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SOLDAGEM

HENRIQUE GARCIA DA SILVA (RH/UP/ECTAB)


Para o bom aproveitamento do curso não deixe de consultar o livro. A utilização
das transparências não substitui o livro.
SOLDAGEM
• SOLDAGEM É UM PROCESSO DE
UNIÃO DE MATERIAIS
• SOLDA É O PRODUTO DESTE
PROCESSO
PROCESSOS
NOMENCLATURA
ELETRODO
TERMINOLOGIA
RAIZ
a) Garganta teórica
b) Garganta efetiva
c) Garganta real
Garganta = 0,707 x Tamanho
REFORÇO
PERNA DE SOLDA
- Cordão Convexo -
PERNA DE SOLDA
- Cordão Côncavo -
TERMINOLOGIA
RAIZ
TERMINOLOGIA
RAIZ
JUNTAS
CHANFRO
POSIÇÕES DE SOLDAGEM
PLANA
1G
HORIZONTAL
2G
POSIÇÕES DE SOLDAGEM
VERTICAL
3G
SOBRE-CABEÇA
4G
6G
Tubo 45º
• Horizontal
• Vertical
• Sobre-cabeca
SOLDA EM ÂNGULO
SOLDA DE
FILETE
PLANA
HORIZONTAL
VERTICAL
SOBRE-CABEÇA
SIMBOLOGIA
SIMBOLOGIA
Fontes de Potência
• Corrente Constante
• Tensão Constante
tensão
Corrente constante: processos manuais
Tensão constante: processos semi-automáticos
Ciclo de Trabalho
• Porcentagem de tempo que uma fonte
pode prover uma dada corrente (arco
aberto) num intervalo de 10 minutos.
Exemplo: 300 A à 60%
Ciclo de Trabalho
Estimar ciclo de trabalho.
• Exemplo: Quero operar uma fonte a 400 A. Qual
o novo ciclo de trabalho para 10 minutos.
2
I 
C =  F  × CF
 I 
Ou seja, posso operar por
aproximadamente 3,4 minutos, em
C= 33,75% cada dez minutos. Sendo esta
operação contínua ou intermitente.
Normas e Qualificações
• ASME Boiler and Pressure Vessel Code -
Section IX
• AWS D 1.1 - Structural Welding Code-
Code-
Steel
• API STD 1104 - Welding of Pipelines and
Related Facilities
EPS
• A Especificação de Procedimento de Soldagem
(EPS) é um documento no qual os valores permitidos
de diversas variáveis do processo estão registrados
para serem adotados, pelo soldador ou operador de
soldagem, durante a fabricação de uma dada junta
soldada. Variáveis importantes de um procedimento de
soldagem e que, portanto, podem fazer parte de uma
EPS incluem, por exemplo, a composição, classe e
espessura do(s) metal(is) de base, processo(s) de
soldagem, tipos de consumíveis e suas características,
projeto da junta, posição de soldagem, temperatura de
pré-aquecimento e entre passes, corrente, tensão e
velocidade de soldagem, aporte térmico, número
aproximado de passes e técnica operatória.
RQPS
Registro de Qualificação de Procedimento (RQP)
TESTES
• Ensaio de dobramento,
• Ensaio de tração,
• Ensaio de impacto (ou outro ensaio para determinação
de tenacidade),
• Ensaio de dureza,
• Macrografia,
• Ensaios não destrutivos (por exemplo, radiografia)
QUALIFICAÇÕES
• Registro de Teste de Qualificação de
Soldador.
DOCUMENTOS
TÉCNICOS
Plinio Pecly
UN-RIO/ST/EE
Fevereiro / 2007
1 – DEFINIÇÕES
– Procedimento de Soldagem:
Conjunto de variáveis e condições necessárias para a execução de
uma solda, de acordo com as exigências do projeto.
– Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS)
Documento que determina os limites para o conjunto de variáveis e
condições de um procedimento de soldagem, que devem ser seguidos
na sua execução.
– Registro da Qualificação de Procedimento de Soldagem (RQPS)
Documento que aprova a qualificação do procedimento de soldagem,
Registrando os dados de execução da solda da peça de teste, além
dos resultados dos ensaios requeridos.
2.1 - Especificação de Procedimento de Soldagem
(E.P.S.)
A Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS) é um documento
preparado para fornecer aos soldadores e operadores de soldagem as
diretrizes para a produção de soldas.
Para atingir o seu objetivo, deve conter detalhadamente todos os
parâmetros e condições da operação de soldagem. Um modelo de
uma EPS encontra-se no Anexo 1.
A Especificação de Procedimento de Soldagem é usada pelo Inspetor
de Soldagem para o acompanhamento das qualificações e da soldagem
de produção, com o objetivo de verificar se os parâmetros e condições
estabelecidas estão sendo seguidos.
2.2 - Registro da Qualificação de Procedimento de Soldagem
(R.Q.P.S.)
A qualificação do procedimento de soldagem é feita observando
todos os parâmetros e condições estabelecidas na EPS, seguida
de ensaios e exame da chapa ou tubo de teste.
Os parâmetros principais da operação de soldagem e os resultados
dos ensaios e dos exames são registrados em um formulário
denominado Registro da Qualificação de Procedimento de Soldagem
(RQPS). Um modelo de um RQPS encontra-se no Anexo 2.
Qualificação de Procedimento de
Soldagem
Retirada de
Corpos de Prova
Ensaio de Tração (Transversal)
Ensaio de Tração (Transversal)
Ensaio de Dobramento (Face)
Ensaio de Dobramento
Ensaio de Dobramento (Raiz)
Ensaio de Impacto
Ensaio de Impacto
Ensaio de Impacto
ASME IX
ASME IX
Inspetores de Soldagem
Inspetores de Soldagem
O Inspetor de Soldagem Nível 1 é um profissional
que atua diretamente na obra executando o controle
e acompanhamento da junta soldada, antes,
durante e depois da soldagem, baseado nos
parâmetros estabelecidos nas instruções de
execução e inspeção de soldagem.
O Soldagem Nível 2, além das atribuições do
Inspetor Nível 1, é o profissional responsável pela
elaboração das instruções de soldagem, assim
como, pela qualificação de procedimentos de
soldagem e de soldadores.
Inspetores de Soldagem
ZAC ou ZTA
• ZONA AFETADA PELO CALOR OU ZONA
TERMICAMENTE AFETADA – REGIÃO
DO METAL BASE QUE SOFREU
ALTERAÇÕES MICROESTRUTURAIS
ELETRODO REVESTIDO
PROCESSO DE SOLDAGEM COM
ELETRODO REVESTIDO
Polaridade Direta Polaridade Inversa
CC (-) CC (+)
INFLUÊNCIA DO TIPO DE CORRENTE E
POLARIDADE NA GEOMETRIA DO CORDÃO
PROCESSO DE SOLDAGEM COM
ELETRODO REVESTIDO
Curva Tombante ou
Corrente Constante
M – Valor Maior
C – Valor Central
m – Valor menor
V – Tensão do Arco L - Comprimento do Arco
I – Intensidade de Corrente
ELETRODO REVESTIDO
Características
FUNÇÕES DO REVESTIMENTO
• proteção do metal de solda
• estabilização do arco
• adições de elementos de liga ao metal
de solda
• Formar escória
• controle da integridade do metal de
solda
CLASSIFICAÇÃO
Classificação
• Básicos
• Rutílicos
• Celulósicos
Básico
• geralmente apresenta as melhores propriedades
mecânico metalúrgicas entre todos os eletrodos,
destacando-se a tenacidade;
• elevados teores de carbonato de cálcio e fluorita,
gerando um metal de solda altamente desoxidado e com
muito baixo nível de inclusões complexas de sulfetos e
fosfetos e controle de óxidos;
• cordão de média penetração
• requer ressecagem a temperaturas relativamente altas;
• após algumas horas de contato com a atmosfera,
requer ressecagem por ser altamente higroscópico;
• Exemplo: AWS E7018
Rutílico
• consumível de uso geral;
• revestimento apresenta até 50% de rutilo (TiO2);
• média penetração;
• escória de rápida solidificação, facilmente destacável;
• o metal de solda pode apresentar um nível de
hidrogênio alto
• requer ressecagem a uma temperatura relativamente
baixa, para que o metal de solda não apresente
porosidades grosseiras.
• Exemplo: AWS E6013
Celulósico
• elevada produção de gases resultantes da combustão
dos materiais
• orgânicos (principalmente a celulose);
• principais gases gerados: CO2, CO, H2, H2O (vapor);
• não devem ser ressecados;
• a atmosfera redutora formada protege o metal fundido;
• o alto nível de hidrogênio no metal de solda depositado
impede o uso em estruturas muito restritas ou em
materiais sujeitos a trincas por hidrogênio;
• alta penetração;
• pouca escória, facilmente destacável;
• muito utilizado em tubulações e dutos na progressão
descendente;
• Exemplo: AWS E6010
Penetração
• A corrente de soldagem é a variável que
mais influí na penetração.
• Quanto maior o valor da corrente maior a
penetração.
A soldagem com CC+ garante maior
penetração e menor taxa de deposição.
• TAXA DE DEPOSIÇÃO: A taxa de deposição
de um determinado eletrodo revestido influencia
substancialmente o custo total do metal de solda
depositado. A taxa de deposição é a massa de
metal de solda depositado por unidade de
tempo (de arco aberto). Ela aumenta com a
corrente de soldagem
Taxa de Deposição = kg/h
• A eficiência de deposição representa a
massa de metal de solda depositado
comparada com a massa total de eletrodo
consumido e é expressa por um
percentual (desconsidera-se as sobras).
Temperatura de Ressecagem
Temperatura de Manutenção
TIG (Tungsten Inert Gas)
TIG – Tungsten Inert Gas
• Não há fumaça
• Não há escória
• Não há respingo
Gás de proteção
• Utilização de Gases Inertes
• O mais utilizado é o Argônio (Ar)
• Também pode ser utilizado o Hélio (He)
(alto custo ).
Características
• Utiliza eletrodo de Tungstênio
• Eletrodo não consumível
• O metal de adição apresenta-se na forma
de vareta.
• Permite a soldagem autógena (sem metal
de adição)
Vantagens
Aplicações
• Muito utilizado na soldagem de aços inoxidáveis e alumínio
• Utilizado em chapas finas
CLASSIFICAÇÃO AWS
ERXXS-X
ELETRODOS DE TUNGSTÊNIO
MIG/MAG
Mig/Mag
MIG/MAG
Gases de Proteção
• MIG – (Metal Inert Gas)Utilização de
Gases Inertes (Ar/He)
• MAG – (Metal Active Gas) – CO2/O2/Ar
Gases Ativos ou Misturas
MIG/MAG
Alimentador
do arame
Tocha Arame
(+)
Fonte
Peça Cabos
(-)
Gás
Auto-Regulação
Característica Estática - Tensão Constante ou Plana
Tensão
(V) Qdo comprimento do Arco aumentar
C2 Qdo compr arco diminuir
C1
V2 C3
∆V V1
V3
C = f (V)
V = 1/f (A)
∆A
A2 A1 A3 Corrente (A)
Pequenas variações de Tensão Grandes variações de Corrente
GASES DE PROTEÇÃO
Protege a poç
poça de fusão, estabiliza o arco elé
elétrico, influência no formato do
cordão, modo de transferência metá
metálica, penetraç
penetração e acabamento do
cordão
* CO2 puro * argônio + CO2
* argônio + O2 * argônio + CO2 + O2
Vantagens e Limitações
CLASSIFICAÇÃO AWS
ERXXS-X
MODOS DE TRANSFERÊNCIA
MODOS DE TRANSFERÊNCIA
CURTO CIRCUITO
- Transferências sucessivas por curto circuitos
- Utiliza baixa corrente e arcos curtos
Representação do processo de transferência por Curto-Circuito
Uma gota de metal fundido é formada no fim do eletrodo. Quando ela se torna suficientemente grande
para entrar em contato com a poça de fusão, o arco sofre um curto circuito. Isto eleva a corrente de
soldagem e a corrente é liberada, permitindo que o arco seja ignitado novamente. O aumento da
corrente causado pelo curto circuito gera respingos.
MODOS DE TRANSFERÊNCIA
SPRAY
- Gotas finas e altas velocidades
- Utiliza altas correntes e altas voltagens
MODOS DE TRANSFERÊNCIA
GLOBULAR (MAG)
Gotas de grandes dimensões a baixas velocidades
- Utiliza altas correntes e arcos longos ( 75 a 900 A)
MODOS DE TRANSFERÊNCIA
• CO2 – GLOBULAR E CURTO CIRCUITO
• Ar – MAIOR TENDÊNCIA DE FORMAR
“SPRAY”
MAIOR PENETRAÇÃO
ARAME TUBULAR
•Pode ser auto-
protegido ou
com proteção
gasosa.
Seção Transversal dos Arames
Vantagens e Limitações
Classificação AWS
Arco Submerso
• A energia necessária é fornecida por um arco
elétrico desenvolvido entre a peça e um eletrodo
consumível, que é continuamente alimentado à
região de soldagem. O arco está submerso em
uma camada de fluxo granular que se funde
parcialmente, formando uma escória líquida,
que sobe à superfície da poça metálica fundida,
protegendo-a da ação contaminadora da
atmosfera. Em seguida essa escória solidifica-
se sobre o cordão de solda,
Arco Submerso
Eletrodo
Escória Fluxo
Poça de fusão
Metal de solda
Metal
base
Arco Submerso
• As tensões usuais requeridas situam-se
na faixa dos 20 a 55 Volts. As
intensidades de corrente mais usuais
chegam até 2000 Ampères; em casos
excepcionais usam-se intensidades de até
4000 Ampères.
Arco Submerso
Porta Controle
Fluxo
Fonte
Peça
Peça Cabo de Controle
Arco Submerso
VANTAGENS
• Alcança-se uma elevada taxa de deposição, que em conseqüência
propicia uma grande velocidade de soldagem.
• Consegue-se alcançar uma grande penetração com este tipo de
processo, o que diminui a necessidade de abertura de chanfro.
• Possibilita ao operador dispensar o uso de protetores visuais.
• Permite obter maior rendimento de deposição que a maioria dos
outros processos.
• Excelente qualidade do metal de solda
• Usado na soldagem de peças robustas
Arco Submerso
DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES
• A soldagem pode se realizar somente nos
limites da posição plana (ou em filete horizontal
desde que haja um suporte adequado para o
FLUXO).
• É praticamente impossível soldar juntas de difícil
acesso.
• Há necessidade de remoção de escória a cada
passe de soldagem.
• A superfície do chanfro deve ser regular e a
ajustagem da junta bastante uniforme.
• ZAC grande
Fluxos
• Aglomerados
• Fundidos
Fluxos
Fluxos aglomerados
• melhor desempenho na remoção de óxidos e carepa;
• menor consumo de fluxo: 30 - 40% menor que fluxos
fundidos;
• baixo custo de fabricação;
• podem ser ligados;
• Como as partículas dos fluxos aglomerados não são
quimicamente homogêneas, a remoção de finos pode
alterar a composição química do metal depositado e
conseqüentemente suas propriedades mecânicas.
Fluxos
Fluxos fundidos
• composição química apropriada (requerida);
• material (produto) homogêneo;
• custo de fabricação elevado;
• não higroscópico (não contém água quimicamente
ligada);
• soldas mais consistentes com menor risco de trincas
por hidrogênio;
• maior estabilidade do arco, mesmo em correntes
elevadas;
• maiores velocidades de soldagem e possibilidade de
reciclagem.
CLASSIFICAÇÃO AWS
CLASSIFICAÇÃO AWS
FXXX
OXIGÁS
Oxigás
• calor gerado por chama resultantes da
combustão de um gás.
• Oxigênio (comburente) + Combustível
• O gás combustível mais usado é o
Acetileno (alta temperatura da chama).
Outros gases: Butano, Propano, Metano,
Etileno, gás natural
Oxigás
Oxigás
VANTAGENS
• Equipamento é barato e versátil, é ótima
para chapas finas, não usa energia
elétrica e solda em todas as posições.
OXIGÁS
DESVANTAGENS
• Chamas pouco concentradas, o que
acarreta grandes zonas termicamente
afetadas pelo calor, é necessária grande
habilidade do soldador, não é econômica
para chapas espessas, tem baixa taxa de
deposição, manuseia gases perigosos
OXIGÁS
PLASMA
LASER
Brasagem
Solda por Fricção
Stir Welding, FHPP e Friction Stitch
Welding
Stir Welding, FHPP e Friction Stitch Welding
Stir Welding, FHPP e Friction Stitch
Welding
SIGLAS
• Eletrodo Revestido - SMAW – Shielded
Metal Arc Welding
• TIG - GTAW - Gas Tungsten Arc Welding
• MIG/MAG - GMAW - Gas Metal Arc Welding
• Arco Submerso - SAW - Submerged Arc
Welding
• ARAME TUBULAR – F.C.A.W - Flux Cored
Arc Welding
Descontinuidades na Soldagem
POROSIDADE
Pode ser gerados por: sujeiras,
graxas, insuficiente proteção, I e
V elevados
MORDEDURA
Causas: comprimento excessivo dos arco, alta I, alta
vel. de soldagem, manipulação incorreta.
MORDEDURA
Falta de Fusão e Falta
de Penetração
Causas: má limpeza, alta
vel. de soldagem, baixa
corrente, dificuldade de
acesso, manipulação
incorreta do eletrodo
FALTA DE PENETRAÇÃO
FALTA DE PENETRAÇÃO
Penetração Excessiva
CORRENTE ELEVADA
Respingos
Corrente excessiva, alta taxa de
deposição, eletrodo úmido
INCLUSÃO DE ESCÓRIA
Causas: Manipulação incorreta
do eletrodo, má limpeza ente
passes
CRATERA
CAUSA: INTERROMPIMENTO ABRUPTO DA SOLDA
TRINCA DE CRATERA
CAUSA: INTERROMPIMENTO ABRUPTO DA SOLDA
REFORÇO EXCESSIVO
CAUSA:
Excesso de
material.
REFORÇO EXCESSIVO

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