Você está na página 1de 32

Conjuntura da

Construção
Ano IX | nº 1 | Março 2011

Perspectivas do setor em
um mundo em turbulência
balanço de 2010 e projeções para 2011 • o corte de gastos do governo • conheça o índice
do mercado imobiliário comercial • áreas de risco e o combate ao déficit habitacional
2 Conjuntura da construção Março 2011

Conjuntura da Conjuntura da Construção é uma publicação


Construção trimestral conjunta do SindusCon-SP
e da FGV. É permitida a reprodução
total ou parcial da publicação.
Diretor de economia do SindusCon-SP: Eduardo May Zaidan
Editores: Ana Maria Castelo, Edney Cielici Dias (executivo) e Fernando Garcia
3 Editorial Colaboraram nesta edição: André C Michelin, Denise Inoue, Jussara Frazão,
Roseane Petronilo, Sérgio Camara Bandeira e Victor Albuquerque
Arte, diagramação e fotos: André C. Michelin
Desafios aqui e lá fora Ilustração da capa e infográficos: Mario Kanno/MultiSP
Jornalista Responsável: Rafael Marko. MTE 12522
Publicidade: Ana Maria Castelo, Tel.: (11) 3799 3295, Fax: (11) 3799 3620,
e-mail: ana.castelo@fgv.br. Av Paulista 548 - 6º andar, São Paulo - SP,

4 Uma visão de 2011 01310-000, Tel.:(11) 3281 3254 / 3500

Quais as perspectivas para


Presidente: Sergio Tiaki Watanabe
o Brasil em um cenário Vice-presidentes: Cristiano Goldstein, Delfino Paiva Teixeira de Freitas,
Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, José Antonio
internacional desfavorável? Marsiglio Schuvarz, José Carlos Molina, José Roberto Pereira Alvim, Luiz
Antônio Messias, Marcos Roberto Campilongo Camargo, Maristela Alves Lima
Honda, Mauricio Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Brasil Batistella
Diretores Regionais: José Batista Ferreira, José Roberto Alves, Luís Gustavo
Ribeiro, Luiz Cláudio Minniti Amoroso, Paulo Piagentini, Renato Tadeu Parreira
8 Balanço e perspectivas Pinto, Ricardo Beschizza, Ronaldo de Oliveira Leme, Silvio Benito Martini Filho
SindusCon-SP: Rua Dona Veridiana 55, São Paulo - SP, 01238-010,
Tel.:(11) 3334 5642, Fax: (11) 3224 0566 R. 306, www.sindusconsp.com.br
Por vôos ainda mais altos no futuro
Instituto Brasileiro de Economia
Diretoria: Luiz Guilherme Schymura de Oliveira
Vice-Diretoria: Vagner Laerte Ardeo
12 Expectativas empresariais Superintendência de Clientes Institucionais: Rodrigo de Moura Teixeira
Superintendência de Produção de Bens Públicos: Vagner Laerte Ardeo
Superintendência de Estudos Econômicos: Marcio Lago Couto
Otimismo, ritmo mais lento e Superintendência de Planejamento e Organização: Vasco Medina Coeli
Controladoria: Regina Célia Reis de Oliveira

aperfeiçoamentos necessários Instituição de caráter técnico-científico, educativo e filantrópico,


criada em 20 de dezembro de 1944, como pessoa jurídica de direito
privado, tem por finalidade atuar no âmbito das Ciências Sociais,
particularmente Economia e Administração, bem como contribuir
15 Ajuste Fiscal para a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Considerações sobre o atual Sede: Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro - RJ, CEP 22253-900 ou
Caixa Postal 62.591 - CEP 22257-970, Tel.: (21) 2559 6000, www.fgv.br
Primeiro Presidente e Fundador: Luiz Simões Lopes
debate econômico Presidente: Carlos Ivan Simonsen Leal
Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos Cintra
Cavalcanti de Albuquerque, Sergio Franklin Quintella
Conselho Diretor

17 Rentabilidade
Presidente: Carlos Ivan Simonsen Leal
Vice-presidentes: Francisco Oswaldo Neves Dornelles, Marcos
Cintra Cavalcanti de Albuquerque, Sergio Franklin Quintella
Vogais: Armando Klabin, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque,
O Índice Geral do Mercado Ernane Galvêas, José Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Manoel Pio
Corrêa Jr., Marcílio Marques Moreira, Roberto Paulo Cezar de Andrade
Imobiliário Comercial (IGMI-C) Suplentes: Antonio Monteiro de Castro Filho, Cristiano Buarque Franco Neto,
Eduardo Baptista Vianna, Gilberto Duarte Prado, Jacob Palis Júnior, José Ermírio de
Moraes Neto, José Júlio de Almeida Senna, Marcelo José Basílio de Souza Marinho
Conselho Curador
Presidente: Carlos Alberto Lenz César Protásio
19 Áreas de risco Vice-presidente: João Alfredo Dias Lins (Klabin Irmãos & Cia.)
Vogais: Alexandre Koch Torres de Assis , Dante Letti (Souza Cruz S.A.), Carlos
Moacyr Gomes de Almeida , Edmundo Penna Barbosa da Silva, Heitor Chagas
O monstro do déficit de Oliveira, Jaques Wagner (Estado da Bahia), Jorge Gerdau Johannpeter
(Gerdau S.A.), Lázaro de Mello Brandão (Banco Bradesco S.A.), Luiz Chor

habitacional não desaparecerá (Chozil Engenharia Ltda.), Marcelo Serfaty, Marcio João de Andrade Fortes,
Maurício Matos Peixoto, Raquel Ferreira (Publicis Brasil Comunicação Ltda.),
Raul Calfat (Votorantim Participações S.A.), Ronaldo Vilela (Sindicato das
num passe de mágica Empresas de Seguros Privados, de Previdência Complementar e de Capitalização
nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), Angélica Moreira da Silva
(Federação Brasileira de Bancos), Sandoval Carneiro Junior, Sérgio Ribeiro da
Costa Werlang, Mauro Sérgio da Silva Cabral (IRB-Brasil Resseguros S.A.)

21 Indicadores da construção Suplentes: Aldo Floris, José Luiz Marques Lino (VALE S.A.), Luiz Roberto Nascimento
Silva, Karine Brandão (Brascan Brasil Ltda.), Ney Coe de Oliveira, Nilson Teixeira
(Banco de Investimentos Crédit Suisse S.A.), Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro
Aranha Participações S.A.), Patrick de Larragoiti Lucas (Sul América Companhia
Nacional de Seguros), Pedro Henrique Mariani Bittencourt (Banco BBM S.A.), Rui
Barreto (Café Solúvel Brasília S.A.), Sergio Lins Andrade (Andrade Gutierrez S.A.)
Conjuntura da construção Março 2011 3

Desafios aqui e lá fora

Conjuntura da
Construção
Ano IX | nº 1 | Março 2011

E sta edição traz uma primeira abor-


dagem dos principais pontos de inte-
resse da cadeia produtiva da construção
ce a confiança nos negócios, a certeza no
Brasil. Ter passado pela prova da crise fi-
nanceira mundial de 2008-2009 com ga-
no ano. Trata-se de um cenário distinto do lhardia parece ter alimentado um bem in-
verificado em 2010, em que as condições tangível, a autoconfiança.
para um crescimento excepcional estavam Mas o sentido de que as coisas vão bem
PersPectivas do setor em
um mundo em turbulência
balanço de 2010 e projeções para 2011 • o corte de gastos do governo • conheça o índice
dadas e, mais uma vez, chegou-se ao limi- deve servir de estímulo para que grandes
do mercado imobiliário comercial • áreas de risco e o combate ao déficit habitacional

te da capacidade produtiva, esbarrando-se passivos sociais possam ser enfrentados.


em restrições de mão de obra e de máqui- Um deles é questão da moradia em áreas
nas e equipamentos. de risco e o déficit habitacional, proble-
2011, diversamente, apresentará um rit- ma abordado no artigo do secretário mu-
mo de crescimento menor e será uma opor- nicipal da Habitação de São Paulo, Ricar-
tunidade de executar investimentos estraté- do Pereira Leite.
gicos, de tal forma a enfrentar os gargalos Que esta edição sirva de subsídio para a
produtivos. A economia brasileira cresce- reflexão e ajude a todos os envolvidos na
rá menos, sobretudo pelo desaquecimen- cadeia produtiva da construção, na polí-
to da economia global, promovido pela tica habitacional, na política de desenvol-
alta do petróleo e pela tragédia japonesa. vimento a tomar as melhores decisões. O
Como pode ser visto no artigo sobre as Brasil merece.
expectativas dos empresários, permane- Boa leitura.

Frases

CENÁRIO COPA ATRASADA


“Acreditamos que o Brasil tem duas opções: investir ou “O maior problema no desenvolvimento adequado das

investir. Assim, a despeito dos cortes no orçamento da União, obras para a Copa 2014 é a falta de coordenação e

acreditamos que o PAC será preservado. A infraestrutura e o gestão, e a presidente Dilma é a única com autoridade,

mercado imobiliário continuarão a comandar o crescimento legitimidade e capacidade de mobilizar recursos para isso

do setor da construção.” e imprimir a necessária agilidade.”

Sergio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP, nesta edição. José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco, nesta edição.
4 Uma visão de 2011 Conjuntura da construção Março 2011

Quais as perspectivas para


o Brasil em um cenário
internacional desfavorável?
Em 2011, a economia mundial não deve crescer. A crise japonesa
e a redução da oferta de petróleo fazem com que a projeção de
crescimento do Brasil diminua para pouco mais de 3% – a construção
será, mais uma vez, um dos setores que sustentarão esse desempenho
positivo, com uma expansão de 5%. A despeito das dificuldades,
aumentará a importância do País no contexto mundial

Fernando Garcia e Edney Cielici Dias

O futuro chegou para o Brasil,


afirmou o presidente norte-ame-
ricano, Barack Obama, no mesmo dia
em decorrência dos danos em usinas
atômicas.
Trata-se de graves problemas em cur-
incertezas mundiais, ficando com uma
perspectiva de expansão de 5% em 2011.
Este artigo tem como objetivo, para
em que, em solo brasileiro, ordenou os so, portanto sujeitos a grandes incer- além de relatar os números, explicitar
ataques da coalizão internacional à Lí- tezas. Feitas essas ressalvas, é possí- os pressupostos que levaram às proje-
bia. Esse mítico e sempre prometido vel fazer um avaliação preliminar dos ções, o que implica uma análise mais
futuro chega, portanto, em um mun- efeitos desse cenário para a economia detida dos fatores condicionantes das
do em turbulência. Os desafios mun- mundial, para o Brasil e para a constru- estimativas.
diais mais recentes estão desenhados ção, tendo como referência um mode-
em pelo menos três campos: i) a crise lo de equilíbrio geral que considera o Efeito alta do petróleo
financeira eclodida em 2008 não foi histórico de cem economias por mais Na montagem do cenário de 2011, a
superada por importantes economias de 60 anos e técnicas de projeção de elevação do preço do petróleo aumen-
europeias, bem como restam incerte- tendências recentes. ta a inflação mundial e reduz o cres-
zas sobre as medidas reguladoras ado- Na ponta do lápis, os efeitos da di- cimento econômico. Se o preço do pe-
tadas para prevenir problemas dessa minuição do crescimento econômico tróleo ficar no patamar de US$ 100, es-
natureza; em um contexto em que as mundial, em razão do aumento dos pre- pera-se que o crescimento econômico
principais economias mundiais estão ços do petróleo, da crise japonesa e do mundial deva ficar 1 ponto percentual
apenas convalescentes dos males dos ajuste interno, farão com que o ritmo de abaixo do esperado em 2011. Em razão
mercados desregulados, dois fatores expansão das atividades na economia das incertezas políticas em importan-
agravam o quadro internacional: ii) o brasileira em 2011 se reduza de forma tes países exportadores de petróleo, o
levante político em países muçulma- expressiva, dos 5% em termos reais es- preço dessa commodity voltou a cres-
nos, com o agravamento da situação perados em dezembro para pouco mais cer desde o final de 2010. Em março,
na Líbia, o que compromete a oferta de 3%.Conforme será detalhado em ar- o barril foi cotado acima de US$ 110
de petróleo e gás natural; iii) o tsuna- tigo na página 7, a construção será um (Brent, FOB), um valor quase 80% aci-
mi que atingiu o Japão, com mais de dos setores que sustentarão o nível de ma da média de 2009.
10 mil mortes e destruição de cidades atividade no País, apesar de também so- Em período recente, os preços do pe-
e de infraestrutura, e a crise nuclear frer uma desaceleração em razão das tróleo têm apresentado grande volatili-
Conjuntura da construção Março 2011 5

Alta do preço do petróleo ameaça retomada da economia mundial


US$ por barril (Brent, FOB)
160

Auge da
140
especulação
em 2008
120 Crescimento
de preços
100
implica
inflação e
retração da
80
atividade

60

40

20

04.01.88 04.01.92 04.01.96 04.01.00 04.01.04 04.01.08 04.01.01

dade. Em julho 2008, o barril chegou a


US$ 144, em contexto de alta demanda
e com fortes componentes especulati-
Economias em retomada: EUA, Euro e Japão
PIB dos EUA, dos países da zona do Euro e do Japão - 1º trimestre
vos. A drástica redução de demanda,
provocada pela crise financeira mun- 120
dial, refletiu-se em uma forte retração
Japão
de preços: o barril caiu a US$ 30. Na
média de 2009, o petróleo foi cotado em 110 Zona do Euro
108,3
US$ 62 por barril, um valor significati- Estados Unidos
105,8
vamente superior ao observado entre
100 102,8
2000 e 2005 (US$ 33 por barril). O pa-
tamar de US$ 60 é, no entanto, razoá-
vel para o longo prazo, pois viabiliza 90
fontes alternativas de energia e a ex-
ploração do pré-sal brasileiro.
O atual patamar de preços não de- 80
corre primariamente de um aumen- 1º tri/00 1º tri/02 1º tri/04 1º tri/06 1º tri/08 4º tri/10
to da demanda, como em 2007 e 2008,
mas é uma restrição de oferta do óleo
líbio. Por isso, a redução do crescimen-
to mundial neste ano, que ocorrerá em Brasil, construção e consumo
razão da crise no Japão e do próprio PIB da economia brasileira - 1º trimestre (Índice: 2005=100)
150
aumento do preço do petróleo, não deve
PIB
diminuir de forma intensa o preço do
Construção 135,6
óleo. A pressão nos preços deve conti- 130
nuar por período ainda indefinido, até Consumo 125,3
124,9
que a situação política se estabilize.
O Brasil sofre efeito direto de retra- 110
ção de atividade provocada pela alta
do petróleo. Porém cabe pontuar que
as reservas brasileiras, em contexto de 90

turbulência política em países produ-


tores, ganham importância decisiva. O 70
petróleo nacional representa uma ofer- 1º tri/00 1º tri/02 1º tri/04 1º tri/06 1º tri/08 4º tri/10
ta segura, em uma área sem conflito –
daí o interesse dos Estados Unidos em
6 Uma visão de 2011 Conjuntura da construção Março 2011

comprar antecipadamente parte signi- tem uma intensidade de uso de energia mercados específicos, isso pode ocasio-
ficativa dessa produção. Paralelamen- elétrica muito elevada, da magnitude nar aumento de preços. Adicionalmen-
te, fica claro que os níveis médios de da intensidade de capital. Um raciona- te, economia japonesa é exportadora
preço do petróleo viabilizam fontes al- mento mais intenso ou uma extensão de capitais. A necessidade de fundos
ternativas, o que aumentará a deman- maior do acidente nuclear podem pro- para a reconstrução vai esgotar a ge-
da por etanol, do qual o Brasil é gran- vocar uma queda ainda maior. ração de poupança externa, com efei-
de produtor e detentor de tecnologia Essa redução de PIB supera a ocor- tos sobre a liquidez internacional e os
de produção. Em meio às incertezas, o rida com a economia japonesa duran- investimentos diretos em países em de-
Brasil se afirma como potência energé- te a crise financeira internacional – no senvolvimento.
tica emergente – o que é fundamental primeiro trimestre de 2009, o PIB japo- Com a soma de todos esses efeitos
para seu desenvolvimento. decorrentes da crise japonesa, esti-
ma-se um impacto negativo entre 1,1
Fator Japão e 1,4 ponto percentual na economia
Os efeitos econômicos da tragédia ja- mundial.
ponesa não devem ser subestimados. O
O efeito final dos
terremoto e o tsunami destruíram uma desastres no Japão Crescimento brasileiro
fatia importante do estoque de capital Somando-se os efeitos desacelerado-
do Japão. Além da perda de edifícios,
é uma redução da res do aumento do preço do petróleo
infraestrutura, máquinas e equipamen- ordem de 12% a 13% e da crise japonesa, o crescimento eco-
tos, também foram inutilizados esto- nômico mundial deverá ser nulo em
ques de mercadorias prontas.
do PIB em 12 meses. 2011. Projeções de dezembro aponta-
A contabilidade das perdas revela A economia japonesa vam um crescimento mundial de 2,1%,
a dimensão econômica do desastre. O mas, na soma dos efeitos, a variação
estoque de capital da economia japo- foi responsável por PIB mundial deve ficar entre -0,3% e
nesa somava US$ 17 trilhões antes do quase 9% do PIB 0% em 2011, o que comprometerá o
terremoto. A cada US$ 100 bilhões de crescimento brasileiro. O País irá cres-
destruição de capital, o estoque se re- mundial em 2010, cer bem acima da média mundial, mas
duz em 0,6%. Os prejuízos estimados assim a redução do isso ocorrerá em um ambiente de infla-
estão entre US$ 100 bilhões e US$ 150 ção mais elevada na comparação com
bilhões, o que significa uma diminuição PIB japonês terá forte 2009, quando foram adotadas fortes
de capital entre 0,6% e 0,9%. A destrui- efeito nos negócios políticas anticíclicas para combater a
ção de capital terá isoladamente um retração de atividades.
efeito de redução do PIB japonês en- em todo o planeta Um caminho pelo qual a crise na eco-
tre 0,3% e 0,5% nos próximos 12 me- nomia japonesa afetará a economia
ses. A parada de mão de obra causada brasileira são as exportações. Depois
pela destruição, por sua vez, terá um da crise de 2008-2009, as exportações
impacto negativo de 4% a 6%. brasileiras para o Japão cresceram de
Não bastassem esses fatores, a cri- nês foi 8,6% menor do que o do primei- forma acentuada. As exportações pas-
se nuclear deixou como legado o ra- ro trimestre de 2008. A crise pode ser saram de um patamar de US$ 360 mi-
cionamento de energia. Até a substi- maior e mais prolongada se a sociedade lhões mensal em 2009 para US$ 660
tuição da oferta das usinas inutiliza- japonesa responder com uma redução milhões na média dos primeiro dois
das, o Japão deve conviver com racio- acentuada do consumo, o que tem sido meses de 2011. Agora, esse ganho deve
namentos. Mesmo com uma premissa uma característica marcante dos con- desaparecer. Em relação a 2010, o Bra-
otimista de que rapidamente o raciona- sumidores do país desde a crise ban- sil deve perder cerca de US$ 300 mi-
mento se restrinja à energia que deixa cária e a bolha imobiliária dos anos 90. lhões por mês de exportações para o
de ser gerada pelas usinas em colapso, A economia japonesa foi responsá- Japão, o que dá uma redução de US$
a situação é grave. A energia nuclear vel por quase 9% do PIB mundial em 2,9 bilhões em 2011, considerado o efei-
representa 25% da matriz japonesa de 2010, assim a redução do PIB japonês to do excelente crescimento dos dois
geração elétrica e as usinas em crise terá forte efeito sobre o PIB mundial. primeiros meses.
somam quase a metade dessa capaci- O Japão foi responsável por 4,3% de A redução de exportações para o Ja-
dade. Isso significa um racionamento todas as importações de mercadorias pão retira R$ 4,9 bilhões da demanda
da ordem de 10% por um período de e serviços no mundo – a redução das por produtos brasileiros. O efeito dis-
24 a 36 meses. importações japonesas ocasionará uma so no PIB é uma redução de 0,33 ponto
Como a capacidade de geração não redução da demanda por bens produ- percentual na taxa de crescimento de
oferece grandes excedentes, a impor- zidos nos demais países, com efeitos 2011. A redução do crescimento eco-
tação de outras fontes primárias é uma sobre o PIB dessas economias. nômico mundial e a elevação do preço
saída limitada. O custo da energia tam- Em 2009, o Japão foi responsável por do petróleo terão seus efeitos na eco-
bém vai onerar o Japão e prejudicar a 4,3% das exportações mundiais. A re- nomia brasileira. Esses dois fenôme-
atividade econômica. O efeito final é de dução da produção japonesa e a des- nos devem retirar mais 1,1 ponto per-
uma redução de PIB da ordem de 12% truição de estoques reduzirão a capa- centual do crescimento econômico do
a 13% em 12 meses. Isso porque o país cidade exportadora do país; em alguns Brasil em 2011.
Conjuntura da construção Março 2011 7

Mas há fatores de política econômica


que imprimem uma intensidade maior
A importância do Japão
à retração, representados pelo aumen- O peso do Japão no PIB mundial, em %
to dos juros e os cortes do orçamento.
O aumento dos juros desde meados de 16
2010 e os cortes no orçamento de 2011
devem ter um de redução de 0,3 ponto 14,5
percentual na taxa de crescimento – o
que é relativamente pouco. Mas o so- 12
matório de efeitos, considerando-se a
aumento preço do petróleo e a retra-
10,9
ção japonesa, fará com que o ritmo de
expansão das atividades na economia
8,9
brasileira se reduza de forma expressi- 8 8,0
va em 2011, para 3,3% em termos reais,
contra uma expectativa inicial de 5%.

Respostas às crises 4
O Brasil destacou-se por ser um dos
primeiros países a ultrapassar os efei-
tos da crise financeira mundial. Isso se
deu por meio de políticas anticíclicas 0
adotadas com agilidade e levando em
2000 2004 2008 2010
consideração as necessidades dos prin-
cipais setores produtivos do País. Em
outras palavras, o governo foi bem-su-
cedido na tarefa de concertar com os
empresários uma estratégia de com-
Exportações brasileiras para o Japão
Média mensal, em milhões de US$
bate à retração econômica.
Uma comparação com o atual mo- 800
mento, no entanto, necessita qualifi-
cação. Primeiramente, é importante 659,7
ressaltar que a estratégia de diálogo 600
constante com o empresariado é um 509,5
sucesso e deve ser aprofundada. Po-
400
rém, como dito anteriormente, o cenário
inflacionário é mais desfavorável hoje
do que em 2009. O governo reafirma a 206,2 231,2
200
necessidade de um aperto fiscal e uma
eventual suavização desse ajuste, em
razão da redução da demanda mun- 0
dial, deve ser analisada com cautela, 2000 2004 2008 2011*
para que não prejudique a estabilida-
de da economia.
Não parece haver dúvida da necessi-
dade de uma política mais seletiva de
Matriz energética japonesa
cortes de gastos, com análises aprofun- Fontes primárias de geração elétrica, em 2007
dadas de prioridades – esse é o caso
29,6% 27,7%
dos investimentos em infraestrutura e
Carvão Gas natural
de qualificação de mão de obra, garga-
los prementes da economia brasileira.
Da parte do setor privado, é importan-
te não perder, em razão das dificulda-
des conjunturais, o horizonte dos in-
vestimentos de médio e longo prazo, 7,1%
pois as perspectivas de crescimento e Hídrica
de oportunidades seguem em alta no
25,2%
País. Em outras palavras, o futuro em 10,5%
Nuclear
dada medida chegou e o grande desa- Óleo combustível
fio é saber interpretá-lo em uma pers-
pectiva estratégica.
8 BALANÇO E PERSPECTIVAS Conjuntura da construção Março 2011

Por vôos ainda mais


altos no futuro
Desaceleração neste ano é uma oportunidade para expandir
a capacidade produtiva, desde que haja uma programação adequada
investimentos. Crescer com ritmo forte e sustentável é uma meta
que pode e deve ser atingida
Ana Maria Castelo, Fernando Garcia e Edney Cielici Dias

O ano de 2010 foi notável para a


construção e marcou a recupera-
ção de segmentos que sofreram mais
verno. Segundo estimativa da Caixa
Econômica Federal, 430 mil unidades
habitacionais da fase 1 do programa
que de máquinas e equipamentos à dis-
posição das construtoras para locação.
O investimento em máquinas e equi-
com a crise em 2009. O crescimento serão entregues em 2011. pamentos foi retomado em 2010 e este
vertiginoso começou, no entanto, a es- Em que pesem todos esses fatores ano deve prosseguir elevado, mas a ex-
barrar em limites físicos, de disponibi- positivos, as projeções de crescimen- pansão da oferta de mão de obra qua-
lidade equipamentos e de mão de obra. to em 2011 foram revistas para baixo lificada ainda é pequena no confronto
Era esperado um crescimento menor em razão do aumento do preço do pe- com as necessidades. Até o momento
do setor em 2011, o que será acentua- tróleo e da crise japonesa. Esses fato- em que os problemas da oferta de tra-
do pelo desaquecimento da economia res, somados aos efeitos do aumento balho e da falta de ganhos da produti-
mundial e pelo ajuste fiscal. Mesmo nes- dos juros e dos cortes no orçamento vidade não sejam enfrentados por po-
sa perspectiva mais modesta, a cons- de 2011 devem reduzir a taxa de cres- líticas públicas mais amplas, o aumen-
trução será mais uma vez um dos mo- cimento da economia brasileira para to dos custos da construção deve per-
tores da economia brasileira neste ano. 3,3% em 2011. As projeções para a ca- manecer relativamente forte.
As estimativas iniciais apontam para deia da construção são melhores, por- Este ano será, portanto, marcado por
nova superação de resultados no mer- que os recursos para o crédito habita- um ajuste de ritmo. É importante, nes-
cado de crédito em 2011. O FGTS di- cional estão garantidos e a expectativa se contexto, uma clara programação
vulgou um orçamento um ligeiramente de investir continua elevada. de investimentos, de tal sorte que, na
inferior ao que foi executado em 2010 Espera-se um crescimento do PIB próxima aceleração das atividades, os
(R$ 24 bilhões). Por outro lado, deve da construção de 5% em 2011, com limites de máquinas, equipamentos e
ocorrer expansão dos financiamentos expansão das vendas de materiais de mão de obra não sejam determinantes.
com origem nos recursos das caderne- entre 7,5% e 8,0%. Contudo, o cres- É, em última análise, uma oportunidade
tas de poupança. A Abecip estima que cimento do emprego não deve, e não de criar condições para uma expansão
cerca de R$ 84 bilhões serão direciona- pode, ser tão intenso. As taxas de de- de atividade ainda maior do que a ve-
dos para o financiamento habitacional semprego da mão de obra da constru- rificada em 2010. Afinal, crescer com
em 2011. Isso significa que o mercado ção atingidas em 2010 mostram uma ritmo forte e com sustentabilidade é
disporá de aproximadamente R$ 108 situação crítica, que tem sido acomo- uma meta que pode e deve ser atingida.
bilhões, um valor 29% superior ao ve- dada com os aumentos dos custos do
rificado em 2010. setor. A disponibilidade de máquinas Expectativas
No que diz respeito ao Programa Mi- e equipamentos para o setor também Os números consolidados de 2010 para o
nha Casa, Minha Vida, o governo anun- está apertada. setor da construção vieram confirmar as
ciou uma diminuição de R$ 5 bilhões Um processo de crescimento nos expectativas dos empresários da cons-
nos recursos previstos para a fase 2. moldes de 2010 não seria sustentável trução: foi um ano de crescimento vigo-
Vale ressaltar, contudo, que essa re- em 2011. Atingido o pleno emprego, o roso, que superou as projeções iniciais e
dução de recursos não compromete os crescimento sustentado da economia que trouxe de volta também preocupa-
créditos já autorizados e contratados passa a depender da expansão quan- ções com a sustentabilidade desse cres-
relativos a 2009 e 2010. A programação titativa da oferta de mão de obra, da cimento. Todos os indicadores registra-
de construir 2 milhões de unidades em sua melhoria qualitativa, do aumento ram números acumulados expressivos,
quatro anos continua mantida pelo go- da produtividade e do aumento do esto- quase sempre de dois dígitos.
Conjuntura da construção Março 2011 9

A escalada da
construção no 6.000 3.000.000

Brasil - a trajetória
ascendente 5.000 2.500.000

2006-2010
4.000 2.000.000
Consumo de cimento,
em mil toneladas

EMPREGO
CIMENTO

Emprego na construção, 3.000 Com a crise internacional 1.500.000


com carteira assinada o consumo de cimento
e o emprego caíram, mas
2.000 logo se recuperaram 1.000.000

1.000 500.000

jan-06 jul-06 jan-07 jul-07 jan-08 jul-08 jan-09 jul-09 jan-10 jul-10 dez-10

Emprego na construção Vendas de materiais de construção


Com carteira assinada, média no ano Comério varejista, R$ milhões
2010 2009 Var. (%) 2010 2009 Var. (%)
Norte 131.623 161.455 22,7 Norte 2.742,76 2.352,65 16,6
As obras do
Rondônia 21.259 37.989 78,7 Rondônia 693,79 526,67 31,7
rio Madeira
Acre 7.896 8.460 7,1 impulsionaram Acre 260,14 222,24 17,1
Amazonas 25.820 26.294 1,8 as atividades Amazonas 387,80 374,18 3,6
Roraima 4.419 5.003 13,2 da cadeia na Roraima 79,22 69,55 13,9
Pará 54.021 62.613 15,9 região Norte Pará 898,53 826,83 8,7
Amapá 3.136 3.266 4,1 Amapá 118,33 108,84 8,7
Tocantins 15.071 17.830 18,3 Tocantins 304,96 224,34 35,9
Nordeste 438.418 557.194 27,1 Nordeste 11.671,51 10.067,12 15,9
Maranhão 39.030 45.924 17,7 No Nordeste, Maranhão 1.106,03 962,52 14,9
Piauí 23.516 31.843 35,4 houve um Piauí 435,23 426,33 2,1
Ceará 55.436 74.126 33,7 importante Ceará 3.291,84 2.734,71 20,4
Rio G. do Norte 31.121 37.619 20,9 movimento de Rio G. do Norte 488,13 461,72 5,7
formalização 450,12 397,94 13,1
ParaÍba 32.921 38.030 15,5 ParaÍba
das atividades
Pernambuco 86.450 111.375 28,8 Pernambuco 1.931,41 1.630,13 18,5
Alagoas 16.789 21.765 29,6 Alagoas 550,90 506,63 8,7
Sergipe 24.480 28.217 15,3 Sergipe 459,81 424,72 8,3
Bahia 128.676 168.296 30,8 Bahia 2.958,04 2.522,44 17,3
A região Sudeste
Sudeste 1.282.148 1.420.938 10,8 Sudeste 26.828,93 22.326,98 20,2
possui o maior
Minas Gerais 312.697 354.971 13,5 contingente de Minas Gerais 6.761,71 5.601,21 20,7
Espírito Santo 64.258 70.865 10,3 trabalhadores Espírito Santo 1.368,14 1.067,91 28,1
Rio de janeiro 243.521 260.821 7,1 com carteira Rio de janeiro 3.790,47 3.018,64 25,6
São Paulo 661.673 734.282 11,0 assinada São Paulo 14.908,61 12.639,22 18,0
Sul 329.658 377.767 14,6 Sul 11.352,90 8.997,12 26,2
Paraná 121.504 142.898 17,6 Paraná 4.861,28 4.036,01 20,4
Santa Catarina 92.768 99.862 7,6 Santa Catarina 1.737,54 1.535,59 13,2
Rio G. do Sul 115.386 135.007 17,0 A elevação Rio G. do Sul 4.754,08 3.425,52 38,8
Centro-Oeste 189.995 206.755 8,8 das vendas de Centro-Oeste 4.293,71 3.602,73 19,2
Mato G. do Sul 26.734 27.341 2,3 materiais foi Mato G. do Sul 459,97 432,72 6,3
Mato Grosso 4,7
mais forte nas Mato Grosso 579,82 531,87 9,0
30.124 31.553
regiões Sul e
Goiás 70.692 80.764 14,2 Goiás 1.923,16 1.542,90 24,6
Centro-Oeste
Distrito Federal 62.446 67.098 7,4 Distrito Federal 1.330,76 1.095,24 21,5
Brasil 2.371.843 2.724.109 14,9 Brasil 56.889,81 47.346,60 20,2
10 BALANÇO E PERSPECTIVAS Conjuntura da construção Março 2011

O PIB da construção, de acordo com a somado aos realizados pelo Programa das na região. Os dados da Ademi-RJ
estimativa ainda preliminar das Contas Minha Casa, MinhaVida, alcançou 1,152 também mostram um crescimento for-
Nacionais, atingiu R$ 165,248 bilhões, milhão de unidades, o maior patamar te dos lançamentos residenciais na ci-
o que representou um crescimento de já alcançado no País. O recorde ante- dade do Rio de Janeiro. Até novembro,
22,27% na comparação com o PIB de rior, de 627 mil unidades, foi registra- haviam sido lançadas 12.300 mil unida-
2009 em valores correntes. Ou ainda do em 1980. As duas principais fontes des, o que permite projetar um cresci-
uma expansão de 13,45%, descontan- de financiamento – SBPE e FGTS – di- mento de 19% no ano de 2010.
do a elevação de preços setoriais me- recionaram R$ 83,4 bilhões ao merca- Na área de infraestrutura, os desem-
dida pelo INCC-DI. Esse resultado leva do, o que representou um crescimento bolsos do BNDES também cresceram
o crescimento real acumulado desde de 71% em relação a 2009. de forma expressiva, garantindo a con-
2006 a 31,95%, o que significa uma tinuidade dos projetos em andamen-
taxa média anual de 5,70%. to e o início de novos. Em 2010, os de-
De fato, o ciclo virtuoso iniciado em sembolsos totais atingiram R$ 168,4
2004 prosseguiu com capilaridade em bilhões, sendo R$ 52,4 bilhões direcio-
toda a cadeia. Crédito, produção, em- O PIB da construção nados para infraestrutura.
prego, lançamentos habitacionais, to- atingiu R$ 165,25
dos os indicadores, além de registra- Pleno emprego
rem taxas de crescimento expressivas bilhões em 2010, Em 2010, o setor da construção viven-
na comparação com 2009, conseguiram o que representou ciou o pleno emprego, caracterizan-
superar os números até então recor- do um quadro de escassez em todo o
des de 2008. Os efeitos dessa expan- um crescimento País, especialmente a de trabalhadores
são também se fizeram sentir de forma de 22,27% na mais qualificados. Em dezembro, a taxa
marcante no mercado de trabalho, que de desocupação dos trabalhadores da
observou a falta de mão de obra qua- comparação com construção em seis regiões metropo-
lificada e a elevação dos salários aci- o PIB de 2009 em litanas atingiu 2,3%. A taxa mais alta,
ma da inflação. Os preços dos terrenos de 4,1%, foi registrada em Salvador e
nas regiões metropolitanas acusaram valores correntes. a mais baixa, em Porto Alegre, 1,8%.
a demanda imobiliária aquecida pela
expansão do crédito.
Ou ainda uma O número de ocupados vem crescen-
do continuamente e registra alta de
expansão de 13,45%, 18,9% desde 2004. O número de em-
Indústria e comércio descontando pregados com carteira teve alta ainda
Em dezembro, o nível de utilização da mais expressiva: praticamente dobrou
indústria de materiais atingiu 90,7%, a elevação de desde 2004, atingindo 2,78 milhões de
o que representou o maior patamar trabalhadores em dezembro de 2010.
para o último mês do ano de toda a
preços setoriais A expansão do crédito tem sido uma
série pesquisada pela FGV. De fato, a força importante na promoção da for-
produção de insumos para a constru- malização da mão de obra na constru-
ção bateu recorde no ano: aumentou ção. O movimento de formalização se
11,9% na comparação com 2009, o que disseminou por todo País, ganhando
permitiu superar em 4,8% a produção O Programa Minha Casa, Minha Vida força nas regiões Norte e Nordeste. Em
alcançada em 2008. O faturamento da (PMCMV), além de adicionar mais re- 2010, com o ritmo maior das obras do
indústria no mercado doméstico cres- cursos aos já disponíveis pelo SFH, de- Rio Madeira, o crescimento da deman-
ceu 16,1%, o que equivale a uma va- terminou uma mudança importante de da por trabalhadores na região Norte
riação de 12,1% acima do crescimen- composição de mercado: as empresas cresceu também de forma expressiva.
to dos preços de materiais. se direcionaram para o mercado de fa- O número médio de empregados na
Impulsionadas pela demanda das fa- mílias com renda de até três salários região aumentou 22,7% em relação a
mílias, as vendas de materiais de cons- mínimos. Em dois anos, o PMCMV con- 2009, sendo que apenas em Rondônia,
trução no comércio varejista registra- seguiu garantir a contratação de 1,005 o aumento foi de 78,7%. Entre dezem-
ram números ainda mais expressivos: milhão de unidades habitacionais, sen- bro de 2007 e dezembro de 2010, o to-
aumento real de 16,3% na comparação do 57% para famílias de até 3 salários. tal de empregados com carteira pas-
com 2009 e de 12,3% em relação a 2008. Com o reforço dos recursos do sou de 8,7 mil para 40,5 mil trabalha-
PMCMV, os lançamentos habitacio- dores no Estado.
Investimento nais aumentaram por todo país e os Na região Nordeste, o número de em-
Quando se trata de superação das pro- imóveis com dois dormitórios foram pregados com carteira cresceu 27,1%
jeções, o crédito habitacional foi o prin- os mais procurados pelas famílias. Na em relação a 2009, a maior alta entre
cipal destaque de 2010. Entre 2010 e Região Metropolitana de São Paulo, fo- as regiões. Os Estados que registraram
2004, o crédito habitacional cresceu oito ram lançadas 67,8 mil unidades habi- maiores taxas foram Piauí (35,4%), Cea-
vezes em termos reais, sendo a expan- tacionais, um número 26,7% superior rá (33,7%) e a Bahia (30,8%). São Paulo,
são de 2010 especialmente vigorosa. O ao de 2009 e recorde dos últimos anos. que tem o maior contingente de traba-
número de financiamentos contratados Os imóveis de até dois dormitórios re- lhadores do País (27% do total), fechou
pelo Sistema Financeiro da Habitação, presentaram 29% das vendas realiza- com elevação de 11,2% no emprego.
Conjuntura da construção Março 2011 11

Na prática, cortes não comprometem quência, nem aprovada), a manutenção dos R$


12,7 bilhões no orçamento garante os créditos
o Programa Minha Casa, Minha Vida orçamentários para as contratações a partir de
abril até dezembro. Portanto, não haverá des-
continuidade do programa.
O Ministério do Planejamento anunciou uma re- terior. O corte que o governo fez atingiu a fase Além disso, deve-se lembrar que 2011 será o
avaliação do orçamento de 2011 no último dia 2 do Minha Casa, Minha Vida, cujo orçamento primeiro ano da nova fase, restam ainda, ao me-
de fevereiro. Receitas foram revistas e as des- ainda não havia sido aprovado pelo Congresso nos, três anos e meio para compor recursos para
pesas adequadas à receita menor e às necessi- e, portanto, não poderia ser gasto ainda. sua conclusão. Outro ponto importante levanta-
dades de contenção da demanda interna. A re- O programa carrega R$ 9,5 bilhões de restos do pela CBIC diz respeito às faixas de renda aci-
avaliação das receitas se deu em grande parte a pagar dos anos anteriores. Assim, quando se ma de R$ 1.395,00 atendidas pelo FGTS. Nessa
com a redução de 19,1 bilhões na arrecadação compara os recursos aprovados para o progra- faixa foram agregados mais R$ 2,5 bilhões ao
anual. Todos os tributos tiveram suas estimati- ma em 2010 com 2011, observa-se, na verda- orçamento do Fundo para atender ao PMCMV e
vas reduzidas, com destaque para a Contribui- de, um aumento de aproximadamente 5%. No- a sua execução não está vinculada a publica-
ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Impos- te-se que o orçamento do FGTS aumentou e os ção da medida provisória (2ª fase), de maneira
tos sobre Produtos Industrializados (IPI), sobre subsídios advindos do FGTS permaneceram no que, esses recursos encontram-se disponíveis
a Renda (IR) e Outras Receitas Administradas mesmo patamar. para contratação desde a sua aprovação no fi-
pela Receita Federal. Ao avaliar o efeito do corte realizado pelo go- nal do ano 2010. Por fim, não se pode esque-
Por sua vez, as despesas sofreram um cor- verno, a Câmara Brasileira da Indústria da Cons- cer que o programa na primeira fase contratou
te de R$ 50,1 bilhões em relação ao previsto trução (CBIC) observou que, apesar da medida de fato quase 100 mil unidades além da meta
na Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso, provisória nº514 que cria a 2ª etapa do Progra- estabelecida, o que pode ser considerada como
distribuído entre as despesas obrigatórias e as ma ainda não ter sido apresentada (por conse- uma antecipação da fase seguinte.
discricionárias. As despesas obrigatórias foram
reduzidas em R$ 15,76 bilhões, o que afetou os
itens de Pessoal e Encargos Sociais, Abono Sa-
larial, Seguro Desemprego, Previdência Social
e Subsídios. O maior corte, de R$ 36,2 bilhões,
deu-se nas despesas discricionárias e atingiu
todos os ministérios.
Em princípio, ao anunciar o corte no orça-
mento, o governo ressaltou que ele não atin-
girá os recursos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e os principais programas
sociais. Assim, a redução de R$ 2,4 bilhões no
orçamento do Ministério dos Transportes ocorre-
ria “com a redução de gastos de custeio e ações
em fase de projeto”.
É importante observar que o corte anuncia-
do se dá em cima dos valores que foram apro-
vados no Congresso. Como não se tem a execu-
ção orçamentária de 2010, não é possível com-
parar o novo orçamento com os gastos no ano
passado para se ter uma real dimensão da re-
dução de despesas e, portanto, de seu impacto
sobre a economia.

Minha Casa, Minha Vida


A despeito da ênfase de que o PAC e programas
sociais não seriam atingidos, o Ministério das
Cidades foi o que sofreu o maior corte absoluto
no orçamento: R$ 8,6 bilhões, o que represen-
ta cerca de 24% do corte total ou 41% do orça- Programa Minha Casa, Minha Vida, R$ bilhões
mento inicial do Ministério. A redução das des-
pesas atingiu diretamente os recursos previs- 2010 2011
tos para a fase 2 do Minha Casa, Minha Vida. Fontes Limite Restos a Limite Restos a
Orçamento
Para avaliar o impacto dessa alteração, é preci- aprovado pagar (RP) aprovado pagar
so considerar um aspecto importante da execu- OGU/FAR 12,4 4,4 12,7 7,6 9,5
ção orçamentária do governo: cortes orçamen-
Subsídio FGTS 3,0 3,0 3,0
tários no exercício fiscal corrente não compro-
metem créditos já autorizados e contratados de Recurso oneroso FGTS 19,4 21,0 21,0
exercícios fiscais anteriores, que integram a ru- Total 34,8 4,4 36,7 31,6 9,5
brica Restos a Pagar. Essa despesa é realiza-
da com recursos aprovados do orçamento an- Total mais RP 39,2 41,1
Fonte: CBIC
12 EXPECTATIVAS EMPRESARIAIS Conjuntura da construção Março 2011

Otimismo, ritmo mais lento e


aperfeiçoamentos necessários
Sondagem mostra ânimo do empresariado e temor com relação a
custos; dirigentes apontam melhorias a serem alcançadas
Edney Cielici Dias, Ana Maria Castelo e Fernando Garcia

N ada como o sucesso. O cresci-


mento expressivo da construção
em 2010 estabeleceu uma base de com-
consecutivas voltou a crescer, 5,1%.
As perspectivas de desempenho tam-
bém cresceram. No entanto, o otimis-
Trilha segura
Para Sergio Watanabe, o empresaria-
do sabe que terá pela frente algumas
paração elevada para os principais in- mo do empresário no mesmo período dificuldades, como o efeito negativo
dicadores setoriais e os resultados ex- do ano passado estava mais elevado, o da elevação da taxa de juros sobre os
tremamente favoráveis da cadeia pro- que pode ser em parte atribuído a ex- investimentos, o corte no Orçamento
dutiva também se traduziram em altas pectativas um pouco mais negativas em e até os reflexos ainda imprevisíveis
expectativas. Neste artigo, para aferir relação à evolução dos custos setoriais. da recente catástrofe no Japão sobre
as percepções setoriais, é analisada a As percepções de custo foram se dete- a economia mundial, mas ainda man-
Sondagem da Construção e são ouvi- riorando ao longo de 2010, registran- tém uma perspectiva otimista.“Acredi-
das as opiniões de cinco dirigentes da do pequena melhora em fevereiro na tamos que o Brasil tem duas opções:
cadeia produtiva da construção sobre comparação com o trimestre anterior, investir ou investir. Assim, a despei-
pontos importantes para o setor. Fala- mas continuam negativas (abaixo de 50) to dos cortes no Orçamento da União,
ram à Conjuntura da Construção Ser- e inferiores as registradas no mesmo acreditamos que o PAC será preserva-
gio Watanabe, presidente do Sinduscon- período de 2010. Paradoxalmente, as do. Além disso, o mercado imobiliário,
-SP; Paulo Simão, presidente da Câma- perspectivas positivas em relação aos impulsionado pela expansão do crédi-
ra Brasileira da Indústria da Constru- negócios alimentam o pessimismo com to, continuará crescendo. Portanto in-
ção (CBIC); Paulo Godoy, presidente os custos, especialmente relacionados fraestrutura e imobiliário continuarão
da Associação Brasileira da Infraes- à mão de obra. Em 2010, os salários su- comandando o crescimento do setor da
trutura e Indústrias de Base (Abdib); biram em média 10,41%, o que repre- construção. Por fim, não podemos es-
João Crestana, presidente do sindicato senta 4,2% acima da inflação oficial. quecer que em 2011 a construção co-
da Habitação (Secovi-SP); e José Ro- No que diz respeito às perspectivas meçará a registrar também os impac-
berto Bernasconi, presidente do Sin- da economia, o sentimento dominan- tos do início das obras relacionadas
dicato das Empresas de Arquitetura e te também é otimista, embora tenha aos dois grandes eventos esportivos,
de Engenharia Consultiva (Sinaenco). se reduzido nas duas últimas sonda- Copa e Olimpíadas.”
gens – e tende a se reduzir ainda mais No que se refere à sustentabilida-
Percepções em razão das novas dificuldades no de do crescimento, o presidente do
Na primeira Sondagem de 2011, reali- plano externo. A questão dominan- SindusCon-SP frisa a necessidade de
zada pela FGV e o Sinduscon-SP em te hoje no cenário atual – controle da preservar o ambiente macroeconômi-
fevereiro, detectou-se uma grande con- inflação – também preocupa os em- co favorável, ou seja, inflação contro-
fiança na sustentação do crescimen- presários: houve uma redução supe- lada, ajuste fiscal com redução das
to. De fato, parte importante dele está rior a 20% no indicador relacionado despesas de custeio, mas com eleva-
dado por obras em andamento. A pes- à evolução da inflação. Em São Paulo, ção dos investimentos. Há ainda a ne-
quisa foi realizada antes do agravamen- o crescimento do desempenho e das cessidade de reformas. “A questão da
to da questão do petróleo na Líbia e do perspectivas das empresas foi maior competitividade do País assume uma
tsunami no Japão, que tendem a piorar na comparação com a média do País. importância cada vez maior em todos
as percepções de desempenho. Mas, de O empresário em São Paulo também os debates sobre sustentabilidade, as-
uma forma geral, os resultados refletem mostrou preocupação com a evolução sim as reformas tributária e trabalhis-
a boa condição do plano doméstico, in- dos custos setoriais, mas a deteriora- ta são fundamentais.” Do ponto de vis-
dependentemente dos fatores externos. ção das perspectivas na comparação ta microeconômico, Watanabe aponta
O indicador de desempenho atual com o mesmo período de 2010 foi me- duas questões mais urgentes para as-
das empresas depois de duas quedas nos intensa. segurar o crescimento observado nos
Conjuntura da construção Março 2011 13

últimos anos. “A primeira diz respeito sejam importantes e necessários para mos uma margem de erro de 5% para
aos recursos financeiros, ou seja, à ne- o País, como é o projeto Sanear é Vi- esse valor.”
cessidade de assegurar fontes para a ver, que pretende resolver de vez essa Aperfeiçoamentos, no entanto, são
continuidade da expansão da oferta de vergonha nacional que é a deficiência necessários. Para a Abdib, o finan-
crédito tanto para infraestrutura quan- dos serviços de água e esgoto.” ciamento é um dos principais desa-
to para a área imobiliária. A segunda Para Simão, é inquestionável que fios para viabilizar os empreendimen-
está relacionada à enorme necessidade uma das virtudes do governo Lula foi tos. “Em dezembro, o governo federal
do setor em aumentar sua produtivida- a abertura que a iniciativa privada teve anunciou medidas para incentivar o
de, de forma a dar conta da demanda para o diálogo e para a parceria.“A por- fortalecimento do mercado de crédi-
cada vez maior, o que significa que o ta esteve sempre aberta e todos que to de longo prazo no Brasil, com foco
setor tem que investir em tecnologia.” souberam e quiseram utilizá-la para principal na oferta de financiamento
construir uma parceria que tinha como do setor privado para os investimen-
Novo governo objetivo o bem do País e do povo bra- tos em infraestrutura. Com as medi-
A CBIC avalia bem o novo governo.“Ve- sileiro. Quem assim o fez, encontrou das, há a perspectiva de que agentes
mos o início do governo Dilma muito eco no governo. A presidente Dilma privados vão aumentar os aportes de
positivamente. Aliás, não nos surpre- participou ativamente desse processo crédito para os setores de infraestru-
endemos, pois convivemos com a então e certamente ampliará e consolidará tura, de forma a complementar o cré-
ministra, quando ocupava a Casa Ci- esse método de governar.” dito desembolsado pelo BNDES e por
vil do governo Lula, e tivemos a opor- outras instituições públicas, como a
70
tunidade de realizar várias parcerias Infraestrutura Caixa e o Banco do Brasil.”
muito promissoras para o País”, ava- Segundo Paulo Godoy, os investimen- Entre todas as medidas anunciadas,
lia Paulo Simão. tos em infraestrutura seguem trajetó- a Abdib enxerga enorme potencial na
“O
60setor da construção tem uma ex- ria crescente.“Em 2011, os investimen- decisão de desonerar, por diversas fren-
pectativa bem positiva. Pretendemos tos podem atingir cerca de R$ 160 bi- tes, as aplicações em títulos de empre-
avançar na nossa parceria com o go- lhões, considerando os setores de pe- sas criadas para investir na infraestru-
verno federal, não só na consolidação tróleo e gás (exploração e produção, tura, desde que tenham características
50
dos projetos que estão em andamento, refino, gás e energia), energia elétrica, de longo prazo. “A desoneração pode-
que ajudamos a construir, quanto tam- telecomunicações, saneamento básico rá atrair novos investidores dispostos
bém na formulação e sugestão de novos e transportes (todos os modais, inclu- a participar dos projetos de infraestru-
40 e programas, que entendemos
projetos sive portos e aeroportos). Considera- tura, ampliando a competitividade des-

70 Desempenho e perspectivas das


30 Desempenho observado
da empresa empresas da construção
60
20

50
10 Perspectivas de custos
da construção

40
-
fev/08 mai/08 ago/08 nov/08 fev/09 mai/09 ago/09 nov/09 fev/10 mai/10 ago/10 nov/10 fev/11
30SindusCon-SP/FGV.*Os dados estão dispostos numa escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso quer dizer que valores abaixo de “50” podem ser interpretados
Fonte:
como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de “Expectativas de dificuldades financeiras”, no entanto, valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.

20

10

-
fev/08 mai/08 ago/08 nov/08 fev/09 mai/09 ago/09 nov/09 fev/10 mai/10 ago/10 nov/10 fev/11
14 Conjuntura da construção Março 2011

se mercado em relação a outras apli- bater o déficit habitacional, cuja con-


cações, sobretudo as de curto prazo. A centração está nas camadas de mais
medida é essencial para a infraestrutu- COMPETITIVIDADE baixa renda, são necessários subsí-
ra poder competir com as outras for- “A questão da competitividade dios a fundo perdido, ou seja, com re-
mas de aplicação financeira.” do País assume uma importância cursos do Orçamento Geral da União.
Outra medida importante, segun- cada vez maior em todos os Também, para a nova classe média, os
do Godoy, foi a destinação de parte debates sobre sustentabilidade, subsídios do FGTS são essenciais, ain-
do compulsório de depósitos a prazo assim as reformas tributária e da que em proporção muito mais re-
para formar um fundo para estimular trabalhista são fundamentais.” duzida. Esperamos que esse progra-
a criação de um mercado secundário Sergio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP ma transforme-se em política perene
desses títulos de empresas investido- de Estado de Habitação. Sabemos que
ras. “Paralelamente, o fortalecimen- há muito por fazer, mas conseguimos
to das condições de crédito de longo DIÁLOGO COM atingir a meta de um milhão de novas
prazo no Brasil ganhará impulso com unidades em dois anos e agora temos
o programa do BNDES – no valor de
O GOVERNO o novo desafio de construir mais dois
R$ 10 bilhões – para a aquisição de de- “A porta esteve sempre aberta milhões de unidades até 2014.”
bêntures, desde que com prazo alon- no governo Lula, e todos que
gado, com foco principal em projetos souberam e quiseram utilizá-la Eventos esportivos
de infraestrutura. Dessa forma, o BN- para construir uma parceria que José Roberto Bernasconi afirma faz
DES poderá reduzir gradualmente a tinha como objetivo o bem do País algum tempo que, com relação aos
dependência dos aportes do Tesouro e e do povo brasileiro. Quem assim grandes eventos esportivos (Copa e
terá mais instrumentos para financiar o fez, encontrou eco no governo. Olimpíadas), estamos mais para vidra-
empreendimentos.” A presidenta Dilma participou ça do que para vitrine. “As principais
Em um segundo estágio de evolução ativamente desse processo e obras de infraestrutura, especialmen-
do mercado de capitais,“existe a expec- certamente ampliará e consolidará te de mobilidade urbana, ainda não
tativa de, em pouco tempo, a partir do este método de governar.” deslancharam, os aeroportos conti-
sucesso dos primeiros empreendimen- Paulo Simão, presidente da CBIC nuam com os problemas já antigos e
tos apoiados pela iniciativa, imaginar- a proposta pela Infraero para resol-
mos um mercado secundário de títu- vê-los é investir nos “puxadinhos”, os
los ampliando o leque de investidores INVESTIMENTO Módulos Operacionais, “solução” que
até as aplicações de pessoas físicas”. reflete a falta de planejamento, da
Todas essas medidas devem ganhar
“A desoneração poderá atrair contratação de bons projetos execu-
impulso em 2011, já que foram anuncia-
novos investidores dispostos tivos e de gestão eficiente nessa área.
das em dezembro de 2010, e a expecta- a participar dos projetos de Os portos continuam completamente
tiva da Abdib é que contribuam tanto infraestrutura, ampliando a inadequados para receber os turistas
para ampliar a quantidade de crédito competitividade desse mercado estrangeiros e o trem-bala Rio de Ja-
disponível para obras de infraestrutu- em relação a outras aplicações, neiro-São Paulo-Campinas só ficará –
ra quanto para melhorar as condições sobretudo as de curto prazo.” se ficar – pronto no mínimo em 2017.
– prazo e custos – para os tomadores Paulo Godoy, presidente da Abdib E isso após três anos e quatro meses
desses créditos. do anúncio do Brasil como sede da
Copa 2014. Para os Jogos Olímpicos
Mercado imobiliário PATAMAR DE MERCADO 2016, ainda faltam cinco anos. Há pra-
Para João Crestana, a alta de preços dos “O que o mercado percebe zo para desenvolver planejamento efi-
imóveis nos dois últimos anos é fruto é que o preço tem de ser do ciente, contratar projetos executivos
da mudança de patamar do mercado tamanho do bolso do comprador. de qualidade e realizar obras adequa-
imobiliário, dos fatores macroeconômi- Acreditamos que atingimos das, no prazo correto, ao custo certo
cos, de condições extremamente favo- um patamar razoável de e que deixem um legado para a socie-
ráveis de financiamento imobiliário e readequação e não há mais dade, pós-evento.”
de uma reposição de preços dos imó- espaço para grandes reajustes.” O presidente do Sinaenco vê mes-
veis que durante uma década e meia João Crestana, presidente do Secovi-SP
mo necessária a intervenção direta da
ficaram estagnados.“O que o mercado presidente Dilma Rousseff na cobran-
percebe é que o preço tem de ser do ta- ça, das autoridades responsáveis, de
manho do bolso do comprador. Acredi- celeridade na contratação dos proje-
COPA E OLIMPÍADAS
tamos que atingimos um patamar ra- tos executivos e desenvolvimento das
zoável de readequação e não há mais AMEAÇADAS obras. “O maior problema no desen-
espaço para grandes reajustes.” “As principais obras de volvimento adequado das obras para
Segundo o presidente do Secovi, a infraestrutura, especialmente a Copa 2014 é a falta de coordenação
política de subsídios está correta.“Essa de mobilidade urbana, ainda e gestão, e a presidente Dilma é a úni-
política de trazida pelo Programa Mi- não deslancharam.” ca com autoridade, legitimidade e ca-
nha Casa, Minha Vida sempre foi de- José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco pacidade de mobilizar recursos para
fendida pelo setor, porque para com- isso e imprimir a necessária agilidade.”
Ajuste Fiscal Conjuntura da construção Março 2011 15

Considerações sobre o
atual debate econômico
A adoção de instrumentos variados para combater a inflação
sinaliza que poderá haver uma redução dos gastos com os juros
Francisco H. Vignoli e Francisco R. Funcia*

O s primeiros dias do governo


da presidente Dilma Roussef têm
sido marcados por duas característi-
nentes eleitorais, situação que impede
uma análise mais objetiva desse proces-
so. A retórica adotada tanto pela maio-
A recente pressão inflacionária é mui-
to menor que a verificada no mesmo
contexto de final de um governo e iní-
cas: de um lado, pela condução da po- ria dos defensores e críticos do gover- cio de outro em 2002/2003 e 2010/2011,
lítica econômica comprometida com no passado e atual reforça o viés elei- seja no período de outubro a fevereiro
a estabilidade, com medidas compa- toral presente nas análises. O objetivo (no caso do IPCA, 10,67% de 2002/2003
tíveis com o atual contexto; de outro, deste artigo é tentar descontaminar o contra 3,90% de 2010/2011), nos últimos
pelas análises de alguns especialistas, debate econômico, demonstrando que: 12 meses em fevereiro (15,85% de 2003
ampliadas pela reverberação feita por a. O cenário atual não é de instabi- contra 6,01% de 2011) ou qualquer ou-
setores da imprensa. lidade econômica, pois guarda re- tro período considerado.
Afirmam estes que estamos vivendo lação com as medidas de política Convém lembrar que, em carta aber-
um quadro de instabilidade econômica econômica adotadas anteriormen- ta, em janeiro de 2003, o Banco Central
cujo efeito principal é a aceleração da te, inclusive o aumento dos gastos destacava que o ano de 2002 foi carac-
inflação, produzida pelas medidas de públicos; terizado por uma conjugação perversa
cunho populista adotadas no segundo b. É incorreto denominar o aporte de de uma crise de confiança na evolução
mandato do governo Lula, caracteriza- recursos federais ao BNDES reali- da economia brasileira e um aumento
das pela expansão dos gastos públicos zado pelo governo federal, assim na aversão ao risco nos mercados in-
e “truques” contábeis para esconder a como a capitalização da Petrobras, ternacionais. Portanto, o descumpri-
ampliação do déficit público, quer para como“truques”contábeis feitos sem mento da meta de inflação que para o
enfrentar os efeitos da crise financei- transparência para esconder a am- ano de 2002 era de 4%, foi decorrên-
ra internacional, quer, principalmen- pliação do déficit público, o que re- cia de turbulências do mercado finan-
te, para consolidar o cenário eleitoral presentaria a volta do “orçamento ceiro, em dificuldades de administra-
favorável à candidata do PT. monetário” extinto em 1986; ção da dívida pública e em quedas do
Argumentam ainda alguns especia- c. As políticas econômicas de ontem financiamento externo do País, afetan-
listas que a sinalização dada pelos for- e hoje representam a mesma linha do negativamente o nível de inflação e
muladores da política econômica atu- de condução da política econômica de atividade econômica.
al é contraditória, pois a falta de clare- comprometida não só com o obje- A confirmação desse fato pode ser
za na adoção do compromisso efetivo tivo da estabilidade, mas também apurada também na evolução das ta-
com a estabilidade, para além da re- com o crescimento sustentado e a xas de juros fixadas nas reuniões do
tórica dos anúncios das medidas ado- distribuição de renda, não sendo in- Copom para o mesmo período consi-
tadas, compromete a qualidade dessa compatível que essa condução exi- derado: enquanto no período de setem-
política e a credibilidade do governo ja medidas diferentes decorrentes bro/2002 a março de 2003 a taxa subiu
junto ao mercado, especialmente por- da mudança do contexto e seja co- mais de 7 pontos percentuais, no perí-
que a manutenção do ministro da Fa- ordenada, de maneira competente, odo de setembro/2010 a março/2011 a
zenda representaria essa contradição pelo mesmo ministro da Fazenda. variação positiva foi de apenas 1 pon-
e essa incerteza – o estimulador dos O cenário econômico no momento to percentual. Convém considerar tam-
gastos de ontem é o coordenador da presente é completamente diferente bém a magnitude dessas taxas, que é
restrição dos gastos de hoje. Não con- daquele herdado pelo então presiden- bem menor no período atual (na faixa
sideram, portanto, as características te Lula no início de 2003. Os principais de 10%) em comparação ao período
de uma política anticíclica keynesiana. indicadores econômicos não confir- anterior (na faixa de 20%).
Infelizmente, o debate econômico atu- mam a existência de um grave quadro Outro aspecto que merece destaque é
al está contaminado, ainda, por compo- de instabilidade econômica. a queda da relação dívida/PIB, de cer-
16 Conjuntura da construção Março 2011

ca de 56% no final de 2002 para pouco as novas medidas anunciadas guardam


mais de 40% no final de 2010. O aumen- relação direta com alguns aspectos es-
to da participação do Estado na condu- pecíficos do atual quadro das contas
ção da política econômica visando ao públicas e, principalmente, com a di-
enfrentamento da crise internacional, retriz da nova presidente da República
portanto, não deteriorou as contas pú- de garantir a estabilidade econômica
blicas e garantiu o atendimento de di- com a redução da pobreza, mediante
ferentes objetivos como a estabilidade a adoção de instrumentos múltiplos e
dos preços, a manutenção e ampliação combinados que permitam o ajuste da
do nível do emprego, a redução da de- economia sem prejuízo do processo de
sigualdade social e o crescimento eco- crescimento econômico e de geração
nômico. Isso sem falar no risco país de emprego e renda.
que em dezembro de 2002 era igual a Em outros termos, a atual pressão
1.460 pontos e no mesmo período em inflacionária não está sendo combati-
2010 foi igual a 186 pontos. da somente com elevação das taxas de
Se é verdade que a economia cres- juros, mas também com alteração dos
ceu 7,5% em 2010, não é menos ver- níveis de depósitos compulsórios e da
dade que a base de comparação para regulamentação do sistema de crédito
apuração desse crescimento foi 2009, ao consumidor, de elevação das taxas
quando a economia teve uma queda de juros (ainda subsidiadas) do BN-
de cerca de 0,5%. Em outros termos, DES para os investimentos, da adequa-
não há neste momento um cenário de ção dos gastos públicos em função da
superaquecimento da economia, até A condução da expectativa de receita para 2011, en-
porque a expansão dos investimentos política econômica tre outros.
nos últimos anos permitiu ampliar a Sobre esse último aspecto, convém
infraestrutura e a capacidade produ- no enfrentamento da salientar que a revisão promovida na
tiva da economia de forma a absorver crise internacional Lei Orçamentária Anual autoriza a
a expansão do consumo decorrente do realização dos gastos em consonân-
aumento da renda das famílias provo- não deteriorou as cia com a efetiva capacidade de arre-
cado pela redução do desemprego, pe- contas públicas. Na cadação para financiar esses gastos.
los aumentos reais do salário mínimo Portanto, o corte orçamentário recen-
e a pela inclusão social promovida pe- realidade, garantiu temente anunciado de R$ 53 bilhões
los programas de transferência condi- o atendimento de revela o firme propósito do governo
cionada de renda. com o ajuste das contas públicas, evi-
É importante destacar que a expan- diferentes objetivos, denciando que deixará de realizar cer-
são do crédito para financiar o inves- como a estabilidade ca de R$ 18 bilhões de despesas inclu-
timento, principalmente por meio do ídas por meio de emendas parlamen-
BNDES, e o sistema habitacional, en- dos preços, a tares que, para tanto, revisaram o cál-
tre outras medidas, promoveram o for-
talecimento do mercado interno, que
manutenção e culo da receita para cima.
O compromisso de realização do su-
revelou-se importante fator para di- ampliação do nível do perávit primário nos parâmetros esta-
minuir os efeitos da crise financeira belecidos representa também uma me-
internacional muito antes da recupe-
emprego, a redução dida de garantia com o ajuste fiscal, na
ração observada nos principais países da desigualdade perspectiva de equilibrar a despesa com
desenvolvidos. a receita no atual cenário de expansão
social e o crescimento econômica. A adoção de instrumentos
Sem truques econômico variados para reverter a recente pres-
Sobre os aportes do governo federal são inflacionária sinaliza que poderá
ao BNDES e a capitalização da Petro- haver uma redução dos gastos dos ju-
bras, a crítica de que isso representou ros e, assim, diminuir o efeito nocivo
um “truque” contábil para equalizar as devidamente registrado nos balanços dessa importante despesa que represen-
contas públicas e esconder o aumen- contábeis e nenhuma das normas con- ta cerca de duas vezes o que o governo
to da dívida pública representa uma tábeis foi arranhada. A crítica está sen- gasta com o Sistema Único de Saúde.
tentativa de desviar o foco para algo do feita como decorrência do proces-
que consolidou o processo de mudan- so de transparência nas contas públi-
* Francisco H. Vignoli é professor do Departa-
ça na condução da política econômi- cas. Nada disso é parecido com o fina-
mento de Planejamento e Análise Econômica
ca: o objetivo central não se restringe do “orçamento monetário” que existiu da Fundação Getúlio Vargas-SP e consultor da
à estabilidade, mas também ao cresci- até meados da década 80. FGV Projetos. Francisco R. Funcia é professor
mento econômico e à redução das desi- O fato é que a condução da política e diretor da área de Economia e Contábeis da
gualdades sociais. Não houve nenhum econômica pelo novo governo ocorre Universidade Municipal de São Caetano do
“truque” contábil, até porque tudo está da mesma forma anterior, sendo que Sul e consultor da FGV Projetos.
Rentabilidade Conjuntura da construção Março 2011 17

O Índice Geral do Mercado


Imobiliário Comercial (IGMI-C)
Indicador visa medir a rentabilidade dos investimentos
em imóveis comerciais ao longo do tempo
Paulo Picchetti

N o dia 11 de fevereiro, foi lança-


do em evento na Bovespa o Índi-
ce Geral do Mercado Imobiliário Co-
sazonais de reavaliações. O IGMI-C
foi calculado utilizando informações
históricas desde 2000, de forma que a
mestrais de variação do índice duran-
te este período.
Por trás do comportamento da série,
mercial (IGMI-C). O indicador já vinha série da primeira divulgação contém do ponto de vista de prazo mais lon-
sendo construído há dois anos, tendo a evolução desde o primeiro trimes- go, temos variações associadas com
uma versão preliminar sido apresenta- tre de 2000 até o último trimestre de ciclos do setor imobiliário comercial.
da no final de 2009, com base em uma 2010. O Gráfico 1 mostra as taxas tri- Para facilitar esta visualização, trans-
amostra limitada de informações. Essa
versão preliminar já apresentava os re- Gráfico 1
sultados da aplicação de uma metodo- Taxas trimestrais de variação do IGMI-C
logia escolhida, visando medir a ren- Fonte: FGV
tabilidade dos investimentos em imó- 10
veis comerciais ao longo do tempo. A 9
metodologia, reproduzindo o que vem 8
7
sendo feito em alguns outros países,
6
calcula a valorização de cada imóvel
5
ao longo do tempo e também a renta-
4
bilidade de suas receitas operacionais 3
líquidas em cada período. Somando-se 2
as duas fontes de rentabilidade, tem- 1
-se a rentabilidade total de cada imó- -
vel em cada instante do tempo. O índi-
2002Q1
2002Q3
2003Q1
2003Q3
2004Q1
2004Q3
2005Q1
2005Q3
2006Q1
2006Q3
2007Q1
2007Q3
2008Q1
2008Q3
2009Q1
2009Q3
2010Q1
2010Q3
ce é baseado na agregação das renta-
bilidades individuais, usando o valor
de cada imóvel em relação ao total do
mercado em cada instante como fator
de ponderação. A base de informações Gráfico 2
atual conta com 190 imóveis, divididos Rentabilidade dos imóveis
entre escritórios comerciais, shopping- Fonte: FGV
-centers, entre outros. Em termos re- 30
gionais, praticamente todos os Esta-
dos da Federação estão representados, 25
com uma maior participação relativa
de São Paulo e Rio de Janeiro. 20
A exemplo da experiência interna-
cional, os valores utilizados no cálcu- 15
lo do IGMI-C são valores de avaliação
dos imóveis, com suas atualizações
periódicas. A periodicidade do índice 10
2002Q1
2002Q3
2003Q1
2003Q3
2004Q1
2004Q3
2005Q1
2005Q3
2006Q1
2006Q3
2007Q1
2007Q3
2008Q1
2008Q3
2009Q1
2009Q3
2010Q1
2010Q3

é trimestral, motivada pelo desejo de


atualização freqüente da informação,
mas considerando os efeitos dos picos
18 Conjuntura da construção Março 2011

formamos a série de retorno total em vantagem clara sobre o financiamento


termos de taxas de variações anuais – do déficit do setor público. Com a construção
com médias móveis de quatro trimes- Nesse sentido, uma comparação in-
tres comparadas aos períodos equi- teressante também pode ser feita entre
indicador para o
valentes do ano anterior. O resultado o IGMI-C e a rentabilidade associado mercado imobiliário
pode ser visto no Gráfico 2. ao mercado de capitais, tal como me-
No Gráfico 2, percebe-se claramen- dida pelo índice da Bovespa, conforme
residencial, de
te o ciclo de aumento de rentabilida- mostra o Gráfico 4. abrangência nacional,
de iniciado em 2005, que dura até o Em que pese a vantagem média do
presente. Do ponto de vista de análi- desempenho do mercado ações, é ní-
o setor como um
se financeira, várias comparações in- tida a diferença do comportamento todo estará coberto
teressantes podem ser feitas de forma das séries em termos de volatilidade.
quantitativa, como por exemplo entre No contexto de uma análise de portfó- por estatísticas
as taxas de variação nominais do CDI lio ótimo, a existência de um indica- fundamentais
e do retorno total associado ao IGMI- dor como o IGMI-C permite o cálculo
-C (Gráfico 3). das variáveis fundamentais de média para a gestão de
Nota-se claramente o período pós- e variância da rentabilidade dos inves- investimentos e para a
2005 como marcado por um lado pelo timentos em imóveis comerciais, per-
aumento da rentabilidade associado ao mitindo a comparação com outros ti- condução de políticas
setor imobiliário comercial de um lado, pos de ativo. macroeconômicas
e da redução das taxas de juros de ou- A próxima divulgação do IGMI-C
tro, o que caracteriza uma nova fase da está prevista para o mês de abril, com
economia brasileira, em que aplicações os indicadores referentes ao primei-
no setor real da economia passam a ter ro trimestre de 2011. Nesse período, o
índice deve atrair novos informantes
para sua base de dados, aumentando
Gráfico 3 ainda mais sua representatividade. O
Comparação CDI x IGMI-C processo iniciado com a divulgação
Fonte: FGV e Bacen dos primeiros números da série histó-
32 rica deve ser interpretado como o pon-
to de partida de um processo de evolu-
28 ção constante do indicador, com o qual
CDI
24 o setor imobiliário só tem a ganhar em
termos de transparência e instrumen-
20 tos para tomada de decisões. Novas
versões do IGMI-C, com desagrega-
16 ções regionais e por tipo de empreen-
IGMI-C
12 dimento serão possíveis com esta evo-
lução natural da base de informantes,
8 para a qual todos os participantes de
mercado estão convidados a colaborar
2002Q1
2002Q3
2003Q1
2003Q3
2004Q1
2004Q3
2005Q1
2005Q3
2006Q1
2006Q3
2007Q1
2007Q3
2008Q1
2008Q3
2009Q1
2009Q3
2010Q1
2010Q3

e beneficiar-se dos resultados.


Paralelamente ao IGMI-C, o Ibre/
FGV está desenvolvendo o IGMI-R,
Gráfico 4 com foco no mercado imobiliário re-
Índice Bovespa x IGMI-C sidencial. A importância do indicador
Fonte: FGV e BM&FBovespa
é no mínimo igualmente grande, e os
120 desafios em termos de metodologias
IBovespa
de cálculo e base de informações são
80 diferentes. Com a construção de um
IGMI-C indicador para o mercado imobiliário
40 residencial, de abrangência nacional,
o setor como um todo estará coberto
0 por estatísticas fundamentais para a
gestão de investimentos e para a con-
-40 dução de políticas macroeconômicas.
-80
* Paulo Picchetti, é PhD em economia pela Uni-
2002Q1
2002Q3
2003Q1
2003Q3
2004Q1
2004Q3
2005Q1
2005Q3
2006Q1
2006Q3
2007Q1
2007Q3
2008Q1
2008Q3
2009Q1
2009Q3
2010Q1
2010Q3

versity of Illinois, professor da EESP/FGV e pes-


quisador do Ibre/FGV, onde coordena o Índice
de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S).
áreas de risco Conjuntura da construção Março 2011 19

O monstro do déficit
habitacional não desaparecerá
num passe de mágica
Residências não são soterradas ou inundadas em qualquer lugar. É
nas encostas e nas margens de córregos e rios onde mora o perigo
Ricardo Pereira Leite*

A tragédia vivida pelos morado-


res da região serrana do Rio de Ja-
neiro jogou na mesa do brasileiro uma
O suprimento organizado de habita-
ções novas nunca conseguiu acompa-
nhar o aumento demográfico. De 1950
tação (BNH), de 1964 a 1986, esforços
regionais na década de 1990, como a
vinculação de recursos do ICMS, es-
conta difícil de pagar: a enorme dívida a 1980, em apenas 30 anos, a popula- tabelecida pelo Governo do Estado
social que este país tem com a popu- ção aumentou 286%, mas o número de de São Paulo, ou a criação dos fundos
lação menos favorecida representada residências, apenas 216 %. municipais, Funaps e FMH, na capital
na precariedade das habitações. Como paulista. A incipiente produção para
aquilo pode acontecer?, perguntaram- as famílias de baixa renda favoreceu
-se os telespectadores que assistiram a expansão das favelas.
as tristes imagens pela televisão. Mesmo que Fechar os olhos para essa situação,
O fenômeno da proliferação de ha- como demonstra a história, só agravou
bitações inadequadas não está restrito conseguíssemos o problema. Apostar em soluções mági-
às metrópoles brasileiras. Em recente
congresso realizado na Universidade
utilizar todas as áreas cas, cuja maior fatia do bolo de investi-
mentos era destinada ao marketing, é
de Cambridge, especialistas do mundo das Zonas Especiais uma forma de manter a visão obstruí-
inteiro apresentaram casos e discutiram da. Em vez disso, a prefeitura decidiu
problemas comuns aos países da Amé-
de Interesse Social, encarar o monstro do déficit habita-
rica Latina. Analisar as causas do pro- a disponibilidade de cional em todos os detalhes.
blema é importante para que eles não A ousadia da capital paulista, que
se agravem e nunca mais se repitam.
terras para edificações acabou sendo apontada como exem-
Entretanto, precisamos intensificar as seria insuficiente. plo para outras cidades do país, tem
soluções. A principal lição que apren- uma receita: estudos minuciosos sobre
di à frente da Secretaria Municipal de
Juntas, todas elas como moram os paulistanos e a elabo-
Habitação de uma das maiores cida- somam 17 km² ração de um plano de ação, desenvol-
des do mundo, São Paulo, é que não vido com ampla participação da socie-
há uma única solução, como se pen- de terreno, mas é dade, o Plano Municipal da Habitação
sou no passado, com a construção de necessário o dobro na (PMH), desenvolvido com profundida-
grandes conjuntos habitacionais. Da de e com propostas realistas, como o
mesma forma, as soluções precisam cidade de São Paulo assunto requer.
considerar que a questão não se res- O que se produz em nível nacional
tringe à questão habitacional, pois há são os estudos do déficit habitacional.
componentes socioeconômicos agindo A cidade de São Paulo tem uma polí- Mas o que isso representa de prático
intensamente no processo. tica clara e planejada. Se, de um lado, em um plano de ação se os dados não
Essa situação decorre de uma desa- a capital mais rica do país dispõe de deixarem de serem apenas números
tenção secular. O Brasil teve uma das mais recursos que outras cidades, de para virar gente? Por definição, todas
maiores taxas de crescimento popula- outro, a dimensão do problema é enor- as famílias computadas no déficit vi-
cional do mundo no século 20, passan- me e os gargalos, inúmeros. vem em algum lugar, mas onde? Ou,
do de uma população de 17 milhões A ausência de políticas de incentivos para ser mais preciso, como?
habitantes, em 1900, para 170 milhões, à construção de habitação resultou em O estudo considera como parte desse
em 2000. A cidade de São Paulo tinha soluções alternativas, nem sempre bem déficit, por exemplo, a coabitação fa-
apenas 239 mil habitantes, em 1900, na estruturadas: Fundação da Casa Popu- miliar (pais com filhos adultos, irmão
comparação aos 11 milhões, em 2010. lar, em 1946, Banco Nacional da Habi- com irmão etc.), famílias que pagam
20 Conjuntura da construção Março 2011

valores mensais excessivos em relação vêem o benefício de R$ 300 mensais à te pela Cohab na zona leste, integrados
a seus ganhos (mais de 30% da renda população em situação de emergência, a pistas exclusivas para bicicletas até
familiar mensal de até três salários mí- também têm atingido bons resultados. a estação ferroviária de José Bonifácio,
nimos) e residências com adensamen- Sem dúvida, o maior programa de ur- que será dotada de bicicletário.
to excessivo, três ou mais pessoas por banização de favelas do mundo também A tragédia carioca deixou claro que
cômodo utilizado para dormir. é o mais relevante da política habita- o restante da conta do déficit – cerca de
Se as casas habitadas por essas famí- cional paulistana. Atualmente, o poder 1,5 milhão de famílias que moram pre-
lias, que representam quase 80% do dé- público paulistano atua em 110 áreas cariamente em áreas de risco em todo
ficit, não são precárias fisicamente, mas o país – é o que exige de fato atenção
inadequadas pelo seu custo, será preci- prioritária. Para se ter uma idéia, se
so, então, abrir um parênteses aqui: a essas famílias necessitarem de subsí-

Vladmir Platonow/Abr – 29.jan.2011


questão habitacional tem de passar a dio praticamente integral para morar
ser tratada também como um caso de dignamente, com a construção de mo-
insuficiência e precariedade da renda radias e o financiamento subsidiado,
desses milhões de famílias. serão necessários aproximadamente
O PMH paulistano diz o que parece R$ 100 bilhões de verbas orçamentá-
inacreditável para alguns, mas a verda- rias para atender apenas esse grupo
de é que, sim, é possível equacionar o de brasileiros. Já para atender o défi-
problema em quatro gestões se forem cit total, três vezes esse valor.
investidos cerca de R$ 3 bilhões por Recentemente, foi divulgado estudo
ano. Porém há nós a serem desatados da prefeitura elaborado com auxílio do
nessa rede de ações. Instituto de Pesquisas Tecnológicas da
Um dos principais é a carência de USP, o mais completo levantamento de
terrenos. Mesmo que, por hipótese, áreas de risco feito por um município
conseguíssemos utilizar todas as áre- brasileiro. Os números são desafiado-
as das Zonas Especiais de Interesse res: 105 mil famílias vivendo em situ-
Social (Zeis), a disponibilidade de ter- ação de algum risco, dos quais 29 mil
ras para edificações seria insuficiente. localizadas em terrenos de risco alto
Juntas, todas as Zeis somam 17 km² Devastação causada ou muito alto.
de terreno, quando seria necessário pela chuva no bairro Residências não são soterradas ou
o dobro. Será preciso começar a pen- Campo Grande, em inundadas em qualquer lugar. É nas
sar na verticalização dos tradicionais Teresópolis (RJ) encostas e nas margens de córrego e
conjuntos habitacionais, que hoje não rios onde mora o perigo. A inexistência
ultrapassam cinco andares, incluindo de estudos desse gênero prejudica até
aí o térreo. A prefeitura tem realizado mesmo o resgate da população numa
estudos aprofundados e experiências situação de catástrofe climática como
que apontam serem viáveis edifícios a vivida no Rio.
populares mais altos. A cidade de São Paulo não ignora
Outro gargalo a ser administrado é precárias da cidade. As três maiores fa- mais os seus graves problemas habita-
a citada precariedade da renda da po- velas de São Paulo, Heliópolis, Parai- cionais. Após várias gestões que rele-
pulação. Na maioria dos casos, o sub- sópolis e Jaguaré, foram priorizadas e garam a questão para um segundo ou
sídio público sobre o valor do imóvel os processos de urbanização estão em terceiro plano, após décadas de desca-
tem de ser total. Será necessário cha- fase final de implantação. São projetos so, em que a invasão das áreas de risco
mar toda a população para decidir se premiados no exterior e reconhecidos recebeu até patrocínio político, a habi-
é consenso da maioria promover dis- no meio acadêmico porque, além de tação é hoje uma prioridade de gover-
tribuição de renda em forma de bem promover a necessária infraestrutura, no. Para ter uma idéia, a dotação orça-
imobiliário aos menos favorecidos, ou, respeitam as relações sociais já esta- mentária para o setor neste ano é qua-
então, como já se pratica em vários pa- belecidas e consolidadas, evitando as se seis vezes maior do que há seis anos
íses mais desenvolvidos que o Brasil, indesejáveis consequências de transfe- e atinge 4% do orçamento municipal.
simplesmente alugar a moradia para rência em massa de enormes contin- Também os paulistanos têm sido con-
quem não tem condições de comprá-la. gentes populacionais. vocados a esse debate, pelo consenso
Também nessa área, a prefeitura de Sob o princípio da cidade compacta, de que a precariedade em que vivem
São Paulo tem obtido excelentes res- onde emprego, moradia e infraestrutura as famílias mais pobres, não é um pro-
postas, como no caso da Vila dos Ido- estão próximos uns dos outros, evitan- blema apenas da administração públi-
sos, no bairro do Pari, onde os mora- do deslocamentos desnecessários, e, por ca, mas de toda a sociedade.
dores pagam uma taxa de aluguel para isso, o uso freqüente do carro, a prefei-
morar em apartamentos confortáveis tura investe na construção de moradia * Ricardo Pereira Leite é engenheiro com mes-
e bem cuidados pela administração popular localizada próxima às linhas de trado em arquitetura e urbanismo pela USP e
municipal, o que seria inviável se fos- transporte público de alta capacidade especialização em finanças pela FGV-SP. É se-
sem financiados. Os programas Parce- ou, então, articulada a ciclovias, como cretário municipal de Habitação de São Paulo
e presidente da Cohab-SP.
ria Social e Auxílio Aluguel, que pre- os condomínios construídos atualmen-
No Rio, visão noturna
do Cristo Redentor

Valter Campanato/ABr
Indicadores da
Construção
22 Materiais de construção – consumo e produção

23 Mercado imobiliário

24 Investimentos em habitação

25 Investimentos em habitação

26 Custo da construção residencial no Estado de São Paulo

27 Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo

28 Emprego da construção por Estados

29 Emprego da construção por Estados

30 Emprego da construção brasileira por segmento

31 Emprego da construção paulista por segmento


22 Conjuntura da construção Março 2011

Materiais de construção – consumo e produção


Consumo de Cimento Vergalhões – Brasil Produção Brasi-
Brasil São Paulo Produção Consumo Aparente leira de Materiais
Período de Construção
Variação (%) Variação (%) Variação (%) Variação (%) (Índice: Média de
Mil T Mil T Mil T Mil T
No Mês No Ano No Mês No Ano No Mês No Ano No Mês No Ano 2002 = 100)
2002 37.620 - -1,7 10.657 - -5,4 2.658 - 2,3 2.407 - 1,8 92,44
2003 33.562 - -10,8 9.525 - -10,6 2.605 - -2,0 1.858 - -22,8 88,28
2004 33.923 - 1,1 9.129 - -4,2 2.718 - 4,3 2.145 - 15,5 94,47
2005 35.422 - 4,4 9.347 - 2,4 2.594 - -4,6 1.924 - -10,3 101,02
2006 40.775 - 15,1 10.520 - 12,6 2.982 - 15,0 2.283 - 18,6 100,54
2007 45.003 - 10,4 11.449 - 8,8 3.214 - 7,8 2.640 - 15,6 105,72
2008 51.358 - 14,1 13.446 - 17,4 3.746 - 16,6 3.435 - 30,1 100,97
2009 51.892 - 1,0 13.304 - -1,1 3.337 - -10,9 2.855 - -16,9 114,23
2010 59.622 - 14,9 13.525 - 9,7 2.900 - 19,2 2.771 - 35,7 122,87

2008 Jan 4.045 13,1 18,3 1.026 19,9 25,9 295 10,5 15,9 250 14,4 35,3 113,87
Fev 3.703 -8,4 20,1 1.013 -1,2 26,5 268 -8,9 15,2 236 -5,8 36,4 109,06
Mar 3.809 2,9 13,7 1.028 1,5 19,1 309 15,1 16,6 250 6,0 28,3 117,57
Abr 4.112 8,0 15,4 1.050 2,1 20,2 314 1,5 18,5 280 12,2 31,6 116,68
Mai 4.172 1,5 14,8 1.073 2,2 18,4 305 -2,9 16,0 289 3,0 30,2 120,15
Jun 4.209 0,9 14,5 1.143 6,5 18,6 298 -2,0 14,6 289 0,1 31,3 121,79
Jul 4.821 14,5 16,1 1.283 12,3 20,6 347 16,2 17,1 311 7,8 33,1 130,69
Ago 4.625 -4,1 14,9 1.215 -5,3 18,3 375 8,1 20,1 338 8,7 34,4 130,50
Set 4.713 1,9 15,7 1.178 -3,1 18,1 369 -1,5 22,2 366 8,2 37,3 128,26
Out 4.822 2,3 15,2 1.283 9,0 17,9 414 12,3 24,8 369 0,7 37,3 132,22
Nov 4.313 -10,6 14,3 1.155 -10,0 17,5 312 -24,7 22,3 257 -30,3 33,6 116,42
Dez 4.014 -6,9 14,1 998 -13,5 17,4 140 -55,1 16,6 200 -22,1 30,1 100,97

2009 Jan 3.961 -1,3 -2,1 990 -0,8 -3,5 240 70,8 -18,7 186 -7,3 -25,7 101,21
Fev 3.588 -9,4 -2,6 943 -4,8 -5,2 241 0,8 -14,6 162 -12,5 -28,3 94,41
Mar 4.265 18,9 2,2 1.142 21,2 0,2 245 1,4 -16,8 208 28,0 -24,4 109,77
Abr 4.001 -6,2 0,9 1.092 -4,4 1,2 236 -3,5 -18,9 204 -2,1 -25,2 103,10
Mai 4.168 4,2 0,7 1.125 3,0 2,0 268 13,4 -17,5 219 7,7 -24,9 108,53
Jun 4.286 2,8 0,9 1.130 0,5 1,4 288 7,7 -15,1 235 7,2 -23,8 110,63
Jul 4.665 8,8 0,2 1.157 2,4 -0,5 286 -0,9 -15,5 256 9,0 -22,8 117,82
Ago 4.644 -0,4 0,2 1.183 2,2 -0,8 314 9,9 -15,6 279 8,8 -22,0 120,52
Set 4.672 0,6 0,1 1.155 -2,4 -0,9 316 0,5 -15,5 294 5,6 -21,7 120,15
Out 4.793 2,6 0,0 1.230 6,5 -1,3 360 14,0 -15,2 308 4,8 -21,0 125,80
Nov 4.658 -2,8 0,8 1.178 -4,2 -1,0 319 -11,2 -13,7 273 -11,5 -18,9 121,62
Dez 4.190 -10,0 1,0 980 -16,8 -1,1 224 -29,9 -10,9 231 -15,5 -16,9 114,23

2010 Jan 4.333 3,4 9,4 1.050 7,2 6,0 311 39,0 30,0 260 12,7 40,1 111,84
Fev 4.197 -3,1 13,0 1.072 2,1 9,8 305 -2,0 28,2 253 -2,7 47,4 108,52
Mar 5.130 22,2 15,6 1.312 22,4 11,7 317 4,0 28,7 318 25,4 49,4 131,52
Abr 4.587 -10,6 15,4 1.183 -9,9 10,8 322 1,6 30,6 304 -4,1 49,5 122,16
Mai 4.892 6,6 15,8 1.261 6,6 11,1 347 7,6 30,4 363 19,2 53,1 128,81
Jun 4.958 1,4 15,8 1.237 -1,9 10,8 341 -1,6 28,1 328 -9,7 50,4 126,19
Jul 5.249 5,9 15,2 1.246 0,8 10,3 389 13,9 29,4 323 -1,4 46,2 128,85
Ago 5.531 5,4 15,8 1.380 10,7 11,2 300 -22,9 24,3 314 -2,6 40,9 133,40
Set 5.397 -2,4 15,7 1.314 -4,8 11,5 267 -11,0 19,2 308 -2,0 35,7 130,88
Out 5.286 -2,1 15,1 1.243 -5,4 10,3 - - - - - - 132,41
Nov 5.257 -0,5 14,9 1.227 -1,3 9,7 - - - - - - 130,87
Dez 4.807 -8,6 14,9 - - - - - - - - - 122,87

Fonte: SNIC, Instituto Aço Brasil e IBGE


Conjuntura da construção Março 2011 23

Mercado imobiliário
Velocidade de Venda (%) Lançamentos
Município de São Paulo RMSP
Período Belo Porto
São Paulo Goiânia Recife Fortaleza Variação (%) Variação (%)
Horizonte Alegre Unidades Unidades
No Mês Em 12 Meses No Mês Em 12 Meses
2002 8,0 6,5 8,4 6,9 6,4 5,0 21.157 - -11,0 29.875 - -8,8
2003 6,6 4,5 7,1 5,9 4,1 5,3 26.367 - 24,6 34.544 - 15,6
2004 6,9 4,1 7,6 5,8 3,6 3,6 22.315 - -15,4 27.203 - -21,3
2005 7,5 4,4 8,8 5,4 4,4 5,5 25.287 - 13,3 33.744 - 24,0
2006 8,4 6,6 12,1 4,2 4,8 5,3 25.389 - 0,4 34.427 - 2,0
2007 12,9 12,0 16,2 4,8 6,3 6,3 38.536 - 51,8 59.403 - 72,5
2008 18,9 13,8 13,8 5,5 7,0 8,0 34.080 - -11,6 62.762 - 5,7
2009 20,6 11,6 17,6 6,1 8,6 7,9 30.128 - -11,6 53.491 - -14,8
2010 22,8 12,6 22,4 7,4 14,1 11,5 37.304 - 23,8 67.775 - 26,7

2008 Jan 20,0 9,4 7,4 4,6 9,6 6,7 715 -90,0 51,6 1.128 -90,8 71,1
Fev 18,6 10,5 13,4 6,9 7,8 8,3 2.349 228,5 57,2 3.547 214,5 75,9
Mar 17,9 16,0 20,9 3,7 11,1 7,5 3.688 57,0 48,9 5.781 63,0 70,9
Abr 21,0 20,7 14,8 5,2 7,2 7,9 1.901 -48,5 40,8 6.156 6,5 71,5
Mai 13,8 26,8 21,8 5,9 9,0 15,0 3.859 103,0 44,0 8.326 35,3 77,7
Jun 27,3 16,8 18,3 5,9 4,7 10,9 4.027 4,4 44,5 6.539 -21,5 83,6
Jul 21,9 10,5 13,4 7,0 5,1 7,6 2.931 -27,2 46,1 5.955 -8,9 87,6
Ago 19,6 12,8 20,7 7,4 6,9 7,1 3.642 24,3 54,3 6.087 2,2 97,8
Set 20,4 13,1 13,8 4,5 9,5 9,4 2.368 -35,0 31,5 4.515 -25,8 75,5
Out 15,6 13,6 4,9 2,9 4,3 7,1 3.541 49,5 11,3 6.236 38,1 49,5
Nov 19,4 9,6 8,4 7,5 3,7 3,6 2.518 -28,9 6,9 3.849 -38,3 32,7
Dez 10,6 6,4 7,7 4,7 4,9 5,3 2.541 0,9 -11,6 4.643 20,6 5,7

2009 Jan 18,8 8,5 5,5 3,5 3,3 3,9 382 -85,0 -12,9 456 -90,2 4,1
Fev 15,8 4,3 7,7 4,4 9,0 4,3 1.211 217,0 -18,9 1.778 289,9 -2,5
Mar 24,8 5,9 10,7 3,8 9,4 4,6 1.561 28,9 -25,0 2.691 51,3 -9,9
Abr 20,4 10,6 10,3 4,7 6,0 8,0 1.061 -32,0 -25,6 2.886 7,2 -18,0
Mai 32,6 15,4 21,3 6,2 6,9 12,7 2.220 109,2 -31,8 3.808 31,9 -28,9
Jun 21,4 10,5 21,5 7,3 9,1 8,3 1.715 -22,7 -38,7 2.721 -28,5 -36,8
Jul 20,9 7,1 14,4 7,8 11,1 7,4 1.603 -6,5 -43,6 3.777 38,8 -42,4
Ago 24,4 11,3 22,7 7,7 8,8 6,8 3.430 114,0 -46,2 6.474 71,4 -44,6
Set 12,4 13,6 30,8 7,5 10,8 16,9 4.286 25,0 -38,4 5.677 -12,3 -41,5
Out 17,4 12,8 18,1 6,9 10,6 7,5 2.517 -41,3 -37,3 4.237 -25,4 -42,2
Nov 21,6 21,6 17,5 7,0 10,5 4,9 4.011 59,4 -31,3 8.926 110,7 -31,7
Dez 17,1 17,5 30,8 6,2 8,1 9,4 6.131 52,9 -11,6 10.060 12,7 -14,8

2010 Jan 28,3 11,8 11,3 7,4 16,2 10,2 590 -90,4 -10,1 1.690 -83,2 -11,9
Fev 24,0 16,0 21,1 7,8 16,9 9,9 1.644 178,6 -5,6 5.618 232,4 -2,9
Mar 31,0 12,5 28,2 8,5 18,0 17,7 3.959 140,8 8,8 6.900 22,8 9,7
Abr 13,3 12,8 25,3 6,2 14,7 9,5 2.370 -40,1 16,3 4.581 -33,6 19,5
Mai 16,1 18,7 16,7 8,8 11,2 11,8 2.173 -8,3 22,9 4.592 0,2 32,0
Jun 13,9 13,7 26,8 7,0 9,5 5,2 2.830 30,2 38,4 3.407 -25,8 44,5
Jul 33,3 11,6 28,6 5,8 13,1 9,0 2.582 -8,8 49,9 4.092 20,1 52,5
Ago 31,8 11,8 17,4 9,9 10,8 12,1 1.633 -36,8 43,8 4.786 17,0 47,3
Set 15,4 10,3 26,4 6,4 16,4 16,0 2.894 77,2 27,9 7.660 60,1 47,9
Out 19,3 9,2 - 6,0 - 12,0 5.143 77,7 43,6 6.540 -14,6 60,1
Nov 24,4 10,3 - 7,8 - 8,9 3.970 -22,8 35,3 7.178 9,8 39,6
Dez - - - - - 16,2 7.516 89,3 23,8 10.731 49,5 26,7

Fonte: Secovi-SP, Ipead-MG, FIEC-Decon, Sinduscon-RS, Embraesp e CBIC


24 Conjuntura da construção Março 2011

Investimentos em habitação
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
Construção Aquisição
Período
Empresário Pessoa Física Total Novos Usados Total
Unidades R$ Mil Unidades R$ Mil Unidades R$ Mil Unidades R$ Mil Unidades R$ Mil Unidades R$ Mil
2002 9.905 556.556 367 20.039 10.272 576.595 7.085 485.787 11.433 673.644 18.518 1.159.431
2003 16.229 926.589 531 36.568 16.760 963.157 7.023 498.853 12.593 712.020 19.616 1.210.872
2004 21.909 1.320.116 1.186 60.410 23.095 1.380.526 15.109 806.429 13.699 782.740 28.808 1.589.169
2005 32.996 2.608.352 592 38.999 33.588 2.647.351 8.093 713.365 18.191 1.203.536 26.284 1.916.901
2006 38.088 4.019.750 4.563 271.969 42.651 4.291.718 12.679 1.093.161 55.669 3.747.024 68.348 4.840.185
2007 68.451 8.349.885 8.352 589.406 76.803 8.939.291 21.183 2.093.358 85.604 6.532.735 106.787 8.626.092
2008 117.406 14.490.373 10.764 891.822 128.170 15.382.195 32.662 3.803.233 104.031 9.800.592 136.693 13.603.825
2009 116.557 11.461.303 13.317 1.398.206 129.874 12.859.509 41.664 5.485.030 121.984 14.610.528 163.648 20.095.557
2010 171.524 20.692.587 15.763 1.920.029 187.287 22.612.615 57.942 8.810.707 161.034 22.654.690 218.976 31.465.397

2008 Jan 8.415 828.842 515 42.923 8.930 871.765 1.646 186.166 6.279 554.917 7.925 741.082
Fev 173 1.070.724 511 38.210 684 1.108.935 2.087 292.609 5.758 523.328 7.845 815.937
Mar 9.401 987.746 537 39.446 9.938 1.027.192 2.114 270.351 6.421 568.414 8.535 838.765
Abr 8.529 840.730 731 57.683 9.260 898.413 2.167 268.683 7.559 686.189 9.726 954.872
Mai 1.027 1.050.234 792 61.190 1.819 1.111.424 2.280 267.823 7.776 721.283 10.056 989.107
Jun 8.812 1.788.228 972 79.385 9.784 1.867.613 3.072 346.204 9.243 889.269 12.315 1.235.473
Jul 18.558 1.884.105 1.117 87.810 19.675 1.971.915 3.381 379.639 11.350 1.069.291 14.731 1.448.930
Ago 18.697 1.839.847 1.170 91.440 19.867 1.931.286 3.121 352.187 10.016 937.347 13.137 1.289.534
Set 13.534 1.273.409 1.177 100.182 14.711 1.373.591 3.366 375.035 11.120 1.054.677 14.486 1.429.713
Out 8.934 921.977 1.073 90.040 10.007 1.012.017 3.332 374.295 9.737 967.771 13.069 1.342.066
Nov 9.616 902.130 1.146 108.916 10.762 1.011.046 3.081 340.235 9.733 936.700 12.814 1.276.935
Dez 11.710 1.102.400 1.023 94.596 12.733 1.196.997 3.015 350.006 9.039 891.405 12.054 1.241.412

2009 Jan 5.989 697.369 844 83.460 6.833 780.828 2.692 327.842 7.704 768.180 10.396 1.096.022
Fev 5.248 570.842 842 78.810 6.090 649.652 2.610 308.531 7.402 754.560 10.012 1.063.091
Mar 7.728 819.177 917 84.529 8.645 903.706 3.199 394.099 8.962 937.972 12.161 1.332.071
Abr 8.915 850.805 1.019 94.754 9.934 945.558 2.999 370.087 8.904 994.862 11.903 1.364.950
Mai 6.512 784.308 1.087 107.651 7.599 891.960 3.227 395.581 9.300 1.066.027 12.527 1.461.609
Jun 10.314 1.015.055 1.103 108.491 11.417 1.123.547 3.403 431.693 10.385 1.261.166 13.788 1.692.859
Jul 7.208 741.268 1.319 142.044 8.527 883.312 3.974 518.323 11.959 1.435.055 15.933 1.953.378
Ago 11.766 893.618 1.373 147.962 13.139 1.041.580 3.918 522.866 11.839 1.499.981 15.757 2.022.847
Set 11.844 1.185.970 1.247 139.515 13.091 1.325.485 3.709 509.219 11.925 1.532.810 15.634 2.042.029
Out 14.790 1.423.407 926 112.790 15.716 1.536.198 3.355 487.548 8.612 1.119.753 11.967 1.607.301
Nov 13.820 1.206.050 1.390 153.376 15.210 1.359.425 4.014 561.710 12.046 1.547.412 16.060 2.109.122
Dez 12.423 1.273.434 1.250 144.824 13.673 1.418.258 4.564 657.529 12.946 1.692.750 17.510 2.350.279

2010 Jan 7.677 874.190 1.046 119.418 8.723 993.608 3.224 488.210 10.373 1.362.775 13.597 1.850.985
Fev 9.314 923.570 882 101.896 10.196 1.025.466 3.553 513.435 9.680 1.314.887 13.233 1.828.322
Mar 9.054 1.302.304 1.281 150.915 10.335 1.453.219 4.450 640.271 13.435 1.803.553 17.885 2.443.824
Abr 17.564 1.669.871 1.400 166.686 18.964 1.836.557 4.325 634.997 12.987 1.775.413 17.312 2.410.411
Mai 11.333 1.272.683 1.404 168.731 12.737 1.441.414 4.446 640.963 13.820 1.866.699 18.266 2.507.663
Jun 20.375 2.159.830 1.304 158.792 21.679 2.318.622 4.668 707.927 13.501 1.908.798 18.169 2.616.724
Jul 15.883 1.795.121 1.512 190.214 17.395 1.985.335 5.187 806.179 14.797 2.066.083 19.984 2.872.262
Ago 12.881 1.758.602 1.552 193.439 14.433 1.952.041 5.554 842.626 15.061 2.095.721 20.615 2.938.347
Set 16.895 2.092.506 1.506 182.308 18.401 2.274.814 5.548 839.920 15.246 2.207.477 20.794 3.047.397
Out 19.575 2.544.944 1.064 130.693 20.639 2.675.638 4.661 735.906 11.884 1.784.488 16.545 2.520.394
Nov 13.187 1.912.406 1.379 173.882 14.566 2.086.287 5.543 866.558 14.232 2.087.548 19.775 2.954.106
Dez 17.786 2.386.560 1.433 183.055 19.219 2.569.615 6.783 1.093.715 16.018 2.381.248 22.801 3.474.962

Fonte: Bacen/Decad
Conjuntura da construção Março 2011 25

Investimentos em habitação
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo ICMS no Estado de
CDHU
São Paulo
Total

Unidades Habitacionais
Período Arrecadação Repasses à CDHU Investimentos
Unidades R$ Mil
(R$ Milhões) (R$ Milhões) (R$ Milhões) Em Andamento
Entregues no Ano
(Média do Ano)
2002 28.790 1.736.026 27.633,2 397,1 707,0 21.219 46.227
2003 36.376 2.174.029 29.807,8 327,7 859,1 21.703 59.284
2004 51.903 2.969.695 34.061,5 516,3 652,5 13.662 52.989
2005 59.872 4.564.252 37.686,2 595,6 559,1 20.520 48.815
2006 110.999 9.131.903 41.872,6 555,1 815,4 22.442 55.414
2007 183.590 17.565.384 46.663,0 529,9 642,7 4.541 66.763
2008 264.863 28.986.020 75.212,1 554,7 855,7 24.106 71.818
2009 293.522 32.955.066 77.516,9 632,9 916,9 24.648,0 64.509
2010 406.263 54.078.012 90.817,3 1.008,2 1.394,7 19.775,0 55.823

2008 Fev 8.529 1.924.872 5.487,7 45,7 33,5 611 69.270


Mar 18.473 1.865.957 5.330,4 43,2 40,5 236 68.870
Abr 18.986 1.853.285 5.863,7 43,2 32,5 677 70.614
Mai 11.875 2.100.531 6.184,4 43,2 43,3 373 76.757
Jun 22.099 3.103.086 6.354,8 43,4 39,0 964 79.008
Jul 34.406 3.420.845 6.433,1 43,9 52,7 1.550 79.019
Ago 33.004 3.220.820 6.512,3 43,2 51,5 1.248 79.362
Set 29.197 2.803.304 6.844,8 43,2 68,4 8.075 74.583
Out 23.076 2.354.083 7.269,1 43,2 91,4 2.539 68.818
Nov 23.576 2.287.981 6.385,5 43,2 53,9 813 68.121
Dez 24.787 2.438.409 6.611,1 75,8 301,4 6.736 62.218

2009 Jan 17.229 1.876.851 5.191,4 31,4 42,1 61 62.719


Fev 16.102 1.712.743 6.327,8 58,8 51,5 708 62.881
Mar 20.806 2.235.776 5.958,6 57,0 60,6 507 64.375
Abr 21.837 2.310.508 5.881,1 39,5 79,5 551 65.277
Mai 20.126 2.353.569 6.020,0 46,1 73,0 134 67.489
Jun 25.205 2.816.406 6.205,6 76,1 77,0 4.218 63.708
Jul 24.460 2.836.690 6.381,8 77,1 86,7 1.081 63.214
Ago 28.896 3.064.427 6.467,2 76,4 81,9 207 64.875
Set 28.725 3.367.514 6.793,8 41,3 87,0 803 66.664
Out 27.683 3.143.499 7.153,4 61,5 92,6 1.873 67.870
Nov 31.270 3.468.547 7.122,0 60,6 73,3 1.224 67.046
Dez 31.183 3.768.538 8.014,2 7,0 111,7 13.281 57.993

2010 Jan 22.320 2.844.593 6.659,0 65,8 79,4 0 58.105


Fev 23.429 2.853.788 7.005,9 54,6 87,3 75 58.605
Mar 28.220 3.897.042 7.257,4 60,2 93,2 935 58.605
Abr 36.276 4.246.968 7.591,9 90,2 118,9 311 58.314
Mai 31.003 3.949.077 7.245,1 72,2 101,7 1.219 60.310
Jun 39.848 4.935.346 7.617,7 77,2 111,9 521 57.636
Jul 37.379 4.857.597 7.492,4 77,2 148,4 3.255 57.636
Ago 35.048 4.890.389 7.636,7 155,2 185,2 181 57.082
Set 39.195 5.322.211 7.772,6 65,4 117,8 3.148 54.162
Out 37.184 5.196.032 7.876,3 73,0 98,3 1.961 52.062
Nov 34.341 5.040.393 7.993,8 71,1 78,9 555 51.937
Dez 42.020 6.044.577 8.668,5 145,9 173,6 7.614 45.421

2011 Jan - - 7.735,7 - - - -

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, CDHU e Bacen/Decad


26 Conjuntura da construção Março 2011

Custo da construção residencial no Estado de São Paulo


Custo da Construção Residencial no Estado de São Paulo – Padrão H8-2N/ R8-N
Global Mão-de-obra Material
Período Índice Índice Índice
Variação (%) Variação (%) Variação (%)
(Base (Base (Base
Jun/94 = Em 12 Jun/94 = Em 12 Jun/94 = Em 12
No Mês No Ano No Mês No Ano No Mês No Ano
100) Meses 100) Meses 100) Meses
2003 257,50 - - 13,84 301,81 - - 17,29 218,34 - - 9,91
2004 280,69 - - 9,01 319,39 - - 5,82 246,54 - - 12,92
2005 294,71 - - 4,99 345,59 - - 8,20 249,78 - - 1,31
2006 307,31 - - 4,28 367,59 - - 6,37 254,00 - - 1,69
2007 107,09 - - 7,50 106,94 - - 7,09 106,80 - - 7,54
2008 118,83 - - 10,96 117,68 - - 10,04 120,17 - - 12,51
2009 123,07 - - 3,57 126,91 - - 7,85 118,94 - - -1,03
2010 129,82 - - 5,49 136,93 - - 7,89 122,07 - - 2,63
2011 130,39 - - 5,64 137,48 - - 7,88 122,68 - - 3,00

2008 Mar 107,79 0,20 0,65 7,63 106,90 0,07 -0,04 6,57 108,32 0,34 1,42 8,45
Abr 108,23 0,41 1,06 7,31 106,97 0,07 0,03 5,65 109,29 0,90 2,33 8,87
Mai 111,17 2,72 3,81 8,91 111,87 4,59 4,62 8,24 110,17 0,81 3,16 9,71
Jun 113,55 2,14 6,03 9,66 115,08 2,86 7,61 9,30 111,78 1,46 4,66 10,34
Jul 114,24 0,60 6,68 9,70 115,45 0,32 7,96 9,20 112,74 0,86 5,56 10,41
Ago 115,79 1,36 8,13 10,64 116,64 1,03 9,07 10,06 114,82 1,84 7,51 11,71
Set 116,64 0,74 8,92 11,16 116,86 0,19 9,28 10,21 116,40 1,38 8,98 12,69
Out 118,62 1,69 10,76 12,17 117,74 0,75 10,10 10,71 119,66 2,81 12,04 14,26
Nov 118,87 0,21 11,00 11,64 117,65 -0,07 10,02 10,33 120,29 0,52 12,62 13,52
Dez 118,83 -0,04 10,96 10,96 117,68 0,02 10,04 10,04 120,17 -0,10 12,51 12,51

2009 Jan 119,08 0,21 0,21 11,11 117,68 0,00 0,00 10,27 120,71 0,44 0,44 12,59
Fev 119,58 0,42 0,63 11,16 119,36 1,42 1,42 11,72 119,98 -0,60 -0,16 11,14
Mar 119,47 -0,10 0,54 10,83 119,33 -0,02 1,40 11,62 119,77 -0,18 -0,34 10,56
Abr 119,33 -0,12 0,42 10,25 119,33 0,00 1,40 11,55 119,47 -0,25 -0,58 9,30
Mai 121,17 1,54 1,97 8,99 122,67 2,80 4,24 9,65 119,56 0,08 -0,51 8,51
Jun 122,43 1,04 3,03 7,82 125,18 2,04 6,37 8,77 119,46 -0,09 -0,60 6,86
Jul 122,89 0,37 3,42 7,57 126,11 0,74 7,16 9,22 119,43 -0,02 -0,62 5,93
Ago 122,76 -0,11 3,31 6,01 126,11 0,00 7,16 8,11 119,15 -0,23 -0,85 3,77
Set 122,96 0,16 3,48 5,41 126,54 0,34 7,53 8,28 119,12 -0,03 -0,88 2,33
Out 122,94 -0,02 3,46 3,64 126,64 0,07 7,61 7,56 118,98 -0,12 -1,00 -0,58
Nov 123,07 0,11 3,57 3,53 126,91 0,22 7,85 7,87 118,95 -0,02 -1,02 -1,12
Dez 123,07 0,00 3,57 3,57 126,91 0,00 7,85 7,85 118,94 -0,01 -1,03 -1,03

2010 Jan 123,25 0,15 0,15 3,51 127,41 0,39 0,39 8,27 118,80 -0,12 -0,12 -1,58
Fev 123,43 0,14 0,29 3,22 127,45 0,03 0,42 6,78 119,11 0,26 0,14 -0,73
Mar 123,67 0,19 0,49 3,52 127,54 0,07 0,50 6,88 119,52 0,34 0,49 -0,21
Abr 123,88 0,17 0,66 3,81 127,54 0,00 0,50 6,88 119,96 0,37 0,86 0,41
Mai 126,89 2,43 3,10 4,72 132,32 3,75 4,26 7,86 121,03 0,89 1,76 1,23
Jun 129,49 2,05 5,22 5,77 136,84 3,42 7,82 9,31 121,53 0,42 2,18 1,74
Jul 130,18 0,53 5,78 5,93 136,84 0,00 7,82 8,51 122,93 1,15 3,36 2,93
Ago 130,35 0,13 5,92 6,19 136,93 0,07 7,89 8,58 123,20 0,22 3,58 3,39
Set 130,16 -0,15 5,76 5,86 136,93 0,00 7,89 8,21 122,79 -0,33 3,24 3,09
Out 130,00 -0,12 5,63 5,74 136,93 0,00 7,89 8,13 122,45 -0,28 2,95 2,92
Nov 129,82 -0,13 5,49 5,48 136,93 0,00 7,89 7,89 122,08 -0,30 2,64 2,63
Dez 129,82 0,00 5,49 5,49 136,93 0,00 7,89 7,89 122,07 -0,01 2,63 2,63

2011 Jan 130,18 0,28 0,28 5,61 137,48 0,40 0,40 7,91 122,24 0,14 0,14 2,89
Fev 130,39 0,16 0,44 5,64 137,48 0,00 0,40 7,88 122,68 0,36 0,50 3,00
(*) Tendo em vista a publicação da NBR 12.721-2006, os Custos Unitários Básicos por metro quadrado de construção passaram, a partir de fevereiro de 2007,
a ser calculados a partir de novos projetos-padrão e, em conseqüência, de novos lotes de insumos.
Fonte: SindusCon-SP/FGV
Conjuntura da construção Março 2011 27

Preços de materiais de construção no Estado de São Paulo


Fevereiro de 2011 – ordem decrescente de variação percentual em 12 meses

Variação (%)
Material Unidade Preço
Mês Ano 12 Meses

Tubo de cobre Ø=15mm classe industrial m 16,58 1,28 2,28 8,94


Massa pronta p/ reboco externo c/imperm kg 0,25 0,00 0,00 8,70
Areia média lavada m³ 60,15 0,79 1,23 8,44
Concreto FCK=25 MPa m³ 234,88 0,64 0,54 6,80
Emulsâo asfáltica c/elastômero p/imperm. kg 6,13 1,32 2,00 6,61
Brita 2 m³ 63,08 0,82 1,50 6,43
Cimento CPE-32 saco 50kg saco 17,25 0,00 0,12 6,09
Fio cobre anti-chama isol. 750 V 2,5 mm² rolo 69,08 1,36 1,48 5,63
Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm milheiro 404,91 1,34 1,34 5,26
Vidro liso transparente 4 mm c/ massa m² 49,83 0,83 1,12 4,91
Tábua de madeira de 3ª p/const. E=2,5cm m 7,47 2,33 2,33 4,48
Bloco de concreto 19x19x39cm unidade 1,89 0,00 0,00 4,42
Tinta látex branca PVA lata 144,94 0,79 0,92 4,14
Placa cerâmica (azulejo) 15x15cm 1ª linha PEI II m² 14,85 -0,13 -0,13 3,56
Janela de correr 2 folhas 1,2x1,2 m m² 230,54 0,15 0,15 3,50
Bacia sanit. branca c/ cx. acoplada 6 L unidade 154,56 0,97 1,02 3,50
Tubo PVC-R rígido p/ esgoto Ø 150 mm m 20,80 0,00 0,39 3,28
Porta lisa p/ pintura 3,5x70x210cm unidade 76,30 0,17 0,85 3,28
Locação de betoneira elétrica 320 l R$/mês 181,38 1,33 1,33 3,13
Vidro liso transparente 3mm s/ colocação m² 35,95 0,67 1,01 3,01
Chapa compensado resinado 12mm m² 12,04 0,25 0,50 2,99
Telha ondulada fibrocimento 6 mm m² 12,14 0,00 0,25 2,88
Tubo de ferro galv. c/ costura Ø 2 1/2” m 42,71 0,92 1,28 2,72
Batente p/ pintura 3,5x14x70x210cm unidade 79,85 1,53 1,38 2,67
Impermeab. normal tipo vedacit 18l kg 49,92 1,50 1,57 2,53
Alimentação tipo marmitex nº 8 unidade 6,52 0,00 0,00 2,52
Chapa compensado plastificado 18mm m² 26,74 -0,04 -0,04 2,45
Registro de pressão cromado Ø=1,27cm unidade 53,01 0,72 0,72 2,32
Tubo de PVC rígido rosca água Ø=25mm barra 19,95 0,35 1,27 2,31
Dobradiça em ferro polido unidade 4,05 0,50 0,75 2,27
Fechadura, tráfego moderado acab. cromo unidade 39,36 0,18 0,18 2,05
Cerâmica esmaltada 20x20cm PEI III m² 18,78 0,00 0,00 1,68
Eletroduto PVC rígido Ø ext.=3,81cm barra 11,64 0,00 0,00 1,66
Placa de gesso p/ forro s/ colocação m² 8,66 0,46 0,46 1,52
Disjuntor tripolar 70 A unidade 57,74 0,00 0,12 1,09
Esquadrias correr 4 folhas al. 2,0x1,4m m² 276,26 0,00 0,20 0,99
Granito polido p/ piso 40x40cm m² 126,34 0,04 0,21 0,92
Bancada de pia de mármore 2x0,6x0,02cm unidade 259,87 0,00 0,16 0,81
Prego 18x27 c/ cabeça kg 4,55 -1,09 -1,73 -0,66
Óleo diesel l 2,08 0,00 0,48 -1,42
Aço CA-50 Ø 10 mm kg 3,01 0,33 -0,33 -3,22

(*) Materiais que começaram a ser pesquisados em fevereiro de 2007.


Fonte: SindusCon-SP/FGV
28 Conjuntura da construção Março 2011

Emprego da construção por Estados


Região Norte Região Nordeste
Período
Ron- Rio Grande Pernam-
Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Maranhão Piauí Ceará Paraíba Alagoas Sergipe Bahia
dônia do Norte buco

2008 Jan 8.786 6.912 26.120 4.269 56.666 3.902 16.338 32.186 16.916 48.271 29.532 29.978 70.284 14.461 21.269 108.121
Fev 8.470 6.804 26.297 4.344 56.664 3.741 15.988 32.163 17.002 49.330 30.001 30.212 71.885 15.041 21.471 109.957
Mar 8.645 6.720 27.020 4.399 56.120 3.745 15.993 32.349 16.933 49.799 30.886 30.195 73.139 15.273 21.436 113.634
Abr 9.008 6.865 27.213 4.541 56.090 3.582 16.606 32.909 17.174 49.567 31.048 30.073 71.439 15.493 21.813 116.091
Mai 9.493 7.190 27.775 4.362 56.744 3.665 17.723 33.763 17.513 50.122 31.891 29.900 71.609 15.304 21.811 119.589
Jun 9.785 7.465 28.987 4.270 58.411 3.743 18.611 34.518 18.551 52.663 33.057 30.097 73.172 15.214 21.755 119.394
Jul 10.104 7.625 29.446 4.157 59.865 3.881 19.022 36.498 19.488 54.381 34.597 30.746 74.413 15.205 22.053 118.555
Ago 10.525 7.711 29.599 4.136 60.705 3.830 18.967 38.370 20.218 55.352 35.376 31.373 75.803 15.515 22.602 119.641
Set 11.101 7.820 29.429 4.304 61.350 3.768 19.007 39.888 21.046 56.273 36.238 31.972 79.191 16.075 23.083 120.607
Out 11.379 7.795 29.365 4.351 61.758 3.859 18.035 41.668 21.904 55.509 35.248 32.512 80.515 16.199 23.155 116.971
Nov 11.300 7.389 29.099 4.444 60.475 3.761 16.769 42.631 22.201 54.062 34.185 32.511 82.295 15.810 23.008 117.757
Dez 10.796 6.877 28.328 4.354 57.105 3.349 14.428 42.466 21.590 51.312 32.549 31.736 80.690 14.965 22.520 113.334

2009 Jan 11.599 6.705 27.280 4.471 56.224 3.197 14.140 41.126 21.907 50.826 31.792 32.109 81.724 14.907 22.822 114.950
Fev 12.668 6.758 26.637 4.434 53.836 3.116 14.229 40.272 21.839 51.383 31.309 32.210 82.302 14.938 23.187 115.101
Mar 13.813 6.800 26.129 4.448 51.376 3.074 14.543 40.377 21.670 50.802 30.844 31.905 82.567 15.264 23.712 117.153
Abr 15.150 7.265 25.150 4.441 49.915 3.061 15.059 39.660 21.203 50.157 30.147 32.118 82.540 15.820 23.900 120.613
Mai 19.531 7.588 24.734 4.389 49.505 3.027 14.923 39.182 21.140 51.089 30.007 32.249 83.390 15.927 23.719 121.728
Jun 21.762 8.004 24.723 4.230 50.395 3.014 15.206 38.785 21.872 52.804 29.890 32.293 84.462 16.278 24.010 123.174
Jul 23.590 8.407 24.980 4.151 53.046 3.084 15.763 38.716 22.990 54.974 30.277 32.490 84.638 16.627 24.414 128.296
Ago 24.636 8.811 25.567 4.150 54.861 3.175 15.558 37.742 24.567 57.366 30.558 32.942 86.687 17.323 24.848 133.313
Set 26.403 8.949 26.017 4.342 56.410 3.216 15.467 37.864 25.354 59.384 31.928 33.283 89.266 17.948 25.050 137.454
Out 28.014 8.905 26.571 4.604 57.755 3.274 15.634 37.310 26.209 61.049 32.150 34.331 91.757 18.775 25.903 140.557
Nov 29.357 8.616 26.568 4.724 58.250 3.255 15.608 38.435 26.923 63.211 32.625 34.763 94.316 18.933 26.372 146.642
Dez 28.582 7.946 25.480 4.648 56.682 3.144 14.726 38.894 26.513 62.183 31.924 34.363 93.750 18.725 25.822 145.132

2010 Jan 29.606 7.621 25.589 4.923 57.195 3.166 15.142 39.791 27.547 64.882 32.693 35.247 96.693 19.445 26.394 150.320
Fev 31.034 7.699 25.624 5.132 57.935 3.232 15.529 40.621 27.840 67.503 33.234 35.920 98.656 19.772 26.929 153.669
Mar 33.773 7.740 25.253 5.220 58.134 3.147 16.122 41.704 30.056 69.603 34.959 36.338 100.123 20.759 27.513 158.769
Abr 35.743 7.910 24.509 5.106 59.236 3.251 16.646 43.498 31.231 71.040 36.017 36.907 101.529 21.653 27.717 162.202
Mai 38.363 8.388 25.462 4.758 61.011 3.145 17.889 44.234 31.943 72.856 37.167 37.724 104.387 22.517 27.611 165.392
Jun 39.155 8.932 25.907 4.759 62.407 3.171 18.956 46.429 32.923 74.314 37.406 38.103 107.200 22.229 27.633 166.770
Jul 39.951 9.047 26.542 4.716 64.661 3.057 19.651 47.869 33.512 75.856 38.174 38.447 110.598 21.756 27.940 172.204
Ago 41.202 9.365 27.575 4.850 65.869 3.196 19.929 48.319 33.825 78.073 38.786 39.074 115.829 21.493 28.562 176.973
Set 42.229 9.400 28.029 5.026 66.673 3.423 20.020 49.456 33.176 79.118 40.500 39.606 120.933 21.743 29.094 178.932
Out 42.025 9.141 28.005 5.170 66.947 3.505 19.449 51.070 34.365 79.028 40.879 39.650 125.322 22.590 29.709 178.623
Nov 42.267 8.538 27.076 5.169 66.809 3.490 18.157 50.821 33.763 79.517 41.177 39.631 128.046 23.424 30.099 182.799
Dez 40.520 7.744 25.954 5.206 64.481 3.410 16.470 47.276 31.937 77.718 40.436 39.713 127.179 23.799 29.399 172.894

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE


Conjuntura da construção Março 2011 29

Emprego da construção por Estados


Região Sudeste Região Sul Região Centro-Oeste
Período
Espírito Rio de Santa Rio Grande Mato Grosso Distrito
Minas Gerais São Paulo Paraná Mato Grosso Goiás
Santo Janeiro Catarina do Sul do Sul Federal

2008 Jan 278.915 59.327 194.554 563.513 100.499 78.996 102.270 28.491 26.144 56.293 54.469
Fev 283.146 59.562 197.658 574.137 102.445 79.986 103.179 29.113 27.239 57.244 55.359
Mar 290.830 60.894 202.251 585.783 103.562 81.317 104.910 29.532 27.541 58.133 56.604
Abr 299.142 62.490 206.194 597.377 105.396 83.269 106.266 29.436 28.724 60.754 57.725
Mai 305.139 63.141 210.856 601.256 108.524 84.293 106.817 29.720 30.341 62.780 57.836
Jun 311.080 64.801 216.914 610.856 110.307 85.926 108.000 29.692 31.564 65.735 58.318
Jul 316.189 65.950 223.622 619.600 113.255 87.480 110.022 29.712 32.586 68.038 58.742
Ago 322.789 66.683 227.505 631.148 115.245 89.472 111.623 29.705 33.234 70.777 59.519
Set 329.669 67.439 232.494 639.437 117.233 90.711 112.877 29.621 33.747 72.486 60.340
Out 331.731 66.741 234.370 642.696 117.893 91.008 112.811 29.562 33.316 73.151 59.609
Nov 320.925 65.607 234.990 640.686 117.262 90.528 112.479 28.967 32.491 70.890 58.870
Dez 299.523 62.571 230.665 624.746 113.299 87.946 110.135 27.293 29.761 64.354 57.333

2009 Jan 298.615 62.207 232.873 632.403 115.173 90.286 111.208 27.579 29.064 64.988 58.128
Fev 298.600 61.661 236.663 634.028 115.309 90.337 110.831 27.384 28.821 65.626 58.938
Mar 301.584 62.372 240.405 640.738 116.072 91.331 110.871 27.578 28.328 66.900 60.102
Abr 303.751 62.815 242.291 648.082 116.474 92.224 111.076 27.048 28.529 69.332 60.965
Mai 305.941 62.990 244.781 650.077 119.885 92.117 112.918 26.764 29.590 69.895 61.147
Jun 307.596 63.492 245.340 653.549 120.343 92.726 114.134 26.618 30.583 71.537 61.785
Jul 311.556 64.106 244.748 663.433 121.774 93.867 114.909 26.582 31.624 72.974 63.088
Ago 319.440 65.458 246.497 674.296 124.124 94.072 116.977 26.588 31.963 74.480 64.027
Set 325.896 65.880 247.629 682.071 126.033 94.114 118.383 26.650 31.712 74.540 64.724
Out 330.971 66.727 248.686 686.675 127.969 94.502 120.287 26.296 31.753 74.385 65.585
Nov 329.964 67.638 248.156 691.768 129.497 95.186 122.208 26.197 31.158 73.776 66.259
Dez 318.446 65.754 244.180 682.950 125.399 92.448 120.834 25.519 28.361 69.866 64.609

2010 Jan 327.262 67.283 249.133 698.720 129.578 95.145 123.813 25.898 28.497 72.270 65.782
Fev 331.498 67.666 251.516 709.475 131.469 96.389 125.697 25.840 28.465 74.043 66.306
Mar 337.119 69.185 255.547 721.170 135.140 94.593 126.329 26.008 29.005 76.010 65.078
Abr 342.672 70.366 255.672 730.664 137.446 97.093 131.180 26.297 30.618 78.282 65.781
Mai 349.231 70.619 258.622 734.533 141.510 97.726 134.072 27.059 31.652 80.475 66.951
Jun 352.355 71.129 262.234 734.998 143.228 99.166 136.710 27.434 32.033 82.876 66.907
Jul 359.278 71.992 264.556 742.130 146.662 100.763 139.063 27.864 32.724 84.790 67.230
Ago 368.371 73.055 267.198 748.971 150.121 102.737 140.710 28.387 33.660 85.959 67.520
Set 375.206 72.813 268.520 749.654 150.760 103.705 140.985 28.732 33.724 86.128 68.584
Out 380.200 72.988 268.015 750.610 150.924 104.720 141.494 28.858 33.819 86.566 68.842
Nov 375.962 72.792 267.862 751.372 150.904 104.828 141.710 28.389 33.409 83.911 68.523
Dez 360.493 70.490 260.972 739.084 147.037 101.474 138.324 27.324 31.026 77.853 67.676

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE


30 Conjuntura da construção Março 2011

Emprego da construção brasileira por segmento


Obras Serviços

Período Incorpo- Engenharia Total


Preparação Infra- Obras de Obras de Outros
Edificações Total ração de e Arquite- Total
de Terreno Estrutura Instalação Acabamento Serviços
Imóveis tura
2008 Jan 85.260 893.310 391.610 233.014 81.088 1.684.282 116.422 165.689 71.089 353.200 2.037.482
Fev 86.426 906.392 398.527 236.431 82.711 1.710.487 117.461 168.032 72.458 357.951 2.068.438
Mar 87.617 923.635 406.419 241.544 83.972 1.743.187 119.372 171.889 73.195 364.456 2.107.643
Abr 89.583 942.539 413.465 242.470 85.534 1.773.591 121.512 176.320 74.862 372.694 2.146.285
Mai 91.845 955.714 424.405 242.953 86.668 1.801.585 123.132 178.902 75.538 377.572 2.179.157
Jun 94.587 974.259 436.585 243.859 87.980 1.837.270 125.849 183.156 76.611 385.616 2.222.886
Jul 97.670 993.740 445.123 245.953 88.896 1.871.382 128.072 188.201 77.577 393.850 2.265.232
Ago 100.252 1.009.292 454.266 251.219 90.730 1.905.759 130.287 192.295 79.082 401.664 2.307.423
Set 102.272 1.025.558 462.417 255.915 91.345 1.937.507 132.867 196.729 80.103 409.699 2.347.206
Out 102.875 1.025.797 463.332 255.992 91.793 1.939.789 134.050 199.302 79.970 413.322 2.353.111
Nov 100.914 1.015.540 454.542 254.753 91.973 1.917.722 134.088 200.276 79.306 413.670 2.331.392
Dez 96.284 971.980 431.740 248.923 89.170 1.838.097 132.614 196.815 76.499 405.928 2.244.025

2009 Jan 95.956 976.007 433.550 252.017 90.461 1.847.991 134.495 197.888 77.929 410.312 2.258.303
Fev 96.481 975.575 436.045 251.573 90.553 1.850.227 136.350 197.305 78.535 412.190 2.262.417
Mar 97.661 979.907 440.812 255.275 91.212 1.864.867 137.473 198.400 80.018 415.891 2.280.758
Abr 98.233 988.949 444.738 252.845 92.675 1.877.440 139.992 200.531 80.823 421.346 2.298.786
Mai 99.450 992.641 455.072 253.305 94.000 1.894.468 141.238 201.324 81.203 423.765 2.318.233
Jun 101.253 999.656 462.438 253.009 94.893 1.911.249 143.402 201.211 82.743 427.356 2.338.605
Jul 103.366 1.014.815 472.706 253.477 96.864 1.941.228 145.897 203.039 84.940 433.876 2.375.104
Ago 105.313 1.035.631 482.135 256.984 99.002 1.979.065 148.442 205.457 87.062 440.961 2.420.026
Set 106.248 1.051.966 491.162 260.367 100.735 2.010.478 150.146 207.022 88.321 445.489 2.455.967
Out 106.722 1.066.482 497.854 262.258 102.485 2.035.801 151.421 210.258 89.154 450.833 2.486.634
Nov 106.510 1.078.240 498.898 265.386 103.108 2.052.142 154.306 213.352 90.605 458.263 2.510.405
Dez 102.823 1.052.108 483.821 263.653 100.532 2.002.937 152.731 212.368 88.844 453.943 2.456.880

2010 Jan 104.562 1.080.960 492.101 273.104 103.203 2.053.930 156.900 216.624 92.181 465.705 2.519.635
Fev 105.063 1.099.337 499.245 277.928 105.407 2.086.980 159.532 218.315 93.866 471.713 2.558.693
Mar 105.984 1.121.982 502.087 285.608 107.787 2.123.448 162.653 222.269 96.027 480.949 2.604.397
Abr 107.820 1.144.087 510.001 287.937 110.205 2.160.050 166.738 225.635 97.843 490.216 2.650.266
Mai 110.177 1.166.403 517.604 290.345 112.701 2.197.230 170.327 227.995 99.745 498.067 2.695.297
Jun 111.723 1.179.892 522.357 292.258 114.409 2.220.639 173.588 229.976 101.161 504.725 2.725.364
Jul 114.326 1.197.890 529.651 299.062 116.115 2.257.044 177.012 233.839 103.138 513.989 2.771.033
Ago 117.242 1.217.798 536.430 304.738 119.430 2.295.638 181.650 237.639 104.682 523.971 2.819.609
Set 118.428 1.227.729 541.147 307.358 121.076 2.315.738 184.656 239.517 106.258 530.431 2.846.169
Out 118.626 1.235.152 538.137 311.121 123.185 2.326.221 187.441 241.665 107.187 536.293 2.862.514
Nov 116.300 1.236.667 528.318 313.081 123.546 2.317.912 191.047 243.841 107.645 542.533 2.860.445
Dez 111.856 1.198.585 502.468 308.142 120.756 2.241.807 189.765 240.168 104.149 534.082 2.775.889

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE


Conjuntura da construção Março 2011 31

Emprego da construção paulista por segmento


Obras Serviços

Período Incorpo- Engenharia Outros Total


Preparação Infra- Obras de Obras de
Edificações Total ração de e Arquite- Total
de Terreno Estrutura Instalação Acabamento Serviços
Imóveis tura

2008 Jan 24.939 218.785 84.268 86.571 36.854 451.417 38.655 51.075 22.366 112.096 563.513
Fev 25.250 221.146 87.289 88.704 37.897 460.286 38.905 52.255 22.691 113.851 574.137
Mar 25.418 224.881 89.190 91.471 38.879 469.839 39.419 54.033 22.492 115.944 585.783
Abr 25.763 230.398 90.473 91.045 40.137 477.816 40.347 56.010 23.204 119.561 597.377
Mai 25.964 232.045 90.880 90.694 40.750 480.333 41.017 56.827 23.079 120.923 601.256
Jun 26.372 236.119 92.305 91.221 41.235 487.252 41.956 58.354 23.294 123.604 610.856
Jul 26.513 238.987 93.626 92.177 41.497 492.800 42.938 60.202 23.660 126.800 619.600
Ago 26.645 241.586 95.516 94.918 42.159 500.824 44.096 62.299 23.929 130.324 631.148
Set 26.906 243.724 97.171 95.867 42.039 505.707 45.422 64.202 24.106 133.730 639.437
Out 26.893 245.657 98.423 95.392 41.650 508.015 46.086 64.900 23.695 134.681 642.696
Nov 26.955 244.780 98.720 93.306 41.790 505.551 46.361 65.267 23.507 135.135 640.686
Dez 26.473 237.929 96.108 89.876 40.905 491.291 45.807 64.575 23.073 133.455 624.746

2009 Jan 26.666 239.549 97.145 91.222 41.897 496.479 46.417 65.468 24.039 135.924 632.403
Fev 26.716 239.734 98.301 90.852 41.572 497.175 46.809 65.683 24.361 136.853 634.028
Mar 26.696 242.015 99.037 92.695 41.979 502.422 47.242 66.305 24.769 138.316 640.738
Abr 27.072 246.203 100.290 91.546 42.748 507.859 48.311 66.910 25.002 140.223 648.082
Mai 27.027 244.931 102.046 91.943 43.224 509.171 48.595 67.215 25.096 140.906 650.077
Jun 27.132 245.564 103.672 91.754 43.686 511.808 49.140 67.214 25.387 141.741 653.549
Jul 27.490 248.595 106.128 93.258 44.773 520.244 49.614 67.574 26.001 143.189 663.433
Ago 27.789 252.743 108.415 94.749 45.839 529.535 50.221 67.920 26.620 144.761 674.296
Set 27.851 255.815 110.267 95.954 46.812 536.699 50.820 67.576 26.976 145.372 682.071
Out 28.040 257.177 110.777 96.817 47.300 540.111 51.240 67.921 27.403 146.564 686.675
Nov 28.106 259.097 111.790 97.658 47.000 543.651 51.943 68.622 27.552 148.117 691.768
Dez 27.506 254.716 110.607 97.449 45.734 536.012 51.718 68.009 27.211 146.938 682.950

2010 Jan 27.713 260.858 111.917 101.121 46.933 548.542 52.458 68.980 28.740 150.178 698.720
Fev 27.721 265.034 113.451 103.342 48.102 557.650 52.975 69.287 29.563 151.825 709.475
Mar 28.163 269.206 115.042 105.638 49.262 567.311 53.840 69.897 30.122 153.859 721.170
Abr 28.920 274.019 114.313 105.848 50.817 573.917 55.276 70.333 31.138 156.747 730.664
Mai 29.287 275.976 113.229 105.964 51.860 576.316 55.843 70.634 31.740 158.217 734.533
Jun 29.416 276.440 112.028 105.442 52.376 575.702 56.575 71.000 31.721 159.296 734.998
Jul 29.266 277.656 112.983 107.700 53.097 580.702 57.259 71.699 32.470 161.428 742.130
Ago 29.762 279.258 113.266 109.523 54.289 586.098 58.122 71.787 32.964 162.873 748.971
Set 29.985 278.607 113.361 109.025 54.867 585.845 58.749 71.639 33.421 163.809 749.654
Out 30.110 278.148 112.906 109.825 55.379 586.368 59.225 71.900 33.117 164.242 750.610
Nov 29.677 278.686 112.627 110.152 55.428 586.570 59.911 72.338 32.553 164.802 751.372
Dez 29.155 271.548 111.651 109.229 54.755 576.338 60.004 71.109 31.633 162.746 739.084

Fonte: SindusCon-SP/FGV e MTE

Você também pode gostar