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LIBERTAS - FACULDADES INTEGRADAS

JOSÉ BENTO DA SILVA NETO

Desktop Ypê - Personalização de Sistema Operacional Linux, otimizado às


necessidades especificas dos Postos de Saúde de São Sebastião do Paraíso – MG.

São Sebastião do Paraíso


2010
JOSÉ BENTO DA SILVA NETO

Desktop Ypê - Personalização de Sistema Operacional Linux, otimizado às


necessidades especificas dos Postos de Saúde de São Sebastião do Paraíso – MG.

Trabalho apresentado ao Departamento de


Sistemas de Informação da Libertas –
Faculdades Integradas para obtenção do título
de Bacharel em Sistemas de Informação.

Orientador: Prof. Esp. Dorival Moreira


Machado Junior

São Sebastião do Paraíso


2010
FOLHA DE APROVAÇÃO

José Bento da Silva Neto

Trabalho apresentado ao
Departamento de Sistemas de
Informação da Libertas – Faculdades
Integradas para obtenção do título de
Bacharel em Sistemas de Informação.

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof.: Dorival Moreira Machado Junior


Instituição: Libertas – Faculdades Integradas
Assinatura:

Prof..: Gustavo Poli Lameirão da Silva


Instituição: Libertas – Faculdades Integradas
Assinatura:

Prof.: Mairum Geoldo Andrade


Instituição: Libertas – Faculdades Integradas
Assinatura:
Dedico este trabalho à minha esposa Thais, meu filho Rafael e minha mãe Marly,
com muito carinho, pelo apoio e compreensão durante todo o período de
desenvolvimento deste trabalho.

José Bento da Silva Neto


AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Esp. Dorival Moreira Machado Junior pela atenção e apoio
durante o desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO

BENTO, José da Silva Neto. Desktop Ypê - Personalização de Sistema


Operacional Linux, otimizado às necessidades especificas dos Postos de
Saúde de São Sebastião do Paraíso – MG. 2010, 67 p. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Sistemas de Informação) – Departamento de Sistemas de
Informação, Libertas – Faculdades Integradas, São Sebastião do Paraíso – MG.

Atualmente estão disponíveis por diversas comunidades de desenvolvimento


espalhadas pelo mundo, acessíveis por meio da internet, uma grande variedade de
softwares que proporcionam uma infinidade de funcionalidades, que atendem às
necessidades de vários segmentos do mercado. E que em sua maioria são obtidos
gratuitamente. O desenvolvimento do Projeto “Desktop Ypê” visa utilizar-se desses
softwares para atender de forma especifica as necessidades das Unidades de
Saúde do município de São Sebastião do Paraíso – MG, onde se caracterizam num
ambiente onde são poucas as funcionalidades a serem atendidas, mas que o
Sistema Operacional utilizado atualmente, além de possuir custo para uso, não
consegue atender de forma satisfatória essas poucas funcionalidades, por consumir
demasiadamente os recursos de hardware disponíveis.

Palavras chaves: GNU/Linux, Personalização, Debian, Computadores antigos,


Software Open-Source, Software Livre
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Uso de Servidores WEB........................................................................... 21


Figura 2.2 Evolução dos Sistemas Linux................................................................... 22
Figura 2.3 Sistemas Operacionais em uso nos supercomputadores ........................23
Figura 2.4 Comparação entre a evolução do Sistema UNIX e dos Sistema Linux .... 23
Figura 2.5 Pesquisa sobre Adoção de Linux 1 ..........................................................24
Figura 2.6 Pesquisa sobre Adoção de Linux 2 ..........................................................25
Figura 2.7 Orgãos Federais que utilizam soluções em Software Lvre ......................28
Figura 3.1 EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................36
Figura 3.2 Partições criadas para o desenvolvimento ............................................... 40
Figura 3.3 Arquivo fstab.conf do sistema anfitrião .....................................................40
Figura 3.4 Uso do debootstrap .................................................................................. 41
Figura 3.5 Resumo dos comandos utilizados ............................................................44
Figura 3.6 Tela do Gerenciador de Boot – GRUB .....................................................45
Figura 3.7 Imagem exibida durante o boot ................................................................46
Figura 3.8 Tela de Autenticação de Usuário no Sistema........................................... 47
Figura 3.9 Desktop .................................................................................................... 48
Figura 3.10 Terminal Server Client............................................................................ 49
Figura 3.11 Comparativo de desempenho entre os Sistemas ................................... 50
Figura 3.12 Processamento Desktop Ypê ................................................................. 51
Figura 3.13 Processamento Microsoft Windows .......................................................51
Figura 3.14 Desktop Microsoft Windows XP .............................................................52
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................ 10
1.2 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................10
1.3 OBJETIVOS DO PROJETO ......................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 12
2.1 SOFTWARE LIVRE ......................................................................................12
2.2 LINUX ........................................................................................................... 17
2.3 TENDÊNCIAS E INCENTIVOS À ADOÇÃO DE SOFTWARE LIVRE .......... 21
2.4 FERRAMENTAS PARA PERSONALIZAÇÃO .............................................. 29
3 METODOLOGIA................................................................................................. 35
3.1 ESTRUTURA ANALÍTICA DO PROJETO ....................................................36
3.2 DICIONARIO DA ESTRUTURA ANALITICA DO PROJETO - EAP ............. 36
3.3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 39
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 45
4.1 RESULTADOS DOS TESTES LÓGICOS ....................................................45
4.2 RESULTADOS DOS TESTES FUNCIONAIS .............................................. 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 53
5.1 CONCLUSÃO...............................................................................................53
5.2 LIMITAÇÕES DO PROJETO........................................................................... 54
5.3 TRABALHOS FUTUROS................................................................................. 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 55
APÊNDICES .............................................................................................................. 59
9

1 INTRODUÇÃO

A Prefeitura Municipal de São Sebastiao do Paraiso, MG, possui diversos


postos de atendimento em Saude em todo municipio. Aproximadamente são 25
postos, entre eles: Pronto Socorro, Ambulatorios, USFs (Unidades de Saúde da
Família) e Farmacia Municipal.
A recepção do paciente para qualquer procedimento (atendimento,
agendar consulta e etc) é feito através do sistema de Gestão de Saúde, que é
acessado remotamente a partir dos postos de atendimento ao servidor localizado do
prédio central na Prefeitura.
A unica função do computador nesses atendimentos é prover o recurso
necessário para acesso ao Sistema de Gestão em Saúde.
O parque computacional desses Postos, caracterizasse por computadores
adquiridos a quase 10 anos, onde não são possiveis upgrades. Os softwares
utilizados, Sistemas Operacionais e Antivirus são atualizados frequentemente e a
cada atualização mais recursos de hardware são consumidos.
Os recursos de hardware disponiveis, que já são escassos, são
consumidos quase que em totalidade para executar apenas o sistema operacional e
antivirus. Tornando o uso desses computadores inviavel ao ambiente ao qual estão
inseridos. Pois nesse ambiente a alta disponibilidade é fundamental.
Este trabalho visa desenvolver uma personalização do Sistema
Operacional Linux, que contenha somente aplicativos que realmente atendam às
necessidades destes postos de Saúde e que viabilizem o uso dos computadores
disponíveis.
No capitulo 2, está toda base teórica deste trabalho, onde foram
pesquisados temas essenciais aos objetivos do trabalho, como: Tipos de Licença de
Software, Distribuições Linux, Ferramentas que auxiliam da personalização de
sistemas operacionais Linux e Tendências à adoção de Sistemas Operacionais
Linux.
O capitulo 3, contempla todo o desenvolvimento do projeto, desde a
especificação das ferramentas utilizadas, a definição das fases do projeto e
desenvolvimento passo-a-passo.
10

No capitulo 4, são demonstrados os resultados obtidos a partir dos testes


efetuados durante o desenvolvimento e a partir do uso do Desktop Ypê em ambiente
real.
O capítulo 5 contempla as considerações finais do projeto. Descrevendo a
conclusão, limitações do projeto e os projetos futuros.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Como manter em produção os computadores dos postos de saúde de


São Sebastião do Paraíso utilizando Sistema Operacional Livre, visando estabelecer
uma relação entre Usuários, Computadores e Prefeitura, na qual se alcance altos
graus de operabilidade, qualidade e eficiência dos serviços?

1.2 JUSTIFICATIVA

 Economia na aquisição de novos computadores;


 Economia na aquisição de licenças de softwares;
 Prolongamento da vida útil do hardware envolvido, reduzindo a
emissão de "lixo eletrônico" ao meio-ambiente;
 Substituição dos HDs por memórias flash, cd-rom e outras mídias de
armazenamento disponíveis.
 Simplificação do uso operacional do computador;
 Melhor uso dos recursos de hardware disponíveis;

1.3 OBJETIVOS DO PROJETO

 Pesquisar os tipos de licença de Distribuição de software;


 Pesquisar as ferramentas que automatizam a criação de Distribuições;
 Pesquisar as Distribuições Linux e Aplicações disponíveis sob licenças
de distribuição livres;
 Pesquisar sobre a adoção de soluções livres em órgãos públicos;
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 Levantar aplicações de software utilizadas nos Postos de Saúde;


 Definir aplicações que serão incorporadas à Distribuição a ser
desenvolvida;
O objetivo do projeto é desenvolver uma personalização do Sistema
Operacional Linux que possua todas as funcionalidades inerentes às atividades
praticadas no ambiente ao qual será implantada. E que seja otimizada ao hardware
disponível neste ambiente, proporcionando agilidade e facilidade no uso do sistema.
Tornando viável a continuidade do uso do hardware disponível.
O ambiente para o qual o projeto está sendo desenvolvido é composto
por diversas unidades de saúde do município de São Sebastião do Paraíso – MG.
Dentro de cada Unidade de Saúde, existem as recepções, que são responsáveis por
encaminhar os pacientes aos diversos serviços ambulatoriais fornecidos pela
administração pública municipal.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SOFTWARE LIVRE

2.1.1 Tipos de Licença de Software

O uso de qualquer tipo de software é condicionado por licenças, são


essas licenças responsáveis por determinar quais os direitos o usuário, enquanto
consumidor do produto: software, tem sobre ele, considerando não só a execução,
mas também a redistribuição, a modificação e sua atualização, segundo Silveira
(2004, p. 19) “... uma licença de software é um contrato que define as condições de
uso daquele programa.”
As licenças de software são definidas segundo o modelo de
desenvolvimento utilizado pelo autor, segundo Silveira (2004) podem ser definidos
dois modelos de desenvolvimento: o modelo proprietário e o modelo colaborativo. O
Modelo Proprietário de Desenvolvimento de Software é utilizado por empresas
comerciais cujo foco é obter lucro através da venda licenças que garantem todas as
funcionalidades do software. Como estratégia de mercado essas empresas impõem
diversas restrições quanto ao uso de seus softwares, visando uma forma de proteger
a tecnologia utilizada no seu desenvolvimento, perante aos concorrentes e criar um
certo tipo de dependência , perante aos usuários. Através dessas licenças restritivas
não é possível aos usuários: fazer cópias do software e compartilhar com outros
usuários, ter acesso ao código-fonte do software e a modificá-lo. A dependência ao
software proprietário é criada a partir do momento em que são lançadas pelo
Fabricante, atualizações de segurança, correções de bugs, novas funcionalidades e
novas versões, onde dependendo do contrato de Uso que foi feito, além do software
o usuário deverá pagar também por mais essas atualizações. (SILVEIRA, 2004)

O modelo Proprietário de Desenvolvimento foi definido por Raymond


(2001) como o modelo Catedral, onde o desenvolvimento de um software é
comparado ao processo de construção de uma Catedral, sendo esse
desenvolvimento isolado, centralizado, restrito a apenas um grupo de indivíduos e
divido em fases, onde todo conhecimento envolvido na construção ficará restrito aos
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engenheiros e conseqüentemente a resolução de problemas decorrentes ficará a


cargo deles.

O Modelo Colaborativo de Desenvolvimento é utilizado por


desenvolvedores geralmente organizados em comunidades locais ou
geograficamente distribuídos que se comunicam através da Internet. E esse modelo
não deixa de ser utilizado também por empresas comerciais, porém focadas na
obtenção de lucros na prestação de serviços e não na comercialização de licenças.
É caracterizado por permitir diversas liberdades ao usuário, principalmente o acesso
ao código fonte, podendo o usuário personalizá-lo ou modificá-lo segundo suas
necessidades. (SILVEIRA, 2004)

Raymond (2001) comparou o Modelo Colaborativo a um Bazar, onde


vários produtos são ofertados e existe uma grande efervescência nas trocas de
informações, onde afirma “... dados bastantes olhos, todos os erros são triviais.”
Demonstrando o quanto o modelo colaborativo é eficiente e rápido no
desenvolvimento de correções de bugs, atualizações e novas versões. Deixando
isso claro como uma vantagem do modelo Bazar sobre o Catedral.

Qualquer tipo de licença de software seja desenvolvido pelo modelo


Proprietário ou Colaborativo é assegurada pelas leis do Copyright, que para Saleh
(2004) garantem a autoridade do autor sobre a obra. Porém o copyright é utilizado
de forma diferente pelos dois modelos de desenvolvimento. Enquanto o modelo
proprietário o utiliza para garantir diversas restrições quanto ao uso do software, o
modelo colaborativo o utiliza de forma contraria, ou seja, assegura através dele as
liberdades de uso do software. Esse conceito de uso de copyright pelo modelo
colaborativo foi denominado como Copyleft. (GNU, 2010). Esse conceito, segundo
Raymond (2001), permite ao software “... possuir autores, mas não donos...”.

Para Toledo (2002), software proprietário é aquele cuja licença de uso


não permite acesso ou modificações ao código-fonte, livre distribuição e restringe a
execução do software mediante a aquisição da licença.

Para Hexsel (2002), existem ainda softwares proprietários do tipo


Freeware, Semi-livre e Shareware. O Sofware Freeware é aquele cuja a licença
permite a livre distribuição e execução, porém não permite o acesso e modificação
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no código fonte. Já o Software Semi-livre permite a distribuição, execução e


modificação no código fonte, porém não podendo ser utilizado para fins comerciais.
E o software Shareware, é aquele cuja licença permite sua livre sua distribuição,
porém sua execução é restrita a um período de tempo pré-estabelecido. Esse tipo
de licença permite ao usuário testar as funções do software.

“Existem vários estilos de licenças para a distribuição de software livre ,


que se distinguem pelo grau de liberdade outorgado ao usuário.” (HEXSEL, 2002, p.
5). Essas licenças podem ser do tipo GPL, BSD, Open Source, entre outras.

Para Saleh (2002), a licença GPL (GNU General Public License) foi a
primeira licença para software livre criada. Suas principais características são: a
liberdade de uso, acesso e modificação do código fonte, distribuição e redistribuição.
A GPL foi criada em 1984 por Richard Stalmann, através do Projeto GNU, cujo
objetivo era criar um Sistema Operacional totalmente livre. (GNU, 2010)

“Nossa Licença Pública Geral foi desenvolvida para garantir que você tenha
a liberdade de distribuir cópias de software livre (e cobrar por isso, se
quiser); que você receba o código-fonte ou tenha acesso a ele, se quiser;
que você possa mudar o software ou utilizar partes dele em novos
programas livres e gratuitos.” (GNU, 2010)

Para Toledo (2002, pag. 12), “... a GPL não tem como objetivo restringir
os direitos do usuário sobre o software, mas sim garantir uma série de liberdades...”
Sendo que para Aguiar et al. (2009, pag. 85), “[...] o sentido dado a palavra liberdade
não é o da ausência de regras”. A GPL está fundamentada em quatro liberdades.

“A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade


nº 0);
A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas
necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito
para esta liberdade;
A liberdade de redistribuir, inclusive vender, cópias de modo que você
possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);
A liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, de modo
que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-
fonte é um pré-requisito para esta liberdade.” (GNU, 2010)

A única restrição imposta pela GPL é que nenhum software dela derivado
poderá tornar-se um software proprietário, garantindo assim a perpetuação e
manutenção da licença. (SILVEIRA, 2004)
Para a GPL o ideal de software ser livre é motivado por questões
ideológicas pautadas por uma filosofia que prima pela liberdade. A licença OPEN
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SOURCE foi criada em 1997 com o intuito de se desvincular das questões


ideológicas adotadas pela GPL. Para o movimento OPEN SOURCE o modelo aberto
de desenvolvimento é motivado por questões técnicas e econômicas, onde acessos
ao código a modificações e distribuição permitem melhorias do software e
conseqüentemente sua evolução. (SALEH, 2002). Além de encorajar a adoção do
software no ambiente corporativo, abandonando de vez a falsa idéia de que
necessariamente um software livre deva ser distribuído gratuitamente. (TOLEDO,
2002)
Para Toledo (2002), o software open source difere-se do software livre
principalmente por não restringir a redistribuição do programa e de trabalhos
derivados, podendo utilizar softwares open source para criação de softwares
proprietários.
A licença BSD (Berkeley Software Distribution) é menos restritiva em
relação a licença GPL, podendo o software ser utilizado em qualquer tipo de
atividade, inclusive sua incorporação em softwares proprietários. As restrições
impostas pela licença BSD tangem quanto a identificação do autor, que deve ser
incluída no código fonte quando redistribuído junto com o software ou na
documentação do software, quando esse distribuído sem o código-fonte. (SALEH,
2002)

2.1.2 Vantagens da adoção de Software Livre

O fato de um software possuir seu código fonte aberto, garante aos seus
utilizadores uma série de vantagens sobre o uso de softwares proprietários. Tais
vantagens englobam aspectos econômicos, tecnológicos e sociais, e são
determinantes para a escolha do software livre como meta tecnológica. (COSTA;
ARAÚJO; LAUDOS, 2004)
Sob a óptica do governo federal e do Exercito Brasileiro, várias vantagens
podem ser enumeradas quanto a adoção de software livre e quanto às atividades
que serão desempenhadas com esses softwares. Para o Exercito Brasileiro, foram
identificadas várias vantagens, as quais se tornaram as razões para o
desenvolvimento do “Plano de Migração para Software Livre no Exercito Brasileiro”,
Exercito Brasileiro (2004).
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“ c. Principais razões para a Migração:


1) Economia de custos a médio e longo prazo com software proprietário.
2) Maior segurança proporcionada pelo SL.
3) Independência de Forncedores.
4) Independência tecnológica.
5) Desenvolvimento de conhecimento local.
6) Possibilidade de auditabilidade dos sistemas.
7) Independência de um único fornecedor.” Exército Brasileiro (2004)

Para Silveira (2004), a adoção de software livre como modelo de


desenvolvimento e uso em tecnologias de informação pelo governo federal do Brasil
são possíveis e viáveis sob 5 argumentos: macroeconômico, segurança, autonomia
tecnológica, independência de fornecedores e democratico.
Quanto a vantagem econômica de se adotar o Software Livre, para
Silveira (2004, p 39) “[...] permite reduzir drasticamente o envio de royalites pelo
pagamento de licenças de software, ...”. Uma vez que vários sistemas são
distribuídos sem custo através da internet, desde sistemas operacionais, como as
Distribuições Linux, aplicativos de escritório, como o OpenOffice e o BrOffice e
vários outros aplicativos. Por exemplo, o governo Brasileiro gastaria o equivalente a
300 milhões de dólares a cada dois anos somente com aquisição de licenças de
software para informatizar as principais 100 mil escolas do país, considerando que
seriam necessários três milhões de licenças para atender a trinta computadores por
escola e que a cada atualização de versão do software é necessário a aquisição de
novas licenças. (SILVEIRA, 2004)
Quanto a vantagem de alcançar altos níveis de Segurança com a adoção
de Software Livre, segundo Lemos Pitta (2009), com o acesso ao código fonte,
pode-se auditá-lo com precisão. As correções de bugs são mais ágeis devido o
grande número de colaboradores e existe a facilidade de se incorporar
algoritmos de segurança. Para Silveira (2004, p 40) “Também pode retirar rotinas
duvidosas que estariam presentes no software...”, que seria impossível de executar
no código fonte de qualquer software proprietário.
Quanto a vantagem da autonomia tecnológica, adquirida com a adoção
de Software Livre, para Silveira (2004, p 40) “ amplia as condições de autonomia e
capacitação tecnológica do país, uma vez que permite que usuários nacionais sejam
também desenvolvedores internacionais . . .”, como por exemplo o jovem brasileiro
Marcelo Tossati que com apenas 19 anos foi selecionado por Linus Torvalds, criador
do Kernel Linux, para ser o mantenedor mundial da versão 2.4 do kernel Linux. Para
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Lemos Pita (2009), é possível o desenvolvimento de soluções tecnológicas próprias,


no sentido de atender as necessidades especificas.
Quanto a vantagem da independência de fornecedores, o Exercito
Brasileiro (2007) enfatiza que são eliminadas as mudanças compulsórias no parque
tecnológico que os modelos proprietários impõem, periodicamente, aos seus
usuários, em virtude da descontinuidade de suporte a versões. Para Silveira (2004),
podem ser acrescentadas novas funcionalidades e melhorias no software sem a
obrigatoriedade de depender somente do autor para isso.
Considerando o mercado corporativo as vantagens descritas acima
podem ser consideradas como estratégicas.
“Vantagem estratégica, segundo Porter, é toda aquela vantagem que possa
reduzir o poder de um fornecedor, reduzir custos, diferenciar seus produtos
ou serviços com relação à concorrência, ou oferecer maior segurança e
confiabilidade an execução de processos.” (PORTER apud FERRAZ, 2002,
p16)

Quanto a vantagem social, Silveira (2004, p42) enfatiza que: “As


tecnologias de informação e comunicação estão se consolidando como meios de
expressão do conhecimento, de expressão cultura e de transações econômicas”. E
conclui que o software é o meio de comunicação da sociedade da informação por
isso deve ser estar ao alcance de todos.

2.2 LINUX

2.2.1 O kernel Linux

Antes de se falar em Distribuições GNU / Linux é necessário definir


alguns conceitos que as envolvem como: Kernel e Sistema Operacional.
Para Tanenbaum (2002), embora a existência de sistema operacional
seja comum ao conhecimento dos usuários de computadores, é difícil definir
claramente o que venha ser um sistema operacional. “Parte do problema é que os
sistemas operacionais executam duas funções não-relacionais e dependendo de
quem está falando, você ouve mais coisa ou outra.” Tanenbaum (2002, pag). E a
partir dessas duas funções, o Sistema Operacional pode ser considerado como uma
Máquina Estendida ou como um gerenciador de recursos.
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De forma direta, Stallings (2003, p 241) define sistema operacional: “ Um


sistema operacional é um programa que controla a execução de programas
aplicativos e age como uma interface entre o usuário e o hardware do computador”.
Sob o ponto de vista de Tanenbaum (2002, p 20), considerando o
Sistema Operacional como uma Máquina Estendida, o define como “o programa que
esconde do programador a verdade sobre o hardware e apresenta uma bela e
simples visão de nomes de arquivos que podem ser lidos e gravados [...]”. O que
para Stallings (2003, p 241) é uma conveniência, “ ... um sistema operacional visa
tornar o uso do computador mais conveniente”, uma vez que, as operações de
hardware são invisíveis aos olhos do usuário de computador, ficando o sistema
operacional responsável por executar, na prática, as tarefas solicitadas.
Sob outro ponto de vista expressado por Tanenbaum (2002,p 19),
considerando o sistema operacional como um gerenciador de recursos, “ ... o
trabalho do sistema operacional é oferecer uma alocação ordenada e controlada dos
processadores, das memórias e dos dispositivos de E/S entre os vários programas
que competem por eles”, e exemplifica: “... imagine o que aconteceria se tres
programas que executam em algum computador tentassem imprimir
simultaneamente na mesma impressora ...”. Neste exemplo o sistema operacional é
então responsável por ordenar recursos de impressão de forma atender
satisfatoriamente a requisição de impressões desses tres programas. O que para
Stalings (2003, p 241) é uma vantagem “... um sistema operacional permite uma
utilização mais eficiente dos recursos do sistema.”
Dentre os componentes que formam o sistema operacional, segundo
Morimoto (2009) “... embora o kernel seja o componente mais importante do
sistema, ele não é o único. Qualquer sistema operacional moderno é a combinação
de um enorme conjunto de drivers, bibliotecas, aplicativos e outros componentes.”
“ O kernel é a peça fundamental do sistema, responsável por prover a infra-
estrutura básica necessária para que os programas funcionem, além de ser
o responsável por dar suporte aos mais diferentes periféricos: placas de
rede, som e o que mais você tiver espetado no micro.” Morimoto (2009)

Em 1991 foi desenvolvido sob a lincença GPL (GNU General Public


License) pelo então estudante o finlandes Linux Torwals um kernel baseado no
Sistema UNIX, ao qual deu o nome de Linux. “ Linux is a free Unix-type operating
system originally created by Linus Torvalds with the assistance of developers around
the world. (LINUX.ORG, 2009)
19

O fato de ter sido distribuído sob a licença GPL possibilitou ao


desenvolvimento do Linux a colaboração de desenvolvedores do mundo inteiro
através de contribuições, possíveis graças a rede de comunicação propiciada pela
Internet. (SILVEIRA, 2004)
A comunidade de desenvolvimento do projeto GNU, iniciado em 1983 cujo
objetivo era criar um sistema operacional totalmente livre, até o inicio dos anos de
1990, embora já tivessem desenvolvido uma série de aplicações para seu sistema
operacional, ainda não haviam terminado o desenvolvimento do seu kernel. E viram
no kernel Linux a possibilidade enfim de lançar um sistema operacional livre, o
GNU/LINUX. “ Surgia assim uma grande alternativa ao sistema operacional
proprietário, o sistema operacional GNU/Linux.” Silveira (2004, p 19)

2.2.2 Distribuições LINUX

Inicialmente, devido à complexidade de instalação de todo o sistema, o


uso de sistemas operacionais GNU/Linux era restrito à desenvolvedores e outros
usuários que possuíssem conhecimentos avançados,. Era disponibilizado apenas o
código fonte do kernel Linux, ficando a cargo do usuário, compilar esse código fonte,
combiná-lo a bibliotecas e aplicativos, para que se tivesse um sistema operacional
funcional. (MORIMOTO, 2009)
Com o objetivo de facilitar a instalação do Linux, foram criadas as
Distribuições Linux , que eram versões pré-compiladas, que possuiam o kernel
juntamente com outros aplicativos. O que representou uma nova forma de se
distribuir o sistema Linux. (MATOS, 2007)
“ Uma distribuição é um pacote com uma versão atual do Kernel, junto com
um grande número de programas, um instalador, ferramentas de
configuração, etc. As distribuições variam de pequenos conjuntos de
programas, destinados a alguma aplicação específica a pacotões com
vários CDs, destinados ao uso geral.” Guiadohardware.net (2009)

De acordo com DistroWatch (2010) existem atualmente 312 distribuições


Linux em todo o mundo e de acordo com um ranking as mais populares são: Ubuntu,
Fedora, openSUSE, Debian GNU/Linux, Mandriva Linux, Linux Mint, PCLinuxOS,
Slackware Linux, Gentoo Linux e CentOS. Apesar da quantidade de distribuições
disponíveis, Morimoto (2009) afirma que ao menos 98% delas são desenvolvidas a
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partir da criação de personalizações de distribuições já existentes, as chamadas


distribuições “mãe”.
As distribuições “mãe”, segundo Morimoto (2009) são: Slackware, Debian
GNU/Linux, Red Hat e Gentoo, todas elas destinadas ao uso geral, ou seja se
encaixam em diversas atividades. A partir dessas distribuições mães foram
desenvolvidas várias outras distribuições, como por exemplo, a partir do Debian
GNU/Linux, foi desenvolvido o UBUNTU, sendo atualmente a distribuição mais
popular do mundo, a partir do Red Hat, foram desenvolvidas as distribuições Fedora,
CentOS, Mandrake , Suse Linux, Conectiva e outras.
O Slackware é a distribuição Linux mais antiga e ainda ativa, foi criada em
1993. É conhecida por possuir poucas ferramentas automatizadas de configuração
do sistema, obrigando o usuário a realizar diversas configurações editando
diretamente os arquivos de configuração. (MORIMOTO, 2009). A instalação de
aplicativos pode ser feita a partir de pacotes próprios, cuja extensão é PKG ou
através da compilação do código-fonte dos aplicativos. (CARMONA, 2005)
Segundo Morimoto (2009), a distribuição Red Hat foi criada em 1994. Sua
principal característica é facilitar o uso e administração do sistema operacional
através de ferramentas que automatizam diversas tarefas. Foi a primeira distribuição
a empacotar aplicativos, permitindo a instalação a partir de um único comando. É
mantida pela Red Hat. Deu origem às distribuições: Madrake, Conectiva, Fedora,
CentOS, Suse e outras.
A distribuição Debian GNU/LINUX, foi criada em 1993 e é mantida por
uma comunidade sem fins lucrativos. Possui a ferramenta APT que permite o
gerenciamento de pacotes. (MORIMOTO, 2009)
Segundo Debian.org (2010), a distribuição Debian GNU/LINUX é
conhecida pela estabilidade e quantidade dos pacotes disponíveis, atualmente são
25000 pacotes disponíveis. Quanto ao reconhecimento, segundo o Distrowatch.org
(2010), ocupa a 5º colocação no ranking de Distribuições Linux do portal
DistroWatch.org, além ser a base para as distribuições UBUNTU e MINT, que
ocupam o 1º e 3º lugares, respectivamente, no mesmo ranking. Ainda segundo
Debian.org (2010), o Debian é mantido por uma comunidade sem fins lucrativos, que
o disponibiliza sem custos. A distribuição Debian possui ainda diversas ferramentas
que facilitaram no processo de personalização, são elas:
21

 APT-GET, utilitário que automatiza a tarefa de instalação de


pacotes.
 Pacotes pré-compilados do kernel Linux, fornece uma série de
versões do kernel Linux, para diferentes necessidades e que pode
podem ser instados através do utilitário APT-GET.
 MAKE-KPKG, utilitário que automatiza a compilação e instalação
do kernel Linux.
No Brasil, a primeira distribuição desenvolvida de alcance nacional foi a
Conectiva Linux, que mais tarde se fundiu à francesa Mandrake, originando a
distribuição Mandriva. Outra distribuição que ficou bem conhecida foi o Kurumin,
porém o projeto foi descontinuado pelos desenvolvedores. Morimoto (2009)

2.3 TENDÊNCIAS E INCENTIVOS À ADOÇÃO DE SOFTWARE LIVRE

2.3.1 Tendência mundial à adoção de Software Livre

A adoção efetiva de software livre por empresas, pessoas e governos, em


algumas áreas já consegue superar alguns softwares proprietários. De acordo com o
NETCRAFT(2010), em pesquisa realizada durante o mês de Junho de 2010, no
mundo inteiro 54,02 % dos domínios de sites da internet utilizam o servidor web
livre Apache, conforme figura 2.1.

Figura 2.1 Uso de Servidores WEB

Segundo o IDC(2009), em pesquisa encomendada pela NOVELL


realizada durante o ano de 2009, recessões econômicas tendem a acelerar o
desenvolvimento de tecnologias emergentes, a adotar soluções eficientes e a punir
22

soluções que economicamente não estão em sintonia com as tendências mundiais.


E essa pesquisa concluiu que, os usuários que adotaram o sistema operacional
LINUX estão efetivamente satisfeitos com sua escolha e que em tempos
econômicos difíceis é forte a tendência em evoluir a implantação e adoção de
sistemas operacionais LINUX.
A IDC (2009) comprova essa tendência apontada pelas suas conclusões,
citando a recessão econômica de 2001-2002, que embora estivesse levado a
redução de gastos nas empresas, não necessariamente reduziu as implantações
tecnológicas. Sendo essa recessão responsável, por exemplo, por acelerar a
mudança de plataforma tecnológica que estava ocorrendo naquele momento nas
estruturas de TI, quando os servidores baseados em RISC-UNIX estavam em
direção à arquitetura x86 da Intel. Esse cenário provocado pela recessão permitiu o
crescimento sustentado de soluções LINUX para servidores. (TOP500.ORG, 2010)
O site top500.org desde 1993 levanta e reúne informações acerca dos
500 supercomputadores do mundo que possuem maior poder de processamento de
dados.(TOP500, 2010). Com base nessas informações pode se comprovar a opinião
do IDC quanto a recessão de 2001-2002. Através da figura 2.2 é claramente
perceptível o crescimento do uso de Sistemas LINUX nos supercomputadores a
partir 2001.

Evolução dos Sistemas Linux


500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Count 1993

Count 1994

Count 1995

Count 1996

Count 1997

Count 1998

Count 1999

Count 2000

Count 2001

Count 2002

Count 2003

Count 2004

Count 2005

Count 2006

Count 2007

Count 2008

Count 2009

Figura 2.2 Evolução dos Sistemas Linux

E atualmente o uso de sistemas LINUX corresponde a 91,0 % nos 500


supercomputadores, conforme figura 2.3.
23

Sistemas Operacionais em uso


nos supercomputadores

Linux
Window s
Unix
BSD Based
Mixed

Figura 2.3 Sistemas Operacionais em uso nos supercomputadores

Pode-se concluir também que a partir de 1998, quando os sistemas


LINUX começaram a ser utilizados, os sistemas UNIX começaram a cair em desuso
e em 2004 os sistemas LINUX ultrapassaram os Sistemas UNIX, conforme figura
2.4.

Comparação entre a evolução do Sistema UNIX e dos Sistemas Linux


600

500

400

300
Linux
200 Unix

100

0
Count 1993

Count 1994

Count 1995

Count 1996

Count 1997

Count 1998

Count 1999

Count 2000

Count 2001

Count 2002

Count 2003

Count 2004

Count 2005

Count 2006

Count 2007

Count 2008

Count 2009

Figura 2.4 Comparação entre a evolução do Sistema UNIX e dos Sistema Linux

Ao contrário do que possa parecer e embora a adoção de software livre


impacte em reais reduções de custos em TI, para a maioria das empresas os
principais fatores considerados para determinar a escolha de Sistemas Operacionais
LINUX para Servidores, é a segurança e confiabilidade dos sistemas. Sendo os
fatores custos com suporte e custos com aquisição, como o 3º e 5º lugares
respectivamente a serem considerados, conforme figura 2.5. (IDC, 2009)
24

Figura 2.5 Pesquisa sobre Adoção de Linux 1

Segundo o IDC (2009), considerando o clima da economia e a redução de


custos, pouco mais 70% das empresas consultadas em sua pesquisa já possuem
planos para adoção de sistemas operacionais LINUX ou estão estudando a
possibilidade de adoção. E quanto ao uso de sistemas operacionais LINUX em
Desktops um pouco menos de 70% das empresas consultadas já possuiam planos
para adoção ou estão estudando a possibilidade de adoção, conforme figura 2.6.
25

Figura 2.6 Pesquisa sobre Adoção de Linux 2

Outros incentivos para adoção de software livre estão partindo de


governos de vários países do mundo. Segundo o CENATIC (Centro de Competência
Nacional para Aplicação de Tecnologias Open Source), órgão criado pelo governo
da Espanha, o desenvolvimento de software de código aberto permite aos serviços
públicos flexibilidade, adaptabilidade e acessibilidade, tornando-os mais
convenientes e próximos do público em geral. (CENATIC, 2010)

2.3.2 Ações do governo federal brasileiro para incentivo à adoção de


Software Livre

O governo federal brasileiro através do DECRETO DE 18 DE OUTUBRO


DE 2000, cria o Comitê Executivo do Governo Eletrônico, cujas competências são:

“Art. 3º Compete ao Comitê:

I - coordenar e articular a implantação de programas e projetos para a


racionalização da aquisição e da utilização da infra-estrutura, dos serviços e
26

das aplicações de tecnologia da informação e comunicações no âmbito da


Administração Pública Federal;
II - estabelecer as diretrizes para a formulação, pelos Ministérios, de plano
anual de tecnologia da informação e comunicações;
III - estabelecer diretrizes e estratégias para o planejamento da oferta de
serviços e de informações por meio eletrônico, pelos órgãos e pelas
entidades da Administração Pública Federal;
IV - definir padrões de qualidade para as formas eletrônicas de interação;
V - coordenar a implantação de mecanismos de racionalização de gastos e
de apropriação de custos na aplicação de recursos em tecnologia da
informação e comunicações, no âmbito da Administração Pública Federal;
VI - estabelecer níveis de serviço para a prestação de serviços e
informações por meio eletrônico; e
VII - estabelecer diretrizes e orientações e manifestar-se, para fins de
proposição e revisão dos projetos de lei do Plano Plurianual, de Diretrizes
Orçamentárias e do Orçamento Anual, sobre as propostas orçamentárias
dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal, relacionadas
com a aplicação de recursos em investimento e custeio na área de
tecnologia da informação e comunicações.”
Decreto de 18 de Outubro de 2000

No âmbito do governo federal brasileiro, segundo o Portal do governo


eletrônico no Brasil, o incentivo ao uso e desenvolvimento de software livre visa
estabelecer a plataforma tecnológica necessária para os programas de Governo
Eletrônico, que têm como princípio “ ... a utilização das modernas tecnologias de
informação e comunicação (TICs) para democratizar o acesso à informação, ampliar
discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e
efetividade das funções governamentais.”
O Comitê Executivo do Governo Eletrônico definiu através das Diretrizes
gerais para o governo eletrônico que “o software livre deve ser entendido como
opção tecnológica do governo federal. Onde possível, deve ser promovida sua
utilização ... “. Porém não sendo incentivada sua implantação considerando apenas
aspectos econômicos, mas também as possibilidades de otimização de recursos
tecnológicos e investimentos, promoção de conhecimento e estímulos ao
desenvolvimento colaborativo e aos softwares nacionais.
O governo federal, através do DECRETO DE 29 DE OUTUBRO DE 2003,
institui os Comitês Técnicos do Comitê Executivo do Governo Eletrônico, cujos
objetivos são:

“ ... Art. 1o- Ficam instituídos Comitês Técnicos, no âmbito do Comitê


Executivo do Governo Eletrônico, criado pelo Decreto de 18 de outubro de
2000, com a finalidade de coordenar e articular o planejamento e a
implementação de projetos e ações nas respectivas áreas de competência,
com as seguintes denominações:
I - Implementação do Software Livre; II - Inclusão Digital; III - Integração de
Sistemas; IV - Sistemas Legados e Licenças de Software; V - Gestão de
27

Sítios e Serviços On-line; VI - Infra-Estrutura de Rede; VII - Governo para


Governo - G2G; e VIII - Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica
...”
DECRETO DE 29 DE OUTUBRO DE 2003

O governo federal brasileiro, de acordo com sítio softwarelivre.gov.br,


trata o software livre a partir de 3 temas, são eles: o uso de padrões abertos, o
licenciamento livre dos softwares e a formação de comunidades de
desenvolvimento. Esses temas são tratados de forma parelela. O uso de padrões
abertos é definido através do e-Ping, Padrões de interoperabilidade do governo, que
definem padrões de interoperabilidade das tecnologias de informação e
comunicação do governo federal. Quanto ao licenciamento de software livre, a GPL,
Licença pública Geral, “...além de não afetar a Constituição, também não fere o
ordenamento jurídico brasileiro, podendo ser utilizada com o devido amparo legal -
inclusive para a liberação de softwares desenvolvidos pelo setor público”. E quanto à
formação de comunidades, foi criado o Comitê Técnico para Implementação de
Software Livre, cujas diretrizes são:

“ 1. Promover a utilização e desenvolvimento de Software Livre no Governo


Federal;
2. Adotar soluções baseadas em Software Livre e padrões abertos,
garantindo acessibilidade aos usuários e assegurando o direito de acesso
aos serviços públicos federais, independente da plataforma adotada pelo
cidadão;
3. Garantir a auditabilidade plena e a segurança dos sistemas, respeitando
as necessidades específicas de sigilo e segurança do Governo Federal;
4. Adotar hardwares e soluções de TIC compatíveis com as plataformas
livres;
5. Conter o crescimento e promover a migração de sistemas legados no
âmbito do Governo Federal;
6. Promover capacitação/formação contínua do quadro de pessoal da
administração pública federal para utilização de Software Livre;
7. Otimizar o investimento público de TIC do Governo Federal reinvestindo o
valor economizado em licenças de uso;
8. Fortalecer e compartilhar as ações de Software Livre estimulando o
desenvolvimento colaborativo de software, redes de colaboração e
incentivando condições de mudança de cultura organizacional;
9. Fortalecer a adoção de modelos de negócios em TIC, baseados em
Software Livre e que utilizem prioritariamente padrões abertos;
10. Utilizar Software Livre como base dos programas de inclusão digital;
11. Incentivar e fomentar, nas instituições de ensino e pesquisa, a adoção,
desenvolvimento e pesquisa de sistemas baseados em Software Livre;
12. Adotar licenciamento para os softwares desenvolvidos pelo Governo
Federal com licenças compatíveis com Software Livre;
13. Ampliar a divulgação de Softwares Livres;
14. Popularizar o uso de Software Livre na sociedade.”
PLANEJAMENTO CISL 2010 - DIRETRIZES
28

Em levantamento realizado pelo CISL, demonstrado no site


softwarelivre.gov.br, em 2010, 128 orgãos federais já utilizam de forma significativa
pelo menos um tipo de solução tecnológica baseada em software livre. Após coleta e
análise desses dados, é possível uma visão geral quanto a adoção de software livre
em orgãos federais, conforme figura 2.7. (SOFTWARELIVRE, 2010)

Orgãos Federais que utilizam soluções em Software Livre

50,00%

40,00%
Uso Efetivo %
30,00% Implantação %
Sem uso %
20,00%

10,00%

0,00%
Correio Eletrônico Servidores de Internet Sistemas de Informação Desktops Suite de Escritório

Figura 2.7 Orgãos Federais que utilizam soluções em Software Lvre

Com base no gráfico acima pode-se concluir que soluções em software


livre são utilizadas em servidores, mas porém seu uso em desktops é crescente.
Outra ação de incentivo ao uso de software livre no Brasil, segundo o
Portal do Software Público, foi a criação, pelo Governo federal, do Portal do
Software Publico em http://www.softwarepublico.gov.br, que proporciona um
ambiente de desenvolvimento onde “... são compartilhadas soluções que podem ser
úteis aos diferentes órgãos públicos e também à sociedade”. Atualmente se
encontram disponíveis 38 soluções, organizadas em 38 comunidades. Dentre essas
soluções pode se encontrar sistemas de gestão para municípios e softwares na área
da saúde, educação, meio ambiente, gerenciamento de contratos e etc. Dentre as
comunidades se destaca a comunidade da solução CACIC (Configurador
Automático e Coletor de Informações Computacionais), desenvolvida inicialmente
pela DATAPREV (Empresa de Tecnologia de Informação da Previdencia) que foi
disponibilizada à comunidade, que conta com mais de 25000 membros. Outra
solução que se destaca também é o middleware GINGA, que foi adotado como
padrão para TV digital brasileira. (SOFTWARE PUBLICO, 2010)
29

2.4 FERRAMENTAS PARA PERSONALIZAÇÃO

Segundo Carvalho (2009), a escolha do sistema operacional é mais que


uma escolha tecnológica, pois, uma vez escolhido, é o sistema operacional
responsável em definir o suporte ao hardware do computador e quais aplicativos
serão utilizados. Com sistemas GNU/LINUX são possíveis modificações que
definem o tipo de hardware suportado e quais aplicações estarão presentes por
padrão no sistema operacional. Sendo essa a principal diferença entre os sistemas
GNU/LINUX e outros sistemas operacionais.
A personalização do sistema operacional pode trazer várias vantagens,
segundo Beekmans (2005), é possivel a criação de sistemas compactos, mais
rápidos e que ocupam menos espaço no HD1. Para Tardim (2010), muitas vezes o
sistema operacional contém aplicativos ou dá suporte à dispositivos que nunca
serão utilizados pelo usuário, ou simplesmente o usuário prefere outros aplicativos
com relação aos aplicativos pré-instalados no sistema operacional. Por isso a
personalização permite ao usuário adequar o sistema operacional à sua
necessidade e gosto. O que é confirmado por Scaratti (2007): “Em muitos casos, o
usuário obtém uma distribuição Linux de sua preferência, mas os aplicativos nela
inclusos não atendem suas reais necessidades”. Com um enfoque empresarial, a 4
Linux (2010) define: “Fazer sua própria distribuição significa adequar o seu sistema
operacional diretamente para a sua necessidade, para que ele fique mais robusto,
com mais desempenho e que ele se encaixe exatamente no seu negócio.”
Para Scaratti (2007), existem três formas de se customizar uma
distribuição Linux, a primeira é desenvolvê-la a partir do zero, ou seja, não utilizar
como base nenhuma outra distribuição já existente. A segunda forma é modificar
uma distribuição já existente, alterando pacotes e personalizando configurações. E a
terceira forma é utilizar ferramentas que automatizam as etapas da customização.
Em ambos os casos, para Beekmans (2005), Scaratti (2007), Tardim (2010),
Morimoto (2006), o processo de customização é feito a partir de um sistema
anfitrião, ou seja, um sistema operacional instalado que proverá os todos as
ferramentas de desenvolvimento necessárias, como compiladores, bibliotecas,
aplicativos e scripts.

1 HD. Hard Disk, componente responsável por armazenar a informações em um computador.


30

2.3.1 Desenvolvendo uma distribuição Linux do Zero

Para Beekmans (2005) desenvolver uma distruibuição Linux do zero


significa compilar cada pacote necessário ao funcionamento de todo o sistema. Para
Zilli (2003), o desenvolvimento de uma distribuição Linux a partir do zero permite ao
desenvolvedor conhecer todos os seus aspectos de funcionamento, garantindo
assim um maior controle e segurança sobre o sistema, através de customizações
mais precisas, de melhor qualidade e da instalação de pacotes realmente
necessários às necessidades.
“Em sua forma mais genérica, a estrutura do Sistema Operacional pode
ser visualizada em camadas hierárquicas, onde a camada mais interna corresponde
ao hardware e dá suporte a todas as outras camadas de software.” Zilli (2003, p.1)
As camadas hierárquicas apresentadas por Zilli (2003), correspondem a:
Hardware, Kernel, Utilitários do Sistema e Aplicativos de Usuário. A camada de
Hardware corresponde a todos dispositivos físicos presentes no computador, como
processador central, memoria, HD e outros. A camada Kernel corresponde ao
componente do sistema operacional responsável por manter a relação entre
hardware e os processos do usuário. A camada Utilitários do Sistema, corresponde
aos aplicativos típicos do Sistema Operacional, tais como: interpretador de
comandos, bibliotecas, compiladores e outros. E finalmente a camada Aplicativos do
Usuário, corresponde à aplicações utilizadas diretamente pelo usuário, como
navegadores de internet, processadores de texto, editores de imagens e etc. Para a
construção da distribuição linux a partir do zero, o desenvolvimento deve ser
concentrado nas camadas Kernel e Utilitários do Sistema.
O segundo o LFS (2010), o projeto Linux from Scratch têm como objetivo
oferecer instruções e ferramentas necessárias para o desenvolvimento de sistemas
Linux a partir zero, ou seja, a partir do código fonte, sob vários aspectos. Cada
aspecto é tratado em subprojetos:
 LFS (Linux from Scratch): é o projeto principal, organizado na forma de
um livro, no qual estão reunidas as instruções de desenvolvimento de
sistema Linux básico. Atualmente está na versão 6.6.
 BLFS, Beyond Linux from Scratch, reúne instruções sobre como
adaptar o sistema básico criado a partir do Linux from Scratch à
necessidades específicas.
31

 ALFS, Automated Linux From Scratch, fornece ferramentas que


automatizam os processos de desenvolvimento descritos no LFS.
 CLFS, Cross Linux from Scratch, fornece instruções necessárias para
se criar sistemas linux para arquiteturas diferentes.
 HLFS, Hardened Linux From Scratch, fornece instruções necessárias
para s criação de Sistemas Linux com enfase em segurança.
 Hints, são pequenos documentos que auxiliam no entendimento dos
livros LFS e BLFS.
 LiveCD, é sistema criado pelo projeto que contém todos pacotes
necessários para servir de sistema anfitrião para o desenvolvimento da
distribuição.
 Patches, é um repositório que contem todos os pacotes de
desenvolvimento.
Segundo o projeto LFS (2005), o desenvolvimento de um sistema Linux,
passa por três etapas fundamentais a partir do preenchimento dos requisitos
mínimos. O requisito mínimo é um sistema anfitrião, que pode ser qualquer
distribuição Linux executado um kernel na versão 2.6.2 ou superior compilado com o
GCC 3.0 ou superior, uma alternativa seria o uso do LiveCD do projeto LFS, que já
contém todas as ferramentas de desenvolvimento necessárias. A primeira etapa é a
preparação da partição onde o sistema será desenvolvido e a obtenção dos pacotes
necessários de desenvolvimento. A segunda etapa é a preparação de um ambiente
de desenvolvimento a partir dos pacotes obtidos na primeira etapa, o qual proverá
as ferramentas necessárias para compilação dos códigos fonte independente do
sistema anfitrião. A terceira etapa é a construção propriamente dita do sistema, na
qual todos os pacotes serão compilados, será instalado o kernel, configurados os
scripts de inicialização, o boot loader e finalmente gerada uma imagem ISO.

2.3.2 Ferramentas para personalização

A construção de personalizações a partir de distribuições Linux já


existentes pode ser feita a partir de várias ferramentas, podendo ser de dois tipos:
que automatizam todo o processo de construção ou que fornecem apenas o
ambiente básico necessário para que a personalização seja feita diretamente a partir
de comandos manuais.
32

A aplicação Remastersys é uma ferramenta desenvolvida para


distribuições baseadas no Debian GNU/LINUX que tem dois objetivos, o primeiro é
de fazer um backup do sistema instalado e gerar um liveCD. O segundo objetivo é a
geração de uma distribuição personalizada a partir do atual estado do sistema
operacional. A personalização é feita da seguinte maneira, com o sistema
operacional instalado no computador, o desenvolvedor faz todas as configurações
necessárias, instala e desinstala programas, enfim deixa o sistema a seu “gosto”. O
próximo passo é a instalação do Remastersys, que pode ser feita a partir do
comando apt-get install remasterys. O remastersys possui a interface em modo
gráfico e em modo texto, ambas com as mesmas funções. Basicamente possui duas
opções, a primeira é remasterys backup, a qual é gerada uma imagem de todo o
sistema operacional instalado, inclusive dos dados pessoais do usuário. A segunda
opção é remasterys dist, a qual gera uma imagem de todo sistema instalado, porém
sem os dados pessoais do usuario. (Remastersys Backup, 2010).
Similar ao Remastersys, o Reconstructor, é capaz de automatizar a
criação de distribuições baseadas nas versões liveCDs da Distribuição UBUNTU,
sem a necessidade de estarem instaladas, fornecendo opções de personalização,
geração e gravação da imagem. O Reconstrutor fornece uma interface gráfica de
configuração que permite ao desenvolvedor, navegar pelas configurações possíveis
de serem modificadas, entre elas: Boot Screem, na qual pode ser alterada a tela de
boot; Gnome, podem ser alterados vários parâmetros do gerenciador de anelas,
como papel de parede, temas, sons, fontes e etc. Na opção APT, podem ser
alterados os repositórios. Na opção Live-CD é cadastrado nome de usuário, senha e
nome de host. E finalizando a personalização a opção Modules, na qual é possível a
instalação e remoção de aplicativos. Passadas todas as opções, é definido o nome
do arquivo a ser gerado, o nome do projeto e definida a arquitetura de hardware.
Após isso é gerada a imagem, a qual pode ser gravada imediatamente em midia .
(UFMG, 2010)
Outra ferramenta que se destaca como nova de forma de se personalizar
uma distribuição é o portal susestudio.org, que fornece um serviço web capaz de
criar versões personalizadas da distribuição SUSE Linux em apenas alguns clicks,
ao total gosto do usuário. (SUSESTUDIO.ORG, 2010). Segundo a Novell (2010), em
2009 foram construídos mais 400.000 personalizações utilizando o Linux
SuseStudio, com mais de 3 milhões de downloads.
33

O processo de personalização é simples, “ ... bastando seguir a


sequencia de passos apresentada pelo site e o sucesso é certo.” (ROHLING, 2009,
p. 35). O acesso ao site é feito mediante cadastro, a personalização inicia-se
escolhendo a base para o projeto, que podem ser as versões do Suse Linux 11.1 ou
Suse Linux Enterprise 10 ou 11. São escolhidos ainda qual o objetivo do projeto,
servidor, Just Enough OS (Sistema Minimalista) ou estação de trabalho. A partir
dessas escolhas, o usuário terá acesso a um wizard que conterá várias
propriedades para personalização, são elas: General, onde são feitas configurações
de linguagem, teclado e rede; Personalizalise, onde são alterados papeis de parede
e logos; Startup, onde é configurado o tipo de inicialização do sistema, em ambiente
gráfico ou modo texto; Server, onde são alteradas as propriedades de servidores,
Desktop, onde são feitas configurações de usuários do sistema; Scripts, onde
podem ser criadas tarefas automatizadas a serem executadas pelo sistema. O Suse
Studio, fornece ainda uma maquina virtual online que testa o sistema criado, a opção
Storage e Memory define qual a capacidade de HD e memoria RAM da maquina
virtual. Passadas essas opções é feito upload de arquivos definidos pelo usuário a
serem adicionados. Após isso a personalização é construída a partir da opção
BUILD, após gerada a imagem, pode ser feito o download ou testá-la, a partir da
opção test-drive. (ROHLING, 2009)
Existem ainda ferramentas que embora permitam a personalização, não
automatizam todas as tarefas necessárias, ficando a cargo do desenvolvedor
utilizar-se de todos os comandos necessários e disponíveis no processo de
personalização. Esse tipo de personalização é possível a partir de duas ferramentas,
o debootstrap e o chroot. O Debootstrap é uma ferramenta que permite instalar a
base de um sistema Debian num subdiretorio de um sistema já instalado (DEBIAN,
2010b). E o Chroot permite criação de um ambiente virtual onde determinada pasta
do sistema torna-se raiz do sistema, a partir são possíveis uma série de
procedimentos que permitem a construção de uma nova personalização.
(MORIMOTO, 2006).
Tardim (2010) descreve todo o processo necessário para a construção de
uma personalização de uma distribuição já existente utilizando os comandos
Debootstrap e Chroot. O processo é feito da seguinte maneira: inicialmente é
preparado o sistema anfitrião, com a instalação dos pacotes: debootstrap, syslinux,
squashfs-tools, enisoimage, sbm e casper. Em seguida deve ser criado um diretório
34

base, que irá armazenar todos os arquivos e pastas do projeto. A partir disso é
executado o Debootstrap para que seja feito o download dos arquivos base da
distribuição a ser personalizada. Após este processo, nota-se que dentro do diretório
base estará criada toda estrutura padrão de diretórios do sistema Linux. O comando
chroot será utilizado nesse momento para tornar a pasta base raiz do sistema. Com
isso todos os comandos executados serão aplicados no sistema de arquivos do
diretório base e não no sistema anfitrião, podendo iniciar a partir desse momento a
personalização do sistema, baixando e instalando pacotes, desinstalando aplicativos
desnecessários ao objetivo do projeto, editando diretamente os arquivos de
configuração, enfim deverão ser feitas todas as alterações necessárias. Para tornar
o sistema inicializável deverá ser configurado também o gerenciador de boot.
Finalizados os procedimentos de personalização, o desenvolvedor deverá sair do
ambiente chroot executando o comando exit. A partir do sistema anfitrião deverá ser
gerada uma imagem do diretório base, para que o sistema criado possa ser testado
e utilizado em outros computadores, finalizando o processo de personalização.
35

3 METODOLOGIA

O gerenciamento dos serviços ambulatoriais é feito através do Sistema de


Gestão de Saúde, que está instalado no prédio central da Prefeitura, de onde é
acessado pelas Unidades de Saúde via protocolo rdp (remote desktop protocol).
A função do computador nas recepções é apenas fornecer a estrutura
básica necessária para que o usuário acesse o Sistema de Gestão de Saúde. Todo
o processamento é feito no servidor e não no computador cliente. Porém, o Sistema
Operacional atualmente utilizado juntamente com o Software Anti-virus, estão
sobrecarregando os computadores devido ao alto consumo de recursos de
hardware. Isso se deve a constantes atualizações as quais esses softwares são
submetidos.
O desenvolvimento da personalização do Sistema Operacional Linux, se
dará a partir do Sistema Operacional DEBIAN GNU/LINUX em sua versão 5.0,
codinome Lenny, tanto como sistema anfitrião, quanto distribuição Linux base para o
desenvolvimento.
As personalizações serão feitas a partir da instalação de pacotes e
alterações nos arquivos de configuração da distribuição. A instalação de pacotes
será feita utilizando o recurso APT-GET, disponibilizado pela própria distribuição
escolhida, que automatizará todo processo de instalação, obtendo e instalando os
pacotes necessários. A alteração dos arquivos de configuração será feita editando-
os diretamente através do editor de textos VI, também disponibilizado pela
distribuição escolhida.
O ambiente de desenvolvimento será provido pelo software ORACLE VM
VIRTUAL BOX, em sua versão 3.2.6. O software ORACLE VM VIRTUAL BOX tem
como objetivo proporcionar o recurso de virtualização para computadores, por isso
proporcionará ao desenvolvedor todas as ferramentas necessárias para o
desenvolvimento e testes.
Antes de iniciar o desenvolvimento serão necessárias visitas às unidades
de saúde para levantar o hardware disponível e as funcionalidades necessárias ao
Sistema Operacional. De posse dessas informações o processo de desenvolvimento
será focado em otimizações de hardware, funcionalidades e espaço em disco.
36

Com o intuito de facilitar e criar uma métrica de desenvolvido, todo o


processo de desenvolvimento estará dividido em 4 etapas distintas: Análise,
Especificações, Desenvolvimento e Avaliação.
A fase de Análise, contemplará o levantamento de todas as
funcionalidades que o Sistema deverá possuir e o tipo do hardware para o qual o
projeto será otimizado.
Na fase de Especificações, serão determinados: o ambiente gráfico, a
versão do kernel Linux e quais pacotes serão instalados, visando atender as
funcionalidades e ao escopo do projeto.
Na fase de Desenvolvimento, serão obtidos diretórios base da distribuição
escolhida, instalados o kernel Linux e os pacotes dos aplicativos, editados arquivos
de configuração e gerada uma imagem do sistema.
Na última fase, Avaliação, serão verificados a conformidade do sistema
desenvolvido com o escopo do projeto e o funcionamento do sistema em ambiente
real, a partir daí serão obtidos os resultados do projeto.

3.1 ESTRUTURA ANALÍTICA DO PROJETO

A partir da identificação de todas as fases de desenvolvimento, visando


uma melhor organização do projeto, este foi dividido em etapas, conforme a figura
3.1.

Figura 3.1 EAP (Estrutura Analítica do Projeto)

3.2 DICIONARIO DA ESTRUTURA ANALITICA DO PROJETO - EAP


37

3.2.1 Análise

3.2.1.1 Requisitos do Sistema

Nesta etapa foram levantadas, analisadas e definidas todas as


características e funcionalidades que o sistema a ser desenvolvido deverá possuir.
Além de levantar as especificações de todo o recurso de hardware disponível. Essa
etapa foi concluída em 5 dias.

3.2.2 Especificação

3.2.2.1 Interface Gráfica

Nesta etapa foi especificada qual interface gráfica deverá ser utilizada no
sistema a ser desenvolvido. A interface gráfica é o principal meio de comunicação
entre o usuário e o Sistema, por isso foi especificada considerando: facilidade de
uso e consumo de recursos de hardware. A conclusão dessa etapa se deu em 2
dias.

3.2.2.2 Kernel e módulos

Nesta etapa foi definida qual a versão do kernel Linux atenderá de forma
satisfatória aos objetivos do projeto. Considerando a necessidade ou não de se fazer
personalizações em seu código através da recompilação. Além de definir também
qual método será utilizado para sua instalação. Esta etapa foi concluída em 3 dias.

3.2.2.3 Aplicativos
Com base nas funcionalidades que o sistema deverá possuir, definidas na
Fase de Análise, foram selecionados nesta etapa todos os aplicativos que deverão
ser incorporados ao sistema. Nesta fase, também serão levantadas todas as
bibliotecas e dependências que deverão ser instaladas para garantir o
funcionamento dos aplicativos. Além de definir qual método de instalação de pacotes
será utilizado. A conclusão desta etapa se deu em 5 dias
38

3.2.3 Desenvolvimento

3.2.3.1 Instalação do Kernel

Nesta etapa deverá ser feita a instalação do kernel Linux através do


método de instalação escolhido, de acordo com as definições estabelecidas na fase
de Especificação. Esta etapa deverá ter a duração de 2 dias.

3.2.3.2 Instalação de Aplicativos

Nesta etapa serão obtidos e instalados todos os aplicativos e suas


respectivas dependências e bibliotecas, através do método de instalação definido. A
conclusão se dará em 5 dias.

3.2.3.3 Configuração do Sistema

Nesta etapa serão feitas diversas configurações no Sistema, editando


diretamente os arquivos de configuração. Serão configurados interface de rede e
impressoras. Serão feitas também configurações nos aplicativos instalados. Esta
etapa terá a duração de 4 dias.

3.2.4 Avaliação

3.2.4.1 Testes lógicos

Os testes lógicos do sistema serão realizados simultaneamente ao


desenvolvimento pelo próprio desenvolvedor. A cada nova instalação de aplicativos
ou configurações realizadas, serão executados testes para garantir a conformidade
com o escopo, além de se identificar possíveis erros. Os testes serão realizados de
maneira cumulativa, tendo duração correspondente a três dias.

3.2.4.2 Testes funcionais


39

Os testes funcionais serão realizados por terceiros, no próprio ambiente


para qual o sistema está sendo desenvolvido. O objetivo dos testes funcionais será
avaliar o funcionamento do sistema em ambiente real e obter os resultados do
desenvolvimento. Esta etapa terá duração de 2 dias.

3.3 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento inicia-se a partir da preparação do sistema anfitrião,


que deverá fornecer todos os recursos necessários para a construção da
personalização do Sistema Operacional.
O sistema operacional utilizado como sistema anfitrião é a Distribuição
Debian GNU/LINUX, em sua atual versão estável (Lenny). Deverá estar configurado
o acesso a internet, instalado o pacote debootstrap, disponível o aplicativo chroot e
ainda deverá possuir um diretório onde será montado o sistema de arquivos do
sistema a ser desenvolvido.
Foi utilizado o software ORACLE VM VIRTUAL BOX versão 3.2.6, para
criar uma maquina virtual com as seguintes configurações: 512 megabytes de
memória RAM e 10 gigabytes de HD. Nesta maquina virtual foi feita a instalação do
Debian GNU/LINUX, a partir do DVD oficial de instalação obtido no site oficial. A
instalação foi feita seguindo os passos sugeridos pelo utilitário de instalação em
modo texto, onde foram escolhidas várias configurações que ao final do processo
resultaram num sistema funcional.
Ao final da instalação, ainda foi necessária a instalação do pacote
debootstrap, pois o pacote por padrão não vem instalado na distribuição, além de
executar a atualização dos repositórios do APT-GET, utilitário utilizado para a
instalação de pacotes.
Para a construção do novo sistema foi criado um novo HD na mesma
máquina virtual, utilizando o gerenciador de discos do ORACLE VM VIRTUAL BOX,
onde todos os arquivos e diretórios do novo sistema serão armazenados.
Considerando a possibilidade de instalação do sistema em memórias flash, prevista
nos objetivos deste projeto, o HD foi criado com 1500 megabytes de capacidade de
armazenamento.
40

O HD recém criado foi reconhecido pelo sistema anfitrião como hda,


porém para sua utilização era necessário particioná-lo e definir um ponto de
montagem. O particionamento foi feito utilizando o fdisk, ferramenta disponível no
sistema anfitrião, da seguinte forma: foram criadas duas partições, uma para
armazenar todos os arquivos, diretórios e aplicativos do novo sistema, a qual foi
formatada utilizando o sistema de arquivos EXT3 (Extended File System 3),
utilizando o comando: mkfs.ext3 /dev/hda1. E a outra partição foi reservada para
memória virtual (SWAP). Conforme a figura 3.2.

Figura 3.2 Partições criadas para o desenvolvimento

Com essas modificações, o HD continuou sendo reconhecido pelo


sistema anfitrião como hda. E as partições criadas foram reconhecidas como hda1,
onde estarão armazenados os arquivos e diretórios resultantes da personalização, e
hda2, reservada para memória virtual.
Para acesso à partição hda1, foi necessário criar um ponto de montagem
no sistema anfitrião através da criação do diretório projetoYpeTcc, dentro do
diretório /mnt. Para facilitar a montagem da partição foi editado o arquivo /etc/fstab,
para que a partição fosse montada a cada inicialização do sistema anfitrião.
Conforme figura 3.3.

Figura 3.3 Arquivo fstab.conf do sistema anfitrião

O próximo passo foi obter o sistema que servirá de base para o


desenvolvimento da personalização. O sistema escolhido foi a própria distribuição
41

DEBIAN GNU/LINUX, que também é utilizada no sistema anfitrião. O debian possui


o utilitário debootstrap, que obtém o sistema base do sistema Operacional a partir
dos repositórios oficiais. O debootstrap foi executado utilizando os seguintes
parametros: debootstrap lenny /mnt/projetoYpeTcc http://ftp.br.debian.org/debian.
Onde debootstrap é a própria indicação do comando a ser utilizado, o parâmetro
lenny indicar qual versão do DEBIAN GNU/LINUX será obtida, o parâmetro
/mnt/projetoYpeTcc, indica o diretório onde os arquivos serão salvos, e
http://ftp.br.debian.org/debian, indica o endereço eletrônico que disponibillizará os
arquvos. Conforme Figura 3.4.

Figura 3.4 Uso do debootstrap

Após obter o sistema base inicia-se o processo de construção da


personalização. Este processo é possível a partir do uso do comando chroot, que
cria um ambiente virtual no qual o diretório /mnt/projetoYpeTcc torna-se a raiz do
sistema, /, onde todo comando executado implicará em alterações dentro do
diretório projetoYpeTcc e não no sistema anfitrião. O comando foi utilizado da
seguinte maneira: #chroot /mnt/projetoYpeTcc.
Para que se tenha acesso aos dispositivos de hardware reconhecidos
pelo sistema anfitrião, é necessário, antes de acessar o ambiente virtual através do
chroot , montar o diretório /dev do sistema anfitrião no diretório /dev dentro do
diretório projetoYpeTcc. Para isso foi utilizado o comando: mount --bind /dev
/mnt/projetoYpeTcc.
Após executar o chroot é necessário ainda montar o diretório /proc para
que não surjam erros durante a instalação dos aplicativos. O diretório foi montado
com o seguinte comando: mount -t proc none proc.
A instalação de pacotes foi divida em duas partes, na primeira parte foram
feitas a instalação do kernel Linux, do gerenciador de boot e o ambiente gráfico. Na
segunda parte foram instalados os aplicativos do usuário.
Para prosseguir o processo de instalação de pacotes, foi necessária a
configuração das interfaces de rede, editando diretamente o arquivo de configuração
/etc/network/interfaces.
42

Segundo o levantamento de hardware feito nas Unidades de Saúde, os


computadores se apresentam em várias configurações, nas quais se destacam dois
grupos. O primeiro em maior quantidade de computadores, possue como
configuração: processadores AMD Duron, 256 megabytes de memória RAM e 10
gigabytes de HD. E o segundo possuem como configuração: processadores Intel
Celeron, 512 megabytes de memória RAM e 40 gigabytes de HD.
Com base nesse levantamento foi escolhida a versão 2.6.26-2-686 do
kernel Linux a ser adotada no novo sistema. Essa versão foi desenvolvida pelos
próprios desenvolvedores da distribuição DEBIAN GNU/LINUX e possui otimizações
para os processadores Intel e AMD, além de várias outras otimizações de hardware
e ainda dá suporte a uma infinidade de dispositivos de hardware. Com essa versão
do kernel esperasse não encontrar problemas de incompatibilidade de hardware.
Ainda com base no levantamento de hardware, o ambiente de gráfico
escolhido foi o LXDE (Lightweight X11 Desktop Environment), que tem como
principal característica o baixo consumo de recursos de hardware e ainda possui
interface agradável e funcional com o usuário.
A instalação do kernel Linux foi feita a partir do pacote linux-image-2.6.26-
2-686, utilizando o aplicativo APT-GET, que foi utilizado da seguinte forma: apt-get
install linux-image-2.6.26-2-686. O APT-GET procurou por dependências, obteve os
pacotes e efetuou a instalação.
A partir deste momento já era possível inicializar o novo sistema,
utilizando o GRUB do sistema anfitrião, o que foi feito várias vezes para que fossem
executados testes de funcionamento.
A instalação do ambiente gráfico foi feito a partir do pacote lxde-core, que
que tem um tamanho um pouco menor que o pacote lxde, o que economizará
espaço em disco. A instalação foi feita a partir do comando: apt-get install lxde-core.
Para tornar a partição em que estava armazenada o sistema inicializável,
foi necessária a instalação do gerenciador de boot GRUB. A instalação do aplicativo
foi feita a partir do pacote grub, através do comando apt-get install grub. Para
configuração do grub na partição em questão foi utilizado o comando: grub install
/dev/hda. E em seguida o comando: grub update.
Para configurar o idioma portugues do Brasil no sistema, foi necessário
instalar o pacote locales. Através do comando: apt-get install locales. E após a
43

instalação o utilitário de configuração auxilia o desenvolvedor na definição do idioma


padrão do sistema.
Para configurar o layout do teclado como abnt2, foi necessária a
instalação do pacote console-data. Através do comando: apt-get install console-data.
Para carregar a configuração do teclado foi necessário executar o comando:
loadkeys /usr/share/keymaps/i386/qwerty/BR-abnt2.kmap.gz.
Segundo o levantamento feito nas unidades de saúde, os aplicativos
necessários aos usuários teriam que disponibilizar acesso a internet (navegador),
acesso ao servidor RDP onde roda o Sistema de Gestão de Saúde. Além ser
possível a instalação de impressoras.
O software escolhido para acessar conteúdo web, foi o ICEWEASEL,
desenvolvido pela MOZILLA, foi instalado com o comando: apt-get install iceweasel.
O software escolhido para acessar o servidor RDP, foi o TSCLIENT
(Terminal Service Client), obtido através do pacote tsclient. Foi instalado com o
comando: apt-get install tsclient.
Para facilitar a manutenção e suporte do sistema, foi instalado o servidor
SSH que permite o acesso ao sistema via rede, a partir do pacote openssh-server.
Foi instalado através do comando apt-get install openssh-server.
Para atender a necessidade de se instalar impressoras no Desktop Ype,
foi instalado o software cups, que é largamente utilizado em sistemas operacioanais
Linux para suporte a impressão e impressoras. Foi instalado através do comando:
apt-get install cups.
Com intuito de tornar o sistema atraente ao usuário, foi criada uma
imagem para esconder dos olhos do usuário, o processo de inicialização do sistema.
Para isto foi instalado o pacote splashy, através do comando apt-get install splashy.
Para o funcionamento foi necessário editar o arquivo /boot/grub/menu.lst, e
acrescentar na linha KERNEL /boot/vmlinuz-2.6.26-2-686 root=/dev/hda1 ro quiet,
vga=791 splash.
Quanto às configurações feitas editando diretamente os arquivos de
configuração do sistema, foram editados os arquivos: /etc/fstab, /etc/issue,
/etc/hostname, /etc/resolv.conf, /etc/apt/sources.list e /etc/network/interfaces.
No arquivo /etc/fstab, foram configurados os pontos de montagem do
sistema. A partição /dev/hda1 como raiz do sistema e a partição /dev/hda2 como
SWAP.
44

No arquivo /etc/issue, foi adicionada mensagem de boas vindas quando


acessado o sistema via modo texto.
No arquivo /etc/hostname, foi configurado o nome do computador.
No arquivo/etc/resolv.conf, foram configurados o servidores de nomes
(DNS) e nome do domínio primário.
No arquivo /etc/apt/sources.list, foram configurados os repositórios para
obtenção dos pacotes de instalação e atualização.
Finalizadas as configurações, foi executado o comando apt-get clean,
para liberar espaço no HD. Para sair do ambiente chroot foi necessário desmontar o
diretório /proc, com o comando umount /proc. Em seguida foi executado o comando
exit. E após sair do chroot, ainda foi necessário desmontar o diretório
/mnt/projetoYpeTcc/dev, executando o comando umount /mnt/projetoYpeTcc/dev.
Ao final do desenvolvimento foi criada uma imagem do hda para que
fosse possível a instalação do Desktop Ypê em outros computadores. Para isto foi
utilizado o aplicativo dd, através do comando dd if=/dev/hda of=/root/desktopYpeTcc-
imagem.iso. Com esse comando foi feita uma cópia idêntica de todo conteúdo do
hda no arquivo desktopYpeTcc-imagem.iso
A figura 3.5 demonstra em resumo os principais comandos utilizandos
durante o desenvolvimento. E no apêndice B está a lista de todos os pacotes
instalados no Desktop Ypê, considerando os aplicativos e suas dependências.

Figura 3.5 Resumo dos comandos utilizados


45

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capitulo abordarei os resultados obtidos a partir do


desenvolvimento do sistema. Serão abordados de duas maneiras, a primeira é a
partir dos resultados obtidos durante os testes lógicos, que foram aplicados após as
principais configurações do sistema, com o objetivo de diagnostificar possíveis
problemas. A segunda maneira, serão mostrados os resultados obtidos a partir dos
testes funcionais, obtidos ao colocar o Desktop em funcionamento em ambiente real.

4.1 RESULTADOS DOS TESTES LÓGICOS

Com a instalação e configuração do gerenciador de boot GRUB, foi


disponibilizado ao usuário um menu de inicialização do sistema, onde são
disponibilizadas duas opções de boot, a primeira dá inicio a execução do sistema
completo. Na segunda opção, o sistema é executado em modo monousuário, que
permite acesso ao sistema a fim de efetuar suporte e manutenções.
Ainda no gerenciador de boot, foi definido um tempo padrão de exibição
do menu de 3 segundos, caso não haja interferência do usuário. E também foi
definida a primeira opção do menu como opção padrão de boot, caso sejam
ultrapassados os 3 segundos de espera do sistema.
O menu de inicialização ficou com a seguinte aparência, conforme figura
3.6.

Figura 3.6 Tela do Gerenciador de Boot – GRUB


46

A imagem exibida pelo Splashy, oculta as mensagens de texto exibidas


durante o processo de boot do Desktop Ypê. Essa imagem pode ser modificada ou
substituída de acordo com a necessidade e com isso foi criado um tema exclusivo
para o Desktop Ypê. E além da imagem é exibida ainda uma barra de progresso que
indica o andamento do processo de boot. Após a instalação do aplicativo Splashy e
criação do tema, o processo de boot do Desktop Ypê ficou com a seguinte
aparência, conforme figura 3.7.

Figura 3.7 Imagem exibida durante o boot

Finalizado o processo de boot do Desktop Ypê, a próxima imagem exibida


é a tela de autenticação do usuário, onde o usuário deverá digitar seu login e senha
para acesso ao sistema. Essa funcionalidade é proporcionada pelo aplicativo gdm. A
imagem exibida pode ser modificada ou substituída de acordo com a necessidade,
por isso foi criado uma tela exclusiva para uso no Desktop Ypê. Na tela ainda são
47

exibidas as opções: Idioma, Sessão e Ações, alem de exibir a data e hora atuais,
conforme figura 3.8.
Na opção Idioma, são exibidos os idiomas disponíveis para o ambiente
gráfico. No caso do Desktop Ypê, está disponível apenas o idioma Português do
Brasil.
Na opção Sessão, são exibidas os tipos de sessões disponíveis, como a
sessão padrão do sistema, o ambiente gráfico LXDE e a sessão em que é disponível
acesso ao sistema através do terminal em modo texto.
Na opção Ações, estão disponíveis as opções referentes a desligamento,
reinicializarão e hibernação do computador, além da opção de configuração do gdm,
disponível somente para o administrador.

Figura 3.8 Tela de Autenticação de Usuário no Sistema

Após a autenticação do usuário, é exibido o desktop do usuário. A


aparência do desktop foi configurada de forma a torná-lo simples e intuitivo,
deixando-o o mais funcional possível. Os componentes que fazem parte do desktop
48

são: a imagem de fundo, os ícones dos aplicativos e a barra de tarefas, conforme


figura 3.9.
A imagem de fundo pode ser alterada somente pelo administrador do
sistema e pode ser personalizada de acordo com a necessidade.
Os ícones disponibilizados no desktop representam os aplicativos
disponíveis aos usuários. Os aplicativos disponíveis são: Iceweseal e o tsclient. O
Iceweasel é o navegador de internet, responsável por acessar conteúdos web. O
tsclient é o aplicativo responsável pela conexão via rdp ao Servidor de Gestão de
Saúde, ele está identificado como Cliente do Terminal Server.
Na barra de tarefas também estão disponíveis o acesso aos aplicativos
Iceweasel e tsclient. Além de disponíveis os ícones referentes às seguintes funções:
de minimizar todas as janelas ativas, de gerenciar entre dois desktops e de logout do
sistema . E ainda mostra um relógio.
O ícone de logout disponibiliza as seguintes opções de: desligar e
reiniciar o computador. E ainda as opções de: logout e troca rápida de usuários.

Figura 3.9 Desktop


49

O aplicativo tsclient proverá a principal funcionalidade do Desktop, após


sua execução, o usuário somente terá que clicar no botão conectar, para acesso ao
Sistema de Gestão de Saúde, conforme Figura 3.10.

Figura 3.10 Terminal Server Client

4.2 RESULTADOS DOS TESTES FUNCIONAIS

O ambiente real disponível para aplicação dos testes funcionais foi a


Farmácia Municipal de São Sebastião do Paraíso. A Farmácia Municipal é
responsável por disponibilizar aos cidadãos diversos tipos de medicações de forma
gratuita. Todo o gerenciamento do medicamento desde o estoque à entrega ao
cidadão é feito pelo módulo Farmácia do Sistema de Gestão de Saúde.
Para se conseguir a medicação, o cidadão deve ir até a sede da farmácia
com a prescrição do medicamento. O atendente recepciona o cidadão e verifica no
50

Sistema, a disponibilidade do medicamento no estoque e o cadastro do paciente no


sistema. Se a medicação está disponível, é cadastrado no sistema o atendimento
feito, constando qual medicação, quantidade e o nome do paciente. Após isso a
medicação é entregue ao cidadão. Para este procedimento não são emitidos recibos
impressos, mas o atendente registra no receituário com carimbo próprio que foi
efetuado o atendimento.
A Farmácia Municipal faz em média 450 atendimentos diários. Os testes
foram efetuados durante um dia, neste dia os atendimentos chegaram a 518.
A Farmácia possui dois computadores para atendimento. Os testes
consistiram em substituir um dos computadores, por outro inferior em relação a
recursos de hardware, com o Desktop Ypê instalado, disponibilizá-lo ao uso e
acompanhar seu funcionamento. Foi utilizado um computador com processador Amd
Duron 800 mhz, com 512 megabytes de memória RAM e HD de 10 gigabytes. Os
outros computadores utilizados no local, possuem processador Intel Celeron 2.2 ghz,
512 megabytes de memória RAM e HD de 40 gb e o sistema operacional Microsoft
Windows XP.
Após a instalação do computador, o sistema inicializou normalmente,
reconhecendo todo hardware disponível. Sendo que foi necessária a configuração
manual da rede, editando diretamente o arquivo de configuração, pois no local ainda
não possui servidor DHCP.
Foi passado ao usuário, algumas orientações quanto a diferença de
acesso ao sistema, utilizando o Desktop Ypê com relação ao Sistema Operacional já
utilizado. O usuário foi capaz de fazer login no sistema com o usuário e senha,
disponibilizados, e localizar no desktop o ícone referente ao aplicativo por acessar o
sistema de Gestão de Saúde.
Durante o uso do Desktop Ypê, foi verificado o consumo de memória e
processador dos computadores. Após a verificação foi feito um comparativo entre o
desempenho geral, conforme a figura 3.11.

Desktop Ypê Microsoft Windows XP


Consumo do Processador 15% 100%
Consumo de Memória RAM 100 megabytes 250 megabytes
Figura 3.11 Comparativo de desempenho entre os Sistemas
51

Verificou-se que o consumo do processador no Desktop Ypê, raramente


ultrapassava 15% e que a memória RAM consumida chegou a 100 megabytes,
aproximadamente, conforme figura 3.12. Enquanto que o computador do local
apresentava varias oscilações de processamento, chegando a picos de quase 100%
de consumo, confome figura 3.13. Quanto ao uso de memória RAM, o consumo
ultrapassava ao dobro do consumo do Desktop Ypê, além de utilizar o recurso de
memória virtual, o que não foi utilizado pelo Desktop Ypê.

Figura 3.12 Processamento Desktop Ypê

Figura 3.13 Processamento Microsoft Windows

A figura 3.14 mostra a quantidade de ícones e funcionalidades disponíveis


aos usuários no Sistema Operacional atualmente em uso.
52

Figura 3.14 Desktop Microsoft Windows XP

Quanto a estabilidade, o Desktop Ypê não apresentou travamentos ou


lentidão durante o período de testes. E em geral seu desempenho foi superior em
relação ao Sistema Operacional já utilizado no local. Por isso, quanto ao usuário não
houve resistências em utilizar o Desktop Ypê, embora não tivesse conhecimento
algum sobre quaisquer tipos de Sistema Operacionais Linux.
53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 CONCLUSÃO

Após o Testes funcionais ficou claro que foi possível otimizar as


funcionalidades do Sistema Operacional. A partir da análise das necessidades de
software das Unidades de Saúde foram identificadas três funcionalidades
essenciais. Que foram atendidas a partir da instalação, somente, dos softwares que
atendessem a essas funcionalidades. Com relação ao Sistema Operacional, já em
uso, que oferecia muitas funcionalidades que não eram utilizadas, o Desktop
ofereceu somente as funcionalidades necessárias.
Quanto a otimização de uso de recursos de hardware, principalmente
processador e memória, o objetivo foi alcançado a partir da adoção do ambiente
gráfico LXDE e o kernel linux. O LXDE proporcionou ao usuário um ambiente gráfico
funcional e atraente, sem pesar no desempenho geral do computador. E o kernel
linux proporcionou a utilização do sistema em hardware diferentes, sem a
necessidade de configurações especificas de hardware. O que possibilitou a
execução e uso do sistema em computadores antigos, o que poderá estender a vida
útil desses equipamentos.
Quanto a redução de custos, todos os aplicativos, bilbliotecas e kernel,
foram obtidos sem custos, o que era previsto em suas licenças de uso. Que ao final
do desenvolvimento foi gerado um sistema totalmente sem custos de aquisição. Que
poderá ser utilizado também sem custos.
Quanto a instalação do sistema em memórias flash compactas, o objetivo
foi atendido, pois é possível a instalação do sistema em mídias com capacidade
mínima de armazenamento de 1,5 gigabytes.
Considerando satisfatórios os resultados obtidos com o desenvolvimento
do projeto, espera-se que o projeto seja adotado pela Prefeitura Munipal de São
Sebastião do Paraíso.
Concluo, a partir do desenvolvimento de todo o trabalho, que são
possíveis várias e várias maneiras de ser resolver o problema proposto neste
trabalho a partir da grande variedade de softwares open-source e livres disponíveis.
54

Liderados pelo Kernel Linux, cada vez mais, esses softwares alcançam altos níveis
de maturidade e qualidade e se mostram como uma real alternativa em relação a
comparações com softwares proprietários.

5.2 LIMITAÇÕES DO PROJETO

Dentre as limitações do projeto, o Desktop Ypê, ao contrário de outras


distribuições Linux, não foi desenvolvido num ambiente de comunidade, o que
poderá acarretar em dificuldades de suporte e atualizações. E ainda, não foram
criados repositórios próprios do projeto para atualização e instalação de pacotes.

5.3 TRABALHOS FUTUROS

Considerando a grande quantidade de Distribuições Linux disponíveis e a


qualidade de ferramentas desenvolvidas de forma exclusiva para cada uma delas
por suas respectivas comunidades, destaco a Distribuição Gentoo, que possui o
gerenciador de pacotes Portage. O Portage, assim como o APT-GET do Debian
GNU/LINUX, automatiza a instalação de pacotes no sistema, porém com uma
diferença bastante significativa, enquanto o APT-GET faz a instalação de pacotes
pré-compilados, o Portage obtém e compila o código-fonte dos pacotes para o
hardware, sendo possíveis várias otimizações que resultam em ganhos de
desempenho. Com isso, seria relevante o desenvolvimento deste trabalho tomando
como base a Distribuição Gentoo, para que fossem comparados os resultados
obtidos.
E ainda, a partir da divulgação deste trabalho, espera-se que o
desenvolvimento do Desktop Ypê permaneça constante. E que a partir do interesse
de novos desenvolvedores, seja criada uma comunidade de desenvolvimento dentro
do ambiente acadêmico.
55

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59

APÊNDICES
60

APENDICE A – Arquivos de configuração

Arquivo de condiguração dos pontos de montagem - /etc/fstab

Arquivo de Configuração das Interfaces de Rede - /etc/interfaces

Arquivo de configuração da mensagem de boas vindas para acesso em modo texto - /etc/issue

Arquivo de Configuração no menu de inicialização do sistema - /boot/grub/menu.lst


61

APENDICE B – Listas de pacotes instalados no sistema

ii adduser 3.110 add and remove users and groups


ii apt 0.7.20.2+lenny2 Advanced front-end for dpkg
ii apt-utils 0.7.20.2+lenny2 APT utility programs
ii aptitude 0.4.11.11-1~lenny1 terminal-based package manager
ii aspell 0.60.6-1 GNU Aspell spell-checker
ii aspell-en 6.0-0-5.1 English dictionary for GNU Aspell
ii base-files 5lenny7 Debian base system miscellaneous files
ii base-passwd 3.5.20 Debian base system master password and group
ii bash 3.2-4 The GNU Bourne Again SHell
ii bsdmainutils 6.1.10 collection of more utilities from FreeBSD
ii bsdutils 1:2.13.1.1-1 Basic utilities from 4.4BSD-Lite
ii busybox 1:1.10.2-2 Tiny utilities for small and embedded system
ii console-common 0.7.80 basic infrastructure for text console config
ii console-data 2:1.07-11 keymaps, fonts, charset maps, fallback table
ii coreutils 6.10-6 The GNU core utilities
ii cpio 2.9-13lenny1 GNU cpio -- a program to manage archives of
ii cpp 4:4.3.2-2 The GNU C preprocessor (cpp)
ii cpp-4.3 4.3.2-1.1 The GNU C preprocessor
ii cron 3.0pl1-105 management of regular background processing
ii dbus 1.2.1-5+lenny1 simple interprocess messaging system
ii dbus-x11 1.2.1-5+lenny1 simple interprocess messaging system (X11 de
ii debconf 1.5.24 Debian configuration management system
ii debconf-i18n 1.5.24 full internationalization support for debcon
ii debian-archive-keyring 2010.08.28~lenny1 GnuPG archive keys of the Debian archive
ii debian-installer 20090123lenny7 Debian installer
ii debianutils 2.30 Miscellaneous utilities specific to Debian
ii deborphan 1.7.27 program that can find unused packages, e.g.
ii defoma 0.11.10-0.2 Debian Font Manager -- automatic font config
ii desktop-file-utils 0.15-1 Utilities for .desktop files
ii dhcp3-client 3.1.1-6+lenny4 DHCP client
ii dhcp3-common 3.1.1-6+lenny4 common files used by all the dhcp3* packages
ii dialog 1.1-20080316-1 Displays user-friendly dialog boxes from she
ii dictionaries-common 0.98.12 Common utilities for spelling dictionary too
ii diff 2.8.1-12 File comparison utilities
ii dmidecode 2.9-1 Dump Desktop Management Interface data
ii docbook-xml 4.5-6 standard XML documentation system, for softw
ii dpkg 1.14.29 Debian package management system
ii e2fslibs 1.41.3-1 ext2 filesystem libraries
ii e2fsprogs 1.41.3-1 ext2/ext3/ext4 file system utilities
ii ed 0.7-3 The classic unix line editor
ii eject 2.1.5+deb1-4 ejects CDs and operates CD-Changers under Li
ii esound-clients 0.2.36-3 Enlightened Sound Daemon - clients
ii esound-common 0.2.36-3 Enlightened Sound Daemon - Common files
ii file 4.26-1 Determines file type using "magic" numbers
ii findutils 4.4.0-2 utilities for finding files--find, xargs
ii fontconfig 2.6.0-3 generic font configuration library - support
ii fontconfig-config 2.6.0-3 generic font configuration library - configu
ii gamin 0.1.9-2 File and directory monitoring system
ii gcc-4.2-base 4.2.4-6 The GNU Compiler Collection (base package)
ii gcc-4.3-base 4.3.2-1.1 The GNU Compiler Collection (base package)
ii gconf2 2.22.0-1 GNOME configuration database system (support
ii gconf2-common 2.22.0-1 GNOME configuration database system (common
ii gdm 2.20.7-4lenny1 GNOME Display Manager
ii gdm-themes 0.6.1 Themes for the GNOME Display Manager
ii gettext-base 0.17-4 GNU Internationalization utilities for the b
ii gksu 2.0.0-8 graphical frontend to su
ii gnome-icon-theme 2.22.0-1 GNOME Desktop icon theme
ii gnome-keyring 2.22.3-2 GNOME keyring services (daemon and tools)
ii gnome-mime-data 2.18.0-1 base MIME and Application database for GNOME
ii gnome-mount 0.7-2 wrapper for (un)mounting and ejecting storag
ii gnupg 1.4.9-3+lenny1 GNU privacy guard - a free PGP replacement
ii gpgv 1.4.9-3+lenny1 GNU privacy guard - signature verification t
62

ii grep 2.5.3~dfsg-6 GNU grep, egrep and fgrep


ii groff-base 1.18.1.1-21 GNU troff text-formatting system (base syste
ii grub 0.97-47lenny2 GRand Unified Bootloader (Legacy version)
ii grub-common 1.96+20080724-16 GRand Unified Bootloader, version 2 (common
ii gtk2-engines 1:2.14.3-2 theme engines for GTK+ 2.x
ii gzip 1.3.12-6+lenny1 The GNU compression utility
ii hal 0.5.11-8 Hardware Abstraction Layer
ii hal-info 20080508+git20080601-1 Hardware Abstraction Layer - fdi files
ii hicolor-icon-theme 0.10-1 default fallback theme for FreeDesktop.org i
ii hostname 2.95 utility to set/show the host name or domain
ii iceweasel 3.0.6-3 lightweight web browser based on Mozilla
ii ifupdown 0.6.8+nmu1 high level tools to configure network interf
ii info 4.11.dfsg.1-4 Standalone GNU Info documentation browser
ii initramfs-tools 0.92o tools for generating an initramfs
ii initscripts 2.86.ds1-61 Scripts for initializing and shutting down t
ii iproute 20080725-2 networking and traffic control tools
ii iptables 1.4.2-6 administration tools for packet filtering an
ii iputils-ping 3:20071127-1+lenny1 Tools to test the reachability of network ho
ii kbd 1.14.1-4 Linux console font and keytable utilities
ii klibc-utils 1.5.12-2 small utilities built with klibc for early b
ii libacl1 2.2.47-2 Access control list shared library
ii libart-2.0-2 2.3.20-2 Library of functions for 2D graphics - runti
ii libasound2 1.0.16-2 ALSA library
ii libaspell15 0.60.6-1 GNU Aspell spell-checker runtime library
ii libatk1.0-0 1.22.0-1 The ATK accessibility toolkit
ii libatk1.0-data 1.22.0-1 Common files for the ATK accessibility toolk
ii libattr1 1:2.4.43-2 Extended attribute shared library
ii libaudiofile0 0.2.6-7+lenny1 Open-source version of SGI's audiofile libra
ii libavahi-client3 0.6.23-3lenny1 Avahi client library
ii libavahi-common-data 0.6.23-3lenny1 Avahi common data files
ii libavahi-common3 0.6.23-3lenny1 Avahi common library
ii libavahi-glib1 0.6.23-3lenny1 Avahi glib integration library
ii libblkid1 1.41.3-1 block device id library
ii libbonobo2-0 2.22.0-1 Bonobo CORBA interfaces library
ii libbonobo2-common 2.22.0-1 Bonobo CORBA interfaces library -- support f
ii libbonoboui2-0 2.22.0-1 The Bonobo UI library
ii libbonoboui2-common 2.22.0-1 The Bonobo UI library -- common files
ii libbz2-1.0 1.0.5-1 high-quality block-sorting file compressor l
ii libc6 2.7-18lenny4 GNU C Library: Shared libraries
ii libc6-i686 2.7-18lenny4 GNU C Library: Shared libraries [i686 optimi
ii libcairo2 1.6.4-7 The Cairo 2D vector graphics library
ii libcomerr2 1.41.3-1 common error description library
ii libconsole 1:0.2.3dbs-65.1 Shared libraries for Linux console and font
ii libcroco3 0.6.1-2 a generic Cascading Style Sheet (CSS) parsin
ii libcups2 1.3.8-1+lenny7 Common UNIX Printing System(tm) - libs
ii libcwidget3 0.5.12-4 high-level terminal interface library for C+
ii libdatrie0 0.1.3-2 Double-array trie library
ii libdb4.5 4.5.20-13 Berkeley v4.5 Database Libraries [runtime]
ii libdb4.6 4.6.21-11 Berkeley v4.6 Database Libraries [runtime]
ii libdbus-1-3 1.2.1-5+lenny1 simple interprocess messaging system
ii libdbus-glib-1-2 0.76-1 simple interprocess messaging system (GLib-b
ii libdevmapper1.02.1 2:1.02.27-4 The Linux Kernel Device Mapper userspace lib
ii libdirectfb-1.0-0 1.0.1-11 direct frame buffer graphics - shared librar
ii libdirectfb-extra 1.0.1-11 direct frame buffer graphics - extra provide
ii libdmx1 1:1.0.2-3 X11 Distributed Multihead extension library
ii libdrm2 2.3.1-2 Userspace interface to kernel DRM services -
ii libedit2 2.11~20080614-1 BSD editline and history libraries
ii libeel2-2.20 2.20.0-7 Eazel Extensions Library (for GNOME2)
ii libeel2-data 2.20.0-7 Eazel Extensions Library - data files (for G
ii libenchant1c2a 1.4.2-3.3 a wrapper library for various spell checker
ii libept0 0.5.22 High-level library for managing Debian packa
ii libesd0 0.2.36-3 Enlightened Sound Daemon - Shared libraries
ii libexpat1 2.0.1-4+lenny3 XML parsing C library - runtime library
ii libfontconfig1 2.6.0-3 generic font configuration library - runtime
ii libfontenc1 1:1.0.4-3 X11 font encoding library
ii libfreetype6 2.3.7-2+lenny1 FreeType 2 font engine, shared library files
ii libfs6 2:1.0.1-1 X11 Font Services library
63

ii libgail-common 1.22.3-1 GNOME Accessibility Implementation Library -


ii libgail18 1.22.3-1 GNOME Accessibility Implementation Library -
ii libgamin0 0.1.9-2 Client library for the gamin file and direct
ii libgcc1 1:4.3.2-1.1 GCC support library
ii libgconf2-4 2.22.0-1 GNOME configuration database system (shared
ii libgcrypt11 1.4.1-1 LGPL Crypto library - runtime library
ii libgdbm3 1.8.3-3 GNU dbm database routines (runtime version)
ii libgksu2-0 2.0.7-1 library providing su and sudo functionality
ii libgl1-mesa-dri 7.0.3-7 A free implementation of the OpenGL API -- D
ii libgl1-mesa-glx 7.0.3-7 A free implementation of the OpenGL API -- G
ii libglade2-0 1:2.6.2-1 library to load .glade files at runtime
ii libglib2.0-0 2.16.6-3 The GLib library of C routines
ii libglib2.0-data 2.16.6-3 Common files for GLib library
ii libgmp3c2 2:4.2.2+dfsg-3 Multiprecision arithmetic library
ii libgnome-keyring0 2.22.3-2 GNOME keyring services library
ii libgnome-menu2 2.22.2-4 an implementation of the freedesktop menu sp
ii libgnome2-0 2.20.1.1-1 The GNOME 2 library - runtime files
ii libgnome2-common 2.20.1.1-1 The GNOME 2 library - common files
ii libgnomecanvas2-0 2.20.1.1-1 A powerful object-oriented display - runtime
ii libgnomecanvas2-common 2.20.1.1-1 A powerful object-oriented display - common
ii libgnomeui-0 2.20.1.1-2 The GNOME 2 libraries (User Interface) - run
ii libgnomeui-common 2.20.1.1-2 The GNOME 2 libraries (User Interface) - com
ii libgnomevfs2-0 1:2.22.0-5 GNOME Virtual File System (runtime libraries
ii libgnomevfs2-common 1:2.22.0-5 GNOME Virtual File System (common files)
ii libgnomevfs2-extra 1:2.22.0-5 GNOME Virtual File System (extra modules)
ii libgnutls26 2.4.2-6+lenny2 the GNU TLS library - runtime library
ii libgpg-error0 1.4-2 library for common error values and messages
ii libgsf-1-114 1.14.8-1lenny2 Structured File Library - runtime version
ii libgsf-1-common 1.14.8-1lenny2 Structured File Library - common files
ii libgtk2.0-0 2.12.12-1~lenny1 The GTK+ graphical user interface library
ii libgtk2.0-bin 2.12.12-1~lenny1 The programs for the GTK+ graphical user int
ii libgtk2.0-common 2.12.12-1~lenny1 Common files for the GTK+ graphical user int
ii libgtop2-7 2.22.3-1 gtop system monitoring library
ii libgtop2-common 2.22.3-1 common files for the gtop system monitoring
ii libhal-storage1 0.5.11-8 Hardware Abstraction Layer - shared library
ii libhal1 0.5.11-8 Hardware Abstraction Layer - shared library
ii libhunspell-1.2-0 1.2.6-1 spell checker and morphological analyzer (sh
ii libice6 2:1.0.4-1 X11 Inter-Client Exchange library
ii libidl0 0.8.10-0.1 library for parsing CORBA IDL files
ii libjpeg-progs 6b-14 Programs for manipulating JPEG files
ii libjpeg62 6b-14 The Independent JPEG Group's JPEG runtime li
ii libkeyutils1 1.2-9 Linux Key Management Utilities (library)
ii libklibc 1.5.12-2 minimal libc subset for use with initramfs
ii libkrb53 1.6.dfsg.4~beta1-5lenny2 MIT Kerberos runtime libraries
ii liblcms1 1.17.dfsg-1+lenny2 Color management library
ii libldap-2.4-2 2.4.11-1 OpenLDAP libraries
ii liblocale-gettext-perl 1.05-4 Using libc functions for internationalizatio
ii liblzo2-2 2.03-1 data compression library
ii libmagic1 4.26-1 File type determination library using "magic
ii libmalaga7 7.12-1 An automatic language analysis library
ii libmozjs1d 1.9.0.16-1 The Mozilla SpiderMonkey JavaScript library
ii libmpfr1ldbl 2.3.1.dfsg.1-2 multiple precision floating-point computatio
ii libnautilus-extension1 2.20.0-7 libraries for nautilus components - runtime
ii libncurses5 5.7+20081213-1 shared libraries for terminal handling
ii libncursesw5 5.7+20081213-1 shared libraries for terminal handling (wide
ii libnewt0.52 0.52.2-11.3+lenny1 Not Erik's Windowing Toolkit - text mode win
ii libnotify1 0.4.4-3 sends desktop notifications to a notificatio
ii libnspr4-0d 4.7.1-5 NetScape Portable Runtime Library
ii libnss3-1d 3.12.3.1-0lenny1 Network Security Service libraries
ii libobparser21 3.4.7.2-3 parsing library for openbox
ii libobrender21 3.4.7.2-3 rendering library for openbox themes
ii liborbit2 1:2.14.13-0.1 libraries for ORBit2 - a CORBA ORB
ii libpam-gnome-keyring 2.22.3-2 PAM module to unlock the GNOME keyring upon
ii libpam-modules 1.0.1-5+lenny1 Pluggable Authentication Modules for PAM
ii libpam-runtime 1.0.1-5+lenny1 Runtime support for the PAM library
ii libpam0g 1.0.1-5+lenny1 Pluggable Authentication Modules library
ii libpanel-applet2-0 2.20.3-5 library for GNOME Panel applets
64

ii libpango1.0-0 1.20.5-5 Layout and rendering of internationalized te


ii libpango1.0-common 1.20.5-5 Modules and configuration files for the Pang
ii libpci3 1:3.0.0-6 Linux PCI Utilities (shared library)
ii libpcre3 7.6-2.1 Perl 5 Compatible Regular Expression Library
ii libpixman-1-0 0.10.0-2 pixel-manipulation library for X and cairo
ii libpng12-0 1.2.27-2+lenny2 PNG library - runtime
ii libpopt0 1.14-4 lib for parsing cmdline parameters
ii libreadline5 5.2-3.1 GNU readline and history libraries, run-time
ii librsvg2-2 2.22.2-2lenny1 SAX-based renderer library for SVG files (ru
ii librsvg2-common 2.22.2-2lenny1 SAX-based renderer library for SVG files (ex
ii libsasl2-2 2.1.22.dfsg1-23+lenny1 Cyrus SASL - authentication abstraction libr
ii libscrollkeeper0 0.3.14-16 Library to load .omf files (runtime files)
ii libselinux1 2.0.65-5 SELinux shared libraries
ii libsepol1 2.0.30-2 Security Enhanced Linux policy library for c
ii libsexy2 0.1.11-2+b1 collection of additional GTK+ widgets - libr
ii libsigc++-2.0-0c2a 2.0.18-2 type-safe Signal Framework for C++ - runtime
ii libslang2 2.1.3-3 The S-Lang programming library - runtime ver
ii libsm6 2:1.0.3-2 X11 Session Management library
ii libsmbclient 2:3.2.5-4lenny8 shared library that allows applications to t
ii libsmbios-bin 2.0.3.dfsg-1 Provide access to (SM)BIOS information -- ut
ii libsmbios2 2.0.3.dfsg-1 Provide access to (SM)BIOS information -- dy
ii libsplashy1 0.3.13-3 Library to draw splash screen on boot, shutd
ii libsqlite3-0 3.5.9-6 SQLite 3 shared library
ii libss2 1.41.3-1 command-line interface parsing library
ii libssl0.9.8 0.9.8g-15+lenny8 SSL shared libraries
ii libstartup-notification0 0.9-1 library for program launch feedback (shared
ii libstdc++6 4.3.2-1.1 The GNU Standard C++ Library v3
ii libsysfs2 2.1.0-5 interface library to sysfs
ii libtalloc1 1.2.0~git20080616-1 hierarchical pool based memory allocator
ii libtasn1-3 1.4-1 Manage ASN.1 structures (runtime)
ii libtext-charwidth-perl 0.04-5+b1 get display widths of characters on the term
ii libtext-iconv-perl 1.7-1+b1 converts between character sets in Perl
ii libtext-wrapi18n-perl 0.06-6 internationalized substitute of Text::Wrap
ii libthai-data 0.1.9-4+lenny1 Data files for Thai language support library
ii libthai0 0.1.9-4+lenny1 Thai language support library
ii libtiff4 3.8.2-11.2 Tag Image File Format (TIFF) library
ii libts-0.0-0 1.0-4 touch screen library
ii libusb-0.1-4 2:0.1.12-13 userspace USB programming library
ii libuuid1 1.41.3-1 universally unique id library
ii libvoikko1 1.7-2 Finnish spell-checker and hyphenator library
ii libvolume-id0 0.125-7+lenny3 libvolume_id shared library
ii libvte-common 1:0.16.14-4 Terminal emulator widget for GTK+ 2.0 - comm
ii libvte9 1:0.16.14-4 Terminal emulator widget for GTK+ 2.0 - runt
ii libwbclient0 2:3.2.5-4lenny8 client library for interfacing with winbind
ii libwnck-common 2.22.3-1 Window Navigator Construction Kit - common f
ii libwnck22 2.22.3-1 Window Navigator Construction Kit - runtime
ii libwrap0 7.6.q-16 Wietse Venema's TCP wrappers library
ii libx11-6 2:1.1.5-2 X11 client-side library
ii libx11-data 2:1.1.5-2 X11 client-side library
ii libx86-1 1.1+ds1-2 x86 real-mode library
ii libxapian15 1.0.7-4 Search engine library
ii libxau6 1:1.0.3-3 X11 authorisation library
ii libxaw7 2:1.0.4-2 X11 Athena Widget library
ii libxcb-render-util0 0.2.1+git1-1 utility libraries for X C Binding -- render-
ii libxcb-render0 1.1-1.2 X C Binding, render extension
ii libxcb-xlib0 1.1-1.2 X C Binding, Xlib/XCB interface library
ii libxcb1 1.1-1.2 X C Binding
ii libxcomposite1 1:0.4.0-3 X11 Composite extension library
ii libxcursor1 1:1.1.9-1 X cursor management library
ii libxdamage1 1:1.1.1-4 X11 damaged region extension library
ii libxdmcp6 1:1.0.2-3 X11 Display Manager Control Protocol library
ii libxext6 2:1.0.4-1 X11 miscellaneous extension library
ii libxfixes3 1:4.0.3-2 X11 miscellaneous 'fixes' extension library
ii libxfont1 1:1.3.3-1 X11 font rasterisation library
ii libxft2 2.1.12-3 FreeType-based font drawing library for X
ii libxi6 2:1.1.4-1 X11 Input extension library
ii libxinerama1 2:1.0.3-2 X11 Xinerama extension library
65

ii libxkbfile1 1:1.0.5-1 X11 keyboard file manipulation library


ii libxml2 2.6.32.dfsg-5+lenny1 GNOME XML library
ii libxmu6 2:1.0.4-1 X11 miscellaneous utility library
ii libxmuu1 2:1.0.4-1 X11 miscellaneous micro-utility library
ii libxpm4 1:3.5.7-1 X11 pixmap library
ii libxrandr2 2:1.2.3-1 X11 RandR extension library
ii libxrender1 1:0.9.4-2 X Rendering Extension client library
ii libxres1 2:1.0.3-1 X11 Resource extension library
ii libxslt1.1 1.1.24-2 XSLT processing library - runtime library
ii libxt6 1:1.0.5-3 X11 toolkit intrinsics library
ii libxtrap6 2:1.0.0-5 X11 event trapping extension library
ii libxtst6 2:1.0.3-1 X11 Testing -- Resource extension library
ii libxv1 2:1.0.4-1 X11 Video extension library
ii libxxf86dga1 2:1.0.2-1 X11 Direct Graphics Access extension library
ii libxxf86misc1 1:1.0.1-3 X11 XFree86 miscellaneous extension library
ii libxxf86vm1 1:1.0.2-1 X11 XFree86 video mode extension library
ii linux-image-2.6.26-2-686 2.6.26-25 Linux 2.6.26 image on PPro/Celeron/PII/PIII/
ii locales 2.7-18lenny1 GNU C Library: National Language (locale) da
ii login 1:4.1.1-6+lenny1 system login tools
ii logrotate 3.7.1-5 Log rotation utility
ii lsb-base 3.2-20 Linux Standard Base 3.2 init script function
ii lxappearance 0.2-1 a new feature-rich GTK+ theme switcher
ii lxde-common 0.3.2.1+svn20080509-5 the Lightweight X11 Desktop Environment conf
ii lxde-core 0.3.2.1+svn20080509-5 Meta-package for the Lightweight X11 Desktop
ii lxde-settings-daemon 0.3.2.1+svn20080509-5 LXDE settings daemon
ii lxpanel 0.3.8.1-2 a lightweight desktop panel for X
ii lxsession-lite 0.3.6-2 a lightweight X11 session manager (lite vers
ii lxterminal 0.1.3-2 desktop independent vte-based terminal emula
ii lzma 4.43-14 Compression method of 7z format in 7-Zip pro
ii makedev 2.3.1-88 creates device files in /dev
ii man-db 2.5.2-4 on-line manual pager
ii manpages 3.05-1 Manual pages about using a GNU/Linux system
ii mawk 1.3.3-11.1 a pattern scanning and text processing langu
ii mime-support 3.44-1 MIME files 'mime.types' & 'mailcap', and sup
ii mktemp 1.5-9 tool for creating temporary files
ii module-init-tools 3.4-1 tools for managing Linux kernel modules
ii mount 2.13.1.1-1 Tools for mounting and manipulating filesyst
ii myspell-en-us 1:2.4.0-3 English_american dictionary for myspell
ii nano 2.0.7-5 free Pico clone with some new features
ii ncurses-base 5.7+20081213-1 basic terminal type definitions
ii ncurses-bin 5.7+20081213-1 terminal-related programs and man pages
ii net-tools 1.60-22 The NET-3 networking toolkit
ii netbase 4.34 Basic TCP/IP networking system
ii netcat-traditional 1.10-38 TCP/IP swiss army knife
ii notification-daemon 0.3.7-1+b1 a daemon that displays passive pop-up notifi
ii openbox 3.4.7.2-3 standards compliant, fast, light-weight, ext
ii openbox-themes 1.0.2 Themes for the Openbox window manager
ii openssh-blacklist 0.4.1 list of default blacklisted OpenSSH RSA and
ii openssh-client 1:5.1p1-5 secure shell client, an rlogin/rsh/rcp repla
ii openssh-server 1:5.1p1-5 secure shell server, an rshd replacement
ii passwd 1:4.1.1-6+lenny1 change and administer password and group dat
ii pciutils 1:3.0.0-6 Linux PCI Utilities
ri pcmanfm 0.5-3 an extremely fast and lightweight file manag
ii perl 5.10.0-19lenny2 Larry Wall's Practical Extraction and Report
ii perl-base 5.10.0-19lenny2 minimal Perl system
ii perl-modules 5.10.0-19lenny2 Core Perl modules
ii pm-utils 1.1.2.4-1 utilities and scripts for power management
rc portmap 6.0-9 RPC port mapper
ii powermgmt-base 1.30+nmu1 Common utils and configs for power managemen
ii procps 1:3.2.7-11 /proc file system utilities
ii psmisc 22.6-1 Utilities that use the proc filesystem
ii python 2.5.2-3 An interactive high-level object-oriented la
ii python-minimal 2.5.2-3 A minimal subset of the Python language (def
ii python2.5 2.5.2-15 An interactive high-level object-oriented la
ii python2.5-minimal 2.5.2-15 A minimal subset of the Python language (ver
ii radeontool 1.5-5 utility to control ATI Radeon backlight func
ii rdesktop 1.6.0-2 RDP client for Windows NT/2000 Terminal Serv
66

ii readline-common 5.2-3.1 GNU readline and history libraries, common f


ii rsyslog 3.18.6-4 enhanced multi-threaded syslogd
ii scrollkeeper 0.3.14-16 A free electronic cataloging system for docu
ii sed 4.1.5-6 The GNU sed stream editor
ii sgml-base 1.26 SGML infrastructure and SGML catalog file su
ii sgml-data 2.0.3 common SGML and XML data
ii shared-mime-info 0.30-2 FreeDesktop.org shared MIME database and spe
ii splashy 0.3.13-3 A complete user-space boot splash system
ii ssh 1:5.1p1-5 secure shell client and server (metapackage)
ii sudo 1.6.9p17-2 Provide limited super user privileges to spe
ii sysv-rc 2.86.ds1-61 System-V-like runlevel change mechanism
ii sysvinit 2.86.ds1-61 System-V-like init utilities
ii sysvinit-utils 2.86.ds1-61 System-V-like utilities
ii tar 1.20-1+lenny1 GNU version of the tar archiving utility
ii tasksel 2.78 Tool for selecting tasks for installation on
ii tasksel-data 2.78 Official tasks used for installation of Debi
ii tcpd 7.6.q-16 Wietse Venema's TCP wrapper utilities
ii traceroute 2.0.11-2 Traces the route taken by packets over an IP
ii tsclient 0.150-1 front-end for viewing of remote desktops in
ii ttf-dejavu 2.25-3 Metapackage to pull in ttf-dejavu-core and t
ii ttf-dejavu-core 2.25-3 Vera font family derivate with additional ch
ii ttf-dejavu-extra 2.25-3 Vera font family derivate with additional ch
ii tzdata 2010j-0lenny1 time zone and daylight-saving time data
ii ucf 3.0016 Update Configuration File: preserve user cha
ii udev 0.125-7+lenny3 /dev/ and hotplug management daemon
ii update-inetd 4.31 inetd configuration file updater
ii usbutils 0.73-10lenny1 Linux USB utilities
ii uswsusp 0.7-1.2 tools to use userspace software suspend prov
ii util-linux 2.13.1.1-1 Miscellaneous system utilities
ii vbetool 1.0-3 run real-mode video BIOS code to alter hardw
ii vim-common 1:7.1.314-3+lenny2 Vi IMproved - Common files
ii vim-tiny 1:7.1.314-3+lenny2 Vi IMproved - enhanced vi editor - compact v
ii wbrazilian 3.0~beta4-12 Brazilian Portuguese wordlist
ii wget 1.11.4-2+lenny2 retrieves files from the web
ii whiptail 0.52.2-11.3+lenny1 Displays user-friendly dialog boxes from she
ii x-ttcidfont-conf 31 TrueType and CID fonts configuration for X
ii x11-apps 7.3+4 X applications
ii x11-common 1:7.3+20 X Window System (X.Org) infrastructure
ii x11-session-utils 7.3+1 X session utilities
ii x11-utils 7.3+2+nmu1 X11 utilities
ii x11-xfs-utils 7.3+1 X font server utilities
ii x11-xkb-utils 7.4+1 X11 XKB utilities
ii x11-xserver-utils 7.3+5 X server utilities
ii xauth 1:1.0.3-2 X authentication utility
ii xbase-clients 1:7.3+20 miscellaneous X clients - metapackage
ii xfonts-base 1:1.0.0-5 standard fonts for X
ii xfonts-encodings 1:1.0.2-3 Encodings for X.Org fonts
ii xfonts-utils 1:7.4+1 X Window System font utility programs
ii xinit 1.0.9-2 X server initialisation tool
ii xkb-data 1.3-2 X Keyboard Extension (XKB) configuration dat
ii xli 1.17.0+20061110-3 command line tool for viewing images in X11
ii xml-core 0.12 XML infrastructure and XML catalog file supp
ii xscreensaver 5.05-3+lenny1 Automatic screensaver for X
ii xscreensaver-data 5.05-3+lenny1 data files to be shared among screensaver fr
ii xserver-xephyr 2:1.4.2-10.lenny2 nested X server
ii xserver-xorg 1:7.3+20 the X.Org X server
ii xserver-xorg-core 2:1.4.2-10.lenny2 Xorg X server - core server
ii xserver-xorg-input-all 1:7.3+20 the X.Org X server -- input driver metapacka
ii xserver-xorg-input-evdev 1:2.0.8-1 X.Org X server -- evdev input driver
ii xserver-xorg-input-kbd 1:1.3.1-1 X.Org X server -- keyboard input driver
ii xserver-xorg-input-mouse 1:1.3.0-1 X.Org X server -- mouse input driver
ii xserver-xorg-input-synaptics 0.14.7~git20070706-3 Synaptics TouchPad driver for X.Org/XFree86
ii xserver-xorg-input-wacom 0.7.9.3-2 X.Org X server -- Wacom input driver
ii xserver-xorg-video-all 1:7.3+20 the X.Org X server -- output driver metapack
ii xserver-xorg-video-apm 1:1.2.0-1 X.Org X server -- APM display driver
ii xserver-xorg-video-ark 1:0.7.0-1 X.Org X server -- ark display driver
ii xserver-xorg-video-ati 1:6.9.0-1+lenny4 X.Org X server -- ATI display driver wrapper
67

ii xserver-xorg-video-chips 1:1.2.0-1 X.Org X server -- Chips display driver


ii xserver-xorg-video-cirrus 1:1.2.1-1.lenny1 X.Org X server -- Cirrus display driver
ii xserver-xorg-video-cyrix 1:1.1.0-8 X.Org X server -- Cyrix display driver
ii xserver-xorg-video-dummy 1:0.3.0-1 X.Org X server -- dummy display driver
ii xserver-xorg-video-fbdev 1:0.4.0-1 X.Org X server -- fbdev display driver
ii xserver-xorg-video-glint 1:1.2.1-1 X.Org X server -- Glint display driver
ii xserver-xorg-video-i128 1:1.3.0-1 X.Org X server -- i128 display driver
ii xserver-xorg-video-i740 1:1.2.0-1 X.Org X server -- i740 display driver
ii xserver-xorg-video-imstt 1:1.1.0-7 X.Org X server -- IMSTT display driver
ii xserver-xorg-video-intel 2:2.3.2-2+lenny6 X.Org X server -- Intel i8xx, i9xx display d
ii xserver-xorg-video-mach64 6.8.0-1 X.Org X server -- ATI Mach64 display driver
ii xserver-xorg-video-mga 1:1.4.9.dfsg-1 X.Org X server -- MGA display driver
ii xserver-xorg-video-neomagic 1:1.2.1-1 X.Org X server -- Neomagic display driver
ii xserver-xorg-video-nsc 1:2.8.3-4 X.Org X server -- NSC Geode GX1 display driv
ii xserver-xorg-video-nv 1:2.1.10-1 X.Org X server -- NV display driver
ii xserver-xorg-video-openchrome 1:0.2.902+svn579-4 X.Org X server -- VIA display driver
ii xserver-xorg-video-r128 6.8.0-1 X.Org X server -- ATI r128 display driver
ii xserver-xorg-video-radeon 1:6.9.0-1+lenny4 X.Org X server -- ATI Radeon display driver
ii xserver-xorg-video-radeonhd 1.2.1-2 X.Org X server -- AMD/ATI r5xx, r6xx display
ii xserver-xorg-video-rendition 1:4.2.0.dfsg.1-2 X.Org X server -- Rendition display driver
ii xserver-xorg-video-s3 1:0.6.0-1 X.Org X server -- legacy S3 display driver
ii xserver-xorg-video-s3virge 1:1.10.1-1 X.Org X server -- S3 ViRGE display driver
ii xserver-xorg-video-savage 1:2.2.1-2.lenny1 X.Org X server -- Savage display driver
ii xserver-xorg-video-siliconmotion 1:1.6.0-1 X.Org X server -- SiliconMotion display driv
ii xserver-xorg-video-sis 1:0.10.0-1 X.Org X server -- SiS display driver
ii xserver-xorg-video-sisusb 1:0.9.0-1 X.Org X server -- SiS USB display driver
ii xserver-xorg-video-tdfx 1:1.4.0-1 X.Org X server -- tdfx display driver
ii xserver-xorg-video-tga 1:1.1.0-9 X.Org X server -- TGA display driver
ii xserver-xorg-video-trident 1:1.3.0-1 X.Org X server -- Trident display driver
ii xserver-xorg-video-tseng 1:1.2.0-1 X.Org X server -- Tseng display driver
ii xserver-xorg-video-v4l 0.2.0-1 X.Org X server -- Video 4 Linux display driv
ii xserver-xorg-video-vesa 1:1.3.0-4 X.Org X server -- VESA display driver
ii xserver-xorg-video-vga 1:4.1.0-8 X.Org X server -- VGA display driver
ii xserver-xorg-video-vmware 1:10.16.2-1 X.Org X server -- VMware display driver
ii xserver-xorg-video-voodoo 1:1.2.0-1 X.Org X server -- Voodoo display driver
ii xulrunner-1.9 1.9.0.16-1 XUL + XPCOM application runner
ii zenity 2.22.1-2 Display graphical dialog boxes from shell sc
ii zlib1g 1:1.2.3.3.dfsg-12 compression library - runtime

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