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Labore ET Honore

Advogados Associados
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 7ª VARA DE
CÍVEL DE GOIÂNIA – GO.

EMSA - Empresa Sul Americana de Montagens S/A, pessoa jurídica de direito


privado, com sede em Aparecida de Goiânia/GO, na Rodovia BR-153, KM 1.284,5,
Zona Industrial, CEP 74.911-410, inscrita no C.N.P.J. sob o nº 17.393.547/0001-05,
através de seus advogados abaixo citados, com escritório no endereço mencionado no
rodapé desta, onde receberá os atos de comunicação e intimação habituais, vem à Vossa
Excelência apresentar

CONTESTAÇÃO,

aos termos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS, que lhe move


DALVA SOUZA CRUZ , brasileira, viúva, aposentada, inscrita no RG/CI sob o nº
774747464/SSP/GO e no CPF/MF sob o nº 352.647.489-72, residente e domiciliada na
Rua 18, Quadra 02, Lote 05, Estância dos Buritis, Caldas Novas-GO, alegando as
seguintes razões:

1. DA PRELIMINAR

A requerente, através de seu advogado constituído, pretende receber a importância


de R$ 65.000,00 (Sessenta e cinco mil reais) de indenização por benfeitorias realizadas
em uma área urbana, adquirida indevidamente, eis que julga lesada pela relação jurídica
exposta nos referidos autos onde lhe foi negada a usucapião do imóvel situado na Rua

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52, Q B-21, L 05, Jardim Goiás, Goiânia. Alega ainda, uma pressuposta boa-fé,
inexistente.

2. DO MERITO

A boa fé alegada pela requerente é ilusória, pois, no decisório judicial que


indeferiu a usucapião ficou provado que a posse não foi mansa e tranquila nem de boa-
fé, provando que a requerente conhecia que possuía indevidamente a propriedade,
conforme prediz o artigo 490 do Código Civil define como sendo de bona fides “...a
posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da
coisa, ou do direito possuído”.
A referida propriedade encontra-se em uma área com localização comercial
estratégica, bem valorada e rodeada de outras construções, como poderia alguém pensar
que não teria dono, ou ainda que este não a reclamaria. Quando a requerente obteve esse
imóvel tinha convicção de que o “suposto” antigo dono não tinha titulo que provasse de
forma tenaz sua propriedade sobre a área. Ninguém compra um móvel, ou imóvel, sem
um titulo, ou nota, que comprove a propriedade de quem o vende, quem age ao
contrario, de má-fé o faz.
Segundo a jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo:

POSSESSÓRIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESBULHO, g


USUCAPIÃO. MÁ-FÉ. INDENIZAÇÃO. jf 1
- A sentença julgou procedente ação de reintegração de posse de um terreno,
afastando a defesa onde se alegou posse mansa e pacífica, direito à usucapião
e de indenização por benfeitorias. Não demonstrada a posse justa sendo que a
pretensão possessória foi formulada pela autora pouco tempo depois da ré
tomar a posse do imóvel. Não há prova da posse do suposto antecessor da ré
na posse do imóvel, que foi quem lhe vendeu o terreno. As despesas feitas
pela ré não são indenizáveis, pois a posse é de má-fé e não se tratam de
benfeitorias necessárias para a manutenção do terreno. Apelação da ré
não provida. TJSP - Apelação: APL 13978620058260045 SP 0001397-
86.2005.8.26.0045

Nos termos do artigo 97 do Código Civil: “Não se consideram benfeitorias os


melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do
proprietário...”. Mostram-se, em entendimento doutrinário; Maria Helena Diniz, Novo
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Código Civil Comentado, como ascensão, não cabendo indenização por se tratar de
construção erguida irregularmente, não havendo boa-fé.
Fixando parâmetros para benfeitoria, observando e englobando o setor, rua em
que se encontra a área propalada e comparando com o melhoramento citado pela
requerente, vê-se que não há um acréscimo considerável no valor do imóvel, visto que
se trata de uma área eminentemente comercial. Considerando as construções suntuosas
que circundam o simples ponto erguido e espaço ainda em desuso, nota-se que a
melhoria foi ínfima, sendo necessário, a fim de estabelecer um comercio, ruir tal
construção para que outra, a nível comercial do setor, se erga.

Observando o que Silvo Rodrigues nos ensina sobre benfeitorias: “é a espécie de


acessório, constante de obra levada a efeito pelo homem, com o propósito de conservar
(benfeitorias necessárias), melhorar (benfeitorias úteis) ou embelezar uma determinada
coisa (benfeitorias voluptuárias)”. Entendimento seguindo o artigo 96 do Código civil.
Percebe-se, perante o caso em tela que: essa benfeitoria não era necessária para o fim a
que se emprega a área; não é útil ou se quer adequado; resta apenas uma categoria,
“voluptuárias”. Conforme o artigo supracitado, em seu paragrafo 1º, as benfeitorias
voluptuárias “...não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais
agradável sejam de elevado valor”.

Segue anexo a analise feita pelo agente imobiliário Marcio Araújo, que dá ensejo
à conclusão de inaptidão da “melhoria” observado sua localização e também o valor da
construção que é bem inferior ao auferido pela requerente, ficando na casa dos R$
35.000,00.
3. DOS PEDIDOS

Diante da explanação, requer-se a Vossa Excelência:


I- Seja julgada por sentença a improcedência integral da presente ação sob todos os
fundamentos anteriormente alegados, indeferindo a indenização, em logica
decorrente a inaptidão da construção para o fim a que se destina, ou se assim
entender o caso, procedência parcial a indenização sob os fundamentos alegados,
analises técnicas em anexo reverentes ao valor gasto no imóvel;
II- A condenação da REQUERIDA ao pagamento das causas e honorários de
advogado;
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III- Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, em
especial testemunhal, pericial, documental, e por outras que se fizerem
necessárias, sem exclusão;

Termos em que pede deferimento.

Doverlândia-GO, 30 de março de 2011.

______________________________________________
Moabe Alves de Sousa
OAB/GO 70.700

______________________________________________
Kleber Antônio Lourenço de Souza
OAB/GO 10.111

______________________________________________
Geniana Santos Vieira
OAB/GO 44.444

______________________________________________
Suzielly Sorri
OAB/GO 60.555

______________________________________________
Alessandra Rodrigues da Silva
OAB/GO 45.456

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