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ONSERVAÇÃO
apoio:
SNUC
CONSERV
ONSERV
SISTEMA NACIONAL DE
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
SÉRIE C
Texto da Lei 9985 de 18 de julho de 2000 e vetos da
Presidência da República ao PL aprovado pelo
Congresso Nacional e
Decreto Nº 4.340, de 22 de agosto de 2002
Programa MaB
"O Homem e a Biosfera"
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CADERNO Nº. 18 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
SÉRIE 8 - MaB-UNESCO
Cad. 19 - Reservas da Biosfera na América Latina
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CADERNO Nº. 18 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Caderno nº 18
2ª edição - ampliada
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CADERNO Nº. 18 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Caderno 18
2ª edição - ampliada
SNUC - SISTEMA NACIONAL
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Texto da Lei 9.985 de 18 de julho de 2000
e vetos da Presidência da República ao PL
aprovado pelo Congresso Nacional e
Decreto Nº 4.340, de 22 de agosto de 2002
Impressão: Novo Fotolito Gráfica Editora Ltda. DECRETO N167 4.340, de 22 de agosto de 2002 55
Tiragem: 2000 exemplares
CAPÍTULO I - Da Criação de Unidade de Conservação 55
Autoriza-se a reprodução total ou parcial
deste documento desde que citada a fonte.
CAPÍTULO II - Do Subsolo e do Espaço Aéreo 57
São Paulo
Inverno 2000 - 1ª edição
Maio 2004 - 2ª edição
CAPÍTULO III - Do Mosaico de Unidades de Conservação 57
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CAPÍTULO V - Do Conselho 61
Com esta 2ª edição do Caderno da RBMA nº 18, ampliada
CAPÍTULO VI - Da Gestão Compartilhada com Oscip 63 com a inclusão do texto do Decreto nº 4.340 (22/08/02) a
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica em parceria com a
CAPÍTULO VII - Da Autorização para a Exploração de Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, traz ao público
Bens e Serviços 64 um dos mais importantes documentos para a conservação
da natureza no Brasil.
CAPÍTULO VIII - Da Compensação por Significativo
Impacto Ambiental 66 A lei 9985, conhecida como “lei do SNUC”, foi sancionada
pelo vice-presidente da República em 18 d julho de 2000
CAPÍTULO IX - Do Reassentamento das Populações instituindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Tradicionais 68
Dentre os avanços da lei, já na primeira edição apontávamos:
CAPÍTULO X - Da Reavaliação de Unidade de Con-
servação de Categoria não Prevista no Sistema 70 · A exigência de elaboração de Planos de Manejo para
todas as UCs no prazo de 5 anos.
CAPÍTULO XI - Das Reservas da Biosfera 70 · As primeiras diretrizes voltadas a busca de parceiros
onde a criação, o planejamento e a gestão das Unida-
CAPÍTULO XII - Das Disposições Finais 72 des passa pela participação das populações locais.
· O reconhecimento da existência de Populações Tradici-
onais em várias Unidades, o respeito aos seus direitos
de cidadania e a percepção dessas comunidades como
possíveis e importantes aliadas para a conservação da
natureza.
· A exigência de criação de Conselhos (consultivos ou
deliberativos) para a gestão de UCs, envolvendo vários
setores da sociedade.
· A reafirmação do princípio de que a eventual diminui-
ção de áreas em UCs só pode ser feita por lei, e que
todos os danos ambientais nelas ocorridos devem ter
compensação financeira e ambiental compatíveis.
· Também o princípio usuário-pagador é claramente es-
tendido às UCs, assegurando-se o pagamento de servi-
dão de passagem e de serviços de água e energia elétrica
entre outros.
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CADERNO Nº. 18 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS
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· Consolidação na legislação das Reservas da Biosfera, · As questões orçamentárias e de recursos humanos para
dos corredores e mosaicos ecológicos e das zonas de assegurar a efetividade da implantação e proteção das
amor-tecimento no entorno da UCs como figuras que UCs e mecanismos de inserção positiva das UCs nas po-
contribuem para uma maior inserção das Unidades no líticas e programas setoriais de governos como um todo.
contexto regional.
· Colaboração para uma gestão mais integrada e participativa Embora a lei estabelecesse o prazo de 180 dias para sua
e colocando as UCs definitivamente entre os instrumen- regulamentação, o Decreto regulamentador só foi publicado
tos de ordenamento territorial em nosso país. 2 anos após. O então Ministro do Meio Ambiente apontou o
· Reconhecimento e estimulo à conservação em um sis- que considerava os principais avanços proporcionados pela
tema público descentralizado (União, Estados e Municí- edição do Decreto: estabelecimento da forma de consulta
pios) e valorização da contribuição de proprietários pri- pública, que deve preceder a criação de unidades de
vados para a conservação de UCs a exemplo das RPPNs, conservação; definição das atribuições dos conselhos
Refúgios da vida silvestre, movimentos naturais e APAS, consultivo e deliberativo das unidades de conservação
estabelecidos na Lei do SNUC, objetivando a legitimação e
A Lei inova também vários aspectos ligados à criação e ges- a maior participação da sociedade civil na gestão das
tão das UCs, democratizando esse processo: unidades de conservação; definição dos critérios para a
gestão compartilhada de unidades de conservação com
· Abertura de possibilidade de organizações sociais de organizações sociais de interesse público – OSCIPs, de
interesse público (oscip) participarem diretamente da forma objetiva, podendo agregar importantes parceiros na
gestão das UCs públicas. gestão de tais unidades; definição de dispositivos claros e
· Instituição de um processo de estudos técnicos e consulta objetivos para a relação com as populações residentes em
pública para a criação da maioria das categorias de UCs. unidades de conservação de proteção integral, quando de
· Exigência de elaboração de um Cadastro Nacional de sua criação, assegurando os seus direitos; explicitação das
UCs (no MMA) e o envio pelo executivo de relatório bianual regras para aplicação dos recursos advindos de copensação
da situação das UCs para análise e avaliação do Con- dos empreendimentos de significativo impacto ambiental,
gresso Nacional. facilitando o uso deste instrumento na implantação e
· Reconhecimento da existência de conflitos e suposições consolidação de nossas unidades de conservação.
entre Áreas Indígenas e UCs e estabelece prazo (180
dias) para que os órgãos competentes apresentem pro- É importante que esta legislação seja amplamente
postas de solução dessas questões. conhecida e efetivamente aplicada. Essa é nossa
expectativa e o objetivo desta publicação.
Entre os pontos fracos da lei estão:
Clayton Ferreira Lino
· O adiamento ou a falta de clareza no tratamento de Presidente do Conselho Nacional
questões centrais de uma forma mais operativa, especi- Da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
almente no que envolve as questões fundiárias e soci- Coordenador da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera
ais (em particular no que toca as populações tradicio-
nais e indígenas).
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CAPÍTULO I
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II - conservação da natureza: o manejo do uso humano VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise
da natureza, compreendendo a preservação, a manu- assegurar a conservação da diversidade biológica e dos
tenção, a utilização sustentável, a restauração e a re- ecossistemas;
cuperação do ambiente natural, para que possa produ-
zir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo,
gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as ne- coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
cessidades e aspirações das gerações futuras, e garan-
X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comer-
tindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
cial ou não, dos recursos naturais;
III - diversidade biológica: a variabilidade de organis-
XI - uso sustentável: exploração do ambiente de manei-
mos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
ra a garantir a perenidade dos recursos ambientais
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
ecossistemas aquáticos e os com-plexos ecológicos de
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de for-
que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
ma socialmente justa e economicamente viável;
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;
XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na
IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interio-
coleta e extração, de modo sustentável, de recursos
res, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
naturais renováveis;
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora; XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de
uma população silvestre degradada a uma condição não de-
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e
gradada, que pode ser diferente de sua condição original;
políticas que visem a proteção a longo prazo das espéci-
es, hábitats e ecossistemas, além da manutenção dos XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou
processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sis- de uma população silvestre degradada o mais próximo
temas naturais; possível da sua condição original;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas XV - (VETADO)
livres de alterações causadas por interferência huma-
na, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em
naturais; uma unidade de conservação com objetivos de manejo
e normas específicos, com o propósito de proporcionar
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e os meios e as condições para que todos os objetivos da
hábitats naturais e a manutenção e recuperação de po- unidade possam ser alcançados de forma harmônica e
pulações viáveis de espécies em seus meios naturais e, eficaz;
no caso de espécies domes-ticadas ou cultivadas, nos
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades ca- XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o
racterísticas; qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma uni-
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XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma uni- III - contribuir para a preservação e a restauração da
dade de conservação, onde as atividades humanas es- diversidade de ecossistemas naturais;
tão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a
dos recursos naturais;
unidade; e
V - promover a utilização dos princípios e práticas de
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas
conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
naturais ou seminaturais, ligando unidades de conser-
vação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de
movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies notável beleza cênica;
e a recolonização de áreas degradadas, bem como a ma-
nutenção de populações que demandam para sua sobre- VII - proteger as características relevantes de natureza
vivência áreas com extensão maior do que aquela das geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica,
unidades individuais. paleontológica e cultural;
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Art. 5o O SNUC será regido por diretrizes que: tegrada com as políticas de administração das terras e
águas circundantes, considerando as condições e ne-
I - assegurem que no conjunto das unidades de conservação cessidades sociais e econômicas locais;
estejam representadas amostras significativas e ecologica-
mente viáveis das diferentes populações, hábitats e IX - considerem as condições e necessidades das popula-
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, ções locais no desenvolvimento e adaptação de métodos
salvaguardando o patrimônio biológico existente; e técnicas de uso sustentável dos recursos naturais;
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II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a tentável de parcela dos seus recursos naturais.
finalidade de coordenar o Sistema; e
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II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversi- ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pes-
dade biológica; quisas científicas e o desenvolvimento de atividades de edu-
cação e interpretação ambiental, de recreação em contato
III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalida- com a natureza e de turismo ecológico.
des científicas;
§ 1o O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sen-
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente do que as áreas particulares incluídas em seus limites
seja maior do que aquele causado pela simples observa- serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
ção ou pela coleta controlada de componentes dos
ecossistemas, em uma área correspondente a no máxi- § 2o A visitação pública está sujeita às normas e restrições
mo três por cento da extensão total da unidade e até o estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas
limite de um mil e quinhentos hectares. esta-belecidas pelo órgão responsável por sua administra-
ção, e àquelas previstas em regulamento.
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Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapro- Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Susten-
priada, de acordo com o que dispõe a lei. tável as seguintes categorias de unidade de conservação:
IV - Reserva Extrativista;
Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo pro-
V - Reserva de Fauna;
teger ambientes naturais onde se asseguram condições
para a existência ou reprodução de espécies ou comunida- VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
des da flora local e da fauna residente ou migratória.
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
§ 1o O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por
áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar
os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos
recursos naturais do local pelos proprietários. Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em
geral extensa, com um certo grau de ocupação humana,
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou cultu-
as atividades privadas ou não havendo aquiescência do pro- rais especialmente importantes para a qualidade de vida e
prietário às condições propostas pelo órgão responsável pela o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos
administração da unidade para a coexistência do Refúgio básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o pro-
de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve cesso de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. dos recursos naturais.
§ 3o A visitação pública está sujeita às normas e restrições § 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas públicas ou privadas.
estabelecidas pelo órgão responsável por sua administra-
ção, e àquelas previstas em regulamento. § 2 o Respeitados os limites constitucionais, podem ser
estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma
§ 4o A pesquisa científica depende de autorização prévia do propriedade privada localizada em uma Área de Proteção
órgão responsável pela administração da unidade e está Ambiental.
sujeita às condições e restrições por este estabelecidas,
bem como àquelas previstas em regulamento. § 3o As condições para a realização de pesquisa científica e
visitação pública nas áreas sob domínio público serão
estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.
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§ 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietá- vem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
rio estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo
público, observadas as exigências e restrições legais. § 2o Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de
populações tradicionais que a habitam quando de sua cria-
§ 5o A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho ção, em conformidade com o disposto em regulamento e no
presidido pelo órgão responsável por sua administração e Plano de Manejo da unidade.
constituído por representantes dos órgãos públicos, de or-
ganizações da sociedade civil e da população residente, con- § 3o A visitação pública é permitida, condicionada às nor-
forme se dispuser no regulamento desta Lei. mas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão
responsável por sua administração.
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específica, sendo que as áreas particulares incluídas em § 1o A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos,
seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites
que dispõe a lei. devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho § 2o A visitação pública pode ser permitida, desde que com-
Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua ad- patível com o manejo da unidade e de acordo com as nor-
ministração e constituído por representantes de órgãos mas estabelecidas pelo órgão responsável por sua admi-
públicos, de organizações da sociedade civil e das popula- nistração.
ções tradicionais residentes na área, conforme se dispu-
ser em regulamento e no ato de criação da unidade. § 3 o É proibido o exercício da caça amadorística ou
profissional.
§ 3o A visitação pública é permitida, desde que compatível
com os interesses locais e de acordo com o disposto no § 4o A comercialização dos produtos e subprodutos resultan-
Plano de Manejo da área. tes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna
e regulamentos.
§ 4o A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujei-
tando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por
Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma
este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.
área natural que abriga populações tradicionais, cuja exis-
§ 5o O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu tência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração
Conselho Deliberativo. dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações
e adaptados às condições ecológicas locais e que desempe-
§ 6o São proibidas a exploração de recursos minerais e a nham um papel fundamental na proteção da natureza e na
caça amadorística ou profissional. manutenção da diversidade biológica.
§ 7o A exploração comercial de recursos madeireiros só será § 1o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como
admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo tempo,
complementares às demais atividades desenvolvidas na assegurar as condições e os meios necessários para a re-
Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e produção e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e
no Plano de Manejo da unidade. exploração dos recursos naturais das populações tradicio-
nais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhe-
cimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvi-
do por estas populações.
Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com po-
pulações animais de espécies nativas, terrestres ou aquá- § 2o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio
ticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus
técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de
de recursos faunísticos. acordo com o que dispõe a lei.
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§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicio- sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e
nais será regulado de acordo com o disposto no art. 23 será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.
desta Lei e em regulamentação específica.
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Art. 30. As unidades de conservação podem ser geridas Particular do Patrimônio Natural, depende de aprovação
por organizações da sociedade civil de interesse público prévia e está sujeita à fiscalização do órgão responsável
com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento por sua administração.
a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão.
§ 3o Os órgãos competentes podem transferir para as insti-
tuições de pesquisa nacionais, mediante acordo, a atribui-
ção de aprovar a realização de pesquisas científicas e de
Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conser- credenciar pesquisadores para trabalharem nas unidades
vação de espécies não autóctones. de conservação.
§ 1 o Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas de
Proteção Ambiental, as Florestas Nacionais, as Reservas
Extrativistas e as Reservas de Desenvolvimento Sustentá- Art. 33. A exploração comercial de produtos, subprodutos
vel, bem como os animais e plantas necessários à admi- ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos
nistração e às atividades das demais categorias de unida- naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração
des de conservação, de acordo com o que se dispuser em da imagem de unidade de conservação, exceto Área de
regulamento e no Plano de Manejo da unidade. Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Na-
tural, dependerá de prévia autorização e sujeitará o explo-
§ 2o Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida rador a pagamento, conforme disposto em regulamento.
Silvestre e Monumentos Naturais podem ser criados ani-
mais domésticos e cultivadas plantas considerados compa-
tíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o que
dispuser o seu Plano de Manejo. Art. 34. Os órgãos responsáveis pela administração das
unidades de conservação podem receber recursos ou doa-
ções de qualquer natureza, nacionais ou internacionais,
com ou sem encargos, provenientes de organizações priva-
Art. 32. Os órgãos executores articular-se-ão com a comu- das ou públicas ou de pessoas físicas que desejarem cola-
nidade científica com o propósito de incentivar o desenvol- borar com a sua conservação.
vimento de pesquisas sobre a fauna, a flora e a ecologia
das unidades de conservação e sobre formas de uso sus- Parágrafo único. A administração dos recursos obtidos cabe
tentável dos recursos naturais, valorizando-se o conheci- ao órgão gestor da unidade, e estes serão utilizados exclu-
mento das populações tradicionais. sivamente na sua implantação, gestão e manutenção.
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cados de acordo com os seguintes critérios: § 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conserva-
ção específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento
I - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido
cinco por cento, na implementação, manutenção e ges- mediante autorização do órgão responsável por sua adminis-
tão da própria unidade; tração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao
Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias
II - até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e
da compensação definida neste artigo.
cinco por cento, na regularização fundiária das unida-
des de conservação do Grupo;
III - até cinqüenta por cento, e não menos que quinze CAPÍTULO V
por cento, na implementação, manutenção e gestão de
outras unidades de conservação do Grupo de Proteção DOS INCENTIVOS, ISENÇÕES E PENALIDADES
Integral.
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“§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a edu-
de extinção no interior das Unidades de Conservação de cação ambiental, o desen-volvimento sustentável e a
Proteção Integral será considerada circunstância agravante melhoria da qualidade de vida das populações.
para a fixação da pena.” (NR)
§ 1o A Reserva da Biosfera é constituída por:
“§ 3 ....................................................................”
o
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Art. 43. O Poder Público fará o levantamento nacional das Art. 46. A instalação de redes de abastecimento de água,
terras devolutas, com o objetivo de definir áreas destina- esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral, em uni-
das à conservação da natureza, no prazo de cinco anos dades de conservação onde estes equipamentos são admi-
após a publicação desta Lei. tidos depende de prévia aprovação do órgão responsável
por sua administração, sem prejuízo da necessidade de
elaboração de estudos de impacto ambiental e outras exi-
gências legais.
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Parágrafo único. Esta mesma condição se aplica à zona de § 1 o O Cadastro a que se refere este artigo conterá os
amor-tecimento das unidades do Grupo de Proteção Inte- dados principais de cada unidade de conservação, incluin-
gral, bem como às áreas de propriedade privada inseridas do, dentre outras características relevantes, informações
nos limites dessas unidades e ainda não indenizadas. sobre espécies ameaçadas de extinção, situação fundiária,
recursos hídricos, clima, solos e aspectos socioculturais e
antropológicos.
Art. 47. O órgão ou empresa, público ou privado, responsá- § 2o O Ministério do Meio Ambiente divulgará e colocará à
vel pelo abastecimento de água ou que faça uso de recur- disposição do público interessado os dados constantes do
sos hídricos, beneficiário da proteção proporcionada por uma Cadastro.
unidade de conservação, deve contribuir financeiramente
para a proteção e implementação da unidade, de acordo
com o disposto em regulamentação específica.
Art. 51. O Poder Executivo Federal submeterá à aprecia-
ção do Congresso Nacional, a cada dois anos, um relatório
de avaliação global da situação das unidades de conserva-
Art. 48. O órgão ou empresa, público ou privado, responsá- ção federais do País.
vel pela geração e distribuição de energia elétrica,
beneficiário da proteção oferecida por uma unidade de con-
servação, deve contribuir finan-ceiramente para a proteção
e implementação da unidade, de acordo com o disposto em Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar as áreas
regulamentação específica. que compõem o SNUC.
Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo Art. 53. O Ibama elaborará e divulgará periodicamente uma
de Proteção Integral é considerada zona rural, para os efeitos relação revista e atualizada das espécies da flora e da fauna
legais. ameaçadas de extinção no território brasileiro.
Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades Parágrafo único. O Ibama incentivará os competentes ór-
de conser-vação de que trata este artigo, uma vez definida gãos esta-duais e municipais a elaborarem relações equi-
formalmente, não pode ser transformada em zona urbana. valentes abrangendo suas respectivas áreas de jurisdição.
Art. 50. O Ministério do Meio Ambiente organizará e man- Art. 54. O Ibama, excepcionalmente, pode permitir a captu-
terá um Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, ra de exemplares de espécies ameaçadas de extinção desti-
com a colaboração do Ibama e dos órgãos estaduais e mu- nadas a programas de criação em cativeiro ou formação de
nicipais competentes. coleções científicas, de acordo com o disposto nesta Lei e
em regulamentação específica.
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Art. 55. As unidades de conservação e áreas protegidas Art. 60. Revogam-se os arts. 5o e 6o da Lei no 4.771, de 15
criadas com base nas legislações anteriores e que não per- de setembro de 1965; o art. 5o da Lei no 5.197, de 3 de
tençam às categorias previstas nesta Lei serão reavaliadas, janeiro de 1967; e o art. 18 da Lei no 6.938, de 31 de
no todo ou em parte, no prazo de até dois anos, com o agosto de 1981.
objetivo de definir sua destinação com base na categoria e
função para as quais foram criadas, conforme o disposto no
regulamento desta Lei. Brasília, 18 de julho de 2000; 179o da Independência e
112o da República.
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Inciso XV do art. 2º
Inciso III do § 2º do art. 21
“Art. 2 ............................................................................
o
“Art. 21. .........................................................................
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te, o titular da extração, em tese, estaria amparado pelo protegidos, este dispositivo subtraiu competência atribuída
benefício. ao Poder Executivo no preceito constitucional constante do
§ 1o e seu inciso III, do art. 225 da Carta Maior, razão pela
Justifica-se, pois, o veto ao inciso III do § 2o do art. 21, qual sugere-se o seu veto face a sua inequívoca
certo que contrário ao interesse público.” inconstitucionalidade.”
A definição dos espaços territoriais e seus componentes a O inciso I ao citar, como não indenizáveis, as áreas que
serem especialmente protegidos é da competência tanto contenham vegetação de preservação permanente, man-
do Poder Executivo, como do Poder Legislativo, indistinta- tém, como indenizáveis, as áreas que, em desrespeito ao
mente, sendo que tão-somente a alteração e a supressão disposto nos arts. 2o e 3o da Lei no 4.771, de 15 de setembro
desses espaços e componentes pro-tegidos dependem de de 1965, tenham sido desmatadas, não contendo mais ve-
autorização do Poder Legislativo mediante lei. getação de preservação permanente. Tal medida incenti-
varia, portanto, o desmatamento de áreas de preservação
Assim, ao exigir lei para criação (definição) desses espaços permanente.
territoriais e seus componentes a serem especialmente
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Ademais, o inciso II estabelece que serão indenizáveis as conservação. Ademais, tornar obrigatório o reassentamento
áreas de Reserva Legal que forem objeto de plano de ma- de populações presentes no interior de unidades de con-
nejo. Dessa forma, será incentivada a elaboração de pla- servação já existentes pode suscitar a ocupação irregular
nos de manejo para a exploração desses espaços, o que dessas áreas.
poderá ensejar uma excessiva exploração das áreas de Re-
serva Legal. O inciso II do art. 56 também merece veto. Ao determinar a
reclas-sificação das unidades de conservação do Grupo de
Nestes termos, sugerimos veto aos incisos I e II do art. 45, Proteção Integral pelo Poder Público, esse dispositivo auto-
tendo em vista contrariar o interesse público.” riza o Poder Executivo a tornar menos restritiva a proteção
dispensada à área. Dessa forma, contraria o art. 225, § 1o,
inciso III, da Constituição Federal, que determina que so-
mente lei poderá alterar os espaços territoriais especial-
Art. 56
mente protegidos, vedada qualquer utilização que compro-
“Art. 56. A presença de população tradicional em uma uni- meta a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
dade de conservação do Grupo de Proteção Integral criada
Assim sendo, cabe veto ao art. 56 e seus incisos, sendo que
em função de legislação anterior obriga o Poder Público, no
o inciso I, por contrariar o interesse público e o inciso II,
prazo de cinco anos a partir da vigência desta Lei, prorrogá-
por afrontar a Constituição Federal.”
vel por igual período, a adotar uma das seguintes medidas:
Ouvido também, o Ministério da Fazenda manifestou-se pelo
I - reassentar a população tradicional, nos termos do art.
veto ao art. 37:
42 desta Lei; ou
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Em ambas alterações o legislador utilizou-se da expressão O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que
“causar dano significativo”, de natureza puramente lhe conferem o art. 84, inciso IV, e o art. 225, § 1, incisos I,
subjetiva, deixando ao alvedrio do aplicador da lei penal II, III e VII, da Constituição Federal, e tendo em vista o
definir se a conduta do suposto infrator configura ou não o disposto na Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000,
delito, tornando imprecisa a sua definição.
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II - a população tradicional beneficiária, no caso das § 2º No processo de consulta pública, o órgão executor com-
Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvi- petente deve indicar, de modo claro e em linguagem aces-
mento Sustentável; sível, as implicações para a população residente no interi-
or e no entorno da unidade proposta.
III - a população tradicional residente, quando couber,
no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais
ou Florestas Municipais; e
CAPÍTULO II
IV - as atividades econômicas, de segurança e de defe-
sa nacional envolvidas. DO SUBSOLO E DO ESPAÇO AÉREO
Art. 3º A denominação de cada unidade de conservação Art. 6º Os limites da unidade de conservação, em relação
deverá basear-se, preferencialmente, na sua característi- ao subsolo, são estabelecidos:
ca natural mais significativa, ou na sua denominação mais
antiga, dando-se prioridade, neste último caso, às desig- I - no ato de sua criação, no caso de Unidade de Conserva-
nações indígenas ancestrais. ção de Proteção Integral; e
Art. 9º O mosaico deverá dispor de um conselho de mosai- b) a relação com a população residente na área do
co, com caráter consultivo e a função de atuar como ins- mosaico;
tância de gestão integrada das unidades de conservação
que o compõem. III - manifestar-se sobre propostas de solução para a
sobreposição de unidades; e
§ 1º A composição do conselho de mosaico é estabelecida na
portaria que institui o mosaico e deverá obedecer aos mes- IV - manifestar-se, quando provocado por órgão execu-
mos critérios estabelecidos no Capítulo V deste Decreto. tor, por conselho de unidade de conservação ou por ou-
tro órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
§ 2º O conselho de mosaico terá como presidente um dos SISNAMA, sobre assunto de interesse para a gestão do
chefes das unidades de conservação que o compõem, o qual mosaico.
será escolhido pela maioria simples de seus membros.
2. o acesso às unidades;
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§ 6º No caso de unidade de conservação municipal, o Con- cialmente protegidos e com o seu entorno;
selho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, ou órgão equi-
valente, cuja composição obedeça ao disposto neste artigo, IV - esforçar-se para compatibilizar os interesses dos
e com competências que incluam aquelas especificadas no diversos segmentos sociais relacionados com a unidade;
art. 20 deste Decreto, pode ser designado como conselho
da unidade de conservação. V - avaliar o orçamento da unidade e o relatório finan-
ceiro anual elaborado pelo órgão executor em relação
aos objetivos da unidade de conservação;
Art. 18. A reunião do conselho da unidade de conservação VI - opinar, no caso de conselho consultivo, ou ratificar,
deve ser pública, com pauta preestabelecida no ato da con- no caso de conselho deliberativo, a contratação e os
vocação e realizada em local de fácil acesso. dispositivos do termo de parceria com OSCIP, na hipó-
tese de gestão compartilhada da unidade;
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Art. 22. Poderá gerir unidade de conservação a OSCIP que conservação, de acordo com os objetivos de cada categoria
preencha os seguintes requisitos: de unidade.
I - tenha dentre seus objetivos institucionais a proteção Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, entende-se
do meio ambiente ou a promoção do desenvolvimento por produtos, sub-produtos ou serviços inerentes à unida-
sustentável; e de de conservação:
II - comprove a realização de atividades de proteção do I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico à
meio ambiente ou desenvolvimento sustentável, preferen- sua administração e à implementação das atividades
cialmente na unidade de conservação ou no mesmo bioma. de uso comum do público, tais como visitação, recrea-
ção e turismo;
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dade de conservação, o órgão executor deve viabilizar a para a implantação do empreendimento, considerando-se
participação de pessoas físicas ou jurídicas, observando- a amplitude dos impactos gerados, conforme estabelecido
se os limites estabelecidos pela legislação vigente sobre no caput.
licitações públicas e demais normas em vigor.
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derão ser aplicados para custear as seguintes atividades: Art. 36. Apenas as populações tradicionais residentes na
unidade no momento da sua criação terão direito ao
I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de reassentamento.
proteção da unidade;
IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica Art. 38. O órgão fundiário competente, quando solicitado
para uso sustentável dos recursos naturais da unidade pelo órgão executor, deve apresentar, no prazo de seis me-
afetada. ses, a contar da data do pedido, programa de trabalho para
atender às demandas de reassentamento das populações
tradicionais, com definição de prazos e condições para a
sua realização.
Art. 34. Os empreendimentos implantados antes da edi-
ção deste Decreto e em operação sem as respectivas licen-
ças ambientais deverão requerer, no prazo de doze meses
a partir da publicação deste Decreto, a regularização junto Art. 39. Enquanto não forem reassentadas, as condições
ao órgão ambiental competente mediante licença de ope- de permanência das populações tradicionais em Unidade
ração corretiva ou retificadora. de Conservação de Proteção Integral serão reguladas por
termo de compromisso, negociado entre o órgão executor e
as populações, ouvido o conselho da unidade de conserva-
ção.
CAPÍTULO IX
§ 1º O termo de compromisso deve indicar as áreas ocupa-
DO REASSENTAMENTO DAS POPULAÇÕES TRADICIO-
das, as limitações necessárias para assegurar a conserva-
NAIS
ção da natureza e os deveres do órgão executor referentes
ao processo indenizatório, assegurados o acesso das popu-
lações às suas fontes de subsistência e a conservação
Art. 35. O processo indenizatório de que trata o art. 42 da dos seus modos de vida.
Lei nº 9.985, de 2000, respeitará o modo de vida e as fontes
de subsistência das populações tradicionais. § 2º O termo de compromisso será assinado pelo órgão
executor e pelo representante de cada família, assistido,
quando couber, pela comunidade rural ou associação
legalmente constituída.
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§ 3º O termo de compromisso será assinado no prazo máxi- Art. 42. O gerenciamento das Reservas da Biosfera será co-
mo de um ano após a criação da unidade de conservação e, ordenado pela Comissão Brasileira para o Programa ¿O Ho-
no caso de unidade já criada, no prazo máximo de dois mem e a Biosfera¿ - COBRAMAB, de que trata o Decreto de
anos contado da publicação deste Decreto. 21 de setembro de 1999, com a finalidade de planejar, coor-
denar e supervisionar as atividades relativas ao Programa.
§ 4º O prazo e as condições para o reassentamento das popula-
ções tradicionais estarão definidos no termo de compromisso.
CAPÍTULO XI
Art. 44. Compete aos conselhos deliberativos das Reservas
DAS RESERVAS DA BIOSFERA da Biosfera:
IV - reforçar a implantação da Reserva da Biosfera pela Art. 48. Fica revogado o Decreto nº 3.834, de 5 de junho de
proposição de projetos pilotos em pontos estratégicos de 2001.
sua área de domínio; e
CAPÍTULO XII
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