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TERÁ E ABRÃO (Segundo Champlin)

Terá gerou a Abrão

Os comentaristas em seu esforço por fazer a declaração de Estevão, em Atos


7.4, concordar com os números do texto hebraico, têm suposto que Abrão não
fosse o filho mais velho e que o primeiro lugar lhe havia sido dado aqui por
causa de sua proeminência espiritual. Mas isto é contra as regras da língua
hebraica, e o fracasso da tentativa de privar Sem de seu direito de
primogenitura, por uma tradução errada de Gn 10.21, confirma a reivindicação
de Abrão à mesma prerrogativa”.

Gn 11.32

Antigos escritores judeus deixaram registrado que Terá morreu quando Isaque
estava com trinta e cinco anos de idade (Abrão teria 135 anos e teria nascido,
sendo o primogênito, Terá estando exatamente com 70 anos).

Atos 7.2-4

A chamada divina de Abrão conforme a narrativa do livro de Gênesis teria


ocorrido depois de haver-se mudado para Harã (Gn 11.27 – 12.5);
porém, aqui, de conformidade com as palavras de Estevão (confirmado
por Filo e Josefo), essa chamada teria ocorrido antes de tal mudança.
Por isso mesmo é que alguns intérpretes têm pensado ter havido duas
chamadas, em que uma seria preliminar, e a segunda seria
confirmatória, especialmente com base no fato de que a passagem de
Gn 15.7 diz que Deus trouxe Abrão “de Ur dos Caldeus” (Ne 9.7; Js
24.2-3).
No entanto, não há qualquer necessidade de tentativa de reconciliarmos esse
ponto histórico de pouca monta, porquanto é muito provável que essa
narrativa, recontada por diversos autores e em épocas diversas, simplesmente
tivesse atribuído a chamada de Deus e épocas levemente diversas. Nem há
nisso qualquer importância não havendo necessidade alguma de explicação ou
defesa. O que faz parte obvia dessa narrativa é que Deus estava com Abrão, e
o conduziu de Ur dos Caldeus até à terra que lhe prometera.

Sinal do Pacto: a circuncisão (Gn 17.10-14)

1
Pacto Abraâmico foi uma tentativa essencialmente divina, unilateral e
incondicional. Contudo havia essa condição da circuncisão, esta serviria
de sinal. Porém mais tarde teólogos judeus chegaram a dizer que a
circuncisão era necessária para a salvação da alma, um exagero (At
15.1-5). Assim como alguns cristãos antigos transformaram o batismo
em água em algo mais do que um sinal, tornando-o imprescindível à
salvação. Os homens sempre acham difícil distinguir a substância de
seu mero sinal, pois pensam que o sinal é a substância da verdade. Não
é provável que Abrão tenha sido o primeiro homem a ser circuncidado.
Essa é uma questão que vem desde os tempos mais remotos, de antes da
época de Abrão. Mas o rito foi aplicado a ele como um sinal de que
participava do pacto do Senhor.

Alguns críticos opinam que, visto que a circuncisão envolve o órgão


masculino da reprodução, provavelmente esse rito se originou nos cultos de
fertilidade de desconhecida antiguidade. Seja como for. Sabemos que a
circuncisão era largamente praticada nas religiões semíticas primitivas. E os
egípcios também a praticavam. Originalmente, a operação era efetuada
durante a puberdade e servia de rito de iniciação quando o garoto assumia
plenas responsabilidades religiosas e civis, entrando assim no estado absoluto.

Causas e Origens

É provável que os antigos tivessem consciência de enfermidades e infecções


causadas nos homens que não eram circuncidados. A lavagem diária elimina
tais problemas, mas aqueles que não se higienizam devidamente vivem com
problemas. A circuncisão, pois, é uma boa medida de higiene, sendo possível
que a causa original tenha sido o desejo de não ser vítima de certas doenças
físicas. Daí não foi difícil pensar na saúde espiritual, e a operação tornou-se
um rito religioso que fala de higiene espiritual, de santificação e separação de
qualquer causa que provoque enfermidades espirituais.

A carne do vosso prepúcio

Aquela parte do pênis que recobre a ponta, a qual, se não for higienizada
diariamente, cobre-se de bactérias que causam infecções. Essa parte ofensora,
pois, precisava ser cortada fora. Assim essa pequena cirurgia tornou-se um
sinal do Pacto Abraâmico para os israelitas. Lição Moral – A santificação é
vital à espiritualidade; separar-se do pecado é vital à espiritualidade.

2
Gn 17.12 – tornou-se um rito infantil - oito dias após o parto.

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