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1 MÁQUINAS PARA APLICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS

São as máquinas pelas quais é realizada a aplicação de produtos químicos para o controle de
insetos, plantas daninhas, doenças das plantas, etc. Estes produtos podem ser aplicados misturados a
água por máquinas chamadas pulverizadores ou também em pó por polvilhadoras. Estas últimas são
usadas apenas para algumas situações específicas, devido aos problemas de deriva e também de
segregação da formulação.

APLICAÇÃO DE DEFENSIVO é a colocação de um produto químico em uma determinada superfície


alvo, para proteger a cultura contra os prejuízos que possam ser causados por um agente externo
(praga). Para a realização dessa operação, usa-se uma máquina.
O defensivo agrícola deve ser recomendado por um agrônomo através do Receituário. Todas as
instruções de uso e de manuseio devem ser seguidas para maior segurança do operador e do meio
ambiente.
A praga a ser controlada (inseto, invasora ou um fungo) deve ser bem conhecida, para se determinar
o melhor tipo de produto, a dose mais adequada, a forma de aplicação correta e o período mais
apropriado para o tratamento da cultura

A máquina utilizada para fazer a aplicação chama-se PULVERIZADOR. Ela realiza um processo que se
chama PULVERIZAÇÃO.
Mas, o que é e para que serve a PULVERIZAÇÃO ?
PULVERIZAÇÃO é um processo mecânico que visa quebrar um volume grande de líquido em um
grande número de partículas de pequeno volume (gotas). Utiliza-se para isso, uma fonte de
pressão, razão pela qual essas máquinas são chamadas de PULVERIZADORES HIDRÁULICOS.

PARA QUE SERVE A PULVERIZAÇÃO ?

Com o mesmo volume de líquido, porém com gotas de menor tamanho, cobre-se maior área da
superfície a ser tratada, portanto, com muito maior eficiência na distribuição do produto químico
aplicado.

VAZÃO E QUANTIDADE DE PULVERIZAÇÃO

A vazão de uma ponta de pulverização é o volume de líquido que a mesma libera em um determinado
tempo. A vazão é normalmente expressa em litros por minuto (L/min) e depende de dois fatores
fundamentais:
- tamanho do orifício de saída da ponta
- pressão de trabalho

A quantidade da pulverização produzida por um pulverizador é o volume de líquido que é distribuído


em uma determinada área e é expressa normalmente em litros por hectare (L/ha). A quantidade da
pulverização (também chamada de “volume de aplicação” ou “taxa de aplicação”) depende, além da
vazão da ponta, dos outros seguintes fatores:
- velocidade de deslocamento do pulverizador (km/h)
- espaçamento entre os bicos na barra (cm)

TAMANHO DE GOTA E QUALIDADE DA PULVERIZAÇÃO

Em função da pressão de trabalho, um determinado tipo e capacidade de ponta estará produzindo uma
pulverização com características que podem ser definidas como “tamanho” e “espectro de gotas”.
Essas características são apresentadas com detalhes no programa: “Ponta de Pulverização: Seleção e
Uso”, também disponível nesta página da TeeJet South America.A qualidade da pulverização
produzida por uma determinada ponta está relacionada com o tamanho de gota e com o potencial de
deriva que pode ocasionar. Isso depende do tipo de ponta (XR TeeJet®, DG TeeJet®, TwinJet® etc.)
e da pressão de trabalho.O critério de classificação da qualidade da pulverização está baseado nas
recomendações do Conselho Britânico de Proteção de Plantas - BCPC (Inglaterra), cujas categorias
são as seguintes (essa classificação já está normatizada pela ASAE - American Society of Agricultural
Engeeners - Associaçãpo Americana de Engenheiros Agrícolas).:
- MUITO FINA - FINA - MÉDIA - GROSSA - MUITO GROSSA - EXTREMAMENTE GROSSA
Quando tais informações são fornecidas aos usuários, juntamente com a vazão, fica mais fácil a
seleção do tipo de ponta e da pressão de trabalho para as condições climáticas de cada região
ou mesmo para as diferentes condições durante um dia de trabalho.À medida que as pulverizações
mudam no sentido da categoria Muito Fina para a categoria Muito Grossa, há a redução do
potencial de deriva para aquelas condições operacionais.O Catálogo TeeJet de Produtos para a
Agricultura traz as tabelas de vazão dos diversos tipos de pontas e as respectivas categorias de
pulverização produzidas, de acordo com o critério do B.C.P.C., como mostrado ao lado, para as
pontas das séries XR TeeJet, de ângulo de 80o.

1.1 PULVERIZADORES
De com acordo com o princípio de formação de gotas, os pulverizadores podem ser divididos em
hidráulicos, eletrohidrodinâmicos e pneumáticos

1.1.1 Hidráulicos
O líquido é introduzido sob pressão em um ou mais orifícios localizados numa tubulação
hidráulica, onde, ao sair do orifícios (bicos), o líquido se subdivide em gotas. O tamanho das gotas varia
de acordo com o tamanho e a forma dos orifícios e também em função da pressão hidráulica utilizada.
A maioria dos pulverizadores empregados atualmente utilizam este princípio para a subdivisão das
gotas, pois pode-se controlar melhor o tamanho das gotas formadas e também a aplicação, na maioria
dos casos, é realizada próxima ao alvo a ser atingido, o que evita problema de deriva de produto.
Quanto a forma de acionamento, os pulverizadores hidráulicos podem ser manuais,
motorizados, tratorizados, autopropelidos e aéreos.
1.1.1.1 Pulverizadores de pistola
São aqueles em que a pulverização é realizada por meio de uma pistola que, possuem uma
mangueira com gatilho, haste de pulverização e um bico hidráulico na extremidade. Este tipo de
pulverização é realizado pelo operador, o qual nos pulverizadores manuais é responsável pelo
transporte da calda (costais) e acionamento em alguns casos, e pelo controle da ponta de pulverização,
que é conduzida por ele entre as culturas.

• Manuais
São aqueles que são transportados pelo operador nos de bombeamento prévio ou acionados
através de alavanca e também transportados.

Bombeamento prévio
É o tipo de pulverizador em que a pressão é fornecida ao líquido antes do início da aplicação,
podendo ser por injeção de ar ou de líquido.
Quando o bombeamento prévio é feito com injeção de ar, o pulverizador consta de um bomba,
(pistão de couro ou borracha sintética), de um depósito, da haste (pistola) e do bico de pulverização.
No bombeamento com injeção de líquido, inicialmente o depósito é cheio de ar (bomba de pedal
ou compressor) até a pressão de 30 lbf.pol-2. A partir dessa pressão, o líquido é injetado até que a
pressão no interior do depósito atinja 100 lbf.pol-2. Então, regula-se a pressão de trabalho, e realiza-se
a pulverização do líquido.
Existe outro tipo de pulverizador manual, no qual a pressão é fornecida por balão de oxigênio
sob alta pressão, sendo que neste caso os demais componentes do pulverizador são os mesmos
citados anteriormente.

Bombeamento intermitente costal


É constituído por um reservatório de 20 litros (normalmente), uma bomba de êmbolo ou
diafragma acionada manualmente por alavanca com bombeamento intermitente, duas correias para o
operador transportar a máquina nas costas, mangueira de saída, pistola de pulverização com registro e
bicos e agitador mecânico.

• Motorizados
O conjunto motor e bomba são montados sobre uma padiola ou então um carrinho com rodas.
Os operadores movimentam-se com as mangueiras, que possuem pistolas e bicos pulverizadores na
extremidade, entre a cultura a ser pulverizada. São utilizados em pequenas áreas e de difícil acesso.

• Tratorizados
Os pulverizadores de pistola tratorizados são equipamentos semelhantes aos pulverizadores de
barras, nos quais as barras são substituídas por mangueiras de pistolas que são manipuladas por
operadores, principalmente, para pulverizações em árvores e arbustos. Deve-se ter cuidado para evitar
perdas por deriva e provocar a contaminação do operador.
1.1.1.2 Pulverizadores de barras
São aqueles em que os nos pulverizadores tem-se um barra porta bicos, nas quais o número de
bicos varia em função da forma de acionamento do pulverizador, da capacidade do tanque, etc.

• De tração humana
São pulverizadores costais como os citados anteriormente que são adaptados para serem
puxados por tração humana. Estes pulverizadores são montados sobre rodas de bicicletas e o seu
acionamento é feito por um braço adaptado a uma das rodas, que será responsável pelo bombeamento
intermitente. Estes pulverizadores podem ter uma pequena barra de pulverização adaptada contendo 3
ou mais bicos de pulverização.

• De tração animal
Apresentam o mesmo sistema de funcionamento dos pulverizadores de tração humana, tendo-
se no entanto, maior capacidade do tanque de calda e também barras com maior número de bicos.

• Tratorizados
Os pulverizadores tratorizados podem ser de acoplamento ao engate de 3 pontos ou acoplados
a barra de tração (pulverizadores de arrasto) do trator. A principal diferença entre estes dois tipos de
pulverizadores é a capacidade do tanque, que nos pulverizadores montados a de até 800 litros de
calda e nos pulverizadores de arrasto, é de 2000 (maioria) a 3000 litros, na maioria casos

Os componentes básicos de um pulverizador tratorizado são:

Tanque
Como características desejáveis o tanque deve ser resistente, possuir agitadores internos para
evitar a segregação da calda e possuir drenos para facilitar a limpeza.

Bomba
Tem a função de bombear o líquido sob alta pressão e vazão suficiente para garantir o
funcionamento adequado dos bicos de pulverização.
Dentre os tipos de bomba, a mais comum é a de pistões, que é adaptada para altas pressões,
mas requer câmara de compressão (compensação) para uniformizar o fluxo. Além desta, tem-se
também bombas de diafragma, roletes, e engrenagens, que são mais recomendadas para baixas
pressões de uma maneira geral.

Regulador de pressão
Controla o fluxo da bomba aos bicos, onde conforme a pressão de trabalho escolhida, este
regulador envia maior ou menor quantidade para o retorno do tanque. Nos modelos de reguladores de
pressão simples ocorrem problemas com a variação da pressão em função da abertura ou fechamento
de seções, e consequentemente variação da vazão de produto. Para evitar este problema, foram
desenvolvidos sistemas com ajustes individuais para as diversas seções da barra, nos quais tem-se um
regulador de pressão com retorno para cada seção, o que anula a influência da abertura ou
fechamento de uma seção sobre as demais. Em outros sistemas, a vazão é proporcional a rotação do
motor, o que evita problemas de variação da volume aplicado por área com a variação da rotação do
trator.
Em pulverizadores modernos, o controle de pressão pode ser realizado por sistemas
computadorizados, e a mistura do produto ocorre apenas no bico de pulverização.

Manômetro
Indica a pressão de trabalho. É importante para ajustar a pressão de trabalho do bico dentro da
faixa adequada.

Registros
Permitem abrir e fechar as seções da barra independentemente. Na maioria dos casos, os
pulverizadores possuem registros para 2 ou 4 seções. A opção de 4 registros é interessante devido
evitar a perda excessiva de produto com sobreposição.

Filtros
O pulverizador normalmente é composto por um filtro na entrada do tanque (tela) que tem a
função de reter as impurezas mais grossas, um filtro na saída do tanque, filtro de linha (localizado na
mangueira de cada segmento de barra), e filtros nos bicos.

Bicos
Estes serão tratados separadamente mais adiante.
Barras
O tamanho da barra é diretamente proporcional a capacidade de trabalho. Porém, barras muito
grandes geralmente apresentam problemas estruturais (resistência mecânica) e de estabilidade
(oscilações). Para evitar oscilações que provocam erros na distribuição da calda, muitos pulverizadores
são equipados com sistemas estabilizadores, que podem ser amortecedores, molas, sistemas
hidráulicos, e até eletrônicos.
As barras de pulverização também podem ser equipadas com sistemas antigotejo, pelo qual
tem-se um diafragma que impede a saída de água das mangueiras do pulverizador quando o registro é
fechado. Este sistema evita perda de produto.
Para diminuir a ação dos ventos e condições climáticas adversas, os pulverizadores também
podem ser equipados com sistemas que promovem um fluxo de ar no sentido da pulverização (cortina
de ar), o que acelera o carregamento das gotas para baixo, em direção ao solo.

• Pulverizadores autopropelidos
Os pulverizadores autopropelidos são semelhantes aos tratorizados, tendo-se como principal
diferença a construção do pulverizador sobre um chassi que apresenta motor e sistema de
transmissão, sem ser necessário outra fonte de potência. São especialmente desenvolvidos para essa
finalidade, por isso possuem vão livre alto que permite pulverizações em culturas mais altas do que os
tratorizados, e também permitem a velocidade de trabalho maior, o que aumenta o rendimento.

• Pulverizadores aéreos
Os aviões projetados especificamente para pulverização possuem tanque com capacidade de
680 litros de 550 kg nos modelos mais antigos e 750 kg em modelos mais recentes. A bomba hidráulica
normalmente utilizada é do tipo centrifuga, com acionamento através de hélice (bomba eólica), por
motor hidráulico (pressão de óleo) ou motor elétrico.
Os bicos hidráulicos mais utilizados são do tipo cônico vazio e em jato plano (leque). O tamanho
de gotas é controlado pelo ângulo de incidência do jato em relação ao vento, onde a incidência a 45º
contra o vento forma gotas de tamanho menor, e a mudança do ângulo até a posição totalmente a
favor do vento (para trás) forma as gotas de maior tamanho.

1.1.1.3 Bicos hidráulicos


Os bicos hidráulicos dividem-se em bicos de jato plano, bicos de jato cônico vazio e bicos de jato
cônico cheio.

• Bicos de jato plano


Os bicos de jato plano, mais conhecidos por bicos leque, são recomendados nas aplicações
sobre superfícies planas, próprios para a aplicação de herbicidas, onde o alvo pode ser a superfície do
solo (PPI) ou as folhas das plantas (pós emergentes), etc.
Os bicos leque estão disponíveis no mercado em dois ângulos de abertura do leque, que são 80º
e 110º. Se considerarmos um distância entre bicos de 0,5 m, a altura da barra visando obter uma boa
cobertura é de 35 cm para os bicos de ângulo 110º e de 50 cm para os de 80º.
Em relação a vazão do bico, esta é codificada internacionalmente, onde os bicos na seqüência
de cores verde, amarelo, azul, vermelho, marrom e cinza, correspondem as vazões de 0,15; 0,2; 0,3;
0,4; 0,5; galões americanos (3,8 litros) por minuto a pressão de 40 lb.pol-2, respectivamente.
A pressão de trabalho recomendada situa-se no intervalo de 15 a 60 lb.pol -2 (aproximadamente
1 a 4 bar), podendo variar de acordo com o fabricante. Quanto menor for a pressão utilizada, maior
será o tamanho das gotas formadas. Entretanto, esta pressão não deve ser inferior a pressão mínima
necessária para a correta abertura do leque.

Exemplos
Bico XR11002, onde 110 indica o ângulo de abertura (110º) e 02 a vazão em galões por minuto
(0,2 galões);
Bico 80-EF-03, onde 80 é o ângulo de abertura (80º) e 03 a vazão de 0,3 gal.min-1.

Os bicos de jato plano podem ser:

Jato simples
Podem ter diferentes projetos e características que influenciam no tamanho de gota e forma de
distribuição das gotas;

Jato simples com injeção de ar


Nos quais o bico possui orifícios laterais ao fluxo de água que provocam a entrada de ar,
envolvendo as gotas, que ficam de tamanho maior (menor probabilidade de deriva) e quando batem na
superfície do alvo elas se fragmenta e gotas menores;
Jato duplo
Que apresentam dois jatos, um na frente do outro para melhorar a cobertura do alvo;

Defletor
Nesse tipo de bico, o líquido sai por um orifício, formando um jato maciço, que ao se chocar
contra uma superfície inclinada irá formar o leque. Estes bicos produzem gotas de tamanho maior e
também e chegam a um ângulo de até 127º.

Filtros
De acordo com a vazão do bico, tem-se um filtro do bico específico recomendado, para evitar a
obstrução do orifício do mesmo. Essa recomendação é filtros de malha 50 (50 malhas.pol -2) para bicos
leque com vazão de até 0,2 galão.min-1 e filtros com malha 80, no mínimo, para bicos com vazão de
0,15 e 0,1 galão.min-1.

• Bicos de jato cônico vazio


A passagem do líquido sob alta pressão por um disco difusor com um a dois canais periféricos e
por um orifício circular (bico) é responsável pela formação de um filme de gotas finas em forma de
cone, que apresenta o centro vazio. De acordo com VELLOSO et al (1984), este bico é recomendado
para aplicação de inseticidas, fungicidas, acaricidas e adubo foliares, devido a produção de gotas
menores (100 a 200 µ m), que é ideal para penetrar na folhagem da cultura.
Outra característica que merece destaque, é que este tipo de bico forma uma espécie de
turbilhonamento, o qual facilita atingir melhor as partes internas da cultura. Em contrapartida, deve-se
ter mais atenção com os fatores climáticos, devido a formação de gotas menor que podem evaporar
com facilidade e também ser transportadas pelo vento.
Na maioria dos casos, os bicos de jato cônico vazio seguem a numeração 1, 1,5, 2, 3, 4, 5, 6,
que são caracterizados pela cor azul, marrom, preto, laranja, vermelho, verde e amarelo,
respectivamente. O numero 1 significa que o diâmetro do orifício é 2/64 de polegada (0,079 mm).
Alguns modelos de bicos cônicos também permitem a troca do difusor, que possuir numeração
13, 23, 25 e 45, onde a menor numeração forma gotas pequenas e a maior, gotas maiores.

Filtros
Neste tipo de bicos, a malha das peneiras deve ser 50 para bicos com numeração igual ou maior
que 2, e para os bicos com numeração menor que esta, a malha do filtro deve ser 80 ou superior.

• Bicos cônicos de jato cheio


São semelhantes aos de cone vazio, entretanto, a presença de um difusor normal com um
orifício no centro forma um jato em cone com distribuição de produto em todo o centro.

1.1.1.4 Fatores a serem considerados na escolha de bicos


Os bicos do pulverizador juntamente com as peneiras, são os componentes mais importantes
para a realização de uma pulverização adequada.
Para a escolha do bico e da pressão de trabalho adequada, alguns fatores devem ser
considerados, como:

• Vazão de calda
Quanto maior for a necessidade de vazão de calda, maior terá que ser a vazão do bico, pois se
for utilizado um bico com baixa vazão, uma das formas de se aumentar a vazão por ha é aumentar a
pressão de trabalho, tendo-se conseqüências como a redução do tamanho das gotas produzidas e a
durabilidade do bico. Outra forma de se aumentar a vazão por ha é a diminuição da velocidade de
deslocamento, o que provocará um redução da rendimento de trabalho, que também não é
interessante.
O rendimento operacional do pulverizador também é diretamente proporcional a vazão de calda
em l.ha-1, onde, a redução da vazão aumenta o rendimento, pois será necessário um menor número de
reabastecimentos. Com o aumento do rendimento, se pode realizar as pulverizações nas horas mais
adequadas, que são até 9 horas da manhã e após as 17 horas, na maioria dos casos.
Em termos de volume de calda aplicada litros por hectare, tem-se: alto volume para vazões
superiores a 600, volume médio de 200 a 600, baixo volume de 50 a 200, muito baixo volume de 5 a
50, e ultra baixo volume menor do 5 l.ha-1.

• Condições climáticas
As condições climáticas adequadas para a pulverização são: temperatura (T) inferior a 30ºC,
umidade relativa do ar (UR) superior a 55% e velocidade do vento (VV) entre 3 e 10 km.h-1.
Ao se utilizar uma gota de muito pequena, em condições de clima inadequado (T>30º C,
UR<55%) as gotas se evaporam antes de chegar no alvo. Só para ter uma idéia, na Tabela 7.1 pode-se
verificar que a o tempo de vida e a distância de queda das gotas é significativamente reduzida com o
aumento da temperatura e a redução da UR.
Quanto a velocidade do vento, nas velocidades inferiores a 3 km.h -1 as gotas menores flutuam e
formam névoa seca que se pode deslocar por vários km com o vento. Já no outro extremo (velocidade
acima de 10 km.h-1) carregam as gotas (deriva), sendo esta distância maior, quanto menores forem as
gotas. Na Tabela 7.2, se pode verificar a influência do velocidade vento sobre a distância de deriva em
diferentes tamanhos que podem ser utilizados para pulverização.

Tabela 1.1 - Tempo de vida da gota em função do tamanho, da temperatura e da umidade relativa
Condições climáticas T = 20º C e UR = 80% T = 30º C e UR = 50%
Diâmetro das gotas 50 100 200 50 100 200
(µ m)
Tempo de extinção 14 s 57 s 227 s 4s 16 s 65 s
Distância de queda 0,127 6,7 m 81,7 m 0,032 1,8 m 21,0 m
m m
Fonte: MATUO (1998)

Tabela 1.2 - Efeito do diâmetro da gota, aplicada a 3 metros de altura e velocidade do vento de 5 km.h -
1
, sobre o deslocamento lateral (deriva) e tempo para atingir o solo
Diâmetro das gotas (µ m)
5 33 100 200 500
Deslocamento lateral (m) 5400 120 15 5,6 2,1
Tempo p/ atingir o solo (s) 3600 90 11 4 2
Fonte: VELLOSO et al. (1984)
Embora a altura de queda da gota não é de 3 m numa pulverização com um pulverizador de
barras, na Tabela 7.2 se pode verificar que a utilização de gotas menores que 100 µ não é
recomendado, exceto para pulverizadores equipados com sistemas antideriva (assistência de ar, etc.).

• Alvo a ser atingido

Tamanho de gota
De acordo com o alvo a ser atingido, tem-se um tamanho de gota recomendado. De acordo com
MATUO (1998), para insetos em vôo o tamanho de gota deve estar entre 10 a 50 µ m, insetos sobre
folhas de 30 a 50 µ m, folhagem de 40 a 100 µ m, e para solo de 250 a 500 µ m. Este último tamanho
de gota também é recomendado para evitar a deriva, pois de nada adianta ter uma gota de tamanho
ótimo para o alvo, mas esta não chega até ele.

Densidade de gotas
De acordo com o tipo de produto a ser pulverizado, tem-se uma densidade de gotas
recomendada por centímetro quadrado (Tabela 7.3).

Tabela 1.3 – Densidade de gotas recomendada para os diferentes tipos de pulverização


Tipo de pulverização Densidade de gotas.cm-2
Inseticidas 20 - 30
Herbicidas em pré-emergência 20 - 30
Herbicidas de contato (pós-emergência) 30 - 40
Fungicidas sistêmicos 30 - 40
Fungicidas de contato 50 - 70

1.1.2 Eletrohidrodinâmicos
Consistem em submeter o líquido a uma tensão de 22 a 26 mil volts, no momento em que sai do
bico do interior de um reservatório. A energia aplicada ao fluxo de líquido o induz a subdividir-se em
pequenas gotas que são carregadas eletricamente, sendo então atraídas pelas folhas das plantas.
Alguns pulverizadores autopropelidos modernos são equipados com esta princípio de formação de
gotas, e acredita-se que obtém-se melhor cobertura foliar tanto na parte de cima da folha como na
parte inferior, devido a atração das gotas pelas plantas.

1.1.3 Pneumáticos (Atomizadores)


A subdivisão do líquido ocorre pelo impacto desse, sob baixa pressão, com uma corrente de ar
de alta velocidade, geralmente produzida por um ventilador centrífugo. Uma boa fragmentação é
obtida quando a velocidade do ar é superior a 70 m.s-1. Na maioria dos casos, os atomizadores utilizam
este princípio de funcionamento, e pelo fato de produzirem gotas muito pequenas que são lançadas
sobre as plantas a longas distâncias, sofrem muita influência da ação dos ventos. Devido a isso, são
utilizados em algumas situação específicas como aplicação de produtos na fruticultura, inseticidas e
fungicidas em algumas culturas anuais, etc.
1.1.3.1 Atomizadores costais motorizados
Possuem motor de 2 tempos que aciona uma turbina, reservatório de combustível, reservatório
de calda, tubulações e registros. A atomização do produto é feita pelo impacto do líquido com a
corrente de ar ou podem ser equipados com uma turbina, a qual através da atomização centrífuga, que
faz a subdivisão inicial do liquido e coloca as gotas produzidas em contato com o fluxo de ar.

1.1.3.2 Atomizadores tratorizados


Podem ser de acoplamento pelo sistema de 3 pontos do trator (montados) ou na barra de tração
(arrasto). E alguns pulverizadores, uma bomba centrífuga conduz o líquido sob baixa pressão até o
interior de cilindro de tela, escova circular ou um rotor ranhurado, que produz as gotas de tamanho
pequeno que serão lançadas para o fluxo de ar (combinação de atomização gasosa com centrífuga).
Este tipo de mecanismo é comum em atomizadores montados, também chamados de “jatão”.
Em outros atomizadores, tem-se um bomba hidráulica que envia o líquido sob alta pressão ate
bicos hidráulicos que formarão gotas que serão lançadas até a copa das árvores através de um grande
fluxo de ar, substituindo o ar existente por aquele misturado ao produto, atingindo até o interior das
árvores.

1.1.3.3 Atomizadores aéreos


Nos aviões agrícolas com sistema de atomização, o produto é enviado sob baixa pressão a
atomizadores rotativos chamados de Micronair. Estes sistemas são acionados por hélices que
compõem o Micronair e a vazão é regulada pelo fluxo de líquido que chega até este, enquanto, o
tamanho das gotas a serem produzidas é controlado pela variação da rotação do cilindro, que é feita
variando-se o ângulo de choque da hélice com a direção do vento.

1.2 POLVILHADORAS
Usadas para aplicar pó. São pouco usadas devido o pó veículo (argila, talco e gesso) e o
princípio ativo possuirem densidades diferentes, e na hora da pulverização pode ocorrer separação de
ambos, comprometendo a eficiência da aplicação. Seu principio de funcionamento é através de um
fluxo de ar produzido por um ventilador que distribui o pó do produto previamente dosado. Podem ser
manuais, tratorizadas ou aéreas

1.3 APLICADORAS DE MICROGRÂNULOS


São máquinas usadas para aplicar grânulos, nos quais não se tem o problema de separação
como nos produtos em pó. Estas máquinas podem ser manuais, tratorizadas ou até aéreas. A dosagem
de produto na maioria dos casos é realizada por cilindros ranhurados.
1.4 REGULAGEM DE PULVERIZADORES
1.4.1 Pulverizadores de lanças
Costais
Motorizados
Tratorizados
1.4.2 Pulverizadores de barras
Tração animal
Tratorizados e autopropelidos
Aéreos
1.4.3 Atomizadores
Costais motorizados
Tratorizados
Aéreos

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