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MARÇO / 2009
1
1a PARTE
2
PREFÁCIO
Este material didático foi preparado pelo Professor Luiz Fernando Bovolato e pela
Professora Mariângela de Carvalho Bovolato tendo como base, principalmente, o livro de
Fuchs, Rubens Dario, Transmissão de Energia Elétrica - Linhas Aéreas, volume 1, Rio de
Janeiro, Livros Técnicos Editora / Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1977 e o livro de
Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, São Paulo,
Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa, com o objetivo
de suprir a pequena quantidade de exemplares destes livros, existentes na biblioteca e, por
estarem esgotadas todas as edições da primeira referência e a 1ª edição da segunda referência
bibliográfica citadas.
Estes livros, principalmente o primeiro citado, tratam o conteúdo da disciplina
Transmissão de Energia Elétrica em sua totalidade e com a profundidade adequada. Os
autores deste material didático desconhecem a existência de referência bibliográfica tão
completa neste assunto. Com isto desejamos registrar nosso reconhecimento e homenagem à
memória do Professor Rubens Dario Fuchs.
A segunda referência bibliográfica é um clássico e também aborda com qualidade
diversos tópicos necessários ao desenvolvimento da referida disciplina.
Pelos motivos expostos estes livros formam a base do curso ministrado e deste
material.
Finalizando desejamos registrar nossos sinceros agradecimentos aos alunos Matheus
Bernado Menossi, Rodrigo Mazo Rocha, Rafael Borges Rodrigues e as alunas Talita
Tozetto Esteves e Vanessa Rodrigues Puggina, pela colaboração na digitação deste
material. Pelo desprendimento, construção de uma vida acadêmica séria e participativa e
ainda pelo trabalho em grupo, não temos dúvidas de que serão excelentes profissionais. A
todos, o nosso muito obrigado.
Os autores
3
1. Introdução:
Centro de Consumo
Centro de Produção
ou
ou
Linha de Transmissão Distribuição de
Geração de Energia
Energia Elétrica
Elétrica
RECEPTOR
TRANSMISSOR
2. Análise qualitativa:
Considere uma linha de transmissão ideal(resistência nula – não existe perdas por efeito
Joule), perfeitamente isolada(afastada de qualquer influência externa) e imersa em um meio
dielétrico perfeito(não existe perdas de energia no dielétrico entre os condutores),
representada na figura 2.02.
Seja C[F/km] a capacitância entre condutores, L[H/km] sua indutância, ℓ[km] o seu
comprimento e R 2 um dissipador de energia colocado junto ao terminal receptor da linha.
L∆x L∆x L∆x
t=0
V R2
C∆x C∆x C∆x
ℓ[km]
Ax[km]
Aplicando-se no instante t=0, uma tensão V[kV] nos terminais 1 e 1’, esta irá aparecer
nos terminais do 1o elemento infinitesimal Δt[s] depois, e assim sucessivamente até o terminal
receptor da linha, isto porque a corrente através do elemento Δx não Lpode atingir
instantaneamente seu valor I 0 [A]. Uma vez atingido o valor I 0 [A] este se mantém constante.
Esta corrente denomina-se corrente de carga da linha.
4
Cargas elétricas dão origem a campos elétricos e a movimentação delas da origem a
campos magnéticos que se propagam do gerador para o receptor.
Define-se velocidade de propagação pela seguinte relação:
υ= [km / s] (2.01)
T
Onde:
ℓ = comprimento da linha, [km];
T = tempo para que a tensão no receptor atinja o valor V, [s].
A corrente através da seção transversal do condutor pode ser escrita como segue
I0 = V C υ (2.03)
V = I0 L υ (2.04)
Com base nas expressões (2.03) e (2.04) a impedância pode ainda ser colocada nas
seguintes formas:
1 (2.05)
Z0 = [Ω]
Cυ
Z0 = L υ [Ω] (2.06)
1
υ= (2.07)
LC
Z0 =
L
[Ω] (2.08)
C
5
Com base na expressão acima e possível concluir que a impedância independe do
comprimento da linha, dependendo do meio e das dimensões da silhueta da torre.
Assim, têm-se valores constantes para cada linha. Esta grandeza característica
denomina-se impedância natural ou impedância de surto da linha.
Desta forma, mantendo-se a tensão constante, tem-se:
V (2.09)
I0 = = cte
Z0
Isto é, a corrente também independe do comprimento da linha. Isto é óbvio uma vez que
quando a corrente de carga I 0 começa a fluir, desconhece o comprimento da linha e a forma
como é terminada.
Para cada Δt[s] gasto para energizar um trecho Δx[km], a fonte fornece a mesma
quantidade de energia dada por V I 0 Δt.
Sendo a linha ideal, não existem perdas e toda a energia será armazenada nos campos
elétrico e magnético.
I0 L ∆x
2
(2.10)
∆E m = [ W.s]
2
V C ∆x
2
(2.11)
∆E e = [ W.s]
2
∆E m = ∆E e (2.13)
6
A. Linha com resistência terminal igual a Zo: R2 = Zo
V I2 R2 = Z0
ℓ[km]
Fig. 2.03 – Representação de linha com resistência elétrica no terminal receptor de
mesmo valor da impedância natural
V V (2.14)
I0 = = I2 =
Z0 Z2
V I 0 ∆t = R 2 I 02 ∆t (2.15)
e a corrente I0 continuará tendo o mesmo valor inicial. Daí as linhas assim terminadas
serem denominadas de comprimento infinito.
Na figura 2.04 representa-se o comportamento da tensão e da corrente para esta
situação.
Tensão
V
V2
ℓ
Corrente
I0
I2
ℓ
Fig. 2.04 – Representação da tensão e corrente para uma linha terminada com R2=Z0
V I 2’ R2’ > Z0
ℓ[km]
Fig. 2.05 – Representação de uma linha com R2’ > Z0 junto ao receptor.
Nesta condição a corrente I2’ através de R2’ será menor que I0 e a potência dissipável
(I2’) R2’ será menor do que (I0)2 R2’, ou seja:
2
Assim um novo estado de equilíbrio deverá ser alcançado, pois o excesso de energia não
poderá ser dissipado instantaneamente em R2’.
A redução na corrente provoca uma diminuição na energia armazenada no campo
magnético. Este campo além de não poder armazenar o excesso de energia deve ainda ceder
parte da energia que possui armazenada. Assim, a partir do momento que I2’ começa a fluir
por R2’, o campo elétrico absorve a energia excedente, que se manifesta por uma elevação da
tensão no terminal receptor da linha acompanhada por uma redução no valor de I0, como
ilustrado pela figura 2.06 a seguir.
Tensão
aumento de tensão
ν
V
V2'
ℓ
1 2
Corrente
I0
I '2
ℓ
ν redução de corrente
Fig. 2.06 – Representação da tensão e corrente para uma linha terminada com R2’>Z0
Quando a linha está aberta junto ao receptor a resistência R2’ assume valor muito alto,
ou seja, R2’ = ∞. Neste caso tem-se:
8
2. O campo elétrico deve absorver toda a energia provocando um aumento progressivo
da tensão do receptor para o transmissor, tal que:
V2’=2 V (2.18)
I0
V I2” R2”< Z0
ℓ[km]
Neste caso a corrente I2’’ através de R2’’ será maior que I0. Em conseqüência a potência
dissipável (I2’’)2 R2’’ será maior do que (I0)2 R2’’, isto é:
Assim ocorrerá falta de energia junto ao receptor, que não pode ser suprido
instantaneamente pela fonte. O novo estado de equilíbrio somente será alcançado se esta falta
for suprida pela própria linha, as custa da energia armazenada durante o processo de
energização.
Como houve um aumento no valor da corrente, o campo magnético não pode ceder
energia e ainda deverá armazenar maior quantidade. Logo o campo elétrico cede energia.
Como conseqüência haverá redução na tensão junto ao receptor que se propaga em direção ao
terminal transmissor. A figura 2.08 ilustra o comportamento da tensão e corrente para esta
condição.
Tensão
V2 "
ℓ
ν redução de tensão
9
Corrente
aumento da corrente
ν
I0
I2”
Fig. 2.08 – Comportamento da tensão e da corrente para uma linha terminada com R2’’<
Z0.
I2’’= 2 I0 (2.21)
3. Ondas viajantes
3.1. Linha com resistência terminal maior que Zo: (R2’ > Zo)
V2 = V2 + V 2 ⇒ V' > V
' i r
(3.03)
2
V2 = V , V2 ≠ 0
i r
I2 = I2 − I2
' i r
⇒ I 2 < I0
'
(3.04)
I 2 = I0 , I 2 ≠ 0
i r
10
Graficamente, pode-se representar a tensão e a corrente conforme a figura 3.01.
Tensão
ν
V2r
V2’
V
V2i
ℓ
Corrente
Io
I i2
I 2’
ℓ
ν
I r2
Fig. 3.01 – Comportamento da tensão e da corrente para uma linha terminada com R2’ >
Z0
V2 = V2 + V2
i r
⇒ V2 = V (3.05)
V2 = V , V2 = 0
i r
I2 = I2 + I2
i r
⇒ I 2 = I0 (3.06)
i
= ,
I 2 I0 I 2
r
= 0
V
V2
ℓ
Corrente
I0
I2
ℓ
Fig. 3.02 – Representação da tensão e da corrente para uma linha terminada com R2 = Z0
3.3. Linha com resistência terminal menor que Zo: (R2’’ < Zo)
11
Para esta condição pode-se escrever:
V 2 = V 2 − V 2 ⇒ V '' < V
'' i r
(3.07)
2
V2 = V , V2 ≠ 0
i r
I 2 = I 2 + I 2 ⇒ I'' > I0
'' i r
(3.08)
2
I 2 = I0 , I 2 ≠ 0
i r
V V2i
V2" ℓ
ν V2r
Corrente
ν I r2
I "2
I0
I i2
ℓ
2
Fig. 3.03 – Representação da tensão e da corrente para uma linha terminada com R2’’ <
Z0
Observa-se nos resultados acima que, em qualquer uma das três situações analisadas, as
ondas refletidas de tensão têm sempre sinais contrários aos das ondas reversas de corrente.
Em qualquer das situações analisadas as ondas incidentes e refletidas gozam das
mesmas propriedades, isto é:
Vxi Vxr
= = Z0 (3.09)
I ix I rx
Entretanto, em uma linha terminada com R2 ≠ Z0, para a relação entre a tensão e a
corrente, em qualquer ponto ao longo da linha, verifica-se o resultado representado pela
expressão mostrada a seguir:
Vx = Vx ± Vx ≠
i r
(3.10)
Z0
I x Iix I rx
12
Conhecida a impedância natural( Z0 ) de uma linha e sendo Z2 o valor da impedância em
seu terminal receptor é possível obter a amplitude das ondas refletidas, junto a este terminal,
em função das amplitudes das ondas incidentes através das expressões que se seguem.
Z 2 − Z0 i (3.11)
V2 =
r
V2
Z 2 + Z0
Z0 − Z 2 i (3.12)
I2 =
r
I2
Z 2 + Z0
Fazendo-se:
Z 2 − Z0
Kv2 = (3.13)
Z 2 + Z0
Z 0 − Z2
KI2 = (3.14)
Z 0 + Z2
= V2 + V2 I2 = I2 + I2
' i r ' i r
V2
= V2 + K v 2 V2 I2 = I2 + K I 2 I2
' i i ' i i
V2
= V+V I 2 = I0 − I0
'
V'2
V'2 = 2V I2 = 0
'
V2
"
= V2 + V2
i r
I"2 = Ii2 + Ir2
"
V2 = V2 + K v 2 V2
i i
I"2 = Ii2 + K I 2 I2
i
13
3. Linha com impedância de mesmo valor da impedância natural junto ao receptor:
Z2 = Z0
Com base nas equações (3.13) e (3.14), tem-se: KV2 = 0 e KI2 = 0
Para este caso pode-se escrever:
V2 = V2 + V2 I2 = I2 + I2
i r i r
V2 = V2 + K v 2 V2 I2 = Ii2 + K I 2 I2
i i i
V2 = V I 2 = I0
Z i − Z0
K vi = e K Ii = − K Vi
Z i + Z0
Para uma fonte ideal, cuja impedância interna é nula( Z1 = 0 ), resulta: KV1 = - 1 e KI1 =
+1
O fenômeno só foi observado durante o período de tempo em que as ondas viajam pela
primeira vez do gerador ao receptor. As ondas refletidas no receptor quando chegam ao
transmissor como ondas incidentes, dependendo das condições aí existentes, são refletidas
com sinal e amplitude que são função da impedância da fonte. O processo, como observado é
transitório, com as tensões e correntes variando em torno de seus valores de regime, que, no
caso de linhas e fontes ideais, só seria atingido teoricamente após um tempo infinito.
Nos casos reais, as resistências presentes provocam amortecimento e os valores de
regime são alcançados mais rapidamente. O estudo que acabou de ser realizado encontra larga
aplicação no estudo dos surtos de sobretensões em sistemas elétricos.
4. Diagrama de Bewley-Lattice
Considere uma linha com impedância natural Z0. Suponha ainda que a fonte apresenta
uma impedância interna Zs e que Zr é a impedância no outro extremo da linha conforme figura
(4.01) a seguir.
14
Para os terminais 1 e 2 da linha pode-se escrever:
Zs − Z 0 Zr − Z0
K v1 = K v2 = (4.01)
Zs + Z0 Zr + Z0
2T
3T
4T
5T
5,5T
6T
6,5T
7T
8T
t t
Fig. 4.02 – Diagrama de Bewley-Lattice para o circuito representativo da linha.
O tempo definido pela variável T é aquele gasto pela onda para deslocar-se de um
extremo ao outro da linha, sendo definido pela expressão:
T = / υ[s] (4.02)
Sendo:
= comprimento da linha, [km];
υ = velocidade de propagação da onda, [km / s].
O conceito do diagrama de Lattice pode ser estabelecido a partir da análise de uma onda
propagando-se sobre uma linha sem perdas, conforme figura 4.03.
15
F (x,t)
x=0 x= ℓ
x1
x+
16
A partir do diagrama de Lattice é possível obter por inspeção os seguintes perfis:
1
Para a figura 4.02 a tensão em t = 5,5T e x = vale:
4
1 2 2 2
V ; 5,5T = V1 + K V 2 + K V1K V 2 + K V1 K V 2 + K V1 K V 2
4
3
Para t = 6,5T e x = , tem-se:
4
3 2 2 2 2 3
V ; 6,5T = V1 + K V 2 + K V1K V 2 + K V1 K V 2 + K V1 K V 2 + K V1 K V 2
4
5. Análise matemática
v (x,t) v (x+∆x,t)
g∆x C∆x
Sendo:
17
Entre os extremos do elemento existe uma diferença de potencial, definida por:
∂v
∆x (5.01)
∂x
∂v ∂i
− ∆x = r∆x i + L∆x (5.02)
∂x ∂t
∂i
O sinal negativo é usado porque valores positivos de i e fazem o valor de v
∂t
decrescer.
Dividindo a expressão anterior por ∆x , obtém-se:
∂v ∂i
− =r i+L (5.03)
∂x ∂t
Por analogia com a expressão (5.03) pode-se escrever a equação para a corrente:
∂i ∂v
− = gv+C (5.04)
∂x ∂t
Onde:
g v - é a corrente de deslocamento através do dielétrico;
∂v
C - é a corrente de deslocamento através da capacitância devido à variação da
∂t
tensão.
∂2v ∂i ∂ 2i
− 2 =r +L (5.05)
∂x ∂x ∂x∂t
∂ 2i ∂v ∂2v
− =g +C 2 (5.06)
∂x∂t ∂t ∂t
∂2v ∂i ∂ 2i
− =r +L 2 (5.07)
∂x∂t ∂t ∂t
∂ 2i ∂v ∂2v
− = g + C (5.08)
∂x 2 ∂x ∂x∂t
18
∂2v ∂v ∂2v
= rg v + (rC + Lg ) + LC (5.09)
∂x 2 ∂t ∂t 2
∂ 2i ∂i ∂ 2i
= rg i + (rC + Lg ) + LC (5.10)
∂x 2 ∂t ∂t 2
As equações (5.09) e (5.10) são as equações diferenciais gerais das linhas e suas
soluções representam ondas viajantes ou progressivas que se deslocam ao longo da linha com
velocidade υ .
Da análise das linhas de transmissão, é de grande interesse conhecer seu comportamento
face a impulsos e face às correntes e tensões senoidais. Assim procura-se por soluções no
domínio do tempo, para o estudo das ondas de impulso, e no domínio da freqüência, para o
estudo das linhas alimentadas por grandezas senoidais. Aqui será dado enfoque à solução no
domínio da freqüência.
• •
Sendo estas grandezas senoidais representáveis por seus fasores V x e I x , possibilita
que as equações sejam escritas como segue:
• • •
d2 Vx • d2 Vx
= r g V x + (r C + L g )
d Vx
+ LC (5.13)
dx 2 dt dt 2
• • •
d2 Ix • d2 Ix
x + (r C + L g )
d Ix
= r g I + L C (5.14)
dx 2 dt dt 2
d
Lembrando que = j ω , tem-se:
dt
•
d2 Vx • • •
= r g V x + (r C + L g ) j ω V x + L C ( j ω )2
V x (5.15)
dx 2
•
d2 Ix • • •
= x + (r C + L g ) jω I x + L C ( jω) I x
2
r g I (5.16)
dx 2
Logo,
19
•
d2 Vx • • • •
= (r + j ω L ) (g + j ω C ) V x = z y V x (5.17)
dx 2
•
d2 Ix • • • •
= (r + j ω L )(g + j ω C ) I x = z y Ix (5.18)
dx 2
• • •• • ••
+x zy
V x = A1 e + A 2 e −x zy
(5.19)
1 • +x
• •• • ••
−x zy
Ix = − A2 e
zy
•
A1 e (5.20)
z
•
y
• •
As constantes A1 e A 2 tem dimensão de tensão. Tomando-se o receptor da linha
como referência para a medida das distâncias, tem-se:
No terminal receptor x = 0 e:
• •
V x = V2 (5.21)
• •
Ix = I2 (5.22)
• • •
V 2 = A1 + A 2 (5.23)
• 1 • •
I2 = A 1 − A 2 (5.24)
•
z
•
y
•
• • z
V2 + I2 •
• y
A1 = = A1 e j Ψ1 (5.25)
2
20
•
• • z
V2 − I2 •
• y
A2 = = A 2 e j Ψ2 (5.26)
2
Assim:
• •
• • z • • z
V2 + I2 •
V2 − I2 •
• •• ••
y +x zy y −x z y
Vx = e + e (5.26)
2 2
• •
• • • •
V z z
2 + I2 V2 − I2
• •
1 zy
• •• ••
y +x z y y −x
Ix = − (5.27)
•
e e
2 2
z
•
y
Estas são as equações gerais e exatas das linhas de transmissão alimentadas por
correntes alternadas senoidais em regime permanente. Com estas equações é possível
determinar a tensão e a corrente em qualquer ponto x ao longo do comprimento da linha em
função das condições existentes em seu terminal receptor e que determinam o comportamento
da mesma.
•
γ=
• •
zy = (r + j ω L ) (g + j ω C) = α + j β (5.28)
•
α = ℜe{γ} =
1
2
[(
rg − ω 2 LC + ) (r 2
)(
+ ω 2 L2 g 2 + ω 2 C 2 )] [Neper/km] (5.29)
β = ℑm{γ} =
•
2
[(
1 2
ω LC − rg + ) (r 2
)(
+ ω 2 L2 g 2 + ω 2 C 2 )] [rd/km] (5.30)
21
Assim as funções exponenciais complexas podem ser escritas como segue:
• • •
±x z y
e = e ± x γ = e ± α x e ± jβ x (5.31)
•
• z r + j ωL
Zc = •
= [Ω] (5.32)
g + j ωC
y
•
V x = A1 e + α x e + j (β x + Ψ1 ) + A 2 e − α x e − j (β x −Ψ2 ) (5.33)
• A1 + α x + j (β x + Ψ1 − δ ) A 2 − α x − j (β x −Ψ2 − δ )
Ix = e e − e e (5.34)
Zc Zc
Seus valores instantâneos podem ser obtidos através das seguintes expressões:
•
v x = Im{ Vx 2 e j ωt } (5.35)
•
i x = Im{ I x 2 e j ωt } (5.36)
22
Logo, resulta:
v ix = 2 A1 e + α x sen[(ω t + β x ) + Ψ1 ] (5.39)
ℓ
Fig. 5.02 – Representação de pontos de observação ao longo do comprimento da linha.
v i a = 2 A1 e + α a sen[(ω t + β a ) + Ψ1 ] (5.40)
v i b = 2 A1 e + α b sen[(ω t + β b ) + Ψ1 ] (5.41)
2 A1 e + α a < 2 A1 e + α b ⇔ (a < b)
Com base nas verificações precedentes, pode-se afirmar que o ponto desloca-se
descrevendo uma exponencial crescente.
23
A figura 5.03 mostrada a seguir ilustra esta situação (Fonte: figura 3.12. – página 78:
Fuchs, Rubens Dario, Transmissão de Energia Elétrica - Linhas Aéreas, volume 1, Rio de
Janeiro, Livros Técnicos Editora/Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1977 )
V [m/s]
t1 t2 t3
P P P
x=l x=0
+x
Diante das verificações realizadas pode-se concluir que as ondas são senoidais viajantes
e atenuadas exponencialmente.
24
i
v
r
v
Fig. 5.04 – Onda estacionária, resultante da composição das ondas viajantes, sendo uma
direta e a outra reversa.
O comprimento de onda (λ) de uma linhaé definido como a menor distância entre dois
pontos em uma onda senoidal, na direção de propagação, cujas fases de oscilação estejam
separadas de 2 π .
{ω t + β (x + λ ) + Ψ1 } − {ω t + β x + Ψ1 } = 2 π
2π
βλ = 2π => λ= [km]
β
ω 2πf λ
υ= = = λf = (5.42)
β β T
25
Sendo f [Hz] a freqüência.
Como já visto
1
υ= (5.43)
LC
1
λ= (5.44)
f LC
• •
⋅ ⋅
•
• V 20 + γ x −γx
V x0 = e +e
2 (5.45)
•
V 20 + γ• x •
⋅ ⋅
•
−γx
I x0 = •
e −e
(5.46)
2 Zc
[ ]
• V 20 + α x
V x0 = e (cos β x + j sen β x ) + e − α x (cos β x − j sen β x ) (5.47)
2
•
26
Na figura 5.05 mostra o diagrama polar das tensões para uma linha de transmissão de
comprimento λ em vazio e, em plano cartesiano, a variação das tensões ao longo da linha.
λ
4
λ λ
2
3λ
4
V20
λ λ 3λ
4 2 λ
4
λ λ λ λ
4 4 4 4
P/transmissor
+x
27
Na figura 5.06 está representado o diagrama polar das correntes, juntamente com o
diagrama cartesiano da variação das correntes ao longo do comprimento da linha.
λ
4
λ λ
2
3λ
Corrente
4
λ λ 3λ
4 2 4 λ
λ λ λ λ
4 4 4 4
Nos pontos caracterizados por λ/4, λ/2, 3λ/4 e λ estão indicados os valores de tensão que
devem ser aplicados aos transmissores das linhas de comprimentos λ/4, λ/2, 3λ/4 e λ para que
•
se tenha V 20 nos respectivos terminais receptores.
Verifica-se, a partir dos gráficos, que para uma linha em vazio e de comprimento
próximo de λ/4 a tensão aumenta significativamente ao longo da linha com relação à tensão
aplicada, atingindo o valor máximo junto ao receptor. À medida que o comprimento da linha
aumenta para além de λ/4 a diferença entre os valores das tensões, aplicadas no transmissor e
observadas no receptor, vai diminuindo progressivamente, tornando-se mínima para λ/2.
A corrente de carga da linha também aumenta continuamente até λ/4, quando passa a
decrescer até ser mínima para λ/2.
Assim as linhas com comprimento físico próximo λ/4 êm
tde comportamento
indesejável quando operam em vazio ou com pequenas cargas.
O aumento da tensão no receptor com relação à tensão no transmissor denomina-se
efeito FERRANTI.
28
As principais conseqüências do efeito Ferranti, que diminuem à medida que a potência
no receptor aumenta, podem ser controladas com as medidas apresentadas a seguir:
• i • r
V x0 V x0 •
= = Zc (5.49)
•i •r
I x0 I x0
Esta situação não existe na prática, pois a proteção deve atuar. Para esta condição tem-
se V2c = 0, logo às equações gerais tornam-se:
• •
I 2c Z c + γ• x
⋅ ⋅
• •
V xC = e − e − γ x (5.50)
2
• ⋅
⋅
•
• I 2c + γ• x −γx
I xC = e +e
2 (5.51)
• •
[ ]
• I Zc + α x
V xC = 2c e (cos β x + j sen β x ) − e − α x (cos β x − j sen β x ) (5.52)
2
29
Comparando essas equações ( (5.52) e (5.53) ) com suas correspondentes para linhas
abertas no receptor ( (5.47) e (5.48) ), verifica-se que, guardadas as devidas proporções, o
diagrama polar das tensões terá comportamento similar ao das correntes em vazio e o
diagrama das correntes em curto-circuito terá comportamento idêntico ao das tensões em
vazio.
O exame das equações revela ainda que:
• i • r
V xc V xc •
= = Zc (5.54)
•i •r
I xc I xc
Nesse caso as equações são analisadas com base na variação de sua impedância
terminal, que representa a carga. Anteriormente verificou-se que o comportamento da linha
•
sob carga dependia fundamentalmente da relação entre a impedância no receptor da linha Z 2
•
e a da sua impedância característica Z c .
• • • • • •
Têm-se três casos a considerar: Z 2 = Z c , Z 2 > Z c e Z 2 < Z c
• •
a) Linha terminada com: Z 2 = Z c
• • •
Levando-se I 2 por V 2 / Z c na equação geral da tensão (5.26), obtém-se:
• • •
V x = V2 e+ γ x (5.55)
• • •
Analogamente substituindo V 2 por I 2 Z c na equação geral da corrente (5.27), resulta:
• • •
+γ x
Ix = I2 e (5.56)
• •
V x = V 2 e + α x (cos β x + j sen β x )
• •
(5.57)
+αx
Ix = I2 e (cos β x + j sen β x )
• •
Vx V2 jφ
•
= •
= Zc e jδ = Z 2 e 2 (5.58)
Ix I2
• • •
∗
S 2 = P2 + jQ 2 = V 2 I 2 [VA] (5.59)
Sendo
• •
Z 2 = Zc = Zc e jδ (5.60)
•
Considerando V 2 como referência, tem-se:
•
• V2 V2 e j 0
I2 = •
= jδ
= I 2 e − jδ (5.61)
Zc Zce
• V2 2 j δ
S 2 = V2 I 2 e j δ = e [VA] (5.62)
Zc
V2 2
•
P2 = ℜe{S 2 } = cos δ [W ] (5.63)
Zc
V2 2
Pc = cos δ [w] (5.64)
Zc
Em geral o ângulo δ situa -se entre 1° e 5°- é função das perdas na linha. Em
conseqüência, cos δ ≅ 1 e considerando ainda que Zc ≅ Zo, define-se potência natural por:
V2 2
P0 = [W] (5.65)
Z0
P03φ = 3 V2 I 2 = 3 V2 L I 2 (5.66)
31
Lembrando que:
V2 V22L
I2 = = 5.67)
Z0 3 Z0
Resulta:
V2 L 2
P03φ = (5.68)
Z0
Configuração Z0 P03φ [ MW ]
da Fase [Ω] 220 kV 345 kV 400 kV 500 kV 750 kV
400 120 300 400 - -
320 150 370 500 780 -
280 170 425 570 890 1 750
240 200 500 670 1 040 2 000
Para linhas a circuito duplo, duplicar os valores de P03φ
32
As grandes linhas, devido à facilidade de controle do fator de potência junto aos locais
de consumo, podem operar com fator de potência unitário, por ser, em geral, mais econômica
a produção de energia reativa no local de consumo do que seu transporte a grandes distâncias.
Assim, existe a tendência de exprimir a potência transmitida em função da potência natural da
linha.
P
P0
Fig. 5.07 – Geração e consumo de energia reativa pelas linha de transmissão(Fonte: figura
3.17 – página 92: Fuchs, Rubens Dario, Transmissão de Energia Elétrica - Linhas Aéreas,
volume 1, Rio de Janeiro, Livros Técnicos Editora / Escola Federal de Engenharia de Itajubá,
1977)
• •
b) Linha terminada em: Z 2 ≠ Z 0
Sendo P0 a potência entregue no receptor de uma linha terminada com sua impedância
natural Z0. Junto a este terminal tem-se:
V2 = Z 0 I 0 (5.70)
Resulta:
V22
P0 = = V2 I 0 (5.71)
Z0
Resulta
V2 = Z 2 I 2 (5.72)
33
Portanto
V22
P2 = = V2 I 2 (5.73)
Z2
P2 I 2 Z 0
= = =k (5.74)
P0 I 0 Z 2
• • • • • •
Introduzindo as expressões I 2 = V 2 / Z 2 , V 2 = Z 2 I 2 e k = Zo / Z 2 nas equações gerais da
tensão e da corrente tem-se como resultado:
• • •
• V2 •V2 •
V2 •
I2 = •
⇒ Vx = (1 + k )e + γ x + (1 − k )e − γ x (5.75)
2 2
Z2
• •
• • • • • •
I2 1 + γ x I2 1 − γx
V 2 = Z2 I2 ⇒ I x = + 1 e + 1 − e (5.76)
2 k 2 k
P2 < P0
• •
b1) Quando Z 2 > Z o
k <1
P2 > P0
• •
b2) Quando Z 2 < Z o
k >1
Neste caso observa-se que ocorre troca de sinal para a componente refletida da tensão,
indicando que a onda de tensão refletida se da com sinal contrário ao da onda incidente e a
componente refletida da corrente mantém o sinal, ou seja, a onda refletida de corrente ocorre
com o mesmo sinal da onda incidente.
A figura 5.08 ilustra o comportamento das reflexões para diferentes condições
terminais.
34
+1
r
I r = Ii V = Vi
Zc
tensão
Z2 < Z0 Z2 > ZC
Z2
Z2 = 0 Z2 ∞
r
V = -Vi corrente I r = − Ii
-1
Fig.5.08 - Variação da polaridade e valor das ondas refletidas de tensão e corrente nas
linhas de transmissão em função da variação da impedância no terminal receptor (Fonte:
figura 3.18 – página 94: Fuchs, Rubens Dario, Transmissão de Energia Elétrica - Linhas
Aéreas, volume 1, Rio de Janeiro, Livros Técnicos Editora / Escola Federal de Engenharia de
Itajubá, 1977).
Os diagramas polares das tensões e correntes das ondas incidentes e refletidas são
igualmente representados por espirais logarítmicas, sendo uma progressiva e a outra
regressiva, respectivamente. Os diagramas destas grandezas são determinados pela soma ou
subtração dos fasores que representam os valores das ondas incidentes e refletidas para um
determinado valor x.
Para linhas sem perda (α = 0) as espirais se transformam em circunferências. Os
diagramas das tensões e correntes, nesse caso, serão também figuras fechadas.
O ângulo de potência θ entre as tensões no início e fim da linha varia com a potência
entregue no receptor e pode ser determinado a partir da figura 5.09, a seguir.
• r
− Vxr
Vx
•
Vx
• r • r
Vx Vx
35
Na figura 5.09, fazendo-se a projeção dos fasores sobre o eixo horizontal, obtém-se:
i r
Vx i cos θ i = Vx i cos βx i ± Vx i cos βx i (5.77)
Logo
i
V ± Vr
x
θ i = arc cos i
xi
Vx i cos βx i (5.78)
Verifica-se, a partir da figura 5.09 que o ângulo de potência da linhaθ)( cresce com o
aumento da potência ativa transmitida.
+ γ• − γ• • +γ − −γ
• •
•
e +e
•
•
e e [kV]
V1 = V2 + I 2 Z c (6.01)
2 2
•
+ γ• − γ• + γ• − γ•
•
e +e
•
V 2 e −e
I1 = I 2
2 + • 2 [A] (6.02)
Zc
Onde:
• •
V1 e I1 - tensão entre fase e neutro e corrente na fase, junto ao transmissor;
• •
V2 e I 2 – idem, junto ao receptor;
ℓ – comprimento da linha.
• • • • • •
V1 = V2 cosh ( γ ) + I 2 Z c senh ( γ ) (6.03)
36
•
• • • V2 •
I1 = I 2 cosh ( γ ) + •
senh ( γ ) (6.04)
Zc
•
Considerando que γ = α + j β , tem-se:
•
cosh ( γ ) = cosh(α) cos(β) + j senh (α)sen (β) (6.05)
•
senh ( γ ) = senh (α) cos(β) + j cosh(α)sen (β) (6.06)
• • • • • • •
Tem-se também que: γ = z y = Z Y , sendo Z e Y a impedância e a admitância
totais da linha. Desta forma tem-se:
• • • • • •
• • • ( Z Y )2 ( Z Y )4 ( Z Y )6
cosh ( γ l) = cosh( Z Y ) = 1 + + + + ... (6.07)
2! 4! 6!
• • • • • •
• • • • • ( Z Y )3 ( Z Y )5 ( Z Y )7
senh ( γ l) = senh ( Z Y ) = ZY + + + + ... (6.08)
3! 5! 7!
Maior ou menor precisão pode ser alcançada em função do número de termos das séries
consideradas.
Neste caso considera-se apenas o primeiro termo das séries (6.07) e (6.08). Levando
esta condição nas equações gerais (6.03) e (6.04) e ainda a expressão da impedância
característica, colocada em função da impedância e da admitância totais da linha, conforme
equação (6.09), ou seja:
•
• z • •
Zc = •
= Z Y (6.09)
y
Resulta:
• • • • • • • • • •
V1 = V2 + I 2 Z Y Z Y = V2 + I 2 Z (6.10)
• • • • • • • • • •
I1 = I 2 + V2 Y Z Z Y = V2 Y + I 2 (6.11)
• • •
Como produto V2 Y é bastante pequeno quando comparado com I 2 , o modelo
matemático das linhas curtas fica representado pelas expressões (6.12), dadas a seguir.
37
• • • •
V1 = V2 + I 2 Z (6.12)
• •
I1 = I 2
• • •
I1 = I 2 Z
• •
V1 V2
• •
Sendo: Z = z = r + j x l = R + j X l
Neste caso os dois primeiros termos da série devem ser considerados, isto porque para
estas linhas o segundo termo não é insignificante se comparado ao primeiro.
A partir das equações gerais, substituindo-se as funções hiperbólicas pelos dois
primeiros termos da série correspondente e, rearranjando é possível chegar-se ao modelo
matemático para estas linhas, entretanto neste processo ocorrem simplificações de difícil
compreensão. Assim, para estas linhas o caminho mais lógico é propor os circuitos
equivalentes e a partir deles obter os respectivos modelos matemáticos.
Dois circuitos equivalentes podem representar bem as linhas classificadas como médias.
São eles
38
6.2.1. Circuito T
• α G B β •
•
V1 V2
Y •
V
•
•
Z• •
Malha α: − V1+ I1 + V = 0 (6.13)
2
•
Z•• •
Malha β: − V + I 2 + V2 = 0 (6.14)
2
• • • •
Nó A: I1 − Y V − I 2 = 0 (6.15)
•
• Z• •
V = I 2 + V2 (6.16)
2
• •
• • •
ZY •
I1 = Y V 2 + 1 + I2 (6.17)
2
• • • •
•
•
ZY ZY • •
V1 = 1 + V 2 + 1+ Z I2 (6.18)
2 4
39
6.2.2. Circuito π-nominal
• B B
V1 G
2 α G
2
•
V2
2 2
Y
Y
2 2
Fig. 6.04 – Circuito π-nominal para uma linha de transmissão de energia elétrica.
•
• Y• •
Nó 1: I1 − V 1 − I = 0 (6.19)
2
•
• Y• •
Nó 2: I − V2 − I2 = 0 (6.20)
2
• • • •
Malha α: − V1 + Z I + V 2 = 0 (6.21)
•
• Y • •
I = V2 + I2 (6.22)
2
• •
•
ZY • • •
V1 = 1 + V2 + Z I2 (6.23)
2
• • • •
•
•
ZY • • 1 + Z Y I 2
I1 = 1 + Y V2 + (6.24)
4 2
40
Embora os resultados com os dois modelos estejam bastante próximos, o mais
empregado é oπ -nominal pois não introduz barras fictícias no sistema. Ainda para estes
circuitos, a representação dos parâmetros continua a ser na forma concentrada.
As linhas enquadradas nos limites estabelecidos a seguir podem ser representadas por
estes modelos.
Os modelos para estas linhas são empregados quando aqueles das situações anteriores
não forem suficientemente precisos para os fins desejados. Neste caso as equações exatas das
linhas devem ser empregadas. A representação, nesse caso, é a parâmetros distribuídos. As
equações encontram-se reescritas a seguir.
• • • • • •
V1 = V2 cosh ( γ ) + I 2 Z c senh ( γ )
•
• • • V2 •
I1 = I 2 cosh ( γ ) + •
senh ( γ )
Zc
Admitindo-se inicialmente que o circuito π possa ser empregado para representar estas
linhas e considerando que, para representar a linha pelo modelo π e levar em conta que os
paramentos, neste caso, devem ser considerados distribuídos, correções devem ser
introduzidas.
• •
Assim, sejam Z' e Y' a impedância série e admitância em derivação totais corrigidas da
linha. Nestas condições, pode-se escrever:
• •
•
Z' Y' • • •
V1 = 1 + V 2 + Z' I 2 (6.25)
2
Comparando-se a equação (6.25) com sua correspondente exata para a tensão, isto é,
equação (6.03), tem-se:
• •
• Z' Y'
cosh ( γ ) = 1 + (6.26)
2
• • •
Z c senh ( γ ) = Z' (6.27)
• •
cosh ( γ ) − 1 Y'
•
= (6.28)
2
Z'
41
• •
cosh ( γ ) − 1 Y'
• •
= (6.29)
2
Z c senh ( γ )
Como
• •
cosh ( γ ) − 1 γ
•
= tanh (6.30)
2
senh ( γ )
Resulta
• •
Y' 1 γ
= •
tanh (6.31)
2 2
Zc
Lembrando que:
• • •
Zc = Z Y (6.32)
e ainda que
• • • • •
γ = z y = Z Y (6.33)
Resulta:
• • • • •
Y' Y γ ZY
= •
tanh × •
2 2
Z γ
Logo
• • •
Y' Y γ
= • tanh (6.34)
2 2
γ
•
• γ•
tanh
Y' Y 2
= •
[S] (6.35)
2 2
γ
2
42
Substituindo-se as equações (6.32) e (6.33) na expressão (6.27), tem-se;
• • •
Z • ZY •
•
senh ( γ ) × •
= Z'
Y γ
Logo
•
• • senh ( γ )
Z' = Z •
[Ω] (6.36)
γ
Uma linha de transmissão pode ser representada por um circuito contendo quatro
terminais conforme a figura 7.01.
• •
I1 1 2 I2
• •
V1 V2
1 2
a) Devem possuir apenas uma entrada e uma saída, representadas por dois pares de
terminais, podendo um dos terminais vir a ser comum a ambos os pares;
b) Devem ser passivos, isto é, sem fontes de tensão;
43
c) Devem ser lineares, ou seja, o sinal de saída tenha a mesma forma do sinal da entrada
– impedância e admitância constantes independente da tensão e corrente aplicada;
d) Devem ser bilaterais, isto é, a resposta de um sinal aplicado a um dos terminais deve
ser a mesma se o sinal for aplicado ao outro terminal – exclui retificadores de corrente.
• • • •
Considerando-se V2 e I 2 como variáveis independentes, V1 e I1 como variáveis
dependentes, pode-se escrever.
• • • •
V1 = A•
B V2
• (7.01)
C D •
•
1
I I2
Ou ainda.
• • • • •
V1 = A V 2 + B I 2
• • • • •
(7.02)
I1 = C V 2 + D I 2
• • • •
As constantes A , B , C e D do quadripolo gozam das seguintes propriedades:
• •
A=D
• • • •
A D − B C =1
As constantes generalizadas, dos diferentes tipos de linhas, podem ser obtidas por meio
da comparação direta dos modelos matemáticos dessas linhas com o modelo matemático
representativo de um quadripolo.
44
• • • • •
A = D =1 ; B= Z ; C=0
7.1.2.1. Modelo T
• •
• •
•
• •
• • ZY ZY •
A = D =1 + ; B = 1+ Z; C=Y
2 4
• •
• •
• • •
• • ZY ZY •
A = D =1 + ; B= Z ; C = 1+ Y
2 4
• • • • • • • 1 •
A = D = cosh ( γ ) ; B = Z c senh ( γ ) ; C= •
senh ( γ )
Zc
•
A = a 1 + j a 2 = A e jβ A
•
B = b 1 + j b 2 = B e jβ B
•
C = c 1 + j c 2 = C e jβ C
• •
D = d 1 + j d 2 = D e jβ D = A
45
Estando as constantes representadas na forma cartesiana e polar e, considerando ainda a
equação da tensão do quadripolo, é possível construir o diagrama fasorial para o quadripolo
em carga.
•
Tomando a tensão V2 na referência e sendo a carga considerada indutiva, o diagrama
vetorial toma a forma mostrada na figura 7.02:
I
B
V 1
2
I V b 2 I 2
V
C 1 ϕ1 A 2
2 b1I 2
c2V 2
θ
a 2V
a 1V 2
2
V
c1 V 2
2 ϕ2 I
D 2
d 2 I 2
d1I 2
• •
1. Para uma linha operando em vazio a equação da tensão fica reduzida a A V2 . Esse é
•
o valor da tensão no transmissor para garantir a tensão V2 no receptor em vazio.
• • •
A componente a 1V 2 está em fase com V2 e a componente a 2 V 2 é a parcela
necessária a manutenção do campo elétrico.
• •
2. Para uma linha em vazio a equação da corrente fica reduzida a C V 2 que representa a
•
corrente de carga da linha. O produto c1 V 2 representa a componente da corrente através da
•
condutância g e c 2 V 2 representa a componente da corrente através da susceptância
capacitiva b. O argumento é, em geral, maior do que 90°;
• •
3. Para uma linha em curto-circuito a equação da tensão se reduz a B I 2 . Este é o valor
• •
da tensão no transmissor para assegurar a circulação de I 2 no receptor. A componente b1 I 2
•
representa a queda de tensão na resistência série e b 2 I 2 a queda de tensão na reatância
indutiva;
• •
4. Para uma linha em curto-circuito a equação da corrente fica reduzida a D I 2 . Esse é o
valor da corrente absorvida pela linha junto ao transmissor quando alimentada pela tensão
• • • •
B I 2 . A componente d1I 2 = a 1 I 2 representa a componente da corrente de curto-circuito que
• •
produz a queda de tensão na resistência série e d 2 I 2 = a 2 I 2 a componente da corrente de
curto-circuito que provoca queda de tensão na reatância indutiva.
•
Fig. 7.03 – Componente real da constante A (Fonte: figura 6.7. – página 108:
Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, São Paulo, Editora
McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
•
O módulo da constante A decresce com o aumento do comprimento da linha, valendo
1(um) para linhas curtas e aproximadamente 0(zero) para linhas com comprimento físico
igual a λ/4. Volta a crescer para valores de ℓ maiores que λ/4, tornando-se maior que a
unidade para ℓ = λ/2;
•
Fig. 7.04 – Componente imaginária da constante A (Fonte: figura 6.8. – página 108:
Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, São Paulo, Editora
McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
47
•
Fig. 7.05 – Componente real da constante B , por unidade de Zc (Fonte: figura 6.9. –
página 109: Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, São
Paulo, Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
•
Fig. 7.06 – Componente imaginária da constante B , por unidade de Zc (Fonte: figura
6.10. – página 109: Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência,
São Paulo, Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
48
•
Fig. 7.07 – Componente real da constante C , por unidade de Zc (Fonte: figura 6.11. –
página 110: Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, São
Paulo, Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
•
Fig. 7.08 – Componente imaginária da constante C , por unidade de Zc (Fonte: figura
6.12. – página 110: Stevenson Jr., William D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência,
São Paulo, Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda, 1974, 1ª Edição em língua portuguesa)
49
7.3.1. Impedância série
I = I
a b
Z s
V
V
a b
• • • •
Va = Vb + I b Z S (7.03)
• •
Ia = Ib
• • • • •
A = D =1 ; B = ZS ; C=0
Considere a situação da figura 7.10., onde está representada uma admitância transversal.
I I
a b
V
V
a Y p b
• •
Va = Vb
(7.04)
• • • •
I a = Yp Vb + I b
50
• • • • •
A = D =1 ; B = 0; C = Yp
7.3.3. Transformadores
7.3.3.1. Circuito T
I I
a Z t Z t b
2 2
Y
V
t
V
a b
Para esse circuito, por semelhança com o circuito T para linhas, as equações são dadas
por:
•
• • • • • • •
V a = 1 +
Z t Y t V b + 1 + Z t Y t Z I b (7.05)
2 4 t
•
•
•
•
• •
I a = Yt V b + 1 +
Z t Y t I b (7.06)
2
• •
• •
•
• • • • •
A = D =1 +
Z t Yt
; B = 1 + t t
Z Y Z ; C = Yt
2 4 t
51
7.3.3.2. Circuito Γ
Ia
Z Ib
A Z tt
V t
YY α
V
a t b
(a)
(b)
Ligação(a)
• • • • • • • •
Malha α: − Va + Z t I b + Vb = 0 → Va = Vb + Z t I b (7.07)
• • • • • • • •
Nó A: I a − Yt Va − I b = 0 → I a = Yt Va + I b (7.08)
• • • • • •
I a = Yt Vb + (1 + Yt Z t ) I b (7.09)
52
Ligação(b)
• • • • • • • •
Malha α: − Va + Z t I a + Vb = 0 → Va = Vb + Z t I a (7.10)
• • • • • • • •
Nó A: I a − Yt Vb − I b = 0 → I a = Yt Vb + I b (7.11)
• • • • • • • •
A = (1 + Yt Z t ) ; B = Zt ; C = Yt ; D= 1
EXERCÍCIO
a. Em cascata;
b. Em paralelo;
c. Em série.
Outras maneiras de associar quadripolos podem ser obtidas pela combinação das três
formas básicas. Na análise de sistemas de energia elétrica o maior interesse recai nas duas
primeiras maneiras.
I I I
S R
A
B
A
B
1 1 2 2
V
V
V
S R
C
D
C
D
1 1 2 2
53
Com base na figura e na expressão (7.01) definidas para o quadripolo, pode-se escrever:
• • • •
• A• • •
VS = A1 B1 V V 2 B 2 VR
• (7.13) e • = (7.14)
• • •
I I C
• •
•
I S C1 D1 2 D2 IR
• • • • • •
VS = A1 B1 A2 B 2 VR
(7.15)
• • •
• •
•
I S C1 D1 C2 D2 IR
•
• A •
B VR
•
V
S =
•
• • •
I S C D I R
Onde:
• • • • •
A = A1 A 2 + B1 C 2
• • • • •
B = A1 B 2 + B1 D 2
• • • • •
C = C1 A 2 + D1 C 2
• • • • •
D = C1 B 2 + D1 D 2
V
V S R
C
D
1 1
I" I"
S R
A
B
2 2
C
D
2 2
As correntes injetadas e as tensões aplicadas aos nós R e S estão relacionadas por meio
da matriz de admitâncias nodais, como segue:
54
• •
•
• V
I S = Y SS Y SR
•S (7.16)
• • • V
IR Y RS Y RR R
• • •
•
IS IS
Y SS = • Y SR = •
•
•
Para V R = 0 ⇒ { VS
Para V S = 0 ⇒ { VR
• • • •
IR IR
Y RS = • Y RR = •
VS VR
•
• A •
B VR
•
VS = (7.17)
•
• • •
I S C D I R
•
A partir da equação (7.16), fazendo-se V R = 0 obtém-se:
• • •
I D
= • = •
S
Y SS
VS B
• • •
•
•
• •
VS = B IR IS IR 1
• • •
⇒{ IR = ⇒ Y RS = • = • (7.17)
•
IS = D I R D VS B
•
• B •
VS = •
IS
D
•
A partir da equação (7.16), fazendo-se V S = 0 obtém-se:
•
• • • •
•
B IR A
VR = − • IR Y RR = • =− •
• • • •
0 = A VR + B IR A VR B
• • • • •
⇒{ ⇒{
•
•
•
IS = C V R + D I R •
B •• • 1• • IS 1
IS = C − • + D I R I S = • I R ⇒ Y SR = • = − •
A
A VR B
(7.18)
Logo, como [I]= [Y ][V ] , para as condições da figura 7.14, pode-se escrever:
• '' V S
•
• • '
•I S = Y + Y • (7.20)
I R
V R
Isto é:
•' •
•' •
Y SS + Y '' SS Y SR + Y '' SR
•
•
•I S = V S
(7.21)
I R
•
•' •
•' • VR
Y RS + Y '' RS Y RR + Y '' RR
• • 1
D1 D 2
− • + •
1
• +
•
B1
•
•
•I S = B 2 B1 B 2 V S
(7.22)
I R 1 • • •
VR
1 A1 A 2
+ − • + •
• •
B1
B1 B 2 B2
• 1 • • • •
IR = • + •
1 V − A1 + A 2
S • • VR
B1 B 2
B1 B2
Logo.
• • • • • •
•
A1 A 2 B1 + B 2
IR + • + • VR = • • VS
B1 B1 B 2
B2
• • • • • • • •
• A1 B 2 + A 2 B1 B1 B 2
VS = • • VR + • • IR (7.23)
+ B1 + B 2
B 1 B 2
56
• • • • 1 •
D1 D 2 1 V
IS = • + • VS − • + •
B1 R
B2 B1 B 2
• • • •
• • • • • • • • • •
•
D1 B 2 + D 2 B1 A1 B 2 + A 2 B1 • B1 B 2 B1 + B 2
IS = • • • • VR + • • IR − • • VR
+ B1 + B 2 B1 B 2
B 1 B 2 B 1 B 2
• • • • • • •
• • • •
•
D1 B 2 + D 2 B1 A1 B 2 + A 2 B1 • •
D1 B 2 + D 2 B1
•
IS = − B1 + B 2 V
•
+
I•
• •
• •
• • R
• • R
B1 B 2 B1 + B 2 B1 B 2 B1 + B 2
• • • • • • • •
• •
• •
D1 B 2 + D 2 B1 A1 B 2 + A 2 B1 − B1 + B 2 B1 + B 2
• •
IS = V
• •
• •
R
B1 B 2 B1 + B 2
(7.24)
• • • •
D1 B 2 + D 2 B1
+ I•
• • R
B1 + B 2
• • • •
• A1 B 2 + A 2 B1
A= • • ;
B1 + B 2
• •
• B1 B 2
B= • • ;
B1 + B 2
• • • • • • • • • • • •
D1 B 2 + D 2 B1 A1 B 2 + A 2 B1 − B1 + B 2 B1 + B 2
•
;
C =
• • • •
B1 B 2 B1 + B 2
57
• • • •
D1 B 2 + D 2 B1
•
D =
• •
B1 + B 2
• • • • •
Considerando a relação A D − B C =1 , a constante C pode ainda ser colocada sob a
seguinte forma:
• • • •
A 1 − A 2 D 2 − D1
• • •
C = C1 + C 2 +
• •
B1 + B 2
• • • •
• A 1 D1 − 1 • A2 D2 − 1
Onde: C1 = •
e C2 = •
B1 B2
I I
S R
A
B
1 1
'
V '
V
S R
C
D
1 1
V
V
S R
A
B
2 2
"
V "
V
S R
C
D
2 2
As correntes injetadas e as tensões aplicadas aos nós R e S estão relacionadas por meio
da matriz de impedâncias nodais, como segue:
• •
•
• I
VS = Z SS Z SR
•S (7.25)
• • • I
VR Z RS Z RR R
58
• • • •
VS VR
Z SS = • Z SR = •
•
•
IS IS
Para V R = 0 ⇒ { Para V S = 0 ⇒ {
• • • •
VS VR
Z RS = • Z RR = •
IR IR
•
• A• B VR
•
VS =
•
• • •
I S C D I R
• • •
V S = V'S + V"S
(7.26)
• • •
V R = V' R + V"R
• • •'' •
V
•
S
=
Z '
+ Z •I S (7.27)
V R IR
Isto é:
•' • •' •
Z SS + Z ''SS Z + Z ''SR
• SR •
VS = IS (7.21)
• •' • •' • •
V R
Z RS + Z '' RS Z + Z '' RR
IR
RR
EXERCÍCIO
59
• •
Assim, considerando-se as equações de um quadripolo, escritas para V 2 e I 2 como
variáveis independentes, tem-se:
• • • • •
V1 = A V 2 + B I 2
• • • • •
I1 = C V 2 + D I 2
•
Para o receptor em vazio ( I 2 = 0 ), resulta:
• •
V10 A •0
•
= •
= Z11 (7.22)
I10 C
•
Para o receptor em curto-circuito ( V 2 = 0 ), logo:
• •
V1cc B • cc
•
= •
= Z11 (7.23)
I1cc D
• •
Considerando V 1 e I1 como variáveis independentes, as equações ficam:
• • • • •
V 2 = D V 1 − B I1
• • • • •
I 2 = − C V 1 + A I1
• • • • •
I 2 = + C V 1 − A I1
•
Para o transmissor em vazio ( I1 = 0 ):
• •
V20 D •0
•
= •
= Z 22 (7.24)
I 02 C
•
Para o transmissor em curto-circuito ( V1 = 0 ):
60
• •
V2cc B • cc
•
= •
= Z 22 (7.25)
I cc
2
A
• •
A B •0 • cc
•
− •
= Z11 − Z11
C D
• • • •
A D − BC •0 • cc
• •
= Z11 − Z11
CD
Logo
1 •0 • cc
• •
= Z11 − Z11
CD
•0
Z 22 •0 • cc
= Z11 − Z11
• 2
D
Logo
•0
• Z 22
D =
•0 • cc
Z11 − Z11
•
Substituindo-se a constante D na igualdade 7.23, obtém-se:
•0
• • cc Z 22
B = Z11
•0 • cc
Z11 − Z11
•
Substituindo a constante B na relação 7.25, tem-se:
61
• cc •0
• Z11 Z 22
A =
• cc •0 • cc
Z 22 Z11 − Z11
Ou ainda
• •
A =D
• •
A constante C pode ser determinada substituindo-se a constante D na relação 7.24, ou
• • • •
ainda empregando a relação A D − B C = 1 e levando-se, nesta última, os valores das
•
constantes já determinadas. Substituindo-se a constante D na relação 7.24, tem-se:
•0
• 1 Z 22
C =
•0 • 0 • cc
Z 22 Z11 − Z11
• 1
C =
•0 •0 • cc
Z 22 ( Z11 − Z11 )
Z 2n Z 2n Z 2n Z 2n Z 2n Z 2n
I1 I2
Y Y Y
V1 V2
n n n
n
O modelo matemático conveniente para estes estudos pode ser obtido pela associação
em cascata de um grande número de quadripolos iguais, cada um representando um trecho de
igual comprimento da linha. A figura 7.17 ilustra esta situação.
62
I1 I2
A B A B A B
V1 V2
C D C D C D
Entretanto, as cargas alimentadas são dos mais variados tipos, cujas impedâncias nem
sempre são especificadas, além de sofrerem variação significativa com a tensão a que estão
submetidas. Assim, a representação por impedância é aproximada.
Em geral, as cargas são especificadas através das demandas em potências ativa e reativa
ou pelas potências aparentes e seus fatores de potência correspondentes. Estas grandezas
também variam com a tensão aplicada, entretanto são definidas para valores de tensão
nominais do sistema.
A potência aparente junto ao receptor da linha pode ser definida por:
• • •
S 2 = P2 + jQ 2 = V2 I *2 (7.27)
Onde:
•
S 2 = potência aparente por fase, [MVA];
P2 = potência ativa por fase, [MW];
Q 2 = potência reativa por fase, [MVAr];
•
V2 = tensão entre fase e neutro no receptor, [kV];
•
I *2 = conjugado da corrente junto ao receptor, [kA].
• • • • •
V1 = A V2 + B I 2 (7.28)
• •
Dividindo-se a expressão (7.28) por B e isolando I 2 , obtém-se:
63
• • •
• V1 A V2
I2 = •
− •
B B
• • 0
Considerando V2 como referência, isto é, ( V2 = V2 e j0 ), tem-se:
• V1e jθ Ae jβA
I2 = jβ B
− jβ B
V2 e j0 º
Be Be
Ou ainda
•
V1 j ( βB − θ) AV2 j (βB − βA )
I ∗2 = e − e
B B
•
Logo S 2 pode ser reescrita como segue:
• V AV2 j (βB − βA )
S 2 = V2 e j0 º 1 e j ( βB − θ) − e (7.29)
B B
• V2 V1 AV2 2
P2 = ℜe S 2 = cos(βB − θ) − cos(βB − βA) (7.30)
B B
2
• V2 V1 AV2
Q 2 = Im S 2 = sen (βB − θ) − sen (βB − βA) (7.31)
B B
Sendo dados P2, Q2, V2, e especificado θ, calcula-se V1. Caso seja fornecido P2, Q2, V1,
e θ, determina-se V2.
A partir das expressões de P2 e Q2, para uma dada relação entre V1 e V2, obtém-se a
máxima potência ativa transmissível para θ = βB .
V2 V1 AV2 2
P2 MAX = − cos(βB − βA)
B B
64
AV2 2
Q 2 MAX = − sen (βB − βA)
B
Em geral, quando a linha interliga dois sistemas ocorre a fixação dos valores de V1 e V2.
Quando trata-se de linhas radiais, em geral, V1 é prefixado. Para esta condição, fixados
os valores de P2 e Q2, lembrando da relação S 2 2 = P2 2 + Q 2 2 e considerando ainda as
equações (7.30) e (7.31), obtém-se a expressão (7.36) por meio do procedimento que sesegue:
2
AV2 2 V2 V1
2
2
AV2 2 V2 V1
2
2 2
AV2 2 AV2 2 V2 V1
2
A 2 V2 4 2
P2 2 + [cos(βB − βA)]2 + 2P2 2 + AV2 cos(βB − βA) +
B2 B
2
A 2 V2 4 AV2 2 V2 V1
Q22 + [sen (βB − βA)] + 2Q 2 +
2
sen (βB − βA) =
B2 B B
2
A 2 V2 4 AV2 2
S2 2 + +2 [P2 cos(βB − βA) + Q 2 sen (βB − βA)] = V2 V1
B2 B B
2
B2 2 V2 2 V1 2
S + V2 4 + 2
2 2
BV2
[P2 cos(βB − βA) + Q 2 sen (βB − βA)] =
A A A2
Logo
2B V1 2 B 2 S 2 2
V2 4 + V2 2 2
P cos(β B − β A ) + Q 2 sen (β B − β A ) − + =0 (7.36)
A 2AB A2
65
− b ± b 2 − 4ac
V2 = ±
2a
Sendo:
a = 1;
2B V1 2
b= 2
P cos(β B − β A ) + Q 2 sen (β B − β A ) − ;
A 2AB
B 2S 2 2
c= .
A2
Crescente Decrescente
Fator de Potência
Unitário
Fig. 7.18 – Variação da tensão no receptor de uma linha em função da potência ativa
entregue no mesmo terminal, para tensão constante no transmissor(Fonte: figura 4.13. –
página 146: Fuchs, Rubens Dario, Transmissão de Energia Elétrica - Linhas Aéreas, volume
1, Rio de Janeiro, Livros Técnicos Editora/Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 1977 )
66
7.7.2. Relações de potência no transmissor
• • • •
Considerando V1 e I1 como variáveis independentes, V 2 e I 2 como variáveis
dependentes, as equações do quadripolo podem ser escritas como segue:
• • • • •
V 2 = D V 1 − B I1
• • • • •
I 2 = − C V 1 + A I1
• •
Dividindo ambos os membros da equação da tensão por B , isolando I1 e considerando,
• •
neste caso, V1 como referência, isto é, V1 = V1e j0 º , é possível escrever:
• D V
I1 = V1e j ( βD − βB ) − 2 e − j ( βB + θ )
B B
•
Onde V2 = V2 e − j θ .
•
O conjugado de I1 será:
•
D V
I1∗ = V1e j ( βB − βD ) − 2 e j ( βB + θ )
B B
Logo
• • •
D 2 j ( βB − βD ) V2 V1 j ( βB + θ )
S1 = V1 I1∗ = V1 e − e
B B
Portanto
• D VV
P1 = ℜe S1 = V1 2 cos( βB − βD) − 2 1 cos(βB + θ)
B B
• D 2 VV
Q1 = Im S1 = V1 sen ( βB − βD) − 2 1 sen ( βB + θ)
B B
D 2 VV
P1 MAX = V1 cos( βB − βD) + 2 1
B B
D 2
Q1 MAX = V1 sen ( βB − βD)
B
67
7.7.3. Perdas de potência e rendimento
∆P = P1 − P2
∆P
η (%) = 1 − ⋅ 100
P1
∆P = 3 × 10 −3 I 2 r [kW]
Sendo:
I [A] = corrente na linha;
r [Ω/km] = resistência efetiva dos condutores;
[km] = comprimento da linha.
2 2
V D V A 2V V
∆P = P1 − P2 = 1 cos(βB − βD) + 2 cos(βB − βA) − 1 2 cos(βB) cos(θ)
B B B
68
A grandeza ∆Q representa a energia reativa que a linha necessita para a manutenção de
seus campos elétricos e magnéticos, sendo calculável por:
2 2
V1 D V A 2V V
∆Q = Q1 − Q 2 = sen (βB − βD) + 2 sen (βB − βA) − 1 2 cos(βB)sen (θ)
B B B
Caso seja positiva, significa que a energia reativa necessária ao seu funcionamento
provém do sistema ligado à linha. Sendo negativa, significa que a linha gera reativos e os
fornece ao sistema. Será nula quando a linha operar com potência característica.
∆Q = 0 ⇒ Q1 − Q2 = 0 ⇒ Q1 = Q2
Pode ser definida como segue: “A regulação de tensão de uma linha de transmissão é o
aumento da tensão na barra receptora, dado em porcentagem da tensão de plena carga, quando
toda a carga, a um determinado fator de potência, é retirada da linha, mantendo constante a
tensão da barra transmissora.”
A representação matemática da definição de regulação é mostrada na expressão a
seguir.
V2 vazio − V2 c arg a
ℜ(%) = 100 (7.37)
V2 c arg a
Com V1 = cte .
• • • • •
Para uma linha curta a expressão V1 = A V 2 + B I 2 transforma-se em:
• • • •
V1 = V 2 + B I 2
•
Logo para a linha em vazio ( I 2 = 0) , tem-se:
• •
V1 = V 2
Portanto, com a consideração de linha curta, a expressão (7.37) da regulação pode ser
reescrita como segue:
V1 − V2
ℜ(%) = 100
V2
69
O efeito da variação do fator de potência na carga sobre a regulação de tensão da linha
pode ser melhor visualizado para uma linha curta, através dos diagramas fasoriais
representados na figura 7.19.
V1 V1
V1 XI 2
XI 2
V2
I2
RI 2 RI 2
I2 I2 V2 RI 2 V2
Fig. 7.19 – Efeito da variação do fator de potência na carga sobre a regulção de tensão
de uma linha curta.
A relação entre o fator de potência e a regulação para linhas mais longas é semelhante à
das linhas curtas, embora não possa ser visualizada facilmente. Neste caso, a expressão da
regulação toma a forma da expressão a seguir.
V1
− V2
A
ℜ(%) = 100
V2
8.Bibliografia
70