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1 MÁQUINAS PARA COLHEITA DE CEREAIS

É o processo final do ciclo produtivo de uma cultura anual, pela qual são retirados os grãos das
partes vegetativas das plantas. Com relação ao tipo de colheita, ela pode ser realizada de três formas
que são:

• Manual: apresenta baixo rendimento, < perda de grãos, seletividade (tam., formato, cor, etc.),
isenção de danos mecânicos e antecipação do momento de colheita. É realizado em pequenas
propriedades, regiões acidentadas e culturas altamente sensíveis a danos mecânicos.
• Colheita manual mecânica: O arranquio ou a quebra é feita manualmente e a debulha com
máquina (milho e feijão). Necessita de menor mão-de-obra, além de possibilitar a secagem após o
arranquio com a exposição ao solo (feijão).
• Colheita mecânica: o corte e trilha realizados por máquina. Exige umidade de grãos adequada
para o processo de colheita, lavoura uniforme, habilidade do operador, etc.

Quanto a forma pela qual as máquinas para colheita recebem a potência de acionamento, elas
classificam-se em:

• colhedora montada: é acionada pela TDP, tem menor rendimento operacional, dificuldade de
manobra. (ex. colhedora de milho de 1 linha - trator);
• colhedora de arrasto acionada por motor auxiliar ou pela TDP: não é mais utilizada pela alta
potência dos tratores atuais;
• colhedora autopropelida: o mesmo motor realiza as operações de corte, trilha, separação e
limpeza e também desloca a máquina. É uma máquina complexa.

Com relação ao tipo de cultivo, as colhedoras autopropelidas classificam-se em:

• colhedora de sequeiro;
• colhedora de arroz irrigado: permite substituição dos pneus por esteiras e apresenta os
componentes de trilha mais resistentes ao desgaste.

Quanto ao fluxo de material trilhado, classificam-se em:

• colhedora de fluxo radial: é a mais comum, sendo que o material colhido flui
perpendicularmente ao eixo do cilindro trilhador;
• colhedora de fluxo axial: o material colhido flui paralelamente ao eixo do cilindro trilhador.
Apresenta menor impureza e danificação, sendo no entanto mais suscetível a embuchamento
quando o material é longo e úmido.

1.1 MÁQUINAS PARA A COLHEITA MANUAL MECÂNICA (TRILHADORAS)

1.1.1 Trilhadora com separação e limpeza por peneiras

1.1.2 Trilhadora com separação e limpeza pneumática

1.1.3 Recolhedora e trilhadora

1.2 COLHEDORA ACOPLADA

1.2.1 Colhedora acoplada com plataforma de corte

1.2.2 Colhedora acoplada com plataforma recolhedora

1.2.3 Colhedora recolhedora de espigas (produção de sementes de milho)


1.3 COLHEDORA AUTOPROPELIDA
Partes principais (Figura 8.1):
• sistema de corte e recolhimento;
• sistema de trilha;
• sistema de separação;
• sistema de limpeza;
• sistema de transporte e armazenamento.

Figura 1.1 - Vista geral dos sistemas que compõem uma colhedora de grãos automotriz. (Fonte: Reis, et
al, 1999).

1.3.1 Sistema de corte e recolhimento


Dependendo da cultura a ser colhida, o sistema de corte e recolhimento pode ser de dois tipos
principais, que são: plataforma de corte e plataforma recolhedora

1.3.1.1 Plataforma de corte ou segadora


É o tipo de plataforma utilizada para a maioria das culturas, pela qual os colmos ou caules são
cortados e enviados para o interior da colhedora. Na maioria dos casos entra uma grande quantidade
para ser processado, devido a presença de colmos, folhas, vagens ou espigas, etc. que tornam a trilha,
separação e limpeza mais difíceis.
As plataformas de corte podem ser:
• rígida: barra de corte fixa;
• flexíveis: acompanham as ondulações do terreno. Nos modelos mais novos possuem até flutuação
lateral.

A plataforma de corte é composta por (Figura 8.2): separadores, molinete, barra de corte, e um
transportador transversal helicoidal (caracol).

Figura 1.2 - Sistema de alimentação da colhedora automotriz (Fonte: Reis et al, 1999)
Separador
Tem a função de delimitador a largura de corte;

Molinete
Constituído de barras com dentes de aço e tem a função de:
• levar as plantas ao encontro da barra de corte;
• conduzir a planta para dentro da plataforma;
• levantar culturas acamadas.

A velocidade do molinete deve ser de 25 a 50% maior que a velocidade da máquina.


Possui regulagens de inclinação dos dentes, posição do molinete, e velocidade angular.

Barra de corte
É constituída de dedos e facas. ATENÇÃO com afiamento, grampos, curso, placas de desgaste
(folgas).

Transportador helicoidal transversal (caracol)


Ocupa toda a plataforma e tem a finalidade de recolher o material cortado para o centro da
plataforma, onde os dedos retrateis irão arremessar o material para dentro do canal alimentador.

1.3.1.2 Plataforma recolhedora ou despigadora


É o tipo plataforma utilizada para realizar a colheita de milho, pela qual apenas as espigas das
plantas são coletadas. Apresenta a vantagem de menor fluxo de material para ser processado, o que
aumenta sua eficiência e rendimento.
Esta plataforma é composta de ponteiras, rolos giratórios, facas destacadoras, correntes
transportadoras e um condutor helicoidal transversal.

Ponteiras
Estas passam na entre linha da cultura, levantam as plantas que estão parcialmente acamadas
e conduzem-nas até os rolos giratórios. O espaçamento das ponteiras deve ser o mesmo que a entre
linha da cultura.

Rolos giratórios
São dois rolos, um de cada lado do colmo, que giram em sentidos opostos e puxam as plantas
para baixo.

Facas destacadoras
Quando a planta é puxada para baixo pelos rolos, a espiga fica retida em facas destacadoras,
localizadas lateralmente e acima dos colmos. Estas facas destacadoras devem ser ajustadas para
permitir a passagem do colmo, que é puxado para baixo, e reter a espiga, que é destacada.

Corrente transportadora
As espigas destacadas são levadas por correntes transportadoras até o helicoidal transversal
(caracol), que movimenta o material para a parte central da máquina, onde é captado pelo canal
alimentador.

1.3.1.3 Canal alimentador (esteira)


Tem a função de transportar o material até o cilindro e suportar fisicamente a plataforma.
Possui esteira e travessas (em forma de “U” ou “L”). Atenção com regulagem de altura da esteira 
depende do material a ser colhido.

1.3.2 Sistema de trilha


Tem a função de destacar os grãos dos restos de cultura (caule, espigas, vagem, panículas e
folhas). É composto por um cilindro e um côncavo.

1.3.2.1 Cilindro
- cilindro de barras (debulha por atrito;
- cilindro de dentes (debulha por choque).
1.3.2.2 Côncavo

Coletor de pedras: dispositivo de segurança que evita a entrada de pedras, paus, etc para
dentro da colhedora.

1.3.2.3 Regulagens
> velocidade de rotação;
> abertura do côncavo.

1.3.3 Sistema de separação


Tem a função de separar os grãos e as partes vegetativas que ainda contém grãos (vagens,
panículas, espigas, etc.) das demais partes vegetativas mais grossas (colmos, caules, folhas, etc.).
Apresenta como componentes: cilindro batedor; pente de arame do côncavo; saca palhas; cortinas
defletoras.

Após o cilindro, o material é arremessado sobre o pente do côncavo pelo cilindro batedor e em
seguida o material cai sobre o caca palha.
O pente possui regulagem de espaçamentos entre dentes, dependendo do tipo de cultura.
Saca palha: agita o material e desloca-o para trás, sendo fatores importantes no seu projeto a
freqüência com que o material é arremessado para cima, altura e direção da agitação, inclinação,
forma e tipo da superfície.
As cortinas defletoras auxiliam a retardar o fluxo de palha sobre o saca-palha, melhorando sua
eficiência.
Os grãos que são separados são enviados ao sistema de limpeza pela calha interna dos saca-
palhas e a palha para o picador, o qual pica e/ou distribui esta sobre o solo.

1.3.4 Sistema de limpeza


Tem a função de separar grãos de palhiços, palha curta, poeira e grãos não trilhados (retrilha).
Componentes: bandejão; ventilador; peneira superior e inferior; extensão da retrilha.

1.3.4.1 Bandejão
Tem a função de homogenizar a espessura de material que é levado a peneira.

1.3.4.2 Ventilador
Tem a função de arremessar a impurezas mais leves para fora da máquina, auxiliando na
limpeza dos grãos pelas peneiras. Possui regulagem de vazão e direcionamento do ar.

1.3.4.3 Peneiras
Na maioria dos casos são duas peneiras, uma superior e outra inferior. A peneira superior tem a
função de separar os grãos e partes vegetativas que contém grãos (vagens, espigas, panículas, etc.)
das demais impurezas. Por isso deve ter sua abertura para permitir a passagem de grãos e vagens ou
espigas. Na parte posterior da peneira superior tem-se uma extensão, que pode ser de arames ou por
seções retangulares denteadas superpostas (como a da peneira). A extensão deve ter abertura maior
do que a peneira superior, para facilitar a passagem de vagens, espigas, panículas, etc. que são
diretamente enviadas para a retrilha, não caindo, dessa forma, sobre a peneira inferior (evita
sobrecarga).
O material que passa pela peneira superior cai sobre o inferior, a qual deve ser regulada para
permitir apenas a passagem dos grãos limpos, Já as vagens e espigas que caem sobre esta peneira são
movimentadas para trás por um movimento alternativo das peneiras e enviados para a retrilha
(recomeça o processo a partir do cilindro e côncavo) por um elevador.
As sementes que passam pela peneira inferior são enviadas para o reservatório (graneleiro) por
um elevador de grãos.
1.3.4.4 Sistema de transporte e armazenamento
O sistema transportador helicoidal transporta o produto das peneiras até os elevadores e calhas.
Caracol de descarga: alta vazão.

1.4 PERDAS NA COLHEITA

1.4.1 Fatores que influenciam as perdas na colheita


• Relevo e micro-relevo da lavoura;
• Presença de plantas daninhas;
• Espaçamento entre linhas (milho);
• População de plantas (soja com falhas, plantas com baixa inserção da primeira vagem e facilmente
caem para fora quando cortadas);
• Teor de umidade dos grãos
• Uniformidade de maturação da lavoura;
• Regulagem da colhedora;
• Mão-de-obra
• Velocidade de colheita;
• etc.

1.4.2 Perdas na colhedora

As principais perdas na colheita ocorrem com uma colhedora autopropelida ocorrem nos
seguintes sistemas:

• na plataforma de corte (80 a 90%) para trigo e soja.


• Perdas na trilha.
• Perdas na separação.
• Perdas na limpeza: ventilador, abertura peneiras, etc.

1.4.2.1 Causas das perdas na plataforma de corte

1.4.2.2 Causas das perdas no sistema de trilha

1.4.2.3 Causas das perdas no sistema de separação

1.4.2.4 Causas das perdas no sistema de limpeza

1.4.3 Avaliação das perdas


Através do método do copo volumétrico (MESQUITA)
1º) perdas na pré-colheita;
2º) perdas na plataforma;
3º) perdas na parte traseira da máquina sem o picador (palha coletada);
4º) perdas totais.

1.4.4 Monitores de perdas eletrônicos.

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