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A comunidade do discípulo amado1

João Paulo Timotheo da Silva

A admissão de um grupo e uma cristologia mais alta


Preocupação em entender a profundidade Jesus mais profundamente, no segundo
e terceiro capítulo; semelhanças com os sinóticos; problemática com os discípulos de João;
falar que Jesus converteu muitos samaritanos reflete a história pós-ressurreição do movimento
cristão;

A. A descrição do segundo grupo dos cristãos


Para Brown a partir do capítulo 4, João apresenta uma cristologia muito elevada e
de um conflito com os judeus, que acusam que Jesus está sendo deificado;
Os discípulos de João Batista constituem os principais seguidores de Jesus até 4,4-
42 se convertendo em um grande grupo de samaritanos, pois segundo os judeus a comunidade
tinha elementos samaritanos; este grupo de convertidos pelo primeiro grupo, o que atraiu a
hostilidade dos chefes da sinagoga. Assim o Jesus joanino experimentou a hostilização sofrida
historicamente pela comunidade joanina; os elementos do segundo grupo aparecem forte na
corrente do cristianismo joanino, como a oposição ao culto do templo;
Os principais cristãos joaninos não tinham contatos permanente com a Samaria; O
movimento joanino surge na região da Palestina; Galiléia é o lugar de fé em Jesus, já a Judeia
é lugar de descrença;

B. Conflito resultante com “os judeus”


Na fase pré-evangélica da comunidade joanina predomina a luta contra os judeus,
sobretudo quando no capítulo 4 é apresentado a conversão dos samaritanos; o vocabulário do
tempo do evangelista foi transposto para o tempo do ministério de Jesus; os cristãos foram
expulsos das sinagogas; d’agora em diante a Lei é própria da religião judaica;
Relação entre os responsáveis pela morte de Jesus com os que agora perseguem os
cristãos da comunidade joanina; Os cristãos do século II acusavam os judeus de os entregarem
aos inquisidores romanos; a batalha entre a sinagoga e a comunidade joanina, em verdade era
uma batalha cristológica;

1
Resumo da p. 35 à 56.
C. A cristologia mais alta
João revela entre os samaritanos uma cristologia diferente da cristologia articulada
pelos primeiros seguidores de Cristo (1,35-51); quanto ao termo Messias ou Cristo (Ungido)
não é um termo com um único significado; João escreve seu evangelho para fazer com que os
leitores acreditem que Jesus é o Cristo (2,31), o termo pode ser uma descrição mais adequada
de Jesus;
A cristologia de João é elevada e única nas páginas do evangelho, que reflete a fé
em Jesus que veio a ser aceita no cristianismo joanino. A cristologia de João pode ser
chamada a mais elevada do Novo Testamento; o Jesus joanino em seu ministério afirma que,
antes de Abraão nacesse ele já era, já estava na glória de Deus antes do mundo existir;
Esta forma de pensar o Cristo atraiu a perseguição dos judeus, e tal perseguição
torna a comunidade joanina mais inflexível em insistir na condição divina de Jesus: Verbo de
Deus (1,1); Meu Senhor e meu Deus (20,28);

D. Corolário2 da teologia joanina


A comunidade de João preferem a Glória de Deus, e assim tiravam de sua opção
corolários importantes sobre o judaísmo; Aparece em João a ideia de uma “nova aliança”,
pois o Verbo de Deus habitou entre nós e nós vimos sua glória;
É uma teologia tranqüilizadora em face da perseguição e da execução por parte
dos judeus, uma vez que o Jesus joanino promete que, Quem vive e crê n’Ele jamais morrerá
(11,26); para o cristão joanino, não era preciso esperar a segunda vinda de Cristo para ver
Deus; e ao serem expulsos das sinagogas por seguirem Jesus, permaneciam fiéis às suas
palavras: não se perturbe nem se intimide o vosso coração (14,27);

E. Continuidade com a fase anterior


No quarto evangelho, as visões antigas são colocadas ao lado das novas, a
cristologia do baixo ao lado da alta, escatologia realizada da escatologia final, individualismo
e comunidade; o que pode ter soado como contraditória no evangelho joanino;
Porém estes aspectos demonstram a continuidade e o desenvolvimento da teologia
joanina; o evangelho de João é genuinamente da comunidade de João, que desempenhava um
papel contributivo no seu começo e no seu desenvolvimento. João não rejeita as cenas de uma
cristologia inferior, mas reinterpreta-as;

2
Corolário é quilo que se conclui de certos fatos, princípios ou premissas.

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