O documento descreve um experimento de produção de sabão a partir de óleo de cozinha usado através da reação de saponificação com hidróxido de sódio. O objetivo era produzir sabão de forma ecológica, reaproveitando óleos usados. O método envolveu aquecer uma mistura de água, hidróxido de sódio e óleo por 30 minutos, resultando na formação de sabão.
O documento descreve um experimento de produção de sabão a partir de óleo de cozinha usado através da reação de saponificação com hidróxido de sódio. O objetivo era produzir sabão de forma ecológica, reaproveitando óleos usados. O método envolveu aquecer uma mistura de água, hidróxido de sódio e óleo por 30 minutos, resultando na formação de sabão.
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O documento descreve um experimento de produção de sabão a partir de óleo de cozinha usado através da reação de saponificação com hidróxido de sódio. O objetivo era produzir sabão de forma ecológica, reaproveitando óleos usados. O método envolveu aquecer uma mistura de água, hidróxido de sódio e óleo por 30 minutos, resultando na formação de sabão.
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O sabão é um sal de ácido carboxílico e por possuir uma longa cadeia
carbônica em sua estrutura molecular, ele é capaz de se solubilizar tanto em meios polares quanto em meios apolares e remover a sujeira devido ao seu poder tensoativo. A produção de sabão ocorre através de uma reação química chamada Reação de Saponificação, que ocorre com ácidos graxos, contidos em óleos ou gordura, que interagem com uma base forte, como por exemplo, o hidróxido de sódio. A prática teve como objetivo a produção de sabão a partir de óleo de cozinha usado com hidróxido de sódio como catalisador utilizando-se aproximadamente 10 ml de água destilada, cerca de 10,1077 g de NaOH (em escamas) e 70 ml de óleo de cozinha usado. A mistura foi submetida a aquecimento e agitação monitorados e a prática teve sucesso na obtenção desse tipo de sabão caseiro. INTRODUÇÃO
Há muito tempo o homem busca por novas ferramentas que possam
auxiliá-lo em seu cotidiano. Esta busca por facilidades levou ao desenvolvimento de novas descobertas que tornaram cada vez mais fácil a realização de tarefas que exigiam higiene e limpeza. Uma dessas descobertas foi o surgimento do sabão. Pode-se afirmar que existem várias apresentações de sabão: em barra, pó, líquido e escamas. O sabão em barra é conhecido há mais de 4000 anos e é o produto de limpeza mais utilizado pelo homem. Há registros de seu uso na Ásia menor pelos babilônios, hebreus e romanos que usavam gordura de animais sacrificados com cinzas ricas em carbonato de potássio e hidrocarbonetos ácidos de sódio (BONADEO, 1963). A água por si só não tem a capacidade de remover certos tipos de sujeiras (ex: restos de óleo), por um simples motivo: as moléculas de água são polares e as de óleo, apolares. O sabão exerce papel importantíssimo na limpeza, porque interage tanto com substâncias polares quanto com substâncias apolares. Ao lavar um prato sujo de óleo, forma-se o que os químicos chamam de micela, uma gotícula microscópica de óleo envolvida por moléculas de sabão, orientadas com a cadeia apolar direcionada para dentro (interagindo com o óleo) e a extremidade polar para fora (interagindo com água). A água usada para enxaguar o prato interage com a parte externa da micela, que é constituída pelas extremidades polares das moléculas de sabão. Assim, a micela é dispersa na água e levada por ela, o que torna fácil remover, com auxílio do sabão, sujeiras apolares. O processo de formação de micelas é denominado emulsificação. O sabão atua como emulsificante ou emulsionante, ou seja, ele tem a propriedade de fazer com que o óleo se disperse na água, na forma de micelas. Os sabões são agentes umectantes que diminuem a tensão superficial observada nos solventes, permitindo maior contato dos corpos com os líquidos, que realmente limpa. (ALLINGER-1976) O sabão é produzido através de uma reação química chamada Reação de Saponificação, que ocorre com ácidos graxos, contidos em óleos ou gordura, que interagem com uma base forte, como por exemplo, o hidróxido de sódio. Estas reações possuem longas cadeias carbônicas em sua estrutura molecular e são capazes de se solubilizar em meios polares e apolares. Na figura abaixo tem-se a reação do ácido graxo com a soda cáustica (hidróxido de sódio). Os radicais R1, R2 e R3 representam cadeias carbônicas longas, características dos ácidos graxos:
Figura 1. Reação de Saponificação.
A glicerina é um subproduto da fabricação do sabão, também vendido
nas fábricas de sabão. Ela é adicionada aos cremes de beleza e sabonetes ou a produtos alimentícios auxiliando tanto na umidade da pele e dos alimentos. Óleos e gorduras são classificados como lipídios, que são todas as substâncias (apolares ou fracamente polares) extraídas de tecidos animais ou vegetais, em presença de solventes orgânicos, tais como éter, clorofórmio, benzeno, etc. Segundo esta definição, os lipídios constituem vários grupos de substâncias pertencentes a várias funções. A maioria delas são os ésteres (óleos, gorduras, fosfatídios, ceras). O sabão é feito através de lipídios complexos ou saponificáveis, que são ésteres de ácidos graxos e, como tais, por hidrólise alcalina, liberam sabões. (NETO, 1989). Na química orgânica, hidrólise inclui, entre outras reações, saponificação de ácidos graxos e outros ésteres, inversão de açúcares, quebra de proteínas (hidrólises enzimáticas). Por conveniência, tem sido considerada como hidrólise a reação onde um álcali é utilizado no lugar da água, obtendo um sal alcalino de um ácido no final: (BARCZA, 2004).
Figura 2. Obtenção de sal alcalino.
Uma maneira ecologicamente correta para fazer sabão é reciclando
óleos de cozinha usados para a extração dos ácidos graxos necessários na fabricação do sabão. Segundo THE EARTH WORKS GROUP (2003), reciclagem é a coleta, processamento, comercialização e uso de materiais usados. A reciclagem é uma maneira atrativa de gerenciamento de resíduos, pois transforma o lixo em insumos, com diversas vantagens ambientais, além de contribuir para a economia dos recursos naturais, assim como o bem estar da comunidade. Muitos estabelecimentos comerciais (restaurante, bares, lanchonetes) e residências jogam o óleo comestível (de cozinha) usado, na rede de esgoto. Como a densidade da água contida no esgoto é maior do que a do óleo, o mesmo fica na superfície e cria uma barreira que impede a passagem da luz gerando um comprometimento na base da cadeia alimentar aquática, os fitoplânctons, que realizam fotossíntese, além de gerar graves problemas de higiene causando maus odores. Estes dejetos de óleos na natureza também causam entupimentos das estações de tratamento, contamina rios e mananciais hídricos, onera os custos nas estações de tratamento de água, polui o ar e aumenta a emissão de gases tóxicos. Para haver o desentupimento são utilizados produtos químicos altamente tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa e gerando danos irreparáveis ao meio ambiente. (GRUPO PET) A importância de a população ter consciência para preservar o meio ambiente começa em pequenas atitudes. O reaproveitamento do óleo de cozinha para a fabricação de sabão além de ser ecologicamente correto é também de baixo custo e simples de fazer, mas para haver resultados a comunidade deve estar atenta e evitar ao máximo de lançar tais dejetos à natureza.
OBJETIVOS
A prática teve como objetivo a produção de sabão a partir de óleo de
cozinha usado com hidróxido de sódio como catalisador e a realização da reação de hidrólise de um éster, conhecida como saponificação.
METODOLOGIA
Mediu-se aproximadamente 10 ml de água destilada com o auxílio de
uma pisseta. Posteriormente, pesou-se cerca de 10,1077 g de NaOH (em escamas), em uma balança analítica de precisão 0,0001 g. Dissolveu-se a soda cáustica, previamente pesada, na quantidade de água medida. Em uma proveta de 100 ml, mediu-se aproximadamente 70 ml de óleo de cozinha usado. Mexeu-se até que a diluição das escamas de NaOH fosse completa e submeteu a mistura a um processo de aquecimento e agitação em uma manta aquecedora, até que ela atingisse uma temperatura de 80ºC. Logo após a mistura atingir esta temperatura, adicionou-se o óleo lentamente. Sob o processo de agitação, auxiliado pela barra magnética e pelo bastão de vidro, deixou-se a mistura por aproximadamente 30 minutos. Em seguida, o produto final (sabão) foi transferido para um copo descartável para que ele secasse e pudesse vir a ser cortado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o processo de dissolução da soda cáustica em água, foi
observada grande liberação de calor e aquecimento do béquer devido à reação ser altamente exotérmica. Devido à adição de óleo, que estava à temperatura ambiente, à soda cáustica, notou-se uma pequena diminuição na temperatura da mistura, que oscilou de 80ºC a aproximadamente 73ºC. Passados cerca de 6 minutos após a adição do óleo, observou-se a formação de pequenas bolhas de ar, no fundo do recipiente, que subiam para a superfície. Vale ressaltar que a mistura formada por água, gordura e detergente não é uma solução, pois não há a formação uma mistura homogênea, tem- se uma micro fase de óleo dispersa em uma macro fase de óleo. É de extrema importância que o armazenamento de NaOH, ou de substâncias básicas em geral, não seja feito em recipientes de vidro, uma vez que estas podem reagir com a sílica, componente do vidro, podendo até mesmo alterar as características do recipiente. As diferenças encontradas entre os sabões e detergentes situam-se, principalmente, em sua forma de atuar em águas duras e águas ácidas. Os detergentes, nessas águas, não perdem sua ação tensoativa, enquanto os sabões, nesses casos, reduzem grandemente e até podem perder seu poder de limpeza. Os sais formados pelas reações dos detergentes com os íons cálcio e magnésio, encontrados em águas duras, não são completamente insolúveis em água, o que permite ao tensoativo sua permanência na solução e sua possibilidade de ação. Em presença de águas ácidas, os detergentes são menos afetados, pois possuem também caráter ácido e, novamente, o produto formado não é completamente insolúvel em água, permanecendo, devido ao equilíbrio das reações químicas, em solução e mantendo sua ação de limpeza. Outra desvantagem dos sabões está no fato de terem menor poder tensoativo e, conseqüentemente menor poder de limpeza que os detergentes. Em contrapartida os sabões, por possuírem gorduras não saponificáveis, agridem menos a pele. Os detergentes quando utilizados para a lavagem de louças, retiram, inclusive, a gordura natural presente nas mãos de quem o utiliza, causando o ressecamento da pele e a maior suscetibilidade a irritações da mesma. A grande vantagem na utilização do sabão está no fato deste ser sempre biodegradável e de ser produzido a partir de matéria-prima renovável - os óleos e as gorduras. Quando deseja-se limpar uma superfície suja com o auxílio de sabão e de um tipo de água que possua sais de cálcio ou magnésio, verifica-se que a limpeza será dificultada pela perda do poder tensoativo do sabão. Tais águas, conhecidas por águas-duras, são assim chamadas por possuírem, principalmente, sais de cálcio e magnésio (Ca2+ e Mg2+) dissolvidos. Nessas águas ocorre uma interação entre a molécula do sabão e os sais de cálcio ou magnésio. O produto desta reação precipita como um sal insolúvel. É este o fato que o impossibilita de exercer a função de limpeza. A adição de sabão à água dura favorece uma reação de substituição de íons sódio ou potássio, existentes na molécula de sabão, pelos íons de cálcio ou magnésio, existentes na solução aquosa. Como os sais formados são insolúveis, verifica-se, como efeito, a formação de um precipitado. Na produção do biodiesel catalisada por base, além da reação de transesterificação, pode ocorrer a saponificação dos ésteres metílicos ou etílicos (biodiesel) ou dos próprios triglicerídeos, através de hidrólise básica. A saponificação é a formação de sabão, isto é, sais de ácidos graxos, o que também pode ocorrer devido a um alto teor de ácidos graxos livres nos óleos vegetais ou em óleos utilizados em frituras. O uso dessas matérias-primas é também possível para a produção de biodiesel, entretanto, mudanças no procedimento de reação devem ser feitas devido à presença de água ou de altos teores de ácidos graxos livres. As altas quantidades de catalisador básico favorecem a saponificação justamente porque na reação de transesterificação, além do ânion metóxido, forma-se também água. Na transesterificação de óleos vegetais, a água tem um papel negativo, principalmente a temperaturas mais elevadas, pois permite a hidrólise dos ésteres de ácidos graxos (triglicerídeos e/ou biodiesel), formando ácidos carboxílicos que são neutralizados pelo catalisador básico, desativando-o e formando sabão. A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de Biodiesel. O processo inicia-se juntando o óleo vegetal com um álcool (metanol, etanol, propanol, butanol) e catalisadores (que podem ser ácidos, básicos ou enzimáticos). Para o método mais comumente empregado, utilizando-se do metanol, obtém-se um éster metílico de ácido graxo e glicerina como subproduto, que é removida por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor que o triacilglicerol utilizado como matéria-prima. Saponificação é basicamente a interação (ou reação química) que ocorre entre um ácido graxo existente em óleos ou gorduras com uma base forte sob aquecimento. O sabão é um sal de ácido carboxílico e por possuir uma longa cadeia carbônica em sua estrutura molecular, ele é capaz de se solubilizar tanto em meios polares quanto em meios apolares. Além disso, o sabão é um tensoativo, ou seja, reduz a tensão superficial da água fazendo com que ela "molhe melhor" as superfícies. A reação básica de saponificação pode ser representada pela seguinte equação: Éster de ácido graxo + Base forte → Álcool + Sal de ácido graxo (sabão) No exemplo abaixo, a reação ocorre com a soda cáustica, sendo um processo muito usado industrialmente e em nível doméstico. Os radicais R1, R2 e R3 representam cadeias carbônicas longas, características de ácidos graxos.
Se for utilizada uma base composta por Sódio(Na) o sabão formado
será chamado de sabão duro. Se no lugar de sódio tiver Potássio(K) o sabão passará a ser chamado de sabão mole. A hidrólise básica do triacilglicerol ocorre como esquematizado a seguir: Na primeira etapa, a base agirá como nucleófilo atacando o carbono ligado aos dois oxigênios quebrando a ligação π entre eles. Essa é a etapa lenta da reação. Na segunda etapa, há a formação de um produto é bastante instável, devido o carbono realizar ligações com átomos de oxigênio, e como ele é muito eletronegativo, fará com que a nuvem eletrônica fique perto dos átomos de oxigênio e instabilizando o átomo de carbono, isso fará com que ocorra um rearranjo na molécula, produzindo um produto mais estavel. Dessa forma ocorrerá a eliminação de três grupos alcoóis (Glicerol) e a produção de três ácidos graxos desprotonados. Estes ácidos graxos atrairão os íons de sódio formando o sabão. O sabão exerce papel importantíssimo na limpeza, porque interage tanto com substâncias polares quanto com substâncias apolares, além de diminuir a tensão superficial de líquidos. No processo de remoção da sujeira são formadas gotículas microscópicas de óleo envolvidas por moléculas de sabão (micelas), orientadas com a cadeia apolar direcionada para dentro (interagindo com o óleo) e a extremidade polar para fora (interagindo com água). A água usada para enxaguar, interage com a parte externa da micela, que é constituída pelas extremidades polares das moléculas de sabão. Assim, a micela é dispersa na água e levada por ela, o que torna fácil remover, com auxílio do sabão, sujeiras apolares ou pouco polares. Já as moléculas de gorduras e de biodiesel não possuem essa capacidade de limpeza, uma vez que interagem apenas com moléculas de caráter específico, substâncias apolares, assim essas moléculas não conseguem interagir com as moléculas de sabão e com as do solvente ao mesmo tempo, como ocorre no caso de sabões e detergentes. Já as moléculas de gorduras e biodiesel não possuem essa capacidade de limpeza, uma vez que interagem apenas com moléculas de caráter específico, substâncias apolares, assim essas moléculas não conseguem interagir com as moléculas de sabão e com as do solvente ao mesmo tempo, como ocorre no caso de sabões e detergentes.
CONCLUSÃO
A facilidade de obtenção e o baixo custo, aliados a ótimas
características químicas, fazem das gorduras uma das principais matérias- primas na produção de sabões, o que faz com que esse processo de produção seja bastante simples. Os experimentos realizados mostraram que o uso de óleos de descarte como matéria-prima pode ser interessante sob os pontos de vista ambiental, a fim de evitar problemas que podem ser causados por ele caso seja despejado sem prévio tratamento na natureza, e econômico. Foram obtidos excelentes resultados no processo de saponificação de gorduras, através da preparação de sabão a partir do óleo vegetal e hidróxido de sódio. BIBLIOGRAFIA
ALLINGER, Normam L. Química Orgânica. Segunda edição,
Editora Guanabara, Rio de Janeiro, 1976.
BARCZA,Marcos Villela. Processos Unitários Orgânicos. São