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Questões:

1 – O que são RCN e o que sinalizam?


2 – Explique os princípios que fundamentam os RCNs.
3 – Segundo o RCN, explique os conceitos de cuidar, educar, brincar, interação, autonomia
e auto-estima.
4 – Quais as principais características das propostas pedagógicas das Instituições de
Educação Infantil?
5 – Quais as principais atribuições dos gestores e dos professores na Instituição de
Educação Infantil?

Respostas:
1 – São documentos criados a partir de debates nacionais entre os profissionais da área de
educação infantil. Eles representam um avanço na educação infantil ao buscar soluções
educativas para a superação, de um lado, da tradição assistencialista das creches e, de outro,
da marca da antecipação da escolaridade das pré-escolas. O referencial foi criado para
servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e
orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a
seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira.
O documento tem três volumes: um de introdução, que apresenta uma reflexão sobre
creches e pré-escolas no Brasil, situando e fundamentando concepções de crianças, de
educação, de instituição e do professor, relacionado aos seguintes âmbitos de experiência:
Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo; um volume relativo ao âmbito de
experiência Formação Pessoal e Social que contém o eixo de trabalho que favorece,
prioritariamente, os processos de construção da Identidade e Autonomia das crianças; Um
volume relativo ao âmbito de experiência Conhecimento de Mundo que contém seis
documentos referentes aos eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes
linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de
conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita,
Natureza e Sociedade e Matemática.
A organização do referencial possui caráter instrumental e didático, devendo os
professores ter consciência, em sua prática educativa, que a construção de conhecimentos
se processa de maneira integrada e global e que há inter-relações entre os diferentes eixos
sugeridos a serem trabalhados com as crianças. Nessa perspectiva, o referencial é um guia
de orientação que deverá servir de base para discussões entre profissionais de um mesmo
sistema de ensino ou no interior da instituição, na elaboração de projetos educativos
singulares e diversos.

2 – Este documento constitui-se em um conjunto de referências e orientações pedagógicas


que visam a contribuir com a implantação ou implementação de práticas educativas de
qualidade que possam promover e ampliar as condições necessárias para o exercício da
cidadania das crianças brasileiras. Sua função é contribuir com as políticas e programas de
educação infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, subsidiando o trabalho
educativo de técnicos, professores e demais profissionais da educação infantil r apoiando os
sistemas de ensino estaduais e municipais. Considerando-se as especificidades afetivas,
emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, a qualidade das
experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar
embasadas nos seguintes princípios:
• O respeito à dignidade e aos respeitos das crianças, consideradas nas suas diferenças
individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.
• O direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento,
interação e comunicação infantil.
• O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação
social, ao pensamento, à ética e à estética.
• A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais
diversificadas práticas sócias, sem discriminação de espécie alguma.
• O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao
desenvolvimento de sua identidade.
A esses princípios cabe acrescentar que as crianças tem direito, antes de tudo, de viver
experiências prazerosas nas instituições.
Saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa, conhecer suas
características e potencialidades e reconhecer seus limites é central para o desenvolvimento
da identidade e para a conquista da autonomia. A capacidade das crianças de terem
confiança em si próprias e o fato de sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e amadas
oferecem segurança para a formação pessoal e social. A possibilidade de desde muito cedo
efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades favorece o desenvolvimento
da auto-estima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes.
O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados
com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços
afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos,
contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as
pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias.
Se por um lado, o referencial pode funcionar como elemento orientador de ações na
busca da melhoria de qualidade da educação infantil brasileira, por outro, não tem a
pretensão de resolver os complexos problemas dessa etapa educacional. A busca da
qualidade da atendimento envolve questões amplas ligadas às políticas públicas, às decisões
de ordem orçamentária, à implantação de políticas de recursos humanos, ao
estabelecimento de padrões de atendimento que garantam espaço físico adequado, materiais
em quantidade e qualidade suficientes e á adoção de propostas educacionais compatíveis
com a faixa etária nas diferente modalidades de atendimento, para as quais este referencial
pretende dar sua contribuição.

3 – Educar significa, portanto, proporcionar situações de cuidados, brincadeiras e


aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os
outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças,
aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo a educação
poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das
potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de
contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.
Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato
em relação ao outro e a si próprio que possui um dimensão expressiva e implica em
procedimentos específicos. O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados
relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do
corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto as forma
como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos
variados. As atitudes e procedimentos de cuidados são influenciadas pro crenças e valores
em torno da saúde, da educação e do desenvolvimento infantil. Embora essas necessidades
humanas básicas sejam comuns, como alimentar-se, proteger-se, etc. as formas de
identificá-las, valorizá-las e atendê-las são construídas socialmente. As necessidades
básicas, podem ser modificadas e acrescidas de outras de acordo com o contexto
sociocultural. Pode-se que além daquelas que preservam a vida orgânica, as necessidades
afetivas são também base para o desenvolvimento infantil.
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que
quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade
do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os
princípios de promoção á saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a
preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que
as atitudes e procedimentos sejam baseados em conhecimentos específicos sobre o
desenvolvimento biológico, emocional e intelectual das crianças, levando em consideração
as diferentes realidades socioculturais.
Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua
singularidade, ser Solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso
depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.
Brincar significa que para que as possam exercer sua capacidade de criar é
imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas
instituições, sejam elas mais voltadas à brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por
meio de uma intervenção direta. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os
espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças
recriam e repensam os acontecimentos que lhes dão origem, sabendo que estão brincando.
A brincadeira favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a supera progressivamente
suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de
determinados modelos de adultos, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações
atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil. Nas
brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em
conceitos gerais com os quais brinca. Para brincar é preciso que as crianças tenham certa
independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de
um determinado tema e enredo, cujos envolvimentos dependem unicamente da vontade de
quem brinca.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular,
registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades
sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. É preciso que o professor tenha
consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as
mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa.
A interação social em situações diversas é uma das estratégias mais importantes o
professor para a promoção de aprendizagem das crianças. Assim, cabe ao professor
propiciar situações de conversas, brincadeiras ou aprendizagens orientadas que garantam a
troca entre crianças, de forma que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus
modos de agir, de pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor e que propicie a confiança
e auto-estima. É importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de interação
social, nas quais conflitos e negociações de sentimentos, idéias e soluções são elementos
indispensáveis.
Considerar que as crianças são diferentes entre si, implica propiciar uma educação
baseada em condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades e ritmos
individuais, visando a ampliar e a enriquecer as capacidades de cada criança, considerando-
as como pessoas singulares e com características próprias. Individualizar a educação
infantil, ao contrário do que se poderia supor, não é marcar e estigmatizar as crianças pelo
que diferem, mas levar em conta suas singularidades, respeitando-as e valorizando-as como
fator de enriquecimento pessoal e cultural. O processo que permite a construção de
aprendizagens significativas pelas crianças requer uma intensa atividade interna por parte
delas. Nessa atividade, as crianças podem estabelecer relações entre novos conteúdos e os
conhecimentos prévios (conhecimentos que já possuem), usando para isso os recursos de
que dispõem. Esse processo possibilitará a elas modificarem seus conhecimentos prévios,
matizá-los, ampliá-los ou diferenciá-los em função de novas informações, capacitando-as a
realizar novas aprendizagens, tornando-as significativas.
O principal desafio da Escola Inclusiva é desenvolver uma pedagogia centrada na
criança, capaz de educar a todas, sem discriminação, respeitando suas diferenças; uma
escola que dê conta da diversidade das crianças e ofereça respostas adequadas às suas
características e necessidades, solicitando apoio de instituições e especialistas quando isso
se fizer necessário. É uma meta a ser perseguida por todos aqueles comprometidos com o
fortalecimento de uma sociedade democrática, justa e solidária. Para que o processo de
integração dessas crianças possa acontecer de fato, há que se envolver toda a comunidade,
de forma a que o trabalho desenvolvido tenha sustentação. É preciso considerar esse
trabalho como parte do projeto educativo da instituição.
A auto-estima que a criança aos poucos desenvolve é, em grande parte,
interiorização
da estima que se tem por ela e da confiança da qual é alvo. É importante criar situações
educativas para que, dentro dos limites impostos pela vivência em coletividade, cada
criança possa ter respeitados os seus hábitos, ritmos e preferências individuais. Da mesma
forma, ouvir as falas das crianças, compreendendo o que elas estão querendo comunicar,
fortalece a sua autoconfiança.
O processo de construção da autoconfiança envolve avanços e retrocessos. O adulto
deve ter em relação a elas uma atitude continente, apoiando-as e controlando-as de forma
flexível, porém segura.
A colaboração entre pais e professores é fundamental no acompanhamento conjunto
dos progressos que a criança realiza na construção de sua identidade e progressiva
autonomia pessoal. A preocupação em demarcar o espaço individual no coletivo é
imprescindível para que as crianças tenham noção de que sua inserção no grupo não anula
sua individualidade.
Isso pode se fazer presente, por exemplo, na identificação dos pertences pessoais. O local
escolhido e organizado para guardar os pertences de cada um pode ser identificado por sua
fotografia ou a escrita de seu nome de forma que, pelo reconhecimento dessa marca, as
crianças possam saber que ali estão suas coisas. Em contrapartida, trabalhar o
reconhecimento da marca de outros é também um objetivo importante, pois favorece a
formação do sentimento de grupo.
É importante que os adultos refiram-se a cada criança pelo nome, bem como
assegurem que conheçam os nomes de todos. Para isso, várias atividades podem ser
planejadas, com destaque para brincadeiras e cantigas em que se podem inserir os nomes
dos elementos do grupo, propiciando que sejam ditos e repetidos num contexto lúdico e
afetivo.
A autonomia nos atos cotidianos e em atividades sistematizadas, o que se recomenda é a
atenção permanente à questão da independência e autonomia. O exercício da cidadania é
um processo que se inicia desde a infância, quando se oferecem às crianças oportunidades
de escolha e de autogoverno.
A capacidade de realizar escolhas amplia-se conforme o desenvolvimento dos recursos
individuais e mediante a prática de tomada de decisões. Esta pode representar uma ótima
oportunidade de integração entre crianças de diferentes idades.
Tradicionalmente, as instituições escolares associam disciplina a silêncio e vêem a
conversa como sinônimo de bagunça, indisciplina. Embora mais consolidada no ensino
fundamental, essa visão influencia também a prática na educação infantil, em que não raro
o comportamento que se espera da criança é o da simples obediência, o silêncio, a
imobilidade. A progressiva independência na realização das mais diversas ações, embora
não garanta a autonomia, é condição necessária para o seu desenvolvimento. Esse processo
valoriza o papel do professor como aquele que organiza, sistematiza e conduz situações de
aprendizagem. Propiciar a ajuda entre as crianças é também recurso a ser explorado. As
crianças possuem conhecimentos e competências distintas. Criar situações para que prestem
ajuda umas às outras — para calçar o sapato, para alcançar um objeto, para fazer um
desenho, para escrever uma palavra etc. — possibilita trocas muito interessantes, nas quais
as crianças vivenciam essa diferença de saberes que é própria ao ser humano em qualquer
idade. Outro aspecto que contribui para o desenvolvimento da autonomia é que a criança
tenha referências para situar-se na rotina da instituição. Quando se está num ambiente
conhecido e em que se pode antecipar a seqüência dos acontecimentos, tem-se mais
segurança para arriscar e ousar agir com independência.
4 – Uma das inovações trazidas para a educação infantil pela LDB e que vem ao encontro
das reivindicações dos professores e da comunidade escolar diz respeito à elaboração das
propostas pedagógicas pelas instituições com a participação dos docentes. Para nortear as
propostas pedagógicas dos estabelecimentos de ensino o Conselho Nacional de Educação
instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil que constituem-se
“na doutrina sobre princípios, fundamentos e procedimentos da educação básica do
Conselho Nacional de Educação que orientarão as instituições de educação infantil dos
Sistemas Brasileiros de Ensino na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de
suas propostas pedagógicas”. O Ministério da Educação, por sua vez, elaborou o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil que vem sendo muito utilizado
para a elaboração dessas propostas.
Além das Diretrizes Curriculares Nacionais que obrigatoriamente devem ser
seguidas e, em consonância com elas, é fundamental que o município elabore diretrizes
municipais que orientem as instituições na construção dos seus projetos pedagógicos.
Ao elaborar a proposta a instituição deve resgatar as raízes da sua história, rever
suas concepções e crenças, discutir fundamentos e princípios que alicerçam seu trabalho,
retomar objetivos, conteúdos e metodologias e, assim, ir definindo sua identidade coletiva
com a participação de todos os envolvidos nesse processo. Para que essa identidade da
instituição represente as aspirações da comunidade na qual ela está inserida. A de
construção coletiva tem sido extremamente difícil para os professores, quer pelas lacunas
de sua formação, que desvinculam teoria e prática, quer pelo uso restrito do diálogo
pedagógico, quer pela exigüidade de tempo previsto no calendário escolar para o
desenvolvimento dessa atividade, ou ainda, pelo pouco acesso dos professores a um
referencial teórico que possa fundamentar este trabalho. Quanto ao Regimento Interno das
instituições, de uma maneira geral, estão em processo de elaboração, com a assessoria da
Secretaria Municipal de Educação. Em alguns casos, o Regimento faz parte da proposta
pedagógica e está sendo construído simultaneamente. Embora as instituições de Educação
Infantil de muitos municípios focados neste trabalho estejam ainda sistematizando suas
propostas pedagógicas, “na verdade, já existem propostas em andamento nas instituições
que se concretizam na forma como os sujeitos organizam os espaços, os tempos, as
crianças, as atividades, bem como na escolha e formação de seus profissionais, no modo
como estabelecem relações com as crianças, com as famílias e com a comunidade e nas
estratégias utilizadas para resolver seus problemas.
Nos contatos mantidos com as coordenações e professores das instituições e nas
observações do trabalho pedagógico, realizadas nas classes de creche e pré-escola, foi
possível constatar que os resultados dos investimentos feitos pelos municípios na formação
inicial e continuada dos educadores, já começam a ser percebidos. No entanto, o trabalho
pedagógico é empobrecido pela ênfase exagerada nas atividades ligadas à alfabetização
que, ainda, imprimem à educação infantil um caráter escolarizante. No que diz respeito aos
aspectos relacionados com os cuidados, nota-se uma atenção especial com a limpeza dos
ambientes e das crianças, com a diversificação, a qualidade e combinação variada dos
alimentos, cuidados com a saúde, segurança e proteção. Por outro lado, em alguns locais,
devido aos escassos recursos financeiros, os ambientes, ainda apresentam condições
precárias não favorecendo os cuidados específicos demandados pelas crianças nesta faixa
etária. Quanto à avaliação do desenvolvimento das crianças, diversos municípios possuem
fichas de registro preenchidas regularmente pelos professores.
As ações pedagógicas nas creches e pré-escolas, em alguns casos, têm um
acompanhamento sistemático efetuado pela equipe da Secretaria que regularmente visita as
salas, observando as atividades desenvolvidas, discutindo e subsidiando os professores
tendo em vista o aprimoramento do seu trabalho. Em outros, sobretudo na rede comunitária,
apesar de todo o esforço por parte das equipes das Secretarias, o acompanhamento fica
prejudicado por ser menos
intenso e com orientações pontuais, assumindo um caráter mais fiscalizador.
As novas funções assumidas pela educação infantil, decorrentes do
reconhecimento legal do seu caráter educacional, determinam mudanças nas
concepções dos espaços físicos das instituições que exigem adequação às
suas proposições pedagógicas. Embora os espaços físicos das instituições ainda não estejam
totalmente adequados ao atendimento das crianças de 0 a 6 anos, percebeu-se
que foram feitos grandes investimentos para a reorganização da rede física,
por meio de construção, reforma e manutenção dos prédios destinados ao
trabalho pedagógico com as crianças. No que se refere a construções de novos prédios,
grande parte dos municípios já contam com Centros de Educação Infantil, edificados com a
finalidade de atender crianças de 0 a 6 anos. Para tanto, essas construções foram planejadas
e, em alguns casos, até pensadas conjuntamente por arquitetos e pedagogos. Isso confere a
esses locais versatilidade e flexibilidade em relação ao seu uso.

5 – Essas instituições, por serem também cultural, histórica e socialmente constituídas, nos
últimos anos modificaram suas funções. No momento atual, em nosso País, ela é
reconhecida, nos documentos oficiais, pela sociedade em geral, e até mesmo pelo senso
comum, como necessária à formação das crianças. Sabemos que esse reconhecimento não
ocorreu graciosamente. Ele foi fruto de conquistas em âmbitos diversos, e da conjugação de
esforços de diferentes instâncias: movimentos sociais organizados, práticas inovadoras de
professores, produção de conhecimento sobre a criança e políticas públicas.
Eles, professores e gestores, tem o dever de cuidar, educar e desenvolver as crianças que
freqüentam a creche que são responsáveis. Não basta estar presentes na creche, precisam
interagir com as crianças para que estas se sintam acolhidas e seguras no ambiente que para
elas é completamente novo e muito diferente do ambiente que estão acostumadas dentro de
casa com a família. Professores e gestores são os principais responsáveis pela inicialização
das crianças na sociedade.

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