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TEATRO
Novembro 2010
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ÍNDICE
História do teatro 4
Acto (teatro) 10
Drama 10
Farsa 11
Teatro contemporâneo 12
Comédia 13
Dramaturgo 16
Auto de moralidade 16
Gil Vicente 17
Origens do teatro 17
Bibliografias 25
Gil Vicente 25
William Shakespeare 28
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Sófocles 31
Molière 32
Plauto 33
Bertolt Brecht 33
Sites interessantes 35
Monografias 36
Peças de teatro 48
Documentos audiovisuais 58
Periódicos 61
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HISTÓRIA DO TEATRO
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Na Índia, onde o teatro engloba também a dança, a expressão corporal e o canto, a
representação servia principalmente para relatar epopeias e histórias das origens, num
esplendor de expressões e sentimentos. A canção e a dança eram também importantes
no teatro da China antiga. O argumento tinha pouca importância, valendo mais as
cenas em si, com o seu movimento. No Japão, é de realçar o teatro de marionetas,
frequente a partir do século XVIII.
No Ocidente, entretanto, com a queda do Império Romano, também o teatro
desapareceu até perto do ano mil, altura em que surgiram os jograis itinerantes com as
suas canções e enredos cómicos e satíricos. Mas o teatro religioso foi aquele que mais
marcou a Idade Média, tendo tido a sua origem nos dramas litúrgicos em Latim, que
eram talvez representados nas escolas catedralícias ou monásticas por mestres e
estudantes. Os clérigos, nas grandes festas religiosas, representavam estes dramas nos
santuários, o que é assinalado desde o século XI na Alemanha, França e Inglaterra. O
século XI trará as línguas vulgares e o profano ao teatro medieval, nos adros das igrejas
com actores laicos a representar. Estamos no tempo dos mistérios (temas do Antigo ou
Novo Testamentos), dos milagres (das vidas de santos), dos autos, das moralidades (os
temas mais recorrentes eram a morte, o desejo e a fé), dramas onde muitas vezes
surgiram temas escatológicos e milenaristas (por exemplo, o Jogo do Anticristo, da
Baviera do século XI, ou Esposo, drama francês do século XII). Recordem-se nomes
como os do francês do século XV, Arnoul Gréban (o seu Mistério da Paixão demorava
quatro dias a representar e tinha mais 35 000 versos!), ou de Duzentos, o também
francês Rutebeuf, com o seu Milagre de Teófilo. A Idade Média também tinha "teatro"
cómico, com as farsas. Em Portugal, surgiu, em finais do século XV e meados da
centúria seguinte, o teatro de Gil Vicente, de gosto medieval mas, de certa forma, de
temática profana já renascentista.
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O Teatro do Renascimento às Luzes
O Renascimento, de facto, foi a idade de ouro do teatro europeu. Apesar das limitações
ao profano que o Concílio de Trento logo em 1548 tentou impor, o teatro perdeu a sua
quase exclusiva componente sacra da Idade Média. Assumiu-se cada vez mais como
"teatro popular", mas já mais "profissionalizado", com a comédia separada da tragédia
e com os autores a ganharem importância e independência criativa. O carácter sacro
não se perdeu, porém, principalmente em Espanha (com os seus autos sacramentales).
A comédia ganhou novo alento na Itália, graças à influência do folclore, assistindo-se
ao apogeu da commedia dell´arte, com a Pulcinella ou o Pantalone, que influenciaria
imenso vários autores, como, por exemplo, Molière. O teatro "nacional" desenvolveu-
se, principalmente em Inglaterra e Espanha, evocando as memórias antigas e os feitos e
grandezas do passado, misturando o mundo da cavalaria com os clássicos
redescobertos. Isso mesmo pode ver-se em Shakespeare, um autor do seu tempo e dos
tempos antigos, com o seu Falstaff, por exemplo.
Os adros das igrejas eram entretanto substituídos por novos "palcos", mais profanos,
mais concorridos e com públicos mais diversificados: da estalagem às praças, das feiras
aos salões reais. Aparecem as companhias, os géneros, os guarda-roupas e cenários, e
até lucro com os bilhetes das peças, por via de investimentos importantes, mecenato ou
actores particulares (reis, famílias...). Os grandes autores deste teatro renascentista
foram, para além de Shakespeare, Lope de Vega e Marlowe, Beaumont, Fletcher ou Ben
Jonson, entre outros.
O teatro não mais deixou de ganhar em fulgor e redescoberta, apurando-se géneros
como a comédia, principalmente, graças a autores como Marivaux e Beaumarchais, em
França, ou Goldoni, em Itália. A ópera, uma das grandes paixões do século XVIII,
conferiu ainda mais força ao teatro. A tragédia, que evoluiu mais para o drama e para o
melodrama, declinou nos séculos XVII e XVIII, pois mantinha ainda um profundo
sentimento social e religioso. A tragédia heróica, de Corneille ou Racine, será uma
excepção a esse declínio.
Na segunda metade do século XVIII, com Voltaire, o teatro adapta-se à sua época,
simplificando-se cenicamente, em relação à ópera, principalmente. Se o repertório é
ainda o do século XVII, de Racine, Shakespeare, Molière, dos espanhóis, os espaços são
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já diferentes, mais apropriados e dignificados cenicamente, tanto em teatros como em
palácios ou abadias imperiais (como Einsiedeln, dos Esterházy). Entretanto, o século
XVIII verá nascer dois novos géneros, a comédia sentimental, com o irlandês Steele, e a
tragédia doméstica, com o inglês Lillo.
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O Teatro do Romantismo à actualidade
O Romantismo irá, no entanto, pôr de lado os cânones barrocos e rococós, conformistas
e desadaptados aos novos tempos. O teatro romântico ganhou notoriedade com figuras
como Victor Hugo (Hernâni), Zorrilla (D. Juan) ou Rostand (Cyrano), para além dos
alemães Goethe e Schiller. Se os primeiros revisitam valores antigos, figuras alegóricas
e folclóricas, sob uma nova roupagem nacionalista ou exemplaridade, os segundos
partem para a procura do Homem em se conhecer a si próprio. O teatro romântico
chegou também à Rússia, com Pushkin e o seu Boris Godunov. Em Portugal, destaca-se
o mais notável exemplo de teatro romântico: Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett
(1843).
Surgirão, depois, o Realismo e o Naturalismo, em finais do século XIX, com Ibsen,
Tchekov ou Strindberg, Galsworthy e O´Casey. O indivíduo libertava-se de amarras
morais e éticas desadequadas aos novos tempos e à condição humana, rompendo com
determinismos estáticos e inertes, valorizando-se como ser social. O Expressionismo,
de certo modo anti-realista em termos de teatro, surge no primeiro quartel do século
XX, baseado na valorização cénica como modo de reprodução de ideias, na
mecanização da sociedade e no repensar da importância do subconsciente e da
interioridade psíquica do indivíduo. A Alemanha foi o país onde o Expressionismo
teve maior força, com autores como Werfel, Kaiser ou Toller.
No Teatro Contemporâneo, cujo início pode coincidir com a Primeira Guerra Mundial,
há que recordar a comédia social, criticamente mordaz mas divertida, como se vê em
Somerset Maugham, Molnar e o magistral Bernard Shaw, com as suas figuras-tipo em
confronto com as velhas e deturpadas ideias românticas da sociedade. Depois virá
Elliot, com valores renovados como o heroísmo, a confiança e até a religião, ou até
Miller e Tennessee Williams, nos EUA, e Garcia Lorca, em Espanha, que valorizavam a
realidade social e histórica nas suas obras. Em França, surgirão Anouilh, Camus e
Sartre, depois do "teatro psicológico e experimental" de Jean Cocteau ou Mauriac. Os
primeiros, autores existencialistas, privilegiavam a procura da personagem como
sujeito de decisões morais. Pirandello, em Itália, era uma referência nesta altura, como
os existencialistas Favri e Buzzati. Todavia, a maior figura do teatro do século XX foi o
alemão Brecht, que procurava a "desintoxicação do Homem". Em Portugal,
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destaquemos, depois da Segunda Guerra Mundial, Alves Redol, Jorge de Sena ou
Bernardo Santareno, entre tantos outros autores da questão social do Existencialismo.
Entretanto, surgiu a Vanguarda, nos anos 50, com os ingleses Pinter, Osborne e Behan,
com o seu teatro do realismo social, que teve nos franceses Beckett (irlandês, mas
escrevendo em francês), Adamov e principalmente Ionesco (com o seu "teatro do
absurdo") os seus maiores expoentes, que valorizaram a situação em detrimento do
carácter. Tardieu, Genet e Arrabal manterão vivo este teatro de Vanguarda em finais do
século XX.
Entretanto, há que referir o teatro infantil, que desde sempre existiu, da China Antiga à
Inglaterra de finais do século XVI, mas que ganhará relevo com a importância que a
criança adquiriu no século XIX, principalmente nos regimes comunistas, como sucedeu
na ex-URSS com o célebre Teatro Infantil de Moscovo, dirigido por Natalie Satz na
primeira metade do século XX. Muitas outras companhias surgiram nesse século em
todo o mundo, recriando velhos clássicos como Peter Pan, Alice no País das Maravilhas e
Branca de Neve, como não deixou de suceder em Portugal, onde, como no resto do
mundo, surgiram autores especializados em teatro infantil.
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Acto (teatro)
Divisão da peça teatral, dotada de uma determinada autonomia quanto à acção, tempo,
espaço, estrutura da intriga ou acção da(s) personagem(ns), que lhe confere uma certa
unidade relativamente ao todo do texto em que se insere.
No que diz respeito ao texto teatral, isto é, à actualização do texto dramático através da
encenação e espectáculo, o acto corresponde, ainda, a uma divisão marcada
exteriormente por uma determinada duração, cortada ou não por uma pausa na
representação que poderá permitir uma alteração de cenário, a mudança da
indumentária dos actores ou a entrada e saída de personagens.
Drama
Drama (do grego drama = acção) significa acção cénica representada por personagens. É
qualquer peça destinada à representação teatral, com uma acção que se desenrola a
partir de um conflito, num tempo determinado.
Na antiga Grécia e entre os romanos, a dramaturgia cultivou, essencialmente, a
tragédia (com peripécias dirigidas por uma fatalidade e com um desfecho funesto) e a
comédia (com uma acção jocosa a traduzir costumes, caracteres ou factos da vida
social, com desfecho feliz). É no século XIX, com o Romantismo, que aparece o drama
como género teatral híbrido que une o elemento trágico e o cómico, o sublime e o grotesco.
Na actualidade, o drama continua a ser a composição teatral que aborda temas da vida
comum, incorporando o patético e o comovente.
O drama, pela sua natureza de representação in presentia, pode tentar a sensibilização
do espectador, como sucede no teatro tradicional e clássico, ou pode ter uma função
pedagógica, levando-o à participação nos acontecimentos e à reflexão crítica, como
acontece no teatro épico moderno.
Em Portugal, se Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, é um exemplo de drama
romântico, Felizmente Há Luar!, de Sttau Monteiro, é um drama narrativo, dentro dos
princípios do teatro épico. Nesta obra, graças à distanciação histórica, há a denúncia de
um ambiente político repressivo dos inícios do século XIX para provocar a reflexão
sobre um tempo de opressão e de censura do século XX.
O termo drama pode significar, também, uma catástrofe ou um acontecimento terrível e
comovente.
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Farsa
Subgénero dramático que se afirma a partir do século XIII, atingindo o seu apogeu nos
séculos XIV e XV. De referir que, apesar deste subgénero ter sido cultivado na Idade
Média, pode verificar-se algumas características da farsa em peças de autores da
Antiguidade, como Aristófanes, Plauto e Terêncio, A farsa centra-se mais na acção da
peça do que no diálogo e mais nos adereços (cenário, roupagem, gestos) do que no
conflito dramático. Estas peças teatrais são breves, com poucas personagens, usando-se
o tom cómico e satírico, graças ao recurso ao absurdo, aos equívocos, ao qui pro quo, à
caricatura, às situações ridículas. A farsa visa ainda a subversão de valores da ordem
institucional estabelecida, fazendo com que este subgénero provoque um grande
sucesso nas classes populares.
Em França, este tipo de texto dramático destaca-se com obras como Le Garçon et
L'Aveugle (séc. XIII), La Farce de Maître Pathelin (séc. XV) e, na Península Ibérica, são
dele exemplo Farsa dos Físicos e Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente ou Farsa del
Nascimento de Nuestro Redemtor Jesucristo, de Lucas Fernández.
Depois do desenvolvimento da farsa no teatro seiscentista, com Molière, Dancourt,
Lesage, Shakespeare, entre outros, a farsa continuou a ser admirada até aos nossos
dias, como se constata em obras de E. Labiche, G. Feydeau, Courteline, Tristan Bernard
e, no teatro do absurdo, com Eugène Ionesco e Samuel Beckett.
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Commedia dell'arte
Também chamada comédia histriónica, de máscaras ou italiana, é uma comédia
popular que floresceu na Itália de meados do século XVI ao início do século XIX,
tendo-se alargado a outros países da Europa.
Os histriões recorriam ao uso de máscaras para caracterizarem os diversos tipos fixos
de personagens e cada actor especializava-se numa personagem. Arlequim, Pedrolino
(Pierrot), Polichinelo, Pantaleão, o capitão fanfarrão e o doutor contavam-se entre as
principais figuras masculinas. Colombina, Isabella, Flaminia e Silvia eram as femininas.
A originalidade da commedia dell'arte residia no espaço dado à criatividade do actor,
que improvisava o diálogo e lançava mão dos mais variados recursos representativos,
embora dentro de um esquema de enredo e de cenário praticamente constantes. Este
tipo de comédia muito popular veio a influenciar o circo, o bailado e muito do teatro
moderno.
Teatro contemporâneo
Em 100 Anos de Teatro Português (Porto, ed. Brasília, 1984, p. 12), Luiz Francisco Rebello
considera, ao periodizar a evolução do teatro português contemporâneo, quatro
momentos sócio-politicamente distintos, com inevitáveis repercussões sobre a arte
cénica contemporânea: um período pré-republicano, entre 1881 e 1910; um período de
vigência da república democrática, entre 1910 e 1926; o período de ditadura, entre 1926
e 1974; e, o período pós-revolucionário. Entre o fim de século e o início do século XX, a
produção teatral, continuando tendências firmadas desde o naturalismo, faz coexistir a
revivescência do drama histórico com as primeiras incursões pelo teatro simbolista e
com um drama de costumes que frequentemente ainda se ressente, nas inflexões
melodramáticas, da influência do drama romântico, dominando, então, o panorama
teatral autores como D. João da Câmara, Marcelino Mesquita, Lopes de Mendonça ou
Júlio Dantas. A este período, marcado também por tentativas de renovação do teatro,
como a fundação do "Teatro Livre", continuada no projecto do "Teatro Moderno",
segue-se, durante a República, um período em que proliferam o drama de costumes, a
comédia de situações, o drama rural, o drama psicológico e o drama histórico,
particularmente aplaudidos por uma plateia burguesa. Sob a censura e sofrendo a
concorrência do cinema e da rádio, foram raras as companhias que conseguiram
granjear certa longevidade, vendo-se frequentemente obrigadas a desistir dos seus
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projectos por falta de recursos. Entre as iniciativas que marcaram a renovação do teatro
português durante o regime salazarista, destaca-se a fundação, por António Pedro, do
Teatro Experimental do Porto; a fundação, em 1946, por Luiz Francisco Rebello, Vasco
Mendonça Alves e Gino Saviotti, do Teatro Estúdio do Salitre, ou a fundação do Teatro
Estúdio de Lisboa por Luzia Maria Martins. Este período é marcado, a nível dos
conteúdos teatrais, pela conjugação de uma intenção de crítica social com a influência,
desde meados do século, do Teatro do Absurdo e da dramaturgia de Beckett, Brecht ou
Ionesco, a que acresceria, na década de 60, a de Jean Genet e de Peter Weiss. Entre os
autores que mais se distinguiram, na segunda metade da época contemporânea, pela
qualidade e quantidade da sua produção dramática, contam-se, entre outros, os nomes
de António Pedro, Jaime Salazar Sampaio, Augusto Sobral, Helder Prista Monteiro,
Luis de Sttau Monteiro, Luiz Francisco Rebello e de Bernardo Santareno.
A 22 de Março, comemora-se o Dia do Teatro Amador e, a 27 do mesmo mês, o Dia
Mundial do Teatro.
Comédia
Termo de origem grega (komoidía, de kômos, que significa festa, e oidós, cantor) que
designa um subgénero dramático que se opõe a tragédia e cujo conteúdo apresenta a
vida quotidiana e acções humanas. A comédia utiliza recursos que provocam o riso no
espectador, recorrendo ao imprevisto, ao ridículo, à surpresa, à desordem.
Partindo da etimologia da palavra, pensa-se que a comédia nasce nas festividades, em
homenagem a Dionísio ou Baco, que usavam cânticos fálicos em sua honra. A primeira
definição deste subgénero teatral é a de Aristóteles que, na sua Poética (cap. V, 1149.ª,
32), a define como "imitação de homens inferiores; não, todavia, quanto a toda a
espécie de vícios, mas só quanto àquela parte do torpe que é o ridículo. O ridículo é
apenas certo defeito, torpeza anódina e inocente; que bem o demonstra, por exemplo, a
máscara cómica, que, sendo feia e disforme, não tem [expressão de] dor." Aristóteles
salienta ainda a dificuldade em precisar as características da comédia devido às suas
mutações constantes. No entanto, na comédia, existe a presença do coro, das máscaras
e da música, tal como na tragédia.
Na Grécia, este subgénero evolui em três fases distintas, considerando-se a comédia
antiga, a comédia mediana e a comédia nova. Relativamente ao período da comédia antiga,
Aristófanes é um seu grande representante estruturando-a com as seguintes partes: o
prólogo; o párodo, que consiste na entrada do coro e nas suas intervenções ou disputa
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entre dois coros; a parábase, isto é, um interlúdio coral que suspende parcialmente a
ilusão dramática, dirigindo-se directamente ao auditório; os episódios, ou seja, as cenas
dialogadas pelas personagens e intercaladas por intervenções do coro; o êxodo,
concretizando-se no desenlace final. A comédia antiga caracteriza-se pelo tom de humor
e de sátira com que se crítica assuntos da vida quotidiana, aspectos políticos e sociais e
figuras e instituições proeminentes, sendo a sua finalidade principal a diversão, para
além do objectivo moralizante. Emprega uma linguagem lúdica, através de jogos de
palavras, equívocos, ironia, clichés e apresenta ainda personagens de forma caricatural.
A segunda fase denomina-se comédia mediana ou intermediária. A comédia deste
período, cultivada por Antífanes e Alexis, entre outros, aborda assuntos mitológicos ou
literários e caracteriza-se sobretudo pela ausência de coro.
A terceira fase, a comédia nova, iniciada por Menandro e desenvolvida também por
Filemon, Apolodoro de Carystos, entre outros, trata principalmente o tema do amor e
do comportamento humano. Este tipo de comédia revela economia na apresentação
dos acontecimentos e na função do coro, apresenta simplicidade no espectáculo teatral
e valoriza o predomínio completo do diálogo.
Em Roma, a comédia é constituída por prólogo, diálogo (diverbium) e acompanhamento
musical (sobretudo flauta), eliminando a presença do coro. Apesar de não ter obtido o
mesmo nível da comédia grega, existem várias das suas modalidades. A comédia paliata
ou palliata, denominada assim pela veste (pallium), que os actores traziam, que se
aproxima do modelo grego da comédia nova e é cultivada por Plauto e Terêncio, entre
outros. A comédia togata, caracterizada pelo uso da toga (vestimenta romana), que os
actores envergavam. Recria temas, cenas e personagens geralmente populares e é
explorada por Titinio. Há ainda a comédia atelanas (fabulae atellanae), uma criação da
península itálica, que representa obras populares, burlescas, próximas das celebrações
em honra de Baco e que tem como antecedente a commedia dell'arte.
Na Idade Média, a comédia perde protagonismo, deixando de ser praticamente
cultivada. No entanto, passa a empregar-se o vocábulo para as narrativas ou poemas
de desfecho feliz, como é disso exemplo a Divina Comédia de Dante. A partir do século
XIII, a comédia, recuperando as características primitivas, renasce com o florescimento
de farsas, momos, arremedilhos e de pequenas peças cómicas.
No Renascimento, a comédia assume o papel de excelência, que possuía na Grécia, e
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adquire estrutura formal fixa (divisão em três actos). De referir que a expressão castigat
ridendo mores (a rir se castigam os costumes), criada por Jean de Santeuil (1630-1697), é
empregue essencialmente como divisa pela comédia italiana. Em Portugal, a comédia
vulgariza-se com Gil Vicente e com o teatro popular. Em Espanha, a comédia é
cultivada por Lope de Vega, Calderón de la Barca, Ruiz de Alarcón e Rojas Zorrilla,
entre outros. Em Inglaterra, é desenvolvida por Shakespeare e Ben Johnson. Em
França, por Molière e, em Itália, representada pela commedia dell'arte. No século XX, o
teatro cómico é produzido por Luigi Pirandello, Bernard Shaw, Samuel Beckett,
Eugène Ionesco, Bertolt Brecht, entre outros.
A comédia pode ser categorizada segundo várias modalidades que a seguir se indicam.
A comédia de costumes tem como objectivo criticar os hábitos e as rotinas da sociedade
de uma determinada época ou de um grupo social. São exemplo as obras de Molière,
Les Precieuses Ridicules (1659, As Preciosas Ridículas) e Les Femmes Savantes (1662).
A comédia de personagem foca uma determinada figura estereotipada, como em Tartuffe
(1664) e Le Misanthope (1666, O Misantropo) de Molière.
A comédia-ballet, criada por Molière, integra danças cómicas numa comédia de
costumes ou de personagem, tal como em Les Fâcheux (1661) e Le Bourgeois
Gentillhomme (1670).
A comédia lacrimejante, variante da comédia sentimental do século XVIII, através das
aventuras das personagens, procura provocar comoção e piedade nos espectadores.
Destacam-se, como exemplos, Fausse Antipathie (1733) de Nivelle de la Chaussée e La
Mère Confidente (1735) de Marivaux.
A comédia da capa e espada, proveniente de Espanha, desenvolvida principalmente no
século XVI (Siglo de Oro), foi designada com esse nome, dado que as personagens, que
representavam os cavaleiros da época, usavam uma capa e uma espada. Este tipo de
comédia abordava sobretudo as intrigas amorosas, como se verifica em La Dama Boba
(1613) de Lope de Vega.
A comédia pastoril, aparece sobretudo nos séculos XVI e XVII. Valoriza a vida simples
dos pastores como modelos de uma vivência inocente, idílica e nostálgica, tal como em
Les Bergeries (1625) de Racan.
Na comédia burlesca, predomina uma sequência de aventuras cómicas e divertidas que
acontecem a uma personagem excêntrica ou a um cómico, como em Dom Japhet
d'Arménie (1653) de Paul Scarron.
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Dramaturgo
Do grego dramatourgós, significa escritor que compõe peças de teatro, ou seja autor de
textos dramáticos. O propósito destes escritos é sobretudo a representação, mas estes
podem manifestar apenas um estilo literário utilizado na sua composição, sem os
vincular obrigatoriamente ao palco.
Nos primórdios, a dramaturgia cultivou sobretudo a tragédia e a comédia; só muito
mais tarde, já no século XIX, com o Romantismo, é que este género surgiu como
híbrido, unindo os elementos trágicos aos cómicos.
Os primeiros autores dramáticos, com origem na Grécia Antiga, produziram obras que
continuam, nos dias de hoje, a servir de referência aos dramaturgos actuais, como é o
caso, por exemplo, de Sófocles, Eurípides, Ésquilo e Aristófanes.
Auto de moralidade
In: Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-11-12]. Disponível na www: <URL:
http://www.infopedia.pt>.
Imagens retiradas do Google images.
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GIL VICENTE
Origens do Teatro
A história da arte dramática, é tão velha como a dos homens na terra. Supõe-se que já
na Pré-história eles faziam teatro sob a forma de danças guerreiras ou mágicas com as
quais tentavam atrair a boa vontade dos deuses e favorecer a vitória. Na Grécia, e, mais
tarde, em Roma, o teatro atingiu uma grande perfeição e nobreza. Grandes trágicos,
como Ésquilo, Eurípedes e Sófocles ( na Grécia ) e autores cómicos como Aristófanes (
na Grécia ), Plauto e Terêncio ( em Roma ) deixaram obras imortais que ainda hoje
proporcionam prazer e emoção.
- o teatro pré-vicentino;
- o teatro vicentino;
- o teatro pós-vicentino.
Sendo Gil Vicente o primeiro autor a produzir textos de acordo com o género
dramático e, portanto, logo na sua origem, destinados a serem representados, só com
Gil Vicente é iniciado o teatro propriamente dito.
O teatro pré- vicentino, impropriamente chamado "teatro", não passava de uma "récita"
feita sobretudo pela altura das festas principais do calendário religioso, o Natal e a
Páscoa. As pessoas limitavam-se a extrair passagens textuais da Bíblia e "recitar" de cor
aqueles acontecimentos. Actores e espectadores situavam-se todos, ao mesmo nível,
dado não existir palco para tais recitações.
Recuando no tempo, é possível observar, de acordo com a intenção que presidia a tais
representações, a existência de agrupamentos que podemos classificar do seguinte
modo:
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- as Moralidades - peças mais curtas cujas personagens eram abstracções
personificadas de vícios ou virtudes.
É com Gil Vicente que entramos definitivamente no teatro português. Ele é, de facto, o
primeiro autor a utilizar o género dramático. E, à maneira do que já acontecia na
Europa, sobretudo na Alemanha e Inglaterra, introduz nas suas representações o palco,
a fim de colocar o actor acima do horizonte visual do espectador, e o cenário para
recriar o espaço cénico adaptável ao conteúdo de cada peça. Por estas razões bem
podemos dizer que Gil Vicente é, de facto, o pai do teatro português.
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personagens. São os rústicos que empregam exclusivamente certas formas, como por
exemplo ergueja (em lugar de igreja, que é a forma utilizada pelas personagens
urbanas), e são eles, em geral, que se exprimem em linguagem mais arcaica, da mesma
forma que entoam os cantares e executam as danças que caíam em desuso nas cidades.
A sua linguagem, que representa na história da língua o ponto de transição da forma
arcaica para a forma moderna revela já a influência do renovamento que se operou na
era fecunda e luminosa dos Descobrimentos e conquistas.
É uma língua intencionalmente enriquecida de variantes: as mesmas palavras
aparecem na sua forma arcaica e na sua forma moderna (para a época), nas formas
populares e na sua de corte, na pronúncia portuguesa e na hispanizante.
Pode-se então afirmar que a língua vicentina foi inspirada no pulsar real da vida,
confirmando a capacidade de Gil Vicente para observar a realidade a todos os níveis,
incluindo o nível linguístico. A este propósito, Feliciano Ramos escreveu: "Gil Vicente"
gostou de se abeirar da realidade e as suas personagens, como na vida, têm uma
linguagem acomodada ao seu grau de cultura, à educação, à idade e à categoria social".
Tal como já foi dito anteriormente, a língua em Gil Vicente, a par das características
ainda arcaizantes, é já reveladora de elementos da inovação - reflectindo assim uma
época de transição em todos os campos. Vejamos então na obra deste dramaturgo,
algumas das características da língua portuguesa de então:
2. Sintaxe arcaizante no uso da dupla negação: ex: "nem de pão não nos fartamos."
3. Uso da preposição "de" com valor partitivo. ex: "Não lhe bastará comer / Da vaca da
mostarda".
4. Emprego de formas duplas da mesma palavra. ex: "rezão" e "razão"; "assi" e "assim":
"veo" e "veio".
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6. A inclusão de cantigas tradicionais.
5. A generalização do género feminino nos nomes terminados em "-agem." ex: "Que sua
é a barcagem".
AUTO DA ÍNDIA
O "Auto da Índia" é uma peça de enredo. A intriga desenrola-se ao longo de vários
anos, com abreviações cronológicas que lhe imprimem um andamento ágil e vivo. (...)
A heroína é uma mulher de Lisboa cujo marido parte para a Índia. Durante a sua
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ausência, que dura alguns anos, a mulher assim deixada sozinha leva vida divertida,
com a cumplicidade da criada, e mantém ao mesmo tempo duas ligações. Enquanto
um dos amantes está dentro de casa, o outro espera à porta, impaciente. Entretanto, o
marido volta da Índia, tão pobre como partira, e narra as suas campanhas, que não
tiveram nada de heróico nem nobilitante.
A mulher, por seu lado, mentindo com tranquila imprudência, afirma que esteve roída
de saudades durante a ausência do seu querido esposo. E, para terminar, marido e
mulher, felizes e despreocupados, retomam pacificamente a vida em comum como se
nada se tivesse passado.
O "Auto da Índia" afigura-se um contraponto das ideias feitas da moral corrente e da
ideologia oficial. Em tudo feitas da moral corrente e da ideologia social o "reverso do
mito dos Descobrimentos". Os heróis do Oriente são reduzidos às dimensões da
humanidade mediana e as suas mulheres fazem deles maridos atraiçoados enquanto
estão ausentes. O tema da infidelidade feminina, que aparece em outras farsas, é
tratado com divertido cinismo.
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pois quer saber se ela é fêmea ou macho ou ainda no Frade do "Auto da Barca do
Inferno " que surge no cais ao lado da sua amante pensando que o hábito lhe valerá.
Também o Povo é visado e a ambição quer material, quer social, as infidelidades
matrimoniais, as Alcoviteiras, a conquista de liberdade, os conflitos de gerações são
aspectos que Gil Vicente não deixou escapar.
No "Auto da Índia é a ambição desmedida do Marido que parte para a Índia à procura
de riqueza e que provoca o adultério de Constança então completamente livre para
levar uma vida de prazeres.
Nas "Farsa de Inês Pereira" e "Quem tem Farelos" evidencia-se o tipo de moça
casadoira e leviana (Inês e Isabel) que procuram no casamento a ascensão social e a
libertação da tutela materna, deixando Isabel transparecer o conflito de gerações
presente no desentendimento entre ela e a mãe. No "Auto da Feira" surgem as
infidelidades matrimoniais entre os dois lavradores que vão à feira e as respectivas
mulheres.
Igualmente a Nobreza e o plano de inferioridade em que se encontravam então muitos
nobres em relação a grande parte dos burgueses ficou marcada na obra vicentina pela
mordaz crítica feita aos escudeiros pobres e míseros, mas que não querendo dar provas
da sua fraqueza se mostravam vaidosos e fanfarrões, procurando ostentar uma riqueza
que já não possuíam. São os casos de Aires Rosado, proibido até de namorar uma
plebeia, Braz da Mata, pobre, autoritário e tirano e o Lemos do "Auto da Índia",
igualmente fanfarrão, pobre e oportunista.
Globalmente, podemos dizer que a obra vicentina retrata a sociedade essencialmente
materialista, cujo lado moral se apresentava corrupto, decadente e espiritualmente
degradado.
Esta era a estratégia utilizada por Gil Vicente para criticar a sociedade da época. Quais
os métodos utilizados?
Para concretizar o seu objectivo, Gil Vicente serviu-se de vários processos de entre os
quais se salienta o elemento Cómico agrupado em vários processos com que fez rir a
Corte do seu tempo Evidenciou ao longo das suas peças o Cómico de Carácter
resultante do temperamento ou personalidade da personagem - tipo (Pêro Marques,
22/71
Castelhano...), o Cómico de Situação, o qual resulta da própria situação em que os tipos
se inserem ou das circunstâncias criadas por eles (o contraste do comportamento do
Castelhano dentro e fora de casa) e o Cómico de Linguagem, que se consegue através
da ironia (a escolha dos nomes quer de Constança, quer de Tristão da Cunha), através
da apresentação de provérbios, jogos de palavras, uso de calão, etc. O conjunto destes
aspectos gerava o ridículo e provocava, sem dúvida, o riso.
Além de todos estes aspectos já mencionados convém ainda salientar que o teatro de
Gil Vicente é um teatro de tipos, isto é, personagens que representam um grupo ou
uma classe e, por tal, não têm uma individualidade marcada nem qualquer densidade
psicológica.
De entre os vários tipos da obra vicentina salienta-se a personagem Ama do "Auto da
Índia". Através do seu comportamento de mulher adúltera insatisfeita com o Marido e
levando uma vida de prazer com dois amantes, bem como a forma como dissimula na
perfeição a sua raiva quando o Marido regressa. Critica-se o adultério frequente na
época, o rompimento dos laços familiares e a degradação moral da família e da
sociedade. Por sua vez está bem patente nesta crítica, a denúncia do lado negativo da
expansão marítima ou seja, a perda de valores morais importantes para a dignificação
da sociedade.
23/71
Para conseguir alcançar os seus objectivos, Gil Vicente serviu-se de personagens como
o Marido, através do qual denuncia a ambição sem limites que o espírito mercantilista
trouxe, bem como a forma desonesta como se alcançava a riqueza fácil e rápida
("Pelejámos e roubámos"). Ao mesmo tempo, a personagem Constança materializa a
prática do adultério e o rompimento dos laços familiares, uma vez que durante a
ausência do Marido mantém uma ligação ilícita com dois homens: O Castelhano e o
Lemos, um antigo namorado seu. Constança simboliza não só a infidelidade e a traição
adúltera frequente na época, como também o carácter hipócrita e interesseiro, pois no
regresso do marido mente-lhe ao dizer-se fiel, fingindo ciúmes do mesmo.
Em suma, pode dizer-se que esta farsa mostra que a expansão marítima, para além de
ter trazido ao Reino a riqueza material, trouxe-lhe o pior dos males, ou seja, a pobreza
moral, a corrupção, a ambição e a decadência.
In: http://www.prof2000.pt/users/cvargens/material_didactico/obra_de_gil_vicente.DOC
24/71
BIBLIOGRAFIAS
GIL VICENTE
In: http://teatromosca.com.sapo.pt/images/gilvicente.jpg
Contudo, e de acordo com Jacinto Prado Coelho, in Dicionário de Literatura, parece ter
nascido em Guimarães por volta de 1465. Por outro lado, também não há dados
absolutos que possam confirmar a teoria de alguns estudiosos que defendem que este
Gil Vicente, "poeta dramático", seja o ourives da rainha D. Leonor, autor da célebre e
25/71
riquíssima custódia de Belém. A coincidência do nome e a contemporaneidade de
ambos apontam, todavia, para esta possibilidade.
Embora desde sempre tenham existido tentativas no sentido de atribuir a este autor
uma grande cultura, não está comprovado que este tenha frequentado a universidade e
aprendido o latim do Renascimento. Porém, pode afirmar-se que era detentor de um
espírito conhecedor, dominando bem, enquanto católico e músico, a poesia litúrgica
latina. Também o conhecimento do castelhano lhe franqueou as portas da cultura
religiosa e profana.
A transmissão da sua obra confrontou-se com dificuldades várias. Inicialmente, os seus
autos eram divulgados à medida que iam sendo escritos, em folhas soltas. Na verdade,
Gil Vicente iniciou o trabalho de compilação das suas obras completas, mas, antes de
morrer, apenas foi capaz de reunir algumas das folhas e manuscritos e de redigir a
dedicatória ao rei D. João III. Assim, esta compilação só foi concluída e impressa, em
1561-1562, pelo seu filho Luís Vicente, já não conseguindo escapar à "mão inquisitorial"
estabelecida em Portugal em 1536, ano provável da morte do autor. Na verdade, o
Index de 1551 refere já sete autos vicentinos que ou foram totalmente censurados ou
autorizados depois de expurgados. Em 1561-1562, quando Luís Vicente edita as obras
completas de seu pai, a censura do Tribunal do Santo Ofício parece ter sido um pouco
mais branda e o Index de 1564 não refere nenhuma obra vicentina. Segundo Jacinto
Prado Coelho, in obra citada, "é difícil não reconhecer a influência da Rainha D.
Catarina, de quem Paula Vicente, filha do poeta, era 'moça de câmara'", considerando
assim que aquela terá influenciado a alteração de critérios de censura subjacente à
elaboração do Index de 1564.
Apesar da alegada influência real, esta compilação de 1561-1562 parece, contudo, dever
muito à autenticidade, conforme podemos concluir pela comparação feita com a única
folha volante do tempo de Gil Vicente, hoje conservada. Este estudo comparativo,
infelizmente, permite aferir a mutilação da obra vicentina, pois o próprio filho do poeta
parece ter confessado que se lhe arrogou a missão de "purar" os textos que recolhera,
fazendo cedências imperdoáveis à censura. Aliás, esta benevolência inquisitorial foi
"sol de pouca dura", como provam os graves atentados feitos à obra, no Index de 1581.
Considerado o "pai" do teatro português, Gil Vicente já tivera contacto, em Portugal,
com representações litúrgicas, por altura do Natal e da Páscoa, e com algum repertório
cómico de "feição improvisada e não literária", como os momos aristocráticos e
26/71
cortesãos, considerados como as primeiras manifestações teatrais em Portugal.
Autor de uma obra variada, que ele próprio divide em comédias, farsas e moralidades,
Gil Vicente não teve apenas preocupações de realização literária. De facto, e de acordo
com J. P. Coelho, in História de Literatura, na sua obra "palpita de modo espantosamente
vivo a sociedade portuguesa do primeiro terço do século XVI, com as suas classes, os
seus vícios, os seus impulsos intelectuais e religiosos", a qual critica através da sátira,
partindo da máxima latina ridendo castigat mores.
A sua crítica é profundamente mordaz, apresentando clérigos sem vocação, escudeiros
parasitas e ociosos, fidalgos corruptos e vaidosos, profissões liberais que assentam na
exploração das camadas populares, alcoviteiras que actuam sem escrúpulos para
defenderem os seus interesses, e até o povo humilde que, passivamente, se deixa
explorar pelos cobradores e frades. Não criando personagens que correspondam a
indivíduos específicos, o teatro vicentino cria antes personagens que caracteriza como
tipos sociais e "que funcionam apenas como símbolo de uma classe ou de um grupo
social ou profissional". Na verdade, o que mais lhe interessa são os casos sociais que
melhor lhe permitem fazer a sátira de costumes.
27/71
velho da Horta, 1512; Quem tem Farelos?, 1515; Auto das Ciganas, 1521; Farsa de Inês
Pereira, 1523; Farsa dos Físicos, 1524; O Juiz da Beira, 1525 ou 1526; Farsa dos Almocreves,
1526; O Clérigo da Beira, 1529 ou 1530.
WILLIAM SHAKESPEARE
In: www.liberal.com.br/blogs/entrelinhas/uploaded_images/shakeapare-739227.jpg
28/71
londrino Robert Greene, onde o escritor é acusado de plágio. Nesta altura Shakespeare
era já conhecido em Londres, embora não se saiba com exactidão a data do seu
aparecimento na capital. Em virtude do encerramento dos teatros londrinos entre 1592-
94, Shakespeare compôs nessa época dois poemas narrativos: Venus and Adonis
(publicado em 1593) e The Rape of Lucrece (publicado em 1594). No Inverno de 1594
integrou a mais importante companhia de teatro isabelina, The Lord Chamberlain's Men,
onde permaneceu até ao final da sua carreira. A companhia deveu à popularidade de
Shakespeare o seu lugar privilegiado entre as restantes companhias de teatro até ao
encerramento dos teatros pelo Parlamento inglês em 1642. Em 1598 foi inaugurado o
Globe Theatre, o teatro da companhia a que Shakespeare se associara, construído pelo
actor e empresário Richard Burbage no bairro de Southwark, na margem sul do
Tamisa. Depois da ascensão ao trono de Jaime I (em 1603) a companhia The Lord
Chamberlain's Men passou para a tutela real, e o seu nome foi alterado para The King's
Men. A passagem de Shakespeare pelos palcos associa-se a breves desempenhos:
Adam na peça As You Like It e o fantasma (Ghost) em Hamlet. Depois de ter comprado
algumas propriedades em Strattford, Shakespeare retirou-se para a sua terra natal em
1610, mantendo todavia o contacto com Londres. O Globe Theatre foi destruído pelo
fogo no dia 23 de Junho de 1613, durante uma representação da peça Henry VIII. Além
de uma colecção de sonetos e de alguns poemas épicos, Shakespeare escreveu
exclusivamente para o teatro. As suas 37 peças dividem-se geralmente em três
categorias: comédias, dramas históricos e tragédias. Entre os dramas históricos, género
que primeiro cultivou, destacam-se Richard III (Ricardo III), Richard II (Ricardo II) e
Henry IV (Henrique IV). Entre as suas comédias contam-se Love's Labour's Lost, The
Comedy of Errors, The Taming of the Shrew, a comédia de intenção séria The Merchant of
Venice (O Mercador de Veneza), As You Like It (Como Quiserem) e A Midsummer Night's
Dream (Um Sonho de Uma Noite de Verão). A tragédia não é uma forma que pertença
exclusivamente a um determinado período na evolução da obra de Shakespeare. Sob
influência de Marlowe, a forma de tragédia já se encontrava nas peças que
dramatizavam episódios da História inglesa. Em Romeo and Juliet (Romeu e Julieta) e
Julius Caesar (Júlio César) Shakespeare combinou a perspectiva histórica com uma
interpretação trágica dos conflitos humanos. O período em que Shakespeare escreveu
29/71
as suas grandes tragédias iniciou-se com Hamlet, escrita entre 1600-1602, a que se
seguiram Othelo, Macbeth, King Lear, Anthony and Cleopatra e Coriolanus, todas elas
compostas entre 1601 e 1608. Na última fase da carreira de Shakespeare situam-se as
peças de tom mais ligeiro: Cymbeline, The Winter's Tale e The Thempest. Parte das obras
de Shakespeare foram publicadas durante a vida do autor, por vezes em edições
pirateadas, mas só em 1623 apareceu a edição "Fólio", compilada por John Heminges e
Henry Condell, dois actores que tinham trabalhado com Shakespeare. No século XVIII
as peças foram publicadas por Alexander Pope (em 1725 e 1728) e Samuel Johnson (em
1765), mas só com o Romantismo se compreendeu a profundidade e extensão do génio
de Shakespeare. No século XX reforçou-se a tendência para considerar a obra de
Shakespeare integrada nos contextos dramáticos que a suscitaram. Embora em muitos
casos seja impossível datar precisamente as peças do autor, uma cronologia
aproximada revela a evolução da sua obra:
Antes de 1594: Henry VI; Richard III; Titus Andronicus; Love's Labour's Lost; The Two
Gentlemen of Verona; The Comedy of Errors; The Taming of The Shrew. Entre 1594-1597:
Romeo and Juliet; A Midsummer Night's Dream; Richard II; King John; The Merchant of
Venice. Entre 1597-1600: Henry IV; Henry V; Much Ado About Nothing; Merry Wives of
Windsor; As You Like It; Julius Caeser; Troilus and Cressida. Entre 1601-1608: Hamlet;
Twelfth Night; Measure for Measure; Alls Well That Ends Well; Othello; King Lear; Macbeth;
Timon of Athens; Anthony and Cleopatra; Coriolanus. Depois de 1608: Pericles; Cymbeline;
The Winter's Tale; The Tempest; Henry VIII. Poemas (datas desconhecidas): Venus and
Adonis; The Rape of Lucrece; Sonnets; The Phoenix and The Turtle.
30/71
SÓFOCLES
Trágico grego (496 ou 494 a. C.) nascido de pais abastados na bela povoação de Colono,
nos arredores de Atenas.
In: www.filosofix.com.br/blogramiro/imagens/sofocles.jpg
Logo aos quinze anos foi encarregado de dirigir o coro que cantou o «pean» depois da
vitória de Salamina.
Belo, inteligente e estimado de todos os seus concidadãos, foi nomeado em 440 a. C.,
juntamente com Péricles, estratego e encarregado da vigilância do tesouro da Acrópole.
Pelo seu gosto artístico e pelo equilíbrio do seu carácter pode ser considerado o
Ateniense ideal. Nunca abandonou a Ática, onde morreu com 80 anos sem nunca ter
estado doente. Compôs mais de cem peças de teatro, mas até nós chegaram apenas
sete: Ájax, Electra, Édipo Rei, Édito em Colono, Antígona , Traquínias e Filoctetes.
Ésquilo havia lançado as bases do género trágico. Coube a Sófocles levá-lo à perfeição,
para o que contribuíram algumas inovações: a introdução em cena de um terceiro
actor; o abandono da ligação das peças em trilogias, constituindo cada peça um todo; a
maior extensão do diálogo, encurtando as intervenções do coro que passou a ser mero
eco dos sentimentos das personagens; os cenários pintados que sugeriam o ambiente
pretendido, evitando os complicados e pesados mecanismos utilizados por Ésquilo.
Mas a grande inovação de Sófocles foi ter dado força à intriga. A construção das suas
peças é mais sólida, com soluções variadas e mais bem encadeadas. Com Sófocles a
tragédia desce à terra e o homem torna-se o protagonista do drama.
Não é que Sófocles seja menos religioso que Ésquilo, pois das suas peças desprende-se
31/71
uma moral profundamente religiosa.
Sófocles dizia: «descrevo os homens como eles deveriam ser, ao passo que Eurípides os
descreve como eles são».
Este idealismo, porém, não tira às suas personagens nem a força, nem a graça, nem o
sentido da realidade.
O estilo de Sófocles adapta-se com facilidade aos sentimentos expressos pelas
personagens, nos coros, e no diálogo é conciso, firme, mas solto - «o Poeta da harmonia
amado das Musas e das Graças» como dizia a inscrição do monumento que os
Atenienses lhe dedicaram.
MOLIÈRE
In: http://4.bp.blogspot.com/_b8lKBo8aG6s/TMr7RJJHUJI/AAAAAAAABEg/7hcHaPzro6I/s1600/487px-Moliere2.jpg
32/71
PLAUTO
In: http://2.bp.blogspot.com/_a60kqBSk7P8/TBSqM-bIaiI/AAAAAAAACZE/-4QTpXnxLDA/s1600/Plauto.gif
BERTOLT BRECHT
33/71
Kinder ( Mãe Coragem e os seus Filhos , 1941) -, alguns dos melhores ensaios teóricos,
diálogos e poemas. Em 1948, Brecht regressou a Berlim, na então República
Democrática Alemã, onde se tornou director do Berliner Ensemble e onde viria a morrer
em 1956.Outras peças dignas de especial referência são Leben des Galilei ( Vida de Galileu
, 1943) e Der kaukasische Kreidekreis ( O Círculo de Giz Caucasiano , 1949). Brecht foi um
dos grandes reformadores do teatro no século XX, desenvolvendo uma forma de
drama capaz de realizar um certo tipo de intervenção social, ideologicamente marcada
por um posicionamento político assumidamente de esquerda.
In: http://4.bp.blogspot.com/_48kxbt7q0JM/TJ03yZn5RAI/AAAAAAAABb4/Xa9A3n1gcAs/s1600/BERTOLD+BRECHT+-a.jpg
In: Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2004. [Consult. 2004-10-06]. Disponível na www:
<URL: http://www.infopedia.pt/$historia-do-teatro>.
34/71
SITES DE INTERESSANTE
Teatro da Trindade
http://www.inatel.pt/trindadehome.aspx?menuid=113
Tetra base
http://tetra.fl.ul.pt/base/usermanual
35/71
DOCUMENTOS SOBRE TEATRO DISPONÍVEIS
NA REDE MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS
MONOGRAFIAS
36/71
RMBP-PNO 82-1.09 CES
CESARINY, Mário - Horta de literatura de cordel : o continente submerso o grande
teatro do mundo os sobreviventes do dilúvio:monstros nacionais monstros
estrangeiros. Lisboa : Assírio & Alvim, 1983 . - 356 p. (Tesouros das bibliotecas e
arquivos de Portugal ; 5)
37/71
RMBP-PNO 316.34 ALM
ALMEIDA, Fernando António - Operários de Lisboa : na vida e no teatro (1845-1870).
Lisboa : Caminho, 1994. 423 p. (Universitária). ISBN 9722108611
38/71
RMBP-QAN 82-2.09 RYN
RYNGAERT, Jean-Pierre - Introdução à análise do teatro. tradução [de] Carlos Porto.
Porto : Asa, 1992. 204 p. (Textos de apoio) ISBN 9724110664
39/71
RMBP-PAL 821.134.3.09 VRS
Mateus, Osório - De teatro e outras escritas. Lisboa : Quimera, dep. leg. 2002. 575 p.
ISBN 9725890868
40/71
RMBP-PNO 821.134.3.09 VRS
SIMÕES, João Gaspar - Crítica VI : O teatro contemporâneo 1942 - 1982. Lisboa :
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, D.L. 1985. 404, [ 9 ] p. (Temas portugueses)
41/71
RMBP-PAL 792(469) POR
PORTO, Carlos, pseud. - O TEP e o teatro em Portugal : histórias e imagens. Porto :
Fundação Eng. António de Almeida, 1997. 367, [2] p. : il. ISBN 972838601X
42/71
RMBP-PAL 792 LAR
LAROQUE, François - Shakespeare : o teatro do mundo. Lisboa : Quimera, 2003. 191
p. : il. color. (Descobrir. Literatura) ISBN 9725891066
CD NR 2719
BASTOS, Glória - O teatro para crianças em Portugal : história e crítica. Lisboa :
Caminho, 2006. 387 p. (Universitária). ISBN 972-21-1808-0
43/71
RMBP-PAL 792 COM / RMBP-PNO 792 COM
Companhia de Teatro de Sintra : 15 anos a fazer caminho no teatro. Sintra :
Companhia de Teatro de Sintra, 2005. 63 p.
44/71
RMBP-PAL 792(091)(469) SAN
SANTOS, Graça dos - O espectáculo desvirtuado : o teatro português sob o reinado
de Salazar (1933-1968). Lisboa : Caminho, 2004. 386 p. (Universitária). ISBN 972-21-
1659-2
45/71
RMBP-PAL 728.5 FL PAL/MEI
RMBP-PNO 725.8 PAL/MEI FL
RMBP-QAN 728.5 FL PAL/MEI
RMBP - MAR 728.5 FL PAL/MEI
Meio século de magia : Cine-Teatro S. João : 1952-2002. Coordenadores Jorge Patrício,
Teresa Machado e Sérgio Mateus ; fotos a cores Adelino Chapa. Palmela : Câmara
Municipal de Palmela, D.L. 2002. 36 p. : il. color. ISBN 972-8497-21-0
46/71
RMBP-PNO 82-2.09 SIL
SILVA, Maria de Fátima Sousa e - Crítica do teatro na comédia antiga. Coimbra :
Instituto Nacional de Investigação Científica, 1987. 480, [ 4 ] p. (Estudos de cultura
portuguesa ; 2)
RMBP-PNO 792(469)(091)
REBELLO, Luís Francisco - História do teatro português. 4ª ed. Mem Martins : Europa-
América, 1989. 182 p. (Saber ; 68)
47/71
PEÇAS DE TEATRO
48/71
RMBP-PNO 821.134.3-1 MIR
MIRANDA, Sá de - Poesia e teatro : Sá de Miranda. Lisboa : Ulisseia, D.L. 1989. 274 p.
ISBN 972-56-8171-1
49/71
RMBP-PNO 821.134.3-2 FAR / RMBP-QAN 821.134.3-2 FAR
FARIA, Almeida - Vozes da paixão : Teatro. Lisboa : Caminho, 1998. 178 p. (O campo
da palavra). ISBN 9722111833
50/71
RMBP-PNO 821.134.3-2 BRA
BRANDÃO, Fiama Hasse Pais - Teatro - teatro. Lisboa : Fenda, 1990
51/71
RMBP-PNO 821.134.3-2 CAS
CASTRO, João Osório de - Cabeçudos e gigantones : Teatro : Farsa trágica ou talvez
não. Lisboa : Elo, 2000. 153 p. ISBN 9729181691
RMBP-PAL 821.134.3-2 R
ROCHA, Natércia - Vamos todos ao teatro. Il. Isabel Piçarra. Lisboa : Dinalivro, 2003.
119 p. : il. p & b. ISBN 9725762665
52/71
RMBP-PAL 821.134.3-2 CAR
CARVALHO, Mário de - Água em pena de pato : teatro do quotidiano. Lisboa :
Caminho, 1992. 194 p. (O campo da palavra). ISBN 9722107100
53/71
RMBP-PAL 821.1/.8-2 BRE
BRECHT, Bertolt - Teatro 1. Tradução e prefácio de Jorge Silva Melo ; tradução e
introdução de Vera San Payo de Lemos. Lisboa : Cotovia, 2003. 354 p. (Livros Cotovia ;
vol. I). ISBN 972-795-065-5
RMBP-PAL 821.134.3-2 M
MOUTINHO, José Viale - Histórias da deserta grande : uma peça de teatro para
Bonifrates. Il. Fedra Santos. Porto : Afrontamento, 2006. 43, [4] p. : il. color. ISBN
9723608286
54/71
RMBP-PNO 821.134.3-2 AND ( vol. 1, 2, 4 )
ANDRADE, João Pedro de - Teatro. Lisboa : Acontecimento, cop. 1998-2002. vol.
(Obras completas)(Natália Correia)
Teatro I : Maré alta ; Quatro ventos. - 211 p. ISBN 972-8011-31-8 (vol. 1)
Teatro II : Continuação ; Barro humano / pref. de Luiz Francisco Rebello. - cop. 1999. -
155 p. ISBN 972-8011-32-6(vol. 2)
Teatro IV : A glória dos césares ; O lobo e o homem / pref. de Duarte Ivo Cruz. - cop.
2002. - 223 p. ISBN 972-8011-37-7(vol. 4)
55/71
DOCUMENTOS INFANTO-JUVENIS SOBRE TEATRO
RMBP-PAL 821.134.3-2 V
VALE, Fernando Gomes Marques do - Histórias de ontem e teatro de hoje. Il. de
Dorindo Carvalho. Lisboa : Instituto Piaget, D.L. 2002. 113, [1] p. : il. color. (Literatura
infantil ; 14) ISBN 972-771-533-8
RMBP-PNO 821.134.3-3 M
MAGALHÃES, Ana Maria ; ALÇADA, Isabel - Uma aventura no teatro. Il. Arlindo
Fagundes. 6ª ed. Lisboa : Caminho, 1995. 182 p : il. p&b. (Uma aventura ; 20) ISBN
972210019X
56/71
RMBP-PNO 030 O
O teatro no mundo. Dir. Pierre Marchand. Lisboa : Melhoramentos, 1998. (As origens
do saber). ISBN 850602045X
RMBP-PNO 79 N
RIO, António do - Nós todos 3. Texto, letra das canções e sugestões de actividades
Gisela Cañamero ; il. [de] José Carvalho, António Carvalho. Lisboa : Ministério da
Cultura : Instituto Português das Artes do Espectáculo ; Beja : Câmara Municipal de
Beja, imp. 2000. 83 p. : il. color. + 1 disco sonoro (CD).
RMBP-PNO 821.134.3-3 J C
SANTOS, Margarida Fonseca - O nosso clube de teatro. Queluz de Baixo : Presença,
2008. 123 p. (Clube das amigas ; 112). ISBN 978-972-23-3928-5
RMBP-PNO 745 T
MARTÍ, Mónica ; SANZ, Isabel - O teatro infantil. Setúbal : Marina, 2001. 4 vols + 4
cd's. ISBN 972-8420-60-9
RMBP-MAR 821.134.3-2 T
TORRADO, António - Teatro às três pancandas. Il. João Caetano. Porto : Civilização,
1995. 93 p. : il. color. (Obras de António Torrado). ISBN 972-26-1153-4
57/71
DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS
RMBP-PNO A 16 TOM
Toma lá revista [Registo vídeo]. Dir. José Vitótrio. Lisboa : Lusomundo Audiovisuais
[distrib.], 1997. 1 cassete vídeo (VHS)(ca. 87 min.) : color. (Os vídeos RTP). Maiores de
12 anos.
CD NR 4243
FERIA DE TEATRO CASTILLA Y LEÓN, 10, Rodrigo, 2007 - Feria de teatro [Registo
vídeo]. Castilla y León : Junta de Castilla y León, 2007. 1 disco óptico (DVD) : color.
Feira realizada em Rodrigo (Espanha) nos dias 21 a 25 de Agosto de 2007 artes do
espectáculo
RMBP-PAL A 16 MYF
My fair lady [Documento electrónico] =Minha linda senhora. Encenação, direcção e
cenografia de Filipe La Féria. Pontinha : Vidísco, 2004. 1 disco óptico (DVD).
Espectáculo gravado ao vivo no Teatro Politeama em 2004.
Contém:
1.º Acto: Coven Garden. Taberna. Escritório do Professor Higgins. O dia em que
inventaram o vinho. Visita de Alfred Doolittle. Lições. Ascot. A rua onde mora o meu
58/71
amor. Final do 1º Acto.
2.º Acto: Baile na embaixada. Vitória. Elisa desapareceu. Regresso ao Covent Garden.
Casamento de Alfred Doolittle. Casa da Mãe. A emancipação de Elisa. Fiquei preso ao
seu olhar. Final do 2.º Acto. Agradecimentos.
Título em português: Minha linda senhora.
Espectáculo baseado no original escrito por Alan Jay Lerner e Frederick Loewe,
segundo adaptação e peça de Bernard Shaw.
Elenco original do Teatro Politeama.
Classificação IGAC: M/6.
RMBP-PAL A 16 SER
SERVIÇO D'AMORES [Documento electrónico] : Gil Vicente: uma abordagem actual
e "amorística". Real. por Carlos Assis ; direcção artística por António Lagarto ;
encenação e dramaturgia por Maria Emília Correia. Multimédia interactivo. Lisboa :
Teatro Nacional D. Maria II, 2005. 1 disco óptico (DVD)(ca.104 min.) : color. Nova
criação estreada na sala Garrett a 28 de Dezembro de 2004. Áudio em português.
Cenografia: Rui Francisco; figurinos: Rafaela Mapril; desenho de luz: João Paulo
Xavier; coreografia: Marta Lapa; técnica vocal e elocução por Luís Madureira.
Elenco: Vitor D'Andrade, Rita Blanco, Manuel Coelho, João Grosso , Carla Miranda,
Paula Mora, José Neves, Sónia Neves, Maria do Céu Ribeiro, Edmundo Rosa, Avelino
Lopes, Izilda Mussuela.
Sinopse:
“Serviço D'Amores não é um auto desconhecido de Gil Vicente, é uma colagem de
textos deste autor que utiliza o amor e a ironia como fios condutores. É verdade que na
maior parte dos autos e farsas de Gil Vicente podemos encontrar personagens e
temáticas eivadas de ironia e de contornos amorosos. Mas também é verdade que
raramente essas personagens cruzam estes dois aspectos fundamentais na definição de
um ser humano completo. E foi certamente este entendimento globalizante da obra de
Gil Vicente e da natureza humana o aspecto que mais me seduziu nesta arrojada
proposta de Maria Emília Correia, prestando homenagem ao 'pai do teatro português',
esta encenadora 'relê-o' apontando novas pistas de interpretação e exegese.
Gil Vicente estruturou os seus textos em torno de personagens tipo que corporizavam
o 'estado da nação' nos seus vários aspectos sociais, culturais e éticos, o que fazia com
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que as suas personagens simbolizassem classes e grupos comportamentais da
sociedade da época. Obviamente o amor e a ironia estiveram sempre presentes mas
nunca, como agora em Serviço D'Amores, como tema central. O amor e a ironia são
certamente os grandes temas da dramaturgia ocidental mas, em Gil Vicente, foram
usados como recurso e instrumento para a critica social e moral. Com esta cotagem,
Marta Emília Correia consegue reverter recursos em temas centrais de uma abordagem
única, reforçando desta forma a incontestável 'modernidade' e universalidade da obra
deste autor.
Num tempo em que o riso imediato prolifera, parece-nos de louvar a construção de um
espectáculo em que o apelo ao sorriso (mais que ao riso) é uma constante, uma peça em
que não se pretende que o público reconheça retratos da actualidade mas sim o retrato
intemporal dos sentimentos e estados de espírito da humanidade.
Cabe ao Teatro Nacional D.Maria II promover produções que dêem voz aos mais
marcantes autores dramáticos portugueses, mas também cabe a este teatro procurar
reinterpretações destes autores capazes de iluminar de forma inovadora textos que o
público tende a pensar já conhecer.
O TNDM II ao fixar e publicar em DVD uma das suas produções mais emblemáticas da
temporada 2004/2005, acredita estar a contribuir para a visibilidade de textos de teatro
em língua portuguesa, e consequentemente divulgar e incentivar a nova criação dentro
deste género literário (missão a que nunca seremos alheios enquanto Casa de Teatro,
'Casa da Garrett' e que sempre fez parte daquilo que entendemos ser 'uma com vida').”
por António Lagarto
Classificação IGAC: M/12.
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PERIÓDICOS
RMBP-PNO PP78-792
Cadernos [Periódico] : revista de teatro. Dir. Joaquim Benite . - Portugal : EECIT, [19 -
]. Descrição baseada em: Nº 16 (Junho 2000).
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