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Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

Plano Básico para o Desenvolvimento da


Silvicultura Sustentável

Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro - Plano Básico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável
volume I

Estudo das Florestas Comerciais e Naturais

Estudo das Florestas Comerciais e Naturais


Av. do Contorno, 8000 - sala 1705 - Lourdes
30.110-056 - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
01 Volume 1 - Maio de 2011
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PROJETO:
Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Plano Básico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável

COORDENADORES DOS MÓDULOS

SILVICULTURA
Romeu e Silva Neto
Milton Casério

MERCADOS
Eduardo Nery

CADEIA PRODUTIVA E PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

CULTURA E ETNOGRAFIA: Elisiana Alves


SISTEMA SOCIAL: Samantha Nery
INFRAESTRUTURA: Milton Casério
REGULAÇÃO INSTITUCIONAL LEGAL: Rogério Coutinho
ECONOMIA E FINANÇAS: Nildred Martins
CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO: Miguel Felippe
SISTEMA DE INFORMAÇÃO Rosângela Milagres

AQUARELAS: Elisiana Alves


Série: A Floresta de Sofia
APRESENTAÇÃO
O Plano Básico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável nas Regiões Norte e
Noroeste do Estado do Rio de Janeiro constitui uma iniciativa da Secretaria de Estado de
Planejamento e Gestão em articulação com a Petrobrás, por meio de sua unidade de
Negócio e Exploração da Produção da Bacia de Campos (UM-BC), com a participação de
seu Programa e Desenvolvimento Social de Macaé e Região, PRODESMAR, tendo
contado com a parceria da Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico, Energia,
Indústria e Serviços e da Investe Rio, entre outras instituições estaduais. Como parte
integrante da Carteira de Projetos elaborada pelo Plano de Desenvolvimento Sustentável
destas Regiões, ele é o primeiro a ser desenvolvido em formato executivo, para
implementação. Trata-se de um trabalho que cobre, desde o cultivo das florestas
plantadas, comercial e recomposição da nativa, no caso a Mata Atlântica, especificamente
ajustadas às condições edafoclimáticas do Norte e Noroeste Fluminense, os mercados dos
produtos florestais madeireiros e não madeireiros no Brasil e no mundo, cadeias
produtivas contendo o modelo de negócio abrangendo as condições sociais, ambientais,
infraestrutura, de regulação e a viabilidade econômica, e o seu plano de implementação.
Para a sua divulgação e a atração de investidores, nacionais e estrangeiros, há duas
apresentações específicas com as informações que eles necessitam para despertar o seu
interesse e instruir a sua decisão inicial.

O Plano Básico, em atenção ao que dispõe o seu Termo de Referência, estabelece três
grandes cadeias produtivas no mínimo, com espécies diversificadas, assegurando a
biodiversidade e prevenindo a monocultura, e múltiplas cadeias menores que ampliam a
variedade e as oportunidades produtivas para todo o território da Região N-NO. Além
disso, o Plano desenvolve cadeias e atividades acessórias, como um elenco adicional de
oportunidades associadas à silvicultura, e cria as condições para que as cadeias de
processamento da madeira se implantem na Região, multiplicando os empreendimentos
de transformação e de produtos acabados que usam floresta plantada.

Um cuidado especial orientou a demarcação das áreas cultiváveis, usando sistema


georreferenciado, pelo qual foram usadas terras existentes sem ou com muito baixa
utilização, preservando as áreas de cultura existente, em um modelo denominado
agrossilvopastoril ou simplesmente agroflorestal, pelo qual convivem a floresta plantada e
as atividades agropecuárias.

Os trabalhos foram realizados em seis meses, com a participação ativa de especialistas e


instituições especializadas, particularmente representativas da Região.

A estratégia do Governo é de que a Silvicultura gere um processo de desenvolvimento


regional que se estenda a todo o seu território, atuando como motor para a inclusão social
e a multiplicação de postos de trabalho e geração de renda, em um modelo original que
lhe confira sustentabilidade como resultado de um modelo negocial inovador e congruente.
Segundo esta perspectiva, ele se estenderá, em futuro próximo das Regiões Norte e
Noroeste para as demais regiões do Estado, capitalizando e disseminando suas
experiências e o conhecimento nele produzido.

Francisco Antônio Caldas Andrade Pinto


Subsecretário de Planejamento e Gestão
Rio de Janeiro, maio de 2011

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG


Sérgio Ruy Barbosa Guerra Martins
Secretário de Estado

Subsecretário Geral de Planejamento e Gestão - SUBGEP


Francisco Antonio Caldas Andrade Pinto

Av. Erasmo Braga, 118 - Centro


20.020-000 - Rio de Janeiro/RJ
Brasil

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


SUMÁRIO

1. A CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA .................................................... 5

2. A SILVICULTURA COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO SUSTENTÁVEL DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE ............................................................................................ 21

3. ECOVILAS E PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE


PRODUÇÃO DE MUDAS PARA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ............ 131

ANEXOS ..................................................................................................... 149

ANEXO 1 - INDICADORES CLIMATOLÓGICOS DAS REGIÕES NORTE


E NOROESTE FLUMINENSE .................................................................... 150

ANEXO 2 - A HIDROGRAFIA DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE


FLUMINENSE ............................................................................................ 193

ANEXO 3 - CONDIÇÃO LEGAL DO PRODUTOR E UTILIZAÇÃO DAS


TERRAS NOS MUNICÍPIOS DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE ............................................................................................ 201

ANEXO 4 – LICIENCIAMENTO E IMPACTOS AMBIENTAIS.................... 230

ANEXO 5 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO E


PROGRAMAS DE APOIO A SILVICULTURA NAS REGIÕES NORTE E
NOROESTE FLUMINENSE ....................................................................... 246

ANEXO 6 - REVISÃO DE LITERATURA DAS PUBLICAÇÕES


RELATIVA A SILVICULTURA COM RELAÇÃO DIRETA OU INDIRETA
COM AS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE ..................... 258

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


...uma copaíba, árvore centenária de 30 metros descoberta na Amazônia por um
indígena. De um orifício perfurado no tronco jorra petróleo dourado. Mesmo que certos
vegetais, como as euforbiáceas, sejam conhecidos por sua aptidão em transformar o
dióxido de carbono em hidrocarbonetos, nenhum deles produz o petróleo como a
copaíba.

Melvin Calvin, Universidade da Califórnia, Prêmio Nobel por esta descoberta.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA
CAPÍTULO 1

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


AUTORES:

ANDREA F. MACHADO
CRISTIANO PEIXOTO MACIEL
HERALDO PESSANHA MEIRELES

LAERT GUERRA WERNECK

MILTON CASERIO FILHO

PAULO SARAIVA NETO

RENATO AGUIAR DA SILVA

ROGÉRIO DA SILVA BURLA


ROMEU E SILVA NETO

SANDER ELIAS RODRIGUES

TÚLIO AMARAL PEREIRA

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9

2. A CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA......................................................... 10

2.1 Aspectos Importantes Sobre a Organização Industrial na Cadeia Produtiva da


Madeira no Brasil .......................................................................................... 12

3. A PRODUÇÃO DE CELULOSE E PAPEL..................................................... 15

4. A DESTINAÇÃO DA MADEIRA PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA:


CARVÃO VEGETAL E LENHA ..................................................................... 16

5. REFERÊNCIAS............................................................................................. 18

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


LISTAS

FIGURAS

Figura 1 - A Cadeia Produtiva da Madeira .................................................................. 12

Figura 2 - Fluxograma de Uma Fábrica Integrada de Papel........................................ 16

TABELAS

Tabela 1 - Cobertura Florestal Brasileira....................................................................... 9

Tabela 2 - Os Mais Importantes Produtos Florestais................................................... 11

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


1. INTRODUÇÃO

As florestas naturais no mundo somam cerca de 4 bilhões de hectares, cobrindo apro-


ximadamente 30% da superfície terrestre do globo (FAO, 2007). Cinco países concen-
tram mais da metade da área florestal total – a Federação Russa, Brasil, Canadá, Es-
tados Unidos e China.

No Brasil, de acordo com dados do IBGE, a área total absoluta é de aproximadamente


8.514.877 km² (851,4 milhões de hectares). Deste total, 543,9 milhões ha correspon-
dem a florestas naturais e 5,74 milhões ha florestas plantadas, sendo 3,75 milhões
com eucalipto; 1,80 milhão com pinus e 425,2 mil de outras espécies, ocupando ape-
nas 0,7 do território nacional. (Sociedade Brasileira de Silvicultura, dez. 2008).

Tabela 1 - Cobertura Florestal Brasileira


Tipo Área (x 1.000 ha) Participação (%)
Nativa 543.905 98,95
Plantada 5.744 1,05
Total 549.649 100
Fonte: FAO, ABRAF - ABIMCI 2006

Sua cadeia produtiva parte da produção florestal primária de madeira em tora que,
através de diferentes processamentos industriais resulta em produtos madeireiros e
não-madeireiros. Após o plantio segue-se o cultivo, mediante o manejo florestal duran-
te todo o ciclo de produção, seguido da colheita florestal de acordo com o produto final
ao qual a floresta se destina. A partir da produção da matéria prima florestal inicia-se a
cadeia produtiva, através do processamento primário e da geração de produtos flores-
tais.

A atividade divide-se em vários segmentos, como: celulose e papel, papelão ondulado,


siderurgia a carvão vegetal, móveis e madeira processada mecanicamente, que en-
globa a produção de madeira serrada, painéis reconstituídos, compensados e lamina-
dos e produtos de maior valor agregado, além de vários produtos não madeireiros.

Os produtos florestais não madeireiros são, entre outros, o látex, as resinas, ceras,
gomas, fibras tanantes, corantes, e óleos aromáticos ou essenciais, e cascas, obtidos
geralmente através de extração não destrutiva. Assim, na maioria dos casos onde este
tipo de atividade extrativa é conduzida em larga escala, as árvores são mantidas em
produção, ou seja, não são cortadas. (Anuário Estatístico ABRAF, 2010, p.78).

Conforme observou o secretário de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Carlos O.B.
de Moraes, há uma crescente demanda, junto à população brasileira e mundial de
produtos e subprodutos florestais para energia, siderurgia, construção civil, mobiliário,
celulose e papel, resinas, extrativos e outros. Este consumo, diz, avança proporcio-
nalmente ao aumento da população e suas necessidades o que, até a década de 1950
eram supridas exclusivamente pelo processo de desmatamento de florestas nativas,
que avançava rápida e desordenadamente, abrindo espaços para a agricultura. (Anuá-
rio Estatístico de Silvicultura, 2008, p. 56).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 9


Este desmatamento, em larga escala, é parcialmente responsável pela aversão de
muitos grupos com relação à atividade da silvicultura comercial, a qual tem recebido
muitas avaliações negativas.

Paralelamente, o avanço da silvicultura na forma de extensos plantios monoculturais


também enfrenta a oposição de diversos setores da sociedade, devido aos impactos
sociais e ambientais que podem ocasionar (Bohrer, 2002; Lima, 1993; Marchank,
1995, em Território, Territórios, 2002).

Ambientalmente, especificamente são muito criticados os amplos plantios de eucalipto,


sugerindo-se a diminuição da biodiversidade, a contaminação do lençol freático por
fertilizantes e pesticidas e a diminuição dos estoques de água, além da diminuição de
fauna e flora em plantios homogêneos (Pedlowski, 2003).

No entanto, do ponto de vista técnico-científico, os impactos ambientais das planta-


ções florestais são os mesmos das demais monoculturas agrícolas. São formadas por
uma única espécie, de mesma idade, retirando os mesmos nutrientes e explorando
igual profundidade do solo, além de serem frequentemente mais vulneráveis ao ataque
de pragas e doenças. (Anuário de Silvicultura, 2008, p. 57), ressaltando-se, assim, o
imperativo de que, quando ocorrem grandes plantações de eucalipto, deve se adotar,
em simultaneidade, a diversificação produtiva nos territórios vizinhos, evitando-se aci-
ma de tudo a monocultura e as grandes extensões continuadas.

Alvo de inúmeras acusações que se incorporaram ao imaginário popular (seca o solo,


deserto verde etc.) os eucaliptos são uma excelente opção de cultivo, tanto pelo gran-
de acervo de conhecimento técnico acerca deles existente quanto pelo potencial eco-
nômico de suprir o mercado com seus produtos e diminuir a pressão sobre as florestas
nativas remanescentes.

2. A CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA

A cadeia produtiva com base no setor florestal constitui uma atividade econômica
complexa e diversificada de produtos e aplicações energéticas e industriais. No mundo
inteiro, o setor florestal tem importância como fornecedor de energia ou matéria-prima
para a indústria da construção civil e de transformação. No Brasil, apresenta ainda
características mais singulares, em razão do fato de o país estar entre os principais
detentores de recursos florestais abundantes, sendo um dos poucos a possuir extensa
área de florestas tropicais (Buainaim & Batalha, 2007).

As florestas, sejam elas plantadas ou naturais, produzem uma ampla gama de produ-
tos, que são classificados como PFM (Produtos Florestais Madeireiros) e PFNM (Pro-
dutos Florestais Não-Madeireiros), designações estabelecidas sobre os conteúdos que
constam da Tabela a seguir.

10 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 2 - Os Mais Importantes Produtos Florestais
Tipo Produtos
PFM (Produtos Florestais Madeireiros) Lenha, Toras, Carvão-Vegetal, Cavacos, Madeira
Serrada, Lâminas de Madeira, Compensados, Pai-
néis Reconstituídos, Celulose, Papel, Móveis, Ma-
deiras para Construção Civil.
PFNM (Produtos Florestais Não-Madei- Alimentos, Essências, Borrachas, Ceras, Fibras,
reiros) Gomas, Óleos, Tanantes, Resinas, Armazenamento
de Carbono, Produção de Oxigênio, Proteção do
Solo, Regulação do Regime Hídrico, Biodiversidade,
Ecoturismo, Patrimônio Cultural.
Fonte: STCP (2009)

Para a silvicultura intensiva e extensiva, em largas escalas, para as Regiões Norte e


Noroeste Fluminense, foram considerados os PFM (Produtos Florestais Madeireiros),
em função de sua aplicabilidade, do mercado nacional e internacional e de sua viabili-
dade. Os PFNM, neste contexto, atuam especificamente em escalas próprias.

A cadeia produtiva da madeira, no que diz respeito aos PFM, passa por diferentes
estágios e processos de beneficiamento até chegar aos produtos que atendem ao
mercado e consumidor final. De acordo com o “Sustainable Tree Crops Program”,
STCP (2009), o processamento primário da madeira começa com a transformação da
madeira em toras de madeira serradas, lâminas ou cavaco. Estes produtos constituem
a base de transformação para os demais produtos florestais secundários e terciários
antes de chegarem ao mercado e consumidor final. Conforme o Instituto Brasileiro de
Produtividade e Qualidade, IBQP (2002), apud Minette et al. (2009), para a obtenção
desses produtos utiliza-se de serra circular, serra fita ou similar, nas operações de
desdobro, destopo ou refilo.

O processamento secundário inclui a fabricação de produtos de menores dimensões e


maior valor agregado (PMVA), compensado e painéis reconstituídos de madeira (no-
tadamente aglomerados e chapas de Medium Density Fiber - MDF e Oriented Strand
Board - OSB).

De acordo com o STCP (2009), no processamento terciário a gama de produtos bene-


ficiados amplia-se significativamente a partir da combinação de diferentes produtos
primários e secundários, já com aplicações intermediárias em diversos processos in-
dustriais. Entre eles destacam-se as peças de madeira para a construção civil (portas,
esquadrias e outros), partes para móveis, móveis propriamente ditos, embalagens e a
produção de celulose e papel. Os produtos destinados ao consumidor final seguem o
ciclo seqüencial da cadeia produtiva da madeira, com produtos altamente diversifica-
dos e especializados (móveis, casas, papéis diversos e obras de madeira em geral).

Além dos produtos primários, pode-se observar que a madeira pode ser vendida dire-
tamente no mercado. Um dos principais destinos desta madeira é sua utilização como
fonte de energia, seja na forma de lenha ou de carvão vegetal.

A Figura a seguir ilustra, de modo esquemático, o fluxo da cadeia produtiva da madei-


ra, bem como seus principais usos, conforme seu grau de processamento.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 11


Figura 1 - A Cadeia Produtiva da Madeira

Fonte: STCP (2009)

Este estudo e as análises apresentadas posteriormente, em função de sua maior apli-


cabilidade às características das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, terão como
foco as atividades:

1. produção de madeira para painéis & móveis, e para a construção civil;

2. produção de celulose e papel;

3. produção de energia, seja na forma de lenha ou carvão vegetal.

2.1 Aspectos Importantes Sobre a Organização Industrial na Cadeia Produ-


tiva da Madeira no Brasil

O setor florestal brasileiro, que reúne florestas tropicais abundantes e uma produção
integrada da floresta à manufatura, com base em plantações de pinus e eucaliptos,
construiu ao longo dos anos, uma estrutura produtiva sofisticada – com relações entre
os fornecedores e as indústrias de bens intermediários e de consumo –, o que convive
com práticas arcaicas de destruição da floresta tropical nativa.

Estima-se que o Brasil possua acima de cinco milhões de hectares com plantios das
espécies de pinus e eucaliptos. A maior concentração em termos de área plantada
está situada nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Quanto ao pinus, os
estados que mais se destacam em relação às áreas plantadas são o Paraná, Santa
Catarina, Bahia e São Paulo. Juntos somam mais de 70% do total plantado. As áreas

12 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


de plantios de eucaliptos concentram-se na Região Sudeste do país. Somente Minas
Gerais é responsável por cerca de 50% da área total cultivada (Buainaim & Batalha,
2007).

Cabe destacar a convivência de dois modelos de organização industrial presentes no


caso brasileiro para as atividades da cadeia produtiva da madeira. De um lado, em
especial nos setores de celulose, papel, laminados de madeira, chapa de fibra e ma-
deira aglomerada, há poucas empresas de grande porte, integradas verticalmente da
floresta até os produtos acabados, que atuam em toda a cadeia de produção e comer-
cialização, em uma estrutura próxima a um oligopólio. De outro, principalmente na
produção de madeira serrada, compensados e móveis, subsiste um grande número de
empresas de micro, pequeno e médio porte empresarial. Ambas mostram forte pro-
pensão para se organizarem em arranjos produtivos ou pólos.

No caso da indústria de móveis, além da variedade no uso de materiais, o setor apre-


senta uma forte pulverização em função das preferências dos consumidores, levando
a uma redução da escala da demanda e à fragmentação acentuada do mercado (Bu-
ainaim & Batalha, 2007)

Esta dualidade quanto ao tamanho das organizações industriais, ora grandes, ora mé-
dias e pequenas empresas, gera uma tensão permanente no processo de desenvolvi-
mento dessa cadeira produtiva, ora limitando a expansão dos ativos florestais e da
capacidade empreendedora da indústria; ora levando o país ao constrangimento de
anunciar índices obscenos de desmatamento da Amazônia. Até o momento, apesar
dessa tensão, o resultado tem sido a expansão da indústria, que ampliou sua partici-
pação na produção e no comércio mundial. Contudo, as empresas vém enfrentando,
cada vez mais dificuldades de ampliar seus negócios, especialmente na região Ama-
zônica. São poucas as alternativas que se mostraram viáveis, desenvolvidas e imple-
mentadas para substituir a madeira nativa nesses negócios.

Uma experiência valiosa, constituída no Brasil, foi a plantação de florestas específicas


para uso energético, para a produção de carvão vegetal (Buainaim & Batalha, 2007),
as quais também ainda não mostraram resultados.

O mercado mundial de produtos florestais é ainda muito concentrado nos países de-
senvolvidos, em especial nos Estados Unidos, que possui entre 25% e 30% da fabri-
cação mundial. A China tem se destacado como um produtor emergente em vários
segmentos, embora sua participação nos principais mercados da cadeia madeireira
seja bem menor que em outros mercados de “commodities” industriais – cimento e
aço, por exemplo – e continuará abaixo da participação dos Estados Unidos no futuro
previsível, exceto talvez em painéis de madeira.
Quanto às perspectivas do mercado mundial para os próximos anos, pode-se afirmar
que a concentração empresarial da produção e do comércio internacional deve se a-
profundar, principalmente nos segmentos mais sofisticados da cadeia produtiva, tais
como painéis tipo MDF (Medium Density Fiberboard), celulose e papel, móveis e pro-
dutos de maior valor agregado de madeira.

Em termos da distribuição espacial da produção, embora os países desenvolvidos


continuem a ser os principais produtores, algumas nações em desenvolvimento ampli-
arão sua participação nas vendas globais, tais como China, Brasil, Malásia, Indonésia,
Chile e outros (Buainaim & Batalha, 2007).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 13


No caso do Brasil, observa-se um enorme potencial florestal, mas o país enfrenta difi-
culdades para estruturar uma política industrial para os segmentos da cadeia produti-
va. Em grande parte, os obstáculos estão associados às questões ambientais. Setores
do governo e organizações não-governamentais ambientalistas defendem a preponde-
rância das ações de preservação dos biomas nativos (florestas tropicais amazônicas e
da Mata Atlântica), bem como a reconstituição de florestas já destruídas – em particu-
lar em áreas de preservação permanente e de reserva legal. Em muitos casos, na de-
fesa desses interesses, esses atores propõem instrumentos e mecanismos – até
mesmo legais – que restringem ou eliminam as atividades de manejo de florestas nati-
vas e o plantio de florestas comerciais (Buainaim & Batalha, 2007). Outra característi-
ca importante da atividade florestal no Brasil é a existência de uma área significativa
de florestas plantadas com espécies exóticas, principalmente de pinus e eucaliptos.

No segmento de aglomerados – o mais tradicional da indústria de painéis e chapas de


fibra – o baixo valor agregado e sua menor versatilidade frente aos concorrentes, fa-
zem com que esse produto seja considerado maduro. Tal fato tem levado a uma es-
tagnação da produção e do consumo. Da mesma forma, o segmento de chapas de
fibra, que foi durante muitos anos a base das exportações de produtos industrializados
de madeira não tropical do Brasil, está estagnado, com sua capacidade instalada pra-
ticamente inalterada.

Na verdade, verifica-se um deslocamento dos investimentos para a produção de MDF


e outros semelhantes, assim como para os Produtos de Maior Valor Agregado (PM-
VA), tais como pisos laminados e outros produtos engenheirados. O segmento de
MDF foi o que mais cresceu nos últimos anos e sua produção praticamente já superou
a quantidade fabricada de aglomerados. A produção nacional teve início apenas em
1997 e, com a entrada em operação de novas fábricas, cresceu rapidamente. Sua
forte aceitação pelo setor moveleiro no mercado doméstico faz com que as perspecti-
vas de crescimento sejam muito alentadoras.

As exportações também cresceram rapidamente a partir de 2002, atingindo um pata-


mar de 20% da produção nacional (Buainaim & Batalha, 2007).

No caso da indústria de móveis – formada por milhares de pequenas e médias empre-


sas – os pólos moveleiros destacam-se como uma forma criativa de organizar o pro-
cesso de trabalho e expandir as possibilidades dessas empresas. São exemplos des-
ses arranjos produtivos: Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; São Bento do Sul,
em Santa Catarina; Arapongas, no Paraná; Mirassol, Votuporanga e São Paulo, em
São Paulo; Ubá, em Minas Gerais e Linhares, no Espírito Santo.

Em alguns segmentos específicos – móveis para escritórios, por exemplo – já existe


algum interesse de empresas estrangeiras. Com o aumento das exportações nos últi-
mos anos, a indústria desenvolveu sua capacidade instalada e apurou a qualidade dos
seus produtos. Tecnologias avançadas, matérias-primas sofisticadas e apuro na pro-
dução têm pautado a indústria brasileira de móveis (Buainaim & Batalha, 2007).

A inserção internacional do Brasil na indústria florestal é muita heterogênea. No caso


das florestas nativas, a exportação é concentrada em produtos de baixo valor agrega-
do: madeira em tora, madeira serrada e, mais recentemente, compensados. No entan-
to, os problemas ambientais decorrentes da exploração predatória da floresta amazô-
nica colocam em xeque esse tipo de atividade. Ademais, as empresas que trabalham
de acordo com os padrões legais foram prejudicadas pelas atividades ilegais e a der-

14 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


rubada da floresta para outros fins. Assim, muitas espécies de alto valor, como o mog-
no, são consideradas ameaçadas de extinção e passaram a ter um maior controle nos
mercados de destino (Buainaim & Batalha, 2007). Na atualidade, assume-se, portanto,
como essencial para a viabilidade das empresas do Setor utilizarem madeiras prove-
nientes de florestas plantadas comerciais, em substituição à utilização de madeiras de
florestas nativas.

3. A PRODUÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

Um setor de sucesso no país e no mercado internacional é o de celulose e papel. Al-


tamente intensivo em capital, o setor caracteriza-se por investimentos de longo prazo
de maturação e grandes áreas plantadas.

Nos últimos anos, de 1997 a 2006, as indústrias investiram US$ 12,6 bilhões na am-
pliação de sua capacidade produtiva no segmento celilose. Esses investimentos per-
mitiram ao Brasil tornar-se o maior produtor mundial de celulose fibra curta de merca-
do, com uma produção que passou, nesse período, de 1,4 para 8,3 milhões de tonela-
das/ano.

O setor é o maior detentor de florestas plantadas, com cerca de 1,6 milhões de hecta-
res, basicamente de eucaliptos e pinus. Há poucas iniciativas produtivas que utilizam o
bambu, uma espécie de fibra média, mais valorizada, no Nordeste brasileiro.

A área tem também uma importante contribuição no campo ambiental, pois suas flo-
restas nativas preservadas atingem 2,6 milhões de hectares.

Os diferentes tipos de papéis possuem especificidades que são fornecidas pelas ca-
racterísticas das fibras da celulose. A fibra longa, derivada do pínus, apresenta carac-
terísticas de resistência e opacidade, as quais são essenciais para determinados tipos
de papéis como os de embalagem e caixas de papelão. A fibra curta, derivada do eu-
calipto, por proporcionar ao papel boa capacidade de impressão, boa formação, maci-
ez e alta absorção, é a mais adequada para a produção de papéis de imprimir e es-
crever, especiais e sanitários. Os dois tipos de fibras podem ser combinados para pro-
duzir alguns tipos de papel (Fonseca, 2003). Outra opção igualmente vantajosa é usar-
se as fibras médias que suprem características importantes nas duas extremidades de
aplicações.

O processo produtivo da celulose, em uma descrição sumária, começa com a chegada


dos troncos das árvores na empresa processadora, que são descascados e picados,
formando os cavacos. Estes são cozidos numa mistura de produtos químicos, tais co-
mo soda cáustica e sulfeto de sódio, com o objetivo de dissolver os componentes da
madeira (lignina, hemicelulose e extrativos) preservando a fibra de celulose. Na próxi-
ma etapa, ocorre a separação das fibras dos resíduos, que se dividem em licor negro
e licor branco, de acordo com os produtos utilizados, sendo o produto resultante en-
caminhado para a lavagem com o intuito de separar a pasta de celulose dos resíduos
não desejáveis.

Para a fabricação do papel, a pasta de celulose passa pelas etapas de depuração e de


refinação. A primeira consiste na passagem da massa por peneiras para retirar impu-
rezas e a segunda envolve um tratamento mecânico para possibilitar que as fibras
possuam as características adequadas para a fabricação do papel.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 15


Antes de entrar na caixa de entrada da máquina de papel, a massa de celulose passa
pela adição de produtos químicos, visando proporcionar propriedades específicas na
folha de papel, tais como sulfato de alumínio, agentes de colagem, cargas minerais,
amidos, corantes, antiespumantes, agentes de retenção, dispersantes, biocidas e ini-
bidores de corrosão. Então, esta massa é disposta sobre uma tela, ainda com uma
grande concentração de água, cabendo às etapas de drenagem e secagem a sua eli-
minação. Na última etapa, a folha é enrolada na largura da máquina de papel, sendo
posteriormente transformada em bobinas nas dimensões adequadas ao uso ou defini-
das pela encomenda. Para certos tipos de papéis, são requeridas outras operações
subsequentes, como o corte, para os papéis de imprimir e escrever, e o rebobinamen-
to, para o caso de papéis para fins sanitários.

Figura 2 - Fluxograma de Uma Fábrica Integrada de Papel

Fonte: Binotto, 2000.

4. A DESTINAÇÃO DA MADEIRA PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA: CAR-


VÃO VEGETAL E LENHA

Carvão vegetal

O carvão vegetal é produzido a partir da lenha pelo processo de carbonização ou piró-


lise. A carbonização contínua é amplamente usada na Escandinávia, aumentando
substantivamente o rendimento do processo.

Os primitivos processos de metalurgia de ferro se iniciaram apoiados no carvão vege-


tal, quando ainda nem se pensava na utilização do carvão mineral para a obtenção do

16 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


coque em operações industriais. A utilização do carvão vegetal, no Brasil, que é o
maior produtor mundial desse insumo energético, atribui vantagens diferenciais ao aço
brasileiro por sua composição físico-química. Além disto, em relação ao carvão mine-
ral, o vegetal é renovável, menos poluente, tem baixo teor de cinzas, quase isento de
enxofre e fósforo, e é mais reativo. Os processos de sua produção e seu transporte
são descentralizados, com práticas de fabricação de baixo rendimento de conhecimen-
to generalizado, poupando divisas com a eliminação de importações (Remade,
2011a).

Os principais tipos de carvão são (Brito & Barrichelo, 1981):

a) Carvão para uso doméstico: o carvão não deve ser muito duro, deve ser facilmente
inflamável e deve emitir o mínimo de fumaça. Sua composição química não tem impor-
tância fundamental. Esse carvão pode ser obtido a baixas temperaturas (350-400º C).

b) Carvão metalúrgico: utilizado na redução de minérios de ferro em altos fornos, fun-


dição, etc. A preparação desse carvão demanda técnicas mais elaboradas. A carboni-
zação deve ser conduzida à alta temperatura (650º C no mínimo) com uma duração de
processo bastante longa. As exigências de qualidade para este tipo de carvão são
bastante severas. Do ponto de vista mecânico, ele deve ser denso, pouco friável e ter
uma boa resistência. Do ponto de vista da composição química, a taxa de materiais
voláteis e cinzas deve ser baixa. O carvão deve ter no mínimo 80% de carbono.

c) Carvão para gasogênio, força motriz: os critérios de caracterização são menos se-
veros que os precedentes. O carvão não deve ser muito friável, sua densidade aparen-
te não deve ultrapassar 0,3 e deve ter um teor de carbono de 75%.

d) Carvão ativo: usado para descoloração de produtos alimentares, usos médios, de-
sinfecção, purificação de solventes etc. O carvão deve ser leve e ter uma grande poro-
sidade. Para aumentar o poder absorvente, certos tratamentos preliminares da madei-
ra devem se efetuados.

e) Carvão para a indústria química: as exigências variam segundo o uso do carvão,


mas de um modo geral exige-se evidentemente uma boa pureza ligada a uma boa
reatividade química.

f) Outros usos: carvão para a indústria de cimento (produto pulverizado e com boa
inflamabilidade, etc.).

No setor industrial, o ferro-gusa, aço e ferros-liga são os principais consumidores do


carvão de lenha, que funciona como redutor (coque vegetal) e energético ao mesmo
tempo. Os setores residenciais e comerciais, estes representados por pizzarias, pada-
rias e churrascarias, também consomem carvão vegetal (Remade, 2011a).

A carbonização de lenha é praticada de forma tradicional em fornos de alvenaria com


ciclos de aquecimento e resfriamento que duram até vários dias. Os fornos retangula-
res equipados com sistemas de condensação de vapores e recuperadores de alcatrão
são os mais avançados em uso atualmente no país. Os fornos cilíndricos com peque-
na capacidade de produção, sem mecanização e sem sistemas de recuperação de
alcatrão, continuam sendo os mais usados nas carvoarias. A temperatura máxima mé-
dia de carbonização é de 500º C (Remade, 2011a).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 17


Lenha

A lenha é provavelmente o energético mais antigo usado pelo homem e continua ten-
do grande importância na matriz energética brasileira, participando com cerca de 10%
da produção de energia primária. A lenha pode ser de origem nativa ou de refloresta-
mento. Ela chega a representar até 95% da fonte de energia em países em desenvol-
vimento. Nos países industrializados, a contribuição da lenha chega a um máximo de
4%. (Remade, 2011b)

As novas tecnologias de conversão da lenha em combustíveis líquidos, sólidos e ga-


sosos de alto valor agregado, representam, atualmente, prioridade dos países do he-
misfério Norte e recebem importante montante de recursos para suas pesquisas e
desenvolvimentos.

A combustão ou queima direta é a forma mais tradicional de uso da energia da lenha.

Ainda segundo dados da Remade (2001,b), cerca de 40% da lenha produzida no Bra-
sil é transformada em carvão vegetal. O setor residencial é o que mais consome lenha
(29%), depois do carvoejamento: geralmente ela é destinada à cocção dos alimentos
nas regiões rurais. Uma família de 8 pessoas necessita de aproximadamente 2 m3 de
lenha por mês para preparar suas refeições. O setor industrial vem em seguida, com
23% do consumo. As principais industriais consumidoras de lenha no país são alimen-
tos e bebidas, cerâmicas e papel e celulose.

A substituição da lenha de mata nativa por lenha de reflorestamento deveria estar


crescendo a cada ano, sendo o eucalipto a principal árvore cultivada para este fim.
Apresenta mais de 600 espécies, muitas delas desenvolvidas e adaptadas no Brasil,
onde encontrou condições propícias para o seu rápido crescimento. (Remade, 2011b).

5. REFERÊNCIAS

BINOTTO, Paula Alexandra. Capacitação e Estratégia das Empresas Líderes do setor


de Papel em Santa Catarina. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
PósGraduação em Economia – UFSC, Florianópolis (2000).

BRITO, J. O. & BARRICHELO, L. E. G. Considerações sobre a produção de carvão


vegetal com madeiras da Amazônia. IPEF – Série Técnica. Piracicaba. v. 2, n. 5, p. 1-
25, março 1981.

BUAINAIM, A.M. & BATALHA, M.O. (Coord.) Cadeia produtiva de madeira. Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Política Agrícola, Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura, 84p, 2007. ISBN 978-85-99851-16-
6.

FONSECA, M. G. D. "Cadeia: papel e celulose". In: L. Coutinho et al. (orgs.), Estudo


da competitividade de cadeias integradas no Brasil: impactos das zonas de livre co-
mércio. Campinas, fevereiro, 2003.

Google Imagens:http://pratoslimpos.org.br/?tag=eucalipto

18 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Google Imagens:http://www.novaesflorestal.com.br/mudas.php?m=30

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amazonia-copaiba.html

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jacaranda-mimosifolia.html

IBQP – Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Paraná. Análise do com-


portamento da cadeia produtiva da madeira no estado do Paraná. Relatório Final. Curi-
tiba: 345 pág., 2002.

REMADE (Revista da Madeira). Madeiras: Energia – Carvão Vegetal. Disponível em:


http://www.remade.com.br/br/madeira_energia.php?num=2&title=Carv%E3o%20Ve-
getal. Acesso em: 10 janeiro 2011.

REMADE (Revista da Madeira). Madeiras: Energia – Biomassa. Disponível em:


http://www.remade.com.br/br/madeira_energia.php?num=3&title=Biomassa. Acesso
em: 10 janeiro 2011.

STCP Engenharia de Projetos LTDA. Plano Estadual para o Desenvolvimento Susten-


tável de Florestas Plantadas. Campo Grande: MS, 48 p, março 2009.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 19


O bambu faz tanto parte de nossa cultura e civilização que o que nós nos
perguntamos é o que ele não faz?

Nancy Bess, in bamboo in japan.

20 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A SILVICULTURA COMO ALTERNATIVA DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL
DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE

CAPÍTULO 2

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


AUTORES:

ANDREA F. MACHADO
CRISTIANO PEIXOTO MACIEL
HERALDO PESSANHA MEIRELES
LAERT GUERRA WERNECK
MIGUEL FERNANDES FELIPPE
MILTON CASERIO FILHO
PAULO EDUARDO BORGES
PAULO SARAIVA NETO
RENATO AGUIAR DA SILVA
ROGÉRIO DA SILVA BURLA
ROMEU E SILVA NETO
SANDER ELIAS RODRIGUES
TÚLIO AMARAL PEREIRA

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


SUMÁRIO

1. A SILVICULTURA COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO SUSTENTÁVEL DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE ............................................................................................... 29
1.1 Considerações Iniciais sobre a Silvicultura.................................................... 29
1.2 Iniciativas em Silvicultura nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense........... 33
1.3 Proposta de Zoneamento para a Silvicultura nas Regiões Norte e Noroeste
Fluminense ................................................................................................... 41
1.4 Proposta de Espécies Arbóreas com Potencial para Cultivo nas Regiões
Norte e Noroeste Fluminense........................................................................ 48
2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE ESPÉCIES ANALISADAS ............. 51
2.1 Espécies Exóticas ......................................................................................... 51
2.2 Espécies Nativas........................................................................................... 62
2.3 Estudo Simplificado das Exigências Edafoclimáticas das Principais Espécies
Florestais Exóticas Selecionadas para a Silvicultura nas Regiões Norte e
Noroeste Fluminense .................................................................................... 71
3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES MACROPEDOLÓGICAS E
CLIMÁTICAS PARA A SIVICULTURA E HEVEICULTURA NAS REGIÕES
NORTE E NORO-ESTE FLUMINENSE ........................................................ 75
4. MODELOS E SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA SILVICULTURA .................. 89
5. PROPOSTA DE UM MODELO DE EXPLORAÇÃO PARA UM PROGRAMA
DE ESTÍMULO À SILVICULTURA NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE ............................................................................................... 95
6. VALOR DE MERCADO DAS PROPRIEDADES RURAIS NAS REGIÕES
NORTE E NOROESTE FLUMINENSE ......................................................... 98
7. PROPOSTA DE CULTIVO DA SILVICULTURA NAS ÁREAS
PREFERENCIAIS 1, 2 E 3 DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE ............................................................................................. 101
8. REFERÊNCIAS........................................................................................... 106
ANEXOS .................................................................................................... 111
ANEXO 1 - RELAÇÃO DE ÁRVORES NATIVAS COM POTENCIAL PARA
MARCENARIA ............................................................................................ 112
ANEXO 2 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE AS PRINCIPAIS ATIVIDADES
ECONÔMICAS DO SETOR AGROPECUÁRIO NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO E SUAS POTENCIALIDADES .................................................... 118
ANEXO 3 - CUSTO DE PRODUÇÃO APRESENTADO PELA LUCAHE
AGROPECUÁRIA PARA EXPLORAÇÃO DE LENHA / CELULOSE E
ESTACAS ................................................................................................... 120

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 4 - CUSTO DE PRODUÇÃO E FLUXO DE CAIXA PROPOSTO PELA
DU CAMPO, PARA MANEJO COM DESBASTES PARA SERRARIA ........ 123
ANEXO 5 - CUSTO DE PRODUÇÃO E FLUXO DE CAIXA APRESENTADO
PELA ITAMUDAS PARA O CEDRO AUSTRALIANO ................................. 125
ANEXO 6 - CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO (EM US$)
ESTIMADOS, EM 1993, DE MATA NATIVA ............................................... 127
ANEXO 7 – CUSTOS DE PRODUÇÃO DE LAVOURA DE NIM APONTADOS
.................................................................................................................... 130

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


LISTAS

FIGURAS
Figura 1 – Exemplo Típico da Versatilidade na Destinação da Matéria-prima: Variação
dos Segmentos de acordo com o Diâmetro das Árvores ............................................ 50
Figura 2 - Material Promocional sobre a Madeira dos Híbridos Clonais do E. grandis x
E. urophylla................................................................................................................. 55
Figura 3 - Modelo Básico (Linear) de um Arranjo de Talhões e Aceiros...................... 90
Figura 4 - Exemplos de Desbastes em Espaçamentos Predeterminados e em Linhas
ou Faixas, Adequados para um Sistema de Produção Visando Serraria no Corte Final
................................................................................................................................... 93
Figura 5 - Exemplos de Balanço no Consumo e Liberação de CO2 nas Cadeias
Produtivas Madeireiras ............................................................................................... 97

FOTOS
Foto 1 – São João da Barra, Porto do Açu em Implantação, 2011.............................. 30
Foto 2 – São Francisco de Itabapoana, Lavoura de Acacia Mangium , 2011.............. 34
Foto 3 - São Francisco de Itabapoana, Cultivo de Eucalipto em Lote de Assentamento
Rural da Fazenda Tipity , 2011 ................................................................................... 37
Foto 4 - São Francisco de Itabapoana, Lavoura de Cedro Australiano, 2011 ............. 38
Foto 5 - Lavoura de Eucalipto em Cardoso Moreira.................................................... 38
Foto 6 - São Francisco de Itabapoana, Instalações da EUCABRÁS em Bom Lugar,
Tratamento de Madeira de Eucalipto e Serraria.......................................................... 39
Foto 7 - Bom Jesus do Itabapoana, Jardim Clonal para Mudas de Eucalipto.............. 40
Foto 8 – Região Norte, Campo de Mudas em Praça João Pessoa ............................. 40
Foto 9 - COPAPA – Companhia Paduana de Papéis.................................................. 41
Foto 10 - Ruínas da Usina Outeiro em Cardoso Moreira ............................................ 42
Foto 11 - Área Preferencial 1, Predominância de Relevo de Tabuleiros ..................... 47
Foto 12 - Área Preferencial 2, Relevo Acidentado ..................................................... 47
Foto 13 – Área Preferencial 3, Predominância do Relevo Mais Acidentado................ 48
Foto 14 - Árvore de Cinamomo, Espécie que se Adaptou bem às Condições Regionais
................................................................................................................................... 49
Fotos 15 e 16 – Plantações de Eucalipto ................................................................... 53
Foto 17 - Aspecto do Caule do E. grandis, a Espécie mais Plantada no Brasil e no
Mundo ........................................................................................................................ 53
Foto 18 - Dois Clones Diferentes de Eucalipto em Plantio da LUCAHE Agropecuária 54

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Foto 19 - Lâmina de Madeira do E.Camaldulensis...................................................... 54
Fotos 20 e 21 – Plantação de Acácia Mangium .......................................................... 56
Foto 22 - São Francisco de Itabapoana, Boa Sorte, Acacia Mangium plantada em 04.
2007 ........................................................................................................................... 56
Fotos 23 e 24 - Madeira da Acacia Mangium.............................................................. 57
Fotos 25 e 26 – Plantação Cinamomo Gigante........................................................... 57
Foto 27 - Cama Produzida com a Madeira de Cinamomo........................................... 59
Foto 28 - Frutificação do Nim...................................................................................... 59
Foto 29 – Bahia, Plantio de Nim ................................................................................. 60
Foto 30 – Plantação de Cedro Australiano.................................................................. 61
Foto 31 - Amostra da Madeira do Cedro Australiano aos 8 anos ................................ 61
Foto 32 - Corte Radial da Madeira do Jatobá ............................................................. 64
Foto 33 – São Francisco do Itabapoana, Boa Sorte, Estacas de Sabiá Retiradas de
Cerca Viva .................................................................................................................. 64
Foto 34 – São Francisco do Itabapoana, Árvore de Jacarandá (Dalbergia nigra) ....... 65
Foto 35 - Corte Tangencial da Madeira da Copaíba ................................................... 66
Foto 36 – Árvores de Copaíba .................................................................................... 66
Foto 37 - Corte Radial da Madeira Garapa ................................................................. 66
Foto 38 - Corte Radial da Madeira do Vinhático.......................................................... 67
Foto 39 – Florescimento do Vinhático......................................................................... 67
Foto 40 - Corte Radial da Madeira de Cerejeira.......................................................... 67
Foto 41 - Corte Tangencial da Madeira da Tatajuba ou Amoreira............................... 68
Foto 42 - Corte Tangencial da Madeira de Angico Preto............................................. 68
Foto 43 – Árvore de Angico ........................................................................................ 69
Foto 44 – Corte Tangencial da Madeira da Sapucaia ................................................. 70
Foto 45 - Plantio de Louro Freijó................................................................................. 70
Foto 46 - Exemplo Manejo Sustentável Integrado entre Florestas Plantadas e Nativas
................................................................................................................................... 82
Foto 47 - Área em Eucalipto ao Lado de Área de Pastagem da Pecuária Extensiva .. 86
Foto 48 - Consórcio Abóbora x Eucalipto na LUCAHE Agropecuária.......................... 89
Foto 49 - LUCAHE Agropecuária, SFI, Talhões de Eucalipto em Diversos Estágios . 90
Foto 50 - Pottiputki, Instrumento Auxiliar no Plantio Manual ....................................... 91
Fotos 51 e 52 - Plantadeiras de Mudas Florestais por meio de Tração Animal (a) e
Mecanizada (b) ........................................................................................................... 92
Fotos 53 e 54 - Equipamentos de Colheita Florestal para Corte e Empilhamento:
Cabeças de Feller Buncher Tesoura (a) e Motosserra (b)........................................... 92
Foto 55 - Operação de Colheita de Folhas para Extração de Óleo Essencial ............. 93

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Fotos 56, 57, 58 e 59 - Equipamento Básico para Produção de Óleo Essencial:
Caldeira (a), Dorna (b), Destilador (c) e Separador (d) ............................................... 94
Foto 60 - SAF Eucalipto x Café em Varre Sai ............................................................. 98

GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução das Áreas de Florestas Plantadas no Brasil .............................. 30
Gráfico 2 - Comparativa de Incremento Médio Anual – Florestas no Mundo............... 31
Gráfico 3 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Área Provável da Silvicultura (ha),
2011 ........................................................................................................................... 35
Gráfico 4 - Evolução de Preços Médios da Terra no Brasil, Terras para Lavoura ....... 99
Gráfico 5 - Demonstrativo do Custo Médio de Terras para Reflorestamento no Brasil
................................................................................................................................. 100

MAPAS
Mapa 1 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Iniciativas de Silvicultura, 2011 ...... 36
Mapa 2 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas Preferenciais de Cultivo e
Localização dos Pólos de Produção ........................................................................... 43
Mapa 3 - Relevo das Regiões Norte e Noroeste Fluminense e Entorno ..................... 45
Mapa 4 - Uso e Ocupação do Solo das Regiões Norte e Noroeste Fluminense e
Entorno....................................................................................................................... 46
Mapa 5 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas Preferenciais para a Cultura da
Seringueira (assinaladas em verde)............................................................................ 80

TABELAS
Tabela 1 - Capacidade Produtiva das Principais Espécies Utilizadas em
Reflorestamento ......................................................................................................... 31
Tabela 2 - Índice Acumulado Anual de Preços de Madeira de Eucalipto em Pé, Estado
de São Paulo, 2000/2008 ........................................................................................... 32
Tabela 3 - Principais Espécies dos Gêneros Botânicos Eucalypitus e Corymbia
Experimentados no Brasil ........................................................................................... 52
Tabela 4 – Brasil, Centro-Sul, Espécies Arbóreas Alternativas Introduzidas para
Reflorestamento ......................................................................................................... 58
Tabela 5 - Coeficientes para a Cultura do Nim............................................................ 60
Tabela 6 - Vantagens e Desvantagens das Espécies Exóticas Examinadas .............. 62
Tabela 7 – Paraná e Costa Rica, Crescimento de Cordia alliodora (Louro Freijó)....... 70
Tabela 8 - Centro-Sul do Brasil, Espécies Arbóreas Brasileira Madeireiras Promissoras
................................................................................................................................... 71
Tabela 9 – Brasil, Exigências em Temperatura, Déficit Hídrico e Precipitação para
Eucalyptus Grandis, E. Urophylla, E. Urograndis, Corymbia Citriodora....................... 72

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 10 – Brasil, Guia para Determinação da Aptidão Agrícola Edáfica para a
Cultura do Eucalipto, a partir da Unidade de Mapeamento de Solos e da Classe de
Declive........................................................................................................................ 72
Tabela 11 – Brasil, Algumas Exigências de Atributos de Solo para as Espécies
Eucalyptus Camaldulensis, E. Citriodora, E. Grandis.................................................. 73
Tabela 12 – Brasil, Exigência em Temperatura (T), Precipitação (P) e Déficit Hídrico
(DH) para o Cedro Australiano (Toona Ciliata)............................................................ 74
Tabela 13 – N-NO Fluminense, Indicadores Climatológicos para a Heveicultura........ 76
Tabela 14 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Unidades Macropedológicas /
Climáticas e suas Restrições para a Silvicultura e Heveicultura ................................. 79
Tabela 15 - Empregos Gerados e Rentabilidade da Pecuária de Corte em Sistemas
Semi-Intensivo e Extensivo......................................................................................... 85
Tabela 16 – Brasil, Distribuição dos Empregos Gerados no Setor de Florestas
Plantadas.................................................................................................................... 86
Tabela 17 - São Francisco de Itabapoana, Custo de Produção no Plantio e Manejo
Inicial de Árvores Nativas ........................................................................................... 88
Tabela 18 - Região Norte-Noroeste Fluminense, Valores das Terras (ha), 2010 ....... 99
Tabela 19 - Proposta da Silvicultura para o Plano Básico do Norte e Noroeste
Fluminense ............................................................................................................... 102
Tabela 20 - Estimativa da Geração de Empregos da Proposta de Cultivo de Silvicultura
................................................................................................................................. 104
Tabela 21 – Uma Primeira Apreciação do Crédito de Carbono associado à Proposta de
Silvicultura ................................................................................................................ 105

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


1. A SILVICULTURA COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO ECO-
NÔMICO SUSTENTÁVEL DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMI-
NENSE

1.1 Considerações Iniciais sobre a Silvicultura


As regiões Norte e Noroeste do estado do Rio de Janeiro (RJ) caracterizam-se por
baixos índices de desenvolvimento humano e poucas alternativas de desenvolvimento
econômico. No caso do setor primário, a agropecuária é desenvolvida sob baixa tecno-
logia (em sua maioria) e predominam grandes áreas de pastagem (Regiões Norte e
Noroeste) e cana-de-açúcar (Região Norte) que possuem produtividade de pequena a
moderada quando comparadas com outras regiões do país. A silvicultura constitui,
portanto, uma excelente alternativa, tendo grande potencial devido às características
edafoclimáticas, a localização e a logística que poderá ser dinamizada com a opera-
ção de portos como os de Açu, Kennedy ou Barra do Furado, que possibilitará cadeias
produtivas mais competitivas no cenário internacional em comparação com regiões
tais como o Centro Oeste com sua produção encarecida pelo frete.
Antes da avaliação das alternativas na área da silvicultura para a Região, cabem as
seguintes explicações:
1 - A silvicultura não é uma atividade tradicional no Norte e Noroeste Fluminense, em-
bora nas últimas duas décadas tenha ocorrido uma contínua expansão da área culti-
vada de florestas plantadas, em parte de forma espontânea, por conta de iniciativas de
produtores de pequeno porte (há área considerável de eucalipto no assentameno rural
da Fazenda Tipity, em São Francisco de Itabapoana) a médio porte (cultivo de 150 ha
de eucalipto na divisa de São Francisco de Itabapoana com Campos dos Goytaca-
zes). Já na região Noroeste, o programa de fomento e parceria com produtores rurais
desenvolvido pela Aracruz Celulose, hoje Fíbria, foi responsável pela introdução de
446 ha entre 2006 a 2008, o que estimulou a instalação de um campo produtor de mu-
das clonais com alta tecnologia em Bom Jesus de Itabapoana. Pode-se também cons-
tatar a presença de pequenos plantios de cedro australiano e de Acacia mangium,
além de pequenas empresas de tratamento de postes e estacas de eucalipto. Em
Conceição de Macabu, houve um cultivo de sabiá para estacas. Não se conhece la-
vouras de pinus na Região e em São João da Barra há um pequeno plantio de casua-
rina. Parte da sua produção é destinada a carvão, parte é vendida para as olarias do
APR, parte para tratamento de estacas e como escoras para obras.

A demanda por madeira é grande, pois escasseiam as fontes reflorestadas e, por oca-
sião do Programa Estadual de Fomento à Fruticultura na Região, o FRUTIFICAR,
chegou a faltar estacas tratadas, tendo que se buscar de fornecedores de fora do Es-
tado. O grande atrativo visto por parte das iniciativas locais é a estabilidade dos preços
da madeira, a procura e a facilidade na condução dos plantios, que não requerem
grandes inversões de mão-de-obra, cada vez mais escassa por conta das migrações
para os centros urbanos - na colheita da cana, empreiteiros trazem trabalhadores da
Região Nordeste do país para a Região. Campos dos Goytacazes possui mais de 150
olarias que utilizam lenha como energético e se abastecem com madeira de eucalipto
vindo do sul da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Pequenos estaleiros no litoral,
que fazem barcos de pesca e de turismo, dependem de madeira oriunda de Rondônia,
de onde também vem a madeira não reflorestada para a construção civil. Em todo o
estado do Rio de Janeiro, existem entre 20.000 a 30.000 ha de reflorestamento eco-
nômico, valor ínfimo face ao total nacional, estimado, hoje, em mais de seis milhões de
hectares (Gráfico 1).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 29


Gráfico 1 – Evolução das Áreas de Florestas Plantadas no Brasil

Fonte – ABRAF apud Grupo Feltre, 2009

2 - As características edafoclimáticas da Região são comparáveis às da Região Norte


Capixaba, onde a atividade é tradicional. Existem grandes áreas pouco produtivas com
pastos mal cuidados e cana de baixa produtividade. A silvicultura, utilizando espécies
bem selecionadas, é bem resistente a episódios de baixas precipitações (veranicos)
em comparação com as culturas anuais, o que é comum na Região.
3 - A Região está praticamente dentro do maior mercado consumidor interno e com o
advento do Porto do Açú (Foto 1), os produtos terão fácil acesso ao mercado interna-
cional. A colocação de produtos de cadeias produtivas da madeira para exportação
atribui grande vantagem competitiva ao RJ em comparação com competidores fortes
como MG, SP, MT e MS. Além disso, as siderúrgicas a serem implantadas em São
João da Barra poderão ser consumidoras de carvão vegetal para a produção de aço,
sem contar que o abastecimento das olarias do APR da Cerâmica em substituição de
“importação” de outros estados brasileiros.
Foto 1 – São João da Barra, Porto do Açu em Implantação, 2011

Fonte: LLX, 2011

30 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


4 - Existem mais de 160 opções de espécies, somente entre as nativas. Dentre as
exóticas, nenhuma, até o momento, se compara ao eucalipto, em função do conheci-
mento que o Brasil desenvolveu e detém de sua tecnologia em todos os estágios da
cadeia produtiva, o que a torna uma tecnologia de ponta no país (Tabela 1). No Brasil,
produtividades de 50m3/ha/ano para o eucalipto são facilmente atingidas e existem
referências de até 80m3/ha. Alternativas bem estudadas constituem a acacia mangium
(EMBRAPA) e o cedro australiano (diversas instituições) entre outras, no segmento
madeireiro, havendo outras espécies como a oliveira (EPAMIG), a candeia (UFLA), a
seringueira (PESAGRO), no segmento não madeireiro, entre outras. Há também es-
pécies em estudo como o abacate (CATI), o bambu (COPPE,UNICAMP,UNB), entre
outras. Como cadeias produtivas se destacam a madeira para celulose e papel, cons-
trução civil, laminados e compensados e aglomerados, móveis, estacas para cercas
rurais, pallets para movimentação de carga, de um lado e do outro, óleos essenciais,
tanino, resinas, graxas, alimentos, tecidos, medicamentos, entre outros. Cadeias a-
cessórias como a da apicultura, cogumelos, flores, entre outras constituem alternativas
de ganho para pequenos produtores, sem contar com toda a logística de suporte, pes-
soal qualificado, transporte de cargas, insumos, máquinas, manutenção etc.
Tabela 1 - Capacidade Produtiva das Principais Espécies Utilizadas em Reflorestamento

País Espécie Produtividade m³/ha/ano Rotação Anos


Brasil Pinus taeda 25 20
Brasil Pinus tropical 35 20
Brasil Eucalipto 30 7 / 14 / 21
Brasil Eucalipto (clones) 60 7 / 14 / 21
Chile Pinus radiata 25 20
Estados Unidos Pinus taeda 12 20
África do Sul Pinus pátula 19 30
Escandinávia Picea abies 5 60
Suécia Coníferas 3 60
Fonte: UFV apud Remade, 2011a.

Gráfico 2 - Comparativa de Incremento Médio Anual – Florestas no Mundo

Fonte: Grupo Feltre, 2009

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 31


5 - Atualmente podemos dizer que a silvicultura é uma alternativa benéfica para o Nor-
te e Noroeste Fluminense, por conta da lei estadual que exige a recomposição ambi-
ental de áreas de preservação permanente (APPs) para legalizar o empreendimento e
autorizar o corte e transporte de madeiras reflorestadas. Outras atividades, como a
cana de açúcar, invadem APPs e é objeto de queimadas irregulares recorrentes. Os
pastos da pecuária extensiva invadem áreas de proteção diversas e, por conta da bai-
xa tecnologia, provocam processos erosivos em encostas. Além disso, a cobertura do
solo com florestas plantadas contribui para a fixação de carbono, na diminuição do
albedo (reflectância da radiação solar) e dos extremos de temperatura, na ciclagem de
nutrientes do solo e, se forem implantados corredores com vegetação nativa e fruteiras
interligando fragmentos florestais remanescentes, haverá contribuição efetiva para a
conservação ambiental.

6 - Quanto a atratividade socioeconômico da floresta plantada, a estabilidade dos pre-


ços dos produtos florestais supera em muito aos de atividades concorrentes. Por e-
xemplo, o abacaxi, atividade tradicional em São Francisco de Itabapoana, pode render
por volta de R$ 20.000,00/hax2anos (excepcionalmente) para um investimento de cer-
ca de R$ 9.000,00/ha. Porém, pode também dar prejuízo com calotes por parte dos
compradores (muito comum), doenças, pragas e mesmo oscilações de mercado. Já o
eucalipto, por exemplo, requer investimentos menores que a cana-de-açúcar e tem
margem de lucro razoável. Observa-se recentemente, em São Francisco de Itabapoa-
na, a venda de um hectare de eucalipto em pé, mudas de sementes (desuniformes),
precoce (3,5 anos) com retorno de R$ 1.700,00/haxano. Nem a cana, nem a pecuária
extensiva costumam proporcionar tal preço com estabilidade nos últimos anos (Tabela
2).
Tabela 2 - Índice Acumulado Anual de Preços de Madeira de Eucalipto em Pé, Estado de
São Paulo, 2000/2008

Índices 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Laspeyres 100 128,42 157,94 151,97 203,37 349,89 326,60 328,90 354,59
Peache 100 128,42 157,80 156,10 209,29 356,07 332,18 334,97 360,51
Fischer 100 128,42 157,87 154,02 206,31 352,97 329,38 331,92 357,54
Fonte: CASTANHO FILHO, et. al.; 2010

7 - Quanto à questão da geração de empregos, embora a silvicultura em si gere me-


nos empregos que atividades como a olericultura ou fruticultura, em comparação com
a pecuária, que representa mais de 60% das áreas dos territórios em questão, geram
bem mais, tanto no plantio e tratos culturais em si, quanto nas cadeias econômicas,
além do que a mão de obra no campo está cada vez mais escassa. Em breve: áreas
disponíveis não faltam e elas não representam retrocesso no perfil produtivo regional,
pelo contrário, trazem, se complementadas por reflorestamentos, benefícios ambien-
tais, econômicos e sociais fazendo uso das cadeias produtivas derivadas da madeira.

Nas opções de espécies ou cultivares arbóreas com potencial para o reflorestamento


econômico no Norte e Noroeste Fluminense, elas podem ser classificadas naquelas
espécies de origem exótica (estranhas ao bioma local) ou nativas (espécies adaptadas
e/ou especializadas no bioma local). Tal distinção é necessária para atender as limita-
ções legais que por ventura se apliquem. Independente da origem, as espécies sele-
cionadas devem ser tolerantes às limitações edafoclimáticas que se apresentam na
Região. No geral, as duas Regiões contam com um clima subúmido, com estação se-
ca bem definida (inverno) e verão com chuvas mais abundantes. A temperatura média

32 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


fica em torno de 23ºC. Os solos predominantes são os argissolos e latossolos, o rele-
vo varia de plano a tabuleiros e montanhosos. A legislação distingue e se define pelas
regiões hidrográficas, cada uma delas possuindo requerimentos específicos para a
implementação de empreendimentos de silvicultura: no entanto, quase todo o território
do Norte e Noroeste, em questão, está situado nas regiões hidrográficas IX e X, prefe-
renciais para a silvicultura no estado do Rio de Janeiro. As espécies a serem conside-
radas devem ter um comportamento silvicultural conhecido, adaptação às condições
edafoclimáticas regionais e versatilidade de propósitos comerciais.

Espécies dependentes de umidade constante no solo estão descartadas, salvo em


condições muito específicas.

Desta maneira ficam definidas que todas as espécies que atendem a este conjunto de
critérios de sobrevivência e autoprodução ou reprodução regional podem ser planta-
das no Norte e Noroeste Fluminense, ficando proibido ou desaconselhado todo o culti-
vo de espécies que não atendam a este conjunto de condições desde que terão difi-
culdades para se desenvolver e persistir na Região.

De igual maneira ficam definidas que as atividades de silvicultura na Região devem


contemplar pelo menos três espécies e três cadeias produtivas para sua utilização
extensiva em plantações associadas a grandes áreas (entendidas como superiores a
cinco mil hectares e mais usualmente quinze mil hectares para atribuir sustentabilida-
de a grandes empreendimentos de produção de madeira). Para pequenas áreas a
biodiversidade com multiplicidade de espécies madeireiras e não madeireiras deve ser
adotada mandatoriamente.

Naturalmente que, em atenção à legislação atual aplicável à silvicultura, as florestas


plantadas comerciais sempre incorporam ao seu investimento uma parcela de plantio
de floresta nativa, no caso das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, a recomposição
da Mata Atlântica. As florestas devem ser, portanto, plantadas fisicamente como uma
mescla de espécies nativas, para a recomposição, e exóticas ou nativas, para fins co-
merciais. Este plantio deve alcançar no máximo a metade do território de cada propri-
edade, considerada como uma unidade fundiária, reservando-se a outra metade para
a atividade agrária. O modelo de desenvolvimento da silvicultura é fundamentalmente
agroflorestal, ou seja, a convivência harmônica das atividades agropecuárias e flores-
tais nas propriedades rurais que compõem o território dos municípios das Regiões
Norte e Noroeste Fluminense. Este modo de desenvolver as atividades agroflorestais
permite a constituição de corredores ecológicos em ambas as Regiões, em curto inter-
valo de tempo.

1.2 Iniciativas em Silvicultura nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense

Mesmo sem haver nenhum tipo de estímulo ou programa público sistemático (salvo
raras exceções) para a silvicultura comercial na Região, a mesma progride gradual-
mente, por conta de iniciativas de produtores rurais pelos mais diversos motivos. Uma
das causas principais que continha a evolução de áreas destinadas a esta atividade
era, até pouco tempo, a confusa legislação e fiscalização ambiental que exigia um
processo de licenciamento até mesmo de pequenas lavouras, o que representa um
impedimento para pequenos produtores.

Com o advento da lei do ZEE - Zoneamento Econômico Ecológico - para a silvicultura


e a simplificação do processo de legalização de cultivos comerciais de árvores, a ex-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 33


pansão das áreas destinadas a silvicultura deve acelerar. Dentre as iniciativas públicas
de estímulo, na Região, podem ser mencionadas a prefeitura de Miracema que incen-
tivou a silvicultura comercial recentemente, a Prefeitura Municipal de São Francisco de
Itabapoana que produz mudas subsidiadas de espécies nativas e exóticas, o IFF, Insti-
tuto Federal Fluminense de Educação Ciência e Tecnologia que também produz mu-
das, o Colégio Agrícola de Conceição de Macabu que estimula o plantio de sabiá e a
EMATER-Rio que tem o programa “Rio Floresta” que visa orientar os produtores na
legalização de seus empreendimentos florestais.

Como iniciativa pública reguladora da silvicultura, Campos dos Goytacazes editou a lei
municipal n.o 7282/2002 que estabelece o modo como esta atividade deve ser condu-
zida em seu território. Esta lei foi interpretada por muitos – por falta de esclarecimento
- como restritiva à disseminação da silvicultura como uma monocultura em seu territó-
rio.
A Aracruz, hoje Fíbria, selecionou a Região Noroeste para o seu pioneiro programa de
fomento à produção de eucalipto em parceria com os produtores rurais interessados
(que eram muitos).
Apesar das vicissitudes, os produtores continuaram plantando lavouras, em especial
de eucalipto, mas também se verificam experiências com cedro australiano, acacia
mangium (Foto 2), nim, sabiá (mimosa caesalpinea) e a teca (tectona grandis); porém
o eucalipto predomina, seja pela facilidade de obtenção de mudas e tecnologia, seja
pela sua extraordinária produtividade e tempo de retorno.
Foto 2 – São Francisco de Itabapoana, Lavoura de Acacia Mangium , 2011

Fonte: Foto dos autores em fevereiro de 2011

Há lavouras de eucalipto e/ou iniciativas de silvicultura em todos os municípios da Re-


gião e até mesmo em assentamentos rurais de reforma agrária (ver Fazenda Tipity,
São Francisco de Itabapoana, Foto 3 e Mapa 1 a seguir). Essas iniciativas estão con-

34 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


centradas prioritariamente nos municípios de Campos dos Goytacazes (42,05%) e São
Francisco de Itabapoana (13,89%), mas outros municípios como São Fidélis, Mirace-
ma e Cardoso Moreira também se destacam como desenvolvedores de iniciativas na
área da silvicultura.

Dispersas nas Regiões Norte e Noroeste, existem desde lavouras mais planejadas em
áreas de 150 ha até lavouras minúsculas, na verdade, “moitas” de eucalipto. É prová-
vel que tais lavouras não tenham sido consideradas pelo levantamento feito pela FIR-
JAN, em seu estudo de dezembro 2009 denominado “A Silvicultura Econômica no Es-
tado do Rio de Janeiro”, que indicam 593 ha de florestas plantadas em toda a Região
Norte Fluminense. Observa-se igualmente que este trabalho da FIRJAN apresenta
números inferiores aos do IBGE, referentes a 2006. Em função da precariedade dos
dados disponíveis, supõe-se que dos 1.716 ha apurados pelo IBGE naquele ano, há
pelo menos 100% a mais de área plantada, atualmente. Mesmo estes plantios não
suprem à demanda do mercado regional, que é abastecido por lavouras da Bahia, do
Espírito Santo e de Minas Gerais.

Numa amostragem simples, entrevistando empresários agrários da Região, foi mensu-


rada a existência de pelo menos 1.500 ha em Campos dos Goytacazes. Estas infor-
mações são confiáveis, pois a EUCABRÁS pratica o sistema de fomento florestal com
pequenos produtores, muitos deles assentados rurais há alguns anos. Já em São
Francisco de Itabapoana, há atualmente algo entorno de 500 ha plantados (estimativa
do escritório local da EMATER-Rio e da EUCABRÁS).
Gráfico 3 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Área Provável da Silvicultura (ha), 2011

Fonte: IBGE, FIRJAN, FIBRIA e EMATER-Rio (2011), adaptado pelos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 35


Mapa 1 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Iniciativas de Silvicultura, 2011

Fonte: Cartografias do IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

36 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Foto 3 - São Francisco de Itabapoana, Cultivo de Eucalipto em Lote de Assentamento
Rural da Fazenda Tipity , 2011

Fonte: Foto dos Autores em fevereiro de 2011

A motivação dos produtores em apostar no eucalipto varia desde a necessidade de


encontrar opções de cultivo rentáveis e adaptadas à Região associadas à identificação
de mercado promissor, com relativa estabilidade dos preços, ou até mesmo o auto-
abastecimento (caso de uma lavoura de 150 ha com eucalipto clonal próximo à divisa
entre São Francisco de Itabapoana e Campos dos Goytacazes que objetiva suprir uma
indústria ceramista do proprietário). Já no plantio de outras espécies, como por exem-
plo, o cedro australiano, os produtores pensam no longo prazo como uma espécie de
investimento na modalidade pecúlio ou seguro (o que já vem sendo praticado em inú-
meros países e pela própria Nações Unidas).

Em Conceição de Macabu existem cultivos de sabiá para a produção de estacas que


vendem muito bem. Há notícia de pequenos plantios de cedro australiano em São
Francisco de Itabapoana, Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Miracema, Varre-e-
Sai, de teca em Miracema; de acacia mangium em São Francisco de Itabapoana e
Miracema e nim em Campos dos Goytacazes. O levantamento da FIRJAN, em 2009,
apontou também 41,78 ha de seringueira nas Regiões Norte e Noroeste, o que repre-
sentava 66% deste cultivo no estado do Rio de Janeiro.

Existe um plantio comercial de acacia mangium com 2,0 ha em São Francisco de Ita-
bapoana (Foto 2) que se aproxima dos quatro anos de plantado e que, mesmo com
deficiências na condução (não houve replantio, coroamento, controle de invasoras,
adubação de cobertura, regas etc.) desenvolve-se satisfatoriamente. Próximo a este
plantio, em propriedade vizinha existe um plantio de 2,5 ha de cedro australiano (Foto

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 37


4) que também foi cultivado de forma pouco cuidadosa e serve de referência para es-
tudos de campo.

Foto 4 - São Francisco de Itabapoana, Lavoura de Cedro Australiano, 2011

Fonte: Foto dos Autores em fevereiro de 2011

Foto 5 - Lavoura de Eucalipto em Cardoso Moreira

Fonte: Foto dos autores em fevereiro de 2011

38 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A Usina Santa Cruz, em Campos dos Goytacazes, tem pelo menos 400 ha de eucalip-
to plantado em terras arrendadas nas áreas menos adequadas ao plantio da cana-de-
açúcar, mas está enfrentando problemas com queimadas da cana que são feitas clan-
destinamente e, por este motivo, se propagam descontroladamente para os plantios
de eucalipto. Esta empresa também trata a madeira.

Neste sentido há uma estação de tratamento de madeira em São Francisco de Itaba-


poana (Foto 6) e pelo menos mais duas em Campos dos Goytacazes.

Foto 6 - São Francisco de Itabapoana, Instalações da EUCABRÁS em Bom Lugar, Trata-


mento de Madeira de Eucalipto e Serraria

Fonte: L.G. Werneck em fevereiro de 2011

Localizadas em regiões contíguas ao Norte e Noroeste, há cultivos florestais na Regi-


ão Serrana e no médio Paraíba do Sul. A QUIMVALE Florestal possui cerca de 1.800
ha plantados no entorno do município de Paraíba do Sul fornecendo 95% da energia
de seus processos industriais. O município de Santa Maria Madalena estimula a euca-
liptocultura em suas áreas acidentadas, anteriormente ocupadas por pastos.

No quesito produção de mudas, em Bom Jesus do Itabapoana existe uma estação da


DU CAMPO (Foto 7), que atua também no ES, MG e MA, com capacidade de produzir
atualmente até 4.000.000 de mudas de eucalipto clonal/ano, com possibilidade de ex-
pansão.

No mesmo município a ITAMUDAS produz mudas de espécies nativas, fruteiras e de


cedro australiano.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 39


LOPES et al. (2009) estimaram, somente para a Região Norte, um déficit produtivo
mínimo de 2.803.000 mudas de espécies arbóreas nativas/ano para atender a legisla-
ção ambiental, em 15 campos produtores identificados na época (Foto 8).

Foto 7 - Bom Jesus do Itabapoana, Jardim Clonal para Mudas de Eucalipto


da DU CAMPO, 2011

Fonte: Foto dos Autores em novembro de 2010

Foto 8 – Região Norte, Campo de Mudas em Praça João Pessoa

Fonte: L. G. Werneck em fevereiro de 2011

40 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


É importante se incluir neste elenco de iniciativas em silvicultura, ainda que não ligada
diretamente ao cultivo, mas integrante da cadeia produtiva da madeira, a fábrica de
papel COPAPA no município de Santo Antônio de Pádua, na Região Noroeste Flumi-
nense. A COPAPA – Companhia Paduana de Papéis (Foto 9), com data de fundação
em 1960, atualmente está entre os maiores fabricantes de papel sanitários do país, e
possui linhas de produção de papel higiênico, guardanapos e toalhas de papel, possu-
indo linha de produção automatizada com alta tecnologia e com 360 trabalhadores. A
fábrica possui também uma moderna planta de aparas, em uma área industrial de
mais de 28.000 m2 com mais de 18.000 m2 construídos.

Foto 9 - COPAPA – Companhia Paduana de Papéis

Fonte: www.copapa.com.br (16/03/2011)

1.3 Proposta de Zoneamento para a Silvicultura nas Regiões Norte e Noro-


este Fluminense

A partir da constatação do potencial existente para a silvicultura nas Regiões Norte e


Noroeste Fluminense e do seu crescimento espontâneo, mas ainda bastante embrio-
nário, não estruturado, faz-se necessário elaborar uma proposta conguente de zone-
amento regional para essa cultura. Nesse sentido, decidiu-se organizar as Regiões
Norte e Noroeste em três zonas associadas preferencialmente ao relevo, ao clima e ao
solo, infraestrutura e logística que foram designadas como Áreas Preferenciais 1, 2 e
3.

As três zonas, próximas dos dois maiores centros urbanos das Regiões, Campos dos
Goytacazes, na Região Norte, e Itaperuna, na Região Noroeste, se prestam para a
implantação inicial de dois grandes pólos regionais (ver Mapa 2). Nesses dois pólos
serão desenvolvidas as principais atividades econômicas de processamento e benefi-
ciamento da madeira que alimentara as cadeias produtivas selecionadas, estabeleci-
das no Capítulo 3 deste trabalho, que se organizam em três grandes arranjos produti-
vos regionais, dois deles completamente distribuídos nas Regiões, voltados ao benefi-
ciamento ou à industrialização da madeira, e o outro concentrando a produção de ce-
lulose que se distribui também nas regiões na cadeia produtiva dos papéis.

Em termos de localização estratégica estes dois pólos madeireiros, um deles, o da


madeira para a indústria, se situa em área identificada no território de Natividade (Re-
gião A do Mapa 1), na região Noroeste, e outro, o da madeira para a celulose e papel,

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 41


em área identificada no território de Cardoso Moreira (Região B do Mapa 1) na região
Norte.

Cada um destes pólos esta circundado por uma das três ou quatro grandes florestas
plantadas dimensionadas para sustentar as atividades das diferentes cadeias produti-
vas, sendo duas delas voltadas para a industrialização da madeira, com área plantada
de 15.000 ha cada uma, com espécies exóticas específicas, uma destinada à produ-
ção da celulose com área plantada de 50.000 ha de eucalipto, e outra voltada à produ-
ção não madeireira podendo ser composta de uma ou mais espécies. Todas estas
florestas compreendem uma composição de espécies exóticas madeireiras para a
produção em larga escala e espécies nativas para a parcela de recomposição da Mata
Atlântica. Para a espécie ou grupo de espécies não madeireiras, elas podem ser tanto
exóticas quanto nativas.

A este grupo de grande escala, recomenda-se desenvolver grupos de pequena escala,


dispersos territorialmente, ampliando-se a diversidade que assegure a sustentabili-
dade do bioma regional melhor qualificado.

Ressalte-se que as espécies, todas elas, devem atender mandatoriamente aos crité-
rios de sustentabilidade e da sobrevivência e autoprodução.

Na Região Norte, recomenda-se que o pólo se situe na margem setentrional do rio


Paraíba do Sul, pelo menor do risco de enchentes. Em associação, a planta industrial
de celulose proposta, recomenda-se como sítio estratégico, no município de Cardoso
Moreira (Região B do Mapa 1), o local onde se situava a antiga usina de Outeiro (Foto
10), por estar numa posição central da Área Preferencial 1, ter área adequada e dispor
da água dos rios Paraíba do Sul e Muriaé, fácil acesso ao sistema rodoviário e por ter
a possibilidade de reativação de linha ferroviária.
Foto 10 - Ruínas da Usina Outeiro em Cardoso Moreira

Fonte: Foto dos Autores em dezembro de 2010

42 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Mapa 2 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas Preferenciais de Cultivo e Localização dos Pólos de Produção

Fonte: Bases Cartográficas IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 43


Na escolha de locais para a implantação desses pólos regionais de processamento da
madeira foram usados os seguintes critérios:

• Posição geográfica central em relação às áreas de cultivo determinadas tecni-


camente, minimizando os custos de deslocamentos e fretes;

• Infraestrutura urbana, de negócios e disponibilidade de mão-de-obra qualificada


ou qualificável;

• Presença de instituições de ensino, pesquisa e apoio tecnológico e de progra-


mas de apoio à silvicultura;

• Disponibilidade de recursos naturais necessários;

• Logística infraestrutura de transporte rodoviária (e ferroviária) para os fluxos de


escoamento de insumos e de produção em relação aos portos regionais e rede
de aeródromos;

• Distribuição do processo de desenvolvimento regional, promoção da inclusão


social e geração de trabalho e renda, com a fixação das populações rurais;

• Constituição de arranjos produtivos regionais que deem sustentação ao processo


da floresta plantada em convivência com o agronegócio mais produtivo e compe-
titivo e diversificado com as culturas associadas à floresta.

Como descrito anteriormente, a silvicultura pode ser implantada em qualquer área,


desde que se utilize uma espécie vegetal adaptada à condição edafoclimática que se
apresente. Por exemplo, uma árvore de guanandi vegeta em solos alagados até per-
manentemente. Já a cultura do eucalipto prefere solos profundos e bem drenados,
condição que se apresenta em terrenos mais elevados. Não que se proíba o plantio
em solos mais baixos, a questão é a produtividade. Árvores de eucalipto são encon-
tradas nas mais diversas condições: em solos arenosos, baixos, alagadiços etc., mas
novamente, o que interessa e constitui a viabilidade produtiva em escala comercial é a
produtividade.
Desta forma, com base nas suas características edafoclimáticas, numa primeira apro-
ximação, a Região - Norte + Noroeste - foi dividida em três Áreas Preferenciais, con-
forme o Mapa 2.
Na Área Preferencial 1, predominam solos tipo latossolos e argissolos e configura-se
um relevo de morros e tabuleiros de desnível baixo a moderado (Foto 11). Existem
muitos pastos mal cuidados e cana-de-açúcar em decadência (Mapas seguintes). Já
existem vários plantios de eucalipto com tecnologia variável, além de outras iniciativas
menores em espécies alternativas como o cedro australiano, o nim e a acacia mangi-
um. O uso de alta tecnologia é viável com o plantio com cultivo mínimo e a motomeca-
nização das operações. Recomenda-se que o plantio de espécies direcionadas à ca-
deia de celulose se concentre nesta área, devido à possibilidade de se utilizar tecnolo-
gia de ponta que maximize a produtividade, além de estar próximo ao local proposto
para a planta industrial de celulose (Área B do Mapa 2) com distâncias de transporte
inferiores a 100 km em área que é capaz de perfazer a dimensão em hectares deste
tipo de empreendimento.

44 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Mapa 3 - Relevo das Regiões Norte e Noroeste Fluminense e Entorno

Fonte: Bases Cartográficas IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 45


Mapa 4 - Uso e Ocupação do Solo das Regiões Norte e Noroeste Fluminense e Entorno

Fonte: Bases Cartográficas IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

46 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Foto 11 - Área Preferencial 1, Predominância de Relevo de Tabuleiros

Fonte: L. G. Werneck, 2010, São Francisco de Itabapoana

Na Área Preferencial 2, secundária, o relevo passa a ser mais acidentado, existindo


solos mais pesados e calcários, entre outros (Foto 12). Nesta área, os plantios são
menos motomecanizáveis, requerendo um manejo mais dependente de mão-de-obra.
Esta área deve ser destinada preferencialmente à produção de madeira para móveis e
construção civil, com ciclos de produção (cortes) mais longos. Vale mencionar que a
área não deixa de ser viável para a cadeia da celulose. Neste caso, as distâncias de
uma possível planta industrial de celulose são razoáveis, alcançando 150 km.

Foto 12 - Área Preferencial 2, Relevo Acidentado

Fonte: Itaperuna, Foto dos Autores, 2010.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 47


Na Área Preferencial 3, o terreno passa a ser muito mais acidentado, quase inviabili-
zando a motomecanização convencional das operações de cultivo, o que não impede
o plantio, apenas delimita as tecnologias a serem aplicadas. Esta zona deve ser desti-
nada para a produção de madeira a indústria, com as árvores permanecendo no solo
por ciclos temporais maiores, possibilitando a ciclagem de nutrientes e a proteção
desse solo.
A silvicultura das áreas prioritárias 2 e 3, alimentam, por conseguinte, a cadeia da pro-
dução de madeira para a indústria, em função também do número expressivo de facili-
dades disponíveis (infra-estrutura, instituições de ensino e qualificação, mão de obra
etc.).
Foto 13 – Área Preferencial 3, Predominância do Relevo Mais Acidentado

Fonte: Foto dos Autores, 2010, Estrada para Santo Antônio de Pádua

Nas terras disponíveis de ambas as Regiões, às que não apresentam produtividade,


ou possuem restrições ou reservas ambientais ou valorização acentuada (de merca-
do), se somam aquelas destinadas à produção agropecuária - naturalmente preserva-
das para esta finalidade-, entre as quais se incluem as várzeas agricultáveis e as á-
reas já ocupadas por culturas tradicionais – cana de açúcar, café, arroz, etc., e criação
de gado.

As áreas preferenciais, demarcadas em cartografia georreferenciada, devem ser refi-


nadas ou depuradas quando do projeto executivo, com a exclusão de subáreas veda-
das ao plantio por motivos legais ou por restrições edáficas e ou de relevo ou ocupa-
ções prioritárias. Estes ajustes não representam quantidades significativas de áreas,
não alterando os grandes números.

1.4 Proposta de Espécies Arbóreas com Potencial para Cultivo nas Regiões
Norte e Noroeste Fluminense

48 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Para a escolha de espécies (ou gêneros botânicos) que sustentem investimentos em
silvicultura nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense, devem ser considerados os
seguintes critérios generalizados:

Referencial empírico (ou prático): identificação de cultivos tradicionais na região ou de


espécies que, mesmo não cultivadas, vegetam espontaneamente demonstrando adap-
tabilidade às condições locais (Foto 14);

Referencial técnico-científico (ou teórico): espécies identificadas e observadas que


melhor respondem e mais se adéquam aos requisitos teóricos e de sustentabilidade
estabelecidos pelo conhecimento técnico e científico especializado para o seu cultivo;

Referencial econômico-social (ou significado): espécies que atendem aos referenciais


empírico e /ou técnico-científico, cuja madeira ou produto arbóreo demonstre atrativi-
dade de mercado, em simultaneidade com a capacidade de produzir o desenvolvimen-
to socioeconômico de maneira distribuída, em larga escala, em nichos de mercado de
alto valor agregado, ou na inclusão social dos estratos menos favorecidos das popula-
ções existentes.

Versatilidade de propósitos (ou multiuso): prioridade para espécies que possam pro-
duzir mais de um resultado em mais de uma cadeia produtiva, apresentando assim,
mercados mais amplos (ou menos especializados ou restritos) e diversificados, mer-
cado mais estável desde que menos sujeito a oscilações e cotações (Figura 1).
Foto 14 - Árvore de Cinamomo, Espécie que se Adaptou bem às Condições Regionais

Fonte: Foto dos Autores em Lagoa Feia, fevereiro 2011.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 49


Figura 1 – Exemplo Típico da Versatilidade na Destinação da Matéria-prima: Variação dos
Segmentos de acordo com o Diâmetro das Árvores
(um dos principais referenciais na seleção de espécies)

Fonte: Grupo Feltre, 2009

A escolha das espécies, que devem ser cultivadas nas três Áreas Preferenciais das
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, deve ser feita atendendo rigorosamente aos
conjuntos de critérios preestabelecidos. O país se depara, na atualidade, com uma
situação em que o domínio do conhecimento sobre o eucalipto é muito amplo, quase
completo, com mais de uma centena de espécies já experimentadas, ao que se soma
a sua alta produtividade em relação a outros países, o que o torna uma escolha natu-
ral, de baixo risco e a mais alta expectativa de sucesso para os empreendedores.
No que se refere à outras espécies, salvo o caso do pinus que não se aplica nesta
Região, o país tem um conhecimento muito mais limitado, variando muito de espécie
para espécie o que inclui tanto exóticas quanto nativas. Além disto, há que se conside-
rar que a floresta plantada no Brasil é recente, a maior parte delas é dos pós guerra, e
houve uma concentração muito grande nas primeiras décadas no eucalipto e no pinus,
talvez pela própria influência internacional. As demais espécies são bem mais recen-
tes e tendo em vista os ciclos de maturação superiores, regra geral, a quinze anos, as
áreas cultivadas são ainda pequenas, os resultados não são generalizáveis ou ainda
há problemas a resolver, o que eleva as incertezas e riscos para cultivos de larga es-
cala. Como um exemplo típico, os trabalhos de pesquisa com a seringueira, cujo apo-
geu das espécies nativas ocorreu há um século, ainda não resultam sequer numa pro-
dução econômica significativa no ambiente país. E o mesmo sucede com inúmeras
outras espécies, com um desafio generalizado a partir do processo de reprodução em
larga escala. Os casos de sucesso citados neste trabalho, candeia, oliveira, graviola,
abacate, de certo modo bambu, ainda tem uma longa trajetória e são muito recentes.
Há certamente alguns que ainda não tem o conhecimento disseminado, conquanto
dominados. Este quadro ainda apresenta a peculiaridade de coincidir com um período
de introdução no país de diferentes espécies exóticas que tiveram que ser internaliza-
das a diferentes meios em regiões distintas. Todo este processo, em efervescência,

50 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


dispõe de expressivas áreas plantadas aqui ou ali, o que ainda não permite generali-
zações de resultados, seja pela diferenciação ambiental, seja pelos tempos experien-
ciados, seja por uma combinação de ambos, ou por circunstâncias que afetam os re-
sultados e que ainda não foram completamente identificadas e analisadas. Diante dis-
to, contradições de resultados são encontradas sem que constituam quebras de nor-
malidades que, na maior parte dos casos, ainda não foram constituídas. E há espécies
que se mostram altamente interessantes e talvez passem a ser as mais produtivas e
competitivas, que ainda não possuem uma base de conhecimento que as sustente no
Brasil. Esta a grande diferença da situação do eucalipto. E deve se compreender que
este Projeto da Região Norte-Noroeste, numa primeira etapa, está dimensionado para
algo como 90.000 ha, a sua proposta de escolha de multiplicidade de espécies viabili-
za, em simultaneidade, grandes e pequenas ou médias escalas, ou áreas plantadas,
para produzir madeira para mais de três cadeias produtivas estruturadas em arranjos
produtivos regionais. Desta maneira, não há uma escolha previa de espécie senão no
caso do eucalipto para a produção da celulose e outras destinações. As demais ficam
a critério do investidor a partir da informação sistematizada que se lhes oferece sobre
o desempenho de uma amostra suficientemente grande de espécies que possibilita
tomar decisões sobre as que melhor atendam aos objetos de cada empreendimento.
As espécies da amostra cujas descrições aparecem a seguir, com os resultados res-
pectivos de sua aplicação e experimento ou não no Norte e Noroeste Fluminense,
constituem o primeiro elenco de opções para os investidores. Elas não excluem outras
possibilidades, desde que estas também atendam aos critérios de seleção que leva-
ram ao conjunto de espécies da amostra de referência. Esta situação, particular do
momento, recomenda e reforça a estratégia de se implementar a Silvicultura no Norte
e Noroeste Fluminense com uma composição de grandes projetos, indispensáveis à
alavancagem socioeconômica e financeira e de pequenos e médios projetos, o que
pode ser alcançado com uma convivência de uma variedade de espécies aderentes à
sua destinação e associadas a riscos negociais diferenciados. Nesta variedade tanto
se incluem espécies madeireiras quanto não madeireiras bem como os cultivares a-
cessórios e a agropecuária de maior qualificação e produtividade.

2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE ESPÉCIES ANALISADAS

2.1 Espécies Exóticas


Eucaliptos

Divisão: Angiospermae; Classe: Dicotiledoneae; Subclasse: Archichlamydeae; Ordem:


Myrtiflorae (Myrtales); Família: Myrtaceae; Gênero: Eucalyptus

Apesar de serem descritas cerca de 700 espécies do gênero Eucalyptus, os plantios


são restritos a poucas espécies, podendo-se citar, principalmente, Eucalyptus grandis,
E. urophylla, E. saligna, E. camaldulensis, E. tereticornis, E. globulus, E. viminalis, E.
deglupta, E. citriodora, E. exserta, E. paniculata e E. robusta. Ressalta-se que, no Bra-
sil, as espécies E. cloezina e E. dunnii são consideradas promissoras para as regiões
central e sul, respectivamente (ANGELI, et. al., 2005). Algumas espécies ainda são
chamadas de eucaliptos (devido à tradição), mas foram reclassificadas para outro gê-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 51


nero, como o citriodora, agora Corymbia citriodora. Na Tabela 3 consta listagem das
principais espécies experimentadas no Brasil, com suas respectivas aptidões relata-
das.
Tabela 3 - Principais Espécies dos Gêneros Botânicos Eucalypitus e Corymbia Experi-
mentados no Brasil

caixotaria, lápis e palitos


óleos e essências
GÊNERO ESPÉCIE
lenha e carvão

pasto apícola
resina e látex
Construções

Laminação
Dormentes
celulose

Taninos
Estacas

serraria

Móveis
Postes
Corymbia Citriodora X X X X x x x X X X
Maculata X X X X x x X X
Troeliana X
Euclyptus Alba X X x X
Botryoides X X x X
Brassiana X
camaldulensis X X X x x x X X X
Cloeziana X X X x x
Creba X X X
Deglupta X X x X
Dunni X x X X X
Exserta X X X
Globulus X X x X
Grandis X X x X X X X
Maculata X
Maidenii X X x
Microcorys X X x x X X X
Paniculata X X X x x x X X
Pilularis X X X x X x X X
Propinqua X X x
Punctata X X x
Resinífera X x X x X X
Robusta X X x X X
Rostrata X
Saligna X X X X X X X
Smithii x X
Tereticornis X X X X x x X X X
Tesselaris X x
Urophylla X X X X
Viminalis X X X X x X
Fonte: Adaptado de Paiva, 2003

52 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A carência de madeiras certificadas no mercado regional tem ensejado iniciativas de
plantio para atender o mercado da construção civil (escoras, estacas, esteios, postes
etc.), serrarias (porteiras, pallets etc.), existindo cultivos até em áreas de assen-
tamento de reforma agrária, como os que se encontram no assentamento da Fazenda
Tipity, em São Francisco de Itabapoana, que se destinam à produção de carvão.
Fotos 15 e 16 – Plantações de Eucalipto

Fonte: Google/imagens/ http://pratoslimpos.org.br/?tag=eucalipto

Eucalyptus grandis: É a espécie mais plantada no Brasil (Foto 17). Sua madeira é
considerada com moderada durabilidade aos fungos apodrecedores e cupins e com
baixa durabilidade aos fungos de podridão mole e cupins-de-solo. O cerne é difícil de
ser tratado, entretanto, o alburno é permeável. Madeira excelente para serraria, no
entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos
das tensões de crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixa-
mento, torneamento, furação e acabamento. .Em geral, as madeiras de espécies de
eucalipto são consideradas como difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como
colapso, empenamentos e rachas. A secagem em estufa deve ser feita de acordo com
programas suaves, combinando, por exemplo, baixas temperaturas com altas umida-
des relativas. É recomendável a secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da
secagem em estufa. Usado na construção civil, assoalhos, mobiliário de utilidade ge-
ral, partes internas de móveis inclusive daqueles decorativos, lâminas decorativas,
chapas compensadas e, embalagens (Arbo Center, 2010).
Foto 17 - Aspecto do Caule do E. grandis, a Espécie mais Plantada no Brasil e no Mundo

Fonte: IPEF, 2004

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 53


Foto 18 - Dois Clones Diferentes de Eucalipto em Plantio da LUCAHE Agropecuária

Fonte: Foto dos Autores, 2011, São Francisco de Itabapoana

Foto 19 - Lâmina de Madeira do E.Camaldulensis

Fonte: IPT, 2010d

O Eucalyptus camaldulensis é considerado uma das espécies mais adequadas para


zonas críticas de reflorestamento, onde as deficiências hídricas e problemas ligados
ao solo são fatores limitantes para outras espécies. A espécie apresenta boa adapta-
ção em regiões caracterizadas por solos pobres e prolongada estação seca, tolerância
a inundações periódicas e moderada resistência a geadas, além de apresentar boa
regeneração através das brotações de cepas. Sua madeira é densa, com cerne bem
diferenciado e mais colorido do que E. grandis e E. saligna, e é utilizada para serraria,
postes, dormentes, mourões, lenha e carvão, não sendo muito aceita para celulose e
papel (FERREIRA, 1979).

54 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Os híbridos e os clones: O cruzamento entre espécies de eucalipto deu origem a
diversos híbridos que por trabalho de seleção e melhoramento genético produziram
cultivares adaptados às mais diversas condições edafoclimáticas, com variadas finali-
dades industriais (Figura 2). Ao se reproduzir por estaquia os cultivares mais promis-
sores, os melhoristas asseguraram uma uniformidade para os cultivos não existente
naturalmente. Desta forma, no Brasil, atualmente, podem ser encontrados clones a-
propriados para as mais diversas finalidades, desde aqueles com maior teor de celulo-
se até os com maior teor de lignina. O urograndis, híbrido do E. gandis x E. urophylla
consegue produtividades superiores às conseguidas por lavouras de variedades sim-
plesmente reproduzidas por sementes, quando usadas mudas clonais.
Figura 2 - Material Promocional sobre a Madeira dos Híbridos Clonais do E. grandis x
E. urophylla

Lyptus® is a premium plantation-grown hardwood from Brazil. A natural hybrid of Eucalyptus


grandis and E. urophylla, Lyptus® features many desirable characteristics, including excep-
tional workability, machining properties, density, finish
tolerance and overall strength. This makes it well-suited for
diverse high-end applications like furniture, cabinets, floor-
ing and architectural millwork. Building with Lyptus® is a
wise environmental choice. Wood is produced using pro-
prietary technology in a sustainable and environmentally
responsible manner. Eucalyptus is grown on very produc-
tive plantations, where stands of indigenous trees are in-
terspersed to preserve natural habitat. Wood can be har-
vested in just 14 to 16 years – much faster then other pre-
mium hardwoods grown in
colder climates – ensuring
reliable supplies throughout
the foreseeable future. Weyerhaeuser Building Materials offers
two types of Lyptus® products: Lyptus® is one of the newest
hardwood flooring innovations in decades. Grown in planta-
tions that preserve natural habitat ecosystems, Lyptus® repre-
sents a smart alternative for sustainable building. Featuring a
clear face and no knots, holes or gum pockets, Lyptus® is also
a fine choice for aesthetic appeal. Two commercial grades of
Lyptus® are available through Weyerhaeuser. The standard
grade contains all colors in the wood’s natural continuum, from
light pink to red, with no stains. No pieces with sharp color con-
trasts between the sapwood and heartwood are allowed. The
striped grade, on the other hand, may contain stains on the
face, and is selected for contrasting colors that create a dramatic striped effect.
Fonte: Timberhunt, 2010

Acacia Mangium
A acacia mangium Willd. é uma fabácea nativa da região que abrange o norte da Aus-
trália, Papua, Nova Guiné e as províncias indonésias de Irian Jaya e Maluku. Esta ár-
vore apresenta crescimento rápido com vida média de 40 anos e adaptação para uma
ampla gama de solos ácidos, inclusive tolerando solos de baixa fertilidade ou com bai-
xa drenagem. A produção é direcionada principalmente para polpa de celulose. Tam-
bém são aproveitadas como madeira para movelaria e construção, matéria-prima para

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 55


compensados, combustível, controle de erosão, quebra-vento e sombreamento. Em
Roraima, a acacia mangium foi introduzida no final dos anos 90, em uma área de a-
proximadamente 1.000 ha, a título de observação, com o objetivo de avaliar seu cres-
cimento nas condições de savana. Em função dos resultados animadores e com o
auxílio de investimentos estrangeiros, a área plantada cresceu significativamente, es-
tando próxima dos 15.000 ha. (COLLARES & TWILLA, 2004).

Fotos 20 e 21 – Plantação de Acácia Mangium

Fonte: Google/imagens/http://www.novaesflorestal.com.br/mudas.php?m=30

Suas folhas são simples e alternas com nervuras salientes partindo da base, pecíolo
curto, ovalado-alongadas, flores dispostas em espigas soltas com cerca de 10 cm de
comprimento. Sua casca contém tanino. É relatada como melífera, o que não foi ob-
servado na Região Norte Fluminense até o momento (Foto 22).

Foto 22 - São Francisco de Itabapoana, Boa Sorte, Acacia Mangium plantada em 04. 2007

Fonte: Werneck, 2011

56 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Pode ser consorciado com várias culturas, tais como o cacau e o café pelo sombrea-
mento, proteção contra ventos e erosão eólica. Fertiliza os solos, pois é uma legumi-
nosa que se consorcia simbioticamente com microorganismos do solo. Pode ser plan-
tado para prevenção e contenção de erosões e recuperação de solos degradados,
porém têm grande poder invasor no ambiente.

De introdução recente na região, esta espécie, muito comentada na internet e pesqui-


sada pela Embrapa, tem demonstrado grande capacidade de adaptação às mais di-
versas condições edáficas tendo crescimento comparável ao do eucalipto reproduzido
por sementes.

Fotos 23 e 24 - Madeira da Acacia Mangium

Fonte: Sementes Caiçara, 2010.

Cinamomo Gigante
Melia azedarach pertencente à família das meliáceas, tem madeira com informações
conflitantes a respeito de sua durabilidade natural, variando de baixa a alta aos orga-
nismos xilófagos. Cerne moderadamente resistente à impregnação com produtos pre-
servativos. A madeira de cinamomo é de fácil aplainamento, desdobro, furação, torne-
amento, faqueamento e lixamento. O acabamento é considerado bom e a secagem é
classificada como fácil. (IPT, 2010a).
Fotos 25 e 26 – Plantação Cinamomo Gigante

Fonte: Google/imagens/ http://paraisogigante-viveiro.info/


Embora não se encontre esta variedade facilmente na Região, outras de Melia azeda-
rach são tão comuns de serem encontradas em cercas vivas, nos rumos de proprieda-
des e mesmo vegetando na beira de estradas, em especial em São Francisco de Ita-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 57


bapoana e Campos dos Goytacazes, que não poderia passar desapercebida, apesar
de serem desconhecidos plantios comerciais na Região. São relatados plantios desta
árvore em outros estados e em especial no norte da Argentina. Possui bom crescimen-
to e suas sementes podem ser adquiridas de firmas idôneas. É possível observar
(Tabela 4) que das espécies exóticas com potencial no Centro-Sul do Brasil, esta é
uma das que possui melhor desempenho silvicultural.
Tabela 4 – Brasil, Centro-Sul, Espécies Arbóreas Alternativas Introduzidas para Reflores-
tamento
Massa Específica Região Recomendada para o
Espécies IMAv (A)
Aparente (g/cm³) Plantio
Acacia melanoxylum (acácia-
14 a 25 0.60 a 0,70 Sul e Sudeste
australiana)
Norte do Paraná, Sudeste e Cen-
Acrocarpus fraxinifolius (acrocarpo) 14 a 45 0,63
tro-Oeste
Agathis robusta (agatis) 14 a 25 0,43 a 0,54 Sul e Sudeste
Alnus subcordata (alnus-do-
14 a 20 0,40 a 0,50 Sul e partes altas do Sudeste
cáucaso)
Litoral e Norte do Paraná, Sudes-
Anthocephallus chinensis (cadam) 14 a 40 0,35 a 0,53
te
Nordeste (incluindo o Semi-Árido)
Azadirachta indica (nim) 14 a 20 0,56 a 0,70
e Centro-Oeste
Casuarina equisetifolia (casuarina) 14 a 32 0,80 a 1,20 Sul, Sudeste, Nordeste
Cryptomeria japonica (pinheiro- Sul (excluindo o norte do Paraná
14 a 45 0,25 a 0,35
japonês) e partes altas do Sudeste)
Cunninghamia lanceolata (pinhei- Sul (excluindo a parte mais fria) e
14 a 36 0,4
ro-chinês) partes altas do Sudeste
Cupressus lusitanica (cipreste) 14 a 40 0,43 a 0,55 Sul e partes altas do Sudeste
Centro-Oeste e Norte do Paraná,
Grevillea robusta (grevilea) 14 a 35 0,54 a 0,66 Sudeste e Sul do Mato Grosso do
Sul
Hovenia dulcis (uva-do-japão) 14 a 30 0,50 a 0,72 Sul e Sudeste
Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Khaya ivorensis (mogno-africano) 14 a 25 0,51
Noroeste e Norte do Paraná
Liquidambar styraciflua (liquidâm-
14 a 45 0,50 a 0,65 Sul e Sudeste
bar)
Melia azedarach (cinamomo-
14 a 44 0,52 a 0,59 Sul e Sudeste
gigante)
Sul, Sudeste, Nordeste (excluindo
Paulownia fortunel (guiri-da-china) 14 a 35 0,30 a 0,45
o Semi-Árido) e Centro-Oeste
Sul (excluindo o Norte do Paraná)
Platanus x acerifolia (plátano) 14 a 25 0,56 a 0,64
e partes altas do Sudeste
Centro-Oeste, Noroeste de São
Tectona grandis (teca) 14 a 30 0,58 a 0,82 Paulo e Nordeste (excluindo o
Semi-Árido)
Norte e Oeste do Paraná, Sudo-
Terminalia ivorensis (terminalia) 14 a 45 0,45 a 0,62 este, Centro-Oeste e Nordeste
(excluindo o Semi-Árido)
Sul (acima de tam. = 18°C), Su-
Toona Ciliata (cedro-australiano) 14 a 30 0,42 a 0,64 deste e Sul de Mato Grosso do
Sul
Fonte: EMBRAPA apud Remade, 2010 - (A) Incremento Médio Anual (IMA) em volume sólido
com casca (m³ / ha.ano-1), calculado com valores médios de alturas e DAP.
Usada na construção civil leve e interna, decorativa, forros, lambris e molduras; mobi-
liário (figura 5.26) de alta qualidade em partes decorativas (puxadores, entalhes) e
revestimento (lâmina) de móveis, artigos de esporte e brinquedos, embalagens e lâmi-
nas decorativas (IPT, 2010a).

58 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Foto 27 - Cama Produzida com a Madeira de Cinamomo

Fonte: NIM BAHIA, 2007

Nim
O nim (Azadirachta indica A. Juss.) é uma árvore de múltiplo uso pertencente à família
das meliáceas (a mesma do cinamomo, cedro autraliano e nativos entre outras); sua
origem provável é Índia e Mianmar. Sua copa apresenta galhos com muitas folhas e
frutos/sementes (Foto 28) que são usadas em quatro grandes áreas: cosmética e higi-
ene pessoal; medicina humana; medicina veterinária e agricultura. Das sementes é
extraído um óleo com elevado teor de azadiractina, usado como matéria-prima para
fabricação de produtos inseticidas, fungicidas, veterinários e, também, de xampus,
sabonetes, pasta de dentes, etc.
Foto 28 - Frutificação do Nim

Fonte: NEVES & CARPANEZZI, 2008

A torta, subproduto da prensagem das sementes, é usada como adubo por floriculto-
res e agricultores orgânicos, tendo também efeito pronunciado como defensivo agríco-
la. As folhas têm menor valor comercial que os frutos/sementes, mas também são ú-
teis, sendo exemplos no Brasil, as folhas secas trituradas empregadas como vermífu-
go para o gado e o extrato aquoso das folhas apresenta perspectiva de uso no contro-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 59


le de muitos insetos, dentre eles a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a prin-
cipal praga do milho. As árvores de nim são frondosas, de modo que as folhas podem
ser obtidas em qualquer plantio, independente de sua finalidade principal. (NEVES &
CARPANEZZI, 2008). O nim possui grande tolerância a déficits hídricos, resistindo
bem a estiagens.
Foto 29 – Bahia, Plantio de Nim

Fonte: NIM Bahia, 2007

Tabela 5 - Coeficientes para a Cultura do Nim


Ciclo de Produção do 4º ao 12º Ano
Frutos Maduros (a cada 50 kg de frutos maduros obtém-se 30 kg de sementes que pro-
duzem 6 l de óleo e 21 kg de pasta e assim):
Produção de frutos (10 kg por árvore) 4.000 kg/ha
Produção de sementes 2.400 kg/ha
Produção de óleo (1,20 l por árvore) 480 l/ha
Preço do óleo 34,00 R$/l
Produção de pasta (4,20 kg por árvore) 1.680 kg/ha
Preço da pasta 13,5 R$/kg
Apenas no 12º Ano
Corte das Árvores
3 3
Produção média de cada árvore – 0,5 m 0,5 m
3
Produção média 200 m /ha
3
Preço/m do nim (cálculo conservador, pois o valor é de aproximada- 3
3 1281,25 m - US$
mente R$2.050,00/m )
Obs. Os indicadores parecem muito otimistas. Fonte: carlos@kerbes.com.br

Cedro Australiano
Toona ciliata var. australis, Meliaceae, é obviamente, originário da Austrália e encon-
trou ótimas condições para a produção de madeira de excelente qualidade para serra-
rias e para o setor moveleiro em toda a região sudeste do Brasil. Alcança cerca de 50

60 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


m de altura e 2,0 m de diâmetro. Tronco retilíneo, às vezes bifurcado com casca gros-
sa, dura, com deiscência em placas retangulares e escamiformes, de coloração cinza
a marrom, com manchas de liquens. Sementes com 10 a 20 mm de comprimento por
3 mm de largura, aladas, de coloração castanho clara. Copa verde, densifoliada, com
tendência a forma apitata esférica e às vezes umbeliformes.
Foto 30 – Plantação de Cedro Australiano

Fonte: Google/imagens/ http://www.mfrural.com.br


Cresce em área com precipitação anual entre 800 e 1.800 mm com 2 a 6 meses, a-
presentando um bom desenvolvimento em plantios de regiões com 4.000 mm de pre-
cipitação anual. A temperatura para o seu desenvolvimento fica em torno de 20 a
26ºC. Não suporta solos argilosos compactados e nem solos arenosos pobres. Na
região da Zona da Mata de Minas Gerais, essa espécie tem-se desenvolvido muito
bem em solos mais planos e também em solos com declividade acentuada, sobretudo
quando plantada em consórcio com a cultura do café arábica. É uma espécie semi-
esciófila, apta a suportar leve sombreamento na fase juvenil. Apresenta madeira simi-
lar à madeira do cedro nativos (Cedrela odorata e Cedrela fissilis ), tendo as mesmas
qualidades e sendo utilizadas para os mesmos fins (Sementes Caiçara, 2006).
Foto 31 - Amostra da Madeira do Cedro Australiano aos 8 anos

Fonte: Foto dos Autores na Estação de Mudas da ITAMUDAS, Bom Jesus de Itabapoana, RJ

A madeira de Toona ciliata é considerada uma das melhores da Austrália. Apresenta


coloração marrom avermelhada e é de boa durabilidade, de fácil secagem e armaze-
nagem. E também de fácil desdobro. Possui odor agradável. Embora macia e de textu-
ra grossa, é de fácil processamento. É largamente empregada na indústria de contra-
placados, compensados e móveis; nas obras de entalhe e esculturas, especialmente

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 61


na fabricação de portas grandes de garagens e de porteiras de fazendas por tornarem-
se extremamente leves. É empregada ainda na construção naval e aeronáutica; para
confecção de lápis e material de escritório; na produção de caixas de charutos e mui-
tas outras aplicações artísticas incluindo a confecção de instrumentos musicais, fun-
dos de fórmica e outras aplicações especiais. Em alguns lugares, as flores dessa es-
pécie são usadas como corantes. Na Índia, elas são usadas como forragem para o
gado bovino. A casca é adstringente e energética, outrora muito recomendada no tra-
tamento de disenterias. Ainda hoje a sua decocção serve para lavar feridas e úlceras e
também para combater a febre (Sementes Caiçara, 2006).
A Tabela 6, a seguir resume a amostra de espécies arbóreas madeireiras exóticas
analisadas para serem cultivadas nas Regiões Norte e Noroeste.
Nela não figuram, por exemplo, a teca (tectona grandis) e o liquidâmbar, ambos com
teórico potencial produtivo. No caso da teca, há pequenas lavouras em Miracema, mas
as informações iniciais são de que, a sua produtividade não alcançou níveis competiti-
vos (Prof. Débora Guerra, UENF, 2010). A casuarina é endêmica na região de restin-
ga, em São João da Barra, mas seu forte antagonismo sobre as espécies nativas a
torna uma indicação restrita a condições muito peculiares. Como faltam referenciais
técnico-científicos e empíricos na Região sobre essas três espécies, a sua utilização
deve ser precedida de validação por instituições de pesquisa e desenvolvimento para
se ter uma decisão qualificada.
Tabela 6 - Vantagens e Desvantagens das Espécies Exóticas Examinadas
Espécie Vantagens Desvantagens
Menor custo das mudas, boa produtividade,
Eucalipto existência de muitas espécies adequadas às
Maior desuniformidade da lavoura.
(sementes) diversas condições e propósitos, maior diversi-
dade genética.
Maior custo das mudas, menor diver-
Excelente taxa de crescimento, grande unifor-
Eucalipto sidade genética e muitos dos clones
midade da lavoura, clones melhorados para fins
(clonal) são propriedade privadas de seus
específicos.
desenvolvedores.
Mudas fáceis de produzir, grande adaptabilida-
Acacia mangi- de a diversos solos deficientes em nutrientes, Grande potencial infestante nas
um pode servir à exploração de tanino, alimenta matas nativas.
bem todas as cadeias produtivas propostas.
Mudas fáceis de produzir (sementes), boa a-
Cinamomo Comportamento silvicultural ainda
daptação à região, madeira serve à indústria
gigante desconhecido na Região.
moveleira mais nobre.
Mudas fáceis de produzir (sementes), boa a-
daptação à Região, madeira serve para móveis
Produtividade teórica madeireira
Nim mais nobres, tem outros usos (medicinais, pro-
menor que a do cinamomo
dutos para agricultura orgânica etc.), resistente
às estiagens.
Mudas são produzidas na Região, madeira de
Requer maiores cuidados e práticas
excelente qualidade, crescimento razoavelmen-
culturais e exige solos mais específi-
Cedro austra- te rápido para uma madeira nobre, custo de
cos, profundos e férteis. Constatou-
liano produção razoável, serve a sistemas agroflores-
se problema na madeira desenvolvi-
tais em especial em regiões acidentadas (con-
da
sórcio com café, por exemplo)
Fonte: Elaboração dos Autores, adaptado.

2.2 Espécies Nativas


Há uma relação de pelo menos 167 espécies arbóreas nativas com potencial para
exploração econômica na Região. Esta relação obtida entre as espécies listadas nos
volumes 1 e 2 dos livros “Árvores Brasileiras” (Harri Lorenzi, Instituto Plantarum), con-

62 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


sideraram a produção da madeira com qualidade para a marcenaria, na maior quanti-
dade de espécies. No entanto, poucas delas tem seu comportamento silvicultural co-
nhecido, e muito menos, tecnologia de produção consolidada. Observa-se que, em
confronto com as espécies exóticas introduzidas na silvicultura comercial brasileira,
muitos estudos ainda deverão ser feitos para suportar investimentos em silvicultura
com espécies nativas.
Como isto levará um tempo considerável, a idéia foi utilizar algumas destas espécies
nas faixas dos sistemas agroflorestais (SAFs), entremeando a silvicultura de florestas
plantadas comerciais com estas espécies exóticas presselecionadas.
Com isto estará se constituindo um sistema integrado que permite o desenvolvimento
do conhecimento e assegura diversas vantagens, dentre elas:
• conservação da biodiversidade arbórea nativa;
• manutenção de espécies para fornecimento de material reprodutivo;
• fornecimento futuro de madeiras nobres para atender o mercado da marcenaria
de luxo que certamente carecerá de tais madeiras cada vez mais no longo prazo;
• estabelecimento de corredores ecológicos ou ilhas de atração para a fauna nati-
va fornecendo assim abrigo à biodiversidade que auxiliará no equilíbrio das pra-
gas, diminuindo custos com o controle na silvicultura comercial;
• estabelecimento de faixas de contenção para dificultar a propagação de incên-
dios devido à diversidade dos sistemas agroflorestais que não tem inflamabilida-
de tão homogênea quanto ao dos talhões monovarietais;
• interligação de fragmentos de matas nativas servindo como corredores para o
trânsito gênico da fauna terrestre e,
• formação de bases de conhecimento sobre o comportamento de espécies nati-
vas em projetos extensivos de florestamento sob o ponto de vista comercial.

Desta maneira estimula-se e preserva-se o princípio geral de se evitar plantios mono-


varietais de espécies nativas, privilegiando as operações em consórcios até mesmo
com espécies exóticas que possam fornecer recursos para exploração autossustenta-
da.

Também, preferencialmente, devem ser utilizadas espécies típicas do bioma regional


com a reprodução de matrizes locais em que há dezenas de possibilidades, e.g., no
Norte e Noroeste Fluminense, a jaqueira, que fornece frutos e madeira de boa quali-
dade.

As espécies desta amostragem revelam potencial produtivo que mais se aproxima das
espécies exóticas já arroladas. No entanto, algumas como o jacarandá fornecem ma-
deiras nobres de grande valor agregado.

Amostra de Espécies Nativas – Descrição Sucinta


Jatobá (Hymenaea courbaril) :Espécie nativa encontrada nas formações florestais do
Atlântico e nas matas do Planalto. Alcançando de 15 a 25 m. de altura, apresenta ma-
deira de coloração vermelha escura, pesada, muito resistente e difícil de ser trabalha-
da. Usada na confecção de móveis e outras peças torneadas, tonéis, carrocerias, va-
gões e na construção civil como vigas, caibros, esquadrias e assoalhos (Trilhas da
Esalq apud Informativo CEPEA, 2008)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 63


Foto 32 - Corte Radial da Madeira do Jatobá

Fonte: IPT,2010b

Sabiá: Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae); Classe: Magnoliopsida (Dicotyledone-


ae); Ordem: Fabales; Família: Mimosaceae (Leguminosae: Mimosoideae); Gênero:
Mimosa; Espécie: Mimosa caesalpiniifolia Bentham (CARVALHO, 2007a).
Embora não seja típica do bioma regional (é originária do Nordeste), tem grande po-
tencial por ser melífera, de rápido crescimento e fornecer madeira de ótima qualidade,
mesmo que não apropriada para desdobro (pequena dimensões), porém ótima para
fornecimento de estacas que dispensam tratamento (grande durabilidade natural). Mui-
to utilizada como cercas vivas, possui acúleos (“espinhos”) muito agressivos e é muito
dura ao corte. Há cultivares inermes (caráter recessivo) o que pode ensejar a reprodu-
ção clonal de mudas mais apropriadas para a exploração comercial. È muito resistente
ao fogo. Têm grande poder invasor, originando bosques naturalmente. É muito toleran-
te aos solos degradados.
Foto 33 – São Francisco do Itabapoana, Boa Sorte, Estacas de Sabiá Retiradas de Cerca
Viva

Fonte: Werneck, L. G. 2011


Jacarandá(s): A taxonomia de Dalbergia brasiliensis obedece à seguinte hierarquia:
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae); Classe: Magnoliopsida (Dicotiledonae); Or-

64 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


dem: Fabales; Família: Fabaceae (Leguminosae: Papilionoideae); Espécie: Dalbergia
brasiliensis Vogel; Linnaea 11:198, 1837; (CARVALHO, 2004).
No entanto, é comum atribuir-se o mesmo nome vulgar a espécies diferentes, porém
com madeiras semelhantes. Deste modo, temos também outras espécies como a Dal-
bergia nigra também chamada de jacarandá. Na Região são encontrados vários e-
xemplares desta variedade (Foto 32).

Por apresentar belos efeitos decorativos, a madeira do jacarandá é usada na fabrica-


ção de móveis finos, folhas e painéis decorativos (Região de Irati, no sul do Paraná)..
Também é usada em carpintaria, marcenaria, tabuado, obras externas, esteios, vigas,
mourões e cabos de ferramenta. Lenha de boa qualidade. Porém para celulose e pa-
pel é inadequada. As flores do jacarandá são melíferas, com produção de néctar e
pólen. A madeira do jacarandá foi amplamente utilizada no país tendo adquirido a
condição e reconhecimento da mais valiosa existente, o que levou praticamente à sua
extinção na Região Sudeste.
Foto 34 – São Francisco do Itabapoana, Árvore de Jacarandá (Dalbergia nigra)

Fonte: Werneck,L.G. 2008

Copaíba (Copaifera langsdorffii e C. reticulata). Possuem óleo medicinal extraível a-


través de perfuração no tronco de altíssimo valor de mercado da indústria farmacêuti-
ca. Demonstram alta resistência ao ataque de organismos xilófagos (fungos e cupins).
Em ensaio de campo com estacas em contato com o solo, Copaifera sp. apresentou
vida média inferior a 5,5 anos. Apresentou baixa resistência, em ensaios de campo,
aos xilófagos marinhos. O cerne apresenta baixa permeabilidade às soluções preser-
vativas. O alburno é permeável. A madeira de copaíba é fácil de ser trabalhada, resul-
tando em superfície lisa e uniforme, é boa para qualquer tipo de fixação. Usos em es-
quadrias portas, venezianas ripas, utilidade geral: cordões, guarnições, rodapés, pon-
taletes andaimes. Mobiliário de utilidade geral e partes internas de móveis inclusive
aqueles decorativos. Outros usos: lâminas decorativas, chapas compensadas, emba-
lagens (IPT, 2010c).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 65


Foto 35 - Corte Tangencial da Madeira da Copaíba

Fonte: IPT, 2010c

Foto 36 – Árvores de Copaíba

Fonte: Google/imagens/http://amazoniainforma.blogspot.com/2010/07/remedio-universal-da-
amazonia-copaiba.html

Garapa (Apuleia leiocarpa): Madeira que entra no mercado regional oriunda de Ron-
dônia ou Pará. Muito utilizada na construção civil, mobiliário e na confecção de embar-
cações. Ocorre nativamente na Região.
Foto 37 - Corte Radial da Madeira Garapa

Fonte: IPT, 2010d

Vinhático (Plathimenya spp.): Tem excepcional crescimento quando comparado aos


concorrentes. È (ou foi) de ocorrência nativa possui madeira de grande valor para mo-

66 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


biliário fino o que ensejou sua quase extinção em muitos locais da Região. É uma le-
guminosa, portanto de grande adaptação aos solos mais pobres. Um exemplar planta-
do em São Francisco do Itabapoana há 40 anos conta, hoje, com 70 cm de DAP (dia-
metro na altura do peito, 1,3 m.).

Foto 38 - Corte Radial da Madeira do Vinhático

Fonte: IPT, 2010e

Foto 39 – Florescimento do Vinhático

Fonte: Google/imagens/ http://blackbil.blogspot.com/2008/10/vinhtico.html

Cerejeira (Amburana cearensis): Muito resistente às baixas precipitações, vegeta bem


na Região. Presta-se a cadeia moveleira. Um exemplar plantado em São Francisco de
Itabapoana há 40 anos conta, hoje, com 80 cm de DAP. Considerada em risco de ex-
tinção.

Foto 40 - Corte Radial da Madeira de Cerejeira

Fonte: IPT, 2010f

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 67


Tatajuba, taiúva (Maclura tinctoria): Ocorre na Região. Possui sementes pequenas (o
que facilita a reprodução). Sua madeira é indicada para a fabricação de móveis, reves-
timentos decorativos e peças torneadas; em construção naval, como piso de convés e
degraus de escadas; em construção civil, como vigas, caibros, ripas, tábuas e tacos
para assoalhos, pisos industriais, marcos de portas e janelas; carpintaria, carroçaria,
marcenaria de luxo; construções externas, postes, esteios, mourões, vigamentos de
pontes, dormentes e cruzetas. Lenha de boa qualidade, com boa combustão, mas não
é de fácil transformação em achas. Celulose e papel: espécie inadequada para esse
uso. Matéria tintorial: da madeira, extraí-se corantes e pigmentos. É o famoso pau-de-
cores, outrora procurado pelos corsários franceses, que visitavam o litoral cearense,
no século XVII (CARVALHO, 1994).

Foto 41 - Corte Tangencial da Madeira da Tatajuba ou Amoreira

Fonte: IPT, 2010g.

Angicos: (Anadenanthera macrocarpa, Benth.Brenan, Leguminosae).Outros nomes


populares: angico, angico-bravo, angico-preto-rajado, angico-rajado, angico-vermelho,
cambuí-ferro, guarapiraca. Ocorrência: Brasil: Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná,
Piauí, São Paulo. Usada na construção civil externa, pontes, postes, mourões, esta-
cas, esteios, cruzetas, dormentes ferroviários; madeiramento de currais; pesada inter-
na: vigas, caibros; assoalhos: tacos; tábuas; mobiliário: alta qualidade: partes decorati-
vas de móveis, peças torneadas (IPT, 2010h).

Foto 42 - Corte Tangencial da Madeira de Angico Preto

Fonte: IPT, 2010h.

68 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Foto 43 – Árvore de Angico

Fonte: Google/imagens/http://www.bentecsementes.com.br/sementes/13/angico/angico-vermelho

Pau ferro (Caesalpinia ferrea): Possui crescimento de até mais de 17m3/ha/ano, ma-
deira serrada e roliça usada em construção civil e naval, caibros, eixo, esquadrias,
taco, portas, mobiliário fino, e principalmente faqueados; produz lenha e carvão de boa
qualidade.
Apresenta teor muito alto de lignina e é considerada madeira excelente para produção
de álcool, coque e carvão (CARVALHO, 1994).

Jequitibá rosa (Cariniana legalis): Em alguns plantios, o crescimento superou 21


m3/ha/ano, é nativo na Região. A madeira de jequitibá-rosa pode ser usada em contra-
placados, folhas faqueadas, compensados, laminados, móveis e armação, acabamen-
tos internos, carpintaria, marcenaria, obras de interior, construção civil, em esquadrias,
forro, tabuados em geral; fósforos, artigos escolares, caixotaria, saltos para sapatos,
tonéis, tamancos, brinquedos e lápis, cabos de vassoura.

Produz lenha de má qualidade. Produz celulose para papel de boa qualidade. As fibras
da pasta celulósica apresentaram um comprimento médio de 1,35 mm e largura média
de 0,020 mm. Da casca extrai-se resina.e tanino. Suas flores são melíferas (CARVA-
LHO, 1994).

Outras espécies, não citadas neste quadro, mas de ocorrência na Região tais como a
Sapucaia Lecythis spp., que fornece castanhas deliciosas, são muito promissoras para
a produção de alimentos.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 69


Foto 44 – Corte Tangencial da Madeira da Sapucaia

Fonte: IPT, 2010i.

O Louro pardo Cordia trichotoma (Tabela 8), conta com sementes pequenas o que
facilita a reprodução, além de fornecer madeira nobre.

Tabela 7 – Paraná e Costa Rica, Crescimento de Cordia alliodora (Louro Freijó)


Plantas Altura DAP Classe
Idade Espaçamento
Local Vivas Média Médio de Fonte
(anos) (m)
(%) (m) (cm) Solo(a)
Puerto Viejo
Espinosa e But-
de Sarapiqui, 3 2x2 41,0 4,50 5,0
terfield (1995)
Costa Rica
Embrapa Flo-
Rolândia, PR 7 3 x 2,5 85,7 9,60 13,0 LVdf restas / Fazen-
da Bimini
Embrapa Flo-
Santa Hele-
6 4x4 93,7 9,70 16,3 LVdf restas / Itaipu
na, PR
Binacional
(a) LVdf = Latossolo Vermelho Distroférrico; LVef = Latossolo Vermelho Eutroférrico
(...) Dado desconhecido, apesar de o fenômeno existir
Fonte: (CARVALHO, 2007b)

Foto 45 - Plantio de Louro Freijó

Fonte: CARVALHO, 2007

70 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 8 - Centro-Sul do Brasil, Espécies Arbóreas Brasileira Madeireiras Promissoras
Massa Específica
Espécies IMAv (A) Região Recomendada para Plantio
Aparente (g/cm³)
Araucária angustifolia (pinhei-
14 a 30 0,50 a 0,61 Sul e partes altas do Sudeste
ro-do-paraná)
Cariniana estrellensis (jequiti- Sul (excluindo a parte mais fria), Su-
14 a 17 0,70 a 0,78
bá-branco) deste, Centro-Oeste e Bahia
Cariniana legalis (jequitibá- Sudeste e Nordeste, desde o litoral da
14 a 22 0,50 a 0,65
rosa) Paraíba até a Bahia
Centrolobium tomentosum Centro-Oeste e Norte do Paraná,
14 a 20 0,70 a 0,80
(araribá-rosa) Sudeste, Centro-Oeste e Bahia
Sul (excluindo a parte mais fria), Su-
Colubrina glandulosa (sobra-
14 0,80 a 1,00 deste e Nordeste (Serras do Ceará,
sil)
Pernambuco e Bahia)
Cordia trichotoma (louro- Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-
14 a 23 0,60 a 0,78
pardo) Oeste
Dalbergia nigra (jacarandá- Sudeste, Norte e Litoral do Paraná, e
14 a 21 0,75 a 1,22
da-bahia) Litoral de Santa Catarina
Sudeste, Nordeste (Bahia e Sergipe) e
Joannesia princeps (boleira) 14 a 40 0,40 a 0,55
Norte do Paraná
Mimosa scabrella (bracatinga) 14 a 36 0,67 a 0,81 Sul e partes altas do Sudeste
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordes-
Peltophorum dubium (canafís-
14 a 20 0,75 a 0,90 te (Serras da Bahia, Paraíba e Per-
tula)
nambuco)
Em todo o Brasil (excluindo o Semi-
Schefflera morotoni (mandio-
14 a 35 0,51 a 0,63 Árido e o Cerrado); com temperatura
cão, morototó, caixeta)
média anual acima de 17°C
Litoral do Sul, Norte do Paraná, Su-
Talauma ovata (baguaçu) 14 a 16 0,56 a 0,65
deste, Centro-Oeste e Bahia
Zeyheria tuberculosa (ipê- Norte e Noroeste do Paraná, Sudeste,
14 a 24 0,75 a 0,80
felpudo) Centro-Oeste e Nordeste
Fonte: EMBRAPA apud REMADE, 2011b. Incremento Médio Anual (IMA) em volume sólido
-1
com casca (m³ / ha.ano ), calculado com valores médios de altura e DAP

2.3 Estudo Simplificado das Exigências Edafoclimáticas das Principais Es-


pécies Florestais Exóticas Selecionadas para a Silvicultura nas Regiões
Norte e Noroeste Fluminense
Para alcançar a maior produção e produtividade de uma cultura, com o menor dispên-
dio possível, é necessário o conhecimento dos diferentes fatores climáticos, tais como:
precipitação, distribuição de chuvas, déficit hídrico, temperatura, ventos, assim como
os atributos do solo que pode influenciar no crescimento e produtividade das espécies
florestais entre os quais devem estar incluídos o tipo de solo, fertilidade natural, pro-
fundidade entre outros.

Eucaliptos (Eucalyptus spp.)

Sperandio, et. al., 2010 revisando os trabalhos de Carneiro et. al., 2006, Golfari et. al.,
1978, Ferreira, 1997, Nappo et. al., 2005, Novais, 1990 e Paiva et. al., 2007 observa-
ram que a faixa de temperatura ideal para as espécies de eucaliptos cultivadas no país
esta na faixa de 17 °C a 26°C, com uma precipitação ideal situando-se na faixa 350
mm a 1800 mm e apresentando um déficit hídrico na faixa de 0 mm a 210 mm, o que
está explicitado na Tabela 9, seguinte.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 71


Tabela 9 – Brasil, Exigências em Temperatura, Déficit Hídrico e Precipitação para Eu-
calyptus Grandis, E. Urophylla, E. Urograndis, Corymbia Citriodora
Exigências Climáticas E. grandis E. urophylla E. urograndis C. citriodora
Temperatura (°C) 17 – 23 19 – 26 18 – 25 20 – 24
Déficit Hídrico (mm) 0 – 120 30 – 210 15 - 170 30 – 90
Precipitação (mm) 550 - 1800 900 – 1800 720 - 1800 350 – 1800
Fonte: Sperandio et. al., 2010.

Carvalho et. al. (2008) determinaram a aptidão agrícola edáfica para a cultura do euca-
lipto, a partir do mapeamento de solos e classe de declive (Tabela 10).

Tabela 10 – Brasil, Guia para Determinação da Aptidão Agrícola Edáfica para a Cultura
do Eucalipto, a partir da Unidade de Mapeamento de Solos e da Classe de Declive
Unidade de Mapeamento de
Classe de Declive Aptidão Agrícola Edáfica
Solos Simplificada
Plano e suave ondulado Inapta
Afloramento de rochas, Espo-
Ondulado Inapta
dossolos, Gleissolos e Planos-
Forte ondulado Inapta
solos
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Restrita
Ondulado Restrita
Neossolos Quartzarênicos
Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Regular
Ondulado Restrita
Neossolos Litólicos
Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Restrita
Ondulado Restrita
Neossolos flúvicos
Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Regular
Ondulado Regular
Cambissolos (não pedregosos)
Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Regular
Ondulado Restrita
Cambissolos (pedregosos)
Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Boa
Argissolos, Nitossolos e Luvis- Ondulado Boa
solos (não pedregosos) Forte ondulado Regular
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Regular
Argissolos, Nitossolos e Luvis- Ondulado Regular
solos (pedregosos) Forte ondulado Restrita
Montanhoso e escarpado Inapta
Plano e suave ondulado Boa
Ondulado Boa
Latossolos
Forte ondulado Regular
Montanhoso e escarpado Inapta
Fonte: Carvalho et. al., 2008

72 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Schumacher et. al. (2005) em seu estudo definiram a exigência em solo para E. ca-
maldulensis, E. citriodora, E. grandis. Os atributos comuns definidos foram que os so-
los devem ser bem profundos e com boa drenagem (Tabela 11).

Tabela 11 – Brasil, Algumas Exigências de Atributos de Solo para as Espécies Eucalyp-


tus Camaldulensis, E. Citriodora, E. Grandis
Espécies Exigência em Solo
E. camaldulensis aluvião, úmido, subsolo argiloso e arenoso profundo
solos bem drenados, profundos, também se adapta a solos de baixa
E. citriodora
fertilidade.
solos úmidos, bem drenados, não tolera solos hidromórficos, adapta-se
E. grandis
bem a solos de baixa fertilidade.
Fonte: (SCHUMACHER et. a.l., 2005)

Acacia Mangium

A temperatura média anual ideal é de 22 a 29ºC (MEIER-DÖRNBERG, 2005). Porém,


de acordo com Franco et. al. 1992, a faixa de temperatura ideal é de 20 a 35 °C. Adap-
ta-se à precipitação média anual de 1000 a 4500 mm por ano (MEIER-DÖRNBERG,
2005; FRANCO, et. al., 1992). Pode crescer quase em qualquer tipo de solo, indepen-
dente de suas condições, sempre e quando se conservem úmidos durante grande
parte do ano. Cresce bem em solos arenosos ou francos de origem aluvial, em solos
minerais, e de forma satisfatória em solos pobres e erosivos. Prospera bem tanto em
solos fortemente ácidos com pH baixo de 4,2 e com altos índices de alumínio (Al) e
ferro (Fe), como em solos de reação neutra com pH 7,5 e ligeiramente salinos.

A capacidade da Acácia mangium de crescer em solos muito ácidos é notável e é um


atributo de grande valor se se levar em conta que esse tipo de solo se encontra am-
plamente distribuído nos trópicos, e são poucas as espécies, especialmente legumino-
sas, que neles podem se adaptar com êxito (FRANCO, et. al., 1992).

Tolerância a solos muito pobres, argilosos, lateríticos, compactados, rochoso, erosi-


vos, e em áreas de planalto. Em Queensland (Austrália), as árvores geralmente se
encontram sobre latossolos ácidos e raras vezes em solos derivados de rocha básica.
Em Seram (Indonésia), a espécie é encontrada em podzol vermelho-amarelado com
um substrato calcáreo. Em Sabah, foi plantada tanto em latossolos como em litosso-
los, em sua grande maioria de reação muito ácida. Esta leguminosa foi encontrada em
solos com níveis de fósforo tão baixos como 0,2 ppm, conquanto uma rápida taxa de
crescimento não deva ser esperada em tais solos (MEIER-DÖRNBERG, 2005).

Cedro Australiano (Toona ciliata)

A árvore é de crescimento rápido, quando comparada às das espécies nativas desti-


nadas para serraria. Por ser de origem tropical, necessita de elevados índices de radi-
ação solar para melhor e mais rápido desenvolvimento, embora no estágio inicial o
sombreamento favoreça o seu estabelecimento e crescimento, característica de plan-
tas do estágio sucessional das secundárias.

A espécie é moderadamente tolerante à falta de água, mas altamente responsiva a


quantidade de água disponibilizada durante o seu ciclo, com incrementos acentuados
e rápidos. Desenvolve-se no Brasil em áreas com precipitação anual de 1.100mm,
mas, para maior produtividade, necessita de bom abastecimento de água. Entretanto,

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 73


não tolera longos períodos de encharcarmento, o que retarda seu desenvolvimento.
Como planta tropical, a temperatura ótima para os povoamentos fica em torno de 20 a
26ºC segundo Souza et. al., 2010 e de 20 a 28°C seg undo Carvalho, 1994 (tabela 12),
sendo tolerante a baixas temperaturas, mas não a geadas.

O cedro australiano é exigente em nutrientes, em especial o cálcio, necessitando de


adubação no plantio e de cobertura, conforme análises de solo. Os plantios mais de-
senvolvidos encontram-se em solos ricos em nutrientes, aluviais, com boa drenagem,
profundos e eutróficos.

Não é recomendado o plantio em solos argilosos compactados e nem em solos areno-


sos pobres, a menos que esses solos sejam preparados para receber a cultura. Pela
pouca tolerância a solos ácidos, é necessária a correção em casos de baixo valor de
pH. Solos rasos com algum impedimento físico, como rochas ou camadas adensadas,
devem ser evitados, pois comprometem o estabelecimento e o crescimento da espé-
cie. A variação de altitude para o plantio é ampla, sendo possível o estabelecimento da
cultura em baixas e elevadas altitudes, com até 1.700m, com redução na velocidade
de crescimento em altitudes mais acentuadas (SOUZA, et. al., 2010).

Tabela 12 – Brasil, Exigência em Temperatura (T), Precipitação (P) e Déficit Hídrico (DH)
para o Cedro Australiano (Toona Ciliata)
Espécie t (°C) P (mm) DH (mm)
Toona ciliata 20 a 28 800 a 3800 0 a 400
Fonte: Carvalho, 1994.

Nim (Azadirachta indica)


O nim suporta estiagem pronunciada e temperaturas altas, mas é muito sensível ao
frio.

No Brasil, seja qual for o objetivo do plantio, são inaptas para o cultivo do nim todas as
áreas onde a temperatura média anual é inferior a 20ºC. Quando o objetivo for apenas
produção de folhas, locais com temperatura média anual de 20ºC a 21ºC podem pro-
piciar resultados satisfatórios, desde que a temperatura média do mês mais frio seja
de 16,0ºC. Qualquer que seja o objetivo, são consideradas boas e ótimas, para o culti-
vo do nim, áreas onde a temperatura média anual situa-se de 21ºC a 23ºC, ou 23oC,
respectivamente (NEVES & CARPANEZZI, 2008).

A espécie pode ser cultivada em locais com diferentes regimes de chuvas. Há planta-
ções com sucesso, para produção de frutos, desde a região de Petrolina,
PE,/Juazeiro, BA, com precipitação média de 600 mm/ano e sete meses de seca, até
o oeste do Estado de São Paulo, com precipitações em torno de 1.200-1.400mm e 3-4
meses com pouca chuva (NEVES & CARPANEZZI, 2008).

Entretanto, já foi introduzida com sucesso em áreas onde a precipitação está em torno
de 250 mm anuais. (NEVES e NOGUEIRA, 1996).

No Brasil, nos biomas mais úmidos (Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia), a grande
maioria dos plantios de nim situa-se geralmente em solos profundos e drenados: ar-
gissolos, neossolos quartzarênicos e latossolos.

74 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Na Caatinga e em sua transição para a Zona da Mata, há bons plantios estabelecidos
em solos rasos, como luvissolos e neossolos litólicos. Os solos mais apropriados são
aqueles que apresentam pH entre 5,0 e 7,0 com baixos teores de alumínio trocável,
elevados teores de bases trocáveis e elevada saturação por bases. Esses solos são
encontrados, naturalmente, apenas na região Nordeste.

Para cultivar o nim em solos ácidos (pH < 5,0), é necessária a correção da acidez com
o uso da calagem. A espécie é exigente em N, P, K e Ca. Dependendo da região, os
aspectos físicos do solo podem ser mais limitantes que os químicos. A espécie suporta
período longo de seca, mas não tolera solos encharcados, mesmo que temporaria-
mente. Ela não é exigente quanto a solos profundos, mas requer solos permanente-
mente drenados ou bem drenados: daí, os solos nos biomas mais úmidos (Cerrado,
Mata Atlântica e Amazônia) devem ser necessariamente profundos e arejados, en-
quanto na Caatinga podem ser rasos.

Com base em observações de campo, nos biomas mais úmidos (Cerrado, Mata Atlân-
tica e Amazônia), a condição ideal é que o lençol freático esteja, de modo permanente,
a pelo menos 2 m da superfície. Fundos de vale com tendência ao acúmulo d’água
devem ser evitados para o plantio (NEVES & CARPANEZZI, 2008).

Cinamomo-gigante (Melia azedarach)


A espécie ocorre em regiões temperadas, subtropical e tropical, em altitudes de até
2000 m, com temperatura média anual em torno de 18°C e precipitação entre 600 e
2000 mm anuais. O cinamomo tolera períodos secos e, quando adultas as árvores
resistem a temperaturas de até -15°C (SCHUMACHER et . al., 2005). O cinamomo-
gigante, embora apresente comportamento superior em solos férteis e profundos, po-
de ser plantado em solos ácidos e arenosos. Em solos rasos e pedregosos seu cres-
cimento é lento. Solos hidromórficos não devem ser usados para a implantação do
cinamomo-gigante. Nas regiões sujeitas a geadas, o cinamomo não deve ser plantado
nos fundos de vale ou nas encostas com exposição sul (SCHUMACHER et. a.l., 2005).

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES MACROPEDOLÓGICAS E CLIMÁTICAS


PARA A SIVICULTURA E HEVEICULTURA NAS REGIÕES NORTE E NORO-
ESTE FLUMINENSE

Utlizando como referência o boletim de pesquisa e desenvolvimento número 60 da


EMBRAPA, “Aspectos culturais e zoneamento da seringueira no Estado do Rio de
Janeiro” (2004), as unidades macropedológicas e climáticas arroladas neste trabalho
foram adaptadas para a silvicultura em geral e para a eucaliptocultura em particular,
pois ao identificar as unidades nas zonas em questão, os dados climáticos foram ajus-
tados tomando como base o trabalho da FIDERJ de indicadores climatológicos com
séries estatísticas de até 35 anos de observação (Tabela 13).

Uma unidade macropedológica abrange uma coleção de tipos de solo com afinidades
físicoquímicas, de relevo e aderência às condições climáticas.

As inaptidões para a cultura da seringueira foram estendidas à silvicultura em geral e


as preferências, adaptadas (CARMO, et. al., 2004).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 75


Tabela 13 – N-NO Fluminense, Indicadores Climatológicos para a Heveicultura
EP ER P DP t
Município DEF o
(mm) (mm) (mm) (mm) C
Campos dos Goytacazes 1.181,9 1.077,2 1.086,8 104,7 234,5 23,2
Cardoso Moreira 1.166,5 925,3 925,3 241,2 239,6
Macaé 1.092,6 1.092,6 1.169,5 11,4 264,3 22,4
Conceição do Macabu 1.170,5 1.158,3 1.418,2 12,2
São Fidélis 1.244,4 984,2 984,2 260,2 202,9
São Francisco de Itabapoana 1.137,1 916,7 916,7 220,4 201,5 22,8
Cambuci 1.165,4 1.014,9 1.090,5 139,4 240,4
Itaperuna 1.165,4 1.046,2 1.167,2 119,2 215,2 22,4
Santo Antônio de Pádua 1.168,1 1.052,7 1.237,7 115,4 192 22,4
Porciúncula 1.082,7 988,5 1.196,4 94,2 251
EP (Evapotranspiração Potencial em mm); ER (Evapotranspiração Real em mm); P (Precipita-
ção Anual Média em mm); DEF (Deficiência Hídrica Anual em mm); DP (Desvio Padrão da
Média de Precipitações em mm) e T (Temperatura Média Anual em ºC).
Fonte: Fiderj, 1978 – adaptado pelos autores.

UNIDADES PR (consideradas preferenciais para a heveicultura)

As unidades PR1 se situam em áreas com altitudes de 400 a 800 m. e a vegetação


natural é de floresta tropical subperenifólia. O clima predominante é subtropical, úmi-
do, do tipo Cwa (Köppen) e, nas posições mais baixas do relevo, tropical, subúmido,
do tipo Aw. A temperatura média anual varia de 18 a 22 oC, sendo a temperatura mé-
dia do mês mais frio inferior a 20 oC. A precipitação média anual varia de 1.100 mm a
1.300 mm, havendo estação seca de 4 a 5 meses no período frio, com déficit hídrico
anual entorno de 100 mm e a evapotranspiração real média anual é superior a 900
mm.

A unidade PR1r possui relevo forte ondulado ou montanhoso e, menos frequentemen-


te, ondulado. É integrada por latossolos vermelho-amarelos e argissolos vermelho-
Amarelos, secundariamente cambissolos háplicos. Os solos em geral apresentam bo-
as propriedades físicas, são profundos, de elevada porosidade, permeáveis, bem e
acentuadamente drenados, de baixa reserva de nutrientes. O uso de mecanização fica
restrito a algumas práticas culturais e à tração animal. Possuem moderada suscetibili-
dade à erosão, sendo alta que nas partes mais dissecadas do relevo. Práticas de con-
trole dos processos erosivos devem ser adotadas. Distribuem-se em especial na Regi-
ão Noroeste e próximo a Laje de Muriaé, Miracema, Porciúncula, Natividade e peque-
nas áreas em Campos dos Goytacazes e Macaé (Serra).
As unidades PR2 se situam em áreas com altitudes de 300 a 600 m. e a vegetação
natural é de floresta tropical subcaducifólia. O clima predominante é tropical, subúmi-
do, do tipo Aw e, nas posições mais elevadas do relevo, subtropical, úmido, do tipo
Cwa. A temperatura média anual varia de 21 a 24 oC, sendo a temperatura média do
mês mais frio inferior a 20 oC. A precipitação média anual varia de 916 mm a 1.100
mm, havendo estação seca de 4 a 5 meses no período frio, com déficit hídrico anual
de 100 mm a 260 mm e a evapotranspiração real média anual é superior a 900 mm.

A unidade PR2s apresenta relevo ondulado, eventualmente forte ondulado. É integra-


da por argissolos vermelho-amarelos e argissolos vermelhos. Os solos são profundos,

76 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


bem drenados, de média reserva de nutrientes. Apresentam ligeiras limitações nas
condições físicas em subsuperfície, devido à textura argilosa e muito argilosa, conju-
gada com estrutura em blocos moderadamente desenvolvida, de forma que a percola-
ção de água é restringida, bem como a penetração de raízes. Apresentam moderada
suscetibilidade à erosão e moderado impedimento à motomecanização, necessitando
de práticas culturais que evitem processos erosivos na camada superficial do solo.
Ocorrem em uma pequena área, no município de Italva.

A unidade PR2r situa-se em áreas de relevo forte ondulado, por vezes ondulado ou
montanhoso. É integrada por argissolos vermelho-amarelos e latossolos vermelho-
amarelos. Os solos apresentam boas propriedades físicas, são profundos, de elevada
porosidade, permeáveis, bem e acentuadamente drenados, de baixa reserva de nutri-
entes. O uso de mecanização fica restrito a algumas práticas culturais e à tração ani-
mal. Possuem moderada suscetibilidade à erosão. Práticas de controle dos processos
erosivos devem ser adotadas. Ocorrem nas regiões interiores do Estado, em especial
próximas à calha do rio Paraíba do Sul, em Cambuci.

UNIDADES LR (consideradas de leve restrição para a heveicultura)

Essas unidades se situam em altitudes inferiores a 300 metros e a vegetação natural é


de floresta tropical subcaducifólia. O clima é tropical, seco, do tipo Aw. A temperatura
média anual varia de 22 a 25oC, sendo a temperatura média do mês mais frio superior
a 20oC. A precipitação média anual varia de 916 a 1.418mm, havendo estação seca de
4 a 6 meses no período frio, com déficit hídrico anual de 11 a 260mm e a evapotrans-
piração real média anual é superior a 900mm.

A unidade LR1 apresenta predomínio de relevo ondulado e suave ondulado. É inte-


grada por argissolos vermelho-amarelos e latossolos vermelho-amarelos. Os solos
apresentam boas propriedades físicas, são profundos, de elevada porosidade, perme-
áveis, bem e acentuadamente drenados, de baixa reserva de nutrientes. Em geral,
apresentam ligeira suscetibilidade à erosão e moderado a ligeiro impedimento a mo-
tomecanização. Ocorrem por todas as Regiões Norte e Noroeste Fluminense.

A unidade LR1s apresenta predomínio de relevo suave ondulado e ondulado. É inte-


grada por argissolos vermelho-amarelos, argissolos amarelos e, secundariamente,
argissolos vermelhos. Os solos são profundos, bem drenados, em geral de baixa re-
serva de nutrientes. Apresentam ligeiras limitações nas condições físicas em subsu-
perfície, devido à textura argilosa e muito argilosa, conjugada com estrutura em blocos
moderadamente desenvolvida, podendo ocorrer em alguns locais o caráter coeso, de
forma que a percolação de água é restringida, bem como a penetração de raízes. A-
presentam ligeira e moderada suscetibilidade à erosão, sendo relativamente freqüente
a ocorrência de elevado gradiente textural entre o horizonte superficial e o subsuperfi-
cial - mudança textural abrupta; portanto, necessitam de práticas culturais que evitem
processos erosivos na camada superficial do solo. Estas terras são mecanizáveis, no
entanto, podem apresentar moderado impedimento nas áreas de relevo ondulado.
Ocorrem na faixa litorânea, desde Itaguaí até a divisa com o estado do Espírito Santo,
e na Região Noroeste Fluminense.

A unidade LR1r situa-se em áreas de relevo forte ondulado e, secundariamente, ondu-


lado. É integrada por argissolos vermelho-amarelos, em geral intermediários para la-
tossolos, e latossolos vermelho-amarelos. Os solos apresentam boas propriedades

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 77


físicas, são profundos, de elevada porosidade, permeáveis, bem e acentuadamente
drenados, de baixa reserva de nutrientes, eventualmente média. O uso de mecaniza-
ção fica restrito a algumas práticas culturais e à tração animal nas áreas de relevo
forte ondulado e, nos terrenos com menores declividades, a restrição à motomecani-
zação é moderada. Possuem moderada suscetibilidade à erosão, sendo ligeira nos
locais de topografia ondulada. Práticas de controle dos processos erosivos devem ser
adotadas. Ocorrem nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense.

A unidade LR1sr possui relevo forte ondulado e montanhoso, eventualmente ondulado


com elevado grau de dissecação. É integrada por argissolos vermelho-amarelos e
argissolos vermelhos. Os solos em geral são profundos, bem drenados, de média re-
serva de nutrientes, eventualmente baixa. Apresentam ligeiras limitações nas condi-
ções físicas em subsuperfície, devido à textura argilosa e muito argilosa, conjugada
com estrutura em blocos moderadamente desenvolvida, de forma que a percolação de
água é restringida, bem como a penetração de raízes. Apresentam elevada suscetibili-
dade à erosão, necessitando de práticas culturais que reduzam os processos erosivos.
O uso de mecanização fica restrito a algumas práticas culturais e à tração animal. O-
correm na Região Noroeste Fluminense.

UNIDADE MR (Tabuleiros, consideradas de moderada restrição à heveicultura)

Essas unidades se situam em altitudes inferiores a 200 m. e a vegetação natural é de


floresta tropical subcaducifólia ou caducifólia. O clima é tropical, seco, do tipo Aw. A
temperatura média anual varia de 23 a 25 oC, sendo a temperatura média do mês mais
frio superior a 20 oC. A precipitação média anual varia de 916 mm (A1) atingindo 1.418
mm nas proximidades de Conceição de Macabu; havendo estação seca de 4 a 6 me-
ses no período frio; e déficit hídrico anual de 100 mm a 220 mm e a evapotranspi-
ração real média anual é maior do que 900 mm, podendo atingir valores ligeiramente
mais elevados nas vizinhanças de Italva.

A unidade MR1 apresenta relevo suave ondulado e ondulado, sendo integrada por
argissolos vermelho-amarelos e argissolos amarelos. Estes solos apresentam boas
propriedades físicas, são profundos, permeáveis, bem drenados, de baixa reserva de
nutrientes. Apresentam ligeira suscetibilidade à erosão e ligeiro a moderado impedi-
mento à motomecanização. Ocorrem em duas pequenas áreas no município de São
Francisco de Itabapoana próximo à Praça João Pessoa.

A unidade MR1s compreende áreas de tabuleiro costeiros, com relevo plano e suave
ondulado, integrada por latossolos amarelos, argissolos amarelos e, esporadicamente,
argissolos vermelho-amarelos. Os solos são profundos, bem drenados, de baixa re-
serva de nutrientes. Em geral apresentam caráter coeso em profundidade, que implica
em restrição à percolação de água, bem como à penetração de raízes, havendo, ain-
da, tendência de formação de crosta superficial no solo exposto, que resulta na redu-
ção da infiltração. Embora com relevo com pouca declividade, estas terras apresentam
ligeira suscetibilidade à erosão, muitas vezes ocorrendo elevado gradiente textural
entre os horizontes superficiais e subsuperficiais, requerendo práticas de conservação
para evitar a degradação da camada superficial do solo. Possuem ligeiro impedimento
à motomecanização. Situam-se na Região Norte Fluminense, nos municípios de São
Francisco de Itabapoana e Campos dos Goytacazes.

78 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A unidade MR1sr ocorre em relevo forte ondulado e ondulado, este com elevado grau
de dissecação. É integrada por argissolos vermelho-amarelos, argissolos vermelhos e,
em menor proporção, luvissolos crômicos e chernossolos argilúvicos. Os solos em
geral são profundos, sendo freqüente a ocorrência de saprolito entre 100 cm e 200 cm
da superfície, bem drenados, de média a elevada reserva de nutrientes. Apresentam
limitações nas condições físicas em subsuperfície, devido à textura argilosa e muito
argilosa, conjugada com estrutura em blocos moderadamente desenvolvida, de forma
que a percolação de água é restringida, bem como a penetração de raízes. Apresen-
tam elevada suscetibilidade à erosão, necessitando de práticas culturais que reduzam
os processos erosivos. O uso de mecanização fica restrito a algumas práticas culturais
e à tração animal. Ocorrem nas proximidades de Italva.

A unidade MR2 é integrada por latossolos vermelho-amarelos e, secundariamente,


argissolos vermelho-amarelos; apresenta relevo ondulado, em geral com declives infe-
riores a 20%. Os solos apresentam boas propriedades físicas, são profundos, de ele-
vada porosidade, permeáveis, bem e acentuadamente drenados, de baixa reserva de
nutrientes. Apresentam moderado impedimento à motomecanização. Possuem baixa
suscetibilidade à erosão. Ocorrem em uma faixa marginal à Serra do Mar, até a Lagoa
de Cima, em Campos dos Goytacazes.
Tabela 14 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Unidades Macropedológicas / Climáti-
cas e suas Restrições para a Silvicultura e Heveicultura
Unidades Sem Restrições Solo Relevo Relevo e Solo
PR1 (a) PR1r
PR2 (d) PR2s PR2r
LR1 (b) LR1 LR1s LR1r LR1sr
MR1 (c) MR1 MR1s MR1r MR1sr
MR2 (c) MR2
As letras entre parênteses referem-se à ordem decrescente de precipitação média .
Fonte: Adaptado do boletim de pesquisa e desenvolvimento número 60 da Embrapa (2004)
utilizando-se dados dos “Indicadores climatológicos do Estado do Rio de Janeiro”, FIDERJ,
(1978).

Quanto à aptidão para a silvicultura e/ou heveicultura em cada unidade macropedoló-


gica, resumidamente cabem os seguintes comentários:
a) A eucaliptocultura conta com diversas espécies, clones e variedades que podem
se adaptar a cada condição específica dentro das diferentes unidades; preferin-
do-se as mais aptas a condições de deficiência hídrica no inverno na Área Prefe-
rencial 1 onde se encontram as unidades MR e LR predominantemente e evitan-
do-se o plantio em baixadas, dando preferência às encostas;
b) O cedro australiano requer boas condições de solo e precipitação, sendo preferí-
vel nas unidades PR1 e LR1 podendo se adequar aos sistemas agroflorestais
(SAFs) como o consórcio café x cedro;
c) O nim e o cinamomo tem boa resistência aos déficits hídricos e podem ser culti-
vados na Área Preferencial 1;
d) A acacia mangium , tolerante às mais diversas condições de solo, deve ser pre-
ferida sempre que se encontrem solos com restrições de fertilidade e pedregosi-
dade, porém deve-se evitar o plantio próximo a fragmentos de mata nativa, pois

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 79


trata-se de cultura com grande potencial invasor, recomendando-se então uma
margem de, no mínimo, dois quilômetros de distância;
e) Para as árvores nativas em sistema agroflorestal (SAF), o programa Rio Rural
arrolou as espécies típicas de cada área em três levantamentos de campo na
região de tabuleiros, no Noroeste Fluminense e na região próxima a serra em
Campos dos Goytacazes e este trabalho deve orientar as recomendações de
plantio;
f) Para a heveicultura, as unidades PR são as preferenciais, seguidas das unida-
des LR, estas, porém, com restrições climáticas requerendo cuidados na implan-
tação;
g) Para outras espécies arbóreas não arroladas neste trabalho recomendam-se
ensaios de campo e pesquisas que atestem suas respectivas viabilidades para
as unidades macropedológicas aqui identificadas para as Regiões Norte e Noro-
este Fluminense.
Mapa 5 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas Preferenciais para a Cultura da
Seringueira (assinaladas em verde)

As áreas em verde são as preferenciais para a heveicultura.


Fonte: Cópia do Zoneamento Agroecológico (nas regiões Norte e Noroeste Fluminense) da
constante do boletim de pesquisa e desenvolvimento número 60 da EMBRAPA, (2004).

80 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A Eucaliptocultura e o Senso Comum

Maurício Boratto Viana, em seu estudo O Eucalipto e os Efeitos Ambientais do seu


Plantio em Escala de abril de 2004, disse:
“ ... além do papel estratégico da madeira plantada como matéria-
prima para o suprimento de segmentos industriais – moveleira, emba-
lagens, escoramento, artesanato, construção civil, combustível, car-
vão e inúmeros outros –, deve-se ressaltar a importância das florestas
homogêneas na conservação dos remanescentes florestais nativos
do País, com destaque para a Mata Atlântica, os cerrados e a própria
floresta tropical da Amazônia. Nesse contexto, embora as plantações
de Eucalyptus, Pinus e outros gêneros exóticos ainda sejam chama-
das por alguns de “desertos verdes”, pela suposta ausência de biodi-
versidade, essa questão parece estar já superada pelos plantios en-
tremeando espécies homogêneas com nativas.
Além de minimizar a pressão sobre os remanescentes naturais
e ser uma boa alternativa ao uso de combustíveis fósseis, as planta-
ções florestais de rápido crescimento podem ajudar na recuperação
de áreas degradadas – incluindo aquelas originadas de atividades de
mineração – ou com mau uso do solo, com a adoção de práticas de
controle da erosão, e ainda servir como quebra-ventos, por sua ro-
bustez e alta taxa de crescimento. Em sua obra,..., o Prof. Walter de
Paula Lima cita estudos que mostram que o escoamento superficial e
a erosão diminuem sensivelmente após o estabelecimento de planta-
ções de eucalipto em terrenos outrora degradados.
Outra opção que minimiza os impactos ambientais é o uso de
técnicas de consorciação de cultivo, os chamados “sistemas agroflo-
restais, agrossilviculturais ou agrossilvopastoris”, que permitem um
melhor aproveitamento de nutrientes e maior sustentabilidade. Se-
gundo Axel Grael, em entrevista a Daniela Dacorso na revista Ecolo-
gia e Desenvolvimento (“Os prós e os contras do eucalipto”, suple-
mento, v. 3, Outubro/1994, pág. 20-22), “o eucalipto pode ser consor-
ciado com culturas de milho, feijão ou banana, provocando um menor
desgaste do solo”, ou acoplado à criação de gado. Nesse caso, as
árvores são plantadas com certo espaçamento e, segundo ele, “en-
quanto elas estão crescendo, nascem outras plantas, que podem ser
utilizadas como pastagem” ...
“Por outro lado, quanto aos locais de implantação, o reflores-
tamento de eucalipto deve ser direcionado para a recuperação de á-
reas alteradas pelo homem, nunca em substituição à vegetação nati-
va. Como se disse anteriormente, no Brasil existem hoje cerca de trin-
ta milhões de hectares de áreas degradadas disponíveis para a silvi-
cultura. Não se pode esquecer também que a floresta se recupera à
base de 1 m³/ha/ano, enquanto o reflorestamento homogêneo pode
oferecer, no mínimo, 15 m³/ha/ano, o que significa que cada hectare
reflorestado garante a proteção de quinze hectares de mata, pelo
menos. Assim, ao se incentivar o plantio homogêneo em áreas de-
gradadas, automaticamente se estará afastando a possibilidade de
que ele seja levado a efeito em áreas cobertas por vegetação nativa.”
concluindo:
“ No momento, restará ao Poder Executivo, portanto, buscar meios –
entre os quais, a criação de uma série de incentivos, tributários e cre-
ditícios – para que sua proposta de plantio de eucalipto em pequena
escala se mostre exeqüível. Com a ajuda das técnicas de consorcia-
mento de florestas homogêneas e florestas nativas e de sistemas a-
grossilvopastoris, com a ajuda de instrumentos tais como a certifica-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 81


ção florestal e o cumprimento da legislação ambiental no que tange
às áreas de preservação permanente e às reservas legais, bem como
o respeito às populações tradicionais, é certo que os impactos ambi-
entais serão sensivelmente minimizados e ganhos sociais poderão
ser alcançados (VIANA, 2004).”
Foto 46 - Exemplo Manejo Sustentável Integrado entre Florestas Plantadas e Nativas

Fonte: Grupo Feltre, 2009

Já Silva (1996), no seu artigo “Funções ambientais dos reflorestamentos de eucalipto”,


explana:
“Com base em literatura especializada, 19 funções ambientais de
plantios de eucaliptos são apresentadas a seguir:
1) Melhoria da qualidade do ar
É bastante reconhecida a função da vegetação e, principalmente, dos
eucaliptais na liberação de oxigênio para a atmosfera, durante o pro-
cesso fotossintético. Portanto, trata-se de uma função benéfica para
todos os seres vivos que dependem desse elemento para cumprirem
seu ciclo vital.
2) Minimização do efeito estufa
Reconhece-se que os eucaliptais, enquanto grandes depósitos natu-
rais de carbono, podem se somar a outras formas para aliviar o pro-
blema do efeito estufa (Silva, 1994), advindo do excesso de 115 bi-
lhões de toneladas de carbono atmosférico. A capacidade estimada
de fixação de carbono, para espécies arbóreas de rápido crescimen-
to, é da ordem de 2,7 t.C/ha.ano (Salati, 1993 apud Silva, 1996).
3) Controle do efeito erosivo dos ventos
A utilização de eucaliptais como quebra-ventos é uma prática muito
difundida, principalmente em sistemas agroflorestais, a fim de minimi-
zar os efeitos da erosão eólica (Nair, 1985 apud Silva, 1996). Fernan-
des (1987) apud Silva, 1996 relata que o efeito de redução da veloci-
dade do vento para um agrupamento de árvores de altura h faz-se
sentir a uma distância de 3 h, antes que o fluxo de vento atinja as ár-
vores e de cerca de 20 h, depois que passa por elas.

82 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


4) Redução dos níveis de poluição aérea
Todo tipo de vegetação, incluindo os eucaliptais, desempenha impor-
tante papel na melhoria da qualidade do ar, pela absorção parcial ou
total de gases poluentes (dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio,
ozônio etc.), bem como pela retenção de particulados em sua pane
aérea (Mohr, 1987 e Mather, 1990 apud Silva, 1996).
5) Redução da intensidade dos fenômenos erosivos
Os eucaliptais maduros proporcionam adequada proteção ao solo,
notadamente em regime de rotações mais longas e associados a sub-
bosques bem desenvolvidos (Hunter Júnior, 1990), minimizando-se,
assim, os efeitos erosivos e protegendo a fertilidade do solo.
6) Regularização de mananciais hidricos
Apesar de vários estudos, citados por Lima (1993) apud Silva, 1996,
relatarem distúrbios no regime hidrológico de bacias reflorestadas
com espécies do gênero Eucalyptus, o mesmo autor demonstra que
os plantios maduros de eucalipto não apresentam efeitos hidrológicos
negativos. Agem, na verdade, regularizando a vazão dos mananciais
hídricos, exatamente por recobrirem efetivamente o solo, o que po-
tencializa os fenômenos de infiltração e percolação da água no perfil
do terreno, em detrimento dos efeitos adversos dos escorrimentos
superficial e subsuperficial.
7) Melhoria da capacidade produtiva do sitio
Inegavelmente, os eucaliptais maduros têm a capacidade de reciclar
do solo os nutrientes das camadas mais profundas para as superfici-
ais, mediante a ação das raízes pivotantes. Essa fertilização das ca-
madas superficiais ocorre pela deposição e posterior mineralização
do folhedo das árvores por parte da microbiota do solo.
8) Redução da pressão sobre a vegetação nativa
Hunter Júnior (1990) e Maia et al. (1992) apud Silva, 1996 são taxati-
vos ao afirmarem que as Florestas implantadas - incluem-se os euca-
liptais - contribuem para a redução da pressão sobre as formações
vegetais nativas, tendo em vista a possibilidade de contar com altas
produtividades e material homogêneo, minimizando, assim, a neces-
sidade de explorar as áreas nativas.
9) Estabilidade ecológica das áreas dos plantios
Por apresentarem sub-bosque geralmente diversificado, assume-se
que os eucaliptais apresentam a capacidade de garantir uma maior
estabilidade ecológica ás suas áreas de plantios, amplamente benéfi-
ca para a vida silvestre (Silva, 1994 apud Silva, 1996).
10) Manutenção da vida silvestre
Apesar do reconhecimento de que qualquer monocultura apresenta
uma menor biodiversidade, se comparada a ecossistemas nativos
bem preservados, os eucaliptais mostram-se em condições de abrigar
muitas espécies animais silvestres, principalmente pela função exer-
cida pela vegetação de sub-bosque em termos de fonte de alimento,
abrigo e refúgio á fauna silvestre (Evans, 1982 apud Silva, 1996).
11) Proteção aos ecossistemas aquáticos
Pelo fato de os eucaliptais maduros permitirem um recobrimento efe-
tivo do solo, minimizando, assim, os impactos decorrentes dos pro-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 83


cessos erosivos, com a conseqüente diminuição da turbidez e do as-
soreamento dos mananciais hídricos, identifica-se uma importante
função ambiental desse tipo de plantio junto aos ecossistemas aquá-
ticos (Silva, 1994 apud Silva, 1996).
12) Abrigo de parte da biodiversidade planetária
Os eucaliptais são depositários de uma pane da biodiversidade plane-
tária, tendo em vista suas áreas de vegetação nativa e sua flora típi-
ca de sub-bosque, as quais abrigam espécies de interesse medicinal
e até animais ameaçados de extinção (Maia et al., 1992 apud Silva,
1996).
13) Utilização para fins recreacionistas
A utilização das florestas implantadas com Eucalyptus para propósi-
tos recreacionistas vem tomando vulto nos últimos tempos, tal como o
Programa Pic-Nic na Floresta, desenvolvido pela empresa Duratex no
estado de São Paulo (Educação..., 1993). É um tipo de ação que de-
veria ser fomentada junto ao público urbano, o qual, por via de regra,
desconhece a importância ecológica dos eucaliptais implantados.
14) Melhoria do valor cênico da paisagem
É inegável que o recobrimento arbóreo, proporcionado por qualquer
espécie do gênero Eucalyptus, principalmente quando efetuado em
áreas degradadas pela ação humana, promove uma melhoria do va-
lor cênico da paisagem, além dos benefícios já explicitados sobre a
conservação dos solos, a qualidade do ar, a fauna silvestre e os ma-
nanciais hídricos (Silva, 1994 apud Silva, 1996).
15) Novas rendas rurais
O gênero Eucalyptus tem sido utilizado em sistemas agroflorestais, ou
saia, em consorciação racional com cultivos agrícolas e/ou pastagem
(Capitani et al., 1992). Esta situação implica o aumento da renda do
setor rural, não só pela redução dos custos de manutenção dos po-
voamentos, em razão da ocupação de suas entrelinhas com lavouras
ou pastagens por um determinado período, como também pela diver-
sificação da produção com a conseqüente redução de riscos para o
empreendedor (Nair, 1985 apud Silva, 1996).
16) Recuperação de áreas degradadas
Na atualidade, a expansão horizontal dos eucaliptais de empresas
vem ocorrendo, fundamentalmente, em áreas degradadas pela ação
antrópica (Siqueira Júnior, 199?). Isso induz à recuperação ambiental
desses ambientes pelo recobrimento arbóreo com a concomitante in-
corporação dessas áreas marginais ao processo produtivo.
17) Alternativa energética renovável
Pelo fato de os eucaliptais constituírem-se em importante fonte de
energéticos renováveis (lenha e carvão vegetal), fundamentais á so-
brevivência de significativos contingentes populacionais em todo o
mundo, percebe-se a sua importância estratégica e ecológica, esta úl-
tima em função de reduzir a pressão sobre as áreas de vegetação na-
tiva (Silva, 1994 apud Silva, 1996).
18) Produção científica e tecnológica
Reconhece-se que os plantios de eucaliptos contribuíram para o enri-
quecimento da pesquisa florestal em todo o mundo, principalmente
pelo fato de ser a espécie florestal mais plantada em várias partes do

84 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


planeta. No caso do Brasil, é inegável o grande acúmulo de conheci-
mentos científicos e tecnológicos desencadeados com a implantação
do gênero Eucalyptus em terras de empresas ou de produtores rurais,
bem como na parte de industrialização e beneficiamento da madeira
e subprodutos.
19) Geração de novas divisas e garantia de produtos florestais
Esta função ambiental dos eucaliptais implantados no Brasil apresen-
ta forte conotação sócio-econômica, pois, à medida que os plantios
mostraram-se capazes de abastecer o mercado interno e com o ex-
cedente alcançaram o mercado internacional, geraram-se novas divi-
sas, com reflexos evidentes em vários fatores do meio antrópico. Os
setores brasileiros de papel e celulose podem ser utilizados como e-
xemplo, pois ocupam anualmente 4% da pauta de exportações brasi-
leiras, à base de madeira de Eucalyptus (Carvalho & Silva, 1992 apud
Silva, 1996).”
Constata-se na atualidade que
a) quanto à produção da silvicultura – madeireira e não madeireira - do estado do Rio
de Janeiro é insignificante ensejando importações que superam os 1,2 bilhões de
reais anuais, uma expressiva saída de resultados que contribui negativamente pa-
ra a balança comercial estadual;
b) no que diz respeito à geração de empregos, é fato que a pecuária extensiva, que
predomina nas regiões Norte e Noroeste fluminense, gera menos ainda que a sil-
vicultura1. Em estudo de caso efetuado na Fazenda Bacopari em Inhaúma, MG,
em 2004, observa-se que, mesmo em regime semi-intensivo, confinamento com
suplementação por silagem, a geração de empregos diretos na pecuária é mínima
(Tabela 15).
Tabela 15 - Empregos Gerados e Rentabilidade da Pecuária de Corte em Sistemas Semi-
Intensivo e Extensivo
Fator Sistema Semi Intensivo Sistema Extensivo
Área ocupada (ha) 155 155
Número de empregados 3 1
Área por emprego direto 51,6 155
Rendimento (@/ha) 33,56 3,25
Ocupação (animal/ha) 4,3 0,8
Fonte: Estudo de Caso, Fazenda Bacopari, Inhaúma, MG, 2004; Portal Agronomia, 2009.

Quando comparada à olericultura, à fruticultura e às culturas anuais, a silvicultura gera


menos empregos diretos. A silvicultura se mostra vantajosa em relação à pecuária
extensiva. Ela tem um grande potencial de induzir a criação de empregos nas cadeias
produtivas acessórias como a da apicultura, óleos essenciais, essências, alimentos,
etc. Quanto aos empregos indiretos, os coeficientes da Tabela 16, mostram que tanto
há expansão no número ofertado quanto contração, o que depende do movimento em

1
Usando como referência a planilha de custos efetuados pela LUCAHE, no Anexo III deste capítulo, para
um ciclo de 6 anos, a LUCAHE utiliza 64 dias homens/hectare do plantio à entrega do produto, o que
equivale a 1 emprego direto para 26,25 hectares por ciclo de 6 anos, e segundo a Tabela 17, um empre-
go direto pode equivaler a 3,92 empregos indiretos na cadeia da silvicultura. Isto resulta que um emprego
direto gerado pela pecuária extensiva equivale a quase seis na silvicultura.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 85


que se localiza a atividade indutora. Assim a silvicultura, como um primeiro movimen-
to, produz expansão da oferta direta e indireta: para cada emprego direto correspon-
dem 3,92 empregos indiretos, com um efeito multiplicador da renda de 2,92. Já nos
segmentos subseqüentes, processamento da madeira e móveis, segundo movimento,
há uma expansão da oferta direta e uma redução no fator gerador de empregos indire-
tos provocada pelos novos empregos diretos criados. Além disto, há que se considerar
como relevante ao processo de sustentabilidade do desenvolvimento, a esparsidade,
ou seja, a distribuição espacial da oferta, o que se revela muito importante numa con-
textualização regional associada a uma configuração de arranjo produtivo.

Tabela 16 – Brasil, Distribuição dos Empregos Gerados no Setor de Florestas Plantadas


Empregos – Setor Florestas Plantadas
Segmento
Diretos Indiretos Efeito Renda Total
Florestas Plantadas – Silvicultura 231.328 906.867 593.840 1.732.035
Carvão Vegetal 17.873 209.364 753.199 980.436
Processamento da Madeira 155.003 114.727 218.469 488.199
Indústria Móveis 118.429 87.656 166.919 373.004
Celulose e Papel 113.600 258.182 767.661 1.139.443
Total 636.233 1.576.796 2.500.088 4.713.117
Fonte: ABRAF 2009 adaptado

c) quanto às questões ambientais, a silvicultura, em função da regulação existente,


hoje é a atividade econômica do setor produtivo rural no estado do Rio de Janeiro
que mais respeita a legislação. Há diversos processos com pequenas áreas que
necessitam fazer comunicação junto ao INEA para não estarem sujeitas a embar-
gos ou dificuldades na colheita e transporte. A título de exemplo, observe na Foto
47 o contraste entre uma área de pecuária extensiva e uma reflorestada.
Foto 47 - Área em Eucalipto ao Lado de Área de Pastagem da Pecuária Extensiva

Foto dos Autores em fevereiro de 2011

86 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


d) quanto à geração de receita, estimativas recentes da LUCAHE Agropecuária a-
pontam para uma taxa média de retorno de pelo menos duas vezes maior da silvi-
cultura em relação à cana-de-açúcar e de, no mínimo, cinco vezes maior em rela-
ção à pecuária extensiva (Comunicado pessoal, MEIRELES, H.P., LUCAHE,
2011).

e) No que se refere à produção de alimentos, o modelo agroflorestal, regra geral,


aumenta a produtividade das atividades agropecuárias tradicionais existentes, a-
lém de ensejar a sua diversificação, com produtos de bom ou maior valor agre-
gado com baixo consumo de área (e.g. o mel pode render mais de 20 kg /ha/ano).

Compensações Ambientais (Mata Atlântica) e Sistemas Agroflorestais (SAFs)

O custo para se reflorestar uma área com espécies arbóreas nativas é variável em
função das condições do terreno (relevo, fertilidade, umidade etc.), do valor da mão de
obra e das mudas e mesmo do sistema ou processo adotado para a sua execução. O
modo mais barato, é sem dúvida nenhuma, cercar a área para evitar trânsito de ani-
mais de criação e deixar a natureza responder. Para isso, é necessário que existam
fontes de sementes ao alcance da área, animais e avifauna para dispersá-las. Natu-
ralmente, espécies mais resistentes vão se estabelecendo, trazidas por pássaros ou
pelo vento e formando os variados estágios sucessionais de regeneração. A desvan-
tagem de tal método é que algumas espécies em grande risco de extinção podem não
ser dispersas facilmente. Para contornar tal desvantagem, é possível intervir oportu-
namente plantando mudas bem formadas e fortes à sombra dos arbustos e árvores
pioneiras, homogeneizando e acelerando a recuperação florestal.

Outra forma de pensar a recomposição vegetal é considerar que para pequenas pro-
priedades, a perda de área disponível para a produção pode constituir um fardo eco-
nômico que inviabiliza o sustento dos que dela dependam. Sob esta ótica, devem ser
considerados com propriedade os Sistemas Agroflorestais, SAFs. O plantio de espé-
cies nativas entremeados com espécies de possível aproveitamento econômico, sem a
promoção do corte raso da área total, pode minorar os custos da compensação ambi-
ental.

Atividades tais como a coleta e comercialização de sementes, óleos medicinais e es-


senciais, frutas e castanhas e mesmo madeira nobre de longo ciclo podem constituir
alternativa viável. Por exemplo, a sapucaia (árvore nativa na Região) produz casta-
nhas saborosas e sua madeira é de boa qualidade. O plantio persistente de árvores de
sapucaia pode garantir, no longo prazo, a exploração autossustentada de seus recur-
sos, possibilitando o corte raso racional, pois sempre haveria árvores em diversas ida-
des na área. Isto seria como um pecúlio em que se teriam árvores para cada geração
da família e o compromisso de cada geração em possibilitar que as futuras também
usufruam desta magnífica árvore.

Em alternativa, recente, objeto de estudo conduzido por WERNECK, L. G.; 2011, em


São Francisco de Itabapoana, computou os gastos no plantio e tratos culturais do pri-
meiro ano de 400 árvores nativas com 20 espécies diferentes, nas condições de cam-
po em área de proteção permanente (faixa marginal de proteção de curso d’água).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 87


Tabela 17 - São Francisco de Itabapoana, Custo de Produção no Plantio e Manejo Inicial
de Árvores Nativas
Elemento de Plantio Período Unid. Quantidade Valor (R$) Total (R$)
Preparo do Solo 07/jan hTR 0,5 70 35,00
Preparo do Solo 06/mar hTR 0,5 70 35,00
Mudas 06/mar unid. 400 1 400,00
Plantio 15/mar d/h 4 40 160,00
Plantio 18/mar d/h 5 40 200,00
Hidroterragel kg 2 80 160,00
Superfosfato Simples kg 20 2 40,00
Subtotal 1.030,00
Rega e Replantio 22 a 31/3 d/h 3 30 90,00
Mudas Replantio 22 a 31/3 unid. 8 1 8,00
Coroamento e Limpa 26 a 28/4 d/h 4 35 140,00
Plantio Mandioca Bordadura 06/mai d/h 4 35 140,00
Molhamento e Limpa 21/jun d/h 2 35 70,00
Molhamento e Limpa 20/ago d/h 8 35 280,00
Mudas Replantio 20/ago unid. 62 1 62,00
Molhamento e Limpa set d/h 8 35 280,00
Mudas Replantio jan/11 unid. 40 1 40,00
M. O. Replantios d/h 2 35 70,00
Subtotal 1.180,00
Total Implantação 2.210,00
Total por Muda Plantada 5,53
Fonte: WERNECK, L. G.; 2011

Para um espaçamento médio de 9m2 por planta, apenas no primeiro ano pode-se ex-
trapolar para um custo de R$6.144,44/ha, superior ao custo de implantação e manu-
tenção de um hectare de eucalipto por um ciclo de seis anos estimado pela LUCAHE
agropecuária. Para minimizar o custo, o pesquisador plantou mandioca nas entrelinhas
e bordaduras e o valor da primeira colheita, para mesa é estimado em R$5,50/caixa x
80 caixas = R$440,00, o que diminuirá o custo para R$4.916,20/ha. O autor pretende
replantar a mandioca, pois a mesma além de auxiliar nas despesas serviu de proteção
às mudas, diminuindo o efeito da insolação direta e do vento, que na região em ques-
tão são muito agressivos. Estes números são compatíveis com os relatados pela litera-
tura, pois segundo Chabaribery et al. (2007):
“As estimativas de custo operacional total (COT) por hectare de mata
ciliar formada variou de R$ 4.323,32 a R$ 5.122,33, sendo que a
despesa com mudas é o item mais oneroso, conseqüência do déficit
na oferta de sementes e mudas de espécies nativas.”
Há uma variabilidade de custos segundo as situações e métodos empregados, em que
as comparações no tempo ficam prejudicadas, pois os valores atribuídos às mudas,
mesmo quando atualizados, sofrem efeitos significativos de subsídios. Aliás, as mudas
utilizadas no ensaio do pesquisador Werneck também estão apreciadas com valores
inferiores aos de mercado, pois foram fornecidas por viveiro público de mudas. Só
para se ter uma dimensão, uma boa muda de árvore nativa no Jardim Botânico do Rio
de Janeiro custa pelo menos R$ 3,00 (ou seja 3x o valor usado na pesquisa que já se

88 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


mostrou sem viabilidade). Isto se deve a complexidade de se produzir muitas mudas
de muitas espécies nativas. Cada uma tem sua peculiaridade, sementes de muitas
espécies nativas são difíceis de obter, estocar e o tempo de produção é muito maior
que o de um exótica clonal, por exemplo.
Foto 48 - Consórcio Abóbora x Eucalipto na LUCAHE Agropecuária

Fonte: Meireles, 2010

Considerando o experimento recente descrito, é imperativo que as mudas de espécies


arbóreas nativas, notadamente as de mais difícil produção e em risco de extinção,
sejam subsidiadas ou mesmo doadas para se assegurar a sobrevivência destas espé-
cies. Do mesmo modo, LOPES et al. (2009), observaram que as mudas devem ser
produzidas o mais próximo possível para assegurar a sobrevivência das espécies a-
daptadas a cada paisagem e que pouco adianta trazer mudas de uma região, para
plantio em outra para a conservação da biodiversidade dessa outra.

4. MODELOS E SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA SILVICULTURA


O que difere um cultivo de árvores de outro cultivo qualquer é principalmente o tempo
de ocupação do solo. Os ciclos de produção são longos e podem durar décadas, de
modo que o retorno do capital investido é substantivamente mais longo. Em contrapar-
tida, os riscos podem ser menores, se comparados a uma lavoura anual. Árvores, se
bem adaptadas ao sítio em que se encontram, são mais resistentes às intempéries,
possuem custos de manutenção reduzidos e em geral seus preços de comercialização
não oscilam tanto quanto os de lavouras anuais. A liberdade de se escolher o momen-
to da colheita e a menor necessidade de cuidados para a conservação e transporte
também contam como vantagens comparativas. Um cultivo de árvores pode ser feito
desde modelos de monoculturas, em talhões, evoluindo até os sistemas consorciados
agroflorestais. O primeiro modelo tem como vantagem a racionalização dos tratos cul-
turais, porém com a desvantagem de ser mais susceptível a pragas e doenças, o que
aumenta o seu risco. Tal desvantagem se agrava com os plantios monoclonais (com
um tipo genético único). Já os sistemas agroflorestais (SAFs) são mais resistentes ao
ataque de pragas e doenças, porém possuem manejo bem mais complexo.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 89


Resumidamente os processos de produção se estruturam em:
1 – Cultivos monovaretais em talhões: Os talhões são para possibilitar o trânsito no
cultivo e a contenção e combate às chamas de incêndios inoportunos. A construção de
estradas e aceiros representa mais de 30% do custo da madeira posta na indústria.
Portanto, o posicionamento e dimensões dos talhões devem ser planejados de modo a
facilitar e racionalizar a exploração. Estudos tem demonstrado que a distância máxi-
ma de arraste ou transporte, do ponto de corte até os carreadores, deve se situar ao
redor de 150 m. Dessa forma os talhões devem ter 300 m de largura, podendo chegar
a 1.000 m de comprimento. (DANIEL, O.; 2006)
Figura 3 - Modelo Básico (Linear) de um Arranjo de Talhões e Aceiros

Fonte: (DANIEL, O.; 2006).

Foto 49 - LUCAHE Agropecuária, SFI, Talhões de Eucalipto em Diversos Estágios

Fonte: Meireles, 2011

90 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


2 – Cultivos multivarietais em talhões: Neste modelo, uma mesma propriedade po-
de ter diversos talhões com variedades ou espécies diferentes, criando maior hetero-
geneidade genética para enfrentar adversidades. Nas áreas planas ou levemente on-
duladas a porcentagem de vias de acesso não deve exceder 5% do total, ou seja, 1
km para cada 15 a 20 ha. Já nas áreas inclinadas, esta porcentagem será maior, devi-
do à extração manual e com animais, onde a distância de arraste não deve ultrapassar
40 a 50 m (DANIEL, O.; 2006).
3 – Cultivos em fileiras. Neste modelo, fileiras de silvicultura são entremeadas por
outras atividades como pastagens, por exemplo, ou mesmo são espaçadas nos rumos
e nas niveladas básicas do terreno cumprindo a função de amenizar os ventos e me-
lhorar a retenção de água, proporcionar sombra etc. É, praticamente, um modelo de
SAF.
4 – Cultivos em sistemas agroflorestais (SAFs). Neste modelo compara-se a pro-
dução de cada atividade em modelo único com a produção quando consorciado. Ha-
vendo sinergia positiva, isto é, o somatório das produções dos cultivos solteiros dividi-
da pela produção do cultivo consorciado, se maior que um, representa um ganho na
produtividade por área (índice de equivalência de área, ou IEA). A biodiversidade nes-
te modelo é a maior dentre os quatro comentados, embora o manejo seja mais com-
plexo.
Mesmo os cultivos nos modelos 1 e 2, quando entremeados por faixas de vegetação
nativa em consórcio, contam com a vantagem de aumentar a biodiversidade do sítio,
diminuir a velocidade de propagação de chamas e abrigar a fauna que melhoraria o
equilíbrio ecológico do modelo.
“Algumas empresas, para melhor proteção contra incêndios, utilizam
faixas de mata nativa dentro dos talhões, que podem servir também
como abrigo para animais (DANIEL, O.; 2006).”

Quanto aos processos de produção, há desde os altamente mecanizados, mais apro-


priados para áreas planas, em que até mesmo o preparo do solo é mínimo, efetuado
com subsoladores arrastados por tratores de grande potência que preparam os sulcos
para o plantio com ervas e capins competidores dessecados por herbicidas até siste-
mas quase totalmente manuais com abertura de covas, capinas, roçadas, coroamento,
desramas etc. e colheita com tração animal em áreas acidentadas.

Foto 50 - Pottiputki, Instrumento Auxiliar no Plantio Manual

Fonte: (DANIEL, O.; 2006)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 91


Quanto mais mecanizáveis forem as tarefas, menor o custo de produção, desde que o
volume seja suficiente para amortizar os custos de aquisição ou aluguel das máquinas
e implementos. Assim, no caso de se adotar um modelo de fomento florestal em par-
ceria ou sociedade com os produtores individuais, a criação de patrulhas mecanizadas
para a prestação de serviços pode contribuir em muito para a redução de custos de
implantação para pequenos produtores. Mesmo as áreas acidentadas podem contar
com equipamentos que maximizam as operações; como por exemplo, máquinas portá-
teis para abertura de covas, nebulizadores/fumigadores para controle de formigas, etc.

Fotos 51 e 52 - Plantadeiras de Mudas Florestais por meio de Tração Animal (a) e Meca-
nizada (b)

Fonte: (DANIEL, O.; 2006).

Fotos 53 e 54 - Equipamentos de Colheita Florestal para Corte e Empilhamento: Cabeças


de Feller Buncher Tesoura (a) e Motosserra (b)

Fonte: (DANIEL, O.; 2006).

Os processos de produção também variam segundo o propósito da mesma. Planti-


os com finalidades puramente energéticas são mais adensados; para o corte final para
serrarias, desbastados periodicamente e visando a extração de óleo essencial das
folhas, podados para aumentar as brotações e facilitar a colheita.

92 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 4 - Exemplos de Desbastes em Espaçamentos Predeterminados e em Linhas ou
Faixas, Adequados para um Sistema de Produção Visando Serraria no Corte Final

(DANIEL, O .; 2006)

Foto 55 - Operação de Colheita de Folhas para Extração de Óleo Essencial

(GALANT,I 1987) apud DANIEL, O.; 2006

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 93


Fotos 56, 57, 58 e 59 - Equipamento Básico para Produção de Óleo Essencial: Caldeira
(a), Dorna (b), Destilador (c) e Separador (d)

(DANIEL, O.; 2006)

Quanto aos sistemas agroflorestais, (SAFs), pode-se dividi-los em cultivos mistos, em


que duas ou mais culturas são plantadas simultaneamente sem organizá-las em filei-
ras; cultivos intercalados, em que organiza-se o plantio em fileiras; cultivos em faixa,
em que as culturas ocupam faixas diferentes e os cultivos de substituição, em que
uma ou mais culturas são plantadas em tempos distintos no mesmo terreno (MACE-
DO, R. L. G. et al; 2010). Segundo Schreiner (1989):
“ ...culturas agrícolas, em consórcio com reflorestamentos de Eu-
calyptus no sul-sudeste do Brasil, em fase de implantação, podem
produzir quatro benefícios:
a) Receita adicional suficiente para atender, pelo menos, parte
dos custos de implantação e manutenção inicial da floresta;
b) Efeitos sobre o solo e o ambiente capazes de favorecer o de-
senvolvimento da espécie florestal;
c) Maior oferta de alimentos para a comunidade, sem comprome-
timento de áreas exclusivamente para esse fim; e
d) Oportunidade para a manutenção, junto às empresas, de um
contingente adicional de mão-de-obra.”

94 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


No caso de se substituir uma fração da área ocupada por pasto com criação extensiva
e de baixa produtividade de gado por silvicultura, alguns estudos mostraram ganhos
de produtividade de 13% na produção pecuária, mesmo destinando-se parte do pasto
para Eucalyptus, que teve uma produção de 80% em relação ao cultivo solteiro, confi-
gurando, assim um IEA de 1,93 (VALE, 2004 apud. MACEDO, R. L. G. et al; 2010):
Outra motivação para se estudar e estimular SAFs foi muito bem observada por (DA-
NIEL, O.; 2006):
“Ecologicamente os grandes maciços florestais homogêneos tem sido
muito criticados, devido à dificuldade de instalação da vida animal,
por falta de abrigos e alimento.
Para atrair fauna silvestre algumas empresas já estão utilizando o
plantio de frutíferas, pois a presença de algumas espécies de aves e
mamíferos são essenciais no controle de pragas tais como formigas,
lagartas e outros, além de dar um aspecto de vida às florestas planta-
das, que são pobres também em insetos inimigos naturais de outros
que são pragas.
Verifica-se assim a necessidade de se deixar áreas de preservação
com matas nativas, e não somente o exigido por lei nas margens de
rios e locais de difícil acesso. Seu tamanho não deve ser tão pequeno
a ponto de não atrair animais que possam beneficiar a floresta. Se as
áreas deixadas forem pobres em alimento para espécies de animais
de interesse, deve-se estudar a possibilidade do enriquecimento.
A distribuição das florestas de preservação deve ser estratégica para
que possam realmente auxiliar a floresta plantada. Deve-se deixar
faixas entrecortando o povoamento, fora aquelas que em algumas
empresas são usadas para evitar a passagem de fogo, ou se for o
caso, aumentar a área desses aceiros "vivos", aumentando seus be-
nefícios.”
Se tais faixas de vegetação nativa, enriquecidas ou não com frutíferas e árvores exóti-
cas de interesse tanto econômico quanto ambiental, forem localizadas estrategicamen-
te interligando fragmentos de matas nativas remanescentes e/ou áreas de proteção
permanente, haverá a possibilidade do trânsito da fauna nativa e o fluxo gênico, con-
tribuindo tanto para a conservação da biodiversidade através de “corredores de vege-
tação”, quanto para o aumento das produtividades das atividades agrárias e florestais.

5. PROPOSTA DE UM MODELO DE EXPLORAÇÃO PARA UM PROGRAMA


DE ESTÍMULO À SILVICULTURA NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE
FLUMINENSE
O estudo da FIRJAN de 2009 apontava para a possibilidade de se substituir uma fra-
ção da área ocupada por pastos degradados no estado do Rio de Janeiro pela silvicul-
tura, notadamente a do eucalipto. Em função das considerações expostas neste traba-
lho, e tendo em tela os princípios previstos na legislação ambiental propõe-se que:
1) O modelo de negócio no que diz respeito ao modo de exploração seja via fomen-
to florestal, similar ao estimulado pela Aracruz-Fíbria no Noroeste Fluminense,
em que o investidor fornece orientação e planejamento da ocupação fundiária in-
dicada, capital, qualificação e assistência técnica e/ou insumos e serviços de
mecanização agrícola e o produtor entrega o produto em pagamento, assumindo
o compromisso de se adequar ambientalmente. Este modelo está aperfeiçoado
no modelo de regulação, com algumas variantes importantes, em que se procura

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 95


deixar clara a repartição de ações e co-responsabilidades para o sucesso do
empreendimento entre produtores e empreendedor/grande produtor, com a ob-
servância do modelo proposto de desenvolvimento negocial e regional;
2) este modelo não impede que os empreendedores adquiram áreas para garantir
uma eventual produção mínima e/ou para a pesquisa, desenvolvimento e exten-
são de tecnologias adaptadas às condições e idiossincrasias regionais;
3) a contrapartida ambiental de recomposição da Mata Atlântica, prevista em lei,
deve contar com estímulo público, centrada no fornecimento de mudas de espé-
cies nativas seja através de seu fornecimento terceirizado pelo Governo, seja
mediante a concessão de um subsídio especificado, o que deve assegurar a via-
bilidade econômica do empreendimento. Aliás, há previsão legal quanto ao for-
necimento público de mudas de espécies nativas, o que não tem ocorrido;
4) a produção de mudas nativas seja terceirizada para módulos em pequenas uni-
dades de produção dispostas geograficamente nas comunidades existentes que
transformar-se-ão em ecovilas, como forma de agregar valor à economia rural e
fixar a mão de obra no campo. Deve-se lembrar que a produção local de mudas
nativas com a coleta de sementes na própria bacia hidrográfica é a melhor solu-
ção para a manutenção da biodiversidade dos biomas;
5) as propriedades rurais tenham certificação acerca do respeito aos parâmetros
legais e ambientais e que tal certificação as habilite a um crédito de investimento
diferenciado em função do grau de adequação e respeito à biodiversidade, ser-
vindo assim à certificação de qualidade e sustentabilidade ambientais de suas
produções;
6) se constitua um fundo específico para subsidiar a recuperação e interligação dos
fragmentos remanescentes de mata nativa e corredores de vegetação, nos mol-
des do recentemente sancionado Programa Amigos da Natureza (PAN). Este
fundo pode ser alimentado por uma pequena taxa sobre atividades poluidoras da
região, (a exploração petrolífera, por exemplo) como uma fração das compensa-
ções ambientais;
7) este fundo financie produtores em programas para o aumento da produtividade
de sua atividade agrícola que se desenvolva em convivência ou acessória à flo-
resta plantada comercial e restituída, entendida e regulada nos moldes do pa-
gamento por serviços ambientais;
8) as instituições de ensino, pesquisa e extensão rural regionais sejam direcionadas
e alimentadas com recursos contra resultados mensuráveis, para treinamento e
pesquisas específicas em silvicultura e SAFs estruturando programas de capaci-
tação dos produtores e trabalhadores envolvidos, constituindo unidades distribu-
ídas junto às comunidades que sustentarão os projetos, criando linhas de pes-
quisa e inovação, constituindo bases de conhecimento, entre outras, com acom-
panhamento público continuado de seus resultados;
9) conjugado aos grandes investimentos em silvicultura se contemple sistematica-
mente recursos para cadeias produtivas acessórias que beneficiem as popula-
ções rurais, tais como o estímulo a apicultura, cogumelos, flores, essências, re-
sinas alimentos, tecidos, entre outros; coleta e beneficiamento de sementes; tu-
rismo rural, extração de óleos essenciais; constituição de linhas de produção di-
versificadas em madeira, e explorações diversas da variedade de SAFs;
10) os municípios produtores florestais recebam compensações pelo carbono fixado
e exportado na repartição e repasse de recursos oriundos do processamento in-

96 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


dustrial deste carbono e que se evite a concentração de lavouras em poucos
municípios para evitar o desequilíbrio fiscal;
Figura 5 - Exemplos de Balanço no Consumo e Liberação de CO2 nas Cadeias Produtivas
Madeireiras

Fonte: Grupo Feltre, 2009

11) haja uma flexibilidade no licenciamento da silvicultura em determinadas áreas


hoje restritas (Foto 60), como por exemplo, em rupturas de tabuleiro e áreas de
maior declividade, pois a silvicultura tem um potencial maior de proteção do solo
e ciclagem de nutrientes do que as pastagens que atualmente ocupam tais á-
reas, ainda que seja com o compromisso de deixar a área para o final do ciclo
produtivo para manejo em SAFs;
12) as compensações ambientais previstas em lei (cuja legislação está em vias de
ser alterada) sejam concentradas no entorno dos fragmentos florestais remanes-
centes de forma a interligá-los com corredores para permitir o fluxo gênico da
fauna e flora assegurando a preservação da biodiversidade regional e que as
mudas sejam feitas localmente com material genético dos próprios fragmentos
preferencial ou manda-toriamente;
13) o marco institucional legal seja uma plataforma de regulação que transponha
para esta toda a orientação, diretrizes e políticas que estabeleça única e exclusi-
vamente o que é proibido fazer em termos de silvicultura no Norte e Noroeste
Fluminense, e o que é proibido consiste exatamente em somente o que com-
promete a sua viabilidade, existência e sustentabilidade;
14) o marco de regulação legal, assim constituído para a silvicultura, seja único para
as Regiões Norte e Noroeste Fluminense, ordenando e regulando a atividade
com base e suportado pelos fundamentos enunciados neste texto - desburocrati-
zando as iniciativas e evitando sobreposições com e entre legislações municipais
com múltiplas interpretações;
15) a silvicultura na Região constitui um motor de seu desenvolvimento sustentável.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 97


Foto 60 - SAF Eucalipto x Café em Varre Sai

Fonte: Foto dos Autores em 2011

6. VALOR DE MERCADO DAS PROPRIEDADES RURAIS NAS REGIÕES


NORTE E NOROESTE FLUMINENSE
Os valores negociados na compra e venda de propriedades rurais nem sempre são
facilmente acessíveis para pessoas estranhas às negociações por diversos motivos.
Os compradores não querem inflacionar o mercado e os vendedores não desejam o
conhecimento público de sua renda. Do mesmo modo, raramente se noticia oficial-
mente o valor real da transação por motivos de tributação. A EMATER-Rio comunica o
valor da terra em função de conversas com compradores, vendedores e intermediários
das negociações. Normalmente, uma propriedade rural não constitui um ativo com
grande liquidez. Quando se decide pela venda, ou é por necessidade de equilibrar as
finanças do proprietário, ou para aproveitar uma oportunidade de negócio ou mesmo
para mudar de atividade ou localização. O mais comum é ver negócios serem efetua-
dos após o falecimento do titular de uma propriedade por parte dos seus herdeiros. No
caso de emergências financeiras, os vendedores costumam procurar compradores
que dispõem, sabidamente, de grande liquidez, e estes, por sua vez, tentam impor os
preços mais baixos possíveis. No entanto, verifica-se que existem tendências regio-
nais que ajudam a apreciar ou depreciar uma propriedade rural, quais sejam:
1) localização: quanto mais próxima a propriedade de fontes de água, comércio,
mão de obra disponível e estradas regulares com facilidade de acesso e escoa-
mento, mais valorizadas;
2) fertilidade natural e topografia: quanto mais fértil a terra e mais mecanizável os
tratos culturais, mais vale;
3) regularização fundiária: terras associadas a espólios ou inventários tem dificul-
dade de acesso ao crédito rural;
4) benfeitorias - obviamente que uma propriedade que dispõe de muitas benfeitori-
as como galpões, casas, açudes, sistematização de solos para irrigação, flores-
tas plantadas etc. possuem valorização, mesmo que nem sempre proporcional
ao valor destas benfeitorias;

98 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


5) tamanho da propriedade: quanto maior a propriedade, menor o valor médio por
hectare, até um determinado limite.

Observando-se a Tabela 18, verifica-se, que em média, os municípios de relevo mais


acidentado comunicam valores menores que os de relevo mais plano.

Tabela 18 - Região Norte-Noroeste Fluminense, Valores das Terras (ha), 2010


Municípios Fonte 1 (R$) Fonte 2 (R$) Fonte 3 (R$)
Campos dos Goytacazes 6.198,00
Cardoso Moreira 5.000,00
São Fidélis 4.000,00
São Francisco Itabapoana 6.000,00 8.264,46 5.631,56
Macaé 5.000,00
Conceição de Macabu 8.500,00
Carapebus 6.198,35
Quissamã 7.500,00
aritmética: 6.049,54
Médias
ponderada: 5.891,23
Fonte1: EMATER, novembro de 2010, valores da terra com benfeitorias. Fonte 2 e 3: Perícia
judicial para cálculo de indenização por passagem de gasoduto, sendo fonte 2 o valor por hec-
tare e fonte 3 o valor da terra nua (sem benfeitorias) por hectare.

A Tabela 18 não contem os valores informados em São João da Barra, muito inflacio-
nados pelo advento do Porto do Açu, admitindo-se que os valores apontados para
Macaé e Quissamã tenham também contaminação de especulação imobiliária. Ponde-
rando-se os valores informados pelas respectivas áreas municipais, a média seria de
R$ 5.891,23/ha, o que não difere muito da média nacional (Gráfico 4 e Gráfico 5). Ob-
serve que os valores das Fontes 2 e 3, apurados em perícia judicial recente, ficaram
compatíveis com valor oferecido pela Petrobrás para indenização por passagem de
gasoduto em propriedade rural bem situada em São Francisco de Itabapoana (EMA-
TER-Rio, comunicado pessoal, 2010). O valor médio está compatível com os valores
correntes até mesmo no Espírito Santo, onde o município de Mimoso do Sul (terreno
acidentado) tem negócios efetuados com valores bem próximos.

Gráfico 4 - Evolução de Preços Médios da Terra no Brasil, Terras para Lavoura

Fonte: GASQUES et. al., 2008.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 99


Gráfico 5 - Demonstrativo do Custo Médio de Terras para Reflorestamento no Brasil

Fonte: Implantação Florestal de Eucalipto, Grupo Feltre, 2009

Como na Região persiste a fragmentação de propriedades, a aquisição de grandes


extensões de terras será muito trabalhosa. Movimentos ostensivos de aquisição de
terra costumam inflacionar o mercado em curto prazo. Por ocasião do lançamento do
programa de fomento para a fruticultura estadual, o FRUTIFICAR, as terras com aces-
so a recursos hídricos valorizaram pelo menos 50% (EMATER-Rio, comunicado pes-
soal, 2010).
Calcula-se uma variação de 30%, para mais ou menos, dependendo da localização,
tamanho e benfeitorias de uma propriedade, nas condições por que passa a Região.
Considerando-se o Programa federal Banco da Terra, que visa financiar a compra de
uma parcela mínima de até 9,8 ha para assentar um trabalhador rural dispõe de
R$42.000,00 para financiar tal aquisição (EMATER-Rio, comunicado pessoal, 2010), e
que este Programa só tem conseguido financiar este módulo em áreas montanhosas
da Região, pode-se assegurar que os valores levantados estão compatíveis com os
praticados no mercado.
Quanto a valores para arrendamento, eles variam em função da finalidade. Terras de
pastagem, para criação de gado, costumam ser arrendadas por valores no entorno de
R$ 240,00/ha/ano. Para lavouras, costuma-se ou acertar um valor pelo ciclo de uso ou
mesmo um percentual da produção. Lavouras em que o proprietário entra apenas com
a cessão da terra, negócios na ordem de 20 a 30% da produção são comuns. No caso
de se combinar valores fixos, tais valores variam muito em função do uso (lavouras
mais rentáveis resultam em valores maiores), do tempo, das condições de pagamento
(à vista e adiantado ou parcelado) e do conhecimento mútuo entre as partes, variando
entre R$ 450,00/ha/ano para cana-de-açúcar a R$ 600,00/ha/ano para fruticultura.

Em função das considerações anteriores, torna-se claro que uma estratégia de inves-
timento em produção silvícola na Região deva considerar a possibilidade de se traba-
lhar com o modelo sem compra de terras, seja na modalidade fomento em que ocorre
a produção em parceria com os produtores/proprietários rurais, seja em cessão do
direito de superfície, sejam em arrendamento seja em conversão e participação no
negócio, ou outra maneira equivalente. Este modelo possui muitas vantagens sobre a
simples aquisição de grandes extensões de terra, entre as quais se destacam a simpli-
ficação no atendimento às exigências ambientais-legais; drástica redução no valor das

100 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


imobilizações para a formação de capital fixo; redução do nível de recursos de inves-
timento e isenção de limitações legais para investimentos estrangeiros, inclusão e fi-
xação dos proprietários rurais como investidores no negócio, eliminação dos questio-
namentos que a monocultura suscitaria nos movimentos sociais, disponibilização de
um contingente parceiro como força de trabalho permanente localizada, responsabili-
dade social das empresas alinhada aos resultados do negócio, entre várias outras.

7. PROPOSTA DE CULTIVO DA SILVICULTURA NAS ÁREAS PREFEREN-


CIAIS 1, 2 E 3 DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE
Levando-se em conta principalmente o Zoneamento Econômico Ecológico estadual
que delimitou as áreas passíveis de uso pela silvicultura nos municípios das Regiões
Norte e Noroeste, como parte integrante do estado do Rio de Janeiro, bem como os
estudos desenvolvidos sobre a atual ocupação ambiental desse território, as suas
condições edafoclimáticas e socioeconômicas, foi possível reconhecer a disponibilida-
de de área com aptidão para atender à silvicultura, a qual se revelou maior do que as
necessidades imediatas.
Desta área foi possível, então, escolher 816 mil hectares para abrigarem, uma primeira
Etapa, o Projeto Regional de Silvicultura do Norte e Noroeste Fluminense.
Na medida em que o dimensionamento do Projeto precisava de uma área bem menor,
ainda não especificada, aplicou-se um critério bastante conservador que limita a par-
cela a ser inicialmente utilizada para a floresta plantada, comercial e recomposição de
nativa, a 11%, no máximo, da área total caracterizada como disponível. Com isto nas-
ceram e foram localizadas, em cartas georreferenciadas, as Áreas Prioritárias 1, 2 e 3,
ocupando 88.710 ha, obtidos da aplicação do conjunto de critérios técnico-científicos
desenvolvidos.
Como um exercício para a simulação da viabilidade, tornou-se necessário considerar
quatro espécies para se prestarem à avaliação da solução integrada de larga escala,
desde que envolvem grandes investimentos e investidores.
As quatro espécies atendem aos critérios, mas tanto podem ser elas as escolhidas,
como quaisquer outras que igualmente os satisfaçam. Somente uma espécie tem uma
escolha mais provável, o eucalipto, conquanto mesmo para ele haja substitutos em
uso, no país e no mundo.
Tendo esta base construiu-se um modelo de negócio, inicial, para a produção da ma-
deira para múltiplas finalidades que incluem a celulose, em função dos tempos de cor-
te a serem adotados e as dimensões de áreas cultivadas, obedecendo a escalas eco-
nômicas.
Os resultados desta primeira macroavaliação, em níveis de agregação bastante altos,
estão resumidos na Tabela 19, apresentada a seguir, cujos desdobramentos respecti-
vos constam do anexo ao final deste texto.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 101


Tabela 19 - Proposta da Silvicultura para o Plano Básico do Norte e Noroeste Fluminense
Região Norte e Noroeste Fluminense, Programa Básico da Silvicultura
Proposta de Cultivo Custo de
Capacidade de Ciclo de Investimento Total Valor de
Produção por Faturamento Bruto Resultado Líquido
Região Área D (ha) Produtividade Média (m ³/ha/ano) Produção Produção por Ciclo de Venda/m ³
Ciclo (R$/ha) (R$/ciclo) (R$/ano do ciclo)
(m ³/ano) (anos) Produção (R$) em pé
% Área (ha) sem corte
Área 1 515.409 Eucalipto (1) 50 10 51.541 2.577.045 6 4.500 231.934.050 45 811.769.175 96.639.188
Acacia mangium (2) 35 0,3 1.546 54.118 6 4.500 6.958.022 45 17.047.153 1.681.522
Cinamomo/nim (3) 25 0,5 2.577 64.426 15 12.000 30.924.540 750 338.237.156 20.487.508
Cedro Australiano (4) 20 0,1 515 10.308 15 12.000 6.184.908 750 54.117.945 3.195.536
Nativas em SAFs (5) 14 0,1 515 7.216 20 12.000 6.184.908 750 37.882.562 1.584.883
Subtotal 11 56.695
Área 2 277.229 Eucalipto (1) 50 9,5 26.337 1.316.838 6 4.500 118.515.398 45 414.803.891 49.381.416
Acacia mangium (2) 35 0,3 832 29.109 6 4.500 3.742.592 45 9.169.349 904.460
Cinamomo/nim (3) 25 0,5 1.386 34.654 15 12.000 16.633.740 750 181.931.531 11.019.853
Cedro Australiano (4) 20 0,2 554 11.089 15 12.000 6.653.496 750 58.218.090 3.437.640
Nativas em SAFs (5) 14 0,1 277 3.881 20 12.000 3.326.748 750 20.376.332 852.479
Subtotal 10,6 29386
Área 3 23.469 Eucalipto (1) 50 9,5 2.230 111.478 6 4.500 10.032.998 45 35.115.491 4.180.416
Acacia mangium (2) 35 0,3 70 2.464 6 4.500 316.832 45 776.237 76.568
Cinamomo/nim (3) 25 0,3 70 1.760 15 12.000 844.884 750 9.240.919 559.736
Cedro Australiano (4) 20 1 235 4.694 15 12.000 2.816.280 750 24.642.450 1.455.078
Nativas em SAFs (5) 14 0,1 23 329 20 12.000 281.628 750 1.724.972 72.167
Subtotal 11,2 2629
Total 816.107 Eucalipto (1) 50 - 80.107 4.005.361 6 4.500 360.482.445 45 1.261.688.558 150.201.019
Acacia mangium (2) 35 - 2.448 85.691 6 4.500 11.017.445 45 26.992.739 2.662.549
Cinamomo/nim (3) 25 - 4.034 100.840 15 12.000 48.403.164 750 529.409.606 32.067.096
Cedro Australiano (4) 20 - 1.305 26.091 15 12.000 15.654.684 750 136.978.485 8.088.253
Nativas em SAFs (5) 14 - 816 11.425 20 12.000 9.793.284 750 59.983.865 2.509.529
Totais 88.710 445.351.022 2.015.053.252 195.528.446
(1) Fonte: Agropecuária LUCAHE (2009)
(2) Fonte: IPEF (2004)
(3) Fonte: EMBRAPA (2000)
(4) Fonte: (SOUZA, 2010)
(5) Fonte: CNPF/EMBRAPA (2011)
(6) Fonte: Foekel, Celso www.eucalyptus.com para o eucalipto. Para as outras, estimativas proporcionais.
(7) Fonte: Elaboração dos Autores

102 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


A proposta de utilizar um percentual pequeno da área disponível para estabelecer as
áreas prioritárias tem a finalidade principal de propiciar a manutenção das atividades
agropecuárias tradicionais que ocupam a maior parte das terras, tendo produtividades
baixíssimas seja na criação de gado bovino (leiteiro), seja na atividade agrícola – ex-
ceção para os nichos localizados representados pela cafeicultura e cultivo de tomates
e frutas – seja pela cana de açúcar em profunda decadência, restando duas usinas em
funcionamento. Assim a proposta da silvicultura não é de ocupar espaços usados em
outras culturas salvo casos especiais em um modelo agroflorestal em que se espera o
resgate e recuperação produtiva de parcela expressiva da atividade agropecuária exis-
tente, incorporando ganhos de produtividade e certa diversificação acessória à floresta
plantada.

As planilhas do exercício foram constituídas comas informações sobre a formação


efetiva dos custos praticados nas culturas regionais, com um viés conservador. Assim
ele levaram em conta, dentre outros detalhes:
• o valor de R$ 30,00 para o metro cúbico do eucalipto em pé (para um rendimento
de 50m3/hectare/ano). Portanto, não se consideraram os valores da colheita,
embarque e transporte até depósito de madeira;
• o custo estimado do transporte na Região é de R$ 2,00/km, dependendo se há
ou não frete de retorno a quilometragem pode ser de ida e volta. Um frete de A-
racruz (FIBRIA, ES) até Campos dos Goytacazes, fica entorno de R$ 1.000,00,
novamente dependendo do frete de retorno.
• considerou-se que um depósito de madeira se justifica para uma área de plantio
de 6.000 ha e que a distância máxima da lavoura à unidade será de, no máximo,
100 km, para viabilidade do negócio.
• para os ciclos de produção do eucalipto, foram considerados seis anos o que o
destina para energia, celulose e estacas. O mesmo ciclo se aplica para a acacia
mangium.
• para o cedro australiano seguiu-se a planilha da DU CAMPO que se extrapolou
para o cinamomo/nim.
• para as árvores nativas em SAFs, foram considerados ciclos mínimos de 20 a-
nos e o valor da madeira similar ao do cedro australiano. Ambas foram avaliadas
por preço de venda na propriedade para o m3 da madeira apropriada para o
desdobro.
• assumiu-se, tanto para o eucalipto, quanto para a acacia mangium, um custo por
ciclo de R$ 4.500,00 e para o cedro e o cinamomo/nim um custo de R$
12.000,00 por ciclo de 15 anos;
• embora se tenha considerado produtividade média anual de 50 m3/hectare/ano
para o eucalipto, lavouras bem conduzidas podem superar este índice facilmen-
te. Deve-se ter em mente que dependendo da espécie, cultivar ou propósito co-
mercial tais produtividades podem variar ligeiramente. Para a acacia mangium foi
usada referência de produtividade da literatura (pesquisas EMBRAPA) e assu-
miu-se os custos e preços similares aos do eucalipto. Para o cinamomo/nim, jul-
gou-se mais seguro trabalhar com valores mais conservadores, pois os coefici-
entes/índices apresentados parecem excessivamente otimistas. Desta forma,
assumiram-se índices similares ao do cedro australiano.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 103


• no caso de árvores nativas em SAFs, também assumiram-se índices similares ao
do cedro, porém com ciclo de pelo menos 20 anos. Raras são as espécies arbó-
reas nativas que podem ter um ciclo menor que este, para fins madeireiros e
também um rendimento de 14m3/ha/ano pode ser considerado otimista, num
“mix” destas espécies. Da mesma forma, não foram estimadas outras rendas nos
SAFs, dada a complexidade de se prever que tipo de consórcio deve ser reco-
mendado para cada situação específica, mas haverá renda advinda de fru-
tos/castanhas, sementes, óleos medicinais, látex, mel, etc.

Observa-se que, para um investimento por ciclo em torno de R$ 445 milhões, espera-
se um resultado líquido de R$ 195 milhões por ano no ciclo da (Tabela 19).

Essa proposta, se integralmente desenvolvida, pode gerar 18 mil empregos entre dire-
tos e indiretos, conforme Tabela 20 seguinte.
Tabela 20 - Estimativa da Geração de Empregos da Proposta de Cultivo de Silvicultura

Postos de Trabalho Estimativa de Geração de Empregos


5.677.426,69 dias/homem por ciclo em todo o projeto
946.237,78 dias/homem por ano
3.639,38 empregos diretos ou 1/24,38ha ou 24,38ha/emprego
14.266,35 empregos indiretos baseado no coeficiente de 3,92 indiretos/direto
17.905,73 empregos totais apenas na cadeia de plantio/colheita e transporte
Fonte: Elaboração dos Autores.

Para essa estimativa da geração de empregos, foram usados as informações e os in-


dices da LUCAHE Agropecuária, que tem contabilizadas suas informações referentes
a todos os seus investimentos em curso, de eucaliptocultura na Região, sendo portan-
to, números atuais e regionalizados.
Acrescentando aos dias de serviço semanal, os necessários para a colheita, embar-
que e transporte até um depósito de madeira num raio de 100 km, estima-se 64 d/H
por ciclo de seis anos. Multiplicando 64 pela área total do projeto e dividindo o produto
por 6 (anos) e novamente por 260 (dias de serviço/ano) chega-se a uma estimativa
dos empregos potenciais para o ciclo de plantio até a entrega do produto em um de-
pósito regional. Utilizando o coeficiente sugerido pela ABRAF de 3,92 empregos indire-
tos para cada direto consegue-se ao valor total estimado. Deve-se lembrar que outras
cadeias produtivas envolvidas na silvicultura também contam com seus respectivos
índices e relações de empregos indiretos, como a celulose, carvão, serraria, moveleira
etc. o que deve implicar em um número maior de empregos. Para as outras espécies,
assumiram-se os mesmos índices, o que pode ser considerado conservador, pois a
mão-de-obra envolvida costuma ser maior do que na eucaliptocultura.
Para o cálculo de empregos gerados pela cadeia não madeireira do mel, assumiu-se
que 1 hectare de eucalipto pode sustentar pelo menos uma colméia a qual, ao produzir
a média nacional de 20 kg de mel/colméia/ano pode resultar na produção de
1.600.000 kg de mel por ano. Estes, ao preço de R$ 9,00, no atacado, podem gerar
uma renda de aproximadamente R$ 14.600.000,00/ano, suficiente para empregar pelo
menos 700 pessoas diretas, assumindo-se uma renda bruta anual de R$ 20.000,00.
Além da geração de empregos diretos e indiretos, a proposta pode gerar créditos de
carbono que poderão render cerca de R$ 2,2 milhões, conforme apresentado na
Tabela 21.

104 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 21 – Uma Primeira Apreciação do Crédito de Carbono associado à Proposta de
Silvicultura
Sequestro de C tC t CO2
Eucalipto 10/ano 801.072,10 2.939.934,61
Acacia mangium 7/ano 17.138,25 62.897,37
Cinamomo/nim / 7/ano 28.235,18 103.623,11
Cedro Australiano 4/ano 5.218,23 19.150,90
Nativas em SAFs 3/ano 2.448,32 8.985,34
Total (€) 854.112,08 3.134.591,32
Total (R$x2,6) 2.220.691,40
Fonte: Ref. Cunha e Silva, vice-presidente da associação brasileira das empresas de crédito de
carbono
Para as estimativas do carbono seqüestrado ou capturado e sua respectiva apreciação
ou transformação em créditos, foram utilizados como referenciais os valores aponta-
dos no site www.eucalyptus.com, pelo especialista Celso Foekel, utilizando valores
intermediários aos sugeridos para o eucalipto.
Assumiu-se que as outras espécies terão rendimento similar em função de seus in-
crementos volumétricos anuais proporcionais, na ausência de investigações com de-
terminações mais específicas. O valor estimado, em euros, para a tonelada (t.) de car-
bono fixado foi fornecido pela consultoria ambiental AMBIO.
Deve ser lembrado que a sistemática de cálculo financeiro para o carbono sequestra-
do é bastante complexa, dependendo de muitas variáveis e condicionantes e, particu-
larmente, do cálculo preciso do que se denomina pegada de carbono de cada ciclo de
produção representando o saldo entre o carbono despendido e o fixado, além dos cus-
tos de montagem do processo para a captação de tais créditos.
Mais facilmente, pode ser montado um processo para a captação de créditos de car-
bono associados à compensação ambiental por meio da qual se interligam fragmentos
de mata nativa remanescentes, utilizando o espaço entre tais fragmentos como reser-
va legal coletiva dos participantes do projeto de implantação da silvicultura. Os frag-
mentos, relacionados como meio para a interligação, o foram em atenção a recomen-
dações antigas do IEF e IBAMA, na década de 1990, que os considerou como priori-
dades preservacionistas para a Região.

Escólio: Memória sobre os cálculos das planilhas utilizadas(seguintes)

As planilhas que se encontram a seguir, elaboradas para a determinação de custos de


produção, tiveram seus valores e coeficientes referenciados da seguinte forma:

• Para a planilha de custos de produção para eucalipto clonal híbrido, visando um


ciclo de seis anos, os custos já incorridos foram computados da memória de cál-
culo da contabilidade da própria empresa (da LUCAHE Agropecuária) e os futu-
ros, estimados em função da literatura especializada;
• A planilha de custos dos viveiros ou unidades de produção de mudas para euca-
lipto clonal híbrido foram fornecidas pelo seu responsável técnico da empresa
(da Du Campo) e pressupõe um manejo de desbaste visando um corte final para
serraria aos 12 a 14 anos – nas simulações financeiras 15 anos.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 105


• A planilha para o cedro australiano teve como base, as informações tanto da
ITAMUDAS, de seu campo produtor de mudas em Bom Jesus de Itabapoana,
como da Du Campo, ambas contam com o mesmo responsável técnico e seus
pressupostos estão explicados na planilha. Os índices de custos desta planilha
foram assumidos para o cinamomo/nim com finalidades madeireiras.
• As planilhas para plantio de árvores nativas para restauração florestal foram a-
daptadas da referência nelas detalhadas e servem como exemplo, pois não pos-
suem dados oficiais atualizados. O custo mais atual e regionalizado está explica-
do no texto em função de dados preliminares de um ensaio de campo objeto de
dissertação de mestrado em engenharia ambiental desenvolvida no ambiente do
IFF de Campos dos Goytacazes. Nas simulações financeiras estas considera-
ções ajustaram trazer para valor presente, corrigido, os valores de 1993 (cuja es-
trutura de custos se mantém com ajustes).

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110 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXOS

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 111


ANEXO 1 - RELAÇÃO DE ÁRVORES NATIVAS COM POTENCIAL PARA MARCENARIA
Elaboração: L. G. Werneck, www.blackbil.blogspot.com

Abreviações usadas:

Referência = Harri Lorenzi “Árvores Brasileiras” vol 1 e vol2, Instituto Plantarum, 2002.
O percentual (%) ao lado do nome vulgar refere-se ao valor estimado em relação ao mogno.
H/m = altura média em metros.
D/cm = diâmetro médio em centímetros.
Madeira= M (macia), D (dura), MP (moderadamente pesada), P (pesada), txt (textura), MR (muito resistente), MD (muito durável), D (dura), T (traba-
lhável), MF (marcenaria fina), ML (móveis de luxo), RM (resistência média), D interna/protegida (durável em ambientes internos).
Fenologia = P (primária), S (secundária), C (clímax), h (heliófita), ld (luz difusa), hg (higrófita), I (indiferente), x (xerófita), indif. (indiferente para fertili-
dade)
semente/trimestre= trimestre do ano em que as sementes já podem estar disponíveis.

112 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


FAMÍLIA NOME VULGAR CIENTÍFICO H/m D/cm cresc. MADEIRA FENOLOGIA semente/trimestre

Anacardiaceae gonçalo alves Astronium fraxinifolium 12 80 rápido pesada, difícil de trabalhar P (h,x) 4
Anacardiaceae aderno Astronium graveolens 15 60 rápido pesada, dura e resistente (h) 4
Anacardiaceae braúna Schinopsis brasiliensis 12 60 médio pesada,dura e resistente (h,hg) 4
Anacardiaceae aroeira
Anacardiaceae cajá-mirim Spondias mombin 25 60 rápido leve,mole e média durab. (h,hg) 4
Anacardiaceae jobo
Anacardiaceae guabiru Astronium concinnum 40 140 ? ML,P,D,txt M, muito durável C,(hg,perenifolia) 2,3,4

Apocynaceae peroba minas Aspioderma cylindrocarpon 16 70 rápido M,D,durável se protegida P,S(h,drenagem, baixa fert.) 3
Apocynaceae guatambú
Apocynaceae guatambú oliva Aspioderma parvifolium 15 60 rápido M,D,R,lisa e durável P,S(h,hg) 3
Apocynaceae peroba (sobro) Aspisdosperma. polyneuron 30 90 lento M,D,compacta,opaca,racha,D interna P(ld,perene,profundo) 3
Apocynaceae perobinha
Apocynaceae pequiá marfim Aspioderma spruceanum 20 40 médio M,D,txt M,R e durável P,S(h,argila) 3
Apocynaceae pequiá Aspioderma australe 20 60 ? ML,P,D,txt fina, madeira de lei I(h,drenado,fértil) 3

Bignoniaceae jacarandá minas


Bignoniaceae peroba amarela Paratecoma peroba 58 80 lento ML,M,média R,grã direita, durável P,S(h) 3
Bignoniaceae ipê roxo Tabebuia avellanedae 35 80 ? pesada,dura e resistente e muito durável C(h,ld,x) 3
Bignoniaceae ipê amarelo Tabebuia alba 25 50 ? pesada, dura, compacta e MDurável P,S (h) frequente no sul 4
Bignoniaceae ipê branco Tabebuia roseo-alba 12 45 ? MP, macia,lustrosa, Durável internamente P e S, h,x, solo c/ rochas 3

Bombacaceae pau-de-balsa Ochroma pyramidale 30 90 rápido muito leve, boias, barcos P,S(h) 3

Boraginaceae pau-branco
Boraginaceae claraíba
Boraginaceae freijó 60% Cordia goeldiana 20 60 cultiv. ML,M,txt M,grã direita,lustrosa,moderada D P,S(h,ld) 4
Boraginaceae babosa branca Cordia superba 10 30 rápido medianamente durável S(ld) 3
Boraginaceae louro pardo Cordia trichoma 30 90 rápido ML,M,D,T,flexível,duravel no seco S(h,x) 3
Boraginaceae guaiuvira
Boraginaceae almecegueira Protium heptaphyllum 20 60 ? M, frutos para aves P,S(h,hg) 4

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 113


FAMÍLIA NOME VULGAR CIENTÍFICO H/m D/cm cresc. MADEIRA FENOLOGIA semente/trimestre
Boraginaceae louro
Boraginaceae pau branco Auxema glazioviana 16 50 médio P,D,txt M,resistente e durável P,S(h,x,caatinga arb)

Caryocaraceae pequi
Caryocaraceae pequiá
Caryocaraceae fruta de ema

Caesalpinoideae jucá /pau ferro Caesalp. ferrea/ferrea 15 60 médio pesada, dura, compacta P,S(h,hg) 3
Caesalpinoideae pau-ferro C. ferrea/leiotachya 30 80 ? pesada, dura, reversa, durável P,S(h,hg) 3
Caesalpinoideae garapa Apuleia leiocarpa 35 90 ? média, dura, trabalhável, susc. cupins C,S(h,ld) 1
Caesalpinoideae pau-brasil Caesalpinia echinata 12 70 médio pesada, dura, compacta, fina P,S(h,ld) 4
Caesalpinoideae sibipiruna
Caesalpinoideae canafístula
Caesalpinoideae falso barbatimão
Caesalpinoideae copaíba Copaifera langsdorffi 15 80 lento média, empena, durável, grã direita, lisa P,S(h,x) 3
Caesalpinoideae balsaminho
Caesalpinoideae pau-alecrim
Caesalpinoideae jatobá Hymenaea courbaril 20 80 ? pesada, dura, média resist. (h,ld,x) 3
Caesalpinoideae graúna Melanoxylon brauna 25 80 ? pesada, compacta, dura, fina e durável P,S(h,ld,bd) 3
Caesalpinoideae turco
Caesalpinoideae roxinho Peltogyne angustiflora 25 60 lento média,dura, trabalhável P(h,ld,x) 3
Caesalpinoideae farinha seca Peltophorum dublim 25 70 rápido P
Caesalpinoideae amendoim bravo
Caesalpinoideae são joão
Caesalpinoideae pau-ferro
Caesalpinoideae caneleira
Caesalpinoideae jatobá mirim Guilbourtia hymenifolia 18 70 lento ML,P,D,txt unif.,resitente,durável C(h,ld,x,caatinga) 3
Caesalpinoideae guaribú
Caesalpinoideae pau-roxo Peltogyne confertiflora 20 50 lento ML,P,D,txt fina,resistente e durável P,S,C(h,x, cerrados) 4

Combretaceae araçá d'água

Chrysobalanaceae oiti Licania tomentosa 15 50 rápido pesada, dura, resistente, grossa P,S(h) 1
Chrysobalanaceae oiticica Coupeia grandiflora 5 35 lento moderadamente pesda, D, durável, naval decídua,h,x 1
Chrysobalanaceae capitãozinho

Conaraceae camboatá da serra


Conaraceae lixeira

Compositae candeia

Euphorbiaceae cutieira Joannesia princeps 20 60 rapido leve, porosa, reversa, óleo medicinal P,S(h,x) 1
Euphorbiaceae sapucainha 20 40

Flacourtiaceae cambroé

Guttiferae guanandi Calophyllum brasiliensis 30 60 ? ML,média, trabalhável P,S(h,hg) 2

114 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


FAMÍLIA NOME VULGAR CIENTÍFICO H/m D/cm cresc. MADEIRA FENOLOGIA semente/trimestre
Guttiferae bacuri
Guttiferae bacupari

Humiraceae guarapari Vantanea compacta 25 60 ? P,D,compacta,txt fina,resitente e durável C(ld,x,solo raso) 2

Lauraceae canela amarela Nectandra lanceolata 25 80 ? média, trabalhável, mediana (ld) 1


Lauraceae canelinha
Lauraceae canela preta
Lauraceae canela côrvo Ocotea Corymbos 20 60 M média, trabalhável, resistente, moderada P(h.x) 2
Lauraceae canela sassafrás 25 70
Lauraceae imbuia Ocotea porosa 20 150 ? ML, média, dura, lisa, durável pioneira (h,pinhais) 1
Lauraceae gauicá
Lauraceae canela amarela 30 60
Lauraceae pau-rosa 35% Aniba roseodora 25 70 M,D,T,txt M,R média e Durável - óleo C(ld,x,drenado) 3
Lauraceae canela de cheiro 20 50 L
Lauraceae tapinhoã 12 60
Lauraceae itaúba
Lauraceae louro canela

Lecythidaceae jequitibá-rosa Cariniana legalis 50 100 MR leve, macia, tex. média, susc. xilófagos se não protegida/ P,S(h,ld) 3
Lecythidaceae jeniporana
Lecythidaceae jarana
Lecythidaceae sapucaiú Lecythis lurida 18 60 médio pesada, dura, resistente, durável P,S(h) 2
Lecythidaceae sapucaia 14% Lecythis pisonis 30 90 ? P, D, R, grã D, txt M, durável não enterrada P,S(h,ld,hg) 3

Lythraceae mirindiba-rosa Lafoensia glyptocarpa 25 50 rápido P,D. durável se não enterrada P,S(h,rústica) 3

Meliaceae canjarana Cabralea canjerana 25 95 ? M,trabalhável,txt M, Resistente I (h,hg) 3


Meliaceae andiroba 23% Carapa guianensis 30 85 rápido M,D,txt áspera,M, Resist. a insetos P(h,hg) 1
Meliaceae cedro 79% Cedrela fissilis 35 75 ? ML,L,Macia,durável se protegida P,S(h,ld,hg) 2
Meliaceae cedroarana 47% Guarea guidonia 20 50 ? M,D,R,elástica,aromática e durável S(h,hg) 4
Meliaceae mogno 100% Swietenia macrophylla 30 65 rápido ML,M,D,R insetos, durável protegida C(h, argiloso) 3
Meliaceae catiguá
Meliaceae carrapeta
Meliaceae cedro 79% Cedrela odorata 35 150 ? ML,L,M,T,R e mod. D (h,ld,hg,ciliar) 2

Melostomataceae jacatirão 22 40 médio

Mimosoideae monjoleiro Acacia polyphylla 20 60 rápido M,trabalhável I(h,x,pioneira) 3


Mimosoideae angico branco
Mimosoideae angico de serrado
Mimosoideae angico 14% Anadenanth. macrocarpa 20 60 ? P,compacta,rija, durável I(h,x,pioneira) 3
Mimosoideae jurema Chloroleucon tortum 12 50 médio P,D,compacta,durável I(h,indif.,restinga) 3
Mimosoideae angelim vermelho
Mimosoideae angico rajado
Mimosoideae andirá Parkia pendula 30 100 rápido M,mole,trabalhável, durável ao abrigo P(mesófita) 4
Mimosoideae vinhático Plathymenia foliolosa 30 70 rápido ML,L,D, txt M,trabalhável,durável (h,x) 3
Mimosoideae vinhático branco Plathymenia reticulata 12 50 lento L,D,trab.,resistente e durável P,S(h,x) 3

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 115


FAMÍLIA NOME VULGAR CIENTÍFICO H/m D/cm cresc. MADEIRA FENOLOGIA semente/trimestre
Mimosoideae barbatimão
Mimosoideae angico-branco Anandenanth. peregrina 22 80 rápido P,D,txt M,resitente e durável P,S(h,ld,x,pioneira) 3
Mimosoideae tamboril 30 100
Mimosoideae angico roxo 20 80

Myrtaceae cambuci
Myrtaceae guabiroba
Myrtaceae araçá-piranga 14% Eugenia leitonii 14 40 lento ML,P,compacta,R,macia,durável S(ld,hg) 1
Myrtaceae guabijú

Moraceae tatajiba 23% Maclura tinctoria 30 75 médio MP,D,flexível,reversa,resistente S(h,hg,pioneira) 4


Papilionideae cerejeira 35% Amburana cearensis 20 80 lento ML,M,macia,mod. durável se exposta S(h,x,rochas) 3
Papilionideae angelim pedra Andira anthelmia 18 50 ? P,D,decorativa,resistente e durável P,S(h,hg) 1
Papilionideae angelim doce
Papilionideae sucupira preto 23% Bowdichia virgilioides 16 50 lento P,fibrosa,decorativa,durável P,S(h,x,cerrado) 4
Papilionideae araribá
Papilionideae loureira
Papilionideae sapuvuru
Papilionideae jacarandá cabiúna 60% Dalbergia nigra 25 80 médio ML,M,decorativa,resistente e durável P,S(h,x,rústica) 3
Papilionideae cumaru 23% Dipteryx alata 25 70 ? P,revessa,compacta, durável (h,x,cerrado) 3
Papilionideae falso timbó Lonchoc. guillemineanus 18 50 ? M,D,compacta, durabilidade moderada S(h,indif. solo) 3
Papilionideae guaiçara Luetzelburgia guaissara 22 70 ? ML,M,txt M,T,mod. durável P,S(h,drenado) 1
Papilionideae jacarandá-do-campo Machaerium acutifolium 14 50 médio ML,P,D,R,durável interno (h,x,drenado) 3
Papilionideae guaximbé
Papilionideae caviuna
Papilionideae jacarandá paulista Machaerium villosum 30 80 médio ML,M,D,R,durável P,S(h,drenado,alto)3
Papilionideae óleo pardo Myrocarpus frondosus 30 90 ? P,dura,txt M,grã irregular e durável I(h,hg, capoeiras) 4
Papilionideae óleo vermelho Myroxylon peruiferum 20 80 médio P,D.resist. média,grã revessa, resistente P,S(h,ld,indif. solos) 4
Papilionideae angelim-ripa
Papilionideae mangalô Platycyamus regnellii 20 60 rápido M,grã dir. ou irreg.,R, durável P,S(h,x,pedregoso) 3
Papilionideae sacambu Platymisci. floribundum 20 50 médio ML,P,R,txt. média,grã irreg., resistente P(ld,hg,várzeas) 4
Papilionideae uruvalheira
Papilionideae lapacho
Papilionideae aldrago
Papilionideae sucupira branco
Papilionideae jacarandá banana 14 60 lento
Papilionideae sucupira amarela Sweetia fruticosa 18 60 lento MF,P,D,txt. média,grã irreg.,resistente P(ld,ind. solo,) 4
Papilionideae melancieira
Papilionideae lei-nova Centrolobium microchaete 30 80 rápido ML,P,D,txt M, resist. média e muito durável (h,ld,x,drenagem) 3
Papilionideae sucupira preta Diplotropis purpurea 30 50 médio ML,P,D,txt grossa, reist. média e durável P,S(ld-h,x) 2
Papilionideae cumaru
Papilionideae jacarandá-tã-cipó
Papilionideae jacarandá
Papilionideae jacarandá-branco Platymiscium pubescens 15 70 rápido ML,M,D,txt M, durável P,S(h,hg,drenagem) 4
Papilionideae acapú
Papilionideae orelha-de-onça Zollenia latifolia 20 70 lento P,D,txt M,MR,MD C(ld.hg) 1

Polyghonaceae marmeleiro

116 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


FAMÍLIA NOME VULGAR CIENTÍFICO H/m D/cm cresc. MADEIRA FENOLOGIA semente/trimestre

Proteaceae carvalho Euplassa cantareirae 25 90 ? ML,M,D,txt grossa,RM,pode empenar e PD C,S(h-ld,hg) 1


Proteaceae tucagê Roupala brasiliensis 25 70 ? MF,P,D,resist. média, txt. grosseira (d,h) 3

Rhamnaceae sobrasil 20 60

Rosaceae pessegueiro bravo 15 40

Rubiaceae pau-mulato Calycophyl. spruceanum 30 40 médio MF,M,D,compacta,T,resitente P,S(h,ld,várzea) 4


Rubiaceae jenipapo Genipa americana 14 60 ? M,flexível,compacta,T, durável protegida P,S(h,hg, várzea) 4
Rubiaceae pau-branco

Rutaceae pau-marfim Balfourod. riedilianum 30 90 ? ML,M,D,MR,grã irreg.,txt fina, pouco durável (pioneira,h,hg) 3

Sapindaceae vacunzeiro
Sapindaceae camboatá

Sapotaceae abiu Pouteria torta 14 40 ? M,D,dif. serrar, durável (h,ciliar) 4


Sapotaceae maçaranduba Manilkara salzmannii 25 70 médio MP,txt M,MR,MD S(h-ld,hg,restinga) 1
Sapotaceae abiurana 24 50 lento
Sapotaceae bapeba pessego

Tilaceae açoita-cavalo
Tilaceae pau-santo

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 117


ANEXO 2 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE AS PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO SETOR AGROPECUÁRIO NO ES-
TADO DO RIO DE JANEIRO E SUAS POTENCIALIDADES

Fonte: Apresentação do Seminário Fazenda Legal, Direcionamento Estratégico do Agronegócio Fluminense, O Seminário Fazenda Legal foi realizado
em Vassouras nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 2008, no Parque Hotel Santa Amália.O evento, foi promovido pela Federação da Agricultura, Pecu-
ária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ), com o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae / RJ, com planejamento e condução
da Quarteto Treinamento e Consultoria, através das consultoras Helena Ferraz e Pérola Akerman, e teve como objetivo realizar o direcionamento
estratégico do Agronegócio Fluminense para os próximos anos, renovando e fortalecendo o compromisso dos atores envolvidos.

118 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 119
ANEXO 3 - CUSTO DE PRODUÇÃO APRESENTADO PELA LUCAHE AGROPECUÁRIA PARA EXPLORAÇÃO DE LENHA / CELU-
LOSE E ESTACAS
Eucalipto - Custo de Produção (R$/ha) - 2010 LUCAHE Agropecuaria

Densidade (pés/ha): 1.666 Espécie Plantada: E. urograndis clone


o 3
Espaçamento: 3 x 2 m Produtividade: 1 corte: m 300
Região: São Francisco de Itabapoana
Fazenda São Luis
Ano 1 Ano 2 ao 5 Ano 6
Descrição Especificação V. U.
Qtd Total Qtd Total Qtd Total
A - Operações Mecanizadas
A.2. Preparo do Solo + Adubação
Calagem HM Tp 90 cv+dist. Calcário 70,00 1,00 70,00
Subsolagem HM Tp 120 cv 4x4+subsolar 120,00 1,00 120,00
A.4. Tratos Culturais
Aplicação de Herbicida HM Tp 75 cv+pulv. 2000 l 70,00 2,00 140,00 1,00 70,00
Roçada na entre linha HM Tp 90 cv 4x4+rochadeira 60,00 1,50 90,00 1,50 90,00
Aplicação Herbicida dirigido HM pulverizado costal 40,00 8,00 320,00
Aplicação Herbicida entre linha HM Tp 75 cv+pulv. 2000 l 60,00
A.5. Irrigação HM TP 90 cv + tanque 3000L 70,00 9,00 630,00
Manutenção Aceiros, carreadores HM Tp 75 cv+roçadeira 60,00 1,00 60,00 1,00 60,00 1,00 60,00
Subtotal A 14,00 1.020,00 3,50 220,00 10,50 470,00
B - Operações Manuais
B.1. Preparo do solo + adubação
Controle de Formiga – inicial Homem-dia 30,00 4,50 135,00
B.2. Plantio
Aplicação de Cupinicida Homem-dia 30,00 0,10 3,00
Plantio/Replantio Homem-dia 30,00 5,00 150,00
Adubação de plantio Homem-dia 30,00 1,50 45,00

120 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


(continuação)
Ano 1 Ano 2 ao 5 Ano 6
Descrição Especificação V. U.
Qtd Total Qtd Total Qtd Total
B - Operações Manuais
Adubação de Cobertura Homem-dia 30,00 3,00 90,00 1,50 45,00
Capina/Coroamento Homem-dia 30,00 4,00 120,00 1,00 30,00
Controle de Formiga –repasse Homem-dia 30,00 2,00 60,00 2,00 60,00 2,00 60,00
Roçada na linha Homem-dia 30,00 1,00 30,00
Condução da rebrota Homem-dia 30,00 3,00 90,00
B.3.Colheita
Colheita/Carregamento Empreitada (R$/m3) 12,00 300,00 3,600,00
Subtotal B 20,10 603,00 4,00 120,00 6,50 3.795,00
C – Insumos
C.1. Fertiliz. e Corret. (*) R$/ha 539,00
C.2. Herbicida R$/ha 20,00 4,50 90,00 2,00 40,00 4,50 90,00
C.3. Formicida R$/ha 8,00 4,00 32,00 2,00 16,00 2,00 16,00
C.4. Mudas – clone R$/milheiro 380,00 1,66 630,80
C.5. Cupinicida R$/grama 26,50
C.6. Outros Insumos R$/ha 64,00
Subtotal C 1,382,30 56,00 106,00
D – Administração
Assistência Técnica R$/ha 110,00 1,00 110,00 0,50 55,00 1,00 110,00
Impostos/taxas % Receita 2,30 1,00 2,30
Subtotal D 1,00 110,00 0,50 55,00 1,00 112,30
Custo Total (R$/ha/ano) 3.115,30 451,00 4.483,30
3
Receita (R$/m ) 65 300,00 19.500,00
Resultado Acumulado (R$/ha) 11.450,40
3
Custo Total (R$/m ) 26,83
3
Preço Médio Recebido pelo Produtor (R$/m ) 38,17

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 121


Observações: O valor atribuído ao m3 da madeira cortada e empilhada é equivalente ao pago para toras inferiores a 15cm, próprias para
lenha e foi calculado sobre a média informada no site www.ciflorestas.com.br sobre valores apurados em diversa regiões de MG entre
fevereiro de 2010 e janeiro de 2011. Pressupondo-se que no sexto ano pode haver diâmetros maiores do que os apropriados para lenha,
a receita poderá ser maior.

Os custos de implantação fora efetuados e contabilizados pela LUCAHE Agropecuária em São Francisco de Itabapoana, RJ até o mês
de janeiro de 2011. Os gastos futuros são uma projeção da empresa.

O uso de mão de obra estimado para um ciclo é de 64 dias/homens, considerando 25 dias para a colheita e arrumação e 4 dias homem
para o frete. Isto equivaleria a (64/280)/6 = 0,038 empregos fixos por hectare ou um emprego para 26,25 hectares.

122 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 4 - CUSTO DE PRODUÇÃO E FLUXO DE CAIXA PROPOSTO PELA DU CAMPO, PARA MANEJO COM DESBASTES PARA
SERRARIA
CUSTO DE 1 HECTARE DE EUCALIPTO VIVEIRO DUCAMPO-RIO www.ducampo.com.br
TELEFONE: (22) 3835-1645
ESPAÇAMENTO: 3 X 2 - 1667 PLANTAS POR HECTARE

DESCRIÇAO ANO
CUSTO DE DESEMBOLSO 1 2 3a7 8 a 11 12 a 15 DESPESA CICLO
1 Aplicação de herbicida R$ 150,00 R$ 150,00
2 Adubos e calcários R$ 666,80 R$ 666,80
3 Defensivos R$ 65,00 R$ 50,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 565,00
4 Coveamento e plantio (mão-de-obra) R$ 833,50 R$ 833,50
5 Mudas R$ 629,00 R$ 629,00
6 Tratos culturais (mão-de-obra) R$ 720,00 R$ 720,00
7 Adubação de cobertura (mão-de-obra) R$ 50,00 R$ 50,00
9 Corte R$ 1.000,00 R$ 4.950,00 R$ 4.950,00 R$ 10.900,00
10 Outros R$ 720,00 R$ 450,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 4.170,00
CUSTO R$ 3.834,30 R$ 500,00 R$ 2.150,00 R$ 6.100,00 R$ 6.100,00
Custo de oportunidade R$ 383,43 R$ 471,77 R$ 3.171,40 R$ 7.177,57 -R$ 842,33 R$ 10.361,85
DESPESAS R$ 4.217,73 R$ 971,77 R$ 5.321,40 R$ 13277,57 R$ 5.257,67 R$ 29.046,15
DESPESAS ACUMULADA R$ 5.189,50 R$ 10.510,90 R$ 20.288,47
1 Venda madeira do primeiro corte R$ 3.500,00
2 Venda madeira do segundo corte R$ 19.250,00
3 Venda madeira do terceiro corte R$ 80.000,00
RECEITA BRUTA R$ 3.500,00 R$ 19.250,00 R$ 80.000,00
FLUXO DE CAIXA -R$ 4.217,73 -R$ 5.189,50 -R$ 7.010,90 -R$ 8.049,38 R$ 66.692,95
LUCRO SEM CUSTO OPORTUNIDADE -R$ 3.834,30 -R$ 4.334,30 -R$ 2.984,30 R$ 10.165,70 R$ 84.065,70

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 123


Observações:
1 Custo de uma cova no primeiro ano: R$
3
2 Madeira vendida no primeiro corte ( plantas) está com preço de lenha: R$ 70,00 por metro cúbico (total de 50 m )
3
3 Madeira do segundo corte: 500 plantas com 0,35 metros cúbicos cada (total de 175 m )
4 Madeira do terceiro corte (final): 500 plantas com 0,8 metros cúbicos cada.
5 Metro cúbico de eucalipto pago na roça: R$ 200,00. Para fins de cálculo foi considerado em preço bem abaixo do mercado.
6 Foi considerada a perda de 117 árvores durante o ciclo.
7 Custo de Oportunidade: 10% a.a. (quanto renderia o valor aplicado na lavoura se fosse aplicado no mercado com rendimento de 10% ao ano)
8 No período de x anos é alcançado o ponto de equilíbrio. Como há lucro de R$ não há custo de oportunidade no período seguinte.
9 Lucratividade: R$ 66.692,95 por hectare. O que rende R$ 4.446,19 por hectare/ano

124 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 5 - CUSTO DE PRODUÇÃO E FLUXO DE CAIXA APRESENTADO PELA ITAMUDAS PARA O CEDRO AUSTRALIANO

CUSTO DE 1 HECTARE DE CEDRO AUSTRALIANO ITAMUDAS www.itamudas.com.br


TELEFONE: (22) 8843-1000 - Viveiro
ESPAÇAMENTO: 2 X 2 - 2500 PLANTAS POR HECTARE (22) 8824-4308 - Evaldo (diretor)
DESCRIÇAO ANO
CUSTO DE DESEMBOLSO 1 2 3a6 7 a 10 11 a 15 DESPESA CICLO
1 Aplicação de herbicida R$ 100,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 400,00
2 Adubos e calcários R$ 1.750,00 R$ 1.875,00 R$ 3.625,00
3 Defensivo R$ 350,00 R$ 250,00 R$ 250,00 R$ 850,00
4 Coveamento e plantio (mão-de-obra) R$ 2.500,00 R$ 2.500,00
5 Mudas R$ 1.050,00 R$ 1.050,00
6 Tratos culturais (mão-de-obra) R$ 720,00 R$ 300,00 R$ 1.020,00
7 Adubação de cobertura (mão-de-obra) R$ 120,00 R$ 120,00
8 Desrama / poda (mão-de-obra) R$ 675,00 R$ 675,00 R$ 675,00 R$ 465,00 R$ 2.490,00
9 Corte R$ 2.654,75 R$ 8.654,58 R$ 6.269,31 R$ 17.578,64
10 Outros R$ 255,00 R$ 255,00 R$ 255,00 R$ 255,00 R$ 255,00 R$ 1.275,00
CUSTO R$ 6.725,00 R$ 3.625,00 R$ 3.984,75 R$ 9.584,58 R$ 6.989,31
Custo de oportunidade R$ 672,50 R$ 1.102,25 R$ 6.960,91 R$ 14.110,22 R$ 22.845,89
INVESTIMENTOS + C. OPORTUNIDADE R$ 7.397,50 R$ 4.727,25 R$ 10.945,66 R$ 23.694,80 R$ 6.989,31 R$ 53.754,53
INVESTIMENTOS ACUMULADOS R$ 7.397,50 R$ 12.124,75 R$ 23.070,41 R$ 42.065,22 R$ 57.989,31
1 Venda madeira do primeiro corte R$ 4.700,00
2 Venda madeira do segundo corte R$ 51.000,00
3 Venda madeira do terceiro corte R$ 236.250,00
RECEITA BRUTA R$ 4,700,00 R$ 51.000,00 R$ 236.250,00
FLUXO DE CAIXA -R$ 7.397,50 -R$ 12.124,75 -R$ 18.370,41 R$ 8.934,78 R$ 238.195,47

Observações:
1 Custo de uma cova no primeiro ano: R$ 2,69

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 125


2 Madeira vendida no primeiro corte (1050 plantas) está com preço de lenha: R$ 50,00 por metro cúbico (total de 94 m3)
3 Madeira do segundo corte: 850 plantas com 0,3 metros cúbicos cada (total de 255 m3), com valor de R$ 200,00
4 Madeira do terceiro corte (final): 450 plantas com 0,7 metros cúbicos cada (total de 315 m3). Alguns estudos indicam 1 m3/planta.
5 Metro cúbico de cedro pago na roça: R$ 750,00. Para fins de cálculo foi considerado em preço bem abaixo do mercado.
6 Foi considerada a perda de 150 árvores durante o ciclo.
7 Custo de Oportunidade: 10% a.a. (quanto renderia o valor aplicado na lavoura se fosse aplicado no mercado com rendimento de
10% ao ano)
8 No período de 7 a 10 anos é alcançado o ponto de equilíbrio. Como há lucro de R$ 8.934,78 não há custo de oportunidade no perí-
odo seguinte.
9 Lucratividade: R$ 238.195,47 por hectare.
10 Rentabilidade de R$ 1.323,30 por hectare/mês ou R$ 15.879,60/ano

126 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 6 - CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO (EM US$) ESTIMADOS, EM 1993, DE MATA NATIVA
CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DE FLORESTAS COM ESPÉCIES NATIVAS , EM ÁREAS LOCALIZADAS NA REGIÃO DE MATA ATLÂNTICA (*), 1993
ÁREA DE CAMPO ÁREA DE CAPOEIRA ÁREA DE CAPOEIRÃO ÁREA DE CAPOEIRINHA ÁREA DE PASTAGEM ÁREA DE ATERRO
DESCRIÇÃO QTDA- QTDA- QTDA-
QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR VALOR VALOR VALOR
DE/ha DE/ha DE/ha
(h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha (h/h) (US$/ha) (US$/ha) (US$/ha) (US$/ha)
(h/h) (h/h) (h/h)
I. ATIVIDADE Activities
Aceiramento/Clearing of fence 260 286,00 260 286,00 260 286,00 260 286,00 260 286,00 260 286,00
Corte de cipó/Vine cutting 80 88,00 80 88,00 100 110,00
Combate à formiga 12 13,20 12 13,20 10 11,00 12 13,20 24 26,40 24 26,40
Puxada de cipó/Vine pulling 100 110,00 100 110,00
Coveamento/Holemaking 120 132,00 70 77,00 60 66,00 100 110,00 100 110,00 100 110,00
Adubação/Fertilization 24 26,40 20 22,00 20 22,00 24 26,40 25 27,50 25 27,50
Plantio/Replantio/Planting 30 33,00 20 22,00 15 16,50 30 33,00 80 88,00 80 88,00
Destoca de bambu 132,00 100 110,00
Roçada manual/Hand cleaning 150 165,00 120 100 110,00 80 88,00
SUBTOTAL I/ Subtotal 596 655,60 682 750,20 545 599,50 726 798,60 569 625,90 489 537,90
II. INSUMOS/MATERIAIS/Inputs
Adubo/Fertilizer 70,00 25,00 20,00 44,00 80,00 80,00
Mudas/Seedling 2.300 368,00 750 187,50 460 115,00 1.320 330,00 2.875 460,00 2.875 460,00
Formicida/Ferramentas 50,00 15,00 10,00 18,00 60,00 60,00
SUBTOTAL II/Subtotal 488,00 227,50 145,00 392,00 600,00 600,00
TOTAL I+II/Total 1.143,60 977,70 744,50 1.190,60 1.225,90 1.137,90
(*) Área anteriormente ocupada por diversos tipos de vegetação ou aterradas, conforme quadro
Considerações: Em todos os casos, adubação de 200g de superfosfato simples por cova. Na área de capoeirão, espaçamento de 5,0 x 5,0m.
Na área de capoeira, espaçamento de 4,0 x 4,0m. Na área de capoeirinha, espaçamento de 3,0 x 3,0m.
Na área de campo, espaçamento de 2,0 x 2,5m, com plantio consorciado de leguminosas florestais (40%) e espécies florestais de ocorrência regional (60%).
Quantidade de mudas: 1.380 mudas/ha de leguminosas florestais, a US$0,10 por unidade, e 920 mudas/ha de espécies florestais regionais, a US$0.25/muda.
Na área de pastagem, espaçamento de 2,0 x 2,0m, com plantio de quincôncio em consórcio de 60% de espécies leguminosas (ao preço de US$0,10/mudas) e de 40% de espécies pioneiras
regionais (a US$0,25/muda).
Na área de aterro, espaçamento de 2,0 x 2,0m, plantio na forma de quincôncio, em consórcio de 60% de espécies florestais leguminosas (ao preço de US$0,10/muda) e 40% de espécies
pioneiras regionais (a US$0,25/muda).
Fonte: Revista Florestar Estatístico, volume 1, nº 3, Nov/1993-Fev/1994

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 127


CUSTOS DE MANUTENÇÃO DE FLORESTAS COM ESPÉCIES NATIVAS , EM ÁREAS (*)LOCALIZADAS NA REGIÃO DE MATA ATLÂNTICA, 1993
ÁREA DE ÁREA DE ÁREA DE ÁREA DE
ÁREA DE CAMPO ÁREA DE CAPOEIRA
CAPOEIRÃO CAPOEIRINHA PASTAGEM ATERRO
DESCRIÇÃO
QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDE/ha VALOR
(h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) y (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha)

1ª. MANUTENÇÃO (**)/ st Maintenance


I. ATIVIDADES/Activities
Conservação de aceiro/Clearing
200 220,00 200 220,00 200 220,00 200 220,00 200 220,00 200 220,00
of fence conservation
Combate à formiga/Combat to ants 12 13,20 12 13,20 9 9,90 12 13,20 18 19,80 18 19,80
Corte de cipós/Vine cutting 60 66,00 90 99,00 80 88,00
Coroamento/Plant clearing 150 165,00 36 39,60 42 46,20 48 52,80 150 165,00 90 99,00
Poda nas raízes/Root pruning 90 99,00 120 132,00 100 110,00
Destoca de bambu/Bamboo stubing 90 99,00 100 110,00
Roçada manual/Hand clearing 150 165,00 60 66,00 150 165,00 60 66,00
Formicida/Ferramentas/Formicide/Tools 35,00 11,00 7,00 14,00 42,00 42,00
2ª. MANUTENÇÃO (***)/2nd Maintenance
I. ATIVIDADES/Activities
Conservação de aceiro/Clearing
130 143,00 130 143,00 130 143,00 130 143,00 130 143,00 130 143,00
of fence conservation
Combate à formiga/Combat to ants 10 11,00 8 8,80 6 6,60 10 11,00 12 13,20 12 13,20
Corte de cipós/Vine cutting 40 44,00 60 66,00 60 66,00
Coroamento/Plant clearing 120 132,00 23 25,30 27 29,70 36 39,60 120 132,00 58 63,80
Poda nas raízes/Root pruning 58 63,80 78 85,80 60 66,00
Destoca de bambu/Bamboo stubing 60 66,00 80 88,00
Roçada manual/Hand clearing 120 132,00 48 52,80 120 132,00 39 42,90
Formicida/Ferramentas/Formicide/Tools 30,00 7,00 5,00 10,00 30,00 30,00

128 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


(continuação)

ÁREA DE ÁREA DE ÁREA DE ÁREA DE


ÁREA DE CAMPO ÁREA DE CAPOEIRA
CAPOEIRÃO CAPOEIRINHA PASTAGEM ATERRO
DESCRIÇÃO
QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDADE/ha VALOR QTDE/ha VALOR
(h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) y (US$/ha) (h/h) (US$/ha) (h/h) (US$/ha)

3ª MANUTENÇÃO (****)/3rd Maintenance


I. ATIVIDADES/Activities
Conservação de aceiro/Clearing
70 77,00 70 77,00 70 77,00 70 77,00 70 77,00 70 77,00
of fence conservation
Combate à formiga/Combat to ants 10 11,00 4 4,40 4 4,40 8 8,80 10 11,00 6 6,60
Corte de cipós/Vine cutting 18 19,80 32 35,20 30 33,00
Coroamento/Plant clearing 80 88,00 32 35,20 32 35,20 30 33,00 80 88,00 31 34,10
Destoca de bambu/Bamboo stubing 32 35,20 30 33,00
Roçada manual/Hand clearing 80 88,00 40 44,00 80 88,00 21 23,10
Formicida/Ferramentas/Formicide/Tools 15,00 5,00 3,00 8,00 18,00 18,00
TOTAL GERAL MANUTENÇÃO/
1.325,20 1.082,30 1.005,00 1.387,20 1.344,00 898,50
Total Maintenance
(*) Áreas anteriormente ocupadas por diversos tipos de vegetação ou aterradas, conforme quadro.
(**) 1ª Manutenção: realizada no primeiro ano, a cada 3 meses; os valores se referem a 4 seqüências dos tratos culturais.
(***) 2ª Manutenção: realizada no 2º ano, a cada 4 meses; os custos correspondem a 3 seqüências de tratos culturais.
(****) 3ª Manutenção: realizada no 3º ano, a cada 6 meses; os valores são relativos a 2 seqüências de tratos culturais.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 129


ANEXO 7 – CUSTOS DE PRODUÇÃO DE LAVOURA DE NIM APONTADOS

Projeto: NEEM
Gastos com implantação e manejo - R$ / 1 hectare
Anos 0 1 2 3 4 5a7 8 9 10 a 13
Custo Acumulado 1.744,00 2.604,00 3.459,00 4.631,00 5.634,00 8.624,00 9.558,00 10.482,00 21.486,00
Plantação
Estudo de topologia 24,00
preparo terreno (trator) 300,00
formicida 48,00
cupinicida 0,00
herbicida 0,00
mudas 600,00
adubação / correção pH 200,00 140,00 140,00 140,00
capina 60,00 60,00 60,00 94,00 284,00
combate formiga 10,00 10,00 10,00 10,00 29,00 10,00
controle incêndio 10,00 24,00 48,00 24,00 42,00
roçada 95,00 72,00 214,00
inventário 10,00 10,00 10,00 29,00
mão-de-obra 200,00 50,00
limpeza cepas / desbrota 72,00 72,00
Corte/embarque 8.000,00
Transporte produção/outros 240,00 563,00 563,00 772,00 772,00 2332,00 780,00 780,00 2.624,00
adm./assist. Tec. 132,00 27,00 48,00 37,00 21,00 60,00 72,00 72,00 380,00
TOTAL 1.744,00 860,00 855,00 1.172,00 1.003,00 2.990,00 934,00 924,00 11.004,00

130 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ECOVILAS E
PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE
UNIDADES DE PRODUÇÃO DE MUDAS
PARA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

CAPÍTULO 3

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


AUTORES:

ANDREA F. MACHADO
CRISTIANO PEIXOTO MACIEL
HERALDO PESSANHA MEIRELES
LAERT GUERRA WERNECK
MIGUEL FERNANDES FELIPPE
MILTON CASERIO FILHO
PAULO EDUARDO BORGES
PAULO SARAIVA NETO
RENATO AGUIAR DA SILVA
ROGÉRIO DA SILVA BURLA
ROMEU E SILVA NETO
SANDER ELIAS RODRIGUES
TÚLIO AMARAL PEREIRA

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


SUMÁRIO

1. ECOVILAS .................................................................................................. 135


2. PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO DE MUDAS
PARA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 140
2.1 Áreas para Recomposição Florestal e UPM’s Associadas .......................... 141
2.2 Planilhas para a Produção de Mudas (Unidades Produtoras de Mudas,
UPM)........................................................................................................... 144
3. REFERÊNCIAS........................................................................................... 148

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


LISTAS

FIGURAS
Figura 1 – Serra do Ramalho – BA, Aspecto da Malha Urbana da Agrovila.............. 137
Figura 2 - Betim – MG, Vista da Ecovila Urbana Incorporando Aquecedores Solares
................................................................................................................................. 137

MAPA
Mapa 1 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas para a Instalação de Ecovilas
e UPMs e Áreas de Reflorestamento........................................................................ 143

QUADROS
Quadro 1 - Ecovila – Estimativa Inicial de Custo de Implantação.............................. 139
Quadro 2 - Áreas Sugeridas para Implantação de Ecovilas ...................................... 140

TABELAS
Tabela 1 – Plataforma de Criação de UPMs ............................................................. 145
Tabela 2 - Proposta de Criação de UPMs / Receita com a Produção das Mudas ..... 146
Tabela 3 - Proposta de Criação de UPMs / Área, Empregos, Fomento e Receita
Líquida...................................................................................................................... 147

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


1. ECOVILAS
Considerando o modelo fundiário do negócio silvicultura para implementação nas Re-
giões Norte e Noroeste Fluminense consiste em “parcerias com os proprietários das
terras”, pode-se inferir que a população composta por agricultores, meeiros, posseiros,
trabalhadores terceirizados e aqueles que não possuem qualquer forma de título de
propriedade, será o contingente populacional mais diretamente afetado com a implan-
tação das futuras florestas plantadas.
A proposta negocial se sustenta no desejo de que tais grupamentos populacionais se
relacionem com a atividade econômica representada pela floresta plantada, seja traba-
lhando diretamente nas cadeias produtivas florestais (plantio e manutenção), seja nas
cadeias de transformação ou beneficiamento da madeira tais como a celulose e a in-
dústria de painéis ou moveleira, de modo continuado senão permanente.
Esta relação de interdependência tanto deve ocorrer nos grandes empreendimentos
florestais, em que a escala viabiliza os negócios, como igualmente nos de micro até
médio porte, em que a especialização ou autossustentação atribuem a viabilidade.
De maneira análoga, esta inter-relação se estende e se aplica às cadeias derivadas,
de menor porte, como artesanato e também àquelas acessórias à silvicultura, caso
das atividades produtivas diretas nas modalidades essências, cosméticos, resinas,
óleos e fármacos, entre outras, ou associadas, caso dos cogumelos, floricultura, fitos,
entre outros.
E indo além, este movimento deve se ampliar e cobrir também as atividades da agro-
pecuária adjacente, na medida em que se está trabalhando com um modelo de desen-
volvimento agroflorestal.
Assim, as populações rurais existentes – envolvendo as distritais - serão objeto de
especial atenção do Projeto em curso, uma vez que se trata do grupo de pessoas que
pode se beneficiar de sua implantação direta, desde o primeiro momento, oferecendo-
se-lhes a oportunidades de acesso e inclusão social sustentável, através da sua assi-
milação com trabalho próprio, em postos de trabalho ainda que temporários, mas cícli-
cos, junto à floresta, em outras opções de trabalho e renda associadas aos empreen-
dimentos e à revitalização e/ou diversificação que se impõe nas atividades agropecuá-
rias existentes, tendo como a contrapartida a educação com capacitação e qualifica-
ção de cada um e todos, e o comprometimento pelo entendimento de cada um, todos
e dos grupos sociais em que se integram..
Na construção das soluções para estes desafios deve-se constituir uma grande rede
de sustentação com programas e fomento dos governos municipal, estadual e federal
a partir de instituições tal como PESAGRO, INEA, EMATER, FAPERJ, entre outras,
dos sindicatos de classe ligados às atividades rurais, das empresas e suas associa-
ções FIRJAN, SENAI, SEBRAE, FAERJ, SENAR, entre outras, das instituições de
educação e formação profissionalizante, UENF, IFF, Estácio de Sá, entre outras, das
organizações do terceiro setor e da Unidade de Governança Regional, encarregada de
implementar o Plano de Desenvolvimento Sustentável das Regiões Norte e Noroeste
do Estado do Rio de Janeiro.
Urbanisticamente, a título de assentamento destas populações como parcela que terá
ou gostará de se deslocar de suas propriedades pelo advento da silvicultura (conquan-
to no modelo do Projeto, isto não se faz necessário), os distritos existentes, que estive-
rem imersos ou próximos aos maciços florestais, serão gradualmente transformados
em ecovilas, com recursos advindos de operações consorciadas entre os poderes pú-

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 135


blico e a iniciativa privada, ou resultantes de parcerias público-privadas (PPPs) cobrin-
do a mais ampla gama de situações e condições urbanas abrangendo educação, cul-
tura e capacitação profissionalizante, urbanização, habitação e infraestrutura, serviços
públicos convencionais, programas de silvicultura e agricultura familiar, saúde, segu-
rança, sistema viário de acesso e deslocamento, áreas produtivas e de lazer e entre-
tenimento, microzoneamento, entre outros.
Ressalta-se que as ecovilas constituem um instrumento diferenciado de requalificação
de vida de aglomerações já existentes em aderência com a existência de uma floresta
plantada que trará opções de sustentação socioeconômica desses grupamentos popu-
lacionais, uma vez que se constata que não há necessidade de deslocamento signifi-
cativo de pessoas, em áreas rurais que possuem, na atualidade, uma baixa densidade
demográfica.
Para constituir esta sua nova identidade, que passa a ser pemanente, fundada em
conceitos da permacultura, as ecovilas irão abrigar os viveiros ou campos ou unidade
de cultivo de mudas para compensação e eventualmente, também para os floresta-
mentos ou reflorestamentos, denominadas Unidades de Produção de Mudas – UPM.
Baseado no resultado da pesquisa realizada pela Universidade Camponesa no sertão
do Cariri Baiano, a experiência demonstra que em virtude de questões culturais, sócio-
econômicas e produtivas, concluiu-se que a construção de casas em lotes de maiores
dimensões confere maior sustentabilidade aos habitantes reassentados uma vez que é
mais condizente ao ethos camponês, ou seja, lotes maiores permitem ao morador a
possibilidade de formação de pequenas áreas cultiváveis (hortifruticulturas) as quais,
aliadas à atividade nas cadeias produtivas tradicionais e nas grandes cadeias produti-
vas da silvicultura, garantirão a renda familiar.
Para tanto foi considerada a criação de módulos de 50 famílias – cerca de 250 habi-
tantes, em que a infraestrutura urbana completa bem como equipamentos urbanos tal
como escola, posto de saúde, posto policial, posto de serviços e conveniência estadu-
al/municipal, centro comunitário cívico, pertencem ou passam a pertencer à aglomera-
ção existente podendo ou devendo ser ampliada e melhorada para oferecer um de-
sempenho superior ao atual, sempre que necessário. As unidades tanto podem ser
incorporadas em bloco unitário, quanto em subblocos, menores ou até mesmo disper-
sas no território do distrito.
A este conjunto estarão incorporadas e planejadas áreas para as atividades produtivas
localizadas e para as unidades de serviço ligadas à floresta ou aos seus desdobra-
mentos.
A tipologia das unidades familiares se caracteriza como a do padrão residencial unifa-
miliar popular – RPIQ, do SINDUSCON RJ, com área básica construída de 50 m², em
lotes com área de 1.000 m².

À título de proporcionar ganho em economia e valor agregado ambiental, foram incluí-


dos aquecimento solar e sistema de captação e reserva de água de chuva, uma vez
que se tratam de tecnologias bem difundidas no mercado e que conferem característi-
cas de autosustentabilidade às unidades habitacionais. Estruturas como estação de
tratamento / compostagem de lixo doméstico bem com rede de coleta seletiva e reci-
clagem de lixo também devem ser adotados.

Como mencionado anteriormente, o aproveitamento de áreas urbanas sinaliza com a


vantagem de não ser necessário o investimento integral em implantação urbanística,

136 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ou seja, seriam realizadas reformas e expansão de infraestrutura e equipamentos ur-
banos já existentes.

Figura 1 – Serra do Ramalho – BA, Aspecto da Malha Urbana da Agrovila

Fonte: Google Maps

Figura 2 - Betim – MG, Vista da Ecovila Urbana Incorporando Aquecedores Solares

Fonte: Prefeitura Municipal de Betim

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 137


A implantação das ecovilas associadas núcleos urbanos rurais existentes oferece van-
tagem decisiva sobre o aspecto social, uma vez que o impacto gerado pela migração
de famílias se processa ainda no ambiente rural, prevenindo e evitando o favelamento
e a sua exclusão social em cidades mais estruturadas, onde não saberiam sequer vi-
ver.
A seguir, em uma planilha de composição de custos, se apresenta um ensaio de im-
plantação de uma ecovila, em sítio urbano consolidado, aproveitando e reaparelhando
os equipamentos e mobiliários públicos existentes.
As elaboração da planilha considerou informações provenientes do Custo Unitário Bá-
sico (CUB) de construção civil do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de
Janeiro SINDUSCON, RJ, da Empresa de Obras Públicas do Estado – EMOPE, EMA-
TER RJ e empresas de projetos diversas.
Ressalta-se que, dada a especificidade de cada caso, não foram considerados os cus-
tos jurídicos e logísticos.
A planilha, muito conservadora, considera a média dos valores da terra entre as Regi-
ões Noroeste e Norte onde, à título de custo da terra em áreas urbanas (aglomerações
existentes) assumiu-se o valor médio da terra em áreas rurais informado pela EMA-
TER - RJ, incrementado em 100%.
Quanto às estruturas urbanas potencialmente existentes, pode-se inferir que serão
necessárias, no mínimo, obras de reforma e ampliação de alguns mobiliários tais como
postos de saúde e escolas, bem como infraestrutura urbana viária, saneamento ambi-
ental, entre outros.

Entretanto, deve-se ressaltar que os custos sofrerão variações dependendo de cada


projeto de urbanização em particular.

138 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Quadro 1 - Ecovila – Estimativa Inicial de Custo de Implantação

ECOVILA CUSTO MÉDIO DE IMPLANTAÇÃO EM ÁREA DE VILAS - REGIÕES NORTE/NOROESTE


ESTIMATIVA DE CUSTO DE REESTRUTURAÇÃO URBANÍSTICA

MÓDULO PARA 50 FAMÍLIAS ( 5 PESSOAS/FAMÍLIA ) - 250 hab..


CUST. UNIT. CUSTO TOTAL CUSTO/FAM. CUSTO/HABIT.
ÍTEM QUANT UNID FONTE
(R$ ) (R$ ) (R$ )/fam. (R$ )/hab.

PROJETO ENG., ARQUITETURA & MEIO AMBIENTE 1 UN 225.148,98 225.148,98 CONSULTORIAS 4.502,98 900,60
RESIDENCIA UNIFAMILIAR POPULAR RP1 Q (50 m²) 2.500 m² 948,49 2.371.225,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 47.424,50 9.484,90
KIT FOSSA-FILTRO, AQUECIMENTO SOLAR, RE-
SERVAÇÃO APROVEITANDO ÁGUA CHUVA 50 UN 10.000,00 500.000,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 2.000,00 2.000,00
INFRAESTRUTURA URBANA COMPLETA 1,64 km 2.500.000,00 4.100.000,00 EMOP 82.000,00 16.400,00
LOTE ( 20mx50 m ) ( *** ) 50.000 m² 0,59 29.500,00 EMATER CAMPOS 590,00 118,00
CENTRO COMUNITARIO-CíVICO 50 m² 1.082,62 54.131,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 1.082,62 216,52
ADMINISTRAÇÃO 0 m² 1.082,62 - CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 - -
CENTRO ECUMÊNICO 0 m² 1.082,62 - CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 - -
POSTO DE SAÚDE 50 m² 1.082,62 54.131,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 1.082,62 216,52
PRAÇA 350 m² 400,00 140.000,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 2.800,00 560,00
POSTO POLICIAL 0 m² 1.082,62 - CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 - -
PONTO DE ÔNIBUS 1 UN 7.500,00 7.500,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 150,00 30,00
ESCOLA 200 m² 1.082,62 216.524,00 CUB SINDUSCON RJ DEZ/10 4.330,48 866,10
POÇO TUBULAR COLETIVO h = 80 m. + RESERVA-
TORIO E EQUIPAMENTOS 1 UN 8.000,00 25.000,00 CONSULTORIAS 500,00 100,00
TERRA ( *** ) 11.788 m² 0,59 6.954,92 EMATER CAMPOS 139,10 27,82
SUBTOTAL 7.730.114,90
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO (10% SUBTOTAL) 0,1 773.011,49
TOTAL 8.503.126,39
CUSTO / FAMÍLIA 50 fam. TOTAL / fam. 170.062,53
CUSTO / HABITANTE 250 hab. TOTAL / hab. 34.012,51
* A planilha acima não considera estruturas comerciais e de beneficiamento
** A planilha também não contempla novas áreas para disposição de resíduos sólidos domésticos e serviços de coleta
*** Média ponderada do custo da terra nas Regiões N / NO

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 139


No tocante aos modos de viabilização das ecovilas, uma vez escolhidas as localidades
que serão distritos existentes dos municípios do Norte e Noroeste, dispersos geografi-
camente, no sentido de distribuir oportunidades, em cada um deles deve-se proceder
a um mapeamento abrangendo terrenos e topografia, geologia e sua estabilidade,
susceptibilidade a enchentes, sistema de ventos (micro estudo eólico), disponibilidade
de água potável, atendimento de serviços públicos (energia, comunicação, imagem,
etc.), infraestrutura urbana, sistema de viário urbano, vicinal e de acesso/escoamento
de produção, mobiliário e aparelhamento de serviços municipais, perfil socioeconômi-
co e educacional da população, locais de expansão habitacional, produtiva, da unida-
de de produção de mudas, lazer e entretenimento, entre outras.
O Quadro a seguir apresenta uma primeira alternativa locacional de potenciais ecovi-
las e os municípios em que se situam. O Mapa 1 o lançamento cartográfico desta al-
ternativa no território das Regiões Norte e Noroeste Fluminense.
Quadro 2 - Áreas Sugeridas para Implantação de Ecovilas

Área Sugerida Nome da Localidade Município(s) / Região

Retiro do Muriaé Lage Muriaé, Porciúncula / NO


1
Serra da Spucaia Varre Sai, Porciúncula e Natividade / NO
Venda das Flores Miracema, Lage Murié / NO
2
Paraíso do Tobias Miracema, São José Ubá, Santo Antônio Pádua/ NO
3 Serra do Mato Verde Cambuci / NO
São Joaquim Cardoso Moreira / N
4 Sapucaia Campos dos Goytacazes/ N
Ibitioca Campos dos Goytacazes / N
Pedra Lisa Campos dos Goytacazes / N
5
Mata do Carvão São Francisco do Itabapoana / N
Serrinha Campos dos Goytacazes, Quissamã / N
6
Macabuzinho Quissamã, Conceição do Macabu / N

2. PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO DE MUDAS


PARA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
Considerando que as propriedades rurais devem, por previsão legal, promover a con-
servação ambiental seja reservando áreas para a sucessão florestal espontânea, seja
pelo plantio de espécies arbóreas nativas, deve-se ponderar os custos associados a
estas atividades e o seu impacto, na economia, para o produtor. A recuperação de
uma área com o plantio de espécies nativas pode ser mais dispendiosa que o reflores-
tamento econômico com espécies exóticas. Do mesmo modo, de pouco adiantaria
promover o plantio de fragmentos isolados, a título de reservas legais, em centenas ou
milhares de propriedades sem que tais fragmentos tenham conexão para o fluxo da
fauna e flora nativas.
A legislação prevê que, em uma mesma bacia hidrográfica, os produtores rurais pos-
sam compartilhar de uma mesma reserva legal coletiva. Um detalhamento mais apu-

140 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


rado acerca dos custos da recomposição florestal obrigatória seria inoportuno tendo
em vista que o código florestal está em via de ser alterado e quaisquer especulações
poderiam ser desatualizadas rapidamente.
Em 1994, o então IEF (Instituto Estadual de Florestas do Rio de Janeiro) e o IBAMA
elaboraram um mapa com a sugestão de áreas prioritárias para a conservação e re-
composição florestal no estado do Rio de Janeiro. Nas regiões Norte e Noroeste Flu-
minense, indicava diversos fragmentos florestais, relativamente próximos, como priori-
tários para a preservação da biodiversidade. Inspirado no estudo que resultou no Ma-
pa em questão, preparou-se uma proposta pela qual as reservas legais ou compensa-
ções ambientais sejam concentradas na interligação destes fragmentos reformando
grandes florestas nativas. Os produtores afetados, no limite, podem ser compensados
financeiramente, caso não desejem participar de um modelo de produção, como o dos
sistemas agroflorestais. Os recursos para tais compensações podem ser oriundos de
fundo, proposto, para pagamento de serviços ambientais. Este fundo pode ter recursos
aportados pelos produtores que desejem averbar suas áreas de reserva em tais áreas
coletivas, além de outras fontes como parte das compensações resultantes de ativida-
des impactantes nas Regiões, tais como a exploração petrolífera, a industrialização de
celulose, etc.

Lopes et al. (2009) em um artigo que versa sobre a capacidade de produção de mudas
de espécies nativas somente na Região Norte Fluminense detectaram um déficit anual
de pelo menos 2.413.000 mudas, apenas para cumprir com parte das obrigações le-
gais (reserva legal), desconsiderando áreas de preservação permanente. Neste mes-
mo artigo, os autores sugerem que a produção de mudas deve ser regionalizada, para
assegurar a manutenção da biodiversidade de cada fisionomia vegetal, evitando intro-
duzir mudas de espécies estranhas ao ambiente, mesmo que nativas em outras regi-
ões. Seguindo este raciocínio, a implantação de unidades produtoras de mudas para a
preservação e recomposição florestal, UPMs, próximas às áreas prioritárias, constitui
um solução natural . Propositalmente, a localização sugerida para tais UPMs, são as
aglomerações existentes mais próximas, habitualmente distritos, que reúnem comuni-
dades rurais que se formaram do êxodo rural, o que lhes dará um novo significado
absolutamente compatível com a introdução das florestas plantadas comerciais. Na
medida em que o Estado não tem condições de produzir a quantidade de mudas ne-
cessárias, haja visto o déficit acumulado calculado, estas UPMs voltadas para a pro-
dução de mudas de espécies nativas, poderão se desdobrar para também atender às
demandas das espécies exóticas. É uma possibilidade, entre outras, em verdade.

As UPMs tem um custo de implantação que deverá ser subsidiado no sentido de viabi-
lizá-las. A comercialização das mudas de espécies arbóreas nativas, nelas produzidas,
assegura a sustentabilidade dessas UPMs, considerando que se tratam de mudas de
árvores nativas muito mais trabalhosas de se produzir, requerendo tempos mais lon-
gos para sua formação, além de uma multiplicidade de processos de reprodução. O
subsídio na constituição do capital fixo, desta maneira, se torna essencial para a redu-
ção dos custos unitários e viabilização do empreendimento como negócio que pode
passar, então, a operar de modo sustentável.
2.1 Áreas para Recomposição Florestal e UPM’s Associadas
Foram selecionadas seis áreas, dentre as indicadas pelo IEF e no entorno delas, estão
sendo propostas seis UPMs que, valendo-se da proximidade com as áreas a recom-
por, utilizariam matrizes das regiões em que se encontram para a coleta de sementes
e a produção correspondente de mudas. (ver Mapa 1).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 141


A área 1 abrange os fragmentos florestais de Retiro de Muriaé e Sapucaia e para inter-
ligar tais fragmentos, a demanda atinge 1.916.320 mudas/ano para uma recomposição
em cinco anos, resultando numa grande mata com 8.581 ha em contraste com os
1.737 ha dos fragmentos atualmente estimados.

Na área 2, que abrange os fragmentos de Venda das Flores e Paraíso do Tobias, a


demanda é de 2.840.000 mudas/ano para recompor em cinco anos uma grande mata
de 12.282 ha em complementação de interconexão dos 2.141 ha atuais.

Na área 3, os fragmentos de Serra do Mato Verde demandam cerca de 4.000.000


mudas/ano para recompor em cinco anos uma grande mata de 17.340 ha onde atual-
mente estimam-se apenas 3.018 ha de fragmentos dispersos.

Na área 4 onde restam os fragmentos de São Joaquim, Sapucaia e Ibitioca é possí-


vel recompor uma grande mata de 8.471 ha onde atualmente existem apenas 1.636 ha
dispersos, demandando aproximadamente 1.914.000 mudas/ ano por cinco anos.

Na área 5, Pedra Lisa, onde são estimados 1.025 ha remanescentes, se recomposta


nos moldes sugeridos resultará numa mata de 9.114 ha demandando 2.265.000 mu-
das/ano por cinco anos. Nesta mesma área está a Estação Ecológica Estadual do
Guaxindiba (em São Francisco de Itabapoana), na mata do carvão, que demanda mu-
das para a restauração de áreas hoje desflorestadas e que deverão ser recuperadas.

Na área 6, onde estão os fragmentos de Serrinha e Macabuzinho, uma mata de


4.439 ha resulta deste programa, em contraste com os 1.090 ha dispersos atuais, de-
mandando aproximadamente 938.000 mudas/ano por cinco anos.
No total, se tais UPMs forem implantadas e os fragmentos florestais forem interligados
como proposto, a demanda pode alcançar aproximadamente 14.000.000 de mudas
por ano tendo como resultado alvo, após cinco anos, a recuperação de aproximada-
mente 50.000 ha de mata nativa em sistemas agroflorestais, o que representaria um
incremento de 500% na área preservada atual.
Pela exigência legal atual, cada propriedade deveria ter 20% de sua área em reserva
legal. Se a expansão da silvicultura nas regiões Norte e Noroeste Fluminense atingir
os 88.710 ha, pelo menos 17.420 ha devem ser destinados para reserva legal. Portan-
to, a proposta (de 20.800 ha) contempla, com margem, áreas para compensação de
reserva legal. Os silvicultores podem adquirir cotas nas áreas de conservação prioritá-
rias poupando assim 20% de sua área para finalidades produtivas e contribuindo para
uma efetiva conservação da biodiversidade, pois como já comentamos, de pouca valia
é a profusão de pequenos bosques sujeitos ao efeito de borda e incapazes de susten-
tar adequadamente muitas espécies da fauna e flora nativas. Pela sua característica
de continuidade esta recomposição pode implicar no deslocamento de um número
adicional mais significativo de agricultores para habitarem as ecovilas.

142 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Mapa 1 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas para a Instalação de Ecovilas e UPMs e Áreas de Reflorestamento

Fonte: Base Cartográfica IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 143


2.2 Planilhas para a Produção de Mudas (Unidades Produtoras de Mu-
das, UPM)
Baseando-se na informação de que o campo de mudas da DU CAMPO conta com 33
funcionários para a produção de até 4.000.000 mudas/ano e que o responsável técni-
co deste campo julga que o mesmo pessoal só conseguiria produzir 500.000 mudas
de espécies nativas/ano, informação esta conferida com o responsável pela produção
de mudas nativas dos campos da Prefeitura de São Francisco de Itabapoana, e assu-
mindo que a área destinada deveria ser próxima a dois hectares/500.000 mudas/ano,
foram estimados os montantes de investimento. Para a implantação de cada UPM
assumiram-se valores similares aos investidos nos campos visitados.
Para o cálculo da área a recuperar com árvores nativas, computou-se a área dos
fragmentos remanescentes nas Regiões Norte e Noroeste e criou-se um perímetro
abrangendo-as, perímetro este que teve sua área computada e subtraída das áreas
dos fragmentos. As áreas de intervenção foram aquelas recomendadas pelo IEF e
IBAMA nos anos 1990, como prioritárias para intervenção.
Para o cálculo do custo das mudas, foram usados como referência os valores cobra-
dos pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em média R$ 3,00/muda. Deve-se lem-
brar que apesar de algumas mudas nativas serem fáceis de produzir, a maioria delas
não o é, requerendo cuidados especiais e tempo de formação muito superior ao da
produção de mudas de eucalipto, por exemplo. Estima-se uma densidade de plantio
de 9m2/muda com 20% de falhas para reposição.
Além dos benefícios já explanados, deve ser ressaltado que uma mata nativa adulta
pode estocar até 200 toneladas de carbono por hectare, o que pode ensejar projetos
de captação de créditos de carbono, possibilitando recursos na ordem de até
R$3.900.00,00 ao ano, supondo-se um incremento volumétrico de 3 m3/ha/ano e a
tonelada de carbono a 10 euros (a última cotação era de 11,34 €). Este recurso ajuda
a viabilizar financeiramente a proposta.
Feitas essas considerações, constata-se que a proposta pode gerar uma receita bruta
de R$ 208 milhões no período de 5 anos (ver Tabela 2), precisará de uma área de
20,8 ha distribuídos em 6 viveiros que variarão de pouco mais de 1 a 6 ha (localizados
em regiões pouco desenvolvidas e com baixa densidade de população), e poderá ge-
rar 926 empregos por ano, gerando uma receita líquida por trabalhador por ano de R$
13.500,00 (ver Tabela 3).

144 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 1 – Plataforma de Criação de UPMs

Área a
Unidade Necessidade de Necessidade de
Área Total Área do Área a Recompor por
de Produção de Produção de
Nome do Fragmento Recomposta Remanescente Recompor Unidade
Produção Mudas com Mudas com
(ha) (ha) (ha) Produtiva de
de Mudas Reposição (*) Reposição/ano
Mudas (ha)
Retiro do Muriaé 4.372 906 3.466
1 6.844 9.581.600 1.916.320
Serra da Sapucaia 4.209 831 3.378
Venda das Flores 6.138 1.203 4.935
2 10.143 14.200.200 2.840.040
Paraíso do Tobias 6.146 938 5.208
3 Serra do Mato Verde 17.340 3.018 14.322 14.322 20.050.800 4.010.160
São Joaquim 2.564 367 2.197
4 Sapucaia 4.042 857 3.185 6.835 9.569.000 1.913.800
Ibitioca 1.865 412 1.453
5 Pedra Lisa 9.114 1.025 8.089 8.089 11.324.600 2.264.920
Serrinha 2.030 495 1.535
6 3.349 4.688.600 937.720
Macabuzinho 2.409 595 1.814
Total 60.229 10.647 49.582 49.582 69.414.800 13.882.960

(*) 1.000 mudas/ha e 40% de recomposição, totalizando 1.400 mudas/ha - Fonte: Lopes et al. (2009)
(**) Preço de R$ 3,00/muda - Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2011)
(***) Necessidade de 1,5 ha para 1.000.000 de mudas - Fonte: Ducampo (2010)
(****) 1 trabalhador para 15.000 mudas por ano - Fonte: Ducampo (2010)
(*****) R$ 250.000,00 de fomento para cada 1 milhão de mudas/ano - Fonte: Ducampo (2010)
(******) Estimativa de Empresários da Região - Custos de Produção equivalem à 70% da Receita Bruta

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 145


Tabela 2 - Proposta de Criação de UPMs / Receita com a Produção das Mudas

Receita Bruta com Receita Bruta com Receita Bruta com Receita Bruta com Receita Bruta com
Unidade de
a Produção de a Produção de a Produção de a Produção de a Produção de
Produção Nome do fragmento
Mudas** Mudas** Mudas** Mudas** Mudas**
de Mudas
(Ano 1 - 20%) (R$) (Ano 2 - 20%)(R$) (Ano 3 - 20%)(R$) (Ano 4 - 20%)(R$) (Ano 5 - 20%)(R$)
Retiro do Muriaé
1 5.748.960,00 5.748.960,00 5.748.960,00 5.748.960,00 5.748.960,00
Serra da Sapucaia
Venda das Flores
2 8.520.120,00 8.520.120,00 8.520.120,00 8.520.120,00 8.520.120,00
Paraíso do Tobias
3 Serra do Mato Verde 12.030.480,00 12.030.480,00 12.030.480,00 12.030.480,00 12.030.480,00
São Joaquim
4 Sapucaia 5.741.400,00 5.741.400,00 5.741.400,00 5.741.400,00 5.741.400,00
Ibitioca
5 Pedra Lisa 6.794.760,00 6.794.760,00 6.794.760,00 6.794.760,00 6.794.760,00
Serrinha
6 2.813.160,00 2.813.160,00 2.813.160,00 2.813.160,00 2.813.160,00
Macabuzinho
Total 41.648.880,00 41.648.880,00 41.648.880,00 41.648.880,00 41.648.880,00
Receita Bruta Total no período de 5 anos 208.244.400,00

(*) 1.000 mudas/ha e 40% de Recomposição, totalizando 1.400 mudas/ha - Fonte: Lopes et al. (2009)
(**) Preço de R$ 3,00/muda - Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2011)
(***) Necessidade de 1,5 ha para 1.000.000 de mudas - Fonte: Ducampo (2010)
(****) 1 trabalhador para 15.000 mudas por ano - Fonte: Ducampo (2010)
(*****) R$ 250.000,00 de fomento para cada 1 milhão de mudas/ano - Fonte: Ducampo (2010)
(******) Estimativa de Empresários da Região - Custos de Produção equivalem à 70% da Receita Bruta

146 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 3 - Proposta de Criação de UPMs / Área, Empregos, Fomento e Receita Líquida
Fomento para
Subsídio para o Receita Líquida
Unidade de Área Necessária Número de Instalação Física
1º ano de para o 1º ano de
Produção Nome do Fragmento para Produção de Empregos por das Unidades
Produção***** Produção*****
de Mudas Mudas/ano*** (ha) ano**** Produção de
(R$) (R$)
Mudas***** (R$)
Retiro do Muriaé
1 2,874 128 479.080,00 4.024.272,00 1.724.688,00
Serra da Sapucaia
Venda das Flores
2 4,260 189 710.010,00 5.964.084,00 2.556.036,00
Paraíso do Tobias
3 Serra do Mato Verde 6,015 267 1.002.540,00 8.421.336,00 3.609.144,00
São Joaquim
4 Sapucaia 2,871 128 478.450,00 4.018.980,00 1.722.420,00
Ibitioca
5 Pedra Lisa 3,397 151 566.230,00 4.756.332,00 2.038.428,00
Serrinha
6 1,407 63 234.430,00 1.969.212,00 843.948,00
Macabuzinho
Total 20,824 926 3.470.740,00 29.154.216,00 12.494.664,00
Receita Líquida por Trabalhador por ano 13.500,00

(*) 1.000 mudas/ha e 40% de Recomposição, totalizando 1.400 mudas/ha - Fonte: Lopes et al. (2009)
(**) Preço de R$ 3,00/muda - Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2011)
(***) Necessidade de 1,5 ha para 1.000.000 de mudas - Fonte: Ducampo (2010)
(****) 1 trabalhador para 15.000 mudas por ano - Fonte: Ducampo (2010)
(*****) R$ 250.000,00 de fomento para cada 1 milhão de mudas/ano - Fonte: Ducampo (2010)
(******) Estimativa de Empresários da Região - Custos de Produção equivalem à 70% da Receita Bruta

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 147


3. REFERÊNCIAS

Empresa de Obras Públicas do Estado – EMOPE. dez/2010;

Instituto Estadual de Florestas. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Projetos


Especiais – SEMAM. Mapa da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. 1994;

LEITE et. Al., 2004, p. 111;

Plano Diretor, Prefeitura Municipal de Betim. dez/2010;

SEPLAG RJ, 2010, Site: www.http://www.rj.gov.br/web/seplag, acesso em março de


2011;

SINDUSCON RJ, Custo Unitário Básico – CUB. 2010;

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI. dez/2010;

148 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXOS

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 149


ANEXO 1 - INDICADORES CLIMATOLÓGICOS DAS REGIÕES NORTE E NORO-
ESTE FLUMINENSE

Os indicadores climatológicos são de extrema importância para qualquer empreendi-


mento agrícola, uma vez que todos os seres vivos dependem do clima para sua adap-
tação, crescimento e reprodução. Desta forma, todo investimento agrícola deve ser
iniciado pelo estudo do clima do local onde o mesmo pretende se instalar.

O quadro seguinte apresenta as temperaturas médias estimadas anuais e de quatro


diferentes meses do ano, segundo as diferentes altitudes para o Estado do Rio de Ja-
neiro.

Quadro 1 - Estimativa das Temperaturas Médias Anuais e de Meses Selecionados,


segundo a Altitude para o Estado do Rio de Janeiro
Temperaturas (ºC)
Altitude (m)
Anual Janeiro Abril Julho Outubro
0 23 26 24 20 23
200 22 25 22 19 22
500 20 23 20 17 20
1000 17 20 18 13 18
1500 14 18 14 10 15
Fonte: FIDERJ, 1978
2.1 Distribuição Espacial das Temperaturas no Estado do Rio de Janeiro

O mapeamento das temperaturas médias anuais revela pequena variabilidade entre as


diferentes áreas do Estado. É possível observar que nas áreas situadas abaixo da
curva hipsométrica de 500m registram-se temperaturas anuais que variam entre 20 e
23ºC. Nas áreas localizadas entre as curvas de 500 e 1500m de altitude, constata-se
maior variação térmica, ocorrendo médias anuais entre 20 e 14ºC. Somente nos pon-
tos mais elevados do maciço do Itatiaia (Resende) e da Serra dos Órgãos (Teresópo-
lis), as médias anuais atingem índices entre 13 e 14ºC (Figura 1).

As isotermas do mês de janeiro (Figura 2), representativa do verão, expressam maior


variação espacial das temperaturas entre as áreas de baixada, planalto e relevo mais
acidentado. Os maiores índices térmicos, superiores a 25ºC, ocorrem nas áreas locali-
zadas abaixo de 200m, englobando Baixadas Fluminenses, baixadas litorâneas e par-
te do Norte Fluminense. No planalto, nas áreas entre 200 e 500m, aparecem tempera-
turas que oscilam entre 23 e 25ºC, enquanto, nas áreas elevadas, as temperaturas
oscilam entre 20 e 18ºC (FIDERJ, 1978).

As isotermas de julho (Figura 3) expressam índices térmicos mais baixos. Nessa épo-
ca do ano, as temperaturas registram diminuição mais acentuada. Em altitudes acima
de 1000m as temperaturas tendem para índices inferiores a 13ºC. Apenas nas áreas
de baixada, ocorrem índices entre 20 e 19ºC.

As duas estações de transição, ou seja, outono e primavera, representadas pelas iso-


termas de abril (Figura 4) e outubro (Figura 5), mostram-se bastante semelhantes,
com índices térmicos próximos às médias anuais.

150 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 1 - Distribuição Espacial das Temperaturas para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 151


Figura 2 - Isotermas do Mês de Janeiro para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

152 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 3 - Isotermas do Mês de Julho para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 153


Figura 4 - Isotermas do Mês de Abril para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

154 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 5 – Isotermas do Mês de Outubro para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 155


2.2 Indicadores Pluviométricos do Estado do Rio de Janeiro

A análise das condições pluviométricas assume relevância nas áreas intertropicais


devido ao seu comportamento descontínuo no tempo e no espaço. Para essa análise,
a FIDERJ utilizou as informações mensais relativas à altura total das chuvas, no perí-
odo de 1931 a 1975, de 59 estações distribuídas pelo território fluminense.

Verifica-se que os coeficientes de variação anual para as 59 unidades de observação


apresentam pequena amplitude entre os valores máximos e mínimos, notando-se que
no período considerado não ocorre variação significativa dos índices pluviométricos.
Por outro lado, os coeficientes de variação mensal revelam grande diferença entre
seus valores máximos e mínimos, comprovando assim, irregularidade da distribuição
mensal das chuvas. Observa-se que os maiores coeficientes ocorrem nos meses de
dezembro e novembro, enquanto os menores correspondem aos meses de junho, ju-
lho e agosto.

Constatam-se também, variações espaciais na distribuição da pluviosidade. Os maio-


res valores dos coeficientes de variação localizam-se, de modo, geral, nas áreas mais
interiorizadas do Estado, situadas no reverso da Serra do Mar, enquanto, os menores
são registrados nas áreas litorâneas, mais expostas à circulação atmosférica do Atlân-
tico.

Percebe-se assim, que na maior parte do Estado, os índices pluviométricos médios


anuais situam-se entre 1.000 e 2.000 mm, ocorrendo a maior concentração da pluvio-
sidade na porção centro-sul fluminense, onde o relevo atual como barreira à penetra-
ção das massas de ar úmidas provenientes do litoral, ocasionando chuvas orográficas.

Por outro lado, nas áreas das baixadas litorâneas, mais próximas ao mar, e na maior
parte do Norte Fluminense, registram-se médias inferiores a 1.300 mm anuais. Apenas
no litoral entre Saquarema e Cabo Frio ocorrem os menores índices médios anuais
(inferiores a 900 mm), decorrentes da inflexão da linha litorânea, interiorização da bar-
reira montanhosa e presença de Massa Tropical Atlântica – área anticiclonal (FIDERJ,
1978).

As Figuras seguintes mostram as isoietas para o estado do Rio de Janeiro para um


período de observação de 44 anos (1931-1975).

156 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 6 - Isoietas Anuais para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 157


Figura 7 - Isoietas do Mês de Janeiro para o Estado do Rio de Janeiro para o Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

158 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 8 – Isoietas do Mês de Abril para o Estado do Rio de Janeiro Durante um Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 159


Figura 9 - Isoietas do Mês de Julho para o Estado do Rio de Janeiro Durante um Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

160 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Figura 10 – Isoietas do Mês de Outubro para o Estado do Rio de Janeiro Durante um Período de Observação de 44 Anos (1931-1975)

Fonte: FIDERJ

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 161


2.3 Classificação Climática do Estado do Rio de Janeiro

O método utilizado para a classificação climática do Estado do Rio de Janeiro é a pro-


posta por Thornthwaite. Este método fundamenta-se nos resultados obtidos através do
balanço hídrico, identificando os seguintes índices:

- Índice global de umidade efetiva;


- Variação sazonal da umidade efetiva;
- Eficiência térmica média anual;
- Concentração da eficiência térmica no verão.

De acordo com a Figura 11, podemos visualizar a distribuição espacial dos tipos climá-
ticos segundo Thornthwaite.

Figura 11 - Distribuição Espacial dos Tipos Climáticos segundo Thornthwaite para as


Regiões Norte e Noroeste Fluminense

Fonte: FIDERJ

162 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


2.4 Análise Estatística das Temperaturas de Alguns Municípios das Regiões
Norte e Noroeste Fluminense
Campos dos Goytacazes
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 45’
Longitude: 41° 20’
Altitude: 11 m.
Tabela 2 – Análise Estatística das Temperaturas – Campos dos Goytacazes
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 25,8 0,7 2,8
Fevereiro 26,1 0,7 2,9
Março 25,7 0,7 3,0
Abril 23,9 0,9 3,7
Maio 22,0 0,8 4,0
Junho 20,9 0,8 3,8
Julho 20,1 0,8 4,3
Agosto 20,8 0,9 4,7
Setembro 21,6 0,9 4,2
Outubro 22,7 0,9 3,9
Novembro 23,6 0,8 3,7
Dezembro 24,7 0,9 3,7
Média anual 23,2 0,8 3,7
Fonte: FIDERJ, 1978

Itaperuna
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 12’
Longitude: 41° 53’
Altitude: 124 m.
Tabela 3 - Análise Estatística das Temperaturas – Itaperuna
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 25,8 0,9 3,6
Fevereiro 26,0 1,0 4,0
Março 25,2 0,6 2,7
Abril 23,6 1,2 5,1
Maio 21,3 1,1 5,5
Junho 20,0 0,8 4,4
Julho 19,5 1,1 6,0
Agosto 20,6 1,1 5,5
Setembro 21,6 0,9 4,3
Outubro 22,8 0,8 3,9
Novembro 23,7 0,9 3,8
Dezembro 24,9 0,8 3,2
Média anual 22,9 0,9 4,3
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 163


Santo Antônio de Pádua
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 32’
Longitude: 42° 12’
Altitude: 94 m.
Tabela 4 - Análise Estatística das Temperaturas – Santo Antônio de Pádua
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 25,9 0,9 3,6
Fevereiro 25,9 0,8 3,4
Março 25,4 0,5 2,1
Abril 23,4 0,8 3,5
Maio 21,2 1,1 5,3
Junho 19,5 0,9 4,7
Julho 18,9 1,1 6,0
Agosto 20,2 1,1 5,8
Setembro 22,0 1,1 5,0
Outubro 23,4 0,9 3,9
Novembro 24,1 0,8 3,6
Dezembro 24,8 0,8 3,6
Média anual 24,8 0,9 4,2
Fonte: FIDERJ, 1978

São Fidélis
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 39’
Longitude: 41° 15’
Altitude: 74 m.
Tabela 5 - Análise Estatística das Temperaturas – São Fidélis
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 26,5 0,8 3,2
Fevereiro 26,8 0,7 2,9
Março 26,3 0,6 2,5
Abril 24,1 0,9 3,9
Maio 22,1 1,0 4,7
Junho 20,7 0,8 4,2
Julho 20,1 0,9 4,5
Agosto 21,2 0,9 4,5
Setembro 22,4 0,7 3,4
Outubro 23,8 0,9 3,8
Novembro 24,5 0,7 3,2
Dezembro 25,2 1,0 4,1
Média anual 23,6 0,8 3,7
Fonte: FIDERJ, 1978

164 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Macaé
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 22º 21’
Longitude: 41° 48’
Altitude: 3 m.
Tabela 6 - Análise Estatística das Temperaturas – Macaé
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 24,8 0,5 2,1
Fevereiro 25,0 0,6 2,4
Março 24,6 0,4 1,8
Abril 23,1 0,7 3,3
Maio 21,6 0,9 4,3
Junho 20,4 0,6 3,1
Julho 19,8 0,8 4,4
Agosto 20,2 0,8 4,0
Setembro 21,0 0,9 4,7
Outubro 21,9 0,8 3,6
Novembro 22,8 0,8 3,6
Dezembro 24,0 0,8 3,5
Média anual 22,4 0,7 3,4
Fonte: FIDERJ, 1978

São João da Barra


Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 18’
Longitude: 40° 59’
Altitude: 4 m.
Tabela 7 - Análise Estatística das Temperaturas – São João da Barra
Meses Média (°C) Desvio Padrão (°C) Coeficiente de Variação (%)
Janeiro 24,8 0,4 1,8
Fevereiro 25,1 0,4 1,9
Março 24,9 0,4 1,8
Abril 23,6 0,6 2,9
Maio 21,9 0,8 3,9
Junho 20,7 0,6 3,3
Julho 20,2 0,8 4,4
Agosto 20,6 0,8 4,1
Setembro 21,5 0,6 2,9
Outubro 22,5 0,5 2,2
Novembro 23,3 0,5 2,5
Dezembro 24,1 0,5 2,1
Média anual 22,8 0,6 2,8
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 165


2.5 Análise Estatística das Chuvas de Alguns Municípios das Regiões Norte
e Noroeste Fluminense
Conceição de Macabu
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 22º 04’
Longitude: 41° 43’
Altitude: 10 m.
Tabela 8 - Análise Estatística das Chuvas – Conceição de Macabu
Desvio Coeficiente de
Média Mínimo Obser- Máximo Ob-
Meses Padrão Variação
(mm) vado (mm) servado (mm)
(mm) (%)
Janeiro 202,7 139,4 68,7 14,1 489,1
Fevereiro 151,7 121,1 79,7 0,7 500,7
Março 149,1 90,2 60,5 23,5 396,7
Abril 104,4 66,1 63,3 14,0 296,1
Maio 76,3 54,7 71,7 6,1 205,5
Junho 45,1 29,8 66,1 0,0 127,7
Julho 63,4 52,9 83,4 7,7 222,2
Agosto 37,2 36,9 99,1 0,0 145,0
Setembro 53,3 45,2 84,7 1,2 168,0
Outubro 122,3 92,2 75,3 13,1 416,7
Novembro 194,2 134,1 69,0 47,3 580,1
Dezembro 218,5 98,3 44,9 70,3 495,6
Fonte: FIDERJ, 1978

Macaé
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 22º 21’
Longitude: 41° 48’
Altitude: 3 m.
Tabela 9 - Análise Estatística das Chuvas – Macaé
Desvio Coeficiente de
Média Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses Padrão Variação
(mm) servado (mm) servado (mm)
(mm) (%)
Janeiro 146,0 111,8 76,5 14,6 390,0
Fevereiro 117,5 87,4 74,3 0,0 347,0
Março 99,5 58,9 59,2 16,8 242,5
Abril 94,8 56,2 59,3 11,0 235,3
Maio 81,0 73,1 90,3 9,1 314,5
Junho 43,8 32,3 73,8 2,5 160,8
Julho 50,6 38,9 76,9 3,0 169,6
Agosto 51,6 41,3 80,1 0,3 152,5
Setembro 63,2 45,2 71,5 5,5 219,5
Outubro 97,6 60,6 62,0 9,5 225,2
Novembro 139,8 59,3 42,4 26,7 259,1
Dezembro 184,1 87,5 47,5 48,0 396,5
Fonte: FIDERJ, 1978

166 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Cambuci
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 38’
Longitude: 41° 59’
Altitude: 42 m.
Tabela 10 - Análise Estatística das Chuvas – Cambuci
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 177,0 82,8 57,7 0,7 302,0
Fevereiro 119,1 65,9 67,4 0,3 243,6
Março 108,2 60,7 61,2 6,1 316,0
Abril 65,4 48,8 52,7 5,2 203,5
Maio 36,3 44,7 75,2 3,7 228,6
Junho 23,8 30,6 92,9 1,2 165,2
Julho 26,4 27,2 72,5 0,8 98,6
Agosto 15,7 24,7 94,5 0,1 109,2
Setembro 40,0 40,8 77,3 0,0 196,3
Outubro 99,3 62,2 60,4 14,0 273,0
Novembro 168,2 81,7 50,5 51,1 423,7
Dezembro 211,1 84,4 46,7 44,0 408,7
Fonte: FIDERJ, 1978

Campos dos Goytacazes


Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 45’
Longitude: 41° 20’
Altitude: 11 m.
Tabela 11 - Análise Estatística das Chuvas – Campos dos Goytacazes
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 143,4 82,8 57,7 0,7 302,0
Fevereiro 97,7 65,9 67,4 0,3 243,6
Março 99,1 60,7 61,2 6,1 316,0
Abril 92,6 48,8 52,7 5,2 203,5
Maio 59,4 44,7 75,2 3,7 228,6
Junho 32,9 30,6 92,9 1,2 165,2
Julho 37,5 27,2 72,5 0,8 98,6
Agosto 26,2 24,7 94,5 0,1 109,2
Setembro 52,7 40,8 77,3 0,0 196,3
Outubro 103,0 62,2 60,4 14,0 273,0
Novembro 161,8 81,7 50,5 51,1 423,7
Dezembro 180,5 84,4 46,7 44,0 408,7
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 167


Cardoso Moreira
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 29’
Longitude: 41° 37’
Altitude: 28 m.
Tabela 12 - Análise Estatística das Chuvas – Cardoso Moreira
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 157,1 103,7 66,0 8,2 542,0
Fevereiro 87,1 72,4 83,1 0,0 257,1
Março 87,7 54,2 61,8 0,0 198,0
Abril 53,3 38,6 72,3 8,0 211,6
Maio 35,1 24,4 69,6 0,0 85,1
Junho 27,6 32,6 118,0 0,0 180,3
Julho 24,9 21,7 87,4 0,0 85,8
Agosto 16,8 19,2 114,1 0,0 68,0
Setembro 35,5 34,2 96,2 0,0 122,0
Outubro 81,0 51,6 63,7 1,0 206,0
Novembro 136,7 71,8 52,5 12,1 284,3
Dezembro 182,5 106,4 58,2 35,5 501,2
Fonte: FIDERJ, 1978

Itaperuna
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 12’
Longitude: 41° 37’
Altitude: 11 m.
Tabela 13 - Análise Estatística das Chuvas – Itaperuna
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 175,5 76,6 43,6 49,5 310,5
Fevereiro 115,8 78,6 67,9 0,0 345,5
Março 124,1 75,6 60,9 11,7 380,0
Abril 67,9 38,8 57,1 4,1 141,3
Maio 38,0 34,7 91,2 0,0 127,8
Junho 24,7 22,0 89,3 0,0 82,2
Julho 21,1 21,7 102,6 0,0 71,6
Agosto 20,2 21,6 106,7 0,0 90,0
Setembro 46,6 36,2 77,7 1,5 161,6
Outubro 116,9 44,6 38,1 41,5 207,8
Novembro 180,2 88,9 49,3 34,8 367,7
Dezembro 236,2 84,4 35,7 75,0 386,0
Fonte: FIDERJ, 1978

168 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Porciúncula
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 20º 58’
Longitude: 42° 02’
Altitude: 180 m.
Tabela 14 - Análise Estatística das Chuvas – Porciúncula
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 199,5 108,2 54,2 29,5 529,0
Fevereiro 142,8 84,0 58,8 28,7 324,6
Março 136,9 57,5 42,0 10,0 267,1
Abril 86,9 50,0 57,5 17,7 201,1
Maio 33,2 32,5 97,6 0,0 164,7
Junho 19,0 17,0 89,8 0,3 65,3
Julho 20,0 23,0 115,0 0,0 112,7
Agosto 16,2 15,4 94,9 0,0 65,2
Setembro 38,4 32,7 85,0 0,0 111,0
Outubro 100,8 58,6 58,1 11,3 257,7
Novembro 168,2 84,9 50,4 40,0 386,0
Dezembro 234,5 88,5 37,7 89,0 429,7
Fonte: FIDERJ, 1978

Santo Antônio de Pádua


Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 32
Longitude: 42º 12’
Altitude: 94 m.
Tabela 15 - Análise Estatística das Chuvas – Santo Antônio de Pádua
Média Desvio Pa- Coeficiente de Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) Variação (%) servado (mm) servado (mm)
Janeiro 186,7 113,1 60,5 21,3 426,5
Fevereiro 142,9 77,8 54,4 21,0 308,1
Março 112,3 51,5 45,9 16,7 199,0
Abril 70,0 46,4 66,3 13,0 168,3
Maio 32,7 28,5 87,1 0,0 88,1
Junho 28,1 27,4 97,5 4,5 123,5
Julho 19,2 21,9 114,0 0,0 90,6
Agosto 21,6 29,6 137,3 0,0 134,1
Setembro 42,3 32,6 77,2 0,0 121,1
Outubro 123,6 57,3 46,4 12,7 213,6
Novembro 170,2 62,7 36,8 69,6 297,1
Dezembro 288,1 96,7 33,5 122,0 558,2
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 169


São Fidélis
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 39’
Longitude: 41° 15’
Altitude: 74 m.
Tabela 16 - Análise Estatística das Chuvas – São Fidélis
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 130,9 70,1 53,5 3,7 272,2
Fevereiro 112,1 77,9 69,4 0,0 262,5
Março 94,0 59,1 62,8 12,0 216,5
Abril 64,0 38,6 60,3 2,0 167,0
Maio 40,8 32,8 80,5 0,0 120,5
Junho 25,2 22,6 89,8 0,0 80,0
Julho 15,7 19,2 122,2 0,0 78,3
Agosto 18,4 25,5 138,5 0,0 126,0
Setembro 41,0 33,6 81,8 0,0 154,0
Outubro 97,0 57,3 59,0 19,8 252,5
Novembro 145,2 67,1 46,2 41,0 282,0
Dezembro 199,9 85,5 42,7 49,5 405,5
Fonte: FIDERJ, 1978

São Francisco do Itabapoana


Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 18’
Longitude: 40° 59’
Altitude: 4 m.
Tabela 17 - Análise Estatística das Chuvas – São Francisco do Itabapoana
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 91,8 87,9 95,7 0,0 355,5
Fevereiro 59,2 50,5 85,2 0,0 169,7
Março 87,8 59,5 67,8 0,0 275,1
Abril 84,9 61,4 72,4 9,1 271,1
Maio 59,0 54,5 92,4 0,0 224,3
Junho 41,5 30,9 74,4 6,0 143,1
Julho 27,5 22,2 80,6 0,0 89,5
Agosto 22,6 24,8 109,5 0,0 101,0
Setembro 55,9 42,6 76,1 0,0 192,0
Outubro 82,4 55,2 67,0 10,0 258,5
Novembro 132,4 56,7 42,7 27,6 251,7
Dezembro 171,7 82,4 47,9 24,5 372,1
Fonte: FIDERJ, 1978

170 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


São João da Barra
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 27’
Longitude: 41° 09’
Altitude: 22 metros
Quadro 18 - Análise Estatística das Chuvas – São João da Barra
Coeficiente de
Média Desvio Pa- Variação Mínimo Ob- Máximo Ob-
Meses
(mm) drão (mm) servado (mm) servado (mm)
(%)
Janeiro 116,3 68,7 59,1 0,0 242,1
Fevereiro 77,9 61,4 78,8 0,1 222,0
Março 81,1 70,6 87,0 0,0 327,8
Abril 71,1 54,5 76,0 5,5 222,0
Maio 42,2 33,7 79,7 0,0 137,5
Junho 41,1 36,3 88,4 0,0 198,3
Julho 40,6 34,0 83,7 0,0 133,5
Agosto 24,6 27,5 111,8 0,0 140,3
Setembro 39,4 35,2 89,4 0,0 139,8
Outubro 91,6 54,2 59,1 5,1 243,1
Novembro 132,3 54,7 41,3 22,7 248,1
Dezembro 157,6 89,6 56,8 29,5 373,6
Fonte: FIDERJ, 1978

2.6 Comparação da Temperatura e Precipitação Observadas por FIDERJ,


1978 e UPEA, 2010 para o Município de Campos dos Goytacazes

Tabela 19 - Comparação da Temperatura e Precipitação Observadas - Campos dos Goy-


tacazes
Médias (FIDERJ, 1978) Médias (UPEA, 2010)
Meses Precipitação Precipitação
t ºC t ºC
(mm) (mm)
Janeiro 143,4 25,8 7,72 28,9
Fevereiro 97,7 26,1 84,6 29,0
Março 99,1 25,7 156,13 26,86
Abril 92,6 23,9 52,29 25,25
Maio 59,4 22,0 27,47 23,28
Junho 32,9 20,9 13,97 20,49
Julho 37,5 20,1 21,12 21,51
Agosto 26,2 20,8 7,65 21,65
Setembro 52,7 21,6 14,04 23,76
Outubro 103,0 22,7 133,9 24,36
Novembro 161,8 23,6 124,25 25,35
Dezembro 180,5 24,7 --- ---
Total 1086,8 --- 643,14 ---
Fonte: FIDERJ, 1978 e UPEA, 2010

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 171


2.7 Balanço Hídrico Mensal – Thornthwaite - 1955

Lista de Siglas:

ETP: Evapotranspiração potencial.

P: Precipitação média mensal.

Negativo Acumulado: Denomina-se negativo acumulado à função que resulta da


soma das perdas acumuladas, ou seja, ao somatório da sequência de valores negati-
vos de P – ETP.

ARM: Representa o armazenamento de água no solo.

ALT: É obtida pela diferença entre o ARM do mês em questão e o ARM do mês ante-
rior.

ER: Evaporação real.

DEF: Representa a deficiência hídrica, ou seja, a falta de água no solo.

EXC: Representa a quantidade água que sobra no período chuvoso e se perde por
percolação (drenagem profunda) e / ou escorrimento superficial.

Conceição de Macabu
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 22º 04’
Longitude: 41° 43’
Altitude: 10 m.
Tabela 20 – Balanço Hídrico Mensal – Conceição de Macabu

P– Negativo
ETP P ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm) (mm)
Janeiro 146,4 202,7 56,3 0,0 125,0 0,0 146,4 0,0 56,3
Fevereiro 130,0 151,7 21,7 0,0 125,0 0,0 130,0 0,0 21,7
Março 128,1 149,1 21,0 0,0 125,0 0,0 128,1 0,0 21,0
Abril 96,8 104,4 7,6 0,0 125,0 0,0 96,8 0,0 7,6
Maio 74,5 76,3 1,8 0,0 125,0 0,0 74,5 0,0 1,8
Junho 61,2 45,1 -16,1 -16,1 108,9 -16,1 61,2 0,0 0,0
Julho 54,2 63,4 9,2 -6,9 118,1 9,2 54,2 0,0 0,0
Agosto 68,4 37,2 -31,2 -38,1 90,9 -27,2 64,4 4,0 0,0
Setembro 78,4 53,3 -25,1 -63,2 74,0 -16,9 70,1 8,2 0,0
Outubro 95,5 122,3 26,8 -26,2 100,8 26,8 95,5 0,0 0,0
Novembro 107,3 194,2 86,9 0,0 125,0 24,2 107,3 0,0 62,7
Dezembro 129,7 218,5 88,8 0,0 125,0 0,0 129,7 0,0 88,8
Total 1170,5 1418,2 247,7 --- --- 0,0 1158,3 12,2 259,9
Fonte: FIDERJ, 1978

172 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Macaé
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 22º 21’
Longitude: 41° 48’
Altitude: 3 m.
Tabela 21 – Balanço Hídrico Mensal – Macaé

P – ETP Negativo
ETP P ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 131,0 146,0 15,0 0,0 125,0 0,0 131,0 0,0 15,0
Fevereiro 116,3 117,5 1,2 0,0 125,0 0,0 116,3 0,0 1,2
Março 117,1 99,5 -17,6 -17,6 107,4 -17,6 117,1 0,0 0,0
Abril 91,8 94,8 3,0 -14,6 110,4 3,0 91,8 0,0 0,0
Maio 75,5 81,0 5,5 -9,1 115,9 5,5 75,5 0,0 0,0
Junho 61,6 43,8 -17,8 -26,9 100,1 -15,8 59,6 1,9 0,0
Julho 59,6 50,6 -9,0 -35,9 93,1 -7,0 57,5 2,0 0,0
Agosto 65,4 51,6 -13,8 -49,7 83,0 -10,1 61,6 3,7 0,0
Setembro 73,9 63,2 -10,7 -60,4 76,0 -7,0 70,1 3,7 0,0
Outubro 89,8 97,6 7,8 -47,4 83,8 7,8 89,8 0,0 0,0
Novembro 100,7 139,8 39,1 -2,1 122,9 39,1 100,7 0,0 0,0
Dezembro 121,3 184,1 62,8 0,0 125,0 2,0 121,3 0,0 60,7
Total 1104,0 1169,5 65,5 --- --- 0,0 1092,6 11,4 76,9
Fonte: FIDERJ, 1978

Cambuci
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 38’
Longitude: 41° 59’
Altitude: 42 m.
Tabela 22 – Balanço Hídrico Mensal – Cambuci

Negativo
ETP P P – ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 143,4 177,0 33,6 0,0 125,0 0,0 143,4 0,0 33,6
Fevereiro 127,4 119,1 -8,3 -8,3 116,7 -8,3 127,3 0,0 0,0
Março 125,5 108,2 -17,3 -25,6 101,4 -15,3 123,5 2,0 0,0
Abril 95,0 65,4 -29,6 -55,2 79,8 -21,6 87,0 8,0 0,0
Maio 73,1 36,3 -36,8 -92,0 59,0 -20,8 57,0 16,0 0,0
Junho 59,3 23,8 -35,5 -127,5 44,0 -15,0 38,8 20,5 0,0
Julho 57,9 26,4 -31,5 -159,0 34,0 -10,0 36,4 21,5 0,0
Agosto 67,2 15,7 -51,5 -219,5 22,0 -12,0 27,7 39,5 0,0
Setembro 76,9 40,0 -36,9 -247,4 17,0 -5,0 45,0 31,9 0,0
Outubro 94,9 99,3 4,4 -217,2 21,4 4,4 94,9 0,0 0,0
Novembro 105,2 168,2 63,0 -46,6 84,4 63,0 105,2 0,0 0,0
Dezembro 128,5 211,1 82,6 0,0 125,0 40,5 128,5 0,0 42,0
Total 1154,3 1090,5 -63,8 --- 0,0 1014,9 139,4 75,6
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 173


Campos dos Goytacazes
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 45’
Longitude: 41° 20’
Altitude: 11 m.
Tabela 23 – Balanço Hídrico Mensal – Campos dos Goytacazes

P– Negativo
ETP P ARM ALT ER DEF EXC
Mês ETP Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm) (mm)
Janeiro 144,7 143,4 -1,3 -1,3 123,7 -1,3 144,7 0,0 0,0
Fevereiro 129,9 97,7 -32,2 -33,5 94,5 -29,2 126,8 3,0 0,0
Março 130,7 99,1 -31,6 -65,1 73,0 -21,5 120,5 10,1 0,0
Abril 98,8 92,6 -6,2 -71,3 69,7 -3,3 95,8 2,9 0,0
Maio 76,9 59,4 -17,5 -88,8 60,2 -9,5 68,8 8,0 0,0
Junho 63,2 32,9 -30,3 -119,1 47,0 -13,2 46,0 17,1 0,0
Julho 59,2 37,5 -21,7 -140,8 40,0 -7,0 44,5 14,7 0,0
Agosto 67,9 26,2 -41,7 -182,5 29,0 -11,0 37,1 30,7 0,0
Setembro 76,9 52,7 -24,2 -206,7 23,0 -6,0 58,6 18,2 0,0
Outubro 96,2 103,0 6,8 -176,2 29,8 6,8 96,2 0,0 0,0
Novembro 108,1 161,8 53,7 -48,0 83,5 53,7 108,1 0,0 0,0
Dezembro 129,4 180,5 51,1 0,0 125,0 41,4 129,4 0,0 9,6
Total 1181,9 1086,8 -95,1 --- --- 0,0 1077,2 104,7 9,6
Fonte: FIDERJ, 1978
Cardoso Moreira
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 29’
Longitude: 41° 37’
Altitude: 28 m.
Quadro 24 – Balanço Hídrico Mensal – Cardoso Moreira

Negativo
ETP P P – ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 144,9 157,1 12,2 -19,0 106,0 12,2 144,9 0,0 0,0
Fevereiro 128,7 87,1 -41,6 -60,6 76,0 -30,0 117,1 11,5 0,0
Março 126,8 87,7 -39,1 -99,7 55,0 -21,0 108,6 18,1 0,0
Abril 95,8 53,3 -42,5 -142,2 39,0 -16,0 69,3 26,5 0,0
Maio 74,0 35,1 -38,9 -181,1 29,0 -10,0 45,0 28,9 0,0
Junho 64,8 27,6 -37,2 -218,3 21,0 -8,0 35,5 29,2 0,0
Julho 58,3 24,9 -33,4 -251,7 16,0 -5,0 29,8 28,4 0,0
Agosto 68,4 16,8 -51,6 -303,3 11,0 -5,0 21,7 46,6 0,0
Setembro 77,6 35,5 -42,1 -345,4 7,0 -4,0 39,5 38,1 0,0
Outubro 94,8 81,0 -13,8 -359,2 7,0 0,0 81,0 13,8 0,0
Novembro 105,2 136,7 31,5 -144,5 38,5 31,5 105,2 0,0 0,0
Dezembro 127,2 182,5 55,3 -35,2 93,8 55,3 127,2 0,0 0,0
Total 1166,5 952,3 -241,2 --- --- 0,0 925,3 241,2 0,0
Fonte: FIDERJ, 1978

174 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Itaperuna
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 12’
Longitude: 41° 37’
Altitude: 11 m.
Tabela 25 – Balanço Hídrico Mensal – Itaperuna

P– Negativo
ETP P ARM ALT ER DEF EXC
Mês ETP Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm) (mm)
Janeiro 144,9 175,5 30,6 0,0 125,0 0,0 144,9 0,0 30,6
Fevereiro 128,7 115,8 -12,9 -12,9 112,1 -12,9 128,7 0,0 0,0
Março 124,1 124,1 0,0 -12,9 112,1 0,0 124,1 0,0 0,0
Abril 95,9 67,9 -28,0 -40,9 89,1 -23,0 90,9 5,0 0,0
Maio 71,4 38,0 -33,4 -74,3 68,0 -21,1 59,0 12,3 0,0
Junho 61,6 24,7 -36,9 -111,2 50,8 -17,2 41,9 19,7 0,0
Julho 55,4 21,1 -34,3 -145,5 38,0 -12,8 33,8 21,5 0,0
Agosto 67,7 20,2 -47,5 -193,0 26,0 -12,0 32,1 35,5 0,0
Setembro 77,8 46,6 -31,2 -224,2 20,0 -6,0 52,5 25,2 0,0
Outubro 97,3 116,9 19,6 -140,6 39,6 19,6 97,3 0,0 0,0
Novembro 109,0 180,2 71,2 -14,2 110,8 71,2 109,0 0,0 0,0
Dezembro 131,6 236,2 104,6 0,0 125,0 14,1 131,6 0,0 90,4
Total 1165,4 1167,2 1,8 --- --- 0,0 1046,2 119,2 121,0
Fonte: FIDERJ, 1978
Porciúncula
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 20º 58’
Longitude: 42° 02’
Altitude: 180 m.
Tabela 26 – Balanço Hídrico Mensal – Porciúncula

Negativo
ETP P P – EP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 134,2 199,5 65,3 0,0 125,0 0,0 134,2 0,0 65,3
Fevereiro 119,1 142,8 23,7 0,0 125,0 0,0 119,1 0,0 23,7
Março 116,4 136,9 20,5 0,0 125,0 0,0 116,4 0,0 20,5
Abril 87,7 86,9 -0,8 -0,8 124,2 -0,8 87,6 0,0 0,0
Maio 68,1 33,2 -34,9 -35,7 93,3 -30,9 64,1 4,0 0,0
Junho 59,9 19,0 -40,9 -76,6 67,0 -26,3 45,2 14,6 0,0
Julho 54,0 20,0 -34,0 -110,6 51,0 -16,0 36,0 18,0 0,0
Agosto 64,0 16,2 -47,8 -158,4 34,6 -16,4 32,5 31,4 0,0
Setembro 73,2 38,4 -34,8 -193,2 26,0 -8,5 46,9 26,2 0,0
Outubro 89,1 100,8 11,7 -147,2 37,7 11,7 89,1 0,0 0,0
Novembro 98,5 168,2 69,7 -17,6 107,4 69,7 98,5 0,0 0,0
Dezembro 118,5 234,5 116,0 0,0 125,0 17,5 118,5 0,0 98,4
Total 1082,7 1196,4 113,7 --- --- 0,0 988,5 94,2 207,9
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 175


Santo Antônio de Pádua
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 32
Longitude: 42º 12’
Altitude: 94 m.
Quadro 27 – Balanço Hídrico Mensal – Santo Antônio de Pádua

P– Negativo
ETP P ARM ALT ER DEF EXC
Mês ETP Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm) (mm)
Janeiro 146,4 186,7 40,3 0,0 125,0 0,0 146,4 0,0 40,3
Fevereiro 127,3 142,9 15,6 0,0 125,0 0,0 127,3 0,0 15,6
Março 126,8 112,3 -14,5 -14,5 110,5 -14,5 126,7 0,0 0,0
Abril 93,8 70,0 -23,8 -38,3 90,7 -19,5 89,8 4,0 0,0
Maio 70,5 32,7 -37,8 -76,1 67,0 -23,7 56,3 14,1 0,0
Junho 57,6 28,1 -29,5 -105,6 53,0 -14,0 42,0 15,5 0,0
Julho 50,9 19,2 -31,7 -137,3 40,7 -12,3 31,5 19,4 0,0
Agosto 64,2 21,6 -42,6 -179,9 29,0 -11,7 33,2 30,9 0,0
Setembro 81,8 42,3 -39,5 -219,4 21,0 -8,0 50,2 31,5 0,0
Outubro 104,4 123,6 19,2 -138,4 40,2 19,2 104,4 0,0 0,0
Novembro 114,2 170,2 56,0 -31,8 96,2 56,0 114,2 0,0 0,0
Dezembro 130,2 288,1 157,9 0,0 125,0 28,7 130,2 0,0 129,1
Total 1168,1 1237,7 69,6 --- --- 0,0 1052,7 115,4 185,0
Fonte: FIDERJ, 1978

São Fidélis
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 39’
Longitude: 41° 15’
Altitude: 74 m.
Quadro 28 – Balanço Hídrico Mensal – São Fidélis

Negativo
ETP P P – ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 155,9 130,9 -25,0 -56,7 79,0 -17,3 148,2 7,6 0,0
Fevereiro 140,0 112,1 -27,9 -84,6 62,4 -16,6 128,7 11,3 0,0
Março 139,2 94,0 -45,2 -129,8 43,0 -19,4 113,3 25,8 0,0
Abril 99,9 64,0 -35,9 -165,7 32,0 -11,0 75,0 24,9 0,0
Maio 76,2 40,8 -35,4 -201,1 24,0 -8,0 48,7 27,4 0,0
Junho 59,7 25,2 -34,5 -235,6 18,0 -6,0 31,1 28,5 0,0
Julho 57,3 15,7 -41,6 -277,2 13,0 -5,0 20,7 36,6 0,0
Agosto 69,7 18,4 -51,3 -328,5 9,0 -4,0 22,3 47,3 0,0
Setembro 83,4 41,0 -42,4 -370,9 7,0 -2,0 43,0 40,4 0,0
Outubro 108,3 97,0 -11,3 -382,2 6,0 -1,0 98,0 10,3 0,0
Novembro 118,8 145,2 26,4 -164,8 32,4 26,4 118,8 0,0 0,0
Dezembro 136,0 199,9 63,9 -31,7 96,3 63,9 136,0 0,0 0,0
Total 1244,4 984,2 -260,2 --- --- 0,0 984,2 260,2 0,0
Fonte: FIDERJ, 1978

176 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


São Francisco do Itabapoana
Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 18’
Longitude: 40° 59’
Altitude: 4 m.
Tabela 29 – Balanço Hídrico Mensal – São Francisco do Itabapoana

Negativo
ETP P P – ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 130,4 91,8 -38,6 -81,9 64,0 -22,7 114,5 15,8 0,0
Fevereiro 117,1 59,2 -57,9 -139,8 40,0 -24,0 83,1 33,9 0,0
Março 120,4 87,8 -32,6 -172,4 30,6 -9,4 97,1 23,2 0,0
Abril 96,3 84,9 -11,4 -183,8 28,2 -2,4 87,3 9,0 0,0
Maio 77,5 59,0 -18,5 -202,3 24,0 -4,2 63,1 14,3 0,0
Junho 68,3 41,5 -26,8 -229,1 19,9 -4,1 45,6 22,7 0,0
Julho 61,6 27,5 -34,1 -263,2 15,0 -4,9 32,4 29,2 0,0
Agosto 68,3 22,6 -45,7 -308,9 10,0 -5,0 27,5 40,7 0,0
Setembro 77,4 55,9 -21,5 -330,4 8,0 -2,0 57,8 19,5 0,0
Outubro 94,4 82,4 -12,0 -342,4 8,0 0,0 82,4 12,0 0,0
Novembro 104,6 132,4 27,8 -153,8 35,8 27,8 104,6 0,0 0,0
Dezembro 120,8 171,7 50,9 -43,3 86,7 50,9 120,8 0,0 0,0
Total 1137,1 916,7 -220,4 --- --- 0,0 916,7 220,4 0,0
Fonte: FIDERJ, 1978

São João da Barra


Período de observação: 1931 – 1975 (44 anos)
Latitude: 21º 27’
Longitude: 41° 09’
Altitude: 22 metros
Tabela 30 – Balanço Hídrico Mensal – São João da Barra

Negativo
ETP P P – ETP ARM ALT ER DEF EXC
Mês Acumulado
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Janeiro 144,8 116,3 -28,5 114,1 49,0 -13,2 129,5 15,2 0,0
Fevereiro 130,0 77,9 -52,1 166,1 32,0 -17,0 94,8 35,1 0,0
Março 126,7 81,1 -45,6 211,8 22,0 -10,0 91,0 35,6 0,0
Abril 95,7 71,1 -24,1 -235,9 18,0 -4,0 75,5 20,1 0,0
Maio 74,8 42,2 -32,6 -268,5 14,0 -4,0 46,1 28,6 0,0
Junho 65,6 41,1 -24,5 -293,0 12,0 -2,0 43,0 22,5 0,0
Julho 58,2 40,6 -17,6 -310,6 10,0 -2,0 42,5 15,6 0,0
Agosto 69,1 24,6 -44,5 -355,1 7,0 -3,0 27,5 41,5 0,0
Setembro 77,4 39,4 -38,0 -393,1 6,0 -1,0 40,3 37,0 0,0
Outubro 94,7 91,6 -3,1 -396,2 6,0 0,0 91,6 3,1 0,0
Novembro 105,1 132,3 27,2 -162,4 33,2 27,2 105,1 0,0 0,0
Dezembro 128,6 157,6 29,0 -85,6 63,2 29,0 128,6 0,0 0,0
Total 1170,7 916,3 -254,4 --- --- 0,0 916,3 254,4 0,0
Fonte: FIDERJ, 1978

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 177


2.8 Indicadores Climáticos para o Estado do Rio de Janeiro (Sistema de Me-
teorologia do Estado do Rio de Janeiro, SIMERJ)

Em 9 de julho de 1996, através do decreto 22320-A, o Governador do Estado instituiu


a Comissão Especial do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro – CE-
SIMERJ, com o objetivo de levantar as condições necessárias e suficientes para a
implantação de um Sistema de Meteorologia no Estado. Fizeram parte dessa Comis-
são, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, a Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento e Pesca, a Secretaria
de Estado de Segurança Pública, a Secretaria de Estado de Obras Públicas, o Instituto
Nacional de Meteorologia, a Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo do Ministério da
Aeronáutica, Furnas Centrais Elétricas S.A., a Sociedade Brasileira de Meteorologia, a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Petrobrás, a Companhia Fluminense de
Trens Urbanos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Pontifícia Universidade
Católica-RJ.

Como resultado dos estudos realizados pela CESIMERJ e através do decreto Nº


22.935 de 29 de janeiro de 1997, foi criado o SIMERJ - Sistema de Meteorologia do
Estado do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia.
Em 03 de abril de 2002, através do decreto Nº 31.181, o SIMERJ passou a ser vincu-
lado à Fundação Estadual do Norte Fluminense – FENORTE. A partir de janeiro de
2004, através de convênio com a Defesa Civil do Estado, o SIMERJ passou a funcio-
nar com o seu centro operacional na sede do Departamento Geral de Defesa Civil,
localizado na Praça da Bandeira, Rio de Janeiro.

A partir de 01 de janeiro de 2007, por meio do decreto n° 40.486, assinado pelo Go-
vernador, o SIMERJ foi vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia - SECT.

A estrutura observacional do SIMERJ, implantada até o presente momento, é compos-


ta de:

• Estação de recepção e processamento de imagens de satélite geoestacionário;


• Rede telemétrica de 14 estações meteorológicas de superfície:
• Região Norte: Campos dos Goytacazes, Morro do Coco, Macaé, Dores de Ma-
cabu;
• Região Noroeste: Italva, Itaperuna e Porciúncula;
• Região Serrana: Petrópolis, Teresópolis;
• Região de Baixadas Litorâneas: Silva Jardim;
• Região Sul: Parati e Ilha Grande;
• Região Metropolitana: Rio de Janeiro – Maracanã;
• Região Centro Sul: Mendes.
A seguir figuram os mapas com a precipitação total mensal, no período de 1998 a
2006, com os valores lançados em zonas ou áreas. Trata-se, por conseguinte, de in-
formações meteorológicas mais acuradas, conquanto generalizadas. Com a sua dis-
ponibilização, estes mapas climáticos se tornam os instrumentos de análise e da for-
mação do conhecimento do comportamento do clima do estado do Rio de Janeiro.

178 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


2.8.1 Precipitação Total Mensal

Mês: Janeiro

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 179


180 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL
Mês: Abril

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 181


182 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL
Mês: Julho

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 183


184 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL
Mês: outubro

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 185


186 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL
2.9 Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense – Uma Contribui-
ção ao Planejamento Ambiental

O trabalho apresentado a seguir foi um estudo realizado pela EMBRAPA no ano de


2004. A autoria da pesquisa é de: José Francisco Lumbreras, Amaury de Carvalho
Filho, Paulo Emílio Ferreira da Motta, Francesco Palmieri, Sebastião Barreiros Calde-
rano, Alfredo Melhem Baruqui, Nilson Rendeiro Pereira, Uebi Jorge Naime, Aroaldo
Lopes Lemos (in memoriam).

Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense: uma contribuição ao planeja-


mento ambiental / José Francisco Lumbreras... [et al.]. - Rio de Janeiro: Embrapa So-
los, 2004. 21 p. - (Embrapa Solos. Documentos n. 64). ISSN 1517-2627

A Região Noroeste Fluminense, localizada entre as coordenadas de 20º45’ e 21º50’ S


e 41º28’ e 42º23’ WGr, ocupa cerca de 5.388,5 km2, que eqüivalem a 12,3% da área
total do estado do Rio de Janeiro, abrangendo os municípios de Aperibé, Bom Jesus
do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Nativi-
dade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.

A Região encontra-se, em sua maior parte, inserida no domínio geoambiental Norte-


Noroeste Fluminense e, em menor proporção, no domínio Planalto do Alto Itabapoana,
conforme definido por Dantas et al. (2001).

O domínio Norte-Noroeste Fluminense consiste numa vasta depressão interplanáltica,


alternada com alinhamentos serranos escalonados, delimitada ao sul pelo Planalto da
Região Serrana e Serra dos Órgãos e, ao norte, pelo Planalto do Alto Itabapoana, es-
tendendo-se a oeste pela Zona da Mata mineira, com características similares. À leste,
é limitado pela Baixada Campista e pelos tabuleiros da Formação Barreiras. O tipo
climático predominante é o Aw, tropical seco, de Köppen (1948). A temperatura média
anual varia entre 23 e 25ºC e a precipitação pluviométrica é de 1000 a 1200 mm anu-
ais. Apresenta 4 a 6 meses de seca, ou seja, com precipitação inferior a 60 mm. Nas
partes mais elevadas, tais como na divisa com Minas Gerais, entre Venda das Flores e
Porciúncula, assim como as serras de Monte Verde, Frecheiras, Monte Alegre e Santo
Eduardo, as temperaturas são mais amenas, atingindo médias anuais de até 20ºC, e
clima tipo Cwa, subtropical úmido. No geral, predominam valores de 150 a 300 mm de
deficiência hídrica anual, considerando-se a capacidade de água disponível no solo
(CAD) de 100 mm, podendo atingir 450 mm nas áreas mais secas (Brandão et al.,
2001; Lumbreras et al., 2003; Martorano et al., 2003).

O Planalto do Alto Itabapoana, também denominado Planalto de Varre-Sai, compreen-


de uma região mais elevada no norte da área, caracterizada por um relevo colinoso
onde se destacam morros isolados de relevo mais movimentado. Este Planalto, con-
tornado por uma área montanhosa e escarpada que o separa da depressão, guarda
íntima relação com a zona planáltica do sul do estado do Espírito Santo e com exten-
sas áreas da Zona da Mata de Minas Gerais. Em termos climáticos, nos setores mais
elevados, em geral em cotas de 500 a 800m, relacionadas à floresta tropical subpere-
nifólia, ocorre o clima tipo Cwa, subtropical úmido. A temperatura é mais amena, com
valores médios anuais de 19 a 22ºC, precipitações ligeiramente superiores, atingindo
1.400 mm, 3 a 5 meses secos e deficiência hídrica inferior a 60 mm anuais (Brandão
et al., 2001; Lumbreras et al., 2003; Martorano et al., 2003).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 187


Em virtude da forte ocupação do espaço agrícola ocorrida desde o início da coloniza-
ção do país, a cobertura florestal, que corresponde a remanescentes da Mata Atlânti-
ca, é de apenas 9,64% da área do Norte-Noroeste Fluminense, o que representa o
maior percentual de desmatamento entre os domínios geoambientais do Estado, e de
34,52% do Planalto do Alto Itabapoana (Fundação..., 2003; Lumbreras et al., 2003);
sendo constituída por fragmentos de matas secundárias com certo grau de degrada-
ção (Rio de Janeiro, 1994; Fundação..., 2003).

A identificação dos macropedoambientes (Figura 12) do Noroeste Fluminense foi reali-


zada com base no conhecimento preexistente sobre os componentes ambientais regi-
onais, assim como nos trabalhos de Dantas et al. (2001) e Lumbreras et al.(2003),
complementado por informações levantadas no campo através de investigações reali-
zadas especificamente para este fim.

Figura 12 - Macropedoambientes do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Dantas et al. (2001) e Lumbreras et al.(2003)

188 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Macropedoambiente 1

Com 3.556 km2, este ambiente corresponde à maior parte da região abrangida pelo
domínio geoambiental Norte-Noroeste Fluminense (Dantas et al., 2001).Compreende
áreas bastante dissecadas, em que predominam solos de elevada fertilidade natural e
média a baixa capacidade de água disponível, que em geral apresentam acentuado
gradiente textural e horizonte B de cores vivas, com estrutura em blocos e cerosidade
bem desenvolvidas, caracterizando argissolos vermelhos e vermelho-amarelos. Menos
freqüente, é a presença de solos hidromórficos nas áreas de várzea. Embora predo-
minem relevos forte ondulado e ondulados, a topografia é bastante variável, com influ-
ência sobre as características dos solos.

Assim, nos relevos mais rebaixados, de conformação suave (suave ondulado e ondu-
lado) contíguos às baixadas, predominam argissolos com elevado gradiente textural
(são em geral abruptos). Estes solos estão associados com gleissolos, ou, menos fre-
quentemente, com planossolos, ambos situados nas baixadas. Nas áreas mais íngre-
mes, relacionadas aos relevos serranos residuais e às escarpas que marcam a transi-
ção com a superfície mais elevada do Planalto do Alto Itabapoana, argissolos verme-
lhos e vermelho-amarelos ocorrem, por vezes, associados a afloramentos de rocha.

Devido às condições climáticas marcadas por um período seco bastante intenso, ou


seja, 4 a 6 meses em que a precipitação é inferior a 60 mm, a vegetação original deste
ambiente é de floresta tropical subcaducifólia, de caráter dominantemente decíduo,
com grande parte de seus componentes perdendo as folhas durante a estiagem. Em
áreas menores, a caducidade da vegetação é ainda mais intensa, chegando a caracte-
rizar floresta tropical caducifólia, como na região de Italva, que parece refletir a con-
junção de deficiência de pluviosidade e baixa capacidade de armazenamento de água
dos solos em razão da sua menor espessura.

Devido às fortes restrições ao uso agrícola, impostas pelo clima e pelo relevo, atual-
mente a exploração do Macropedoambiente 1 restringe-se quase que exclusivamente
à pecuária de leite e de corte, em geral conduzida em pastagens de braquiária, bas-
tante degradadas, em que é intenso o desgaste erosivo, condicionado pela relativa-
mente baixa permeabilidade dos solos (muitas vezes provocada pelas práticas de ma-
nejo inadequadas), associada à estacionalidade climática e ao superpastoreio.

As culturas de arroz (de várzea), milho, tomate e cana-de-açúcar são as mais relevan-
tes em termos estaduais (IBGE, 2003). Ocorrem pequenas áreas cultivadas com ma-
racujá. É fato comum na região, as primeiras chuvas, geralmente mais intensas, ocor-
rerem justamente no período em que o solo encontra-se quase totalmente desprovido
de cobertura vegetal, resultando em incremento dos processos erosivos nestas ocasi-
ões. A existência de córregos e riachos de caráter temporário, assim como a acentua-
da redução na vazão dos maiores rios (Paraíba do Sul, Muriaé, Itabapoana, Pomba
etc.) desta sub-região durante o período de estiagem, está, possivelmente, relaciona-
da ao elevado desmatamento e à maior perda de água do sistema através do incre-
mento do escoamento superficial.

Macropedoambiente 2

O Macropedoambiente 2 está também inserido no domínio geoambiental Norte-


Noroeste Fluminense (Dantas et al., 2001). Abrange 1.023 km2 e compreende áreas

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 189


de relevo forte ondulado e ondulado com encostas convexas do tipo “meias-laranjas”,
entremeadas por várzeas estreitas, paisagem típica dos Mares de Morros do Sudeste.

Os solos dominantes apresentam horizonte B de cores vermelho-amareladas ou ama-


reladas, sobrepostos a um horizonte C rosado-claro, de aspecto homogêneo, que se
estende a grandes profundidades. A elevada espessura dos solos, associada ao as-
pecto homogêneo do horizonte C, constituem características marcantes para a distin-
ção entre os Macropedoambientes 1 e 2. Os solos dominantes são latossolos verme-
lho-amarelos e argissolos vermelho-amarelos, estes muitas vezes exibindo caráter
latossólico, e, em menor proporção, gleissolos, situados nas várzeas.

À exceção dos gleissolos, que tendem a ser eutróficos, a fertilidade natural varia de
moderada a baixa, com predomínio de solos distróficos, e a capacidade de retenção
de água dos é baixa a média. As elevada permeabilidade e estabilidade dos solos,
aliadas à sua elevada espessura, parecem contribuir tanto para menor susceptibilida-
de à erosão como para um caráter menos decíduo da vegetação deste ambiente, que
embora ainda típico de floresta tropical subcaducifólia, em consonância com a existên-
cia de um período de 4 a 6 meses secos no ano, apresenta um aspecto de menor de-
ciduidade em comparação com as áreas do Macropedoambiente 1, assim como é me-
nos intensa a atividade erosiva. Estas características resultam, por outro lado, na mai-
or ocorrência de córregos e riachos perenes, em relação ao Mcropedoambiente 1.

Em termos do uso do solo, verifica-se a ocupação preponderante com pastagens de


braquiária, exploradas com pecuária de corte e de leite. Assim como no Macropedo-
ambiente 1, ocorrem cultivos de arroz (de várzea), milho, tomate, cana-de-açúcar e
maracujá (IBGE, 2003).

Macropedoambiente 3

Encontra-se inserido no Planalto do Alto Itabapoana e, em menor proporção, em áreas


mais elevadas do Norte-Noroeste Fluminense, situadas entre Venda das Flores e Por-
ciúncula, na divisa com Minas Gerais. Abrange 700 km2. Predominam latossolos ver-
melho-amarelos, que ocorrem nos interflúvios aplainados e de conformação convexa,
e argissolos vermelho-amarelos, situados preferencialmente nos patamares de nível
inferior no relevo, além de cambissolos, em geral relacionados a áreas mais disseca-
das, de perfil côncavo, e que, ao contrário dos argissolos, tendem a ocorrer em níveis
topográficos mais elevados. Bem menos freqüente é a presença de gleissolos, que
ocorrem em várzeas estreitas nos fundos de vale.

Os solos desse ambiente caracterizam-se pela fertilidade natural baixa, com freqüên-
cia apresentando elevada saturação por alumínio, e baixa a média capacidade de re-
tenção de água. Predomina relevo forte ondulado e montanhoso, de conformação
convexa, com áreas côncavas na baixa encosta relacionadas ao ravinamento natural.
É digna de nota a elevada profundidade dos perfis de solo que, aliada à elevada per-
meabilidade e conformação convexa das encostas, parecem contribuir para um menor
desgaste erosivo deste ambiente, não obstante o relevo acidentado.

O clima mais úmido e ameno (Cwa de Köppen), com precipitações ligeiramente supe-
riores aos demais Macropedoambientes e com deficiência hídrica inferior a 60 mm
anuais, favorece um maior recobrimento do solo durante a época seca, além de propi-

190 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ciar o cultivo do café arábica, que é bastante comum, ao lado das pastagens de bra-
quiária. É comum neste compartimento da paisagem, a ocorrência de sítios com ca-
pim-gordura, assim como se verifica uma maior proporção de pecuária de leite em
relação à de corte. Secundariamente ocorrem cultivos de milho e feijão (IBGE, 2003).

Em consonância com o clima e em contraste com os demais Macropedoambientes, a


floresta aqui exibe caráter subperenifólio. Devido à maior permeabilidade do solo, à
presença de áreas florestadas mais amplas, ao clima menos seco e temperaturas
mais amenas, verifica-se uma maior quantidade de córregos e riachos perenes em
relação aos demais Macropedoambientes.

3. REFERÊNCIAS

DANTAS, M. E.; SHINZATO, E.; MEDINA, A. I. de M.; SILVA, C. R. da; PIMENTEL, J.;
LUMBRERAS, J. F.; CALDERANO, S. B.; CARVALHO FILHO, A. de. Diagnóstico Ge-
oambiental do Estado do Rio de Janeiro. In: CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Rio
de Janeiro: geologia, geomorfologia, geoquímica, geofísica, recursos minerais, eco-
nomia mineral, hidrogeologia, estudos de chuvas intensas, solos, aptidão agrícola, uso
e cobertura do solo, inventário de escorregamentos, diagnóstico geoambiental. Rio de
Janeiro: CPRM: Embrapa Solos; [Niterói]: DRM-RJ, 2001. Cap. 11.; 1 CD-ROM. Con-
tém texto e mapa color., escala 1:500.000.

FIDERJ (Fundação Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janei-


ro). Indicadores Climatológicos do Estado do Rio de Janeiro, 1978, 156 p. CDD 630
2516.

FUNDAÇÃO CENTRO DE INFORMAÇÕES E DADOS DO RIO DE JANEIRO. IQM


verde: índice de qualidade dos municípios. 2a edição ampliada rev. Rio de Janeiro,
2003. 1CD-ROM.

IBGE (Rio de Janeiro, RJ). Disponível em: http://www.ibge.gov.br> Acesso em: 12 dez.
2010.

KÖPPEN, W. Climatologia. Buenos Aires: Panamericana, 1948. 478 p.

LUMBRERAS, J. F.; NAIME, U. J.; CARVALHO FILHO, A. de; WITTERN, K. P.; SHIN-
ZATO, E.; DANTAS, M. E.; PALMIERI, F.; FIDALGO, E. C. C.; CALDERANO, S. B.;
MEDINA, A . I. ; de M.; PIMENTEL, J.; CHAGAS, C. da S.; GONÇALVES, A . O .;
MARTORANO, L. G.; TÔSTO, S. G.; BRANDÃO, E. S.; AMARAL, F. C. S. do; LIMA, J.
A . de S. ; VALLE, L. da C.S.; PEREIRA, N. R.; BARUQUI, A . M.; PRADO, R. B.; OLI-
VEIRA, R. P. de; AGLIO, M. L. D.; SANTOS, L. C. de O.; ANJOS, G. T. dos. Zonea-
mento agroecológico do Estado do Rio de Janeiro.. Rio de Janeiro: Embrapa Solos,
2003. 148 p. (Embrapa Solos. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 33).

MARTORANO, L. G.; ROSSIELLO, R. O. P.; MENEGUELLI, N. do A.; LUMBRERAS,


J. F.; VALLE, L. S. S.; MOTTA, P. M. F.; REBELLO, E. R. G.; SAID, U. P.; MARTINS,
G. S. Aspectos climáticos do Noroeste Fluminense, RJ. Rio de Janeiro: Embrapa
Solos, 2003. 31p. (Embrapa Solos. Documentos, 43).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 191


RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Estado Meio Ambiente e Projetos Especiais.
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBAMA: Insti-
tuto Estadual de Florestas, 1994. Mapacolor. Escala 1: 400.000.

SIMERJ (Sistema de meteorologia do Estado do Rio de Janeiro). Boletim RJ Clima.


Disponível em: http://www.simerj.com/default_rjclima.php. Acesso em: 16 dez. 2010.

UPEA (Unidade de Pesquisa e Extensão AgroAmbiental - IFF). Dados Meteorológicos.


Disponívelem:http://portal.iff.edu.br/campus/upea/dados-metereologicos/dados-
medios-diarios. Acesso em: 13 dezembro 2010.

192 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 2 - A HIDROGRAFIA DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE

1. AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE


FLUMINENSE

Como pode ser observado nos Mapas 1 e 2, mais adiante, as Regiões Norte e Noroes-
te Fluminense apresentam grande quantidade de corpos hídricos, quais sejam lagoas
continentais e costeiras, rios, lagos e até mesmo o oceano. Além de possuir alguns
aquíferos já catalogados e com grande potencial, principalmente para abastecimento
público, nas cidades de Campos dos Goytacazes e São João da Barra.
Os corpos hídricos de destaque nessas regiões são os rios Muriaé, Paraíba do Sul,
Macaé, Itabapoana, Carangola, Pomba e as lagoas de Cima, Campelo e Feia.
Os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra contam ainda com
uma vasta rede de canais artificiais com cerca de 1.500 km de extensão, onde a maior
parte deflui do rio Paraíba do Sul. Esses canais, que auxiliam na irrigação e desseden-
tação na Baixada Campista e no interior de São João da Barra, podem ser uma alter-
nativa de irrigação para projetos de silvicultura na Região.
Eventos de Derramamentos de Efluentes têm sido constantes nos rios destas regiões:
emissão de efluentes de uma indústria de celulose, em 2003, (rios Pomba, Paraíba do
Sul e oceano), indústria de mineração de alumínio, em 2006 e 2007, (rios Muriaé e
Paraíba do Sul), derramamento de “endosulfan”, em 2008, (rio Paraíba do Sul), derra-
mamento de ácido sulfúrico, em 2001, (rio Paraíba do Sul), entre outros.
Frente aos graves ataques que os mesmos vem sofrendo ao longo das últimas déca-
das e à grande importância desses recursos para o desenvolvimento das Regiões,
cabe destacar que se faz cada vez mais necessário desenvolver políticas de respon-
sabilidade e preservação para com estes corpos hídricos, uma vez que eles vem sen-
do atingidos, constantemente, por derramamentos de efluentes industriais e domésti-
cos, desmatamento e ocupação irregular de suas margens e área de recarga, pesca
predatória, assoreamento, entre outras agressões acontecidas.

Regiões Hidrográficas
Segundo o INEA (2011), o território do Rio de Janeiro, para fins de gestão dos recur-
sos hídricos, encontra-se subdividido em 10 (dez) Regiões Hidrográficas (RH) (ver
Mapa 1), sendo que destas, 4 estão na área das Regiões Norte e Noroeste Fluminen-
se (ver Mapa 2), são elas:
- RH – VII: Rio Dois Rios;
- RH – VIII: Região Hidrográfica Macaé e das Ostras;
- RH – IX: Região Hidrográfica Baixo Paraíba do Sul, e
- RH – X: Região Hidrográfica Itabapoana.
As Regiões Hidrográficas VII e VIII estão parcialmente inseridas na área das Regiões
Norte e Noroeste Fluminense. Somente parte dos municípios de Itaocara e São Fidelis
estão na RH VII. E somente parte do município de Macaé está presente na RH VIII.
Os demais municípios da Região Norte Fluminense estão nas RH IX e X.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 193


Mapa 1 – Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: INEA (2011)

194 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Mapa 2 – Regiões Hidrográficas do Norte e Noroeste Fluminense e Entorno

Fonte: Base Cartográfica IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 195


Os Mapas anteriormente apresentados mostram os limites de cada Região Hidrográfica e os
municípios que as compõem.
Tabela 1 – Municípios e Micro Bacias que Compõem as Regiões Hidrográficas VII, VIII, IX e X
Região Hidrográfica Municípios Micro Bacias
Total: Bom Jardim, Duas Barras, Bacia do Rio Negro e Dois Rios,
Cordeiro, Macuco, Cantagalo, Itaoca- Córrego do Tanque e Adjacentes,
ra e São Sebastião do Alto; Bacia da Margem Direita do Médio
VII
Parcialmente: Nova Friburgo, Traja- Inferior do Paraíba do Sul.
no de Moraes, Santa Maria Madalena
e São Fidélis.
Total: Rio das Ostras; Bacia do Jundiá, Bacia do Macaé e
VIII Parcialmente: Nova Friburgo, Casi- Bacia do Imboacica
miro de Abreu e Macaé.
Total: Quissamã, Natividade, São Bacia do Muriaé, Bacia do Pomba,
João da Barra, Cambuci, Itaperuna, Bacia do Pirapetinga, Bacia do
São José de Ubá, Italva, Santo Antô- Córrego do Novato e Adjacentes,
nio de Pádua, Cardoso Moreira, Pequenas Bacias da Margem Es-
Aperibé, Miracema e Laje do Muriaé; querda do Baixo Paraíba do Sul,
Bacia do Jacaré, Bacia do Campe-
Parcialmente: Trajano de Morais, lo, Bacia do Cacimbas, Bacia do
Conceição de Macabu, Macaé, Cara- Muritiba, Bacia do Coutinho, Bacia
IX pebus, Varre-Sai, São Francisco do do Grussaí, Bacia do Iquipari, Bacia
Itabapoana, Campos dos Goytaca- do Açu, Bacia do Pau Fincado,
zes, São Fidélis, Porciúncula e Santa Bacia do Nicolau, Bacia do Preto,
Maria Madalena. Bacia do Preto Ururaí, Bacia do
Pernambuco, Bacia do Imbé, Bacia
do Córrego do Imbé, Bacia do Pra-
ta, Bacia do Macabu, Bacia do São
Miguel, Bacia do Arrozal, Bacia da
Ribeira, Bacia do Carapebus.
Total: Bom Jesus do Itabapoana; Bacia do Itabapoana, Bacia do
Parcialmente: Porciúncula, Campos Guaxindiba, Bacia do Buena, Bacia
X
dos Goytacazes, Varre-Sai, São do Baixa do Arroz, Bacia do Guriri.
Francisco de Itabapoana.
Fonte: INEA 2011
Nas quatro RH pertencentes ao Norte e Noroeste Fluminense, existem bacias hidrográficas
extremamente importantes, seja por fatores econômicos, sociais e ambientais. São elas:
- Bacia do Rio Paraíba do Sul
Ocupa área de aproximadamente 55.500 km², estendendo-se pelos Estados de São Paulo
(13.900 km²), Rio de Janeiro (20.900 km²) e Minas Gerais (20.700 km²), abrangendo 180
municípios, sendo 88 em Minas Gerais, 53 no estado do Rio e 39 no estado de São Paulo.
No Rio de Janeiro, a bacia abrange aproximadamente 63% da área total do Estado.
O Rio Paraíba do Sul nasce no estado São Paulo, numa confluência dos rios Paraibuna e
Paraitinga, passa na divisa dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro e desemboca no
Oceano Atlântico na cidade de São João da Barra no Norte Fluminense. É considerado um
dos rios mais importantes do Brasil pelo seu valor econômico, uma vez que muitas empre-
sas, principalmente, de São Paulo e Rio de Janeiro estão situadas às suas margens e reti-
ram água e despejam seus efluentes neste corpo hídrico. A cidade do Rio de Janeiro é a-

196 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


bastecida por parte da água do Rio Paraíba do Sul que sofre uma transposição onde cerca
65% da vazão é desviada para o abastecimento desta Metrópole (Nery et.al. 2010)
Os principais afluentes ao Rio Paraíba do Sul nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense
são:
Margem esquerda:
 Rio Pomba - com 300 km de curso; sua foz está próxima à Itaocara, limite entre os
trechos médio e baixo Paraíba;
 Rio Muriaé - com 250 km de extensão; o curso inferior, em território fluminense, apre-
senta características de rio de planície. Sua foz está próxima ao distrito de Três Ven-
das, em Campos dos Goytacazes.
Margem direita:
 Rio Dois Rios - formado pela confluência dos Rios Negro e Grande. Sua foz é na cida-
de de São Fidelis.
Tabela 2 – Disponibilidade Hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul no Norte e Noroeste do Es-
tado, adaptada de LABHID, 2006

Área de Q95% q95% QMLT qMLT


Local Drenagem
(km²) (m³/s) (l/s.km²) (m³/s) (l/s.km²)

Rio Paraíba do Sul a


Montante da Confluência 34.410 168,3 4,89 549,73 15,98
do Rio Pomba
Foz do Rio Pomba 8.616 63,2 7,33 163,43 18,101
Foz do Rio Dois Rios 3.169 16,48 5,2 45,97 14,5
Foz do Rio Muriaé 8.162 28,84 3,53 118,36 14,5
Foz Paraíba do Sul 55.500 353,77 6,37 1.118,40 20,15
Fonte: INEA 2011
- Bacia do Rio Itabapoana
Ocupa uma área de drenagem de 3.800 km², inserida nos Estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo. A área da bacia no Estado do Rio de Janeiro é de 1.520 km², cor-
respondendo a 40% do total e abrange parte dos municípios de Porciúncula, Varre-e-Sai,
Campos dos Goytacazes e São João da Barra e integralmente Bom Jesus de Itabapoana
(SEMADS, 2001).
O Rio Itabapoana é resultado da confluência dos Rios Preto e Verde, tem um curso de 264
km e deságua no oceano Atlântico entre os municípios de São Francisco do Itabapoana (RJ)
e Presidente Kennedy (ES).
Este rio serve de limite entre os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, desde a conflu-
ência do Rio das Onças. Deste ponto até a foz, tem cerca de 180 km de canal sinuoso.
Próximo à sua foz, pela parte capixaba, na cidade de Presidente Kennedy, está sendo cons-
truído porto para escoamento de minério. Tal empreendimento pode vir a impactar este cor-
po hídrico, principalmente os manguezais, a mata ciliar e as características hidrológicas.
Os principais afluentes do Rio Itabapoana em território fluminense são: córrego do Pilão,
vala Água Preta, córrego do Juvêncio, córrego do Baú, córrego Santo Eduardo, córrego Li-
berdade, córrego Pirapetinga, córrego Lambari, córrego Água Limpa, córrego Santana, ribei-
rão Varre- Sai, ribeirão da Onça e ribeirão do Ouro (SEMADS, 2001).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 197


A Tabela seguinte apresenta a disponibilidade hídrica da bacia do Rio Itabapoana.

Tabela 3 – Tabela Disponibilidade Hídrica da Bacia do Rio Itabapoana

Qmínima (m³/s) Qmáxima (m³/s)


Postos Fluviométricos Qmédia (m³/s)
Q7,10 Q95% Qmc Q100
Ponte do Itabapoana 45,18 6,84 7,32 254,57 683,42
Santa Cruz 56,09 12,26 16,70 244,06 508,48
Fonte: Reis et. al. (2008).
- Bacia do Rio Macaé
Abrange uma área de drenagem de 1.765 km², sendo que 82% do seu território estão no
Município de Macaé.
O Rio Macaé possui um percurso de 136 km, tendo suas nascentes na Serra de Macaé de
Cima, a 1.560 m de altitude, no Município de Nova Friburgo e flui no sentido leste-sudeste
até desembocar no Oceano Atlântico, na cidade de Macaé. Apresenta muitas sinuosidades,
com leito pedregoso nas regiões rochosas e acidentadas. Nas zonas baixas e espraiadas,
onde o leito se torna arenoso, encontra-se em grande parte retificado.
Os seus principais afluentes são os rios Boa Esperança, Bonito, Sana, Ouriço, D’Anta, Pur-
gatório e São Pedro e os córregos Santiago e Jurumirim (FGV, 2004).
Este rio ganha importância, principalmente econômica, pois abastece a indústria do petróleo
na bacia de Campos, situada em Macaé.
A Tabela seguinte apresenta a disponibilidade hídrica da bacia do Rio Macaé.
Tabela 4 – Tabela Disponibilidade Hídrica da Bacia do Rio Macaé

Locais Área de Drenagem (km²) Q95% (m³/s) Q7,10 (m³/s)


Foz Rio Boa Esperança 52,4 0,59 0,35
Foz Rio Bonito 89,3 1,2 0,83
Foz Rio Sana 109 1,27 0,81
Foz Rio Ouriço 64,4 0,76 0,47
Foz Rio D’Anta 52,4 0,59 0,35
Foz Rio Purgatório 81,6 0,76 0,4
Foz Rio São Pedro 479 4,12 2,35
Foz Canal Jurumirim 106,9 0,74 0,32
Fonte: FGV – PROJETOS (2004)

- Bacia da Lagoa Feia


Possui uma superfície com cerca de 2.900 km², abrangendo parcialmente os municípios de
Carapebus, Quissamã, Conceição de Macabu, Campos dos Goytacazes, Trajano de Morais,
Santa Maria Madalena e São João da Barra.
A bacia hidrográfica é formada pelos Rios Ururaí (que recebe água da Lagoa de Cima que,
por sua vez, recebe água dos Rios Imbé e Urubu) e Macabu e por uma intricada rede de
canais de drenagem e córregos. As águas fluem para a Lagoa Feia e daí para o mar através
do Canal da Flecha, via artificial de escoamento construída pelo DNOS, em 1949, que pos-
sui 12 km de extensão e largura original de 120m, hoje reduzida, devido ao assoreamento
(SEMADS, 2001).

198 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Hidrografia Subterrânea
As regiões Norte e Noroeste possuem grande potencial hídrico subterrâneo. Entretanto, por
se tratar de água com excelente qualidade na maioria dos casos, esta água tem grande ape-
lo público para que fique para dessedentação. Um fato que corrobora o exposto são as en-
vasadoras de água mineral, principalmente na Região Noroeste.
A presença de intenso falhamento nas rochas da Região Noroeste do Estado, causado por
eventos tectônicos, favorecem o aquífero fissural tornando as rochas propícias ao armaze-
namento de águas subterrâneas (DRM - RJ, 2001).
Na Região Norte, os aquíferos da Bacia Sedimentar de Campos são de grande importância.
Segundo CAPUCCI et al. (2001), o alto potencial em consonância com uma excelente quali-
dade da água, fazem desta região uma das mais importantes do Brasil em termos de água
subterrânea.
Os aquíferos porosos ocorrem na Região Norte, em sedimentos terciários e quaternários,
com espessamento de NW para SE. De acordo com CAPUCCI et al. (2001), nessa bacia
sedimentar encontram-se cinco aquíferos:
 Aquífero Flúvio – deltáico - localiza-se na margem sul do Rio Paraíba do Sul, próximo
a cidade de Campos dos Goytacazes. Compreende sedimentos quaternários arenosos
intercalados com argilas, com espessuras de aproximadamente 90 m. Capacidade es-
pecífica média da ordem de 90 m3/h/m. A vazão de poços neste sistema pode atingir
200.000 l/h, com água de boa qualidade.
 Aquífero Emborê - localiza-se nos arredores da localidade de Farol de São Tomé.
Trata-se de sedimentos principalmente arenosos, com intercalações de argilas, níveis
conchíferos e presença de madeira fóssil. Tem a espessura média de 200 m. O aquífe-
ro é confinado a semi-confinado, e tem a capacidade específica média de 3,50 m³/h/m.
A vazão de poços neste sistema pode atingir a ordem de 100.000 l/h, com água de boa
qualidade.
 Aquífero São Tomé II - ocorre em quase toda a região, com espessuras que variam
desde 200m até mais de 2.000 m. Trata-se de sedimentos terciários variados, com in-
tercalações de areias avermelhadas e argilas, com níveis conchíferos. O aquífero é
confinado, com a capacidade específica média da ordem de 2,35 m³/h/m. A vazão dos
poços pode atingir 60.000 l/h. As águas deste aquífero normalmente são de boa quali-
dade, mas podem apresentar-se ferruginosas.
 Aquífero São Tomé I - ocorre formando um eixo alongado no sentido NE-SW, com
espessuras de até 160m. A capacidade específica média é de 0,5 m³/h/m. Suas águas
são ferruginosas e a vazão dos poços pode atingir 20.000 l/h.
 Aquífero Barreiras - localiza-se na borda oeste da Bacia Sedimentar de Campos.
Compreende sedimentos arenosos avermelhados a argilosos continentais, terciários.
O aqüífero é livre e pouco produtivo, capacidade específica média de 0,33 m³/h/m. As
vazões dos poços normalmente não ultrapassam 2.000 l/h.
Uma grande demanda hídrica vem se configurando na Região Norte Fluminense em função
da instalação do complexo portuário do Açu, no litoral de São João da Barra. Em sua retro-
área estão sendo instaladas grandes empresas que demandarão grande volume de água
para suprir sua produção. Algumas alternativas estão sendo estudadas para atender essa
demanda, como captar água do Rio Paraíba do Sul via canais, alternativa mais viável até o
momento, usar de aquíferos (menos provável), do oceano e/ou de lagoas próximas ao em-
preendimento.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 199


O vasto sistema hídrico destas Regiões, em consonância com a precipitação atmosférica,
facilita o desenvolvimento da silvicultura principalmente no que se refere à irrigação e até
mesmo no transporte de toras e outros produtos por hidrovias. Entretanto, o potencial hidro-
viário destas regiões não está bem estudado. Esse tipo de transporte já foi muito utilizado no
passado, principalmente para transporte de produtos agrícolas e manufaturados produzidos
na Região ou para ela trazidos, mas foi praticamente extinto em função do assoreamento
dos principais rios e o desenvolvimento do transporte terrestre (rodovias e linhas férreas).
Logo, faz-se necessário realizar estudos atualizados para verificar a viabilidade do uso deste
tipo de transporte em função da localização das culturas e das instalações de beneficiamen-
to.

2. REFERÊNCIAS

CAPUCCI, B. E.; MARTINS, M. A.; MANSUR, L. K., MONSORES, M. L. A. Poços tubulares


e outras captações de águas subterrâneas – Orientação aos Usuários. Projeto PLANÁGUA
SEMADS/GTZ. Niterói, Departamento de Recursos Minerais do Governo do Estado do Rio
de Janeiro, 2001. 70p.

DRM-RJ – Departamento de Recursos Minerais. Utilização da Água Subterrânea para Abas-


tecimento de Comunidades Rurais no Norte e Noroeste Fluminense – Parceria
DRM/EMATER. Resumo apresentado no VII Simpósio de Geologia do Sudeste, 2001.

INEA (Instituto Estadual do Ambiente). Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.


Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/recursos/arquivos/RegioesHidrograficas.pdf. Acesso
em: 13 marc. 2011.

LABHID – Laboratório de hidrologia e estudos do meio ambiente da COPPE/UFRJ. Diagnós-


tico dos recursos hídricos - relatório final. Plano de recursos hídricos da bacia do rio Paraíba
do Sul - resumo, Rio de Janeiro. Nota técnica PSR-010-r0: fundação COPPETEC/ AGEVAP,
2006. 201P.

FGV – Projetos. Plano preliminar de recursos hídricos da bacia do rio Macaé. Relatório 2.
Convênio SEMADUR/SERLA/UTE Norte-Fluminense S.A.. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

NERY, E., CARVALHO, R, ALVES, E., COTA, L., CASÉRIO, M., MARTINS, N., MENEZES,
K,. NERY, S., SILVA, E., MILAGRES, E., FELIPPE, M., Plano de Desenvolvimento Sus-
tentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro: Análise Situacional – 1ª Parte. 2010.

REIS, J. A. T., GUIMARÃES, M. A., BARRETO, A. A., BRINGHENTI, J. Indicadores regio-


nais aplicáveis à avaliação do regime de vazão dos cursos d’água da bacia hidrográfica do
rio Itabapoana. São Paulo, UNESP, Geociências, V. 27, N.4, P. 509-516, 2008.

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


– SEMADS. Bacias hidrográficas e rios Fluminenses. Síntese informativa por macrorregião
ambiental. Cooperação técnica Brasil-Alemanha, projeto Planágua semads/ gtz. Rio de Ja-
neiro: SEMADS 2001. 73p.: IL.

200 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


ANEXO 3 - CONDIÇÃO FUNDIÁRIA DAS PROPRIEDADES E DA UTILIZAÇÃO DAS
TERRAS NOS MUNICÍPIOS DAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE

1. CONDIÇÃO EXISTENTE

Este Anexo tem por objetivo resumir a informação de como está a utilização das terras
e a condição fundiária das propriedades nos municípios das Regiões Norte e Noroeste
Fluminense. Todas as informações foram extraídas do Censo Agropecuário 2006 do
IBGE (http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1).

Na utilização das terras foram consideradas as seguintes categorias:

Lavoura permanente – compreendeu a área plantada ou em preparo para o plantio de


culturas de longa duração, tais como: café, laranja, cacau, banana, uva, etc., que após
a colheita, não necessitasse de novo plantio, produzindo por vários anos consecutivos.
Não foram categorizadas como lavouras permanentes a cana-de-açúcar, a mandioca,
o abacaxi e a mamona, as quais, apesar de serem de longa duração, foram conside-
radas, para a pesquisa, como temporárias.

Lavoura temporária (inclusive horticultura e área em descanso) – abrangeu as áreas


plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração, geralmente infe-
rior a um ano, e que só produzem uma vez, pois na colheita destrói-se a planta. Inclu-
sive, para a área das terras com horticultura, a que se encontrava em descanso, vi-
sando a sua recuperação além da área total utilizada em sistema Mandala de produ-
ção. Não foram consideradas as áreas plantadas com forrageiras para corte, utilizadas
na alimentação dos animais.

Forrageiras para corte – compreendeu a área plantada ou em preparo para o plantio


com forrageiras destinadas ao corte e ao uso na alimentação dos animais.
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura, viveiros de mudas, estufa de
plantas e casas de vegetação) – compreenderam as áreas plantadas ou destinadas ao
plantio de flores ou áreas ocupadas com viveiros de mudas, estufas para produção de
plantas e flores ou casas de vegetação (local para experimentos em condições contro-
ladas).
Pastagem natural: campos naturais, faxinal e outros – compreenderam as áreas de
pastos não plantados, mesmo que fossem objetos de limpeza, gradeação ou outras,
utilizadas ou destinadas ao pastoreio dos animais, existentes no estabelecimento.
Pastagem plantada degradada por manejo inadequado ou por falta de conservação,
que se encontrava degradada ou pouco produtiva – abrangeram as áreas plantadas
com espécies vegetais destinadas ao pastoreio dos animais existentes no estabeleci-
mento, nestas condições.
Pastagem plantada em boas condições – compreenderam as áreas plantadas ou em
preparo para o plantio de espécies vegetais destinadas ao pastoreio dos animais exis-
tentes no estabelecimento, e que não estivessem degradadas, pois recebiam manu-
tenção freqüente. Foram incluídas as pastagens que estavam em processo de recupe-
ração.

Matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal –


compreenderam as áreas utilizadas como reserva mínima ou para proteção ambiental

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 201


ou fins científicos e biológicos. Foram consideradas as áreas com mato ralo, caatinga,
cerrado ou capoeirão, quando utilizadas para este fim.
Matas e/ou florestas naturais – compreenderam as áreas utilizadas para a extração
vegetal, cobertas por matas, e as florestas naturais, não plantadas, inclusive as áreas
com mato ralo, caatinga ou cerrado, que foram utilizadas ou não para o pastoreio de
animais. Não se incluiu as áreas de preservação permanente e as áreas em sistemas
agroflorestais.
Florestas plantadas com essências florestais (nativas ou exóticas) – compreenderam
as áreas cobertas por matas e florestas plantadas com essências florestais, nativas ou
exóticas, usadas para a produção de madeiras e de seus derivados, para a proteção
ambiental ou fins biológicos.
Áreas florestais usadas para lavouras e pastejo de animais – compreenderam as á-
reas ocupadas com o sistema agroflorestal de produção, baseado em consórcios ou
combinações de espécies florestais variadas (árvores ou palmáceas), produtivas ou
não, com agricultura diversificada e/ou criação de animais, que normalmente é de for-
ma intensiva e em escala reduzida.

Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas para exploração da aquicultura –
consideraram as áreas ocupadas por tanques, lagos e açudes, mesmo que não esti-
vessem sendo exploradas. No caso de águas públicas, considerou-se a área destina-
da para a criação de peixes, mariscos e crustáceos.

Construções, benfeitorias e/ou caminhos – compreendeu a área ocupada por todas as


construções e benfeitorias do estabelecimento, tais como sede, residências em geral,
silos, armazéns, galpões, estábulos, instalações de agroindústria rural, garagens e
depósitos, bem como a área de estradas e caminhos e de instalações destinadas à
criação de animais.

Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) – formadas por áreas


que já tenham sido utilizadas com lavouras ou pastagens e que perderam sua capaci-
dade de utilização devido ao manejo inadequado, que causou erosão, desertificação,
salinização ou outro problema, determinando a exaustão do solo.
Terras inaproveitáveis para a agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.)
– formadas por áreas inadequadas para implantação de culturas, pastos e matas, tais
como: encostas íngremes, pedreiras, pântanos e outras.
Na condição legal do produtor foram consideradas as seguintes categorias:
Produtor individual – quando o produtor fosse uma pessoa física e o único responsável
pelo estabelecimento;
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas – quando o produtor fosse um con-
domínio, um consórcio ou uma sociedade de pessoas, como marido e mulher, pais e
filhos, amigos ou outros;
Cooperativa – quando o produtor fosse uma cooperativa;
Sociedade anônima (SA) ou por cotas de responsabilidade limitada (LTDA) – quando o
produtor fosse uma sociedade anônima ou sociedade por cotas de responsabilidade
limitada ou entidades de economia mista;

202 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Instituição de utilidade pública – quando o produtor fosse uma instituição de utilidade
pública, tais como: instituição religiosa, hospital beneficente, asilo, orfanato, organiza-
ção não governamental (ONG), e outras; e

Governo – quando o produtor fosse um órgão do Governo Federal, Estadual ou Muni-


cipal.

• Bom Jesus do Itabapoana

Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 1.031 39.209
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 4 46
Cooperativa 5 54
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilidade
5 654
limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 1 48
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 364 1.376
Lavouras – temporárias 195 1.791
Forrageiras para corte 455 1.215
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura),
viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de ve- 1 N.D
getação
Pastagens – naturais 305 6.444
Pastagens - plantadas degradadas 20 177
Pastagens - plantadas em boas condições 689 25.148
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preserva-
89 519
ção permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de pre-
servação permanente e as em sistemas agroflores- 323 1.749
tais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essên-
5 13
cias florestais
Sistemas agroflorestais 6 29
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas
305 394
para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 611 908
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, saliniza-
16 74
das, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
59 173
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 203


• Campos dos Goytacazes

Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 7.802 201.291
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 96 7.285
Cooperativa 20 712
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilidade
138 45.080
limitada
Instituição de utilidade pública 2 31
Governo (federal, estadual ou municipal) 2 7
Outra condição 38 1.333

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 1.688 4.245
Lavouras – temporárias 4.263 79.107
Forrageiras para corte 4.516 1.705
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura),
viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de ve- 3 2
getação
Pastagens – naturais 2.769 40.590
Pastagens - plantadas degradadas 172 5083
Pastagens - plantadas em boas condições 2.523 92.960
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preserva-
377 6.778
ção permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de pre-
servação permanente e as em sistemas agroflores- 241 6.940
tais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essên-
59 593
cias florestais
Sistemas agroflorestais 30 766
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas
390 2.842
para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 3.545 7.261
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, saliniza-
57 175
das, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
464 6.734
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

204 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Cardoso Moreira
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 613 19.794
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 3 114
Cooperativa 14 1.138
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
8 6.814
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 2 286

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 64 117
Lavouras – temporárias 134 882
Forrageiras para corte 155 107
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 534 18.771
Pastagens - plantadas degradadas 39 691
Pastagens - plantadas em boas condições 86 4.776
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
37 903
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 36 213
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
3 25
sências florestais
Sistemas agroflorestais 43 210
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
136 254
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 341 1.154
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
4 5
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
15 25
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 205


• Conceição de Macabu

Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 201 11.284
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 1 145
Cooperativa 1 45
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
1 13
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 2 10
Outra condição 1 9

Número de Área
Utilização das Terras
Estabelecimentos (ha)
Lavouras – permanentes 54 228
Lavouras – temporárias 29 83
Forrageiras para corte 73 276
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura),
viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de - -
vegetação
Pastagens – naturais 121 2.351
Pastagens - plantadas degradadas 10 71
Pastagens - plantadas em boas condições 77 5.228
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
46 407
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 23 2.114
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
11 174
sências florestais
Sistemas agroflorestais 1 ND
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas
45 105
para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 94 360
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
2 ND
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
7 104
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

206 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Santo Antônio de Pádua
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 985 31.118
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 11 208
Cooperativa 1 48
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
- -
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 6 125

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 119 527
Lavouras – temporárias 145 758
Forrageiras para corte 396 2.646
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 629 15.452
Pastagens - plantadas degradadas 15 403
Pastagens - plantadas em boas condições 292 8.900
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
138 819
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 114 769
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
5 17
sências florestais
Sistemas agroflorestais 13 179
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
219 414
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 308 551
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
3 12
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
16 56
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 207


• São Fidélis
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 3.324 61.349
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 17 2.813
Cooperativa 1 170
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
4 2.039
de limitada
Instituição de utilidade pública 1 34
Governo (federal, estadual ou municipal) 1 0
Outra condição 43 290

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 1.252 2.453
Lavouras – temporárias 1.117 4.715
Forrageiras para corte 1.478 7.702
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 1.555 22.210
Pastagens - plantadas degradadas 177 1.916
Pastagens - plantadas em boas condições 681 19.596
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
187 1.262
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 265 1.813
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
11 309
sências florestais
Sistemas agroflorestais 178 698
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
443 695
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 2.230 2.370
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
41 88
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
220 883
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

208 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• São Francisco do Itabapoana
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 3.375 75.336
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 56 917
Cooperativa 1 1.287
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
15 1.748
de limitada
Instituição de utilidade pública 1 12
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 45 661

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 332 1.791
Lavouras – temporárias 2.371 31.108
Forrageiras para corte 2.428 340
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 796 16.441
Pastagens - plantadas degradadas 79 1.915
Pastagens - plantadas em boas condições 597 24.260
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
89 1.095
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 38 582
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
28 82
sências florestais
Sistemas agroflorestais 11 114
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
205 671
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 457 815
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
12 93
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
106 638
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 209


• São João da Barra
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 682 12.667
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 2 29
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
5 178
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 70 329
Lavouras – temporárias 288 2.250
Forrageiras para corte 294 19
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 406 6.450
Pastagens - plantadas degradadas 12 109
Pastagens - plantadas em boas condições 91 3.060
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
8 87
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 28 99
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
- -
sências florestais
Sistemas agroflorestais - -
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
7 2
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 376 462
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
2 ND
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
6 10
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

210 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Cambuci
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 1.110 43.451
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 29 458
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
2 743
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 1 50
Outra condição 4 116

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 100 391
Lavouras – temporárias 431 1.750
Forrageiras para corte 549 703
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 643 15.056
Pastagens - plantadas degradadas 44 944
Pastagens - plantadas em boas condições 422 21.325
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
163 2.399
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 99 1196
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
1 ND
sências florestais
Sistemas agroflorestais 44 157
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
55 107
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 385 592
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
8 47
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
36 155
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 211


• Carapebus
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 158 5.663
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 1 87
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
1 39
de limitada
Instituição de utilidade pública 1 9
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 1 1

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 35 299
Lavouras – temporárias 32 416
Forrageiras para corte 41 66
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 84 2.753
Pastagens - plantadas degradadas 9 54
Pastagens - plantadas em boas condições 31 1.187
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
14 76
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 6 14
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
3 6
sências florestais
Sistemas agroflorestais 9 262
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
19 64
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 57 162
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
8 225
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
16 215
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

212 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Italva
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 345 8.097
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 7 951
Cooperativa 35 586
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
34 959
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 3 231
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 89 267
Lavouras – temporárias 147 422
Forrageiras para corte 261 426
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 247 5.382
Pastagens - plantadas degradadas 18 430
Pastagens - plantadas em boas condições 126 2.906
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
28 267
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 41 271
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
2 ND
sências florestais
Sistemas agroflorestais 14 214
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
23 74
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 38 123
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
1 ND
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
12 37
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 213


• Itaocara
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 1.368 27.384
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 30 739
Cooperativa 163 4.717
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
7 2.328
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 2 344
Outra condição 42 291

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 281 442
Lavouras – temporárias 565 2.837
Forrageiras para corte 674 2.255
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 855 11.951
Pastagens - plantadas degradadas 44 886
Pastagens - plantadas em boas condições 574 14.046
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
55 691
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 131 772
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
4 29
sências florestais
Sistemas agroflorestais 6 790
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
198 134
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 542 949
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
- -
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
12 23
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

214 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Itaperuna
Número de
Condição legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 1.135 63.886
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 37 1.665
Cooperativa 6 366
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
5 295
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 2 30

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 218 872
Lavouras – temporárias 241 1.216
Forrageiras para corte 506 1.345
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 737 30.583
Pastagens - plantadas degradadas 57 1.302
Pastagens - plantadas em boas condições 503 24.425
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
186 2.988
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 181 1.362
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
7 44
sências florestais
Sistemas agroflorestais 8 29
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
378 682
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 800 1.040
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
15 18
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
124 338
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 215


• Macaé
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 524 45.904
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 4 1.546
Cooperativa 7 112
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
4 7.515
de limitada
Instituição de utilidade pública 1 5
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 86 1.508

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 160 1.238
Lavouras – temporárias 188 1.221
Forrageiras para corte 223 529
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 278 10.548
Pastagens - plantadas degradadas 14 528
Pastagens - plantadas em boas condições 258 29.859
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
171 10.905
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 21 541
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
- -
sências florestais
Sistemas agroflorestais 14 97
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
3 24
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 267 647
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
5 150
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
17 305
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

216 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Miracema
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 358 22.440
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 7 582
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
5 205
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 4 70

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 106 604
Lavouras – temporárias 88 400
Forrageiras para corte 226 5.103
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 212 5.995
Pastagens - plantadas degradadas 11 276
Pastagens - plantadas em boas condições 172 7.900
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
124 1.579
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 40 320
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
6 138
sências florestais
Sistemas agroflorestais 4 9
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
125 325
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 231 627
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
- -
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
6 22
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 217


• Natividade
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 435 34.592
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 10 2.683
Cooperativa 1 39
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
- -
de limitada
Instituição de utilidade pública 1 3
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 44 1.077
Lavouras – temporárias 81 371
Forrageiras para corte 235 1.233
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 263 20.778
Pastagens - plantadas degradadas 29 869
Pastagens - plantadas em boas condições 206 11.272
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
54 719
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 42 286
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
7 114
sências florestais
Sistemas agroflorestais 2 ND
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
37 43
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 194 299
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
- -
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
31 107
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

218 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Quissamã
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 233 9.052
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 15 1.654
Cooperativa 13 717
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
3 1.283
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 1 18
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 99 781
Lavouras – temporárias 66 1.856
Forrageiras para corte 73 208
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 174 4.588
Pastagens - plantadas degradadas 5 421
Pastagens - plantadas em boas condições 89 2.191
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
22 727
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 30 474
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
1 ND
sências florestais
Sistemas agroflorestais 11 174
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
60 141
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 160 936
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
- -
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
8 226
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 219


• Varre-Sai
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 563 13.446
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 79 260
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
1 16
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 576 3.663
Lavouras – temporárias 104 351
Forrageiras para corte 121 51
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 192 3.355
Pastagens - plantadas degradadas 4 71
Pastagens - plantadas em boas condições 132 3.979
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
54 504
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 122 1.180
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
7 54
sências florestais
Sistemas agroflorestais - -
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
19 17
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 256 351
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
2 ND
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
38 134
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

220 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Laje do Muriaé
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 408 20.425
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 3 423
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
2 692
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição - -

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 59 254
Lavouras – temporárias 122 516
Forrageiras para corte 186 588
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 286 8.771
Pastagens - plantadas degradadas 10 254
Pastagens - plantadas em boas condições 145 8.184
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
65 552
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 83 1.680
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
5 24
sências florestais
Sistemas agroflorestais 5 105
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
100 239
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 223 307
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
2 ND
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
12 34
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 221


• Porciúncula
Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 1.294 19.731
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 7 26
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
17 823
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) 1 6
Outra condição 1 48

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 1.032 3.497
Lavouras – temporárias 130 706
Forrageiras para corte 186 1.097
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas - -
de vegetação
Pastagens – naturais 363 6.908
Pastagens - plantadas degradadas 21 1.397
Pastagens - plantadas em boas condições 147 3.981
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
130 1.145
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 113 879
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
10 94
sências florestais
Sistemas agroflorestais 2 ND
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
46 91
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 372 489
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
5 9
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
92 339
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

222 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• São José de Ubá

Número de
Condição Legal do Produtor Área (ha)
Estabelecimentos
Proprietário individual 425 8.906
Condomínio, consórcio ou sociedade de pessoas 2 13
Cooperativa - -
Sociedade anônima ou por cotas de responsabilida-
- -
de limitada
Instituição de utilidade pública - -
Governo (federal, estadual ou municipal) - -
Outra condição 2 6

Número de
Utilização das Terras Área (ha)
Estabelecimentos
Lavouras – permanentes 27 44
Lavouras – temporárias 201 410
Forrageiras para corte 237 140
Cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultu-
ra), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas 1 ND
de vegetação
Pastagens – naturais 314 5.369
Pastagens - plantadas degradadas 20 174
Pastagens - plantadas em boas condições 109 2.176
Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preser-
39 223
vação permanente ou reserva legal
Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de
preservação permanente e as em sistemas agroflo- 31 108
restais)
Matas e/ou florestas - florestas plantadas com es-
1 ND
sências florestais
Sistemas agroflorestais 7 22
Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públi-
59 39
cas para exploração da aquicultura
Construções, benfeitorias ou caminhos 133 184
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salini-
- -
zadas, etc.)
Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária
7 37
(pântanos, areais, pedreiras, etc.)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 223


2. COMENTÁRIOS SOBRE A ESTRUTURA FUNDIÁRIA DAS REGIÕES NOR-
TE E NOROESTE FLUMINENSE

A distribuição da terra no Brasil é historicamente concentrada, fato cuja origem remon-


ta ao período da colonização, com as capitanias hereditárias e a doação das sesmari-
as. De origem histórica, essa estrutura concentrada tem se mantido ao longo dos a-
nos, como revelam algumas análises (CUNHA, 2004, SOUZA e LIMA, 2003).

No estado do Rio de Janeiro, a distribuição da posse da terra, conquanto menos con-


centrada que a média do país, apresenta-se ainda muito distante do que caracterizaria
uma distribuição igualitária. Estudo realizado por HOFFMANN (1998), a partir de in-
formações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), revela
que a distribuição da posse da terra nesse Estado passou por algumas alterações no
decorrer das últimas décadas, porém sem alterar significativamente sua conformação.

Estimativas realizadas a partir de dados dos Censos Agropecuários evidenciam au-


mento do índice de Gini para o Rio de Janeiro no período de 1970 a 1985, passando
de 0,790 a 0,816 (GASQUES E CONCEIÇÃO, 2003 apud SOUZA, et. al., 2007).

As Regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro representam, conjuntamente, 35,3%


da área total do Estado. De tradicional importância agrícola, essas Regiões tem pas-
sado por um processo de empobrecimento associado às condições adversas da sua
capacidade de produção, em termos da competitividade de mercado de seus dois
principais produtos, isto é, a cana-de-açúcar e o café. De fato, o processo de parcela-
mento agrário que se consumou na Região no início do século XIX, se antecipou à
modernização da agricultura brasileira, à incorporação da tecnologia e à eliminação do
trabalho escravo que passaram a ter uma viabilidade maior em grandes áreas agricul-
táveis como resultado de uma nova estrutura para o setor agrícola (SOUZA et. al.,
2007). Com uma configuração dominante de minifúndios, sem admitir processos asso-
ciativos que viabilizem escalas produtivas, sem agregar conhecimento e tecnologia,
em mecanização ou automação, perdendo gradativa e sucessivamente os investimen-
tos em infra-estrutura que buscaram oferecer vantagens locacionais – que se tornaram
inoperantes – sem porto de escoamento, entre outros fatores que ocorreram e ocor-
rem, a Região enfrenta uma decadência secular. Diversos foram os esforços de recu-
peração ou resgate das condições de liderança de mercado anteriores, sem sucesso.
Alternativas de novos cultivares que se somam às medidas mencionadas parecem
esbarrar sistematicamente na condição fundiária.

São destacados os efeitos do crédito rural subsidiado, uma das principais políticas
voltadas para modernização da agricultura brasileira. Segundo MARTINE e BESKOW
(1987), o crédito rural foi desigualmente distribuído entre regiões, entre tipos de produ-
tos e entre classes de tamanho de produtores. Outras políticas, como os preços míni-
mos, o seguro rural e as políticas de subsídios, além de programas especiais de de-
senvolvimento regional, também atuaram no sentido de incentivar a concentração fun-
diária, além de beneficiar atividades e regiões específicas e favorecer grande produ-
ção. GRAZIANO DA SILVA (1980) e CASTRO (1982) ressaltaram que, em virtude dos
avanços das transformações capitalistas na agricultura e em resultado de políticas
governamentais favorecendo as propriedades de grande porte e acarretando a despro-
teção para os pequenos estabelecimentos atuando individualizadamente, a proprieda-
de da terra tem-se tornado cada vez mais concentrada.

224 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Inseridas no cenário agrícola nacional, as Regiões Norte e Noroeste fluminense sofre-
ram o efeito dessas políticas com impactos devidos à sua estrutura fundiária.

Na Tabela seguinte que apresenta a área média das propriedades agrárias, pode-se
observar que a superfície desses imóveis rurais é pequena. Ela apresenta-se mais
elevada no município de Conceição de Macabú, com valor em torno de 100 ha, assim
como em Quissamã e Macaé, onde a área média compreendida, na maior parte, na
faixa de 70 a 80 ha. Já os municípios de Italva, Itaocara, Santo Antônio de Pádua, São
Fidélis e São João da Barra se destacam, entre os demais, por apresentarem as me-
nores áreas médias, que se situam, na atualidade, na faixa de 20 a 40 ha. Em situação
intermediária encontram-se todos os demais municípios, com área média compreendi-
da na faixa de 40 a 60 ha. Ao longo dos últimos 40 anos, as áreas tem se mantido e
esta tendência se manifesta provavelmente há mais de um século.

Tabela 1 - Área Média da Distribuição da Posse da Terra nos Municípios das Regiões
Norte e Noroeste Fluminense no Período de 1972-1998
Área Média (ha)
Municípios
1972 1989 1990 1991 1992 1998
Aperibé - - - - - 7,50
Bom Jesus do Itabapoana 57,05 51,68 53,00 52,22 49,97 50,73
Cambuci 45,28 43,72 43,17 43,11 47,12 44,11
Campos dos Goytacazes 41,88 41,47 40,22 40,22 46,12 46,31
Cardoso Moreira - - - - 29,17 50,31
Conceição de Macabu 109,81 110,29 97,79 107,13 96,23 114,77
Italva - 33,97 32,10 32,00 32,64 31,86
Itaocara 24,77 24,52 23,67 23,63 24,24 32,05
Itaperuna 54,66 56,06 55,85 55,98 64,23 65,81
Laje do Muriaé 59,89 56,64 57,25 56,30 51,19 50,44
Macaé 95,38 71,32 68,03 67,51 76,61 75,89
Miracema 54,60 56,38 55,21 54,38 57,85 57,02
Natividade 60,18 55,42 54,30 54,02 47,48 46,89
Porciúncula 68,35 58,73 56,90 57,58 61,64 59,14
Quissamã - - 83,51 83,51 72,85 66,11
Santo Antônio de Pádua 31,14 29,57 28,91 28,74 31,65 29,90
São Fidélis 39,46 37,44 37,14 36,84 33,59 33,71
São João da Barra 32,66 27,53 26,93 26,99 26,89 27,61
Varre-Sai - - - - 52,85 45,85
Fonte: SOUZA et. al., 2007

Com relação a estratificação por grupos de tamanho das propriedades agrícolas, os


grupos de área de menos de 10 ha e os entre 10 ha e 100 ha reúnem a maioria dos
estabelecimentos agropecuários nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense (Tabela
2).

Na Região Noroeste Fluminense, os municípios de Bom Jesus do Itabapoana e Cam-


buci destacam-se pelo número de estabelecimentos ocupados (invadidos). Já na Re-
gião Norte Fluminense, os municípios que se destacam por este tipo de ocupação são:
Campos dos Goytacazes, São Fidélis e São João da Barra (Tabela 3).
A Tabela 4 revela a relevância deste Projeto em oferecer uma nova atividade econô-
mica ao meio rural (a Silvicultura), pois, conforme pode ser constatado a população
rural é pequena (comparando com a urbana) e cada vez se torna menor.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 225


Quadro 2 – Número de Estabelecimentos Rurais por Grupos de Áreas nos Municípios das Regiões Norte e Noroeste Fluminense
Estabelecimentos / Grupos Estratificados de Áreas
Regiões / Municípios Estabelecimentos <10 ha ≥10 ha até 100 ha ≥100 ha até 1 000 ha ≥1 000 ha Sem
Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Declaração
Região Noroeste Fluminense 10.818 4.910 20.296 4.935 167.695 947 211.389 18 29.393 8
Aperibé 297 142 489 143 4.039 11 1.601 - - 1
Bom Jesus do Itabapoana 1.075 404 1.454 528 20.240 139 28.698 2 2.468 2
Cambuci 1.649 756 2.662 754 24.721 137 32.595 2 2.401 -
Italva 631 272 1.470 312 8.933 45 9.897 2 2.710 -
Itaocara 1.492 779 3.075 654 18.480 53 11.194 2 3.654 4
Itaperuna 1.492 394 2.128 877 32.668 213 51.902 7 13.866 1
Laje do Muriaé 431 127 682 233 7.664 71 15.170 - - -
Miracema 486 210 902 212 8.956 64 14.487 - - -
Natividade 575 207 875 308 11.387 59 12.272 1 1.617 -
Porciúncula 1.122 794 2.965 281 9.457 46 10.735 1 1.452 -
Santo Antônio de Pádua 879 356 1.639 458 14.867 64 13.755 1 1.225 -
Varre-Sai 689 469 1.954 175 6.283 45 9.082 - - -
Região Norte Fluminense 15.028 8.316 29.952 5.393 183.830 1.248 335.521 68 113.894 3
Campos dos Goytacazes 7.114 4.290 14.218 2.276 78.344 512 142.264 33 54.215 3
Cardoso Moreira 564 213 1.019 290 9.038 60 15.684 1 1.316 -
Conceição de Macabu 223 43 271 120 5.166 59 14.216 1 2.420 -
Macaé 973 204 1.576 541 20.334 213 61.584 15 27.265 -
Quissamã 317 107 511 123 5.148 79 23.285 8 11.737 -
São Fidélis 2.323 1.108 4.809 1.077 33.089 135 32.492 3 4.189 -
São João da Barra 3.514 2.351 7.548 966 32.711 190 45.996 7 12.752 -
TOTAL 25.846 13.226 50.248 10.328 351.526
Fonte: IBGE, 1998

226 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Quadro 3 - Situação Legal do Produtor Rural com Relação à Terra nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense

Proprietário Arrendatário Parceiro Ocupante


Mesoregiões / Municípios
Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha)

Noroeste Fluminense 8 266 402 834 335 9 568 1 887 10 305 330 6 066
Bom Jesus do Itabapoana 925 48 847 26 838 71 2 063 53 1 112
Italva 570 22 520 10 141 2 23 49 327
Itaperuna 1 406 96 996 52 2 296 16 342 18 930
Laje do Muriaé 424 23 370 5 136 2 10 - -
Natividade 445 24 204 33 1 117 86 679 11 150
Porciúncula 447 21 393 29 586 634 2 608 12 23
Varre-Sai 273 14 499 5 637 400 1 930 11 254
Aperibé 226 5 784 13 215 51 102 7 29
Cambuci 1 253 58 535 42 1 062 307 838 47 1 944
Itaocara 1 116 32 892 80 1 589 197 1 074 99 848
Miracema 364 23 577 13 361 103 383 6 24
Santo Antônio de Pádua 817 30 218 27 592 18 253 17 424
Norte Fluminense 13 391 628 207 242 15 788 680 7 599 715 11 603
Campos dos Goytacazes 6 649 268 302 79 10 006 305 4 298 81 6 437
Cardoso Moreira 547 26 803 7 177 2 10 8 67
São Fidélis 1 802 70 008 68 1 506 136 800 317 2 265
São João da Barra 2 957 94 540 53 1 200 222 1 131 282 2 136
Conceição de Macabu 210 21 124 11 791 1 12 1 145
Macaé 928 107 973 17 1 860 9 434 19 494
Quissamã 298 39 458 7 249 5 915 7 60
Fonte: IBGE, 1998

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 227


Quadro 4 – Censo IBGE de 2010 com a População e sua Composição nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense
População Crescimento Mulheres
Homens 2010 Urbano 2010 Rural 2010 Urbano 2010 Rural 2010
Município 2010 (Uni- 2000-2010 2010 (Percen-
(Percentual) (Unidades) (Unidades) (Percentual) (Percentual)
dades) (Percentual) tual)
Aperibé 10.215 27,40 49,2 50,8 8.880 1.335 86,9 13,1
Bom Jesus do Itabapoana 35.384 5,14 48,6 51,4 29.912 5.472 84,5 15,5
Cambuci 14.829 1,08 49,9 50,1 11.301 3.528 76,2 23,8
Campos dos Goytacazes 463.545 13,90 48,1 51,9 418.565 44.980 90,3 9,7
Carapebus 13.348 54,03 50,9 49,1 10.542 2.806 79,0 21,0
Cardoso Moreira 12.540 -0,44 49,8 50,2 8.764 3.776 69,9 30,1
Conceição de Macabu 21.200 12,87 49,7 50,3 18.332 2.868 86,5 13,5
Italva 14.027 11,14 48,7 51,3 10.228 3.799 72,9 27,1
Itaocara 22.902 -0,44 48,9 51,1 17.329 5.573 75,7 24,3
Itaperuna 95.876 10,56 48,5 51,5 88.408 7.468 92,2 7,8
Laje do Muriaé 7.491 -5,29 50,1 49,9 5.636 1.855 75,2 24,8
Macaé 206.748 56,08 49,6 50,4 202.873 3.875 98,1 1,9
Miracema 26.829 -0,87 48,5 51,5 24.701 2.128 92,1 7,9
Natividade 15.077 -0,32 49,4 50,6 12.041 3.036 79,9 20,1
Porciúncula 17.771 11,40 49,9 50,1 13.902 3.869 78,2 21,8
Quissamã 20.244 48,05 49,6 50,4 13.016 7.228 64,3 35,7
Santo Antônio de Pádua 40.569 4,85 49,2 50,8 31.086 9.483 76,6 23,4
São Fidélis 37.553 2,08 49,0 51,0 29.689 7.864 79,1 20,9
São Francisco de Itabapoana 41.357 0,52 50,3 49,7 21.090 20.267 51,0 49,0
São João da Barra 32.767 18,37 49,5 50,5 25.715 7.052 78,5 21,5
São José de Ubá 7.003 9,20 50,0 50,0 3.098 3.905 44,2 55,8
Varre-Sai 9.503 21,00 50,3 49,7 5.805 3.698 61,1 38,9
Total 1.166.778 13,65 49,4 50,6 1.010.913 155.865 76,9 23,1
Fonte: Censo IBGE 2010

228 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


3. REFERÊNCIAS

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1995/96. XLI Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Anais... Passo
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Características do Emprego Formal.2007. Disponível em: http://www.mte.gov.br/rais
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RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) / Ministério do Trabalho e Emprego.


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Rio de Janeiro: Garamond, 2006. 328p.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 229


ANEXO 4 – LICENCIAMENTO E IMPACTOS AMBIENTAIS

1. Licenciamento Ambiental
Embora estabelecidos legalmente por uma resolução do CONAMA (Conselho Nacio-
nal de Meio Ambiente, desde 1997 (Resolução Nº 237/97), atualmente, com os gran-
des empreendimentos do Complexo do Açu, a população está tomando conhecimento
mais detalhado de como ocorre este processo, principalmente através da participação
nas audiências públicas. Os licenciamentos para projetos de grande porte obedecem a
três estágios distintos: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de
Operação (LO).
A Licença Prévia é concedida na fase inicial de planejamento do empreendimento e
atesta a sua concepção, localização e viabilidade ambiental. Para a obtenção da LP, é
elaborado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA). Após a elaboração desses documentos, o EIA/RIMA fica disponível para a
consulta da população e análise do organismo ambiental competente, que, então, soli-
cita a realização de a audiência pública - um procedimento que consiste em apresen-
tar aos interessados o conteúdo dos estudos ambientais, esclarecendo dúvidas e reco-
lhendo as críticas e sugestões sobre o empreendimento e seus impactos.
Após a concessão da Licença Prévia, é preciso elaborar o Plano Básico Ambiental
(PBA), que irá detalhar, na forma de programas executivos, as medidas mitigadoras,
compensatórias e potencializadoras recomendadas no EIA, além de trazer propostas
de monitoramento da ocorrência dos processos impactantes e medidas de controle.
A Licença de Instalação autoriza a implantação do empreendimento, devendo obe-
decer às especificações do Plano Básico Ambiental (PBA), assim como dar cumpri-
mento às exigências especificadas pelo organismo ambiental competente.
Após a construção do empreendimento, é necessária a obtenção da Licença de Ope-
ração para autorizar o seu funcionamento. A LO é concedida após a verificação do
cumprimento das medidas exigidas nas licenças anteriores.
Além destas licenças, existem outras para investimentos de menor porte que em al-
gumas situações podem acontecer de forma simultânea, como exemplo:
• Licença Ambiental Simplificada – LAS - Concedida em uma única fase, atesta a
viabilidade ambiental, aprova a localização e autoriza a implantação e/ou a operação
de empreendimentos ou atividades enquadrados na Classe 2, definida na Tabela 1
do Decreto 42.159/09, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental
que deverão ser observadas.
• Licença Prévia e de Instalação – LPI - Atesta a viabilidade ambiental de empreen-
dimentos e, concomitantemente, aprova sua implantação, quando a análise de viabi-
lidade ambiental da atividade ou empreendimento não depender elaboração de EI-
A/Rima nem RAS, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que
deverão ser observadas.
• Licença de Instalação e de Operação – LIO - Aprova, concomitantemente, a insta-
lação e a operação de empreendimentos cuja operação represente um potencial po-
luidor insignificante, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental
que devem ser observadas na sua implantação e funcionamento.

230 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Licença Ambiental de Recuperação – LAR - Aprova a remediação, recuperação,
descontaminação ou eliminação de passivo ambiental existente, na medida do pos-
sível e de acordo com os padrões técnicos exigíveis, em especial aqueles em em-
preendimentos fechados, desativados ou abandonados.
• Licença de Operação e Recuperação – LOR - Autoriza a operação do empreendi-
mento concomitante à recuperação ambiental de passivo existente em sua área, ca-
so não haja risco à saúde da população e dos trabalhadores.
As licenças só têm validade quando a sua concessão é publicada no Diário Oficial do
Estado do Rio de Janeiro e em um jornal de grande circulação, no prazo de 30 dias
após seu recebimento. A não publicação da licença pode acarretar sua anulação ou a
aplicação das penalidades previstas nos artigos 84 e 87 da Lei nº 3.467, de 14 de se-
tembro de 2000.
1.1 Licenciamento Ambiental da Atividade de Silvicultura
Para plantios onde o procedimento fica resumido à comunicação ao organismo ambi-
ental, sem obrigatoriedade de Licenciamento, é preenchido um formulário, próprio do
organismo ambiental, o que pode ser realizado pelo próprio proprietário.
É solicitado ao proprietário os seguintes documentos para compor a comunicação:
• Formulário de comunicação de implantação (modelo INEA) devidamente preen-
chido e assinado por ele;
• Comprovante de titularidade de posse do imóvel onde haverá o plantio;
• Descrição detalhada dos acessos à propriedade;
• Planta topográfica e planialtimétrica devidamente assinada por responsável téc-
nico contendo:
− Usos implantados na propriedade,
− Características físicas do terreno (topografia, corpos hídricos, estradas e
outras),
− Cobertura vegetal,
− Confrontantes,
− Orientação magnética,
− Área total dos talhões de silvicultura econômica,
− Área total da propriedade.
O organismo ambiental não cobra qualquer taxa para a comunicação de silvicultura.
A análise do organismo ambiental pode durar aproximadamente 60 dias.
Para plantios que necessitem de Licenciamento Ambiental Simplificado, recomenda-se
ao proprietário contratação de uma consultora especializada em licenciamentos.
Os documentos exigidos são:
1. Requerimento Padrão do Organismo Ambiental
2. Formulário para Licenciamento Ambiental de Projeto de Silvicultura Econômica
(modelo INEA)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 231


3. Documentos do Requerente
3.1. Pessoa Física
3.1.1.Cópia da carteira de identidade e CPF
3.1.2.Cópia de comprovante de residência
3.2. Pessoa Jurídica
3.2.1.Cópia do CNPJ
3.2.2.Cópia das atas de constituição e eleição da última diretoria (no caso de S.A.)
3.2.3.Cópia do contrato social e última alteração (no caso de Ltda.)
3.2.4.Cópia da carteira de identidade e CPF do representante legal
4. Documentos do Procurador
4.1.Cópia da carteira de identidade e CPF
4.2.Procuração com firma reconhecida
4.3.Cópia do comprovante de residência
5. Documentos do Responsável Técnico
5.1. Cópia da Carteira do CREA
5.2. Cópia da ART do projeto com a guia de recolhimento paga
6. Documentos da Propriedade
6.1.Cópia do RGI ou outro documento que comprove a justa posse
6.2.Cópia do CCIR(INCRA)
6.3.Reserva Legal
6.3.1.Documento comprobatório de averbação da Reserva Legal registrada em
Cartório.
6.3.2.Ou cópia do protocolo de requerimento de Reserva Legal no INEA
7. Documento emitido pala Prefeitura Municipal informando sobre o enquadramento da
atividade em relação ao uso e ocupação do solo.
8. Documentos técnicos
8.1. Plano de manejo florestal, contendo, no mínimo:
8.1.1. Caracterização da propriedade
8.1.2.Tabela dos pontos georreferenciados da área do projeto (tipo de memorial des-
critivo simplificado)
8.1.3. Croquis de acesso (sede do município ou distrito como referência)
8.1.4. Descrição da construção/manutenção de estradas e aceiros
8.1.5. Mapa esquemático da propriedade contendo as áreas de preservação perma-
nente, reserva legal, culturas agrícolas, pastagem, remanescentes florestais, hidrogra-
fia, área georreferenciada do projeto e indicação de acessos;

232 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


8.1.6. Plano de corte contendo, no mínimo, descrições sobre a espécie plantada, es-
paçamento, estoque, ciclo de corte ou colheita (no caso de produtos não madeireiros),
período/época de colheita, sistema de exploração; e,
8.1.7. Tratos silviculturais, reforma de talhão, tempo de permanência da cultura.
Para plantios que necessitem de EIA/RIMA são requeridos os documentos e formulá-
rios citados anteriormente, após análise do organismo ambiental será emitida uma
Instrução Técnica onde serão requeridos todos os parâmetros e procedimentos, além
dos básicos, que deverão conter no EIA. Após análise do EIA novas solicitações po-
dem ser feitas.
As solicitações do organismo ambiental dependem do tipo de empreendimento, locali-
zação e da legislação.
As taxas pertinentes as modalidades de licenciamento são calculadas por técnicos do
organismo ambiental no momento em que o processo é protocolado.
Recomenda-se somente protocolar a documentação completa no organismo ambien-
tal, caso contrário o processo será paralisado e somente retornará para análise após
apresentação das pendências.
Quando houver a necessidade de comunicação do plantio não haverá, por parte do
organismo ambiental, a solicitação de averbação de Reserva Legal, entretanto, o pro-
prietário não ficará isento de cumprir a legislação que o obriga a averbar a Reserva
Legal.
Para plantios que necessitem de Licença Ambiental Simplificada e EIA/RIMA, uma das
obrigações do proprietário será a averbação da Reserva Legal. Recomenda-se fazer o
pedido de averbação juntamente com o pedido de Licença ambiental pertinente. Tal
procedimento adianta a emissão da licença.
Os prazos de emissão das licenças dependem do processo estar completo e do cum-
primento das solicitações do organismo ambiental.
Ressalta-se que no licenciamento ambiental das atividades de silvicultura econômica
devem ser observadas restrições no tocante às regiões hidrográficas e porte do em-
preendimento, conforme descrito na tabela abaixo:
Tabela 1 - Restrições para o Licenciamento da Silvicultura
Comunicação de Licenciamento
Região EIA-RIMA
Implantação até Simplificado
Hidrográfica Acima de (ha)
(ha) Acima de (ha)
VII 15-50 dependendo da altitude 15 200
VIII 20 20 200
IX 50 50 400 (Baixo Paraíba)
X 50 50 400 (Itabapoana)

1.2 Licenciamento Ambiental de Plantas de Celulose e Plantas Industriais de


Transformação em Geral

1.2.1 Plantas Industriais de Celulose

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 233


Visando o desenvolvimento socioeconômico aliado à preservação dos ecossistemas,
foi instituída a Política Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 1981). Esta Lei estabele-
ce as diretrizes para o Licenciamento Ambiental e estabelece os empreendimentos a
serem licenciados. Entretanto, os Estados e Municípios podem legislar sobre as Licen-
ças desde que sejam mais restritivos do que a lei federal e possuam convênio com os
organismos ambientais Federais e Estaduais.
Desde a implementação da Política Nacional de Meio Ambiente é obrigatório o Licen-
ciamento Ambiental, em todos os Estados da Federação e mais o Distrito Federal,
para empreendimentos que possam gerar degradação ambiental e poluição, ou sejam
potencialmente poluidores, como é o caso da indústria de celulose.
A obrigatoriedade do Licenciamento tem por objetivo permitir o desenvolvimento eco-
nômico com o mínimo de impacto ambiental e social possível. Para diminuir os impac-
tos, os organismos ambientais analisam os processos de implementação e operação
dos empreendimentos e de acordo com a legislação e tecnologias existentes estabe-
lecem as exigências. Tais exigências visam manter o equilíbrio ambiental e a conser-
vação da qualidade do ambiente (SILVA et. al, 2006).
As licenças pertinentes a cada empreendimento somente serão emitidas quando o
empreendedor cumprir todas as exigências dos organismos ambientais.
A classificação quanto ao tipo de impacto da atividade da indústria de papel e celulose
é Alto, segundo a Lei N.o 10.165 de 27 de dezembro de 2000 (BRASIL, 2000) que foi
anexada à Política Nacional de Meio Ambiente.
A indústria de papel e celulose compreende a fabricação de celulose e pasta mecâni-
ca; fabricação de papel e papelão; fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina,
cartão e fibra prensada (BRASIL, 2000).
No estado do Rio de Janeiro o organismo ambiental que normatiza as regras de Li-
cenciamento Ambiental é o Instituto Estadual do Ambiente – INEA. O INEA segue a
legislação federal, estadual e municipal, quando for o caso.
Ao escolher um município para instalar a indústria, deve-se fazer uma avaliação no
zoneamento de ocupação e uso do solo, este procedimento evita a compra de áreas
em locais da cidade que não podem ser construídas empresas, por exemplo, em áreas
residenciais. Se a área escolhida for rural, o empreendedor deverá fazer o processo
de averbação de Reserva Legal, a fim de não atrasar a emissão das licenças e sendo
o imóvel rural, deve-se protocolar o requerimento de reserva legal, juntamente com o
processo de licenciamento.
Para indústria de celulose, é necessário a confecção do EIA/RIMA. Após a análise dos
documentos e formulários pelo organismo ambiental será emitida uma Instrução Téc-
nica onde serão requeridos todos os parâmetros e procedimentos, além dos básicos,
que deverão conter no EIA. Após análise do EIA novas solicitações podem ser feitas.
As solicitações do organismo ambiental dependem do tipo de empreendimento, locali-
zação e da legislação.
Documentos gerais necessários para licenciar um empreendimento de transformação
no estado do Rio de Janeiro.
• Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo representante legal.
• Declaração de entrega de documentos em meio impresso e digital.

234 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• Cópias dos documentos de identidade e CPF do representante legal que assina
o requerimento. Se o requerente for pessoa física, deverá apresentar também
comprovante de residência.
• Se houver procurador, apresentar cópia da procuração pública, ou particular com
firma reconhecida, e cópias dos documentos de identidade e CPF. Cópias dos
documentos de identidade e CPF do Contato junto ao Inea, indicado pelo repre-
sentante legal.
• Cópia das atas de constituição e eleição da última diretoria e Estatuto, quando se
tratar de S/A, ou contrato social atualizado quando se tratar de sociedade por co-
tas de responsabilidade limitada. Se o requerente for organismo público, deverá
ser apresentado o Ato de nomeação do representante legal que assinar o reque-
rimento.
• Cópia de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
• Cópia da Certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de
empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável
ao uso e ocupação do solo.
• Cópia do título de propriedade do imóvel e da Certidão atualizada do Registro
Geral de Imóveis (RGI); ou cópia da certidão de aforamento, se for o caso; ou
cópia da Cessão de Uso, quando se tratar de imóvel de propriedade da Uni-
ão/Estado. Se o requerente não for proprietário do imóvel, apresentar também
Contrato de Locação, de Comodato ou outros. (opcional nos casos de Licença
Prévia - LP).
Se o imóvel for rural, na certidão de registro deverá constar a averbação da Reserva
florestal Legal. Não estando averbada, a área a ser destinada como reserva florestal
legal deverá ser previamente aprovada pelo Inea mediante procedimento próprio. Nos
casos de posse, a Reserva Florestal Legal, será averbada por meio de Termo de Ajus-
tamento de Conduta, conforme § 10, art. 16 da Lei Federal nº 4.771/65 – Código Flo-
restal.
• Cópia do ITR (Imposto sobre a propriedade Territorial Rural) atualizado se for o
caso.
• Cópia do CPF e do Registro no Conselho de Classe do (s) profissional (is) res-
ponsável (is) pelo projeto, pela construção ou pela operação, acompanhado da
Anotação de Responsabilidade Técnica (ANT) atualizada.
• Planta de localização, em cópia de plantas do IBGE, mapas do programa Google
Earth, croquis ou outros, indicando:
− coordenadas UTM ou geográficas;
− localização do terreno em relação ao logradouro principal e a pelo menos
mais dois outros, indicando a denominação dos acessos; caso esteja situ-
ado às margens de estrada ou rodovia, indicar o quilômetro e o lado onde
se localiza;
− corpos d'água (rios, lagos, etc.) mais próximos ao empreendimento, com
seus respectivos nomes, quando houver;
− usos dos imóveis e áreas vizinhas, num raio de no mínimo 100 m..

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 235


Documentos Específicos:
De acordo com as características dos empreendimentos ou atividades, são também
exigidos documentos específicos.
Durante a análise dos requerimentos de licença, podem ser exigidos outros documen-
tos complementares.
A documentação complementar também deve ser entregue em meio impresso e em
meio digital (cópia fiel da documentação em papel, textos em arquivo pdf, imagens em
arquivo jpg ou jpeg e plantas em arquivo dwg). Cada documento, não importa o nº de
páginas, deve ser digitalizado em um único arquivo pdf; ou seja, um arquivo pdf não
pode conter mais de um documento. Exemplo: o Contrato Social deve ser um arquivo
"Contrato Social.pdf"; o CPF deve ser outro arquivo, "CPF.pdf"; e assim sucessiva-
mente.

1.2.2 Indústrias de Transformação em Geral


Para indústrias de transformação em geral tal como indústria de madeira, laminados,
placas etc., deve-se considerar as seguintes etapas:

Licença Prévia – LP
Formulário de Cadastro Industrial Simplificado
Estimativa de consumo de matérias-primas e produtos auxiliares, bem como da capa-
cidade de produção
Fluxogramas dos processos e operações projetadas, indicando os pontos de geração
de resíduos líquidos, sólidos e gasosos
Concepção do tratamento e das medidas de controle previstas para os resíduos líqui-
dos, sólidos e gasosos
Justificativa, sob forma de memorial, da escolha do local para instalação da indústria,
incluindo informações sobre as alternativas de disposição final dos resíduos de origem
industrial e doméstica
Caracterização qualitativa e quantitativa dos efluentes líquidos industriais.
Se houver necessidade de supressão de vegetação nativa ou intervenção em área de
preservação permanente assim classificada pela Lei Federal nº 4.771/65 de 15/09/65
e Resolução CONAMA nº 303, de 20/03/02.

Licença de Instalação – LI
Declaração da concessionária de esgoto sobre a possibilidade de ligação à rede.
Formulário do Sistema de Cadastro Industrial e seus anexos preenchidos.
Memorial descritivo dos processos e operações industriais.
“Lay out” da indústria, contendo a localização de todas as unidades produtivas, equi-
pamentos de produção e de controle ambiental, setor de utilidades e de estocagem.
Fluxogramas das linhas de produção, indicando as etapas e os pontos de geração de
resíduos líquidos, sólidos e gasosos.

236 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Memorial descritivo do tratamento e das medidas de controle previstas para os resí-
duos líquidos, sólidos e gasosos.
Projetos executivos dos sistemas de produção e de tratamento de efluentes líquidos e
gasosos, de resíduos e de redução de ruídos e vibrações.
Documentos relacionados na LP para apresentação junto com o requerimento de LI.
No caso de uso de recursos hídricos de domínio estadual, apresentar o comprovante
do requerimento ou o documento de Outorga para o direito de uso de recursos hídri-
cos, ou declaração de uso insignificante.

Licença de operação - LO
Atualização dos documentos exigidos para a concessão de LI se houver alterações.
Documentos relacionados na LI para apresentação junto com o requerimento de LO.
Se não houve LI:
Documentos específicos exigidos para a concessão de LI.

1.3 Licenciamento Ambiental de Parcelamentos Urbanos (Ecovilas)


Licença Prévia – LP
• Cadastro Ambiental Simplificado - Obras diversas Memorial descritivo contendo:
critérios que orientam o partido adotado, com justificativa para o emanejamento
das curvas de nível;
• taxa de ocupação (T.O.);
• área total edificada (A.T.E.);
• população de projeto e densidades populacionais estimadas (líquida e bruta);
dimensionamento preliminar das áreas destinadas aos diferentes usos previstos
(habitação, recreação e lazer, estacionamento, comércio e serviços, atividades
sociais e esportivas, segurança e outros);
• indicação das etapas previstas no caso de implantação modular;
• esquema viário projetado.

Planta de localização da área a ser parcelada, em escala compatível com o porte do


empreendimento, no mínimo de 1:10.000, indicando graficamente num entorno de 500
metros os seguintes elementos:
• orientação magnética;
• topografia;
• corpos d’água;
• cobertura vegetal;
• áreas especialmente protegidas pela legislação;

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 237


• usos implantados;
• acessos.
Planta da área de implantação do projeto nas condições atuais, em escala compatível
com o porte do empreendimento, no mínimo de 1:2.000, indicando graficamente os
seguintes elementos:
• orientação magnética;
• topografia, destacando curvas de nível de 5 em 5 metros;
• corpos d'água existentes e projetados e respectivas faixas de proteção;
• cobertura vegetal, inclusive aquela considerada de preservação permanente pelo
Código Florestal;
• vias existentes;
• construções existentes;
• indicação das áreas para os diversos usos previstos.

Planta do anteprojeto de parcelamento em escala compatível com o porte do empre-


endimento, no mínimo de 1:1.000, indicando graficamente os seguintes elementos:
• orientação magnética;
• topografia projetada com as curvas de nível remanejadas;
localização das áreas verdes, áreas de preservação, áreas de recreação, sítios
arqueológicos, monumentos históricos e outros; - faixa de proteção dos corpos
d’água;
• localização de quadras e lotes esclarecendo quanto a: tipos e taxa de ocupação,
densidade, construções de uso comum e unidades residenciais previstas como
parte integrante do empreendimento;
• sistema viário.

Informações sobre a infra-estrutura de saneamento, incluindo:


• sistema de abastecimento de água;
• sistema de esgotamento;
• sistema de drenagem pluvial;
• coleta e disposição de resíduos sólidos.

Anteprojeto paisagístico.
Se houver necessidade de supressão de vegetação nativa ou intervenção em área de
preservação permanente assim classificada pela Lei Federal nº 4.771/65 de 15/09/65
e Resolução CONAMA nº 303, de 20/03/02, clique aqui para visualizar a relação de
documentos a serem apresentados.

238 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Licença de Instalação – LI
Cadastro Ambiental Simplificado - Obras diversas
Declaração da concessionária de esgoto sobre a possibilidade de ligação à rede.
Projeto do sistema viário.
Projetos de infra-estrutura de saneamento:
• sistema de abastecimento de água;
• sistema de esgotamento;
• sistema de drenagem pluvial;
• coleta e disposição de resíduos sólidos.

Medidas de proteção ambiental:


• quanto à erosão das encostas;
• em obras realizadas em rios e canais;
• na abertura de canais;
• quanto ao assoreamento e solapamento de praias.

Projeto paisagístico.
Documentos relacionados na LP para apresentação junto com o requerimento de LI.
No caso de uso de recursos hídricos de domínio estadual, apresentar o comprovante
do requerimento ou o documento de Outorga para o direito de uso de recursos hídri-
cos, ou declaração de uso insignificante. Se não houver requerimento ou outorga a
mesma deverá ser obtida.

Se não houver LP:


Memorial descritivo e plantas exigidas para a concessão de LP.

2. IMPACTOS AMBIENTAIS

Os impactos ambientais nos empreendimentos descritos anteriormente foram sistema-


tizados nas planilhas a seguir, que devem ser ajustadas em função das características
específicas de cada empreendimento no que diz respeito a variações em função de
porte, aspectos técnicos, complexidade e particularidades de cada projeto.
O mesmo raciocínio se aplica aos prazos demandados pelos organismos ambientais
responsáveis pela análise e aprovação dos projetos bem como custos de elaboração.
Os quadros apresentados a seguir relacionam de forma sistematizada os potenciais
impactos ambientais inerentes aos principais empreendimentos relacionados à cadeia
produtiva da madeira, como o plantio de florestas comerciais, plantas industriais de
celulose e papel, plantas industriais de madeira em geral e, como empreendimento
indiretamente relacionado, a criação de parcelamentos urbanos (ecovilas) destinadas
aos agricultores.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 239


Quadro 1 - Impactos Ambientais em Plantas Industriais de Processamento de Madeira

Reversibilidade
Temporalidade
INDÚSTRIA DA MADEIRA

ocorrência

Magnitude
Amplitude
Tempo de

Grau de
Tipo
Principais Impactos Ambientais
(Fases de Implantação e Operação)

Poluição Atmosférica (emissões gasosas, material particulado e poeira e incêndios) - P M R R M


MEIO FÍSICO

Poluição Hídrica (contaminação por águas residuais e resíduos sólidos em geral) - P M R R G


Poluição do Solo (contaminação por águas residuais, resíduos sólidos em geral provenientes da produção, da
- P M R R G
manutenção de equipamentos e escritórios)
Poluição Visual - P L R R G
Poluição sonora (operação de equipamentos) - P L R R G
Perda de cobertura vegetal (desmate para implantação) - P M R L M
BIÓTICO
MEIO

Fuga de fauna (perda de habitat e ruído – caso implantada em zona rural) - P L R R G

Pressão sobre serviços públicos (transporte, energia, infraestrutura em geral) - T I R L M


Incremento da oferta de postos de trabalho + T I R L M
Incremento de emprego e renda + T I R R M
MEIO ANTRÓP.CO

Melhoria na infraestrutura urbana existente (ecovilas) + P M R L M


Aumento da atividade comercial + P M R L M
Migração - T M R R M
Ampliação da arrecadação tributária + P M R R G
Incremento de riscos associados a aglomerados urbanos - P M R L M
Capacitação profissional da população + P M I R G
Perda de identidade cultural - P M R R G
Tipo de impacto Positivo (+) e Negativo (-) Reversibilidade Reversível (R), Irreversível (I)
Temporalidade Temporário (T) e Permanente (P) Amplitude Local (L) e Regional ( R)
Tempo de ocorrência Imediato (I), Médio Prazo (M) e Longo Prazo (L) Magnitude Pequena (P), Média (M), Grande (G)

240 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Quadro 2 - Impactos Ambientais em Plantas de Celulose e Papel

Temporalidade

reversibilidade
INDÚSTRIA DE CELULOSE

ocorrência

Magnitude
Amplitude
Tempo de

Grau de
Tipo
Análise dos Principais Impactos Ambientais
( Fases de Implantação e Operação )
Poluição Atmosférica (emissões gasosas de compostos de enxofre e nitrogênio, compostos orgânicos,
- P M R R M
poeira e incêndios acidentais)
MEIO FÍSICO

Poluição Hídrica (contaminação por águas residuais, por lixiviação, resíduos sólidos em geral e rom-
- P M R R G
pimento de barramentos)
Poluição do Solo (contaminação por águas residuais, por lixiviação, rompimento de barramentos, resí-
- P M R R G
duos sólidos em geral provenientes da produção, da manutenção de equipamentos e escritórios)
Poluição Visual - P L R R G
Poluição sonora (operação de equipamentos) - P L R R G
Perda de cobertura vegetal (desmate para implantação) - P M R L M
BIÓTICO
MEIO

Fuga de fauna (perda de habitat e ruído – caso implantada em zona rural) - P L R R G

Contaminação de flora e fauna por lançamentos residuais acidentais em cursos d’água


Pressão sobre serviços públicos (transporte, energia, infraestrutura em geral) - T I R L M
Incremento da oferta de postos de trabalho + T I R L M
MEIO ANTRÓPICO

Incremento de emprego e renda + T I R R M


Melhoria na infraestrutura urbana existente (ecovilas) + P M R L M
Aumento da atividade comercial + P M R L M
Migração - T M R R M
Ampliação da arrecadação tributária + P M R R G
Incremento de riscos associados a aglomerados urbanos - P M R L M
Capacitação profissional da população + P M I R G
Perda de identidade cultural - P M R R G
Tipo de impacto Positivo (+) e Negativo (-) Reversibilidade Reversível (R), Irreversível (I)
Temporalidade Temporário (T) e Permanente (P) Amplitude Local (L) e Regional ( R)
Tempo de ocorrência Imediato (I), Médio Prazo (M) e Longo Prazo (L) Magnitude Pequena (P), Média (M), Grande (G)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 241


Quadro 3 - Impactos Ambientais em Silvicultura ( Florestas Plantadas )

Temporalidade

reversibilidade
FLORESTAS PLANTADAS

ocorrência

Magnitude
Amplitude
Tempo de

Grau de
Tipo
Análise dos Principais Impactos Ambientais
( Fases de Implantação e Operação )

Poluição Atmosférica (fertilizantes, pesticidas, incêndios florestais) - P M R R M


Poluição Hídrica (contaminação dos rec. hídricos por fertilizantes e pesticidas) - P M R R G
FÍSICO
MEIO

Poluição do Solo (contaminação por fertilizantes e pesticidas, erosão, redução de fertilidade, saliniza-
- P M R R G
ção e desertificação de áreas, manutenção de equipamentos)
Poluição Visual (monocultura) - P L R R G
Melhoria climática nas áreas degradadas - P L R R G
Fuga de fauna - P M R L M
Redução da diversidade de espécies vegetal em áreas não degradadas - P L R R G
BIÓTICO
MEIO

Recuperação de áreas degradadas (áreas de reserva legal e recomposição florestal) + P L I R G


Contaminação da flora e fauna por pesticidas e fertilizantes - T M R R M
Redução na disponibilidade de água (aumento do consumo para irrigação) - T L R R M
Criação de corredores florestais (recomposição florestal) + P L I R G
Pressão sobre serviços públicos (ecovilas) - P M R L M
Incremento da oferta de postos de trabalho + P M R R G
MEIO ANTRÓPICO

Incremento de emprego e renda + P M R R G


Melhoria na infraestrutura urbana existente (ecovilas) + P M R L M
Aumento da atividade comercial + P M R L M
Migração - T M R R M
Ampliação da arrecadação tributária + P M R R G
Incremento de riscos associados a aglomerados urbanos - P M R L M
Capacitação profissional da população + P M I R G
Perda de identidade cultural - P M R R G
Tipo de impacto Positivo (+) e Negativo (-) Reversibilidade Reversível (R), Irreversível (I)
Temporalidade Temporário (T) e Permanente (P) Amplitude Local (L) e Regional ( R)
Tempo de ocorrência Imediato (I), Médio Prazo (M) e Longo Prazo (L) Magnitude Pequena (P), Média (M), Grande (G)

242 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Quadro 4 - Impactos Ambientais em Parcelamentos Urbanos ( Ecovilas )

Temporalidade

reversibilidade
PARCELAMENTOS URBANOS ( ECOVILAS )

ocorrência

Magnitude
Amplitude
Tempo de

Grau de
Tipo
Análise dos Principais Impactos Ambientais
( Fases de Implantação e Operação )
Poluição Atmosférica (poeira e material particulado durante as obras) - P M R L P
Poluição Hídrica (carreamento, contaminação por efluente sanitário) - P L R R M
FÍSICO
MEIO

Poluição do Solo (erosão durante as obras, resíduos sólidos e lixo) - P L R L P


Poluição Visual (obras e operação) - P M R L P
Poluição Sonora (obras e operação) - P M R L P
BIÓTICO

Fuga de fauna (obras e operação) - P M I L M


MEIO

Supressão de cobertura vegetal (obras) - P M R L M

Pressão sobre serviços públicos - P M R L M


Incremento da oferta de postos de trabalho + P M R R G
MEIO ANTRÓPICO

Incremento de emprego e renda + P M R R G


Melhoria na infraestrutura urbana existente + P M R L M
Aumento da atividade comercial + P M R L M
Migração - T M R R M
Ampliação da arrecadação tributária + P M R R G
Incremento de riscos associados a aglomerados urbanos - P M R L M
Capacitação profissional da população + P M I R G
Perda de identidade cultural - P M R R G
Tipo de impacto Positivo (+) e Negativo (-) Reversibilidade Reversível (R), Irreversível (I)
Temporalidade Temporário (T) e Permanente (P) Amplitude Local (L) e Regional ( R)
Tempo de ocorrência Imediato (I), Médio Prazo (M) e Longo Prazo (L) Magnitude Pequena (P), Média (M), Grande (G)

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 243


3. PRAZOS ESTIMADOS PARA ANÁLISE E APROVAÇÃO
Os prazos estimados para análise e aprovação de projetos ambientais variam em fun-
ção de diversos fatores, tais como a modalidade e o porte do empreendimento, legis-
lação e condições físicas, bióticas e sociais da região na qual está inserido, situação
documental e fundiária, levantamentos, estudos e projetos específicos solicitados pe-
los organismos ambientais tal como outorgas de uso da água e estudos climáticos,
informações complementares, entre outros.
Aspectos como a necessidade de levantamentos sócio-geográficos- econômicos, pes-
quisas e levantamentos de dados primários, levantamentos topográficos, averbações
de reservas legais, observância de ciclos hidrológicos completos para coletas de fauna
no campo, preparação e execução de audiências públicas, análise dos projetos e a-
tendimento às informações complementares dos organismos ambientais, são fatores
que também podem impor prazos diferenciados ao processo de emissão da licença
ambiental.
Considerando condições ótimas, ou seja, que a execução e análise dos projetos se
desenvolvam sem maiores percalços, pode-se inferir os seguintes prazos para obten-
ção de licenciamentos ambientais para as tipologias propostas neste trabalho:
• Projetos passíveis de Dispensa de Licenciamento Ambiental: de 1 a 2 meses;
• Licenciamento Simplificado para empreendimentos de pequeno porte: no mínimo 2
meses;
• LP, LI para empreendimentos industriais de médio porte: no mínimo 4 meses;
• EIA RIMA para empreendimentos de grande porte: de 12 a 24 meses.

4. CUSTOS ESTIMADOS
De forma similar ao item anterior, os custos para obtenção de licenças ambientais va-
riam em cada caso dependendo do tipo de serviço a ser executado. Para efeito de
simulação pode-se inferir:
• Projetos passíveis de Dispensa de Licenciamento Ambiental: variável.
• Licenciamento Simplificado para empreendimentos de pequeno porte: até R$
30.000,00
• LP, LI para empreendimentos industriais de médio porte: a partir de R$ 30.000,00
• EIA RIMA para empreendimentos de grande porte: a partir de R$ 150.000,00.

5. REFERENCIAS

RIO DE JANEIRO, 2007. Lei n.o 5067 de julho de 2007. Dispõe sobre o zoneamento
ecológico-econômico do Estado do Rio de Janeiro e definindo critérios para a implan-
tação da atividade de silvicultura econômica no estado do Rio de Janeiro.

244 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


RIO DE JANEIRO, 2009. Decreto n° 41.968 de 29 de ju lho de 2009 regulamenta a lei
n° 5.067, de 09 de julho de 2007, no que se refere a empreendimentos de silvicultura
econômica, definidos como pequena e média escala, no Estado do Rio de Janeiro.

BRASIL, 1965. Lei no. 4.771 de 15 de setembro de 1965. Institui o Código Florestal.

BRASIL, 1981. Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providencias.

BRASIL, 2000. Lei no 10.165 de 27 de dezembro de 2000. Altera a Lei no 6.938, de 31


de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

CONAMA. RESOLUÇÃO Nº 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros,


definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, 2002.

SILVA, E; ROCHA, E.C; CANTO, J. L; FINGER, F.A; FAIS, C. L. Agenda Verde: Sis-
temática de Licenciamento do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Viçosa:
Ed. UFV, 2006.

Site Consultado:

www.inea.rj.gov.br. Acessado em 15 de março de 2011.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 245


ANEXO 5 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO E PROGRAMAS
DE APOIO A SILVICULTURA NAS REGIÕES NORTE E NOROESTE FLUMINENSE
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense possuem, na atualidade, uma estrutura ex-
pressiva de instituições de ensino, pesquisa e extensão públicas e privadas bem como
conta com programas governamentais e autônomos de investigação e pesquisa insta-
lados que estão aptos a contribuir para o avanço da silvicultura e de suas cadeias pro-
dutivas no que diz respeito à formação, capacitação e qualificação de pessoas, desen-
volvimento e guarda do conhecimento, tecnologia e inovação, multiplicação de facilita-
dores e instrutores, entre outros. Para constituir a relação das instituições de ensino
técnico, públicas e privadas regionais, foi utilizada a lista de cursos credenciados pela
Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC), disponível
em sua home page: www.educacao.rj.gov.br.
1. INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICO
1.1 UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro)
Localização: Campos dos Goytacazes
Cumprindo compromisso de campanha assumido em Campos dos Goytacazes (RJ),
em 1991, o Governador Leonel Brizola deu início à implantação da UENF, delegando
ao professor Darcy Ribeiro a tarefa de conceber o modelo e coordenar a sua implanta-
ção. Darcy fora o criador e o primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB) e autor
de projetos de instauração ou reforma de universidades na Costa Rica, Argélia, Uru-
guai, Venezuela e Peru. Ao receber a missão de fundar a UENF, ele se impôs o desa-
fio de fazer da nova universidade o seu melhor projeto. Concebeu um modelo inova-
dor, onde os departamentos - que, na UnB, já tinham representado um avanço ao
substituir as cátedras - dariam lugar a laboratórios temáticos e multidisciplinares como
célula da vida acadêmica. Cercou-se de pensadores e pesquisadores renomados para
elaborar o projeto da UENF e apresentou-a como a 'Universidade do Terceiro Milênio'.
Previu a presença da Universidade em outros municípios da Região, sendo Macaé o
primeiro deles, onde viriam a ser implantados os Laboratórios de Engenharia e Explo-
ração do Petróleo (LENEP) e de Meteorologia (LAMET).
O processo de implantação da UENF começou, então, efetivamente em 23 de dezem-
bro de 1991, quando o Decreto n.º 17.206 instituiu, junto à Secretaria Extraordinária de
Programas Especiais, a sua Comissão Acadêmica de Implantação. Em 10/12/1992, foi
aprovada a Lei n.o 2.043/92, de autoria do deputado Fernando Leite Fernandes, crian-
do a Fundação Estadual Norte Fluminense, com a missão de manter e desenvolver a
Universidade Estadual do Norte Fluminense e implementar e desenvolver o Parque de
Alta Tecnologia do Norte Fluminense. As marcas da originalidade e da ousadia que o
prof. Darcy imprimiu a seu último grande projeto de universidade se tornaram visíveis.
A UENF representa a primeira instituição universitária brasileira onde todos os profes-
sores possuem o seu doutorado. A ênfase na pesquisa e na pós-graduação, sem pa-
ralelo na história da universidade brasileira, faz da UENF uma universidade qualificada
para formar pesquisadores e cientistas. Assim sendo, por ter obtido o maior percentual
de ex-alunos participantes da Iniciação Científica, concluindo cursos de mestrado e
doutorado, a UENF ganhou, em 2003, o Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Cientí-
fica, conferido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-
lógico). Por força do regulamento, a instituição vencedora tem que cumprir um interva-
lo sem concorrer à premiação. Assim que este período de carência foi cumprido, a
UENF concorrendo, em 2009, voltou a ser premiada (www.uenf.br).

246 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Mapa 1 – Instituições de Ensino das Regiões Norte e Noroeste Fluminense e Entorno

Fonte: Bases Cartográficas IBGE e CPRM. Elaboração dos Autores

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 247


Tabela 1 – UENF, Cursos Correlatos à Silvicultura e às suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Agronomia
Biologia
Ciências Sociais
Graduação
Engenharia de Produção
Química
Zootecnia
Biociências e Biotecnologia
Ciência Animal
Ciências Naturais
Ecologia e Recursos Naturais
Mestrado e Doutorado
Engenharia de Produção
Genética e Melhoramento de Plantas
Políticas Sociais
Produção Vegetal

1.2 IFF (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense)


Localização: multicampi (Campos dos Goytacazes, Macaé, Bom Jesus do Itabapoa-
na, Cabo Frio, São João da Barra, Quissamã, Itaperuna, Cambuci).
A história do Instituto Federal Fluminense começou no início do século passado. Foi
Nilo Peçanha, o então Presidente da República, que criou através do Decreto n.o 7566
de 23 de setembro de 1909, as Escolas de Aprendizes e Artífices com o propósito de
educar e proporcionar oportunidades de trabalho para os jovens das classes menos
favorecidas.
A princípio, a idéia foi implantar as escolas nas capitais dos Estados, cidades com
maior capacidade de absorção de mão de obra, destino certo daqueles que buscavam
novas alternativas de empregabilidade nos espaços urbanos. Excepcionalmente no
Estado do Rio de Janeiro, a escola não foi instalada na capital e sim na cidade de
Campos dos Goytacazes. No dia 23 de janeiro de 1910, ela entrou em funcionamento,
a nona a ser criada no Brasil, com cinco cursos: alfaiataria, marcenaria, tornearia, sa-
pataria e eletricidade.
Com a crescente industrialização do país, tornava-se cada vez mais importante a for-
mação de profissionais para suprir as demandas do mercado e doze anos depois as
Escolas de Aprendizes e Artífices de nível primário são transformadas em Escolas
Industriais e Técnicas, equiparando-se às de ensino médio e secundário. Com tantas
mudanças, no ano de 1942, a sede da escola em Campos dos Goytacazes fica pe-
quena e novas instalações se tornam urgentes. Assim, a escola obteve o terreno no
parque Dom Bosco, onde atualmente funciona o Campus Centro do IF Fluminense.
Em meados da década de 60, novos cursos são criados: edificações, eletrotécnica e
mecânica de máquinas e em março de 1968, são inauguradas as novas instalações da
então, Escola Técnica Federal de Campos dos Goytacazes (ETFC).
A partir dos anos 70, a classe média começa a procurar alternativas para a educação
de seus filhos, já que as escolas púbicas tradicionais passam por um período de es-
tagnação. Em Campos dos Goytacazes, a alternativa é a Escola Técnica Federal, que
posteriormente, passa a oferecer também o curso de química, um curso técnico volta-
do para a indústria açucareira, uma das bases da economia do Município.

248 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


No ano de1974, a ETFC passa a oferecer apenas cursos técnicos em seu currículo
oficial e põe fim as antigas oficinas. Neste ano, a Petrobrás anuncia a descoberta de
campos de petróleo no litoral norte do Estado. Notícia que mudaria os rumos da Regi-
ão e influenciaria diretamente na história da instituição. A Escola Técnica Federal de
Campos, agora mais do que nunca, representa o caminho para o sonho e passa a ser
a principal formadora de mão de obra para as empresas que operam na bacia de
Campos.

No começo da década de 90, as Escolas Técnicas Federais são transformadas em


Centros Federais de Educação Tecnológica, porém, só em 1999, depois de um longo
período de avaliação institucional, seis unidades da Rede Federal são autorizadas a
oferecer cursos em nível de terceiro grau. O Centro Federal de Educação Tecnológica
de Campos dos Goytacases é uma delas. O desenvolvimento regional passou a deli-
near o projeto institucional do CEFET Campos dos Goytacazes que, um ano antes,
havia inaugurado a Unidade de Ensino Descentralizada (UNED) em Macaé.

Em 2002, foi celebrado um convênio com a prefeitura da cidade vizinha São João da
Barra e o Núcleo Avançado de Ensino (NAE) deste município foi criado. Tudo com
objetivo de ampliar a participação da instituição no desenvolvimento regional. Outro
Núcleo Avançado também foi criado no município de Quissamã.

Foi em outubro de 2004, sob decretos, assinados pelo Presidente Luís Inácio Lula da
Silva, o CEFET passou a ser Centro Universitário, com todas as prerrogativas que lhe
eram inerentes. Além do ensino médio e técnico, o CEFET Campos dos Goytacazes
passa a oferecer os cursos superiores de Automação, Manutenção Industrial, Indústria
do Petróleo e Gás, Desenvolvimento de Software, Design Gráfico, Geografia, Matemá-
tica, Arquitetura e Ciências da Natureza nas modalidades: Química, Física e Biologia,
além de três pós-graduações lato sensu: Educação Ambiental, Produção de Sistemas
e Literatura, Memória Cultural da Sociedade e um curso de mestrado em Engenharia
de Meio Ambiente.

Em 2005, o CEFET firma convênio com o Programa de Pós-Graduação em Engenha-


ria Mecânica/Controle em Automação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e
também passa a oferecer o curso de Engenharia de Controle e Automação Industrial e
também o Mestrado Interinstitucional.

No ano de 2007, através do programa de expansão da Rede Federal de Ensino Pro-


fissionalizante do Governo Federal, foi criada a segunda unidade descentralizada do
CEFET Campos dos Goytacazes com autonomia educacional: a Unidade de Ensino
Descentralizada do distrito de Guarus, onde hoje está o campus Campos-Guarus.

Em 2009, já como Instituto Federal Fluminense, foi inaugurado o campus Cabo Frio,
na Região dos Lagos, e entrou em funcionamento o campus Itaperuna, no Noroeste
Fluminense. Também neste ano, o Colégio Técnico Agrícola Ildefonso Bastos Borges
foi incorporado ao Instituto.

No final do ano de 2009, o Ministério da Educação autorizou a transformação do Nú-


cleo Avançado de Quissamã, o qual, a partir do ano seguinte, passou a operar como o
campus avançado Quissamã (www.iff.edu.br).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 249


Tabela 2 – IFF, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso Cidade
Química Campos dos Goytacazes
Segurança do Trabalho Campos dos Goytacazes
Meio Ambiente Campos dos Goytacazes
Farmácia Campos dos Goytacazes
Técnico
Agropecuária Bom Jesus do Itabapoana
Agroindústria Bom Jesus do Itabapoana
Logística São João da Barra
Agropecuária Cambuci
Geografia Campos dos Goytacazes
Graduação Ciências da Natureza (Física,
Campos dos Goytacazes
Química ou Biologia)
Educação Ambiental Campos dos Goytacazes
Especialização Ensino de Geografia Campos dos Goytacazes
Ensino de Ciências da Natureza Campos dos Goytacazes
Mestrado Engenharia Ambiental Campos dos Goytacazes e Macaé

1.3 Escola Técnica Estadual Agrícola Antônio Sarlo


Localização: Campos dos Goytacazes
A Escola Técnica Estadual Agrícola Antonio Sarlo foi criada em 02/09/1955 com o no-
me de Escola Agrotécnica de Campos. Situa-se numa área de 150 ha à margem da
BR 356, que liga Campos dos Goytacazes à Itaperuna e é servida pela empresa São
João – Linha Escola Agrotécnica e Fundão. Em 1972, foi transferida para a Secretaria
Estadual de Educação com o nome de Colégio Estadual Agrícola Antônio Sarlo.

Em 1999, o Colégio Estadual Agrícola Antônio Sarlo (CEAAS) transferiu-se para a


Secretaria de Ciência e Tecnologia, ficando vinculado à Fundação de Apoio à Es-
cola Técnica – FAETEC, coordenado pelo CETEP Campos – Centro de Educação
Tecnológica e Profissionalizante.

A clientela a que atende, é constituída, na maioria, por filhos de pequenos e médios


produtores rurais, oriundos de regiões circunvizinhas.

Dentre os fatores que viabilizam a prática do curso técnico mencionado, destacam-


se os setores ligados à:

− pecuária: estábulos, aviários, pocilga, capril, sala de medicamentos, sala de


ração, laboratório de piscicultura contando ainda com bovinos, suínos, cabras,
eqüinos, aves e peixes;

− agricultura: oficina mecânica, estufas, máquinas e implementos agrícolas,


equipamentos de topografia, refratômetro de mão, pulverizadores costais, polvi-
lhadores, roçadeiras costais e ferramentas de campo, conjunto de irrigação.
Este Colégio mantém convênios com instituições afins tais como: UENF, FIPERJ,
Prefeitura de Campos dos Goytacazes, com as quais desenvolve alguns projetos
ligados à agropecuária. Sob tutela da UENF são realizados estágio dos alunos con-
cluintes, previstos em sua matriz curricular (http://www.faetec.rj.gov.br/ete antonio-
sarlo/historia.htm).

250 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Tabela 3 – CEAAS, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Agropecuária
Técnico Floresta
Fruticultura

1.4 Colégio Estadual Agrícola Rego Barros, CEARB


Localização: Conceição de Macabu
Tabela 4 – CEARB, Cursos Correlatos a Silvicultura e Suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Técnico Agrícola

1.5 Colégio Estadual Severino Pereira da Silva, CESPS


Localização: Italva
Tabela 5 – CESPS, Cursos Correlatos a Silvicultura e Suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Técnico Meio Ambiente

1.6 Consórcio CEDERJ


Localização: Cursos à Distância (multicampi)
O Centro de Educação Superior à Distância do Rio de Janeiro - CEDERJ é um con-
sórcio formado por seis universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro (Universi-
dade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; Universidade Estadual do Norte Fluminen-
se Darcy Ribeiro– UENF; Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRI-
O; Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Universidade Federal Fluminense
– UFF; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ), em parceria com a
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, por inter-
médio da Fundação CECIERJ, com o objetivo de oferecer cursos de graduação à dis-
tância, na modalidade semipresencial para todo o Estado.
Esse Consórcio foi elaborado em 1999, por meio de documento gerado por uma Co-
missão formada por dois membros de cada universidade juntamente com a Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia - SECT. Esse documento foi assinado pelo Gover-
nador do Rio de Janeiro e pelos Reitores das universidades consorciadas no dia 26 de
janeiro de 2000 (http://www.cederj.edu.br/).
Tabela 6 – Cursos Correlatos a Silvicultura e Suas Cadeias Produtivas
Nível Pólos Curso
Bom Jesus do Itabapoana Ciências Biológicas
Itaocara Ciências Biológicas
Itaperuna Ciências Biológicas
Técnico Macaé Ciências Biológicas
Ciências Biológicas
São Fidélis
Química
São Francisco do Itabapoana Ciências Biológicas

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 251


1.7 Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ
Localização: Macaé
Tabela 7 – UFRJ, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas
Nível Curso
Ciências Biológicas
Graduação Farmácia
Química

1.8 Colégio Estadual Agrícola, CEA


Localização: Cambuci
Tabela 8 – CEA, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas
Nível Curso
Técnico Agrícola

2. INSTITUIÇÕES DE ENSINO PRIVADO


2.1 Universidade Estácio de Sá
Localização: Campos dos Goytacazes
O campus Campos dos Goytacazes da Universidade Estácio de Sá está localizado no
centro da cidade, em uma das avenidas de maior movimento, e possui área construída
de 7.600 m2.
Dispõe de quatro laboratórios de informática com computadores em rede e softwares
atualizados. Os laboratórios da Estácio estão projetados para atender as especificida-
des de cada curso e possuem itens de conforto como ar-condicionado, mobiliário e
equipamentos para o uso de cada especialidade (http://www.estacio.br /campus/Ca-
mpos_dos_goytacazes/conheca.asp).
Tabela 9 – Estácio de Sá, Cursos Correlatos à Silvicultura e Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Engenharia Ambiental
Engenharia Química
Engenharia de Produção
Graduação Farmácia
Gestão ambiental
Logística
Segurança do Trabalho

2.2 Universo (Universidade Salgado de Oliveira, USO)


Localização: Campos dos Goytacazes
Campos dos Goytacazes foi o terceiro município a receber um campus da UNIVERSO,
em 1996. O primeiro curso a ser implantado foi a de Educação Física, funcionando
inicialmente no Colégio Batista Fluminense. De lá para cá, milhares de alunos se for-
maram pela UNIVERSO/Campos.
Com uma história de sucesso, foram criadas as graduações em Administração de Em-
presas e Direito. Em 1998 inaugurou-se a sede própria da universidade, com apenas

252 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


um bloco. Atualmente, a instituição conta com 16 cursos de graduação e 20 de pós-
graduação e funciona em três blocos de sete andares.
Os investimentos ao longo dos anos permitiram, além da criação de cursos, a instala-
ção de laboratórios, que atendem a acadêmicos de diversas áreas e à comunidade
campista. A Clínica Escola de Fisioterapia e o Núcleo de Prática Jurídica da UNIVER-
SO/Campos são exemplos de um trabalho voltado para o social.
Parcerias também fazem parte da história do campus. Instituições públicas e particula-
res desenvolvem atividades em conjunto com a universidade, sempre beneficiando o
aluno e a comunidade (http://www.universo.edu.br/site/pagina.php?loc=5&page=m
103).
Tabela 10 – Universo, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Ciências Biológicas
Engenharia de Produção
Graduação
Geografia
Segurança do Trabalho
Ecologia, Saúde e Desenvolvimento Sustentável
Especialização Gestão em Operações Logísticas
Zoologia e Manejo na Conservação de Espécies

2.3 ETC (Escola Técnica de Campos)


Localização: Campos dos Goytacazes
A ETC foi idealizada por profissionais ligados à área de educação tecnológica apoiada
nas experiências adquiridas no exercício da docência de cursos técnicos de nível mé-
dio e curso superior, treinamento industrial e na prestação de serviços especializados
de manutenção industrial.
Estas experiências com a capacitação de profissionais através de cursos e treinamen-
tos provocaram o sentimento de criação de uma "escola técnica" que pudesse ofere-
cer cursos amplamente aceitos e reconhecidos pelo mercado de trabalho - Cursos
Técnicos -, além dos cursos básicos de qualificação profissional e especialização de
nível técnico (http://www.etcampos.com.br/site/p_aescola.asp).
Tabela 11 – ETC, Cursos Correlatos à Silvicultura e suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Logística
Técnico
Meio Ambiente

2.4 Unigranrio
Localização: Macaé
Tabela 12 – UNIGRANRIO, Cursos Correlatos à Silvicultura e Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Graduação Gestão Ambiental

2.5 Escola de Aplicação do Centro Universitário São José de Itaperuna


Localização: Itaperuna

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 253


Tabela 13 – Itaperuna, Cursos Correlatos à Silvicultura e Suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Curso
Química
Técnico
Segurança do Trabalho

2.6 SENAC
Localização: Vários municípios
Tabela 14 – SENAC, Cursos Correlatos a Silvicultura e Suas Cadeias Produtivas, 2011
Nível Cursos Cidades
Campos dos Goytacazes
Logística de Armazenagem e Itaocara
Gestão de Estoque Itaperuna
Macaé
Campos dos Goytacazes
Logística de Transporte e Itaocara
Distribuição Itaperuna
Técnico Macaé
Campos dos Goytacazes
Itaocara
Itaperuna
Segurança do Trabalho
Macaé
Miracema
Santo Antônio de Pádua
Farmácia Campos dos Goytacazes
Especialização Gestão de Resíduos Itaperuna

2.7 SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – RJ


O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio de Janeiro - SENAR-Rio é uma
instituição que organiza, administra e executa a Formação Profissional e a Promoção
Social de homens e mulheres que exercem atividades rurais, através das ações reali-
zadas em parceira com os Sindicatos Patronais e de Trabalhadores e outras institui-
ções públicas e privadas.
Criado desde 1994, o SENAR-Rio é uma instituição de direito privado, sem fins lucrati-
vos, paraestatal, mantida pela Classe Patronal Rural, vinculada à Federação da Agri-
cultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro e dirigida por um Conselho
Administrativo.A sede da instituição está localizada na Avenida Rio Branco, 135/901 a
907- Centro - Rio de Janeiro-RJ.
O SENAR-Rio, em parceria com outras instituições públicas e privadas, desenvolve
uma série de programas de apoio à agricultura do Estado do Rio de Janeiro. A seguir
são listados alguns programas:
− Programa de gerenciamento de propriedades leiteiras;
− Programa jovem aprendiz rural;
− Programa empreendedor rural;
− Fazenda legal;
− Programa inclusão digital rural.

254 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Os cursos oferecidos, gratuitamente, pelo SENAR-Rio possibilitam ao trabalhador e ao
produtor rural adquirir conhecimentos necessários para o desempenho sua ocupação.
O SENAR-RJ possui aproximadamente 75 cursos dos quais podemos destacar os
seguintes:
− Trabalhador em viveiros;
− Trabalhador na apicultura;
− Trabalhador em Reflorestamento - Produção de Mudas;
− Trabalhador em Reflorestamento - controle de Formigas;
− Trabalhador em Reflorestamento - Preparo de Solo e Covas;
− Trabalhador em Reflorestamento - Plantio e Condução;
− Tratorista Agrícola – Manutenção;
− Tratorista Agrícola – Operação;
− Trabalhador em aplicação de agrotóxicos.
Mais informações no site do SENAR-RJ: http://www.senar-rio.com.br/index.asp.

3. INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
3.1 PESAGRO
Localização: Várias unidades no Estado
Criada em 1976, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro -
PESAGRO-RIO, é uma empresa pública, vinculada à Secretaria de Estado de Agricul-
tura, Pecuária, Pesca e Abastecimento e integrante do Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária - SNPA e ao Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa
Agropecuária - CONSEPA.
Cabe à pesquisa agropecuária fluminense intensificar a busca de alternativas tecnoló-
gicas poupadoras de insumos modernos e capazes de promover o aumento da produ-
ção e da produtividade, resguardando a necessidade de uma tecnologia adequada ao
pequeno produtor para que ele possa sobreviver e crescer através da efetiva partici-
pação na economia estadual.
Através da parceria com outras instituições de pesquisa e desenvolvimento e de ciên-
cia e tecnologia, a empresa reforça o seu papel de prestadora de serviços públicos
orientados para a demanda de seus clientes, contribuindo para que o Governo do Es-
tado do Rio de Janeiro alcance seus objetivos de melhorar o nível de renda dos produ-
tores, gerar empregos no interior e fixar a população no campo, tornando o agronegó-
cio fluminense mais competitivo e oferecendo à população alimentos com garantia de
qualidade (http://www.pesagro.rj.gov.br/).
Estações Experimentais:
- Campos dos Goytacazes
- Itaocara
- Macaé

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 255


3.2 UFRRJ Campus Leonel Miranda
Localização: Campos dos Goytacazes
Campus Dr. Leonel Miranda da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro: foi cria-
do em 1991, com a transferência da estação experimental do antigo PLANALSUCAR
para a UFRRJ. O Campus Dr. Leonel Miranda responsabiliza-se pela continuidade da
pesquisa no setor canavieiro e representa um importante centro de apoio ao ensino, à
pesquisa e à extensão agropecuária nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense
(http://www.campuslm.ufrrj.br/).
Apesar da instituição se dedicar ao estudo da atividade canavieira, a mesma possui
estrutura humana e física capaz de contribuir para a expansão da silvicultura nas Re-
giões de estudo.

4. INSTITUIÇÃO DE EXTENSÃO
4.1 EMATER
Localização: vários escritórios pelo Estado. Todos os municípios das regiões de estu-
do têm escritório da EMATER.
As atribuições da EMATER-RJ são:
- Colaborar com os órgãos competentes nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal, na
formalização e execução de programas e projetos de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado do Rio de Janeiro;
- Planejar, coordenar e executar programas de assistência técnica e extensão rural,
visando à difusão de conhecimento de natureza técnica, econômica e social, para au-
mento da produção e da produtividade agropecuária e a melhoria das condições de
vida do meio rural do Estado do Rio de Janeiro;
− Pugnar pela preservação do meio ambiente, visando um equilíbrio ecológico en-
tre homens, plantas e animais;
− Prestar, aos produtores rurais, serviços necessários à produção agropecuária
(http://www.emater.rj.gov.br).
5. PROGRAMAS DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

5.1 Rio Genética


Promove o melhoramento genético dos rebanhos pecuários do Estado, democratizan-
do o acesso à tecnologia genética e fazendo com que a qualidade e o resultado este-
jam ao alcance de todos. Entre os objetivos estão o aumento da produção e produtivi-
dade, geração de trabalho e renda e melhoria da qualidade de vida da população rural.
5.2 Estradas de Produção
Recupera e mantém as estradas vicinais de regiões produtoras, facilitando o escoa-
mento da produção e trânsito da população rural.
5.3 Sanidade Rio
Promove, mantém e recupera a saúde de animais e de vegetais produzidos no Estado
do Rio de Janeiro ou que transitam em território fluminense. O objetivo é garantir a
qualidade da produção e segurança alimentar da população.

256 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


5.4 Crédito Fundiário
Oferece oportunidades para que trabalhadores rurais, arrendatários, parceiros e meei-
ros que não dispõem de recursos possam adquirir a própria terra para o desenvolvi-
mento de atividades agrícolas.
5.5 Eletrificação Total
Proporciona condições para a oferta e geração de energia no meio rural, com utiliza-
ção de ICMS e financiamento da ELETROBRÁS.
5.6 Prosperar
Tem por objetivo aumentar a oferta de emprego e renda na área rural por meio da a-
bertura de linha de financiamento a projetos que incrementem a produtividade no se-
tor, legalização e adequação de empresas às normas vigentes. Busca a competitivida-
de da produção agropecuária através da inserção de novos processos tecnológicos,
como a agroindústria, e a adequação das unidades produtivas à legislação sanitária e
fiscal aplicável.
5.7 Rio Leite
Este Programa visa o aumento da produção e da qualidade do leite através do estímu-
lo aos produtores e contribuição para a ampliação do mercado. Ações de assistência
técnica, introdução de tecnologias e manejos adequados, incentivos tributários e estru-
turação da cadeia de comercialização contribuem para o desenvolvimento do setor.
5.8 Rio Carne
Busca estruturar a cadeia produtiva da carne no Estado do Rio de Janeiro para atrair
empresários de alto nível tecnológico, preservando e capacitar os produtores já esta-
belecidos. O objetivo é elevar a competitividade e atratividade fiscal para os empreen-
dimentos e garantir a qualidade da oferta ao consumidor (http://www.agricultura.
rj.gov.br/, http://www.microbacias.rj.gov.br/politica_publica_rural.htm).

6. PROGRAMAS DO GOVERNO FEDERAL


6.1 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF
Investimento (BNDES)
O PRONAF financia as atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas em
regime de mão-de-obra familiar, incluindo turismo rural, produção artesanal, agrone-
gócio familiar e outras prestações de serviço no meio rural. Está ainda muito pouco
utilizado nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense.

7. OUTROS PROGRAMAS
7.1 Programa Produtor Florestal
Criado em 1990, o Programa Produtor Florestal da Aracruz (hoje FIBRA) atualmente
abrange cerca de 4 mil contratos e alcança mais de 160 municípios, sendo 71 do Espí-
rito Santo, 39 de Minas Gerais, 14 da Bahia, 29 do Rio Grande do Sul e 8 do Rio de
Janeiro. Conta com quase 96 .000 ha contratados, dos quais quase 90.000 já planta-
dos com eucalipto, com a área média por contrato de 25 ha (http://www.produtorflores
tal.com.br/br/).

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 257


ANEXO 6 - REVISÃO DE LITERATURA DAS PUBLICAÇÕES RELATIVA A SILVI-
CULTURA COM RELAÇÃO DIRETA OU INDIRETA COM AS REGIÕES NORTE E
NOROESTE FLUMINENSE
Este trabalho foi realizado através da revisão dos trabalhos publicados por pesquisa-
dores das Regiões de estudo bem como de pesquisadores de outras regiões que rea-
lizaram estudos nas referidas regiões ou regiões afins.
Neste trabalho não serão exibidos os resumos de todos os trabalhos, pois, desta for-
ma a revisão se tornaria muito extensa. Alguns trabalhos mais relevantes terão seu
resumo exibido e os demais terão suas referências bibliográficas dispostas de forma
que os trabalhos sejam facilmente encontrados. A grande maioria das publicações
encontradas são de autoria de pesquisadores da UENF.

1. CEDRO AUSTRALIANO – TOONA CILIATA


1.1 Pesquisa 1
A propagação de Toona ciliata pode ser realizada por via seminífera ou vegetativa,
destacando-se a miniestaquia e micropropagação. O conhecimento da germinação e o
tipo de semente são necessários para o sucesso na produção de mudas. Apesar das
sementes de Toona ciliata apresentarem rápida taxa de germinação, a produção de
mudas por sementes apresenta várias limitações e dificuldades, destacando-se: a
germinação desuniforme, a necessidade de repicagem das mesmas, assim como a
dificuldade na obtenção de sementes com alto padrão genético e crescimento inicial
lento, quando comparado com mudas clonais. Entretanto, a produção das mudas de
cedro australiano, na maioria das vezes, é realizada através de sementes (SCOCCHI
et al., 2003).
Neste sentido, Sobreira (2010) estudou a produtividade de minicepas de cedro austra-
liano e remoção de nutrientes pela coleta sucessiva de miniestacas.
O experimento foi conduzido na Unidade de Apoio à Pesquisa (UAP) do Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF), na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ (21°19’23” latitude sul,
41°19’41” longitude oeste), na Região Norte Flumine nse.
Foram implantados dois minijardins multiclonais, um em canaletão e outro em tubetes,
contendo um total de 372 minicepas, onde foram monitorados o diâmetro das minice-
pas, número, altura e diâmetro das brotações em 13 épocas de avaliação. Nos tubetes
o número médio de brotações por minicepa foi de 1,94, sendo retiradas 1,0 miniestaca
por minicepa por coleta, a cada 31 dias. No canaletão o número médio de brotações
por minicepa foi de 3,7 sendo retiradas 2,7 miniestaca por minicepa por coleta, a cada
32 dias. Após a recepagem, foram quantificados os conteúdos de nutrientes presentes
na massa seca das brotações. Os conteúdos acumulados dos nutrientes extraídos
pelas minicepas obedeceram à seguinte ordem decrescente para ambos os sistemas
estudados: N>K>Ca>P>Mg>S>Mn>Fe>Zn>B>Cu. Entretanto, a maior extração de
nutrientes foi observada para o sistema canaletão. Foram implantados nos dois siste-
mas de minijardim multiclonal, coletores de água para avaliar as perdas de água e
nutrientes na água de irrigação. Houve diferença entre as perdas de água e nutrientes
entre os sistemas. O sistema tubete apresentou perdas de água e nutrientes superio-
res ao canaletão, exceto para P, K e Mg (SOBREIRA, 2010).
Diante do exposto conclui-se que:

258 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


• A produtividade dos sistemas apresentou crescimento exponencial, com produti-
vidade superior das minicepas manejadas no sistema de canaletão quando com-
parado ao sistema de tubetes;
• Os nutrientes mais extraídos pelas minicepas no decorrer das coletas para am-
bos os sistemas de produção foram o N e K;
• O sistema de canaletão resultou em minicepas com maior vigor e maiores taxas
de crescimento, havendo maior extração de nutrientes nas coletas, com relação
aos tubetes;
• Em geral, o sistema de tubetes apresentou as maiores perdas de água e nutrien-
tes (SOBREIRA, 2010).
1.2 Pesquisa 2
Os objetivos deste trabalho foram avaliar a qualidade de mudas de cedro australiano
(Toona ciliata), produzidas por miniestacas, obtidas de minicepas manejadas em sis-
temas de canaletões e em tubetes, ao longo de coletas sucessivas e avaliar a sobrevi-
vência e capacidade produtiva das minicepas.
As minicepas foram cultivadas por sete meses e, durante este período, foram realiza-
das seis coletas no minijardim de canaletão e quatro no de tubetes. A diferença entre
coletas é resultante de crescimento mais lento das brotações nas minicepas dos tube-
tes.
As minicepas dos dois sistemas apresentaram 100% de sobrevivência. Ao longo das
coletas realizadas, não houve queda de produtividade das minicepas. O sistema de
minijardim em canaletão foi mais produtivo que o sistema conduzido em tubetes.
Ao longo das coletas sucessivas do sistema de canaletão houve aumento no vigor das
mudas produzidas. As mudas provenientes do sistema de canaletão apresentaram
maior crescimento em altura e menor massa seca do sistema radicular, em relação às
mudas provenientes do sistema de tubetes, não havendo diferença entre as demais
características biométricas avaliadas.
A sobrevivência das mudas provenientes de miniestacas colhidas nos dois sistemas
foi superior a 91%, ao final dos ciclos de produção (SILVA, 2010).
1.3 Pesquisa 3
Devido aos problemas de sazonalidade, viabilidade e heterogeneidade do material
seminífero de cedro australiano objetivaram-se, no presente estudo, avaliar a produti-
vidade de minicepas de Toona ciliata M. Roem var. australis [(F. Muell.) Bahadu] culti-
vadas em canaletões, ao longo de coletas sucessivas de brotações, e avaliar a produ-
ção de mudas, a partir de miniestacas apicais, intermediárias e basais. Foi implantado
e monitorado um minijardim multiclonal em três canaletões, com espaçamento de 0,15
m, contendo um total de 282 minicepas.
Foram avaliados o diâmetro das minicepas e o número, altura e diâmetro das brota-
ções em cada época de coleta. A parte aérea das mudas recepadas foi utilizada na
produção de mudas a partir de estacas apicais, intermediárias e basais. Foi avaliado o
enraizamento das miniestacas, o crescimento das mudas em altura e diâmetro do colo
e, ao final do ciclo de produção, as mudas foram avaliadas com relação à massa seca
da parte aérea e do sistema radicular, número, diâmetro e comprimento das raízes.
Para simulação do desenvolvimento inicial no campo, parte das mudas foi transplanta-
da para vasos de 3,8 l e avaliadas em altura e diâmetro do colo, massa seca do caule,

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 259


folhas e raízes. Inicialmente ocorreu dominância de uma das brotações na minicepa,
posteriormente reduzida com as sucessivas coletas.
O número médio de brotações por minicepa foi de 2,01, sendo retiradas 1,18 miniesta-
cas por minicepa por coleta, a cada 15 dias, para produção de mudas.
Foram obtidas 154 mudas m-2 em 150 dias de avaliação, o equivalente a 30 mudas
m-2 por mês. A sobrevivência das mudas provenientes de miniestacas caulinares foi
superior a 92%, ao final dos 110 dias, em casa de vegetação, independente da posi-
ção das mesmas na brotação.
Mudas produzidas a partir de miniestacas basais e intermediárias apresentaram maior
crescimento em altura e diâmetro do colo com relação às produzidas a partir de mini-
estacas apicais. Entretanto, todas as posições de coleta avaliadas das miniestacas
nas brotações foram aptas à produção de mudas de Toona ciliata por miniestaquia,
não apresentando diferença no crescimento inicial pós-plantio (FERREIRA, 2009).
Tabela 1 – Outras Pesquisas
Citação Tema da Pesquisa
SOUZA et. al., 2009. Propagação de cedro australiano por miniestaquia

2. Eucalipto – Eucalyptus spp.


2.1 Pesquisa 1
Pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense e da Universidade Fe-
deral do Recôncavo da Bahia estudaram o manejo de miniestacas de eucalipto no
setor de enraizamento para produção em sistema de blocos no Viveiro da DuCampo
em Sooretama – ES.
O objetivo do trabalho foi adequar o manejo de irrigação e ajustar o tempo de perma-
nência das mudas produzidas em sistema de blocos no setor de enraizamento.
Foram avaliados dois substratos: Bagaço de cana de açúcar + torta de filtro - BT (3:2
v) e Torta de filtro + fibra de coco – TF (3:2 v); dois turnos de rega, 100% e 75% da
nebulização aplicada no viveiro e indicado para enraizamento em tubetes; e quatro
períodos de permanência das mudas no setor de enraizamento (12, 15, 18 e 21 dias).
O estaqueamento do híbrido de Eucalyptus grandis x E. urophylla (D 003) foi realizado
de forma escalonada a cada três dias, para que a avaliação final do experimento ocor-
resse no mesmo dia. No final do experimento, as mudas foram avaliadas quanto à
sobrevivência, percentual de enraizamento, comprimento e diâmetro das raízes.
As mudas produzidas nos dois substratos apresentaram comportamento semelhante
para comprimento e diâmetro de raízes aos 21 e 18 dias, sendo que as mudas produ-
zidas no substrato TF tiveram maior comprimento e menor diâmetro das raízes. Os
substratos influenciaram de forma diferente o desenvolvimento das mudas, sendo a
percentagem de enraizamento pouco influenciada pela lâmina de água fornecida,
quando se utilizou o substrato BT, ocorrendo diferença apenas no final do período de
permanência no setor. Já para o TF, quando foi fornecida menor quantidade de água
(75%), a diferença ocorreu desde o início do período de permanência, obtendo-se
maior enraizamento das mudas. O comprimento das raízes foi diferente em função do
substrato a partir do 15º dias após estaqueamento, sendo observado maior crescimen-
to nas mudas enraizadas no substrato TF. Neste substrato houve 90% de enraizamen-

260 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


to, aos 17 dias após estaqueamento, quando usada uma irrigação de 75% da lâmina
aplicada (FREITAS et. al., 2009a).

2.2 Pesquisa 2
O experimento foi conduzido na Estação Experimental da PESAGRO-RIO, no municí-
pio de Campos dos Goytacazes, entre os meses de setembro a dezembro de 1997.
O trabalho teve como objetivo verificar o comportamento de mudas de Eucalyptus ca-
maldulensis e E. urophylla, produzidas em tubetes e em blocos prensados, utilizando
os seguintes substratos: 1) composto orgânico de bagaço de cana-de-açúcar + torta
de filtro de usina açucareira (3:2; v:v), 2) composto orgânico de bagaço de cana-de-
açúcar + torta de filtro de usina açucareira (3:2; v:v) + 0,6% N (uréia) e 3) casca de-
composta de eucalipto + vermiculita (7:3; v:v).
As mudas foram avaliadas, no viveiro, quanto à altura, diâmetro do colo, área foliar,
peso de matéria seca da parte aérea e sistema radicular e teores de nutrientes na par-
te aérea. No campo, foram avaliadas quanto à sobrevivência, nos dois primeiros me-
ses e quanto ao crescimento em altura e diâmetro ao nível do solo, até o décimo mês.
As mudas produzidas em blocos prensados apresentaram qualidade superior às pro-
duzidas em tubetes, sob todas as características avaliadas no viveiro e no desempe-
nho após o plantio. O substrato que conferiu melhores características às mudas, no
viveiro, foi a casca de eucalipto decomposta + vermiculita, mas essa superioridade
não foi mantida no campo, exceto para a altura do E. urophylla.
O composto orgânico de bagaço de cana-de-açúcar + torta de filtro de usina açucarei-
ra não foi considerado um bom substrato para mudas das espécies estudadas, porém
a adição de 0,6% de N originou mudas com bom desempenho no campo, quando pro-
duzidas sob sistema de blocos prensados (BARROSO et. al., 2000a).

2.3 Pesquisa 3
O trabalho teve como objetivo verificar o potencial de regeneração de raízes (P.R.R.) e
seu efeito sobre o desempenho após o plantio de mudas de Eucalyptus camaldulensis
e E. urophylla, produzidas em tubetes e em blocos prensados, utilizando os seguintes
substratos: 1) composto orgânico de bagaço de canade-açúcar + torta de filtro de usi-
na açucareira (3:2; v:v) + 0,6% N (uréia) e 2) casca decomposta de eucalipto + vermi-
culita (7:3; v:v).
O P.R.R. foi avaliado, após a poda das raízes laterais a 2 cm da raiz pivotante, através
do número, comprimento, peso de matéria seca, área superficial, volume e ritmo de
crescimento das raízes regeneradas.
No campo, as mudas foram avaliadas na fazenda experimental da PESAGRO – RIO,
Campos dos Goytacazes, quanto à sobrevivência, nos dois primeiros meses e quanto
ao crescimento em altura e diâmetro ao nível do solo, até o décimo mês. As mudas
produzidas em blocos prensados apresentaram maiores valores de P.R.R. e maior
crescimento após o plantio.
O substrato que conferiu melhores características às mudas foi a casca de eucalipto
decomposta + vermiculita, mas essa diferença não foi mantida no campo, exceto para
a altura do E. urophylla.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 261


O P.R.R. não apresentou correlações lineares com a sobrevivência das mudas no
campo, mas correlacionou-se positivamente com o crescimento em altura e diâmetro
ao nível do solo, nos primeiros meses após o plantio (BARROSO et. al. 2000b).

2.4 Pesquisa 4
O trabalho teve como objetivo verificar o desempenho, em sacolas, de clones de euca-
lipto, produzidos em diferentes recipientes e substratos, com ênfase na persistência
das deformações radiculares originadas no viveiro e na produção de raízes.
As mudas foram produzidas em tubetes (50 cm3) e em blocos prensados (40 x 60 x 7
cm - 16.800 cm3), sendo utilizados como substratos: casca de arroz carbonizada com
casca de eucalipto, bagaço de cana com torta de filtro; e turfa.
As mudas, com 90 dias, foram transplantadas para sacos plásticos (20 L), com solo da
área de plantio. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualiza-
do, em esquema fatorial 2 x 7, constituído por dois clones (híbridos naturais de Eu-
calyptus grandis Hill ex Maiden e E. saligna Smith) e sete tratamentos, com variação
de recipientes e substrato, com quatro repetições, constituídas por quatro plantas.
Dois meses após o transplantio, as plantas foram avaliadas quanto ao crescimento em
diâmetro ao nível do solo, altura da parte aérea, número de raízes emitidas, compri-
mento, área superficial e deformação do sistema radicular. As plantas originadas de
mudas produzidas em blocos prensados apresentaram melhor desempenho nas avali-
ações realizadas em relação às dos tubetes. As deformações radiculares causadas
por recipientes de paredes rígidas tendem a persistir após a fase de viveiro (FREITAS
et. al., 2005).

2.5 Pesquisa 5
O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento no campo dos clones de Eucalyptus
grandis e E. saligna, originadas de miniestacas produzidas em tubetes (50 cm3) e em
blocos prensados (40 x 60 x 07 cm) – 175 cm3/muda, com diferentes substratos (BT –
bagaço de cana-de-açúcar+torta de filtro de usina de cana-de-açúcar; AR – casca de
eucalipto decomposta+casca de arroz carbonizada; TF – turfa).
Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 7 (2
clones e 7 tratamentos), com quatro repetições de 25 mudas.
A porcentagem de sobrevivência foi avaliada dois meses após o plantio. A altura e
diâmetro ao nível do solo foram monitorados aos 20, 40, 60 e 180 dias após o plantio.
Para avaliar o efeito dos recipientes sobre a biomassa aérea e radicular de ambos os
clones, 180 dias após o plantio as mudas produzidas em substrato BT com adubação
foram selecionadas.
Foi selecionada uma planta por parcela de cada clone, produzidas em tubetes e blo-
cos. As mudas de E. grandis e E. saligna produzidas em blocos prensados em bagaço
de cana-de-açúcar+torta de filtro de cana-de-açúcar apresentaram maior crescimento
em altura e diâmetro após o plantio.
Em ambos os clones foi observada maior produção de biomassa de raiz, casca, lenho
e galhos nas plantas produzidas em sistemas de blocos prensados.

262 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


As mudas de E. saligna produzidas em blocos prensados apresentaram cerca de 80%
a mais de lenho, 180 dias após o plantio, em relação às plantas provenientes de mu-
das produzidas em tubetes.
No E. grandis, as diferenças em diâmetro e altura, em função do sistema de produção,
foram reduzidas ao longo do tempo, enquanto no E. saligna essas diferenças foram
acentuadas ao longo do período de avaliação (FREITAS et. al., 2008a).
2.6 Pesquisa 6
Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade de mudas de híbridos naturais de
Eucalyptus grandis e E. saligna produzidas a partir de miniestacas, em tubetes de 50
cc e em blocos prensados com as dimensões de 40 x 60 x 7cm. O experimento foi
realizado em DIC, no fatorial 2 x 7 (2 clones e 7 tratamentos) com quatro repetições,
no viveiro da Aracruz Celulose S.A., no período de julho a setembro de 2002.
Foram analisadas as adequações dos substratos, casca de arroz carbonizada + casca
de eucalipto (AR), bagaço de cana + torta de filtro (BT) e turfa, para produção de mu-
das nos dois tipos de recipientes. Foram feitas avaliações de diâmetro e altura das
brotações, área foliar e massa seca da parte aérea.
O substrato BT, quando em tubetes, não apresentou bom resultado, sendo o inverso
observado quando se utilizou esse substrato em sistemas de blocos prensados. As
mudas produzidas nesse sistema exibiram maior velocidade no crescimento (FREITAS
et. al., 2006).
Tabela 2 – Outras Pesquisas
Citação Tema da Pesquisa
BARRETO et. al., 2010. Mineralização de N e C em Solos sob Plantações de Eucalipto
Atividade, Carbono e Nitrogênio da Biomassa Microbiana em
BARRETO et. al., 2008.
Plantações de Eucalipto
Efeitos do recipiente sobre o desempenho pós-plantio de Eu-
BARROSO et. al., 2000c.
calyptus camaldulensis e E. urophylla.
Decomposição e liberação de nutrientes da serapilheira foliar
COSTA et. al., 2005.
em povoamentos de Eucalyptus grandis no norte fluminense.
Fósforo Orgânico em Solos de Florestas Montanas, Pastagens
CUNHA et. al., 2005.
e Eucalipto no Norte Fluminense.
Efeito da Poda de Raízes sobre o Crescimento das Mudas de
FREITAS et. al., 2009b.
Eucalipto. Ciência Florestal
GAMA-RODRIGUES et. al., Carbono, Nitrogênio e Atividade da Biomassa Microbiana do
2005. Solo em Plantações de Eucalipto.
Crescimento e arquitetura radicular de plantas de eucalipto
LELES et. al., 2001. oriundas de mudas produzidas em blocos prensados e em tu-
betes, após o plantio.
Qualidade de mudas de Eucalyptus spp., produzidas em blocos
LELES et. al., 2000.
prensados e em tubetes.
MENDONÇA et. al., 2010. Produção de mudas de Eucalyptus spp. Sob estresse salino
Características biométricas de mudas de Eucalyptus sp. sob
MENDONÇA et. al., 2007.
estresse salino.
Nova metodologia de produção de mudas de Eucalyptus gran-
MORGADO et. al., 2000.
dis ex Maiden, utilizando resíduos prensados como substrato.
ZAIA & GAMA- Ciclagem e balanço de nutrientes em povoamentos de eucalipto
RODRIGUES, 2004. na região norte fluminense.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 263


3. ACÁCIA MANGIUM
3.1 Pesquisa 1
Realizou-se um experimento em casa de vegetação da Universidade Estadual do Nor-
te Fluminense, no município de Campos dos Goytacazes, RJ.
O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes métodos na produção de mudas de Acacia
mangium Willd, colonizadas com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e rizóbio. O
delineamento experimental foi o inteiramente casualizado num esquema fatorial 4x2
(controle, FMAs, rizóbio e FMAs + rizóbio x blocos prensados e tubetes de plástico),
com seis repetições. Os blocos prensados foram confeccionados com substratos or-
gânicos (bagaço de cana + torta de filtro de usina açucareira) e vermiculita, colocados
em fôrma metálica de 60x40x20 cm e prensados a 10 kgf cm-2, a fim de proporcionar
agregação do material.
A inoculação do rizóbio foi realizada com estirpe selecionada para a espécie (Br 3609,
Br 6009). A inoculação de FMAs foi feita no momento da confecção dos blocos.
Mudas de Acacia mangium que receberam inóculo de FMAs + rizóbio e produzidas em
blocos prensados apresentaram maior produção de matéria seca e conteúdo de N na
parte aérea. O conteúdo de P, na parte aérea, é significativamente maior somente nas
mudas infectadas com os FMAs, independentemente do tipo de recipiente (SCHIAVO
& MARTINS, 2003).
Tabela 3 – Outras Pesquisas
Citação Tema da Pesquisa
Revegetação de Cava de Extração de Argila com Aca-
SCHIAVO et. al., 2007a.
cia Mangium. II. Caracterização Química da Humina.
Revegetação de Cava de Extração de Argila com Aca-
SCHIAVO et. al., 2007b. cia mangium. I. Atributos Químicos do Solo, Ácidos
Fúlvicos e Húmicos.

4. NATIVAS
4.1 Pesquisa 1
Estudos fenológicos auxiliam na compreensão do comportamento das espécies em
resposta a alterações no ambiente e são também importantes para a conservação e
manejo das mesmas.
A fenomenologia de Paratecoma peroba (Record & Mell) Kuhlm. foi estudada no perí-
odo de outubro/2005 a dezembro/2007 na Mata do Carvão (Estação Ecológica Esta-
dual de Guaxindiba), São Francisco do Itabapoana, RJ. As observações foram realiza-
das mensalmente, exceto durante a fase de floração que ocorreram em intervalos
quinzenais.
Acompanharam-se 42 indivíduos que apresentaram comportamento fenológico sazo-
nal, com a senescência foliar ocorrendo no início da estação seca e a queda foliar en-
tre meados e final desta mesma estação. O brotamento de novas folhas ocorreu no
início da estação chuvosa.
As percentagens de Fournier encontradas para as fenofases reprodutivas foram bai-
xas e somente indivíduos com DAP > 16 cm apresentaram botões florais. No final da
estação seca de 2005, os indivíduos apresentaram fenofases reprodutivas, com a flo-
ração ocorrendo na transição da estação seca para chuvosa e a frutificação foi longa

264 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


(cerca de um ano) tendo início na estação chuvosa (novembro), com os frutos disper-
sando as sementes aladas no início da estação chuvosa seguinte.
Nos anos seguintes, 2006 a 2008, não foi observado evento de floração. A espécie foi
caracterizada como decídua, apresentando periodicidade de floração supra-anual
(LINS & NASCIMENTO, 2010).

Tabela 4 – Outras Pesquisas


Citação Tema da Pesquisa
Caracterização morfológica de frutos, sementes e plântulas de
ARAÙJO et. al., 2004.
Sesbania virgata
Efeitos da inoculação com rizóbio e da adubação nitrogenada
CHAVES et. al., 2003.
na produção de mudas de sesbânia em substrato
Qualidade de mudas de angico e sesbânia, produzidas em dife-
SAMOR et. al., 2002.
rentes recipientes e substratos.
Efeitos da adubação em mudas de sabiá e aroeira produzidas
BARROSO et. al., 1998.
em substrato constituído por resíduos agroindustriais.

5. CONSÓRCIOS / RECUPERAÇÃO AMBIENTAL


5.1 Pesquisa 1
Avaliaram-se o crescimento inicial e a fertilidade do solo em plantios puros de Mimosa
caesalpiniifolia Benth e consorciados com Eucalyptus tereticornis Sm e Mimosa piluli-
fera Benth.
O experimento foi implantado em neossolo flúvico Tb Distrófico Gleissólico de baixa
fertilidade em Campos dos Goytacazes, RJ e ao longo de 30 meses foram avaliados
sobrevivência, altura, diâmetro da base e diâmetro à altura do peito.
Aos seis e 30 meses, foi avaliada a fertilidade do solo, nas profundidades de 0-5 e 5-
10 cm. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repeti-
ções e 14 plantas por parcela, excluindo-se a bordadura.
Constatou-se, aos 30 meses, maior porcentagem de sobrevivência para o plantio puro
de M. caesalpiniifolia, maior diâmetro da base desta espécie no consórcio com M. pilu-
lifera e menores valores de altura e diâmetro a altura do peito para o consórcio com E.
tereticornis. O teor de matéria orgânica do solo diminuiu no plantio consorciado com E.
tereticornis, na profundidade de 5-10 cm.
Os valores de pH, N, Na, Al e H+Al aumentaram em todos os sistemas de plantio, con-
trariamente aos teores de P, Ca e saturação por bases. Nos plantios puro e consorcia-
do com E. tereticornis, o teor de K diminuiu na profundidade de 0-5 cm. Nos sistemas
de plantios consorciados houve redução da capacidade efetiva de troca de cátions
(BALBINOT et. al., 2010a).

5.2 Pesquisa 2
Realizou-se um experimento em casa de vegetação da UENF para avaliar os efeitos
de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e rizóbio na produção de matéria seca, na
absorção e na eficiência de utilização de N por plantas de Eucalyptus grandis e Ses-
bania virgata, cultivadas em consorciação.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 265


Avaliou-se, também, a transferência de N da sesbânia para o eucalipto, utilizando-se o
isótopo 15N. Os tratamentos constaram da inoculação, ou não, com FMAs em ambas
as espécies de plantas e da inoculação, ou não, com rizóbio na sesbânia.
Utilizaram-se vasos plásticos subdivididos em três compartimentos (A, B e C), cada
um com 2 L de capacidade. Os compartimentos A e B foram separados por uma pare-
de plástica e entre os compartimentos B e C foi colocada uma tela com poros de
40 µm que permitiu somente a passagem de hifas, mas não de raízes.
A sesbânia foi cultivada com suas raízes subdivididas entre o compartimento A e B e o
eucalipto foi cultivado no compartimento C. No compartimento A, foram adicionados
7 mg kg-1 de 15N-(NH4)2SO4 com 99 % de 15N. As plantas foram avaliadas aos
100 dias.
Nos tratamentos com inoculação com o rizóbio, com FMAs ou com FMAs + rizóbio,
foram observados, nas plantas de eucalipto, aumentos na produção de matéria seca
total de 119, 223 e 209 %, respectivamente, e aumentos no conteúdo de N de 125,
247 e 310 %, respectivamente, quando comparados aos resultados do tratamento-
controle. Nas plantas de sesbânia, foram observados aumentos no conteúdo de N e
decréscimo na relação C/N em todos os tratamentos inoculados com os microrganis-
mos.
A eficiência de utilização de N foi maior nas plantas de eucalipto quando inoculadas
com FMAs e não variou com os tratamentos nas plantas de sesbânia. Foi observada a
transferência de 15N das plantas de sesbânia para o eucalipto em todos os tratamen-
tos (RODRIGUES et. al., 2003).

5.3 Pesquisa 3
Este trabalho objetivou avaliar o crescimento inicial de Eucalyptus tereticornis, em
plantios puro e consorciado com Mimosa caesalpiniifolia e Mimosa pilulifera, e seus
efeitos sobre as características químicas do solo, em Campos dos Goytacazes, RJ.
Foram avaliadas, ao longo de 30 meses, a sobrevivência, a altura, o diâmetro da base
e o DAP. A caracterização do solo, nas profundidades de 0-5 e 5-10 cm, foi realizada
aos seis e 30 meses.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições e 14
plantas úteis por parcela. O plantio de E. tereticornis consorciado com M. caesalpiniifo-
lia apresentou, aos 30 meses, sobrevivência superior (87%) e melhor desempenho em
crescimento dendrométrico.
Nos plantios consorciados, o teor de C do solo mostrou menores valores, na profundi-
dade de 5-10 cm. Os teores de P e Ca e saturação de bases (%) do solo decresceram,
enquanto os valores de pH, N, Na, Al e H+Al aumentaram em todos os sistemas de
plantio. No plantio puro e no consórcio com M. caesalpiniifolia, os teores de K foram
menores na profundidade de 0-5 cm. O consórcio entre E. tereticornis e M. caesalpinii-
folia causou redução da CTC efetiva, da soma de bases e do teor de Mg (BALBINOT
et. al., 2010b).

5.4 Pesquisa 4
Os solos brasileiros vem sofrendo uma ampla gama de modificações em suas proprie-
dades que vêm atingindo o habitat natural da comunidade edáfica.

266 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


Nesse sentido o objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da adubação mineral com
P e K, verificando se ocorreria alteração da abundância e da diversidade de organis-
mos do solo, dando ênfase às comunidades micro (nematóides) meso e da macrofau-
na edáfica, em uma área reflorestada com a leguminosa Acacia auriculiformis, locali-
zada no município de Conceição de Macabu, RJ.
Foram realizadas a coleta de serapilheira e solo, entre março de 2007 a março de
2008, que foram levados para o laboratório para extração da fauna através de funis de
Berlese-Tüllgren, onde permaneceram por 15 dias, em seguida foi realizada a conta-
gem e identificação dos grupos.
Os nematóides foram extraídos pelo método de flutuação centrífuga em solução de
sacarose, as coletas das amostras de serapilheira iniciaram em novembro de 2007 até
março de 2008 e as amostras de solo iniciaram em setembro de 2007 a março de
2008, os nematóides foram identificados sob microscópio ótico.
A densidade da fauna total e a densidade de micrófagos, insetos sócias e saprófagos
variaram significativamente de acordo com os talhões, época de coleta e material a-
mostrado (serapilheira e solo). Foram encontrados 5127 indivíduos no solo e serapi-
lheira e a densidade da fauna total foi de 1623 indivíduos m-2 na serapilheira e 942
indivíduos m-2 no solo.
A riqueza foi de 9,6 para serapilheira e 6,3 para o solo. Em relação à nematofauna a
serapilheira e o solo, mostraram uma maior presença de bacteriófagos em todas as
épocas de coleta. Foram encontrados 1689 nematóides, a grande maioria foi encon-
trada no compartimento serapilheira (1065 indivíduos) contra 624 encontrados no solo.
De um modo geral, a comunidade edáfica sofreu maiores alterações na serapilheira,
após o uso da adubação mineral. No compartimento solo, a comunidade edáfica não
demonstrou ser afetada pela adubação, durante o período do experimento.
Entre os grupos funcionais, os saprófagos (principalmente Isopoda) predominaram na
serapilheira e no solo ocorreu o predomínio da família formicidae. A análise da nema-
tofauna mostrou o crescimento do número de nematóides, principalmente bacteriófa-
gos, na serapilheira. Contudo, a nematofauna mostrou ser mais responsiva do que a
fauna, na avaliação sobre o uso da adubação química de cobertura em plantios flores-
tais (RIBEIRO, 2009).
Tabela 5 – Outras Pesquisas
Citação Tema da Pesquisa
Monocultivo de eucalipto e consórcio com sesbânia: cresci-
SANTIAGO et. al., 2009a.
mento inicial em cavas de extração de argila.
FREITAS et. al., 2008b. Dinâmica de raízes de espécies arbóreas: visão de literatura.
Influência do sistema de plantio sobre atributos químicos de
SANTIAGO et. al., 2009b.
substrato de cava de extração de argila.
Atributos edáficos de cava de argila após cultivos de eucalipto
MENDONÇA et. al., 2008a.
e sabiá.
Desempenho de Quatro Espécies de Eucalyptus spp em
MENDONÇA et. al., 2008b. Plantios Puros e Consorciados com Sabiá em Cavas de Ex-
tração de Argila.
Fixação biológica e transferência de nitrogênio por legumino-
PAULINO et al., 2009.
sas em pomar orgânico de mangueira e gravioleira.
Cultivo de milho consorciado com leguminosas arbustivas
QUEIROZ et. al., 2008.
perenes no sistema de aléias com suprimento de fósforo.
Avaliação da produtividade de fitomassa e acúmulo de N, P,
QUEIROZ et. al., 2007.
K em leguminosas arbóreas em sistema de aléias.

PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL 267


(continuação)
Citação Tema da Pesquisa
Substrato de cava de extração de argila enriquecido com
COUTINHO et. al., 2006. subprodutos agroindustriais e urbanos para produção de mu-
das de sesbânia.
Recovery dynamics of degraded areas revegeted with Acacia
SCHIAVO et. al., 2009. mangium and eucaliptus with special reference to organic
matter humification.
GAMA-RODRIGUES et. al., Sistemas Agroflorestais: Bases Científicas para o Desenvol-
2006. vimento Sustentável.
Crescimento de mudas de sesbânia plantadas em área de-
COUTINHO et. al., 2005.
gradada por extração de argila.

6. OUTROS
Tabela 6 – Outras Pesquisas
Citação Tema da Pesquisa
Diagnóstico de deficiências de macronutrientes em mu-
BARROSO et. al., 2005.
das de teca.
Crescimento de mudas em raiz nua de Pinus taeda. L.,
CARNEIRO et. al, 2009. sob cinco espaçamentos no viveiro e seu desempenho no
campo.
Growth of bare root Pinus taeda, L. seedlings cultivated
CARNEIRO et. al., 2007.
under five densities in nursery.
Crescimento de mudas de angico vermelho, em substrato
CHAVES et. al., 2006a.
fertilizado constituído de resíduos agro-industriais.
Crescimento de mudas de Anadenanthera macrocarpa
CHAVES et. al., 2006b. (Benth) Brenan (angico vermelho) em substrato fertilizado
e inoculado com rizóbio.
Fósforo Orgânico em Solos de Florestas Montanas, Pas-
CUNHA et. al., 2007.
tagens e Eucalipto no Norte Fluminense.
Biomassa de Fauna do Solo e da Serapilheira em Dife-
MANHÃES et. al., 2009.
rentes Coberturas Vegetais
Caracterização da fauna do solo e da serapilheira de
MANHÃES et. al., 2007.
leguminosas florestais em pastagem
Caracterização da Matéria Orgânica do Solo em Frag-
MIRANDA et. al., 2007. mentos de Mata Atlântica e em Plantios Abandonados de
Eucaliptos.
Caracterização da Fauna Edáfica em Diferentes Cobertu-
MOÇO et al., 2005.
ras Vegetais
Avaliação do potencial de regeneração de raízes de mu-
NOVAES et. al., 2002. das de Pinus taeda L., produzidas em diferentes tipos de
recipientes, e o seu desempenho no campo.
Comportamento de mudas de Pinus taeda produzidas em
NOVAES et. al., 2001. raiz nua e em dois tipos de recipientes, 24 meses após o
plantio.
Potencial de Mineralização de C em Solos com e sem
NUNES et. al., 2009. Adição de Serapilheira sob Diferentes Coberturas Vege-
tais.
Formas de Fósforo no Solo sob Leguminosas Florestais,
ZAIA et. al., 2008.
Floresta Secundária e Pastagem

268 PLANO BÁSICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SILVICULTURA SUSTENTÁVEL


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