evacuação em locais públicos

No interior de edifícios comerciais, com tipificação por exemplo de shopping, devemos


sempre que possível fazer-nos acompanhar por um elemento da segurança do edifício, para
que numa necessidade de evacuação, tenhamos um elemento que nos possa melhor
orientar o sentido da fuga mais rápida do local onde nos encontramos.

2.10.3 - Evacuação em lares ou hospitais

O TAE no exercício das suas funções, ao ser accionados para prestar auxílio na evacuação
de algum lar ou hospital, deve aquando a sua chegada ao local, procurar saber quem é que
se encontra ao comando das operações de evacuação para que este melhor coordene os
meios disponíveis para a operação.

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Em qualquer um dos motivos já mencionados o corpo de bombeiros da região será também


mobilizado para o local. Dessa forma só o comandante das operações no local, que a
partida será o elemento mais graduado dos bombeiros na local, poderá dar autorização
para se avançar para a evacuação das vítimas.

Ilustração 2 - Procedimento a tomar em caso de incêndio num edifício

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2.11 – ACIDENTES ELÉCTRICOS


2.11.1 - Efeitos fisiológicos e físicos da corrente eléctrica

Introdução
Electrocussão ou choque eléctrico é a situação provocada pela passagem da corrente
eléctrica através do corpo.

Daremos alguma ênfase às lesões corporais pois da sua


compreensão depende a qualidade dos socorros a fornecer,
desde a fase imediatamente a seguir ao acidente até
eventualmente à sua hospitalização.

Certamente, a prevenção é a principal preocupação mas, os


trabalhadores, são a ela tanto mais sensíveis, quanto melhor compreendem e conhecem o
"como" e o "porquê" das acções de socorro imediatos.
A abordagem seguinte refere-se principalmente ao "porquê" dos socorros, mostrando as
razões essenciais que dão às lesões dos acidentados eléctricos um aspecto tão particular.

2.11.2 - Tipos de contacto com a electricidade

Os acidentes mais frequentes resultam de contactos: DIRECTOS E INDIRECTOS

DIRECTOS:
Se uma pessoa entra em contacto com uma parte activa de um elemento sob tensão, por
negligência ou desrespeito das instruções de segurança diz-se que ficou submetida a um
contacto directo

Imagem 15 e 16 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade

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Imagem 17 e 18 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade

INDIRECTO:

Se uma pessoa entra em contacto com um elemento que está acidentalmente sob
tensão devido, por exemplo a um defeito de isolamento, a electrocussão é consequência de
um defeito imprevisível e não da negligência da pessoa. Esse contacto designa-se por
contacto indirecto.
Esta situação é a mais vulgar a nível da habitação e a sua prevenção deve revestir-se de
cuidados especiais, isto porque normalmente ocorre sem o conhecimento do utilizador, o
que pode agravar os seus efeitos.

Imagem 19 e 20 – Imagem ilustrativa do contacto indirecto com a electricidade

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2.11.3 – Diversas formas de morrer electrocutados

NOTA: Está no disponível no site www.flickr.com esta colecção de 30 fotos que demonstram as mais diversas formas de ser

electrocutado. Estas fotografias foram extraídas de um livro de 1930 de seu titulo Technisches, “encontrado” no museu Elektroschutz
em Viena.

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2.11.4 - A trajectória da corrente

Tem um papel importante no desencadeamento da fibrilhação. O perigo é função dos


tipos de contacto de entrada e saída da corrente através do corpo humano. Os trabalhos
conhecidos permitem definir a percentagem de corrente que atinge o coração em função
de certos tipos de contacto; para melhor sublinhar esta percentagem representámos,
esquematicamente, a posição dos contactos e a circulação da corrente através do corpo
humano (imagem 21).

Imagem 21 – Imagem ilustrativa das possíveis trajectórias da corrente

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2.11.5 - Efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano

Admitido reservar o termo "electrocussão" apenas para os acidentes mortais de origem


eléctrica e não se aplicando este termo às queimaduras eléctricas, os casos de
electrocussão formam pois um grupo particular dentro do conjunto dos acidentes de origem
eléctrica.

Noutro plano, o acidente eléctrico pode produzir-se de duas maneiras, subentendendo-se


que se trate aqui de corrente alternada, com a frequência de 50 Hz:

a) POR ACÇÃO DIRECTA: o corpo é atravessado pela corrente


O corpo humano é sede dum certo número de efeitos fisiológicos agrupados sob a
designação de "choque eléctrico e suas consequências". Também pode ser sede de efeitos
físicos de aquecimento análogos aos que haveria com uma resistência metálica (lei de
Joule). Estes efeitos traduzem-se por queimaduras electrotérmicas.

b) POR ACÇÃO INDIRECTA: o corpo não é atravessado pela corrente


E a consequência dum arco eléctrico que se traduz por queimaduras por acção do calor.
Tanto o arco como o contacto, pelo efeito de Joule, (este último acompanhando-se muitas
vezes de "faíscas") podem pegar fogo ao vestuário e produzir queimaduras mistas.

2.11.6 - O choque eléctrico e suas consequências (acção directa)

A Fase Imediata

A passagem de corrente eléctrica no corpo humano é susceptível de fornecer efeitos de


importância e qualidade variáveis. Pode-se, muito esquematicamente, classificar as vítimas
de acidentes, observadas desde os primeiros instantes (fase imediata) em dois grupos:

• Indivíduos que não perderam a consciência

Exceptuando os casos extremamente benignos (simples formigueiro), alguns indivíduos


sentiram um "esticão", outros, num grau mais elevado, foram vítimas de uma violenta
convulsão.

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Esticão: Conforme o esticão é mais ou menos forte, nota-se nas vítimas um verdadeiro estado
de comoção que aliás, se dissipa mais ou menos rapidamente.

Convulsão: No momento do contacto, a vítima foi repelida violentamente pelo condutor sob
tensão ou, pelo contrário, ficou incapaz de o largar. É a "tetanização eléctrica", produzida
pela corrente alternada. Se a vítima foi repelida à distância por uma contracção muscular
violenta (em alta tensão, particularmente), ela pode ser projectada ao solo e sofrer lesões
traumáticas (avaliem-se as consequências quando a vítima, trabalhando em altura, não está
presa por um cinto ou pela corda de segurança)... Mas no caso mais frequente (em baixa
tensão particularmente) a tetanização tem por efeitos fixar, "colar" de alguma maneira, a
mão ao condutor e provocar, se a corrente não for cortada, lesões profundas,
principalmente queimaduras no ponto de contacto. Também pode haver riscos de queda,
com todas as suas consequências, pelo facto de a vítima se soltar ou pelo reflexo de
afastamento no momento do corte da corrente.

• Indivíduos que perderam a consciência

Fibrilhação cardíaca: A fibrilhação cardíaca ou, mais exactamente, a "fibrilhação ventricular"


é a contracção não sincrónica das fibras ou grupos de fibras que constituem os ventrículos
cardíacos. Esta anarquia da contracção equivale a uma paragem funcional da bomba
cardíaca... "Nestas condições, o cérebro, o próprio coração, deixam de ser irrigados e pode
levar a perturbações graves, irreversíveis, ao fim de alguns minutos, levando no pior das
situações à paragem definitiva do coração".

Características de fibrilhação

Esta é desencadeada por intensidades muito mais fracas que as


necessárias para provocar uma inibição bulbar. No homem é
espontaneamente "irreversível" e responsável por uma grande parte
dos casos em que a morte real se sucedeu à morte aparente.

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Esta noção "de estado espontaneamente irreversível" que caracteriza a fibrilhação deve
evitar, a todo o custo, qualquer atraso no começo da acção de reanimação. Por outro lado,
actualmente há a tendência de considerar que qualquer acidente de origem eléctrica pode
determinar um estado de "choque" susceptível por si só de provocar uma perda de
consciência passageira.

EM DEFINITIVO, A REGRA ABSOLUTA É:

Aplicar sempre os tratamentos de reanimação em qualquer vítima inanimada em


consequência de acidente eléctrico.
O tratamento não admite atrasos. É necessário, para que haja possibilidade de sucesso,
que ele seja posto em prática nos primeiros minutos que se seguem ao acidente e, neste
domínio, um segundo conta muito. A reanimação deve começar no próprio local do
acidente e continuar sem nenhuma interrupção mesmo no caso de evacuação eventual
para um centro clínico.

2.11.7 - As consequências de um acidente eléctrico

Imagem 22 e 23 – Ilustração do coração e do sistema circulatório

Em certos casos, o acidente eléctrico provoca morte ou consequências definitivas de


gravidade variável como por exemplo:

- Mau funcionamento renal (albuminúria, por exemplo)

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- Perturbações cardiovasculares
- Perturbações nervosas
- Perturbações oculares (catarata, conjuntivite)
- Perturbações auditivas (surdez parcial ou total)
- As consequências devidas às queimaduras electrotérmicas (amputação tornada
necessária pela importância das queimaduras, perda de substância muscular e óssea).

2.11.8 – Factores responsáveis pelas lesões

Vimos antes, em linhas gerais, o essencial das lesões corporais que a


corrente eléctrica pode provocar. Os factores responsáveis por essas lesões
são eles (*):

- A intensidade da corrente

- A trajectória da corrente

- A tensão aplicada

- O tempo de contacto

- A resistência eléctrica do corpo humano

(*) NOTA: A forma de onda e a frequência também têm influência, mas estamos apenas a tratar de corrente
alternada sinusoidal com a frequência de 50 Hz, que é a mesma da rede eléctrica.

Quadro 4 – níveis de tensão existentes na rede eléctrica nacional

BT – Extra-Baixa Tensão (usada essencialmente para proteger as pessoas de acidentes eléctricos)


BT – Baixa Tensão (usada principalmente na rede doméstica)
AT – Alta Tensão (usada no consumo na actividade industrial e transporte da energia eléctrica)

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Costuma-se associar o “estrago” que o choque pode causar com o nível de tensão, porém o
correcto é que depende da intensidade da corrente eléctrica que atravessa o corpo da
pessoa durante o choque e do caminho da corrente eléctrica pelo corpo. Dessa forma
apenas iremos abordar os dois primeiros factores causadores das lesões.

2.11.8.1 - A intensidade de corrente

O principal papel da intensidade, ou mais exactamente da densidade da corrente


(intensidade por milímetro quadrado de superfície) é bem conhecido. Desde Arsonval
(Jaques Arséne d' Arsonval, médico e físico francês autor de vários estudos sobre física
biológica. Criou o Laboratório de Física Biológica no Collège de France) que se sabe que
"é a intensidade que mata". Mas, mais recentemente, foram quantificados os diferentes
níveis ou "limites", a partir dos quais se manifesta a corrente eléctrica, duma maneira geral no
organismo humano.

Limiar de percepção: a partir de 1,1 mA (sensação de picada, de "choque ligeiro", sem


perigo, à passagem da corrente).

Limiar da contracção muscular: a partir de 9 mA.

Limiar da fibrilhação: a partir de 80 mA se a passagem da corrente atingir a região torácica


durante um segundo. Paradoxalmente, a fibrilhação diminui consideravelmente se a
intensidade da corrente ultrapassar 3A.

Limiar de uma inibição nervosa: a partir de 2 a 3 A.

Imagem 24 – Efeitos fisiológicos provocados pela intensidade de corrente

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2.11.9 – Quadro eléctrico (Função)

O quadro eléctrico é a porta de entrada da energia


eléctrica nas habitações ou edificio. Ele constitui a interface
entre a companhia fornecedora de electricidade e a casa,
onde se serve dessa forma de energia para tudo e mais alguma
coisa: iluminar as divisões da casa, lavar a roupa, lavar a louça,
jogar no computador, aquecer a nossa casa, conservar-nos os
alimentos, etc., etc.
O quadro eléctrico de uma habitação é onde estão ligados
todos os circuitos eléctricos da própria habitação, sendo que é
como se fosse um “cérebro” ou seja é a partir de lá que sai as
alimentações para todos os circuitos.

É nos quadros eléctricos que se encontram os dispositivos para a protecção dos circuitos
eléctricos (de iluminação, tomadas e emergência) contra sobre intensidades (curto – circuitos
ou sobrecargas) e para a protecção das pessoas contra contactos directos e indirectos.

2.11.10 – Protecção dos circuitos

Para proteger os circuitos contra sobre intensidades (sobrecargas ou curto – circuitos) são
usados disjuntores magneto térmicos ou fusíveis que interrompem automaticamente a
passagem da corrente no circuito, evitando um sobreaquecimento dos condutores que
pode originar um incêndio.

Foto 11 - Disjuntores magneto térmicos Foto 12 e 13 - Fusíveis

Existem também os interruptores de corte geral existentes para fazer o corte parcial de
circuitos do quadro eléctrico, caso se pretenda interromper a energia apenas numa das
zonas da casa.

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2.11.11 – Protecção das pessoas


Se a corrente que circula pelo corpo humano ultrapassar alguns miliamperes haverá risco
de electrocussão, como já foi demonstrado.
Para protecção das pessoas contra os contactos directos o Regulamento de Segurança
preconiza essencialmente medidas preventivas que, em alguns casos podem ser
complementadas pela instalação de dispositivos diferenciais de alta sensibilidade (de 10 ou
30 mA). É obrigatório colocar um dispositivo deste com o mínimo de protecção de 300mA,
isto porque o diferencial da EDP existente junto ao contador apenas tem uma sensibilidade
de 500mA, sendo que é insuficiente, segundo os peritos especializados na matéria, porque
dizem estes que acima dos 300mA começa a existir risco de segurança da protecção.

Botão de teste para o


ensaio periódico do
diferencial.

Alavanca de
comando de duas Sensibilidade do
posições diferencial: 30mA
(Ligado/Desligado).

Foto 14 – Disjuntor diferencial de 30mA

Disjuntor diferencial:

O disjuntor diferencial, ao contrário dos outros disjuntores (“normais”)


destina-se à protecção de pessoas. Imagine por exemplo que a sua
máquina de lavar tem uma avaria e no seu interior se solta um fio com
tensão que vai encostar-se ao invólucro metálico que a envolve. Se
nada for feito, quando uma pessoa tocar na parte exterior da máquina
apanhará um choque eléctrico que poderá ser perigoso. É para evitar
estas situações que se usa o disjuntor diferencial (ou o interruptor
diferencial) no quadro eléctrico, situado à entrada das nossas
habitações.

Foto 15 – Disjuntor diferencial da EDP

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Princípio De Funcionamento:

Baseia-se na comparação entre duas correntes, actuando quando a diferença entre elas
excede um determinado valor, indicando que há defeito no circuito. Ao disjuntor diferencial
são ligados a fase e o neutro.
Quando não há qualquer problema com a instalação, a corrente que “entra” pela fase é
igual à que “sai” pelo neutro e o disjuntor não actua pois a diferença entre estas duas
correntes é nula.
Caso haja uma avaria, como a mencionada acima, vai haver uma corrente de fuga, isto
é, parte da corrente que “entra” pela fase já não chega ao neutro (escoa-se pela terra pois
todos os aparelhos, como a máquina de lavar em questão, têm a sua carcaça ligada à terra,
daqui se vê a necessidade de a instalação do nosso prédio ter um boa ligação à terra,
aspecto que por vezes é descurado, sobretudo com a passagem dos anos) e o disjuntor ao
detectar essa diferença actua, isto é, dispara, antes que alguém toque na parte metálica
sob tensão e seja electrocutado. O disjuntor só poderá ser rearmado quando a avaria estiver
reparada.

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2.11.12 - Procedimento de segurança nas actuações do TAE

Com o propósito de minimizar os riscos de actuação pelo TAE, na


prestação de socorro às vítimas, resultantes de acidentes provocados pela
corrente eléctrica, serão enumerados de seguida, os procedimentos a tomar
em conta para assegurar em qualquer circunstância as condições de
segurança necessárias para o desempenho das suas funções. Sabemos que agora é cada
vez mais difícil haver um acidente porque os regulamentos estão mais apertados, mas…

NO CASO DE BAIXA TENSÃO (50 a 1000 Volts):

1 - Verificar se efectivamente se trata de um acidente com vítimas, envolvendo energia


eléctrica e proceder a uma rápida avaliação das condições de segurança, afastando as
pessoas desnecessárias do local, caso existam, e alertando-as também do perigo de morte
que estão sujeitos caso a sua presença no local, se mantenha.

2 - Caso o TAE encontre a vítima inconsciente detectando também a presença de água à


sua volta ou mesmo se a vitima se encontrar em contacto com um condutor eléctrico, NÃO
deve em caso algum tocar na vítima sem previamente ter desligado a corrente.

ATENÇÃO: Não utilize o interruptor do electrodoméstico ou aparelho. A causa do acidente pode ter sido uma avaria do próprio
interruptor.

3 - Previna a queda do sinistrado, se for caso disso, antes de desligar a energia eléctrica, sem
tocar na vítima.

4 - Se o acidente tiver ocorrido no interior ou exterior de uma habitação,


solicitar a um elemento adulto que habite na casa, de preferência os seus
proprietários, que vos indique a localização do quadro eléctrico geral, e o
TAE na presença deste deverá certificar-se que o interruptor da
alimentação de energia eléctrica (da EDP) à casa foi devidamente
desligado. Tenha perfeita consciência do procedimento que se está a levar a cabo.

ATENÇÃO: Em caso de dúvidas na identificação do interruptor de corte geral, desligar todos os disjuntores e interruptores que
encontrar no quadro eléctrico, pressionando todas as patilhas para baixo, de forma a salvaguardarem a vossa segurança.

5 - Se existirem várias vítimas começar por identificar as inconscientes;

6 - Considere sempre a possibilidade de traumatismo craniano e lesão da coluna cervical,


pois a vítima poderá ter caído ou ter sido projectada (actuar em conformidade).

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NO CASO DE ALTA e MUITO ALTA TENSÃO (1000 a 400 000 Volts):

1 - Verificar se efectivamente se trata de um acidente com vítimas,


envolvendo energia eléctrica de alta ou muito alta tensão e proceder
a uma rápida avaliação das condições de segurança, afastando as
pessoas desnecessárias do local, caso existam, e alerte-as dos possíveis
perigos da sua presença no local.

2 - Se o acidente tiver ocorrido com tensões elevadas (alta tensão) telefonar imediatamente
ao CODU, para accionar a Empresa Distribuidora, a REN (Rede Eléctrica Nacional) para que
seja interrompida alimentação de energia naquela zona, para se proceder ao socorro das
vítimas.

3 – Está proibido e é muitíssimo perigoso tocar em alguém que tenha sofrido uma descarga
eléctrica e ainda esteja em contacto com um condutor sob tensão, ou a menos de 5 metros
dele.

4 - É aconselhado socorrer o acidentado só quando tiver a certeza de que a linha foi


colocada fora de serviço, isto é, estar sem tensão.

5 - Se a vítima ficou suspensa nos condutores, pode ser necessário prever medidas no sentido
de atenuar os efeitos de possível queda.

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Comunicar urgentemente à REN para a correcta identificação das linhas de


transporte de energia eléctrica envolvidas no incidente pelo número de telefone:

Nº VERDE: 800 207 470

Transmitindo a seguinte informação:

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2.11.13 - Considerações finais

1 - Seja bastante cauteloso quando encontrar vítimas


inconscientes em casas de banho, sem que haja testemunhas
para relatar o que se passou com a vítima. Poderá estar
confrontado com uma pessoa que tenha sido electrocutada,
devendo o seu socorro ser procedido em conformidade com
tudo que já foi referido, anteriormente.

2 - A corrente de alta tensão provoca lesões mais graves mas a


corrente doméstica também pode ser fatal.

3 - A corrente alterna pode provocar contracturas musculares (vítima não se consegue


mexer) e impedindo-a de se soltar da fonte eléctrica e por isso aumentar o tempo de
exposição.

4 - A humidade reduz a resistência da pele e por isso pode fazer com que as consequências
do choque sejam mais graves.

5 - A electricidade só é perigosa para quem não a conhecendo, se atreve a brincar com ela,
e para quem a conhecendo, não a respeita.

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2.12 – EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL – EPI


Os equipamentos de protecção individual (EPI´s) são quaisquer meios ou dispositivos
destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde
ou segurança durante o exercício de uma determinada actividade. Um equipamento de
protecção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de
forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de
equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível tomar medidas que
permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a actividade.
Os equipamentos de protecção individual que o INEM coloca ao dispor de todos os
técnicos para assegurar a sua actividade na emergência pré-hospitalar, são:

NA ÁREA DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA: Fardamento (Calça com reflectores, Parka, Polar


INEM e colete reflector).

Calça com reflectores Pólo manga comprida com reflectores

Parka impermeável com reflectores Colete INEM com reflectores

Polar INEM com reflectores Pólo manga curta com reflectores

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Capacete de protecção em Kevlar

Na área da BIO-SEGURANÇA: Luvas cirúrgicas, bata, avental, óculos de protecção, máscaras.

Luvas cirúrgicas Bata Avental

Máscara com filtro FFP3 Máscara simples Máscara com viseira

Capas para os sapatos Touca descartável Óculos de protecção


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2.12.3 - EPI´s usados no contacto directo com produtos perigosos

Todos os produtos perigosos exigem uma certa protecção para se entrar em contacto.
Para ocorrências envolvendo pessoas feridas e produtos tóxicos, o INEM dispõe de uma
viatura preparada para actuar nesse tipo incidentes especiais.

Os EPI´s utilizados para efectuar o contacto directo com produtos perigosos é dividido da
seguinte forma:

Nível A: protecção máxima para vias aéreas, olhos e peles, ou seja nenhum
contacto com a substância, e o que se chama de vestimenta encapsulada.

Nível B: protecção máxima para vias aéreas e olhos, mas menor protecção para
a pele.

Nível C: protecção para pele e olhos com menor exigência para protecção de
vias aéreas.

Nível D: praticamente o uniforme de trabalho da equipe com protecção superficial dos olhos
e vias aéreas.

Fotos 16,17 e 18 - Vestimentas de protecção por níveis

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Foto 19 – Viatura NRBQ do INEM

Este veículo especial do tipo (NRBQ) é utilizado pelos profissionais do INEM em situações
especiais e de excepção para busca e resgate de pessoas vítimas de ataque ou acidentes
envolvendo materiais nucleares, radiológicos, biológicos e químicos.
Está equipada com fatos de classe A, câmara de descontaminação, aparelhos de
medição de qualidade do ar e detenção de gases químicos vitais.

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2.13 – SINALIZAÇÃO E PROTECÇÃO RODOVIÁRIA

O tratamento da vítima deve ser prioridade absoluta para a equipa INEM, mas só deve ser
iniciado após terem sido garantidas medidas de segurança para os intervenientes, incluindo
a equipa do meio INEM presente no local.
O objectivo deste capítulo será direccionado no sentido de sensibilizar o TAE, para os
perigos que pode estar potencialmente sujeito quando já se encontra no local da ocorrência
a prestar assistência a uma qualquer vítima. O local poderá ser uma rua, estrada municipal,
nacional ou mesmo uma via rápida.

Foto 20 – Acidente na A23 em 5 Nov. 2007, com autocarro que transportava alunos da universidade
sénior de Castelo Branco em morreram 17 pessoas.

È fácil de entender que as auto-estradas são de todas as vias rodoviárias as mais perigosas
para se encontrar imobilizado com a ambulância em prestação de socorro, isto porque, as
velocidades praticadas pelas viaturas que nela transitam são muito elevadas, tendo como
consequência a necessidade de uma maior distância de imobilização, no caso de a via estar
obstruída com alguma viatura acidentada.
Quando os técnicos do INEM são accionados para ir prestar socorro a um qualquer
acidente de viação ou atropelamento, os intervenientes causadores do sinistro, poderão
muitas das vezes se encontrar imobilizados em pleno eixo rodoviário, sendo que se o meio
INEM for o primeiro a chegar ao local, incorrerá à partida numa exposição acrescida ao
perigo de atropelamento, no decorrer da prestação de auxílio ás vítimas sinistradas.
Se este tipo de incidentes ocorrer à noite e com a agravante de se encontrar nevoeiro
cerrado, a visibilidade no local quanto à presença da equipa de socorro fica seriamente
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diminuída, o que acarreta num gravíssimo problema de segurança para a permanecia da


equipa no local.
Para efeitos do código de estrada, considera-se que a visibilidade é reduzida ou insuficiente
sempre que o condutor não possa avistar a faixa de rodagem em toda a sua largura numa
extensão de, pelo menos 50m.

Foto 21 e 22 – Fotos ilustrativa da má visibilidade quando se encontra nevoeiro

Neste pressuposto e de forma a controlarem o risco dos diversos perigos a que poderão
estar sujeitos numa situação idêntica, todos o TAE responsável pela condução da
ambulância deverão respeitar religiosamente algumas regras de segurança.

A segurança do local deverá ser efectuada seguindo 4 directrizes:

 Estacionamento defensivo;
 Avaliar se os meios são suficientes;
 Círculos de trabalho;
 Reconhecimento e controle dos riscos;

2.13.1 – Razão da cor escolhida para os meios INEM

Os veículos de socorro do INEM, apresentam uma nova decoração recentemente


adoptada, designadamente a nova cor "Ral 1016", adoptada a nível europeu para facilitar a
identificação dos veículos de emergência. A escolha pela cor RAL 1016 possui uma
explicação de natureza científica: estudos realizados provaram que o olho humano é
particularmente sensível à cor Amarelo "RAL 1016", permitindo uma identificação muito mais
rápida deste veículo prioritário. Diversos países comunitários, membros do Comité Europeu
para a normalização já adaptaram ou estão em fase de adaptação das suas ambulâncias a
esta cor, na sequência dos compromissos assumidos no âmbito daquele Comité.

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2.13.2 – Regras Importantes de Segurança

Assim é importante respeitar as seguintes regras:

(1) - À chegada ao local do sinistro, a viatura deve manter os médios, piscas, e sinais
luminosos ligados, dirigindo para o local do acidente os faróis dianteiros, para proporcionar
uma melhor visibilidade no caso de se tratar de uma ocorrência efectuada em período
nocturno. Caso exista a necessidade prioritária da colocação da ambulância em modo de
barreira de protecção para que a equipa de emergência tenha garantias de protecção no
auxílio às vítimas sinistradas, a indicação para direccionar os faróis dianteiros para o local do
sinistro, deixa de fazer sentido.

(2) - Deixe o motor da ambulância sempre em funcionamento, de modo


que, possa ser reposta toda a energia eléctrica retirada à bateria, pela
utilização de todas as luzes sinalizadoras de emergência, aquecimento e
iluminação da célula sanitária, e sinais luminosos da viatura. Se não o fizer,
em certos modelos de ambulâncias, corre o risco, de ficar forçosamente
imobilizado por falta de energia na bateria para iniciar o arranque ao motor.

(3) - Tenha sempre em consideração de que pode fazer-se valer da ambulância, para fazer
protecção à equipa no local onde se encontram a prestar auxilio às vítimas. Pode assim
evitar possíveis atropelamentos ou abalroamento por parte de outras viaturas que circulam
na mesma via.

Foto 23,24 e 25 – Ilustração da posição de protecção

(4) - Nos acidentes ocorridos em auto-estradas ou via equiparadas, em que exista


imobilização das viaturas sinistradas no eixo da via, quando estiver próximo ao local indicado

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pelo CODU do referido sinistro e mal tenham contacto visual do acidente à sua frente, deve
de imediato, fazer uso das luzes avisadoras de perigo accionando deste modo os 4 piscas
intermitentes, de forma a alertar os restantes utentes da via que circulam atrás da sua viatura,
que procederam a uma súbita redução da velocidade provocada por um obstáculo
imprevisto, à sua frente.
Essa diminuição da velocidade, deverá ser efectuada, monitorizando constantemente o
tráfego que circula atrás de si, fazendo uso dos espelhos retrovisores para o efeito, para que
desse modo diminua a probabilidade de ser abalroado por um condutor que venha mais
distraído a conduzir, atrás de si.

(5) - A viatura de emergência deve imobilizar-se de forma bem visível e a uma distância que
permita aos demais utentes da via tomar as precauções necessárias para evitar acidentes.
Os locais considerados de fraca visibilidade, são curvas, lombas e túneis.

(6) - É da competência das forças de segurança e bombeiros, a


colocação de triângulos de sinalização a pelo menos 50 metros do local
da ocorrência, 100 metros em vias de alta velocidade ou antes das
curvas. No caso de ser a primeira equipa de socorro a chegar ao local
do acidente, utilize o triângulo da sua viatura de emergência, se considerar, que irá aumentar
a segurança no local.

(7) - A distância mínima a que a ambulância deve se encontrar relativamente à viatura


sinistrada é de 15 metros, isto porque, deste modo cria-se espaço suficiente em redor da
viatura acidentada para que as equipas de socorro possam trabalhar e se for o caso,
proceder também a um desencarceramento mais seguro das vítimas.
Em caso de se tratar de uma via secundária de pequenas dimensões, e não existir pessoas
encarceradas, poderá adoptar-se a distância mínima de 5 metros entre a sua viatura e o
veículo sinistrado.

Foto 26 – Ilustração da não criação da distância mínima de 15 metros e do mau posicionamento da ambulância.

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(8) - Na avaliação das condições de segurança ao local, se constatar que existe combustível
espalhado em quantidade considerável, risco de incêndio, produtos perigosos ou linhas
eléctricas energizadas, afaste a ambulância no mínimo para uma distância de 40 metros,
relativamente ao local considerado. Comunique de imediato o CODU, no sentido de pedir
apoio urgente dos bombeiros, no local.

(9) - Em caso de perigo iminente de atropelamento, por circulação indevida de viaturas, na


zona em volta da vítima ou viaturas sinistradas, deve proceder de imediato à interrupção do
trânsito, pedindo apoio urgente à autoridade policial no local ou no caso de ausência desta,
utilize a própria ambulância SBV ou SIV, para o efeito.

(10) - Logo que chegue uma viatura da PSP ou GNR ao local,


delegue a sinalização e segurança aos agentes da autoridade,
sem descorar nunca da auto-protecção, isto porque, muitas das
vezes, os agentes da autoridade tendem a ficar mais preocupados
com os aspectos burocráticos que têm que resolver, do que a
segurança do local. Esteja sempre alerta para essa possível falha,
dos agentes reguladores do trânsito.

(11) - Nos acidentes em auto-estrada cujo o acesso no mesmo sentido seja muito demorado
ou esteja bloqueado, a equipa nunca deverá efectuar o acesso em contra-mão ou
paragem junto do separador central em sentido contrário, a não ser que, a forças de
segurança nos dê garantias de que a circulação rodoviária tenha sido interrompida também
no sentido contrário ao sinistro.

(12) - A evacuação rápida de vítimas exige “corredores” de trânsito abertos. Compete às


forças de segurança orientar o trânsito para que a saída das ambulâncias não seja
comprometida. Se necessário sensibilize o agente regulador do trânsito para essa
necessidade.

(13) - Os reflectores existentes na farda apoiam e muito a


sinalização à noite e contribuem para o aumento da segurança
das equipas de socorro na rua. O uso da farda reflectora é
altamente aconselhável, sendo que à noite é imprescindível que
façam uso da mesma, sendo um exemplo disso, a parker
impermeável, que possui bastante material reflector.

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(14) - Qualquer “rendez-vous” deverá ser realizado se possível, num


local seguro e afastado do trânsito. Perante isso, as equipas de
emergência devem combinar encontrar-se, no caso da via rodoviária
onde transitam se tratar de uma auto-estrada ou via equiparada, nas
áreas das estações de serviço, parques de descanso, ou nós de
ligação. Caso isso não seja possível, as viaturas de emergência devem
parar o mais junto da berma possível, para estas não interfiram com a
normal circulação de viaturas nessa via rodoviária. Nunca esquecer de accionar as luzes de
sinalização de pré-perigo (quatro piscas).

(15) - No local da ocorrência, se tiverem a necessidade de imobilizar a ambulância num


terreno com declive devem, certificar-se que a viatura encontra-se devidamente travada
sendo que também devem direccionar o sentido das rodas para o lado menos provável de
puder vir atropelar vidas humanas em caso de falha mecânica dos travões.

Foto 27 e 28 – Ilustração da direcção das rodas em terrenos com declive

(16) - Sempre que verifique perigo provocado por substâncias tóxicas, fogo, e
desmoronamentos é importante comunicar de imediato ao CODU o sucedido para que
desta maneira accionem o apoio dos bombeiros. Neste tipo de situações nunca avance, sem
antes chegar os bombeiros e sem ter autorização expressa do comandante das operações
de socorro, presente no teatro das operações, que num caso real será sempre o elemento
mais graduado dos bombeiros.

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Foto 29 a 32 – Perigos provocados por desmoronamentos

2.13.3 – Considerações Finais

● Auto-protecção:

→ Seja visto, use EPI´s, fique atento, respeite as regras de segurança, fique de frente para o
fluxo de trânsito.
→ Desça sempre da viatura pelo lado sem tráfego, quando não for possível, saia lentamente
e cuidadosamente.
→ Nunca fique entre a ambulância e a faixa de rodagem.
→ Desloque-se somente em fila indiana.
→ Fique sempre com a sua atenção voltada para o tráfego

● Proteja as vítimas e sua equipe: Sinalize, controle o evento, atenção ao trânsito, requisite
apoio de se for necessário.

● Sinalize: o evento, isole, siga as regras de segurança. Sempre que possível estacione fora da
estrada, afastado e protegido.

2.13.4 – Casos práticos de possíveis cenários no local de ocorrência


Neste item será abordado 8 casos práticos de possíveis cenários que o TAE pode encontrar
quando chega ao local do acidente de viação ou atropelamento. Com estes casos práticos,
pretende-se que o TAE interiorize os procedimentos básicos a ter em conta, para assegurar a
sinalização e segurança da tripulação e viatura, enquanto prestam o auxílio às vítimas.
Abaixo de cada uma das figuras será feito um comentário para justificar a razão do
posicionamento assumido à ambulância, no local.

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CASOS PRÁTICOS DE
POSSIVEIS CENÁRIOS DE
LOCAIS DA OCORRÊNCIA

(Solidificação de Conhecimentos)

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CASO PRÁTICO nº1: Colisão frontal de dois veículos numa EN em que as viaturas ficam
imobilizadas quase a meio da via.

Imagem 25 - A ambulância chega pelo lado esquerdo (ex.1) Imagem 26 - A ambulância chega pelo lado direito (ex.2)

Imagem 27 - Ilustração do teatro de operações com todos os meios de emergência envolvidos no socorro.

OBSERVAÇÃO: No caso prático nº1 ilustra-se o típico choque frontal em que as viaturas
envolvidas acabam por ficar imobilizadas quase a meio da faixa de rodagem.
Quando a equipa INEM chega ao local deve de imediato tomar providências de forma a
criar protecção a eles próprios e às vítimas sinistradas. No exemplo nº1 e nº2 pode reparar
que a ambulância foi imobilizada do lado da faixa onde as viaturas se encontram mais
expostas. Depois a ambulância foi colocada atravessada na faixa de rodagem de forma a
criar uma “parede” de protecção para prevenir o possível atropelamento da equipa de
emergência, de viaturas que circulam no sentido onde ela se encontra imobilizada.

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Colocando a viatura atravessada na via, ganham na melhor das situações uma faixa de
protecção com cerca de 6mt de comprimento, correspondente ao comprimento da viatura
(VW Crafter). Caso contrario apenas tem 2mt de protecção correspondente à largura da
ambulância.
De realçar que a ambulância além da vantagem em ter a cor amarela, como aliás já foi
descrito no início deste capítulo, encontra-se muito bem caracterizada possuindo bandas
reflectoras que ajuda e muito a sua sinalização principalmente à noite pelos restantes
automobilistas. Tirem partido dessa característica da viatura.
Pode estar a pensar que a ambulância poderia estar mais centrada a meio da faixa de
rodagem, para um melhor alinhamento dessa “parede” de protecção com as viaturas
sinistradas, mas é uma ideia errada para este caso, isto porque, os condutores dos carros que
circulam no sentido (esquerda para a direita), podem concluir que tem espaço suficiente
para continuarem a sua marcha junto à berma criando inadvertidamente uma circulação de
carros nessa zona, o que aumenta o risco de mais um acidente no local.
Além do mais, ao retirar a maca pela traseira da viatura o TAE ficaria mais exposto aos
carros que circulam nesse sentido. Não se esqueça que todo este cenário pode acontecer
na pior das situações à noite e com fraca visibilidade, aumentando deste modo o risco de
um atropelamento.
Se porventura a largura da estrada permitir que essa manobra se faça sem descurar do
que foi dito, nesse caso não existe problema.
De frisar que enquanto houver necessidade de ir buscar material à célula sanitária da
ambulância, para que se processar o socorro à vitima, o seu acesso deve ser feito sempre
que possível pela porta lateral, para que o risco de exposição ao perigo seja baixo.
Aquando a chegada dos agentes da autoridade, solicite o corte ou desvio do tráfego da
zona do sinistro, se concluir que aumenta a sua segurança e a das restantes pessoas, no
local.
Se a viatura de desencarceramento ou alguma ambulância do corpo de bombeiros local
for accionado para o sinistro, para auxiliar no socorro, promova sempre que possível uma
comunicação assertiva de articulação de esforços com a equipa dos bombeiros, ou outro
agente de socorro, sendo que no caso dos bombeiros, deve falar com o elemento mais
graduado no local e transferir a função de COS para este.

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CASO PRÁTICO nº2: Colisão entre dois veículos numa auto-estrada ou via equiparada

Imagem 28 - Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº1)

Imagem 29 - Chegada da ambulância e imobilização


em modo de sinalização e protecção em auto-
estrada (Exemplo nº2)

Foto 33 – Ilustração da má imobilização assumida pela viatura de Imagem 30 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro
socorro no local do sinistro. de operações em sinistros deste tipo.

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OBSERVAÇÕES: Neste caso prático gostava de realçar que a prestação de socorro nestas
situações, tem um risco bastante acrescido, porque não deve ser deveras confortante, estar
a socorrer alguma vitima, e ao mesmo tempo estarem a circular a cerca de 2 metros de nós,
por vezes viaturas a +100Km/h. No meu entender este é o caso prático com maior nível de
risco na prestação de socorro nas vias de circulação automóvel.
Aquando a chegada junto do sinistro, se for a primeira equipa no local, ligar de imediato
para o CODU, para solicitar com a máxima urgência a autoridade e a equipa de auxílio da
concessionária da (auto-estrada ou SCUT) para o local.
No exemplo nº1 e nº2, o TAE que vêm a conduzir, após imobilizar a viatura de emergência,
nunca em modo algum deverá sair do veículo pela porta do seu lado, mas sim pela porta
contrária, que se encontra mais protegida ao risco de atropelamento.
Por esta ordem de ideias deve utilizar também a porta lateral da ambulância para se fazer
aceder à célula sanitária, em prol das portas traseiras mais expostas ao risco de
abalroamento.
Quando tiverem a necessidade de retirar a maca devem fazê-lo com o máximo de
atenção ao trânsito.
Deve fazer respeitar os procedimentos de segurança nº1,2,3,4,5,9 e 11 descritos na página
99,100,101 e 102.

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CASO PRÁTICO nº3: Colisão frontal de dois veículos num IP ou EN em que as viaturas ficam
imobilizadas na berma.

Imagem 31 – Ilustração da correcta posição de imobilização da Imagem 32 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância
ambulância (A ambulância chegou pelo lado esquerdo – exemplo nº1) (A ambulância chegou pelo lado direito – exemplo nº2)

Foto 34 – Ilustração real do tipo de acidente abordado neste caso. Figura 33 - Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no
teatro de operações no sinistro

OBSERVAÇÕES: Neste tipo de acidentes as viaturas envolvidas são projectadas para fora
da via, sendo que deveremos ter sempre em consideração, que para socorrer em condições
de segurança deveremos possuir em qualquer das situações uma zona de segurança. Por isso
como nos casos anteriores, o TAE deverá posicionar a ambulância procurando obter uma
zona de segurança para socorrer as vítimas, sem estar a correr riscos desnecessários.
Os procedimentos básicos de segurança a ter em conta, são em todas as situações muito
idênticos. De uns exemplos para os outros, tirem as devidas ilações.
Em qualquer das situações ilustradas deve procurar mentalizar-se que acima de tudo,
primeiro deverá a sua segurança. Nunca se esqueça do slogan: “Primeiro EU, depois EU e só
depois EU…! Não corra riscos desnecessários. Não coloque a sua vida e a dos seus colegas
em RISCO.

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CASO PRÁTICO nº4: Colisão frontal/lateral entre dois veículos numa EN ou EM em que as viaturas
imobilizam-se numa das faixas de rodagem.

Imagem 34 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância

que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – exemplo nº2)

Imagem 35 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância


que chegou ao sinistro pelo lado direito da imagem – exemplo nº2)

OBSERVAÇÕES: Aquando a chegado ao local procure, logo de imediato idealizar qual


será a melhor posição a dispor à ambulância de forma a proteger a vossa actuação de
socorro. O exemplo nº1 será dos dois, onde a ambulância ficará melhor imobilizada, pois
protege-o do acesso à célula sanitária pela porta lateral e traseira da ambulância
relativamente ao carros que circulam na faixa de rodagem onde a ambulância se encontra
posicionada.

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CASO PRÁTICO nº5: Colisão frontal entre um veículo ligeiro e uma moto numa EN ou EM.

Imagem 36 – Ilustração da correcta posição de imobilização da


ambulância que chegou ao sinistro pelo lado cima da imagem –
exemplonº1)

Imagem 37 – Ilustração da correcta posição de imobilização da


ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem –
exemplonº2)

OBSERVAÇÕES: Neste caso prático ilustra-se a típica colisão entre uma viatura e uma
mota, sendo que o motociclista à chegada da equipa de socorro se encontra prostrado no
chão da via.
Se a viatura de socorro chegar pelo lado esquerdo da figura, a melhor posição para
colocar a ambulância será a descrita pela imagem 37.
Ter em atenção de nunca imobilizar a ambulância no interior de uma curva sem
visibilidade, a não ser que seja inviável por algum motivo. Para minimizar a situação, coloque
ou mande colocar um triângulo de sinalização à entrada da curva. Se delegar essa função a
um “mirone” que lhe inspire confiança, informe-o das graves consequência da sua não
colocação. Se possível mais tarde aborde um outro mirone e peça para este verificar se
existe algum triângulo à entrada da curva.

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Se não existir a necessidade de desencarcerar nenhuma das vítimas, a ambulância


poderá ficar a 5 metros distanciada das viaturas sinistradas caso contrário aumente essa
distância para 15 metros.
Se a ambulância porventura chegar ao sinistro pela estrada de cima como ilustra a
imagem 36, a ambulância poderá ficar posicionada de forma a proteger o motociclista que
se encontra no chão. Se for de noite, poderá utilizar as luzes laterais da ambulância para
melhorar a iluminação no local onde ele se encontra deitado no chão, ajudando numa
melhor prestação de cuidados de saúde às vítimas acidentadas.

CASO PRÁTICO nº6: Colisão entre dois veículos ligeiros numa via com 4 faixas de rodagem no
mesmo sentido.

Imagem 38 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente

OBSERVAÇÕES: Numa situação idêntica à ilustrada na imagem de cima, a ambulância


deverá ser posicionada de forma a não permitir a circulação na faixa do acidente e na faixa
junto ao passeio. Nunca esqueça que está contra indicado ocorrer circulação de trânsito nas
laterais mais próximas relativamente à direcção do acidente. Se bloquear o fluxo de viaturas
como está indicado na ilustração de cima, fica com uma maior zona segurança para poder
prestar o socorro como deve ser, sem ter que se preocupar constantemente com o trânsito
que fluí mesmo ao seu lado.
De realçar que em qualquer das situações já descritas até ao momento, deve solicitar ao
CODU a autoridade policial ao local.

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CASO PRÁTICO nº7: Atropelamento de um peão na passadeira

Imagem 39 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente

Foto 35 – Actuação das equipas do INEM, a uma vitima de atropelamento

OBSERVAÇÕES: Numa situação deste tipo deveremos ter sempre uma preocupação com
a nossa segurança e a da vítima. Da forma como está disposta a ambulância o TAE está
completamente protegido do fluxo de trânsito que circula na faixa de rodagem onde se
encontra a vitima. O procedimento de retirar a maca também não está posto em causa pela
falta de segurança no local. Respeita as normas básicas de segurança na via pública.

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CASO PRÁTICO nº8: Accionamento para uma ocorrência num domicilio

Imagem 40 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância quando arranja espaço para estacionar a viatura (exemplo nº1)

Imagem 41 – Ilustração da posição de imobilização mais indicada para ambulância quando não tem espaço para estacionar (exemplo nº2)

OBSERVAÇÕES: O caso prático descrito em cima, deverá retratar a maior parte das
ocorrência para a qual os profissionais do INEM, são chamados. Trata-se portanto de um
accionamento para uma morada de um domicílio qualquer em que a viatura de socorro
num dos dois casos retratados tem lugar para estacionar e no outro não.

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Ilustração do exemplo nº1:

Perante isto, e comentando a ilustração do exemplo nº1, a viatura quando chega ao


domicilio, o técnico deverá procurar estacionar a ambulância no mesmo lado em que se
encontra a habitação.
Se estacionar como na posição 1, deve procurar subir o passeio para que a viatura fique
mais resguardada possível, de forma que o colega ao sair da ambulância não fique tão
exposto ao fluxo de trânsito que circula de frente. Não se esqueça que a viatura (VW Crafter)
é mais larga que a maioria das viaturas estacionadas.
Se proporcionar estacionar como na posição 2, deverá efectuar um estacionamento
considerado normal, tendo apenas o cuidado de deixar espaço suficiente na retaguarda de
forma a se for o caso consiga retirar a maca da ambulância sem dificuldade. Quando
pretender sair da viatura deverá faze-lo pela porta do seu colega, porque a sua encontra-se
demasiado exposta ao trânsito.
A posição 3 encontra-se contra indicada, devido a uma maior risco de exposição ao
perigo, porque neste caso terá de atravessar a rua para ter acesso à habitação por várias
vezes. Não se esqueça que quando carregado com o equipamento de socorro poderá ficar
diminuída a sua destreza e facilidade de locomoção para atravessar a rua. Além do mais
não será de bom senso expor a vítima de tal forma que esta ainda tenha que esperar que o
trânsito seja interrompido para que se consiga atravessar a rua com esta em cima da
cadeira, na maca ou mesmo a pé, para faze-la chegar à ambulância. A vítima deverá
percorrer a menor distância possível até chegar à ambulância. Desta forma deve adoptar a
posição 1 em prol da posição 3.

Ilustração do exemplo nº2:

Quanto ao exemplo nº2 que ilustra a situação de a equipa não conseguir arranjar
estacionamento para a viatura e ter que optar por estacionar em 2º fila, o TAE que conduz a
viatura deverá ter cuidados especiais nas diferentes posições de imobilização.
Na imobilização da ambulância na posição 1 o TAE chega à morada da habitação pelo
lado esquerdo da imagem ilustrativa, sendo que depois deve colocar a ambulância na via
contrária ao sentido do fluxo do trânsito e estaciona a ambulância em 2º fila. Acciona as 4
piscas intermitentes. Não deve esquecer também de manter as luzes de emergência ligadas,
incluindo os máximos intermitentes accionados (para as ambulâncias que possuem).
A ambulância deverá ficar bem encostada aos carros se encontram estacionados junto ao
passeio de forma a que quando os dois elementos saiam da ambulância pela porta do lado
direito não pisem a via do sentido contrario. Os dois elementos devem entrar pela porta

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lateral para buscar o material de socorro e devem sair pela porta de trás, para assim diminuir
o risco de exposição ao fluxo de trânsito.
Quanto à posição 2, para ilustrar a dinâmica desta imobilização, vai se supor que a
ambulância neste caso chegou à morada da habitação pelo lado direito da imagem
ilustrativa, sendo que como não foi encontrado lugar para estacionar, esta ficou imobilizada
em 2º fila, mesmo em frente à habitação da vítima. Deve ser accionado os quatro piscas, e a
ambulância deve ficar disposta o mais junto da linha de separação do sentido do fluxo da
via, sendo que o espelho lateral da ambulância deverá ficar em linha com a marcação da
estrada (se esta existir no chão), caso contrário faça uma estimativa visual.
Neste caso o condutor da ambulância deverá sair pela porta do lado direito e usar a porta
lateral para aceder à célula sanitária para buscar o material de socorro. A saída deverá ser
por essa mesma porta. Quando for necessário colocar a maca no exterior o TAE deverá ter
um cuidado redobrado quando à dinâmica do fluxo do trânsito da via onde a ambulância
se encontra parada.
A posição 3, como no caso anterior não deve ser adoptada em nenhuma das situações, a
não ser numa situação pontual e ou de excepção.

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2.13.5 - Evacuação via Helicóptero

A evacuação via helicóptero de vítimas sinistradas necessita da disponibilização de uma


área própria para aterragem em segurança.

LOCAL DE ATERRAGEM

Neste capítulo será apenas abordado os locais de aterragem não preparados tais como:
estradas, auto-estradas, campos de futebol, terrenos baldios, paradas militares, cruzamentos,
edifícios, rios e linhas-férreas.

Foto 36 a 42 – Heli-transporte Primário a partir de locais não preparados

SEGURANÇA

É importante que o TAE tenha conhecimento de quais são as condições mínimas de


segurança, que um local de aterragem improvisada para um helicóptero, deverá apresentar,
para que este meio consiga chegar o mais rápido e mais perto ao local do sinistro.

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O uso de helicópteros levanta questões muito sérias de segurança que deverão sempre ser
cumpridas sob pena de se darem desagradáveis acidentes, na sua maioria fatais.

Assim sendo, é exposto algumas regras fundamentais de segurança:

1 - O piso de aterragem, de acordo com o manual de voo do helicóptero utilizado, deverá


ser o mais plano possível (inclinação <10º), suficientemente consistente para aguentar o peso
do helicóptero, e sem objectos soltos que o possam danificar ou inviabilizar a própria
operação.
2 – A zona deve ter um diâmetro > 30 metros, limpos e sem obstáculos na vizinhança (fios
eléctricos, árvores altas, candeeiros, gruas, antenas, construções, lixo), e deve bloquear a
estrada nos dois sentidos. A distância de segurança a que os elementos não autorizados a
abordar o helicóptero devem permanecer, é de pelo menos 30 metros.

3 - Não fumar nem permitir que o façam, rum raio de 50 metros do helicóptero

4 - Nunca abordar o helicóptero sem autorização do piloto comandante.

5 - Não olhar para o helicóptero (com o motor em funcionamento) sem protecção ocular.

6 - Nunca abordar o helicóptero pela retaguarda, aproximar sempre pela frente

7 - A ambulância deve ficar fora da área do rotor, por causa das antenas de comunicação
da ambulância e deve aproximar-se sempre pela frente do heli.

Foto 43 – Transporte secundário a efectuar pelo helicóptero

8 - O local deve estar bem iluminado (a partir do chão e/ou do helicóptero) de modo a
permitir a sua identificação bem como de quaisquer obstruções. A iluminação, quando a
partir do chão, não deverá constituir ela mesmo um obstáculo.

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9 - Nas aterragens nocturnas a ambulância que espera o doente deve colocar-se fora do
local e ligar as luzes rotativas até o heli se encontrar na fase final da aterragem para uma
melhor identificação dos locais não preparados para voos nocturnos.

Imagem 42 – Ilustração da zona de aterragem

10 - A abordagem do TAE ao helicóptero será sempre pela região fronto-lateral e com o


corpo curvado para baixo. A vítima e respectiva maca embarca/desembarca sempre pelo
lado direito.

11 - Não andar com objectos soltos próximo do helicóptero quando este está em
funcionamento. Apertar casacos, agarrar objectos soltos. Nunca deixar objectos soltos nas
proximidades do heli.

12 - Dar referências para a identificação do local e garantir com as forças Policiais/Bombeiros


o isolamento do local.

13 - Quando possível, os locais não preparados para a aterragem/descolagem visual em


operações de busca e salvamento devem cumprir com os seguintes requisitos mínimos: a
área de aterragem deve possuir as dimensões mínimas iguais a, pelo menos, (2DX2D), sendo
D a maior dimensão do helicóptero quando os rotores estão em funcionamento.
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Sendo assim o INEM dispõe de 5 aeronaves:

2 Helicópteros Biturbina Bell 412EP 3 Helicópteros Biturbina AgustaWestland AW109

(D) = 17,13 mt (D)= 13,04 mt

Área mínima de aterragem: Ø 39 m Área mínima de aterragem: Ø 30 m

Local das Bases: Hospital Pedro Hispano (Porto) Local das Bases: Macedo de Cavaleiros (Norte)
Salemas (Loures) Santa Comba Dão (Centro)
Loulé (Sul)

Lotação: Piloto, Co-piloto, Médico, Enfermeiro Lotação: Piloto, Co-piloto, Médico, Enfermeiro
Cap. Evacuação: 2 vítimas Cap. Evacuação: 1 vítima

LOCALIZAÇÃO DOS HELICÓPTEROS INEM:

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Identificação da cota (D) - Exemplo

Imagem 43 – Ilustração do valor de (D) no helicóptero Bell 412EP

2.13.5.1 - Cálculo da área de aterragem em segurança

Ø Área de aterragem

Foto 44 – Ilustração da área mínima de segurança para aterrar um helicóptero

Exemplo:

- Para o Helicóptero BELL 412EP, a área é: 2D*2D= 2*17,13*2*17,13 = 1174 m ²

Área (Ø) = Pi x r ²  1174 = 3,14 x r ²  raio =19,33 m → D = ± 39 metros

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2.13.5.2 – Áreas de perigo e procedimento de aproximação

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2.14 – IDENTIFICAÇÃO DE MATÉRIAS PERIGOSAS

As matérias perigosas são produtos que devido à sua inflamabilidade, eco toxicidade,
corrosibilidade ou radioactividade, por meio de derrame, emissão, incêndio ou explosão
podem provocar situações com efeitos negativos para o Homem, bem material e Ambiente.
Os produtos perigosos transportados essencialmente pela via ferroviária e rodoviária, podem
ser do tipo radioactivo, químico ou biológico. Apesar do nome, "produto perigoso", eles são
amplamente usados para facilitar a vida moderna com usos tão antagónicos quanto a
medicina e a construção de armas nucleares.

Em muitas das ocorrências a que são chamados a intervir, tais como, acidentes rodoviários,
ferroviários ou de trabalho, os meios INEM, sedeados próximos às zonas do incidente, são
normalmente os primeiros a chegar ao local. Deste modo é importante que o TAE tenha uma
noção geral dos riscos que envolvem os produtos perigosos, para que possam agir em
conformidade com os perigos surgidos no momento. Neste sentido poderão adoptar uma
actuação preventiva de forma a garantirem a sua segurança e das vítimas que estão a
socorrer no local no sinistro. Devem ter consciência que existe também o risco de puderem vir
a conduzir o resíduo químico proveniente de uma determinada fuga ou derrame para o
interior da ambulância e hospital, aumentando assim o número potencial de vítimas.

Sendo assim, neste capítulo, irá ser abordado a temática da identificação das matérias
perigosas de modo a elucidar o TAE, para os seus reais perigos e riscos de acidente.

Foto 45 e 46 – Várias tipologias de armazenamento das matérias perigosas

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2.14.1- Regulamentos

O transporte de matérias perigosas por via terrestre, marítimo, fluvial ou aérea, está sujeito
a legislação adequada visando a protecção de pessoas e do ambiente, através da
adopção de regras de segurança bastante rigorosas, contempladas nos seguintes diplomas:

ADR – Acordo Europeu relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por


Estrada (*);
RID – Regulamento relativo ao Transporte Internacional Ferroviário de Mercadorias Perigosas;
RPE – Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada.

Para além disso, ainda devem ser consideradas as normas emanadas pelas seguintes
organizações internacionais:

OMI – Organização Marítima Internacional;


IATA – International Air Transport Association (Associação Internacional de Transporte Aéreo).

Os sistemas de classificação dos produtos perigosos são estabelecidos pelas organizações


e regulamentos supracitados e são divididos em classes e subclasses. Cada produto recebe
também uma codificação em 4 números facilmente visualizados em placas laranjas que
contém também a classe e subclasse.

Imagem 44 – Exemplo do painel laranja identificando o material e os perigos associados

(*) – O documento pode ser consultado através do site: www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/TransportesRodoviarios/TransporteMercadoriasPerigosas

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2.14.2 - Etiquetas de perigo

As etiquetas de perigo indicativas dos riscos estão destinadas principalmente a ser


colocadas sobre as mercadorias ou sobre as embalagens ou recipientes que as contenham
(**). Este sistema de etiquetagem baseia-se na classificação das mercadorias perigosas e têm
a finalidade de:

→ Serem facilmente reconhecidas à distância pelo símbolo, cor e forma;


→ Dar a conhecer a natureza do perigo e ser facilmente reconhecível face aos símbolos.

Os símbolos principais são:

A bomba: perigo de explosão;

A chama: perigo de incêndio;

A caveira e as tíbias cruzadas: perigo de envenenamento;

O trifólio esquematizado: perigo de radioactividade;

Os líquidos gotejando dos tubos de ensaio sobre uma mão e uma placa de metal: perigo de corrosão.

Outros símbolos complementares utilizados são:

Uma chama sobre um circulo: comburentes/oxidantes;

Uma garrafa: gases comprimidos não inflamáveis;

Três meias luas sobre um circulo: substâncias infecciosas;

Uma cruz sobre uma espiga de trigo: substância nociva que deve colocar-se a distância dos alimentos;

Sete franjas verticais: substancias perigosas diversas.

(**) - Conforme portaria 732-A/96, de 11 Dezembro


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2.14.3 – Sistema de classificação de riscos (por Classes)

Com base no Regulamento Nacional do Transporte de Matérias Perigosas por Estrada


(RPE) e de acordo com os perigos relativos a cada uma, são as mesmas agrupadas em
classes, como está indicado no quadro 5.

Quadro 5 – Classes de matérias perigosas

CLASSE 1 – Matérias e objectos explosivos

São substâncias que tem capacidade para, com a aproximação e contacto com uma
fonte de energia externa, provocar uma libertação rápida e violenta de gases e calor
(explosão). São normalmente muito sensíveis a choques, fricções e elevações de
temperatura. Os explosivos, quando transportados, são identificados pelo painel indicado na
imagem 45.

Imagem 45 – Painel laranja indicativo de perigo de explosão

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As matérias explosivas (não confundir com misturas explosivas), que constituem a classe 1
de perigo, são divididas nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 1.1 - Substâncias e artefactos com risco de explosão em massa


Subclasse 1.2 - Substâncias e artefactos com risco de projecção
Subclasse 1.3 - Substâncias e artefactos com risco predominante de fogo
Subclasse 1.4 - Substâncias e artefactos que não apresentam risco significante
Subclasse 1.5 - Substâncias pouco sensíveis
Subclasse 1.6 - Substâncias extremamente insensíveis

Imagem 46 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias explosivas

CLASSE 2 – Gases

O termo gás significa o estado físico de uma substância que, em condições normais de
pressão e de temperatura (p atm de 1 atmosfera e 25 °C), não tem forma nem volume, mas
que toma a forma e ocupa a totalidade do volume do contentor ou espaço que o contem.
Os gases designados por «gases criogénicos», pelo facto de serem liquefeitos a
temperaturas muito negativas, da ordem de -120 °C a -130 °C, podem causar queimaduras
graves no caso de fugas ou derrames que atinjam o corpo humano. O oxigénio, o azoto, o
árgon e o anidrido carbónico são exemplos de gases que podem ser liquefeitos a essas
temperaturas.

Os gases são divididos nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis


Subclasse 2.2 - Gases comprimidos não tóxicos e não inflamáveis
Subclasse 2.3 - Gases tóxicos por inalação

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Imagem 47 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo gases

CLASSE 3 – Matérias líquidas inflamáveis

Esta classe abrange os combustíveis líquidos em que o que arde são os vapores resultantes
da sua evaporação em contacto com o ar, formando misturas inflamáveis dentro dos limites
de inflamabilidade/explosividade.

As matérias líquidas inflamáveis, são divididas nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 3.1 - Líquidos inflamáveis (ignição abaixo de 40°)


Subclasse 3.2 - Líquidos combustíveis (ignição entre 40° e 80°)

Imagem 48 – Exemplo de etiqueta de perigo envolvendo, líquidos inflamáveis

CLASSE 4 – Matérias sólidas inflamáveis, Substâncias passíveis de combustão


espontânea, Substâncias que, em contacto com a água, emitem gases
inflamáveis.

Existem várias matérias sólidas com características inflamáveis ou combustíveis,


nomeadamente madeira e seus derivados, plásticos, borrachas, fibras têxteis, poeiras de
várias origens, pesticidas, carvão, etc.

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Foto 47 – Fusão de Termoplásticos

A classe 4, é dividida nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis


Subclasse 4.2 - Substâncias Passíveis de Combustão Espontânea
Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contacto com a água, emitem gases inflamáveis

Imagem 49 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo sólidos inflamáveis

CLASSE 5 – Matérias comburentes

As matérias comburentes, também designadas por substâncias oxidantes, têm como


elemento constituinte das suas moléculas o oxigénio, facilitando assim a ignição dos
combustíveis e a intensificação da reacção de combustão.
São exemplos destas substâncias os peróxidos e os nitratos, dos quais se destacam os
utilizados como fertilizantes na agricultura.

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Foto 48 e 49 – Exemplo de embalagens com fertilizantes

As matérias comburentes são divididas nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 5.1 - Substâncias Oxidantes


Subclasse 5.2 - Peróxidos Orgânicos

Imagem 50 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo oxidantes e peróxidos orgânicos

CLASSE 6 – Matérias Tóxicas

Estas substâncias podem aparecer em suspensão na atmosfera, no estado sólido (poeiras,


fibras, fumo), no estado líquido (aerossóis e neblinas) e no estado gasoso (gases e vapores,
devido a ocorrência de um derrame, ou até como produtos de combustão provenientes de
um incêndio). As águas provenientes da extinção podem conter uma concentração elevada
de substâncias tóxicas, tornando-se um risco grave para a vida e saúde das pessoas e para o
ambiente. Penetram no organismo com maior facilidade através da pele, dos olhos e pelas
vias respiratórias.

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Foto 50 – Exemplo de embalagens com pesticidas.

As matérias tóxicas são divididas nas seguintes subclasses de perigo:

Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas


Subclasse 6.2 - Substâncias Infectantes

Imagem 51 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias tóxicas e infectantes

CLASSE 7 – Matérias Radioactivas

As matérias radioactivas, que incluem os combustíveis nucleares e os isótopos radioactivos,


como os de urânio e plutónio, emitem partículas e radiações capazes de produzir danos nas
células. Não existem no nosso pais centrais nucleares, constatando-se apenas a presença de
matérias radioactivas em laboratórios e em detectores de incêndio iónicos, neste caso com
níveis de radiação muito abaixo das margens de segurança.

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Foto 51 e 52 – Instalações de um reactor nuclear.

Imagem 52 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias radioactivas

CLASSE 8 – Matérias corrosivas

As substâncias corrosivas têm capacidade para causar destruição de tecidos vivos,


nomeadamente olhos, pele e vias respiratórias. Podem também causar danos ou destruir
materiais e equipamentos.

Imagem 53 – Exemplo de etiqueta de perigo, envolvendo substâncias corrosivas

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CLASSE 9 – Matérias e objectos perigosos diversos

Esta classe abrange as matérias e objectos que representem um perigo distinto dos que
são abrangidos pelas outras classes.

Imagem 54 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias perigosas diversas

● Etiqueta de perigo para as matérias transportadas a quente

A etiqueta para as matérias transportadas a quente tem a forma triangular cujos lados
medem, no mínimo, 250 mm e devem ser representados a vermelho como se indica a seguir:

Imagem 55 – Etiqueta indicando matéria transportada quente

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2.14.4 – Painel Laranja

O painel laranja é uma placa rectangular onde figura o número de identificação da


matéria (Nº ONU) e o número de identificação do perigo do produto transportado. Existe 2
(duas) destas placas rectangulares de cor laranja nos veículos, uma na dianteira do veiculo e
outra na retaguarda, sendo as suas dimensões de 0,40x0,30m de acordo com a imagem 56
abaixo indicada. Esta encontra-se dividida horizontalmente por uma faixa e rebordo negro,
com a finalidade de sinalizar as unidades de transporte de mercadorias perigosas.
A utilização do Nº ONU resolve o problema dos diferentes nomes técnicos que podem ter
os produtos em cada idioma e evita de certa forma algumas interpretações menos claras
devido ao uso de distintas denominações comerciais para um mesmo produto. Em cada
embalagem ou recipiente deve figurar a designação oficial de transporte da mercadoria
perigosa e o correspondente Nº ONU.

Imagem 56 – Placa laranja com Nº de perigo e Nº ONU

Na parte superior do painel laranja figura o código de perigo, um código numérico que
nos indica o risco da mercadoria transportada. Esse código é composto por dois ou três
dígitos e ás vezes precedido pela letra X. Para cada digito corresponde um significado
diferente e, segundo o seu lugar, (primeiro, segundo ou terceiro lugar), tem uma importância
distinta. O dígito que está colocado em primeiro lugar indica-nos o risco principal da
mercadoria transportada. O segundo ou terceiro dígitos indicam os perigos secundários – (ver
quadro 6).
Na parte inferior do painel existe então um número com quatro dígitos que é o “ bilhete de
identidade” da matéria química transportada. Serve para facilitar a identificação de cada
uma das substâncias perigosas, a partir de um código numérico de quatro dígitos, que
constitui a identificação da matéria: o nº ONU.

NOTA IMPORTANTE: O primeiro dígito referente ao perigo principal de EXPLOSÃO (1), NUNCA
figura no painel laranja.

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Fotos 53 à 56 – Diferentes tipos de painel laranja


A – Simples; B – Com identificação do nº de perigo e nº ONU

No quadro seguinte, resumem-se os códigos de identificação do perigo:

Quadro 6 – Código de identificação dos diferentes perigos

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No quadro seguinte, resumem-se os códigos de identificação do perigo de alguns dos


produtos perigosos que normalmente circulam pelas estradas Portuguesas:

Distância Mínima de Segurança e Protecção

Inicial para a área afectada - (em metros)


Nº ONU Nome do Produto Químico - (Sinónimo) Classe/Subclasse Tipo de Risco Nº Riscos

FOGO PEQUENO GRANDE


DERRAME DERRAME
1005 Amônia Anidra 2.3 Gás tóxico 268 1600 30 150
1013 Dióxido de Carbono 2.2 Gás não inflamável 20 800 100 100
1017 Cloro 2.3 Gás tóxico 268 800 100 600
1073 Oxigénio líquido refrigerado 2.2 Gás não inflamável 225 800 100 500
1076 Fosgênio - (Cloreto de Carbonila) 2.3 Gás tóxico 268 1600 100 500
1077 Propileno 2.1 Gás inflamável 23 1600 100 800
1086 Cloreto de vinila - (Cloroetileno) 2.1 Gás inflamável 239 1600 100 800
1090 Acetona 3 Liquido inflamável 33 800 50 300
1093 Acrilonitrila - (Cianeto de vinila) 3 Liquido inflamável 336 800 50 50 (*)
1114 Benzeno 3 Liquido inflamável 33 800 50 300
1170 Álcool etílico - (Etanol) 3 Liquido inflamável 30 800 50 300
1198 Formaldeído - (Formol) 3 Liquido inflamável 38 800 50 50 (*)
1202 Gasóleo/Óleo Diesel 3 Liquido inflamável 30 800 50 300
1203 Gasolinas 3 Liquido inflamável 33 800 50 300
1223 Querosene - (Óleo de iluminação) 3 Liquido inflamável 30 800 50 300
1230 Álcool metílico - (Metanol) 3 Liquido inflamável 336 800 50 50 (*)
1294 Tolueno 3 Liquido inflamável 33 800 50 300
1299 Terebentina - (Aguarrás) 3 Liquido inflamável 30 800 50 300
1307 Xileno 3 Liquido inflamável 30 800 50 300
1547 Anilina - (Aminobenzeno) 6.1 Tóxico 60 800 50 50 (*)
1649 Chumbo Tetrametilo 6.1 Tóxico 66 800 50 50 (*)
1744 Bromo 8 Corrosivo 886 800 80 300
1789 Ácido Clorídrico 8 Corrosivo 80 800 50 300
1791 Hipoclorito de Sódio - (Lexívia forte) 8 Corrosivo 80 800 50 50 (*)
1814 Hidróxido de Potássio - (Lexívia) 8 Corrosivo 80 800 50 50 (*)
1824 Hidróxido de Sódio - (Soda Cáustica) 8 Corrosivo 80 800 50 50 (*)
1831 Oleum - (Ácido SulfúricoFumegante) 8 Corrosivo X886 800 60 300
1846 Tetracloreto de Carbono 6.1 Tóxico 60 800 50 50 (*)
1965 Gás Butano/Propano Comercial e GPL 2.1 Gás inflamável 23 800 100 800
1966 Hidrogênio Líquido Refrigerado 2.1 Gás inflamável 223 1600 100 800
1977 Nitrogênio Líquido Refrigerado - (Azoto) 2.2 Gás não inflamável 22 1600 100 100
2014 Peróxido de Hidrógenio 20-60% - (Água Oxigenada) 8 Corrosiva 85 800 50 100
2015 Peróxido de Hidrógenio + 60% - (Água Oxigenada) 5.1 Comburente 559 800 50 50 (*)
2031 Ácido Nítrico até 70% 8 Corrosivo 80 800 50 150
2032 Ácido Nítrico a + 70% 8 Corrosivo 885 800 50 150
2055 Estireno - (Vinilbenzeno) 3 Liquido inflamável 39 1600 50 300
2073 Amoníaco em solução a + 35% 2.3 Tóxico 268 800 100 100 (*)
2187 Anidrido Carbónico Líquido Refrigerado 2.2 Gás não inflamável 22 800 100 100
2312 Fenol Fundido 6.1 Tóxico 68 800 150 150 (*)

(*) - Aumente se necessário a distância de segurança na direcção do vento.

Zona de isolamento
inicial Direcção do vento

Zona de acção ½ da
Distância de protectora distância na
isolamento direcção do
inicial vento

Zona de
isolamento inicial Distância na ½ da
direcção do vento distância na
direcção do
vento
Derrame

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O painel laranja e as etiquetas de perigo são colocados em cisternas de transporte de


acordo com a ilustração da seguinte imagem:

Imagem 57 – Forma de colocação dos painéis laranja e etiquetas em veículos cisterna

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2.14.5 - Várias tipologias para o transporte de matérias perigosas

Imagem 58 – Alguns tipos de contentores/cisternas utilizados no transporte de matérias perigosas.


A – Carga geral; B – Líquidos; C – Corrosivos; D – Gases.

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Transporte de Matérias Perigosas Embaladas


Ao contrário do que muita gente pensa, não são só os camiões cisterna que transportam
mercadorias perigosas. Também são transportadas em camiões de carga geral (de lona), em
contentores e em camiões frigoríficos, caso de mercadorias cuja inflamabilidade é elevada e
que precisam de ser transportados sob temperaturas controladas.

Foto 57 – Camião de carga geral estacionado, é visível a placa de sinalização cor-de-laranja avisando o
transporte de matérias perigosas no veículo.

Quando transportadas em camiões frigoríficos ou de carga geral, as matérias perigosas


estão normalmente embaladas em bidões de plástico (quando líquidas) e de metal (quando
sólidas). Isto facilita o carregamento e descarregamento, pois podem ser colocados em
paletes, exigindo, no entanto, um acondicionamento especial, para que os bidões não
tombem, sendo, portanto, amarrados com cintas em grupos de 2 ou 4 bidões e tendo entre si
placas de esferovite para não roçarem uns nos outros, provocando fugas.

Transporte de Matérias Perigosas em Cisternas

O Transporte de Matérias Perigosas em cisternas apenas difere no tipo de veículo utilizado


e em algumas características da sinalização. Neste tipo de transporte são utilizados camiões
cisterna (tipo tanque), especialmente concebidos para o efeito e cujas unidades de tracção
(tractores) estão também elas adaptadas, cumprindo todas as normas de segurança para o
transporte dessas matérias. Normalmente estes camiões possuem jantes de alumínio para, no
caso do rebentamento de um pneu, não ocorra faíscas provocadas pelo contacto da jante
com o asfalto. Os tractores estão equipados com dispositivos de corte geral de corrente,
protecção térmica do motor, de modo a evitar a libertação excessiva de calor do motor
para a cisterna, e sistemas eléctricos cuidadosamente isolados sendo que o risco de curto-
circuito é muito menor neste tipo de veículos.
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Foto 58 – Veículo cisterna de transporte de refinados de petróleo.

NOTA: Prestando atenção à placa, podemos notar que o número 33 significa "matéria líquida muito inflamável (ponto de
inflamação inferior a 23 °C)", enquanto que o número 1203 significa "Transporte de Gasolina".

Transporte de Matérias Perigosas em outros veículos

Existem também contentores cisternas, que não são mais que tanques cilíndricos envolvidos
por uma estrutura metálica em forma de paralelepípedo que permite a estes “tanques”
serem carregados, descarregados, empilhados e transportados como contentores (caso disso
as botijas de gás doméstico). Na circulação por estrada as medidas de segurança a aplicar
são as mesmas dos veículos cisternas normais, já que o contentor já se encontra devidamente
sinalizado sendo apenas necessário proceder à devida sinalização do tractor.

Foto 59 – Traseira de um camião de transporte de botijas de gás, é visível a placa de sinalização e a circulação com as luzes acesas.

São também, por vezes, transportadas matérias perigosas a granel em camiões


basculantes, é o caso de materiais sólidos inorgânicos e potencialmente perigosos para o
meio ambiente. Para o efeito a porta traseira da caixa é vedada e o topo tapado com uma
lona para evitar a potencial queda de materiais. Este tipo de transporte é, no entanto, raro
devido às matérias envolvidas e o facto de ser transportada a granel, o que envolve alguns
riscos.
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2.14.6 – Actuação do TAE


Sequência do Atendimento

Ao ser notificado para uma ocorrência envolvendo a presença de produtos perigosos é


importante seguir uma sequência de actuação de forma a evitar atropelos e principalmente
garantir a segurança da equipe e das vítimas.

Foto 60 – Incêndio na zona industrial de Vila do Conde em que a equipa de socorro pré-hospitalar
foi a primeira a chegar ao local (2009)

1 - Identificação:

Para identificar o produto é necessário aproximar-se do local da ocorrência. O ideal é


realizar a identificação com uma distância segura (100 metros), se for necessária a
aproximação, faça com os ventos nas costas. Não entre em contacto com o produto para
identifica-lo. Procure existência de chamas visíveis ou derrame de produto.

Foto 61 – Despiste de camião cisterna transportando ácido Foto 62 – Acidente envolvendo viatura cisterna de transporte de
clorídrico gás propano

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2 – Passagem de dados ao CODU:


Em caso de DERRAME OU INCÊNDIO, da carga da viatura acidentada, comunique de
imediato ao CODU, e exponha, com objectividade, a situação, por si deparada. Faça
referência ao:

- Produto transportado pelo veículo (ver painel laranja);


- Estabilidade física do produto transportado (se existe derrame ou incêndio);
- Zona do sinistro (Zona habitacional ou industrial, floresta, mata, … etc.
- Nº de vítimas e estado delas.

3 - Isolamento e protecção:

Identificado o produto, em caso de DERRAME ou INCÊNDIO o primeiro passo é realizar o


isolamento do local, definindo a zona quente (ou zero), morna (ou um) e fria (ou dois). A zona
quente é o foco onde está localizado o produto até onde não seja possível mais ser
contaminado por este.
A zona morna é o local de apoio directo ao pessoal operacional, e na transição entre a
zona quente e morna que se monta o corredor para a descontaminação. Na zona fria ficam
todas as viaturas envolvidas na ocorrência, exemplo disso, os meios INEM, as ambulâncias
dos bombeiros, cruz vermelha, autoridades policiais e o posto de comando. Deve existir
também um isolamento físico para evitar que o público em geral se contamine.

Imagem 59 – Delimitação da zona de perigo no teatro de operações

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A equipa de socorro pré-hospitalar deverá recuar a sua posição até à zona fria ou zona de
evacuação, sendo que para materiais da Classe 1, 5 e 7 a distância mínima será de 500 a 1000 metros.
Para as restantes Classes de materiais a distância é de 250 metros e aguarde por ajuda. Em caso de
derramamento, ter atenção para a inclinação da via, e se for necessário aumente a sua distância de
segurança. (Ver quadro da página 136)

TOMAR EM ATENÇÃO:

Em derrames de produto químicos: Se não possui os EPI´s especiais para entrar em contacto com
produtos tóxicos, em nenhuma circunstância socorra as vítimas envolvidas no acidente. Não corra riscos
desnecessários, nem coloque a sua vida em perigo. Aguarde pela chegada das equipas de socorro
diferenciadas (bombeiros).

Em incêndio de produtos químicos e explosivos: Abandonar de imediato o local, pois existe risco,
iminente de uma explosão de grandes proporções. Sem correr riscos, tente avisar a população nas
imediações do evento.

Foto 63 e 64 – Acidentes graves envolvendo veículos de transporte de matérias perigosas


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Foto 65 Foto 66

Foto 67 Foto 68

Foto 69 Foto 70

Foto 71 Foto 72

Foto 73 Foto 74

Fotos 65 à 74 – Fotos de acidentes de veículos que transportam matérias perigosas

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Foto 75 – Foto do teatro de operações de socorro, onde esteve envolvido uma viatura de transporte de matérias perigosas.

2.14.7 - Tipos de lesões ocasionadas por produtos perigosos

Basicamente os produtos perigosos podem lesionar o organismo humano das seguintes


formas:
- Absorção pela pele ou olhos;
- Por inalação do produto;
- Pela ingestão e por injecção ou inoculação.

Este contacto pode ocasionar os seguintes tipos de lesão:

● Lesão Térmica: pelo calor ou frio;


● Lesão mecânica: por ondas de choque, força de impacto ou explosão;
● Asfixia: causando complicações respiratórias;
● Lesão química: alterando estrutura e função celular, tecidos ou órgãos;
● Lesão etiológica ou contaminação por microorganismos;
● Lesão radiológica.

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2.14.8 - Relato de um trágico acidente envolvendo equipas de socorro

Caminhão transportando fertilizante explode na Roménia

Na madrugada de domingo, 24 de Maio de 2004, um caminhão


carregado com 20t de fertilizante (Nitrato de Amônio Fertilizante –
NH4NO3) tombou, incendiou-se e explodiu, logo que a polícia e os
bombeiros chegaram ao local em Mihailesti, aproximadamente a
70 km de Bucareste, Roménia.
De acordo com o ministro do interior, Toma Zahria, às 5 horas da
manhã, um caminhão que transportava nitrato de amónio tombou
numa valeta lateral da estrada internacional nº 85, iniciando um
incêndio. O motorista chamou os bombeiros aproximadamente às 5
h 50 min, e enquanto a equipe de bombeiros estava preparando o
equipamento de extinção de incêndio, a carga do caminhão explodiu violentamente.
Cinco bombeiros, dois jornalistas e outras oito pessoas que vieram para ajudar no resgate ou estavam nos seus
veículos parados na estrada, morreram imediatamente, incluindo o chefe da polícia local e do comandante dos
bombeiros, sendo que o balanço total de vítimas foi de 18 pessoas.

A explosão criou uma cratera de 40 m de largura e 10 m de profundidade,


obstruindo a estrada. A explosão foi ouvida em Buzau, cidade distante 35 km
do local do acidente. Os moradores disseram que o céu ficou vermelho após
a explosão, e uma nuvem de fumaça poderia ser vista a uma distância de 15
km.
A explosão violenta destruiu as janelas de 16 residências e uma torre de
transmissão de energia que interrompeu o fornecimento de energia na
região. A localidade de Mihailesti ficou isolada e os moradores ficaram
chocados pelas cenas de pesadelo que viram. "Eu estava a quase 200 m de
distância da cena da explosão e apesar disto, uma chuva de metal veio na
minha direcção, quando um ruído ensurdecedor foi ouvido," disse o motorista
Mana Aurel, que estava no local. "Eu tentei chegar mais perto do local da
explosão e eu ouvi pessoas gritando por ajuda. Eu vi corpos despedaçados,"
disse o motorista. "Cenas de pesadelo," disse um policial que interveio depois
da explosão.

Dados técnicos do produto:


Número ONU: 1942
Principais riscos associados: O seu aquecimento pode causar uma combustão ou explosão violenta.
Velocidade de explosão: 5270 m/s

Fonte da Noticia: http://zonaderisco.blogspot.com/2008/10/caminho-com-fertilizante-explode-na.html

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2.15 – BIO-SEGURANÇA

A agilidade é um dos principais requisitos para actuar na EPH


(Emergência Pré-Hospitalar), uma actividade que exige decisões
rápidas e acções precisas. Os profissionais da emergência prá-
hospitalar estão expostos a diversos riscos como infecções,
contaminações e acidentes, principalmente, por manusearem
materiais orgânicos de pacientes portadores de patologias
desconhecidas, podendo ser fonte de transmissão de
microorganismos para os profissionais e outras vítimas. Diante desta
agilidade no atendimento, proteger-se contra estes riscos, muitas vezes, acaba em segundo
plano, mas esta preocupação deve ser tão importante quanto chegar ao local do acidente
num tempo de resposta satisfatório.
As situações de emergência exigem raciocínio rápido e preciso, mas não se deve
confundir agilidade com pressa.
Os cuidados que devem ser observados pelas equipes da EPH são semelhantes àqueles
observados no atendimento intra-hospitalar: uso de luvas, máscara, óculos, avental, lavagem
das mãos, entre outros.
A formação e a supervisão continuada são a essência de uma actuação segura. Todo
profissional que actua na área do pré-hospitalar deve ser informado sobre os riscos e perigos
do contágio biológico e deve ser-lhe ensinado como usar correctamente os equipamentos
de protecção individual e de segurança, indicados para o manuseio de substâncias ou
socorro a pessoas potencialmente transmissores de doenças infecciosas.
Os profissionais devem ter uma postura preventiva, sendo que, tem que estar sempre
atentos à possibilidade de virem a sofrer um acidente com material biológico contaminado.
Para todos os trabalhadores da emergência pré-hospitalar, considera-se risco biológico a
probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, microorganismos
geneticamente modificados ou não, culturas de células, parasitas, toxinas. Para um maior
controlo da transmissão de microorganismos na EPH é necessário que haja vigilância
epidemiológica, treino e educação dos profissionais, reconhecimento da importância de
todos os fluidos corporais, secreções e excreções e adopção de precauções padrão para
todos os pacientes, independentemente, de estarem ou não infectados.
O TAE deve ter o cuidado de se encontrar com o plano de vacinas em dia, principalmente,
contra a hepatite B e ter noção das reais possibilidades de adquirir doenças como HIV e
hepatite B e C. A vacinação não só aumentará a protecção individual como também
promoverá a interrupção da disseminação de doenças infecciosas.

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Os cuidados nunca são demais, uma vez que não se sabe de antemão
se o paciente está ou não com algum processo infeccioso.
Para regulamentar todo esta temática, existe na legislação portuguesa
um diploma legal, (Decreto-Lei nº84/97, de 16 de Abril), que estabelece
as prescrições mínimas de protecção da segurança e da saúde dos
trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes biológicos durante o trabalho,
cuja a lista dos agentes biológicos classificados nos grupos 2,3 e 4 encontra-se aprovado pela
Portaria nº405/98, de 11 de Julho, cuja esta já foi revista pela Portaria nº1035/98, de 15 de
Dezembro.

2.1.5.1 - Precauções universais

As precauções universais são um conjunto de medidas que devem ser observadas


sistematicamente de forma a evitar a transmissão de doenças infecciosas. São técnicas de
controlo de infecção que foram recomendadas na sequência do surto de SIDA na década
de 1980. Devem ser cumpridas por todos os que contactem com doentes, sangue ou outros
fluidos orgânicos, isto porque, todos os intervenientes do sistema estão potencialmente
infectados.
As precauções universais devem ser praticados em qualquer ambiente onde o
trabalhador esteja exposto a fluidos corporais, tais como:

• sangue
• sêmen
• secreções vaginais
• o líquido sinovial
• o líquido amniótico
• líquor
• líquido pleural
• líquido peritoneal
• líquido pericárdico

Patologias indicando precauções UNIVERSAIS:

- Hepatite A, B e C
- SIDA Tipo 1 (HIV 1) e Tipo2 (HIV 2)

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As precauções adicionais são utilizados, além das precauções universais para os pacientes
que são conhecidos ou suspeitos de terem uma doença infecciosa, e varia dependendo do
controle de infecção e necessidades daquele paciente. Precauções adicionais não são
necessárias para infecções transmitidas pelo sangue, a menos que haja factores
complicadores.

Condições indicando precauções ADICIONAIS:

● Príon da doença, como por exemplo, a de Creutzfeldt-Jakob, vulgarmente conhecida


como "doença da vaca louca" na variante humana.

● Doenças de transmissão, a cargo do ar (como por exemplo, a tuberculose).

● Doenças de transmissão por gotículas (como por exemplo, a papeira, a rubéola, a gripe e a
tosse convulsa).

● A transmissão por contacto directo ou indirecto com a pele seca (como por exemplo, a
colonização com MRSA) ou superfícies contaminadas.

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2.15.2 – Lavagem e desinfecção das mãos

As mãos são o principal veículo de transmissão dos microrganismos de um indivíduo para


outro. Assim sendo, a lavagem das mãos é a principal medida de controlo das infecções,
permitindo, deste modo, a remoção da sujidade e da maior parte da flora transitória das
mãos reduzindo-a a níveis baixos que não constituam risco de transmissão.
Em situações em que as mãos se encontrem visivelmente limpas pode optar-se pela
utilização de um soluto alcoólico em vez de água e sabão. Foi comprovado que os solutos
alcoólicos com emolientes apropriados são melhor tolerados pela pele do que as lavagens
frequentes das mãos. A eficácia na redução da flora transitória é idêntica ou superior.

Imagem 60 – Zona das mãos mal lavadas

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Localização do GEL DESINFECTANTE na célula sanitária:

Foto 76 – Gel desinfectante MED + Foto 77 – Foto da disposição do papel de mãos, gel
desinfectante e sabão liquido no interior da célula sanitária da
ambulância

2.15.3 – Medidas de protecção individual básicas

Em todos os transportes de doentes, programados ou de emergência, deve ser reforçada


a rotina da higiene das mãos, pois esta acção contínua é a medida mais importante na
redução do risco da transmissão de pessoa para pessoa e da transmissão cruzada da
infecção. Se as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com matéria orgânica,
lave-as com água e sabão durante 40 a 60 segundos. Nos restantes casos e se possível, utilize
uma solução anti-séptica de base alcoólica (durante 20 a 30 segundos), como descrito
anteriormente.

2.15.4 - Procedimentos de colocação e remoção do EPI

O EPI deve ser utilizado de acordo com o nível de cuidados a prestar. A transmissão
através de gotículas pode ser prevenida pelo uso de métodos de barreira entre o doente
e/ou os seus contactos próximos, pelo que se recomenda o uso de máscara cirúrgica
resistente aos fluidos e protecção ocular na abordagem e prestação de cuidados a estes
doentes, (principalmente naqueles com alteração do estado de consciência ou crianças
pequenas, que não conseguem adoptar medidas de higiene respiratória)
Os tripulantes das ambulâncias devem ser particularmente cuidadosos na colocação e
remoção do EPI.

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2.15.4.1 - Colocação dos EPI´s (BATA + MÁSCARA + LUVAS)

O EPI deve ser colocado correctamente, pela ordem e técnica descrita abaixo e sempre antes do
contacto com o doente para que não sejam necessários ajustes durante a prestação de cuidados, que
envolverão risco de contaminação.

A – Como colocar o EPI:

1. Reunir o material necessário. Planear as áreas de colocação e


remoção dos EPI. Assegurar a existência de um local onde depositar o
material usado.

2. Colocar bata e ou avental.

3. Colocar protecção facial ou


máscara e protecção ocular.

4. Colocar as luvas

Uma medida muito importante é testar o ajuste facial da mascara, de modo a estarem
garantidas as condições de protecção. Chama-se atenção que algumas máscaras podem não ser
ajustadas por elásticos, mas atilhos. O procedimento é semelhante com as necessárias adaptações.

Adaptado de " Infection and control of epidemic and pandemic prone acute respiratory diseases in health care - WHO Interim Guidelines". Disponivel em
http://www.who.int/crs/resources/publications/WHO CD EPR 2007 6/en/index .html
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B – Como colocar e testar o ajuste da máscara:

1) Colocar a mascara na palma da mão com a parte nasal virada para


a ponta dos dedos, deixando pendentes as bandas elásticos/atilhos.

2) Posicionar a máscara sobre o queixo e com a parte nasal orientada


para cima.

3) Posicionar o elástico/atilho superior sobre a parte superior da cabeça


e o elástico/atilho inferior sobre o pescoço, por baixo das orelhas.

4) Usando os dedos indicadores de ambas as mãos adaptar a peça


metálica da parte nasal moldando-a ao nariz.

5) Verificar a correcta colocação da máscara da seguinte forma:

Expiração vigorosa: Se a máscara estiver colocada de forma correcta deverá sentir pressão
positiva dentro da máscara.

Inspiração profunda: Se a máscara estiver colocada de forma correcta devera colapsar


sobre a face. Reajustar a máscara até que estas condições se cumpram.

Adaptado de "Infection and control of epidemic and pandemic prone acute respiratory diseases in health care - WHO Interim
Guidelines". Disponivel em http://www.who.int/crs/resources/publications/WHO CD EPR 2007 6/en/index.html
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2.15.4.2 - Remoção do EPI

A remoção cuidadosa do EPI é muito importante na prevenção da contaminação do


técnico. Deve ser efectuada de acordo com as normas abaixo indicadas e, sempre que
possível, sob a supervisão de outro. Poderá ser necessário apoio para desapertar a bata.
Deve remover-se em primeiro lugar o equipamento mais contaminado. Todo o equipamento
contaminado e retirado deve ser depositado em saco plástico, fechado antes da segunda
higienização das mãos.
Durante a manobra de remoção do EPI deve existir um cuidado adicional para evitar
contaminação do próprio, dos outros e do ambiente. O saco pode ser depositado no lixo
normal.

Como remover o EPI:

1 - Retirar bata ou avental e luvas enrolando-as


para que a parte exposta fique para dentro.

2- Proceder à higienização das mãos.

3 - Remover protecção facial ou protecção


ocular e máscara (obedecendo a esta ordem,
tocando sempre nos elásticos/atilhos e nunca na
parte da frente).

4 - Proceder novamente à higienização das


mãos.

Adaptado de " Infection and control of epidemic and pandemic prone acute respiratory diseases in health care - WHO Interim
Guidelines". Disponivel em httD://www.who.int/crs/resources/Dublications/WHO CD EPR 2007 6/en/index.html

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2.15.4.3 - Procedimento para retirar as luvas contaminadas

Imagem 61 – Procedimento para remoção das luvas contaminadas

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2.16 – LIMPEZA E HIGIENE

As ambulâncias podem ser classificadas como áreas críticas, onde a


possibilidade de transmissão de várias doenças é alta pelo grande
volume de procedimentos de risco e pela presença constante de
sangue e secreções no interior das viaturas. Por isto, a sua limpeza e
desinfecção são itens essenciais no controle de infecções pré-
hospitalares.
O protocolo de limpeza e desinfecção de ambulâncias do INEM recomenda que a
limpeza geral da ambulância, deve ser efectuada retirando todos os equipamentos do seu
interior, e seja realizada semanalmente ou de acordo com a necessidade.
Diariamente deve ser realizada a limpeza parcial, que inclui pisos, paredes, bancadas e
macas. Após cada regresso, deve ser feita a desinfecção da maca e dos demais materiais
utilizados.
O protocolo de limpeza e desinfecção implementado nos meios INEM, consiste em manter
a viatura inoperante pelo tempo necessário (±1Hora), para que todo o seu interior, além dos
equipamentos, fiquem isento de matéria orgânica que possa representar algum tipo de risco
para o profissional ou para as vítimas que transportam nas ocorrências que efectuam.
Devem lavar a célula sanitária e equipamentos com detergente recomendado ou lixívia
(solução de hipoclorito de sódio a 1%), conforme o tipo de material/superficie em presença.
Na lavagem da célula sanitária deve-se começar de cima para baixo e de dentro para fora.
No fim deixar secar e arejar a célula sanitária e cabine.
Para a lavagem devem ser utilizadas soluções, exclusivamente preparadas para o efeito e
em balde próprio/designado, não as utilizando posteriormente noutros tipos de higienizações
à posteriori. Panos de limpeza ou similares devem ser descartáveis. Se não o forem, devem ser
lavados e desinfectados com surfanios ou lixívia.
O material clínico utilizado e não descartável, deve ser lavado com água e sabão, seco e
passado depois por álcool ou ANIOS DDSH.

2.16.1 - Limpeza

A limpeza consiste no processo de remoção da sujidade por meios químicos, mecânicos


ou térmicos, efectuada à viatura (incluindo pavimento, janelas, tecto, equipamentos)
num determinado período de tempo.

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DIFERENTES MEIOS DE LIMPEZA

Neste âmbito, os meios de limpeza podem ser caracterizados da seguinte forma:

. Meio químico – é proveniente da acção de produtos com propriedades de


dissolução, dispersão e suspensão da sujidade.
. Meio mecânico – é proveniente da acção obtida pelo acto de esfregar
manualmente, no sentido de permitir remover a sujidade.
. Meio térmico – é proveniente da acção do calor, o qual reduz a viscosidade da gordura,
tornando-a mais fácil de remover. Sempre que a temperatura da água for alta e aplicada
em tempo suficiente, ela também poderá ter, por si só, uma acção desinfectante ou
esterilizante. Caso disso poderá ser a remoção no pavimento de óleo proveniente do
cárter do motor da viatura acidentada.

Assim, não se espera que diferentes superfícies (ex: paredes ou pavimento)


recebam o mesmo meio/tipo de limpeza, mas sim que cada superfície seja limpa com
a utilização do método e do produto mais adequado, com vista a prevenir a infecção
associada aos cuidados de saúde.

Por outro lado, uma mesma superfície poderá carecer de uma diferente frequência
de limpeza, o que depende da sua utilização, facto que deverá ser considerado no
processo de gestão e planeamento do serviço de limpeza.

A limpeza têm várias funções, que se podem sintetizar em duas vertentes distintas:

• Vertente microbiológica – consiste na remoção de grande parte dos microrganismos e


da matéria orgânica que favorece a sobrevivência e proliferação desses
microrganismos, o que contribui para uma maior segurança dos doentes e profissionais;

• Vertente não microbiológica – consiste em manter a aparência cuidada,


restabelecer a função e evitar a deterioração das superfícies.

FREQUÊNCIA DA LIMPEZA

De acordo com a abrangência e objectivos a atingir, podem estabelecer-se diferentes


frequências de limpeza:
• Limpeza corrente: é aquela que se realiza diariamente, e que inclui a limpeza e
a arrumação simplificadas.

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• Limpeza semanal: Trata-se de uma limpeza mais completa e de fundo, que


contempla estruturas por vezes de difícil acesso e/ou limpeza, devendo por isso ser
realizada pelo menos uma vez por semana.

• Limpeza imediata: é aquela que é realizada quando ocorrem salpicos e/ou


derrames (ex: sangue ou outra matéria orgânica) em qualquer ocorrência para a qual
sejam accionados.

2.16.2 – Produtos desinfectantes

Os desinfectantes são agentes químicos aplicados a superfícies inertes (ex:


equipamentos, utensílios, instrumentos, pavimentos entre outros) capazes de eliminar, destruir ou
inactivar os microrganismos na forma vegetativa e parcialmente os esporos.

A eficácia da desinfecção depende não só do produto utilizado (espectro de acção), como


também das condições de armazenamento (ex: temperatura, humidade, luminosidade) e das
suas condições de utilização (concentração/diluição, pH, tempo de contacto com a superfície,
presença de matéria orgânica, entre outros).

No que diz respeito à utilização dos desinfectantes, devem ser tomadas em


consideração as regras de segurança que constam no quadro abaixo.

REGRAS DE SEGURANÇA:

Quadro 7 – Regras de segurança para o manuseamento de produtos desinfectantes

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Os produtos químicos que o INEM coloca ao dispor do TAE, para a limpeza e desinfecção
da ambulância são:

► ANIOS DDSH – (Detergente/Desinfectante para superfícies elevadas)


► SURFANIOS – (Detergente/Desinfectante para superfícies/solos/pavimentos)

ANIOS DDSH:

É um detergente desinfectante de superfícies elevadas permitindo a


limpeza e desinfecção das superfícies e dos dispositivos médicos numa só
operação. Anios DDSH é indicado para limpeza e desinfecção do interior
das ambulâncias, bem como de mesas operatórias, transfers, cialíticas,
marquesas, carros de apoio, camas e todas as superfícies altas em meio
hospitalar nos mais diversos serviços. Com um efeito de espuma controlado,
o Anios DDSH permite uma pulverização directa ou indirecta, conforme a
superfície a tratar. Não necessita enxaguamento.

É compatível com todo o tipo de materiais. Não contém aldeídos, não é tóxico e é
biodegradável. Não é corrosivo e está pronto a utilizar. Largo espectro anti microbiano,
Bactericida, Virucida, Activo sobre Rotavirus (Papeira), Micobacterium tuberculosis e
Legionella. Activo sobre MRSA e Acinetobacter Baumanii. Hepatite B e BVDB – Virus modelo
da Hepatite C, Herpes Vírus, HIV-I e HBV. O produto é fornecido em frascos de 750ml com
pistola pulverizadora.
OBSERVAÇÃO: A ficha de segurança do produto encontra-se em ANEXO

SURFANIOS:
É um detergente desinfectante líquido, próprio para a lavagem
e desinfecção de todo o tipo de pavimentos, nomeadamente
do interior da ambulância. Não contém aldeídos. Produto não
corrosivo (não contém agentes oxidantes) e biodegradável.
Produto Bactericida, Fungicida, Virucida e activo contra o
Mycobacteruim Tuberculosis; MRSA, Acinetobacter baumanii, Legionella, Candida Alicans,
entre outros micro-organismos.

Tempo de eficiência: entre 5 a 30 min segundo a eficácia microbiana requerida.


Produto fornecido em saqueta liquidas (20mL) uni dose que deverá ser diluída em 8L de água
(Dose de emprego – 0,25%).
OBSERVAÇÃO: A ficha de dados de segurança do produto encontra-se em anexo

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PRESEPT:

Os grânulos desinfectantes Presept são grânulos desinfectantes


efervescentes contento como ingredientes activo dicloroisocianurato
de sódio. Reagem com a água contida em fluidos derramados
produzindo um agente desinfectante efectivo rápido e de largo
espectro, contra bactérias vegetativas, fungos, vírus e esporos.

Instruções
Usar luvas descartáveis. Aplicar os grânulos abundantemente sobre o derramamento de
modo a cobri-lo completamente. Não respire o pó. Deixar actuar pelo menos 2 minutos e
remover utilizando um pano descartável. Finalmente, limpar a superfície com um toalhete
húmido descartável e descartar todo o material usado para incineração posterior.

AVISO
Os grânulos desinfectantes Presept e a solução Presept tiram a cor a tecidos, incluído
carpetes.

Precauções:
- Prejudicial se ingerido
- Liberta gás tóxico em contacto com ácidos (URINA).
- Irritante para os olhos e aparelho respiratório.

ATENÇÃO! Não utilizar juntamente com outros produtos. Pode libertar gases perigosos
(clorina).
- Manter fora do alcance das crianças
- Em caso de contacto com os olhos lavar abundantemente com água e contactar um
médico.
- Em caso de incêndio e/ou explosão, não inalar os fumos.
- Se ingerido, procurar imediatamente um médico e mostrar-lhe esta embalagem.
Tapar a embalagem entre utilizações
- Armazenar num local fresco e seco.

NOTA: A ficha de dados de segurança do produto encontra-se em anexo


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2.16.3 - Procedimento de lavagem do pavimento

Para a lavagem do pavimento da célula sanitária deve utilizar o desinfectante SURFANIOS,


procedendo do modo que se segue:

1- Encher o balde com 8 litros de água;

OBSERVAÇÂO: O balde fornecido pela logística têm apenas uma capacidade de ± 8.3 litros, sendo que não é possível cumprir o
procedimento quanto à correcta percentagem da diluição, por causa do espremedor que ficará inundado com água. Deste modo
o balde terá que ser cheio até que a superfície da água dentro no balde esteja a cerca de 4cm de distância da base inferior do
espremedor que se encontra no interior do mesmo balde.

2- Adicionar o SURFANIOS uni dose de 20ml;

OBERVAÇÃO: Nunca adicionar o surfanios antes da água, para que não ocorra a formação em excesso de espuma, nem
projecção de salpicos do produto desinfectante do balde para a farda.

3- Mergulhar repetidamente a esfregona no balde e agitar em movimentos circulares;

4- Espremer bem a esfregona;

OBERVAÇÃO: É importante que a esfregona esteja com o mínimo de água possível, para que a secagem do pavimento da
ambulância não seja demasiado demorada.

5- Aplicar a esfregona no pavimento adoptando movimentos ondulantes e mantendo as


franjas da esfregona abertas;

6- Repetir o 3º e seguintes passos as vezes que achar necessário para realizar a limpeza e
desinfecção do pavimento.

7- Quando finalizar a limpeza, repita o 3º e 4º passo de forma a eliminar a sujidade da


esfregona da última passagem.

8- Rejeitar a água do balde, para o sistema de esgotos afectos ao edifício onde se encontra
sedeado o meio INEM.

OBERVAÇÃO: Deve colocar a água suja do balde no sistema de esgotos, para que esta seja tratada numa ETAR à posteriori, isto
porque, o surfanios tem substâncias que são perigosas para o meio ambiente. Evite deste modo a deposição da água contaminada
nas sarjetas públicas, porque os seus afluentes são encaminhados directamente para os rios ou mar.

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2.16.4 – Técnica de desinfecção para situações de derrame


Nas situações de derrame, no interior da célula sanitária a técnica de desinfecção implica
que se utilize dicloroisocianurato de sódio (PRESEPT). O procedimento relativo as situações de
derrame implica que o profissional utilize equipamento de protecção individual adequado.
Alerta-se que as luvas deverão ser retiradas de acordo com a técnica preconizada na
imagem 61.
Sempre que os produtos derramados se encontrem misturados com vidros partidos ou
outro material cortante, deve utilizar-se uma pinça para os remover, deposita-los em
contentor adequado para material corto perfurante e seguidamente efectuar de acordo
com o procedimento recomendando.
Preconiza-se para o desinfectante a metodologia de desinfecção apresentada no quadro
seguinte:

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Relativamente aos salpicos/derrames de urina, alerta-se


ao TAE que não deve utilizar directamente hipoclorito de sódio ou dicloroisocianurato de
sódio (Presept), no mesmo, uma vez que possibilita a reacção entre o amoníaco contido na
urina e o cloro existente nestes desinfectantes, libertando-se vapores irritantes e tóxicos de
cloreto de amónio, que poderão ocasionar efeitos adversos na saúde do profissional que o
está a utilizar.
Por este motivo, o procedimento correcto contempla numa primeira fase a remoção da
urina, com a utilização de toalhetes absorventes e respectiva deposição dos toalhetes no
contentor/saco de resíduos hospitalares do Grupo III, seguida de desinfecção e lavagem, de
acordo com o preconizado no quadro anterior, situação de "derrame de fluidos orgânicos
superiores a 30 cc", nos pontos 2, 3 e 4.

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2.16.5 – Resíduos hospitalar

O que são Resíduos Hospitalares?

De acordo com o Decreto-lei 239/97 de 9 de Setembro, são considerados resíduos


hospitalares todos os resíduos produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde,
incluindo as actividades médicas de diagnóstico, prevenção e tratamento da doença, em
seres humanos ou em animais, e ainda as actividades de investigação relacionadas.

De acordo com o mesmo decreto considera-se:

Tratamento: quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que


alterem as características de resíduos de forma a reduzir o seu volume ou perigosidade, bem
como a facilitar a sua movimentação, valorização ou eliminação.

Pelo despacho nº246/96 de 13 de Agosto os resíduos hospitalares classificam-se em 4 grupos


que, de acordo com as suas características devem ser separados na fonte e encaminhados
para tratamento adequado e posterior eliminação.

2.16.5.1 - Classificação dos resíduos hospitalares

Grupo I – Resíduos Equiparados a Urbanos – Não apresentam exigências especiais no seu


tratamento.
Grupo II – Resíduos Hospitalares não perigosos – Não sujeitos a tratamento especifico,
podendo ser equiparados a urbanos.
Grupo III – Resíduos Hospitalares de Risco Biológico – Resíduos contaminados ou suspeitos de
contaminação, susceptíveis de incineração ou outro pré tratamento eficaz, permitindo
posterior eliminação como resíduo urbano.
Grupo IV – Resíduos Hospitalares específicos – Resíduos de vários tipos, de incineração
obrigatória.

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2.16.5.2 - Caracterização por grupo de resíduos

Grupo I

● Resíduos provenientes de serviços gerais, como, instalações da base, instalações sanitárias,


vestiários, etc.

Grupo II

● Material ortopédico como talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminadas e sem
vestígios de sangue;
● Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;
● Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com excepção do
utilizado na recolha de resíduos;
● Embalagens vazias de medicamentos ou de outros produtos de uso clínico ou comum, com
excepção dos incluídos nos grupos III e IV;
● Frasco de soros não contaminados, com excepção dos do Grupo IV

Grupo III

● Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;


● Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com excepção dos do
Grupo IV;
● Sacos colectores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas;
● Material ortopédico como talas, contaminadas ou com vestígios de sangue.
● Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;
● Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral
em que haja contacto com produtos contaminados (luvas, mascara, aventais e outros).

Grupo IV

● Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas;


● Material cortantes e perfurante, como agulha cateteres e todo o material invasivo;
● Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação especifica;

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2.16.5.3 - Meios para a deposição dos resíduos

Cada viatura possui um local próprio para a deposição dos lixos, que pode variar de uma
viatura para outra. A zona destinada para a colocação temporária dos resíduos está dividida
com dois baldes. Num deles podem ser colocado os resíduos do grupo I e II aplicando um
saco negro e no outro balde são colocados os resíduos do grupo III, devidamente
identificados dentro de uma saco branco. Os resíduos do grupo IV (apenas os corto-
perfurantes) são colocados no contentor rijo de cor amarela, que se encontra junto à pia no
interior da célula sanitária.

2.16.5.4 - Transporte dos resíduos

A segurança no manuseamento e transporte dos resíduos inicia-se com a recolha dos


sacos dos postos de geração. Os sacos devem ser devidamente fechados e colocados em
contentores resistentes, estanques e de fecho hermético.
Para os Grupos I e II são utilizados contentores camarários, identificados como resíduos
urbanos.

Para cada um dos Grupos III, IV e cortantes e perfurantes existe um contentor com uma cor
específica:

► Sacos Brancos: são colocados em contentores verdes;

► Sacos vermelhos: são colocados em contentores vermelhos;

► Contentor de Cortantes e Perfurante: são colocados em contentores amarelos;

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2.16.5.5 - Regras sobre a manipulação e transporte de resíduos

O que não deve fazer:

● Rejeitar resíduos de forma incontrolada sem conhecer a natureza da sua perigosidade;


● Não descarregar na rede de saneamento resíduos líquidos perigosos;
● Abandonar resíduos, sacos ou contentores;
● Manipular ou transportar resíduos sem protecção individual e adequada a cada tarefa;

O que deve fazer:

● Sempre que tiver duvidas procurar informação sobre como fazer para rejeitar de forma segura e
adequada os resíduos;
● Alertar outros intervenientes sobre a existência dos resíduos;
● Durante a manipulação e transporte de resíduos usar sempre luvas, e se necessário avental e
mascara;
● Não comer, beber ou fumar durante a manipulação e transporte de resíduos;
● Identificar sempre os meios de transporte e armazenagem dos resíduos;
● Manter sempre limpo e arrumado os locais de armazenagem (mesmo que temporária) dos resíduos;
● Proceder a contentorização dos resíduos líquidos perigosos e encaminha-los para o destino
adequado.

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2.16.5.6 – Contentor de armazenamento VS grupo de lixo

GRUPO CONTENTOR

Grupo I e II – Equiparados a resíduos domésticos Destino: Aterro sanitário

Grupo III – Resíduos infectados de risco biológico Destino: Auto clavagem e aterro sanitário

Grupo IV – Resíduos perigosos de incineração Destino: Incineração


obrigatória

Grupo IV – Resíduos Tóxicos Destino: Incineração

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Aspectos
Ergonómicos

Tema nº3

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Tema 3 – ASPECTOS ERGONOMICOS

No caso específico da tripulação das ambulâncias INEM, as acções


em equipa são garantidas por dois indivíduos. Este número pode variar
se forem accionados meios suplementares para auxiliá-los.
Verifica-se então que a movimentação manual de doentes é feita em
equipa de 2 (dois), no entanto contrariamente à acção em meio
hospitalar o doente é deslocado desde o chão até à altura da cintura,
correspondendo à elevação da maca no final das operações. Antes de
se elevar a maca muitos procedimentos são realizados no local onde a vítima se encontra
(ex: cama, casas de banho, interior de veículos automóveis, etc.) cujo estes podem
apresentar uma grande diversidade de cenários e constrangimentos à sua acção e
manipulação.
As principais fontes de risco decorrente do movimento manual dos doentes podem gerar
efeitos semelhantes às patologias dos movimentos manuais de carga, no entanto não há
comparação possível. As cargas transportadas, apesar de poderem ter um efeito patológico
semelhante a uma carga na indústria têm um factor de risco associado mais elevado, pois a
carga neste caso não tem uma pega bem definida, pode não colaborar com o movimento
e não tem o peso uniformemente distribuído pela superfície de contacto.
Por este motivo, o presente capítulo tem como principal objectivo informar e sensibilizar o
TAE relativamente aos procedimentos básicos a serem cumpridos quando deslocam ou
levantam vítimas, de forma a evitarem acidentes e consequentes lesões associadas.

3.1 - Dimensão do Problema

► Na Europa, diariamente, 24% dos trabalhadores queixam-se de dores de costas e 22% de


dores musculares (*).

► Cerca de 15% das causas de incapacidade para o trabalho são relacionadas com lesões
da coluna vertebral (*).

► 50% das reformas antecipadas na Europa resultam de perturbações graves da coluna


vertebral (*).

(*) Fonte: European inspection and communication campaign , 2007


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► A movimentação manual de cargas é considerada uma das principais causas das lesões
músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho (IGT, 2007).

► Provoca sofrimento, incapacidade profissional e perda de remunerações ao trabalhador,


elevados custos para os empregadores e para as economias nacionais (*).

► 30% dos trabalhadores sofrem de dores lombares, constituindo a queixa principal de


problemas de saúde relacionados com o trabalho. Destes, parece haver uma relação
directa com a movimentação manual de cargas.

► Após a primeira lesão, as costas tornam-se mais vulneráveis, aumentando a probabilidade


de novas lesões

3.2 - Dados do INEM

Os acidentes que mais ocorrem são as contusões / esmagamento com 42% cuja
distribuição é de 28%, 7% e 7% por tronco, pernas e mãos respectivamente, seguidos das
entorses / distensões 28% com distribuições de igual valor pelo tronco 14% e mãos 14%,
representando 70% dos acidentes reportados.

Contusões / esmagamento Incapacidade Entorses / distenções Incapacidade

Tronco 28% 25% Tronco 14% 50%


Pernas 7% 100% Pernas 14% 50%
Mãos 7% 100% Mãos 0% 0%
42% 5% 28% 50%
N=14

Fonte: INEM 2005

Estes factos ocorrem devido ás condições de realização desta actividade que é dotada
de um enorme variabilidade. Esta variabilidade é característica da actividade dos TAE’s por
esta ser exercida em diversos locais e diversos ambientes, desde a nossa calçada Portuguesa,
ravinas, habitações degradadas, pisos escorregadios e irregulares, quer à chuva ou ao sol,
interiores das ambulâncias, espaços confinados, pressões temporais e por parte dos familiares
dos doentes.

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Exposta esta situação e tendo conhecimento que as LME’s (Lesões músculo esqueléticas)
constituem um risco para todos os profissionais que realizem tarefas de movimentação
manual de cargas, é particularmente nos TAE’s que isto se reflecte pois estes têm de realizar
frequentemente o manuseamento de pacientes, alguns completamente dependentes e
outros com grande dificuldade em se locomoverem.
Além do manuseamento e transporte dos pacientes, os técnicos de ambulância de
emergência têm que transportar todo material de socorro até à vítima, sendo que essa carga
também tem um factor desencadeante de lesões músculo esqueléticas associadas.
As dores na coluna são uma das queixas existentes que na sua maioria são consequência
da adopção de posturas desconfortáveis com esforços elevados, estando muito associadas
a tarefas que envolvam força (a quantidade de esforço físico que é requerida em
levantamento de grandes pesos), posturas desconfortáveis (posições que colocam stress na
coluna, como por exemplo, alcançar qualquer coisa acima do ombro, ajoelhar-se, fazer a
torção do tronco ao levantar ou levantar-se). Na maior parte das situações surgidas, o TAE
tem um desconhecimento total das consequências de tais movimentos, muito por culpa de
uma ausente formação nesta área específica.

3.3 - Movimento manual de cargas

Em Portugal esta temática encontra-se legislada no direito interno do país através do D.L.
nº 330/1993, que transpõe para a lei portuguesa as indicações da Directiva nº 90/269/CEE,
“relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação
manual de cargas, garantindo assim a melhoria da prevenção e protecção dos
trabalhadores envolvidos nestas operações, no quadro da dimensão social do mercado
interno”.
Apesar do tipo de carga ou as especificidades que esta possa ter, esta lei aplica-se
também neste contexto por força da própria definição, presente no artigo 3º, que define “ a
movimentação manual de cargas como qualquer operação de transporte e sustentação de
uma carga, por um ou mais trabalhadores, que, devido às suas características ou condições
ergonómicas desfavoráveis, comporte riscos para os mesmos, nomeadamente na região
dorso lombar”.
Verifica-se a orientação para a identificação dos riscos por parte do empregador, em
função dos elementos de referência do risco, classificando a carga em relação ao peso,
volume, equilíbrio, etc. No entanto esta caracterização não refere nada especificamente
sobre os doentes, que neste âmbito serão as referidas cargas, pesando certamente mais que
30 kg para cada TAE.

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Relativamente às questões da avaliação do esforço físico exigido, parecem ter acertado


em grande parte das situações desenvolvidas no manuseamento dos doentes, pois as
condições de prestação de cuidados implicam quase a totalidade das acções descritas.
Outra questão que deve ser salientada é a questão da análise dos riscos centrar-se
exclusivamente à zona dorso lombar, esquecendo as patologias que podem ser
desenvolvidas ao nível da cintura, membros superiores e inferiores e também na coluna
superior. Neste caso específico dos TAE’s, relembra-se que o manuseamento manual de
doentes inicia-se no local da ocorrência e este pode ser um espaço confinado ou o próprio
chão. Nota-se então uma diferença relativamente à movimentação manual de doentes
dentro dos hospitais, sendo que a amplitude dos movimentos no caso do INEM é
potencialmente maior, o que pode originar mais facilmente lesões localizadas em outras
zonas do corpo.
Acrescendo a gravidade da questão, surgem as variáveis do contexto envolvente
também referenciadas no D.L. nº330/93 que verificando que as condições de ambiente físico
e climatérico são variáveis em função da estação do ano, local da ocorrência, estado dos
pavimentos, estacionamentos em segunda fila, etc.

3.4 - Factores de risco resultantes do tipo de carga movimentada

Peso excessivo da carga

Se o peso de uma carga for excessivo, ou seja, se ultrapassar a capacidade humana, esta
pode constituir um sério risco para a saúde. As disposições europeias não estipulam
explicitamente os valores admissíveis do peso das cargas que podem ser transportadas em
segurança. Um bom indicador pode ser o modelo criado pelo HSE (Health and Safety
Executive, do Reino Unido). Para determinar o peso da carga que pode ser transportada sem
causar efeitos indesejados na saúde, é aconselhável considerar não apenas o peso, mas
também a frequência das tarefas, a distância a que a carga tem de ser transportada e o
tamanho da carga, dado serem todos estes aspectos factores que podem influenciar a
decisão do risco da acção. Pode ser necessário diminuir os pesos, por exemplo, dividindo a
carga, ou utilizar meios mecânicos (mais informação em: www.handlingloads.eu).

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Instabilidade da carga

Uma carga instável pode deslocar-se à volta do tronco do trabalhador ou dobrar-se.


Também pode causar ao trabalhador a necessidade súbita de mudar a postura corporal ou
de se mexer para manter o equilíbrio. As consequências relacionadas, por exemplo, com o
risco de fadiga são óbvias. Além disso, a carga pode influenciar negativamente o sistema
músculo-esquelético, provocando nele um esforço significativo e irregular. Os discos e
ligamentos intervertebrais são especialmente propensos a lesões quando a distância entre o
tronco do operador e a carga é significativa.

Dependendo da posição da pessoa e da carga, muda o esforço


do sistema músculo-esquelético. Este está sujeito também aos
factores ambientais (por exemplo, resultantes da característica do
ambiente de trabalho ou da carga, à frequência do deslocamento
e às predisposições individuais do trabalhador. Por isso será
provavelmente necessária a diminuição da massa da carga em
comparação com, a indicada aqui como desejável, de 25 kg.

Elaborado com a base nos dados HSE.

Imagem 62 – Indicação do peso máximo ideal mediante a posição da pessoa e da carga.

Se a carga for demasiado volumosa


Se a carga for demasiado volumosa para ser correctamente transportada (o mais junto ao
corpo possível) existe o risco de lesões músculo-esqueléticas, principalmente devido ao
esforço significativo nos discos e ligamentos intervertebrais, exigindo mais força. Se o tamanho
da carga não estiver adaptado à largura ou à altura das instalações e dos equipamentos
através dos quais esta é transportada, existe um risco acrescido de colisão ou queda.

Carga difícil de manobrar


A ausência de pegas pode revelar-se perigosa devido ao risco de a carga escorregar das
mãos; se as arestas forem vivas e o conteúdo perigoso, podem também ocorrer outros
ferimentos graves.
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3.5 - Regras de boas práticas

No intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores, é necessário ter em


consideração os seguintes pontos:

a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar:

1 - Constituição da carga (material, forma, volume, etc.);

2 - Localização da carga no contexto do espaço de trabalho;

3 - Intensidade (peso da carga).

b) Esforço físico exigido na tarefa:

1 - Intensidade das forças que é necessário exercer para vencer a resistência que a carga
oferece;

2 - Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga;

3 - Frequência do número de elevações e outros movimentos efectuados.

c) Condições físicas dos trabalhadores:

1 - Sexo;

2 - Idade;

3 - Capacidade e condição física no momento;

4 - Outras características individuais.

d) Exigências específicas de cada actividade em particular:

1 - Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efectuada a movimentação


das cargas;

2 - Duração e frequência dos ciclos de trabalho;

3 - Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer.

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3.6 - Causas para as LME´s

Como já foi referido, a movimentação manual de cargas pode


acarretar uma série de riscos e patologias para os trabalhadores,
caso as condições de trabalho não sejam as mais indicadas. Para
que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco
associadas à movimentação manual de cargas, apresentam-se a
seguir, alguns exemplos de más práticas:

1 - Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;


2 - Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou manipulada a
grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco;
3 - Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de provocar
lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou balanceamento;
4 - Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa;
5 - Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do trabalhador) ou difícil
de agarrar;
6 - Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar juntamente com a
carga;
7 - Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adoptando posturas incorrectas;
8 - Pavimento degradado com desníveis;
9- Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre diferentes
pisos);
10 - Ponto de apoio instáveis – (ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao chão);
11 - Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade, velocidade do ar);
12 -Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos.
13 - Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos demasiadamente
prolongados;
14 - Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se realizam
tarefas que implicam esforços mais pesados;
15 - Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas demasiado
grandes;
16 - Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efectuarem
pequenas pausas.
17 - Esforços feito a frio;
18 - Esforços com rotação da coluna;
19 - Posições semi-estáticas prolongadas em esforço.

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Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja alvo de
correcção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos
trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes. A
correcção das referidas não conformidades deve pautar-se pela correcta aplicação dos
vários princípios ergonómicos a fim de optimizar a compatibilidade entre o homem, as
máquinas e o ambiente físico de trabalho. Isto conseguir-se-á através do equilíbrio entre as
exigências das tarefas, das máquinas e as características anatómicas, fisiológicas, cognitivas
do homem.

3.7 - Lesões associadas às más posturas

As lesões mais frequentes são as contusões, cortes, feridas, fracturas e sobretudo lesões
músculo-esqueléticas. Podem ocorrer em qualquer zona do corpo, mas as mais sensíveis são
os membros superiores / inferiores e a zona dorso lombar. As lesões dorso lombares podem
manifestar-se, seja como lombalgia, alteração dos discos intervertebrais (Hérnias discais)
incluindo fracturas vertebrais por sobre esforço.
Esse tipo de lesões pode vir a dar incapacidade: Parcial, Total, Temporária, Permanente ou
Morte.

Imagem 63 – Tipos de lesões associadas às más posturas

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3.8 – Recomendação a adoptar pelo TAE

ABORDAGEM: Examinar a carga antes da a manipular → Planear a manipulação

1 - Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso – de


acordo o NIOSH (não superior a 23 kg);
2 - Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga – evitar a
utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os
membros inferiores como alavanca;
3 - Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte;
4 - Aquando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o trabalhador
deve evitar rir, tossir, falar ou efectuar outros movimentos bruscos;
5 - Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre evitados, pois
causam tensões indesejáveis e cargas assimétricas nas vértebras; Se a rotação for necessária,
deverá ser feita através da movimentação dos pés;
6 - As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros inferiores, sendo a
coluna apenas elemento estático de transmissão e nunca de articulação;
7 - Sempre que possível trabalhar com os braços estendidos e com a carga junto ao corpo;
8 - Na elevação da carga, procurar o melhor equilíbrio, colocando os pés afastados
lateralmente e um mais à frente do que o outro. Dobre as pernas pelos joelhos para se baixar
na direcção da carga, sendo que os ombros devem se posicionar na direcção dos pés.
Mantenha as costas direitas.
9 - Use a força das pernas para levantar a carga;
10 - Recolher o queixo e manter a cabeça direita ao fazer o levantamento;
11 - Evitar esforços em que a carga esteja acima dos ombros ou demasiado afastada;
12 - Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída;
13 - Para cargas de maior dimensão, ou mais pesadas coordenar em sintonia os esforços com
o colega de equipa e se possível com populares;
14 - Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível);
15 - Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição física e sexo
do trabalhador;
16 - Sempre que seja tecnicamente possível, utilize as ajudas mecânicas, tais como transferes,
como meio auxiliar, para a manipulação dos pacientes.
17 - Antes de pegar peso, respire fundo e prenda a respiração. O aumento adicional de
pressão no tórax diminui a pressão nos discos da coluna.
18 - Promova a autonomia do doente se, não houver nenhum inconveniente relativo ao
possível agravamento do estado e saúde da vítima.

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É importante relembrar que apesar de todas estas recomendações, será necessário ter
sempre em consideração que o desempenho de todos trabalhadores, vai depender
directamente da sua aptidão física e psíquica. Sendo assim deve promover o exercício físico
e o reforço muscular dos músculos que participam mais activa na movimentação de cargas.

3.9 – Figuras ilustrativas de boas práticas

(“Para manter uma boa qualidade de vida, proteja a sua coluna”)

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3.9.1 - Postura a evitar

3.9.2 - Posturas correctas e erradas

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3.9.3 – Transferência de um paciente da cama para a cadeira

Procedimento para levantar da cama:

• O membro inferior são deve ser colocado por


baixo do membro afectado e as pernas são
arrastadas até se encontrarem fora da cama (no
caso de se tratar de paciente vitima de um AVC ).
• Rodar o tronco para o lado são (levando o braço
afectado sobre o corpo).
• Apoia-se sobre o braço “são” com a ajuda do
cotovelo e mão de forma a ficar sentado.
• O familiar pode ajudar colocando uma mão no lado são do corpo e dando um impulso no
levante.

Transferência da cama para a cadeira de rodas:

• Colocar a cadeira junto à cama num ângulo de 30º. Retirar


pedal da cadeira do lado junto à cama. Travar a cadeira.
• O doente senta-se na cama com os pés assentes no chão.
• O TAE coloca-se de frente para o doente, segurando-o
pelas calças ou cinto.
• Trava os joelhos do doente com os seus joelhos.
• Ajuda o doente a levantar-se fazendo pressão com os seus
joelhos nos dele e segurando-o pelo cinto/calças até ficar de
pé ( o doente pode apoiar a mão do lado são na cadeira, para ajudar).
• O TAE roda e faz rodar o doente sobre o pé são, sentando-o na cadeira

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3.9.4 - Exercícios de relaxamento muscular

A mobilização regular das articulações e grupos musculares mais solicitados na actividade,


tem um efeito compensador da sobrecarga postural, para evitar desgaste músculo-
esquelético. De forma a proporcionar o relaxamento muscular deve:

Colocar as mãos na região lombar e


suavemente arquear para trás.

Sentado numa cadeira, cruzar os braços e


flectir o corpo para baixo.

Girar lentamente a cabeça.

Colocar as mãos nos ombros e flectir os


braços para unir os cotovelos.

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3.10 - Características da carga do pré-hospitalar

Movimentação manual de pacientes (Peso Médio):

Segundo um estudo epidemiológico relativo ao peso da população portuguesa


efectuado em 2003, concluiu-se que o peso médio para os homens é de 75,9 kg e para as
mulheres foi de 63,5 kg, sendo que o limite máximo poderá situar-se na casa dos 150 kg.

Peso do material de socorro (meio INEM-SIV):

Mochila 1 (Via aérea): 13,1 kg


Mochila 2 (Trauma) : 9,02 kg
Aspirador : 5,3 kg
Monitor Argus Pro Life Care : 5,6 kg
Monitor Argus Pro Transport : 4,1 kg
Bala Oxigénio portátil (3L) : 6 kg
Bala Oxigénio fixa (20L) : 34 kg
Cadeira de Rodas 9,3 kg
TOTAL 86,4 KG

Segundo directrizes elaboradas pelo departamento de emergência médica do INEM, a


equipa SIV quando chega ao local da ocorrência para prestar socorro a um paciente no
mínimo deverá fazer-se acompanhar do seguinte material: mochila 1, aspirador, monitor
Argus Pro Life Care, bala oxigénio portátil, sendo que traduzindo toda esta carga em peso,
perfaz um total de 30kg.
O profissional do INEM, por vezes têm que se deslocar dezenas de metros, em passo
acelerado, até chegar à vitima, sendo que muitas das vezes pode encontrar escadas ou
mesmo pavimentos em mau estado, coloca-se a necessidade de o TAE adoptar uma forma
correcta de transportar toda o material de socorro sem que para isso coloque a sua saúde
em risco.
Relativamente ao acondicionamento dos sacos na célula sanitária, deve ficar preconizado
que o SACO 1 (meios SIV) deverá ficar posicionado na parte de baixo, para que a coluna
vertebral possa ficar menos exposta às sobrecarga e rotação inerente à colocação atrás das
costas do referido saco. Ora vejamos, a situação, num caso prático abordado no próximo
item.

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3.10.1 - Procedimento para a colocação do SACO 1 atrás das costas do TAE:

SACO
2

SACO
1

1º Passo 2º Passo

3º Passo 4º Passo

Nº da recomendação adoptada no
procedimento (capítulo 3.8):

- 1, 2, 3, 5, 6, 9 e 15

5º Passo

Deste modo e seguindo as recomendações de boa prática, já enumeradas em páginas


anteriores, o TAE deverá transportar o material de socorro nas seguintes configurações:

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3.10.2 - Configuração de transporte do material

Configuração 1: mochila 1+ bala de oxigénio (3L)

13,1kg
Kg

6 Kg

Foto 72 e 73 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 1 (Foto frontal e lateral)

OBSERVAÇÃO: No transporte do material de socorro na configuração 1, o TAE deve adoptar as recomendações nº 1,


3, 7,12 e 15 enumeradas no capítulo 3.8.

Configuração 2: Aspirador + Monitor Argus Pro Life Care

5,3 kg 5,6 Kg

Foto 80 e 81 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 2 (Foto frontal e lateral)

OBSERVAÇÃO: No transporte do material de socorro na configuração 1, o TAE deve adoptar as recomendações nº 1,


3, 7, 14 e 15 enumeradas no capítulo 3.8 .

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3.10.3 - Procedimento para elevação da maca do “chão” com 2 elementos

1º Passo 2º Passo

OBSERVAÇÃO: Os elementos da equipa devem adoptar as recomendações nº: 2,3,4,7,8,9 e 13.

3.10.4 - Procedimento para elevação da maca do “chão” com 4elementos

1º Passo 2º Passo

OBSERVAÇÃO: Os elementos da equipa devem adoptar as recomendações nº: 2,3,4,7,8,9 e 13.

3.7.6 - Procedimento de elevação da maca a” meia altura” com 2 elementos

1º Passo 2º Passo

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FIM DO MANUAL

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6 - Apresentação e discussão dos resultados

Após dar por terminado a elaboração deste manual, fiquei com a sensação que todo o
esforço, dedicação e tempo dispendido para com o desenvolvimento deste trabalho não
foram em vão.
Todos os objectivos gerais traçados a que me propus inicialmente, para frequência do
estágio curricular, foram alcançados. Quanto aos objectivos específicos, houve a
necessidade de efectuar uma ligeira reestruturação de alguns deles, para que deste modo
pudessem ficar melhores enquadrados nas temáticas que no meu entender, deveriam fazer
parte deste manual.
Durante a elaboração deste trabalho, procurei por diversas vezes tirar impressões com
vários colegas, que já possuem bastante experiência nesta área de actividade, com o
objectivo de elaborar um trabalho que fosse de encontro às temáticas mais pertinentes, ou
seja, as que pudessem ser susceptíveis de criar algum tipo risco para a actividade do TAE.
Realizei uma pesquisa exaustiva em diversos sites oficiais de entidades com provas dadas
nas diversas temáticas abordadas.
O assunto que mais dificuldade senti em obter alguma informação, foi o da “sinalização e
protecção rodoviária”, inserido do tema Gestão de Risco, isto porque, em Portugal não existe
legislação ou matéria sobre o assunto, sendo que apenas encontrei algumas referências em
sites brasileiros.
Procurei acima de tudo criar um manual de fácil leitura e acesso, procurando também
abordar os assuntos que no meu entender o TAE aquando a sua leitura, se possa rever em
algum dos cenários retratados, derivado de serviços de socorro anteriormente realizados.

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7 - Conclusão

Consegui elaborar o manual que idealizei para este trabalho, sendo que irei aguardar o
feedback de todos os colegas TAE´s que o queiram ler e criticar.
Espero ter ido de encontro às necessidades formativas que os TAE´s sentem falta, porque foi
devido a eles e para eles que elaborei este manual.
Dedico este manual a todos os TAE´s que, diariamente, socorrem as pessoas que precisam
do seu auxílio, muitas das vezes, descurando da sua própria segurança em prol de um menor
sofrimento e maior conforto da vítima.

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8-Referências Bibliográficas

(1) - INEM, IP – Manual de VMER, viatura de emergência e reanimação. Lisboa: INEM, 2002.

(2) - INEM, IP – Site oficial. Lisboa: INEM, 2010. Site oficial: www.inem.pt.

(3) - INEM, IP – Relatório anual de actividade de 2008. Lisboa: INEM, 2009.

(4) - ANPC, Autoridade Nacional de Protecção Civil – Prevenção e Protecção. Lisboa: ANPC, 2010. Site oficial:
www.prociv.pt.

(5) - ENB, Escola Nacional de Bombeiros – Manual de Informação Inicial de Bombeiro, Capitulo IX, Matérias Perigosas.
Sintra: ENB, 2010. Site oficial: www.enb.pt.

(6) - DEFESA CIVIL PARANÁ – Manual do Atendimento Pré-hospitalar – SIATE/CBPR, Matérias Perigosas. Curitiba/Brasil:
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná, 2008. Site oficial: www.defesacivil.pr.gov.br.

(7) - Linde Sogás, Lda – Conselhos de Segurança do Oxigénio. Lisboa: Linde, 2010. Site oficial: www.linde.pt.

(8) - BOLOGNIESI, S. – Manual de Procedimento de Emergência na rodovia. Nova Dutra, 2004.

(9) - COMISSÃO DE CONTROLO DA INFECÇÃO DA REGIÃO DE SAUDE DE LISBOA E VALE DO TEJO – Manual de
procedimentos – A higienização das instalações dos centro de saúde no contexto da prevenção e controlo da
infecção. Lisboa: ARSLVT I.P, Fevereiro 2009, Site oficial: www.arslvt.min-saude.pt.

(10) - ACT, Autoridade para as Condições de Trabalho – Movimentação Manual de cargas no sector dos cuidados de
saúde. Lisboa: Campanha do CARIT, 2007, Site oficial: www.handlingloads.eu/pt.

(11) - ITG, Instituto Tecnológico do Gás – Informações sobre o monóxido de carbono. Lisboa: ITG, 2010, Site oficial:
www.itg.pt.

(12) - INAC, Instituto Nacional de Aviação Civil – Operação de helicópteros civis em voos de busca e salvamento.
Lisboa: INAC, 4 de Junho 1998, Circular nº12/98 de informação aeronáutica, Site oficial: www.inac.pt.

(13) - BELL HELICOPTER – Brochuras do helicóptero BELL 412EP. TEXAS/USA, Bell Helicopter Textron Inc, 2009, Site oficial:
www.bellhelicopter.com.

(14) - AGUSTA WESTLAND - Brochura do Heli Augusta AW109. Italia: Agusta, 2009, Site Oficial:
www.agustawestland.com.

(15) – MORAIS, BOUÇA – Apontamentos do módulo de Segurança no Trabalho, Riscos Eléctricos. Viana do Castelo,
Outubro 2009.

(16) – ACT – Campanha europeia de inspecção e informação – “ Movimento Manual de Cargas 2008”, 2008, Site
oficial: www.act.gov.pt
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APÊNDICES

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ANEXOS DO MANUAL

ANEXO 1 – Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Oxigénio Pág. 192

ANEXO 2 – Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Presept Pág. 194

ANEXO 3 – Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Surfanios Pág. 195

ANEXO 4 – Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do ANIOS DDSH Pág. 201

ANEXO 5 – Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Álcool Etílico Pág. 206

ANEXO 6 – Lista de Frases de Risco Pág. 207

ANEXO 7 – Lista de Frases de Segurança Pág. 209

ANEXO 8 – Regras básicas na utilização de extintores Pág. 211

ANEXO 9 – Resumo das etiquetas de perigo associadas às diferentes Pág. 217

classes das matérias perigosas

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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ANEXO 6
Lista de Frases de Risco, atribuídas as substâncias e preparações perigosas:
R1 : Explosivo no estado seco.
R2 : Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.
R3 : Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.
R4 : Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis.
R5 : Perigo de explosão sob a acção do calor.
R6 : Perigo de explosão com ou sem contacto com o ar.
R7 : Pode provocar incêndio.
R8 : Favorece a inflamação de matérias combustíveis.
R9 : Pode explodir quando misturado com matérias combustíveis.
R10 : Inflamável.
R11 : Facilmente inflamável.
R12 : Extremamente inflamável.
R13 : Gás liquefeito extremamente inflamável.
R14 : Reage violentamente em contacto com a água.
R15 : Em contacto com a água liberta gases muito inflamáveis.
R16 : Pode explodir quando misturado com substâncias comburentes.
R17 : Espontaneamente inflamável ao ar.
R18 : Quando da utilização, formação possível de mistura vapor/ar inflamável/explosiva.
R19 : Pode formar peróxidos explosivos.
R20 : Nocivo por inalação.
R21 : Nocivo em contacto com a pele.
R22 : Nocivo por ingestão.
R23 : Tóxico por inalação.
R24 : Tóxico em contacto com a pele.
R25 : Tóxico por ingestão.
R26 : Muito tóxico por inalação.
R27 : Muito tóxico em contacto com a pele.
R28 : Muito tóxico por ingestão.
R29 : Em contacto com a água liberta gases tóxicos.
R30 : Pode tornar-se facilmente inflamável durante o uso.
R31 : Em contacto com ácidos liberta gases tóxicos.
R32 : Em contacto com ácidos liberta gases muito tóxicos.
R33 : Perigo de efeitos cumulativos.
R34 : Provoca queimaduras.

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R35 : Provoca queimaduras graves.


R36 : Irritante para os olhos.
R37 : Irritante para as vias respiratórias.
R38 : Irritante para a pele.
R39 : Perigo de efeitos irreversíveis muito graves.
R40 : Possibilidade de efeitos cancerígenos.
R41 : Risco de lesões oculares graves.
R42 : Pode causar sensibilização por inalação.
R43 : Pode causar sensibilização em contacto com a pele.
R44 : Risco de explosão se aquecido em ambiente fechado.
R45 : Pode causar cancro.
R46 : Pode causar alterações genéticas hereditárias.
R47 : Pode causar defeitos ao feto.
R48 : Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada.
R49 : Pode causar cancro por inalação.
R50 : Muito tóxico para os organismos aquáticos.
R51 : Tóxico para os organismos aquáticos.
R52 : Nocivo para os organismos aquáticos.
R53 : Pode causar efeitos negativos a longo prazo no ambiente aquático.
R54 : Tóxico para a flora.
R55 : Tóxico para a fauna.
R56 : Tóxico para os organismos do solo.
R57 : Tóxico para as abelhas.
R58 : Pode causar efeitos negativos a longo prazo no ambiente.
R59 : Perigoso para a camada de ozono.
R60 : Pode comprometer a fertilidade.
R61 : Risco durante a gravidez com efeitos adversos na descendência.
R62 : Possíveis riscos de comprometer a fertilidade.
R63 : Possíveis riscos durante a gravidez com efeitos adversos na descendência.
R64 : Pode causar danos às crianças alimentadas com leite materno.
R65 : Nocivo: pode causar danos nos pulmões se ingerido.
R66 : Pode provocar secura da pele ou fissuras, por exposição repetida.
R67 : Pode provocar sonolência e vertigens, por inalação dos vapores.

R68 : Possibilidade de efeitos irreversíveis.

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ANEXO 7
Lista de Frases de Segurança:

Esta é uma lista das frases de segurança e seus respectivos significados que definem as
precauções a tomar na utilização de certos reagentes:

S1: Conservar bem trancado


S2: Manter fora do alcance das crianças
S3: Conservar em lugar fresco
S4: Manter longe de lugares habitados
S5: Conservar em... (líquido apropriado a especificar pelo fabricante)
S6: Conservar em ... (gás inerte a especificar pelo fabricante)
S7: Manter o recipiente bem fechado
S8: Manter o recipiente ao abrigo da humidade
S9: Manter o recipiente num lugar bem ventilado
S10: Manter o conteúdo húmido
S11: Evitar o contacto com o ar
S12: Não fechar o recipiente hermeticamente
S13: Manter longe de comida, bebidas incluindo os dos animais
S14: Manter afastado de... (materiais incompatíveis a indicar pelo fabricante)
S15: Conservar longe do calor
S16: Conservar longe de fontes de ignição - Não fumar
S17: Manter longe de materiais combustíveis
S18: Abrir manipular o recipiente com cautela
S20: Não comer nem beber durante a utilização
S21: Não fumar durante a utilização
S22: Não respirar o pó
S23: Não respirar o vapor/gás/fumo/aerossol
S24: Evitar o contacto com a pele
S25: Evitar o contacto com os olhos
S26: Em caso de contacto com os olhos lavar imediata e abundantemente em água e chamar um
especialista
S27: Retirar imediatamente a roupa contaminada
S28: Em caso de contacto com a pele lavar imediata e abundantemente com... (produto adequado
a indicar pelo fabricante)
S29: Não deitar os resíduos no esgoto
S30: Nunca adicionar água ao produto
S33: Evitar a acumulação de cargas electrostáticas

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S34: Evitar choques e fricções


S35: Eliminar os resíduos do produto e os seus recipientes com todas as precauções possíveis
S36: Usar vestuário de protecção adequado
S37: Usar luvas adequadas
S38: Em caso de ventilação insuficiente usar equipamento respiratório adequado
S39: Usar protecção adequada para os olhos/cara
S40: Para limpar os solos e os objectos contaminados com este produto utilizar ...(e especificar pelo
fabricante)
S41: Em caso de incêndio e/ou explosão não respirar os fumos
S42: Durante as fumigações/pulverizações, usar equipamento respiratório adequado
(denominação(ões) adequada(s) a especificar pelo fabricante
S43: Em caso de incêndio usar... (meios de extinção a especificar pelo fabricante. Se a água aumentar
os riscos acrescentar "Não utilizar água")
S44: Em caso de indisposição consultar um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo do produto)
S45: Em caso de acidente ou indisposição consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe
o rótulo do produto)
S46: Em caso de ingestão consultar imediatamente um médico e mostrar o rótulo ou a embalagem
S47: Conservar a uma temperatura inferior a ... °C (a especificar pelo fabricante)
S48: Conservar húmido com ... (meio apropriado a especificar pelo fabricante)[4]
S49: Conservar unicamente no recipiente de origem
S50: Não misturar com ... (a especificar pelo fabricante)
S51: Usar unicamente em locais bem ventilados
S52: Não usar sobre grandes superfícies em lugares habitados
S53: Evitar a exposição – obter instruções especiais antes de usar
S54: Obter autorização das autoridades de controlo de contaminação antes de despejar nas estações
de tratamento de águas residuais
S55: Utilizar as melhores técnicas de tratamento antes de despejar na rede de esgotos ou no meio
aquático
S56: Não despejar na rede de esgotos nem no meio aquático. Utilizar para o efeito um local
apropriado para o tratamento dos resíduos
S57: Utilizar um contentor adequado para evitar a contaminação do meio ambiente
S58: Elimina-se como resíduo perigoso
S59: Informar-se junto do fabricante de como reciclar e recuperar o produto
S60: Elimina-se o produto e o recipiente como resíduos perigosos
S61: Evitar a sua libertação para o meio ambiente. Ter em atenção as instruções específicas das fichas
de dados de Segurança
S62: Em caso de ingestão não provocar o vómito: consultar imediatamente um médico e mostrar o
rótulo ou a embalagem
S63: Em caso de inalação acidental, remover a vítima da zona contaminada e mantê-la em repouso
S64: Em caso de ingestão, lavar repetidamente a boca com água(apenas se a vítima estiver
consciente)

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ANEXO 8

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ANEXO 9
Resumo das etiquetas de perigo associadas às diferentes classes das matérias perigosas:

CLASSE1:

CLASSE2:

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CLASSE 3:

CLASSE 4:

CLASSE 5:

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CLASSE 6:

CLASSE 7:

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CLASSE 8:

CLASSE 9:

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FIM dos ANEXOS

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