Introdução:
Análise gravimétrica é um método macroscópico que envolve amostras relativamente
grandes em comparação com outros procedimentos analíticos quantitativos
Gravimetria trata-se da obtenção, por tratamento químico da substância sob análise, e da
pesagem de um composto do elemento na forma mais pura possível. As determinações
gravimétricas tradicionais tratam da transformação do elemento, íon, ou radical, a ser
determinado, em uns compostos puros e estáveis, adequados para pesagem direta, ou que
possa ser convertido em outra substância química que possa ser quantificada sem muita
dificuldade.A massa do elemento, original pode, então, ser calculada a partir da fórmula do
composto e das massas atômicas relativas de seus elementos.
Os procedimentos gravimétricos tradicionais são essencialmente manuais e trabalhosos,
sendo, em geral, demorada a análise gravimétrica, tendo, porém tais vantagens:
Acurada e precisa se forem usadas balanças analíticas modernas.
Facilidade na identificação de possíveis fontes de erros. Porque os filtrados podem
ser testados para avaliar o término da precipitação e os precipitados podem ser
analisados quanto à presença de impurezas.
É um método absoluto, isto é, envolve uma medida direta, sem necessidade de
calibração.
As determinações podem ser feitas com aparelhagem relativamente barata. Os itens
mais caros são os fornos elétricos e os cadinhos de platina
É possível obter alto grau de acurácia e, mesmo nas lições normais de laboratórios, alcançar
resultados redutíveis com margem de 0.3 a 0.5%. Existem duas principais aplicações dos
métodos gravimétricos:
Análise de padrões, para no teste e calibração de técnicas instrumentais.
Análise de alta precisão. O tempo necessário para análise gravimétrica, entretanto,
limita esta aplicação, a um número pequeno de determinações.
Após a obtenção e filtração, o precipitado ainda precisa ser tratado. Além da água da
solução, o precipitado pode ter outros quatro tipos de água:
Discussão:
Uma certa quantidade de amostra de solo contendo Fe (II) e Fe (III) será tratada
seguindo a marcha analítica anteriormente proposta.Uma pequena quantidade será
pesada e solubilizada conforme pesquisa sobre os tipos de digestão.
A solução amostra contendo ferro (III) é tratada com um ligeiro excesso de solução
aquosa de amônia para precipitar o Fe2O3.x H2O, o precipitado não tem uma
composição estequiométrica definida, mas contém uma quantidade variável de água. O
Fe (II) é apenas parcialmente precipitado pela solução de amônia na presença de sais de
amônio, logo o Fe (II) presente na solução amostra deverá ser oxidado a Fe (III).
A equação para a precipitação do óxido de ferro (III) hidratado pode ser escrita
como:
[Fe(H2O)6]3+ + 3NH3 Fe(H2O)3(OH)3 + 3NH4+
Ou como
Fe3+ + 3NH3 + 3H2O Fe(OH)3 + 3NH4+
Por calcinação o óxido de ferro (III) hidratado produz óxido de ferro (III) que depois
de resfriado é pesado.
Interferentes:
Al, Cr (III), Ti e Zr são também precipitados pela amônia ·
Mn pode ser precipitado como óxido hidratado na presença de oxidantes
(mesmo o oxigênio atmosférico)
Ânions como o arsenato, fosfato, vanadato e silicato formam compostos
insolúveis com o ferro em meio fracamente básico.
Compostos hidroxi (como o glicerol e açucares), sais de hidroxiácidos
orgânicos (como ácidos cítrico, tartárico e salicílico), pirofosfatos e fluoretos alcalinos
podem formar sais complexos evitando a formação do hidróxido de ferro (III).
Principais etapas da análise gravimétrica do ferro (III)
CÁLCULOS EM ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
Exercícios resolvidos
0,485g de uma amostra de solo contendo ferro (II) e (III), foi oxidada e o ferro (III).
precipitado como óxido de ferro hidratado (Fe2O3. xH2O). O precipitado depois de
filtrado, lavado e calcinado pesou 0,248g, com o ferro na forma de óxido (Fe2O3).
Qual o conteúdo de ferro (III) na amostra?
Amostra contendo
mFe+3 =2x55,847x0,248
159,690
mFe+3 = 0,173
CaO Ca+2
1mol de CaO 1mol Ca+2
1 x PM CaO 1x PM Ca+2
mCaO mCa
mCa = mCaOxPMCa+2
PMCaO
mCa = 40,08x0,113 mCa = 0,081 g (massa do Ca em 200 mL de amostra)
56,08
Passo 3: Cálculo da massa de Ca em 100 mL de amostra
mCa g 200 mL
x g 100 mL
x g = mCa x100mL
200 mL x g = 0,081x100 x g = 0,041 g (massa de Ca em 100 mL
de amostra)
200
Exemplo 4: Determinação do volume de precipitante requerido para a
precipitação de determinado elemento.
Calcule o volume (mL) de NH3 (densidade 0,99g/mL, pureza 2,3%) que é requerido
para precipitação o ferro como Fe(OH)3 em 0,70g de amostra que contém 25% de
Fe2O3.
Dados do problema.
m amostra = 0,70g
% Fe2O3 amostra = 25%
d NH3 = 0,99g/mL
PNH3 = 2,3%
Reação:
1 mL dxP g
100
volume de NH3 mL massa de NH3
1 mL 0,99x2,3
100
volume de NH3 mL 0,112
volume de NH3 mL = 0,112x100
0,99x 2,3
Dessecador
CALCINAÇÃO DE PRECIPITADOS
Quando o líquido estiver totalmente esgotado no papel de filtro, dobre os bordos deste e
transfira-o para o cadinho já previamente pesado. No uso do aparato simples de calcinação
aqueça gradualmente até secagem do precipitado, carbonize o papel sem inflamar e queime
o carbono a uma temperatura tão baixa quanto possível, sob condições de boa oxidação,
com livre acesso de ar, a fim de evitar a redução do óxido de ferro (III). Finalmente, calcine
o precipitado ao vermelho, por uns 15 minutos, tomando cuidado para excluir os gases
daschamas do interior do cadinho. De outro modo, aqueça-o num forno elétrico de mufla a
500-550o C.
1- Preparo do cadinho
Têm alcance comum de 1200oC (Figura 1), havendo modelos que alcançam 1800oC (Figura
2). Observar o revestimento interno em cerâmica, que serve como proteção ao corpo
metálico e isolante térmico.
Figura 1:
Figura
2:
3 - Objetivo da calcinação
Após a filtragem o precipitado deverá ser lavado por três a quatro vezes com porções de
75 a 100 ml de solução a 1% quente de nitrato de amônio até obter teste negativo (pelo
menos muito fraco) de cloreto nas águas de lavagem (usam-se algumas gotas de solução de
AgNO3 0,1N). Pode-se ainda lavar o precipitado por três vezes com água morna, o teste do
cloreto deve ser repetido.
Deixe cada porção do líquido de lavagem se esgotar antes de adicionar uma nova porção,
não encha o filtro com precipitado mais do que três quartas partes da sua altura total.
Enquanto a filtração progredir, pode-se ir preparando o cadinho que será usado na
calcinação do precipitado.
FILTRAGEM DO PRECIPITADO
Logo que a maior parte do precipitado tenha decantado para o fundo, decante o líquido
sobrenadante através de um papel de filtro sem cinza, mas deixe tanto precipitado quanto
possível no becker. É essencial que o papel de filtro se adapte bem ao funil, de modo que a
haste do funil fique a todo tempo cheia com o líquido, de outro modo a filtração será muito
lenta. Adicione cerca de 100 ml de uma solução a 1% quente de nitrato de amônio ao
precipitado, e agite muito bem com bastão de vidro, e deixe decantar o precipitado.
1- Papéis de filtro
Manipulação:
Método de dobra do papel para filtragem em funil:
Este funil de papel é então encaixado no recipiente adequado (cadinho, funil, etc.), onde é
preso pela simples aplicação de pequenos jatos de água, com piceta, nas bodas internas do
mesmo.
Deve estar a borda do papel cerca de 0,5 a 1cm abaixo da borda do recipiente e ser
mantido um pequeno espaço entre as paredes do funil de papel e o aparato utilizado de
modo a tornar a filtração mais rápida.
Uma vez terminada a filtragem e lavagem do precipitado, este deverá ser recolhido ainda
dentro do papel e levado a calcinação, onde sofrerá completa dessecagem e/ou reação de
transformação final. Observar que, caso não haja interferências, o papel será convertido em
CO2 e água, que serão eliminados no processo.
2- Membranas de filtração:
3- Funis de Bückner:
Aparato muito utilizado em filtrações sob vácuo, no qual o papel é colocado sem dobra
sobre os furos, tendo-se o cuidado de manter uma pequena borda de papel de alguns
milímetros de altura, de modo a impedir eventual passagem do precipitado pelo lado do
papel.
4- Filtração
Na figura, observa-se o precipitado no fundo do copo 1 , que será separado da fase líquida
fazendo-se todo o conteúdo do copo 1 passar através do papel de filtro no funil, de modo
que todo o precipitado fique retido neste (deve-se proceder completa lavagem do copo 1
para garantir a confiabilidade dos dados finais).
Seguindo os procedimentos adequados, praticamente todo o item em análise estará no
fundo do copo, mesmo considerando o equilíbrio entre as fases.
Modo usual de manipulação para filtragem observe o uso do bastão de vidro para evitar a
queda brusca da solução no funil, evitando assim o re-espalhamento do precipitado pela
solução. E o vidro de relógio, para evitar maiores contaminações na nova solução recolhida
no copo 2 (que pode prosseguir para novas análises)
A amostra depois de solubilizada é tratada com 1 a 2mL de HNO3 concentrado para efetuar
a oxidação do Fe(II) a Fe(III) a reação do processo é:
Ferva a solução brandamente até que a cor fique amarelo-clara (3-5 minutos).Para
verificar se o ferro foi completamente oxidado transfira uma gota da solução para um tubo
de ensaio e dilua com 1 mL de água, adicione algumas gotas de solução de
hexacianoferrato de potássio(0,1%), se aparecer uma cor azul, existe ainda Fe(II) presente e
deve-se adicionar mais HNO3. Outro teste pode ser efetuado com a o-fenantrolina que na
presença de Fe (II) dá uma coloração vermelha.
Dilua a solução a 200 ml, aqueça-a até ferver e adicione lentamente uma solução de
amônia 1:1 que deve ser entornada de um becker lentamente, até haver um ligeiro excesso
presente, indicado pelo odor do vapor acima do líquido. Ferva o líquido brandamente por 1
minuto e deixe o precipitado decantar. O líquido sobrenadante deve estar incolor.
Informações adicionais sobre a Teoria dos precipitados
1- Condições de Precipitação:
Soluções diluídas devem ser usadas, pois reduzem os erros devido a coprecipitação.
A mistura lenta dos reagentes com agitação constante promove a formação de
cristais maiores.
Soluções aquecidas, quando (as características do precipitado permitem):
apresentam melhor uniformidade do espalhamento dos reagentes, pois ocorre
aumento da solubilidade, reduzindo o grau de supersaturação.
A coagulação é favorecida com a diminuição da formação do soluto
A velocidade de cristalização é aumentada levando a cristais mais perfeitos
2 - Métodos de precipitação:
Precipitação em soluções homogêneas: Ao invés de ser adicionado um reagente, o agente
precipitante é gerado lentamente na própria solução por meio de uma reação química
homogênea.
Vantagens:
Elimina os efeitos indesejáveis da elevação da concentração.
O precipitado resultante é denso e prontamente filtrável.
A coprecipitação é reduzida a um mínimo.
É possível alterar a aparência do precipitado pela variação da velocidade da reação.
3 - Contaminação de precipitados:
Co-precipitação: contaminação do precipitado por substâncias que são
normalmente solúveis na água mãe.
2 tipos - Adsorção na superfície das partículas e oclusão de substâncias
estranhas durante o processo de formação do cristal
DA AMOSTRA
OBS: O uso comum popularizou um erro sobre o qual todos estudantes devem ter
consciência, referente à distinção entre massa e peso. É importante entender as definições
destas duas grandezas:
Para a medida da massa dos reagentes e demais itens participantes dos inúmeros
experimentos são utilizadas as balanças de uso geral (também ditas de precisão) e as
balanças analíticas:
2 - BALANÇAS ANALÍTICAS:
Tabela 1 - Alguns
elementos determinados
por gravimetria.
Substância analisada Precipitado formado Precipitado pesado interferencias
Fe(OH)3 Fe2O3
Fe Al, Ti, Cr e metais tetravalentes
Fe cupferrato Fe2O3
Al(OH)3 Al2O3 Fe, Ti,Cr (Mg não interfere em
Al
Al(ox)3a Al(ox)3 soluções ácidas)
todos os metais exceto alcalinos e
Ca CaC2O4 CaCO3 ou CaO
Mg
Mg MgNH4PO4 Mg2P2O7 todos os metais exceto alcalinos
Zn ZnNH4PO4 Zn2P2O7 todos os metais exceto Mg
Ba BaCrO4 BaCrO4 Pb
SO42- BaSO4 BaSO4 NO3-, PO43-, ClO3-
Cl- AgCl AgCl Br-, I-, SCN-, CN-, S2-, S2O32-
Ag AgCl AgCl Hg (I)
PO43- MgNH4PO4 Mg2P2O7 MoO42-, C2O42-, K+
Ni Ni(dmg)2b Ni(dmg)2 Pd