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PERÍODO CLÁSSICO
A atividade financeira do Estado deve ser examinada nos períodos clássico e moderno
das finanças públicas, para que se possa sentir o desenvolvimento que sofreu em razão
principalmente da evolução do próprio conceito de Estado e das mutações ocorridas no
mundo econômico e social.
O período clássico, ligado ao Estado liberal dos séculos XVIII e XIX (Estado de Polícia),
caracteriza-se principalmente pelo princípio do não intervencionismo do Estado no
mundo econômico, baseado em que as leis financeiras eram imutáveis como as leis
científicas, pelo que os desajustes econômicos se recomporiam por si só.
Leis financeiras são aquelas que disciplinam a atividade estatal no dirigir a economia
privada, na obtenção de recursos para atender às suas necessidades e no presidir a
redistribuição da riqueza privada. Tal expressão pode ser entendida sob os pontos de
vista jurídico e econômico: a) sob o aspecto jurídico, leis financeiras são as disposições
baixadas sobre a matéria pelo poder legislativo; b) sob o aspecto econômico, são
aquelas que a técnica econômica constatou pela observação prolongada das causas e
dos efeitos de determinadas situações de fato.
O Estado Liberal, segundo A. Parodi, teve sua concepção surgida de dupla influência:
PERÍODO MODERNO
Todavia, a partir dos fins do século XIX, começou a ocorrer um alargamento das
atribuições do Estado, que deixou sua posição de mero espectador do que ocorria no
domínio econômico e nele passou a intervir em conseqüência principalmente: a) das
grandes oscilações por que passavam as economias, fazendo com que fossem de
períodos de grande euforia para períodos de depressão, e vice-versa; b) das crises
provocadas pelo desemprego que ocorria em larga escala nas etapas de depressão,
gerando grandes tensões sociais; e) dos efeitos cada vez mais intensos das descobertas
científicas e de suas aplicações; d) dos efeitos originados da Revolução Industrial com o
surgi¬mento de empresas fabris de grande porte, com o conseqüente agravamento das
condições materiais dos trabalhadores. Após a Primeira Grande Guerra, agravaram-se
os fatos com a deterioração das finanças dos países direta ou indiretamente por ela
afetados, com o apareci¬mento, após 1914, das denominadas ³economias de guerra´,
que se acentuaram entre 1914 e 1918, e 1939 e 1945, fazendo com que algumas nações
tivessem de preparar-se para o esforço bélico através da mobilização de todas as suas
atividades econômicas.
Em conseqüência das razões acima enunciadas, o Estado passou a intervir no domínio
econômico e social, utilizando as finanças públicas como instrumento dessa
intervenção, iniciando-se, assim, o chamado período moderno das referidas finanças.
Ao L¶État-Gendarme dos liberais seguiu-se o WelfareState, encarregado de assegurar o
bem-estar dos cidadãos.
A primeira grande característica das finanças dos dias de hoje é o caráter
intervencionista do Estado através da utilização dos tributos. Seu outro traço marcante
é a preocupação com a personalização do imposto, uma vez que o Estado deixou de
tributar de forma igual a todos os contribuintes para, ao contrário, levar em conta,
sempre que possível, na imposição da carga tributária, as qualidades de cada um.
Tornou-se mais justa a tributação, porque cada cidadão passou a pagar imposto na
medida de sua capacidade contributiva, de sua aptidão econômica de pagar tributos
(CF, art. 145, § 1º).
Assim sendo, o Estado, para a solução dos problemas econômicos e sociais, passou a
gozar de uma opção quanto às medidas de que dispõe para alcançar o objetivo antes
referido. Além das medidas de ordem coercitiva e geralmente proibitivas, pôde obter o
mesmo resultado através da utilização do tributo com uma finalidade extrafiscal, como
instrumento de intervenção, permitindo-lhe uma atividade me¬nos coercitiva e mais
respeitosa da liberdade dos indivíduos.
SERVIÇOPÚBLICO
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