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São as máquinas pelas quais é realizada a aplicação de produtos químicos para o controle de
insetos, plantas daninhas, doenças das plantas, etc. Estes produtos podem ser aplicados misturados a
água por máquinas chamadas pulverizadores ou também em pó por polvilhadoras. Estas últimas são
usadas apenas para algumas situações específicas, devido aos problemas de deriva e também de
segregação da formulação.
A máquina utilizada para fazer a aplicação chama-se PULVERIZADOR. Ela realiza um processo que se
chama PULVERIZAÇÃO.
Mas, o que é e para que serve a PULVERIZAÇÃO ?
PULVERIZAÇÃO é um processo mecânico que visa quebrar um volume grande de líquido em um
grande número de partículas de pequeno volume (gotas). Utiliza-se para isso, uma fonte de
pressão, razão pela qual essas máquinas são chamadas de PULVERIZADORES HIDRÁULICOS.
Com o mesmo volume de líquido, porém com gotas de menor tamanho, cobre-se maior área da
superfície a ser tratada, portanto, com muito maior eficiência na distribuição do produto químico
aplicado.
A vazão de uma ponta de pulverização é o volume de líquido que a mesma libera em um determinado
tempo. A vazão é normalmente expressa em litros por minuto (L/min) e depende de dois fatores
fundamentais:
- tamanho do orifício de saída da ponta
- pressão de trabalho
Em função da pressão de trabalho, um determinado tipo e capacidade de ponta estará produzindo uma
pulverização com características que podem ser definidas como “tamanho” e “espectro de gotas”.
Essas características são apresentadas com detalhes no programa: “Ponta de Pulverização: Seleção e
Uso”, também disponível nesta página da TeeJet South America.A qualidade da pulverização
produzida por uma determinada ponta está relacionada com o tamanho de gota e com o potencial de
deriva que pode ocasionar. Isso depende do tipo de ponta (XR TeeJet®, DG TeeJet®, TwinJet® etc.)
e da pressão de trabalho.O critério de classificação da qualidade da pulverização está baseado nas
recomendações do Conselho Britânico de Proteção de Plantas - BCPC (Inglaterra), cujas categorias
são as seguintes (essa classificação já está normatizada pela ASAE - American Society of Agricultural
Engeeners - Associaçãpo Americana de Engenheiros Agrícolas).:
- MUITO FINA - FINA - MÉDIA - GROSSA - MUITO GROSSA - EXTREMAMENTE GROSSA
Quando tais informações são fornecidas aos usuários, juntamente com a vazão, fica mais fácil a
seleção do tipo de ponta e da pressão de trabalho para as condições climáticas de cada região
ou mesmo para as diferentes condições durante um dia de trabalho.À medida que as pulverizações
mudam no sentido da categoria Muito Fina para a categoria Muito Grossa, há a redução do
potencial de deriva para aquelas condições operacionais.O Catálogo TeeJet de Produtos para a
Agricultura traz as tabelas de vazão dos diversos tipos de pontas e as respectivas categorias de
pulverização produzidas, de acordo com o critério do B.C.P.C., como mostrado ao lado, para as
pontas das séries XR TeeJet, de ângulo de 80o.
1.1 PULVERIZADORES
De com acordo com o princípio de formação de gotas, os pulverizadores podem ser divididos em
hidráulicos, eletrohidrodinâmicos e pneumáticos
1.1.1 Hidráulicos
O líquido é introduzido sob pressão em um ou mais orifícios localizados numa tubulação
hidráulica, onde, ao sair do orifícios (bicos), o líquido se subdivide em gotas. O tamanho das gotas varia
de acordo com o tamanho e a forma dos orifícios e também em função da pressão hidráulica utilizada.
A maioria dos pulverizadores empregados atualmente utilizam este princípio para a subdivisão das
gotas, pois pode-se controlar melhor o tamanho das gotas formadas e também a aplicação, na maioria
dos casos, é realizada próxima ao alvo a ser atingido, o que evita problema de deriva de produto.
Quanto a forma de acionamento, os pulverizadores hidráulicos podem ser manuais,
motorizados, tratorizados, autopropelidos e aéreos.
1.1.1.1 Pulverizadores de pistola
São aqueles em que a pulverização é realizada por meio de uma pistola que, possuem uma
mangueira com gatilho, haste de pulverização e um bico hidráulico na extremidade. Este tipo de
pulverização é realizado pelo operador, o qual nos pulverizadores manuais é responsável pelo
transporte da calda (costais) e acionamento em alguns casos, e pelo controle da ponta de pulverização,
que é conduzida por ele entre as culturas.
• Manuais
São aqueles que são transportados pelo operador nos de bombeamento prévio ou acionados
através de alavanca e também transportados.
Bombeamento prévio
É o tipo de pulverizador em que a pressão é fornecida ao líquido antes do início da aplicação,
podendo ser por injeção de ar ou de líquido.
Quando o bombeamento prévio é feito com injeção de ar, o pulverizador consta de um bomba,
(pistão de couro ou borracha sintética), de um depósito, da haste (pistola) e do bico de pulverização.
No bombeamento com injeção de líquido, inicialmente o depósito é cheio de ar (bomba de pedal
ou compressor) até a pressão de 30 lbf.pol-2. A partir dessa pressão, o líquido é injetado até que a
pressão no interior do depósito atinja 100 lbf.pol-2. Então, regula-se a pressão de trabalho, e realiza-se
a pulverização do líquido.
Existe outro tipo de pulverizador manual, no qual a pressão é fornecida por balão de oxigênio
sob alta pressão, sendo que neste caso os demais componentes do pulverizador são os mesmos
citados anteriormente.
• Motorizados
O conjunto motor e bomba são montados sobre uma padiola ou então um carrinho com rodas.
Os operadores movimentam-se com as mangueiras, que possuem pistolas e bicos pulverizadores na
extremidade, entre a cultura a ser pulverizada. São utilizados em pequenas áreas e de difícil acesso.
• Tratorizados
Os pulverizadores de pistola tratorizados são equipamentos semelhantes aos pulverizadores de
barras, nos quais as barras são substituídas por mangueiras de pistolas que são manipuladas por
operadores, principalmente, para pulverizações em árvores e arbustos. Deve-se ter cuidado para evitar
perdas por deriva e provocar a contaminação do operador.
1.1.1.2 Pulverizadores de barras
São aqueles em que os nos pulverizadores tem-se um barra porta bicos, nas quais o número de
bicos varia em função da forma de acionamento do pulverizador, da capacidade do tanque, etc.
• De tração humana
São pulverizadores costais como os citados anteriormente que são adaptados para serem
puxados por tração humana. Estes pulverizadores são montados sobre rodas de bicicletas e o seu
acionamento é feito por um braço adaptado a uma das rodas, que será responsável pelo bombeamento
intermitente. Estes pulverizadores podem ter uma pequena barra de pulverização adaptada contendo 3
ou mais bicos de pulverização.
• De tração animal
Apresentam o mesmo sistema de funcionamento dos pulverizadores de tração humana, tendo-
se no entanto, maior capacidade do tanque de calda e também barras com maior número de bicos.
• Tratorizados
Os pulverizadores tratorizados podem ser de acoplamento ao engate de 3 pontos ou acoplados
a barra de tração (pulverizadores de arrasto) do trator. A principal diferença entre estes dois tipos de
pulverizadores é a capacidade do tanque, que nos pulverizadores montados a de até 800 litros de
calda e nos pulverizadores de arrasto, é de 2000 (maioria) a 3000 litros, na maioria casos
Tanque
Como características desejáveis o tanque deve ser resistente, possuir agitadores internos para
evitar a segregação da calda e possuir drenos para facilitar a limpeza.
Bomba
Tem a função de bombear o líquido sob alta pressão e vazão suficiente para garantir o
funcionamento adequado dos bicos de pulverização.
Dentre os tipos de bomba, a mais comum é a de pistões, que é adaptada para altas pressões,
mas requer câmara de compressão (compensação) para uniformizar o fluxo. Além desta, tem-se
também bombas de diafragma, roletes, e engrenagens, que são mais recomendadas para baixas
pressões de uma maneira geral.
Regulador de pressão
Controla o fluxo da bomba aos bicos, onde conforme a pressão de trabalho escolhida, este
regulador envia maior ou menor quantidade para o retorno do tanque. Nos modelos de reguladores de
pressão simples ocorrem problemas com a variação da pressão em função da abertura ou fechamento
de seções, e consequentemente variação da vazão de produto. Para evitar este problema, foram
desenvolvidos sistemas com ajustes individuais para as diversas seções da barra, nos quais tem-se um
regulador de pressão com retorno para cada seção, o que anula a influência da abertura ou
fechamento de uma seção sobre as demais. Em outros sistemas, a vazão é proporcional a rotação do
motor, o que evita problemas de variação da volume aplicado por área com a variação da rotação do
trator.
Em pulverizadores modernos, o controle de pressão pode ser realizado por sistemas
computadorizados, e a mistura do produto ocorre apenas no bico de pulverização.
Manômetro
Indica a pressão de trabalho. É importante para ajustar a pressão de trabalho do bico dentro da
faixa adequada.
Registros
Permitem abrir e fechar as seções da barra independentemente. Na maioria dos casos, os
pulverizadores possuem registros para 2 ou 4 seções. A opção de 4 registros é interessante devido
evitar a perda excessiva de produto com sobreposição.
Filtros
O pulverizador normalmente é composto por um filtro na entrada do tanque (tela) que tem a
função de reter as impurezas mais grossas, um filtro na saída do tanque, filtro de linha (localizado na
mangueira de cada segmento de barra), e filtros nos bicos.
Bicos
Estes serão tratados separadamente mais adiante.
Barras
O tamanho da barra é diretamente proporcional a capacidade de trabalho. Porém, barras muito
grandes geralmente apresentam problemas estruturais (resistência mecânica) e de estabilidade
(oscilações). Para evitar oscilações que provocam erros na distribuição da calda, muitos pulverizadores
são equipados com sistemas estabilizadores, que podem ser amortecedores, molas, sistemas
hidráulicos, e até eletrônicos.
As barras de pulverização também podem ser equipadas com sistemas antigotejo, pelo qual
tem-se um diafragma que impede a saída de água das mangueiras do pulverizador quando o registro é
fechado. Este sistema evita perda de produto.
Para diminuir a ação dos ventos e condições climáticas adversas, os pulverizadores também
podem ser equipados com sistemas que promovem um fluxo de ar no sentido da pulverização (cortina
de ar), o que acelera o carregamento das gotas para baixo, em direção ao solo.
• Pulverizadores autopropelidos
Os pulverizadores autopropelidos são semelhantes aos tratorizados, tendo-se como principal
diferença a construção do pulverizador sobre um chassi que apresenta motor e sistema de
transmissão, sem ser necessário outra fonte de potência. São especialmente desenvolvidos para essa
finalidade, por isso possuem vão livre alto que permite pulverizações em culturas mais altas do que os
tratorizados, e também permitem a velocidade de trabalho maior, o que aumenta o rendimento.
• Pulverizadores aéreos
Os aviões projetados especificamente para pulverização possuem tanque com capacidade de
680 litros de 550 kg nos modelos mais antigos e 750 kg em modelos mais recentes. A bomba hidráulica
normalmente utilizada é do tipo centrifuga, com acionamento através de hélice (bomba eólica), por
motor hidráulico (pressão de óleo) ou motor elétrico.
Os bicos hidráulicos mais utilizados são do tipo cônico vazio e em jato plano (leque). O tamanho
de gotas é controlado pelo ângulo de incidência do jato em relação ao vento, onde a incidência a 45º
contra o vento forma gotas de tamanho menor, e a mudança do ângulo até a posição totalmente a
favor do vento (para trás) forma as gotas de maior tamanho.
Exemplos
Bico XR11002, onde 110 indica o ângulo de abertura (110º) e 02 a vazão em galões por minuto
(0,2 galões);
Bico 80-EF-03, onde 80 é o ângulo de abertura (80º) e 03 a vazão de 0,3 gal.min-1.
Jato simples
Podem ter diferentes projetos e características que influenciam no tamanho de gota e forma de
distribuição das gotas;
Defletor
Nesse tipo de bico, o líquido sai por um orifício, formando um jato maciço, que ao se chocar
contra uma superfície inclinada irá formar o leque. Estes bicos produzem gotas de tamanho maior e
também e chegam a um ângulo de até 127º.
Filtros
De acordo com a vazão do bico, tem-se um filtro do bico específico recomendado, para evitar a
obstrução do orifício do mesmo. Essa recomendação é filtros de malha 50 (50 malhas.pol -2) para bicos
leque com vazão de até 0,2 galão.min-1 e filtros com malha 80, no mínimo, para bicos com vazão de
0,15 e 0,1 galão.min-1.
Filtros
Neste tipo de bicos, a malha das peneiras deve ser 50 para bicos com numeração igual ou maior
que 2, e para os bicos com numeração menor que esta, a malha do filtro deve ser 80 ou superior.
• Vazão de calda
Quanto maior for a necessidade de vazão de calda, maior terá que ser a vazão do bico, pois se
for utilizado um bico com baixa vazão, uma das formas de se aumentar a vazão por ha é aumentar a
pressão de trabalho, tendo-se conseqüências como a redução do tamanho das gotas produzidas e a
durabilidade do bico. Outra forma de se aumentar a vazão por ha é a diminuição da velocidade de
deslocamento, o que provocará um redução da rendimento de trabalho, que também não é
interessante.
O rendimento operacional do pulverizador também é diretamente proporcional a vazão de calda
em l.ha-1, onde, a redução da vazão aumenta o rendimento, pois será necessário um menor número de
reabastecimentos. Com o aumento do rendimento, se pode realizar as pulverizações nas horas mais
adequadas, que são até 9 horas da manhã e após as 17 horas, na maioria dos casos.
Em termos de volume de calda aplicada litros por hectare, tem-se: alto volume para vazões
superiores a 600, volume médio de 200 a 600, baixo volume de 50 a 200, muito baixo volume de 5 a
50, e ultra baixo volume menor do 5 l.ha-1.
• Condições climáticas
As condições climáticas adequadas para a pulverização são: temperatura (T) inferior a 30ºC,
umidade relativa do ar (UR) superior a 55% e velocidade do vento (VV) entre 3 e 10 km.h-1.
Ao se utilizar uma gota de muito pequena, em condições de clima inadequado (T>30º C,
UR<55%) as gotas se evaporam antes de chegar no alvo. Só para ter uma idéia, na Tabela 7.1 pode-se
verificar que a o tempo de vida e a distância de queda das gotas é significativamente reduzida com o
aumento da temperatura e a redução da UR.
Quanto a velocidade do vento, nas velocidades inferiores a 3 km.h -1 as gotas menores flutuam e
formam névoa seca que se pode deslocar por vários km com o vento. Já no outro extremo (velocidade
acima de 10 km.h-1) carregam as gotas (deriva), sendo esta distância maior, quanto menores forem as
gotas. Na Tabela 7.2, se pode verificar a influência do velocidade vento sobre a distância de deriva em
diferentes tamanhos que podem ser utilizados para pulverização.
Tabela 1.1 - Tempo de vida da gota em função do tamanho, da temperatura e da umidade relativa
Condições climáticas T = 20º C e UR = 80% T = 30º C e UR = 50%
Diâmetro das gotas 50 100 200 50 100 200
(µ m)
Tempo de extinção 14 s 57 s 227 s 4s 16 s 65 s
Distância de queda 0,127 6,7 m 81,7 m 0,032 1,8 m 21,0 m
m m
Fonte: MATUO (1998)
Tabela 1.2 - Efeito do diâmetro da gota, aplicada a 3 metros de altura e velocidade do vento de 5 km.h -
1
, sobre o deslocamento lateral (deriva) e tempo para atingir o solo
Diâmetro das gotas (µ m)
5 33 100 200 500
Deslocamento lateral (m) 5400 120 15 5,6 2,1
Tempo p/ atingir o solo (s) 3600 90 11 4 2
Fonte: VELLOSO et al. (1984)
Embora a altura de queda da gota não é de 3 m numa pulverização com um pulverizador de
barras, na Tabela 7.2 se pode verificar que a utilização de gotas menores que 100 µ não é
recomendado, exceto para pulverizadores equipados com sistemas antideriva (assistência de ar, etc.).
Tamanho de gota
De acordo com o alvo a ser atingido, tem-se um tamanho de gota recomendado. De acordo com
MATUO (1998), para insetos em vôo o tamanho de gota deve estar entre 10 a 50 µ m, insetos sobre
folhas de 30 a 50 µ m, folhagem de 40 a 100 µ m, e para solo de 250 a 500 µ m. Este último tamanho
de gota também é recomendado para evitar a deriva, pois de nada adianta ter uma gota de tamanho
ótimo para o alvo, mas esta não chega até ele.
Densidade de gotas
De acordo com o tipo de produto a ser pulverizado, tem-se uma densidade de gotas
recomendada por centímetro quadrado (Tabela 7.3).
1.1.2 Eletrohidrodinâmicos
Consistem em submeter o líquido a uma tensão de 22 a 26 mil volts, no momento em que sai do
bico do interior de um reservatório. A energia aplicada ao fluxo de líquido o induz a subdividir-se em
pequenas gotas que são carregadas eletricamente, sendo então atraídas pelas folhas das plantas.
Alguns pulverizadores autopropelidos modernos são equipados com esta princípio de formação de
gotas, e acredita-se que obtém-se melhor cobertura foliar tanto na parte de cima da folha como na
parte inferior, devido a atração das gotas pelas plantas.
1.2 POLVILHADORAS
Usadas para aplicar pó. São pouco usadas devido o pó veículo (argila, talco e gesso) e o
princípio ativo possuirem densidades diferentes, e na hora da pulverização pode ocorrer separação de
ambos, comprometendo a eficiência da aplicação. Seu principio de funcionamento é através de um
fluxo de ar produzido por um ventilador que distribui o pó do produto previamente dosado. Podem ser
manuais, tratorizadas ou aéreas