2010.1
Liderança Sistêmica
e
Trabalho em Equipe
Professor: Rui Barreto da Silva Turma:
Jaguaretama
CURSISTA: ___________________________________
3º SEMESTRE
Jaguaretama-Ce/2011
“O líder jamais consegue o que quer ordenando simplesmente que aquilo seja feito. A
liderança de verdade deve ser conquistada pelo exemplo, não por preceitos.”
“Alguns líderes acham que, mantendo as pessoas no escuro, elas mantêm uma
boa dose de controle. Mas isso é uma tolice para um líder e o fracasso da
empresa. O sigilo gera isolamento, não sucesso. Conhecimento é poder, sim,
mas o que os líderes precisam é poder coletivo, e isso requer conhecimento
coletivo.”
“Ciúme e inveja são emoções fortes e, se nos deixarmos influenciar por elas,
podem causar problemas graves. Os líderes devem sempre ficar atentos a
elas.”
“Se você quiser subir na escada profissional, precisa fazer mais do que a sua
tarefa específica: precisa fazer coisas que afetem a vida das outras pessoas da
organização.”
Ementa:
Objetivo:
A liderança é uma das temáticas que mais atenção tem merecido por parte de
investigadores e profissionais dos diversos setores de atividade. Considera-se um tópico
fundamental nas relações de trabalho, uma vez que os liderados identificam o estilo de liderança
como um fator desencadeador dos conflitos laborais. Ao mesmo tempo, as incompatibilidades
pessoais e/ou profissionais entre líder e liderado(s), a coexistência de lideranças formais e
informais, bem como, a integração dos diferentes estilos ao longo da cadeia hierárquica de uma
organização, são apenas parte da complexidade e subjetividade inerente ao tema.
Durante muitos anos, a liderança foi estudada e entendida como um traço de
personalidade, isto é, dependendo exclusivamente de características pessoais e inatas do sujeito.
Atualmente, percebemos que uma atitude de liderança depende da aprendizagem social do
indivíduo e, por isso mesmo, pode ser treinada/aperfeiçoada. Apesar disso, persistem inúmeras
dúvidas conceituais. São muitos os trabalhos realizados em torno deste tema, bem como, focos e
níveis de análise/intervenção; talvez por isso sejam inúmeras as confusões conceituais relacionadas
com a liderança, nomeadamente aquela que equipara liderança a chefia. Na verdade, o conceito de
liderança e o exercício (in)formal da mesma nem sempre estão associados de forma direta.
As organizações, para alcançar os objetivos que se propõem e se atribuem, organizam-se
a elas próprias. A ação de organizar pressupõe trabalho conjunto ou ação concentrada. Daqui
emerge a necessidade de gerar acordos e de gerir expectativas, criar linguagens comuns e de
encontrar soluções aceitáveis para problemas que enfrentam em conjunto. A definição e alcance de
objetivos é uma atividade ‘política’ ou ‘estratégica’, no sentido em que implica escolhas e
preferências, definição de prioridades, formação de alianças e coligações. E, neste processo, o
debate ou confronto, o diálogo ou a concentração (conversação), o trabalho de persuasão ou de
legitimação, desempenham um papel nuclear (Gomes e colabs., 2000). Neste contexto, agir é
comunicar. E, fazê-lo de forma eficaz, implica atender a diferentes interesses em jogo e não perder
de vista os diferentes destinatários da comunicação.
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estrutura de poder formal, à qual correspondem comportamentos esperados de indivíduos, ocupando
um estatuto oficialmente reconhecido. Por contraste, a liderança emergente corresponde àquela que
é exercida por alguém, independentemente da posição oficial que ocupa. Um membro que não
detenha uma posição oficial de liderança, pode exercer uma influência decisiva no grupo, por
exemplo ao expressar uma idéia proveitosa, ao colocar uma questão pertinente, ao ajudar o grupo a
formular um plano ou mesmo ao fazer sugestões úteis ao líder estatutário. Muitos estudiosos
parecem pensar a liderança como se ela fosse somente, ou primariamente, fixada quer através de
nomeação ou eleição quer a partir de habilidades especiais e/ou preparação/formação. Nesta base,
aqueles que dividem as pessoas em dois grupos: líderes e seguidores, ou, se preferirmos líderes e
subordinados. Desta forma, assiste-se à identificação restritiva da liderança com a liderança formal.
A liderança é, desejavelmente, um processo que implica capacidade de influenciar os outros através
de um processo de comunicação, com o objetivo final de realizar uma tarefa. A liderança deve ser
alvo de auto análise e auto-crítica, já que ela é um processo interativo, que não acontece com uma
pessoa isolada.
O comportamento dos sujeitos implica que o líder adote um estilo de liderança
específico e adequado às características desse grupo. Pelo processo de influência, o líder pode
alterar o comportamento dos sujeitos, de modo intencional, através das estratégias que utiliza para
impor o seu domínio e ascendência. É pois importante que o líder se relacione com todos os
elementos do grupo que lidera. Como apareceu numa definição de Liderança, anteriormente citada,
neste processo complexo de liderar, há uma influência interpessoal que surge como resultado da
comunicação entre os interlocutores envolvidos no processo, acerca de um determinado objetivo
(Fachada, 1998).
O comportamento de liderança engloba diversas funções relacionadas com o estruturar,
distribuir funções, orientar, coordenar, controlar, motivar, elogiar, punir, reforçar, etc. Contudo, o
fundamental da liderança baseia-se no direcionar o grupo para metas específicas.
Durante muito tempo, a liderança foi estudada como estando relacionada com
características pessoais e inatas do sujeito. Considerava-se que as qualidades inerentes ao líder, tais
como a inteligência, a amabilidade, a força física, etc. eram determinadoras dos potenciais lideres.
Surge, assim, a teoria dos traços de personalidade que considerava que o líder possuía
características que o identificavam e que o tornavam o grande homem (Fachada, 1998), e em que a
liderança era percebida como intrinsecamente individual (Parreira, 2000). O líder era, então, visto
como possuindo características em potência ou atualizadas, sendo que esta competência era um
traço estável da sua personalidade. A teoria do traço considerava que a capacidade de liderança
poderia ser diagnosticada através de testes e questionários.
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No entanto, esta teoria deparou-se com duas dificuldades, que não conseguiu ultrapassar
(Parreira, 2000): dificuldade em isolar um conjunto finito de características e traços que defina
todos os líderes e, que todos os líderes possuam; dificuldade em assegurar que essas características
estejam ausentes em todos os não líderes. Abandonou-se, em conseqüência, a teoria em causa, por
não ser possível encontrar traços de personalidade que diferenciassem um líder de um não líder.
Passou a ser foco de estudo, em vez do indivíduo líder, o processo de liderança. A liderança é
atualmente percebida como algo que pode ser treinado e aprendido, através da adaptação do líder às
funções de liderança. Mediante esta postura, nos anos 50, investigadores da Universidade de Ohio
identificaram duas categorias de comportamento que, combinadas em índices elevados, eram o
cerne de uma boa liderança: iniciação de estrutura (definição de objetivos e execução de tarefas) e
consideração (confiança mútua, ajuda, relações amistosas). A equipe da Universidade de Michingan
traduziu estas categorias comportamentais para: orientação para as tarefas e orientação para as
pessoas. Abordaremos, mais à frente, estas duas características, com mais pormenor.
Ainda dentro da definição de liderança, é também importante para a compreensão geral
do conceito, trabalhar as duas funções essenciais do líder, que se podem resumir da seguinte forma:
COORDENAR
PLANEJAR
• Determinados Objetivos
• Fazer Previsões
• Analisar Problemas
• Tomar Decisões
• Formular e/ou apoiar Políticas Públicas
ORGANIZAR
• Determinar atividades necessárias para alcançar objetivos (as várias etapas)
• Classificar e distribuir o trabalho pelos grupos e pelos sujeitos.
DESENVOLVER
INFLUENCIAR
• Comunicar de forma que os indivíduos contribuam para a obtenção dos objetivos, de acordo
com as finalidades da organização.
CONTROLAR
• Atividade de conferir o realizado como que foi planejado e proposto. Corrigir os desvios
verificados. Alterar e readaptar caminhos e planos.
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1.3. TIPOS DE LIDERANÇA
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ser um membro igual aos outros elementos do grupo. O líder democrático, quando critica ou elogia,
limita-se aos fatos, é objetivo. Este tipo de liderança promove o bom relacionamento e a amizade
entre o grupo, tendo como consequência um ritmo de trabalho progressivo e seguro. O
comportamento deste líder é essencialmente de orientação e de apoio. Surgem, em resumo, grandes
qualidades de relação a nível interpessoal, bem como bons resultados ao nível da produção /
resultados.
Mediante estes três tipos de liderança, cabe a cada sujeito escolher aquele que mais se
adapta às suas próprias características, às funções, competências e feitios dos liderados, bem como
às tarefas e contextos de realização dos objetivos. Perante o que foi exposto e, sabendo-se já que a
liderança é uma competência a ser trabalhada e exercida, devemos, talvez, escolher o estilo que
mais resultados positivos traga, quer para o líder, quer para os liderados.
É, no entanto, importante salientar que não há estilos puros, em termos práticos:
ninguém é um único estilo de liderança, mas o que acontece é que os líderes têm mais ou menos
características de um ou de outro tipo. Sucede, também, que mediante situações específicas os
líderes adotem um estilo mais adaptado e mais eficaz às vicissitudes do projeto, da equipe, do
contexto, dos prazos, etc.
Assim, se os tentássemos representar, os tipos de liderança ficariam numa espécie de
um contínuo, em que se tocam e até se podem sobrepor em alguns aspectos.
Os diferentes estilos tocam-se e não têm, portanto, uma delimitação específica. Por
exemplo, um líder laissez-faire que perceba que perdeu o controlo da equipe, pode adotar um estilo
mais autoritário. Um líder democrático, num momento em que tem um trabalho para realizar e a
entrega tem de ser imediata, pode também optar por uma postura um pouco mais autoritária. Da
mesma forma, um líder democrático que sinta que a equipe está a correr muito bem, pode desleixar-
se um pouco e cair num estilo mais laissez-faire. Os estilos vão variando conforme a motivação da
equipe e o momento em que esta se encontra. O estilo de liderança depende, também, das
características pessoais: uma pessoa insegura irá optar, defensivamente, por um estilo que a proteja,
por exemplo, o autoritário, que não permite que a questionem.
O estilo de liderança depende, similarmente, da equipe que temos em mão, da
competência dessa equipe. Uma equipe de pessoas mais jovens, com pouca experiência precisará de
mais alguma diretividade. Poderá, do mesmo modo, depender do tamanho do grupo: um grupo
grande terá uma liderança mais autoritária e democrática quanto baste; enquanto que um grupo
médio deverá ter diretrizes mais democráticas e menos autoritárias; já um grupo pequeno poderá ser
liderado com mais democracia e laissez-faire. Também se arriscaria a dizer, que, provavelmente,
uma liderança diretiva, mais autoritária estará mais apropriada a sujeitos com baixa competência,
que necessitam de instruções precisas para a realização eficaz das tarefas.
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Será, talvez, um estilo importante para principiantes inseguros. Com pessoas com
elevados níveis de competência, com vasta experiência, o estilo de liderança mais eficaz será
participativo (democrático) no sentido de fornecer orientação e apoio. Este estilo motiva muito as
pessoas visto que lhes atribui bastante responsabilidade.
Contudo, a liderança não deriva unicamente das características peculiar, especificas, do
líder. Há uma série de outras variáveis que influenciam a dinâmica deste processo. Assim, o
exercício da liderança é, também, dependente da situação e do contexto. De acordo com a teoria do
traço de personalidade, como já visto anteriormente, um líder seria sempre líder, em todas as
condições, sempre de modo eficaz e com todos os indivíduos. Isto não se verifica: acontece sim,
que um líder pode ter muito sucesso num contexto e numa outra situação, verificar-se o insucesso.
O comportamento do líder é, então, influenciado pelo contexto e pelos liderados com
quem se relaciona.
Não existe, pois, nenhum estilo de liderança único e válido para todas as situações e
para todos os sujeitos e, será, consequentemente, importante atender a três fatores: o líder (valores,
convicções, confiança nos subordinados, modo de liderar, etc.); o subordinado (gosto pelo trabalho,
receptividade ao líder, expectativa de participação nas decisões, experiência na resolução de
problemas, etc.); o contexto (a situação: tipo de empresa,instituição, valores, diretrizes, objetivos,
complexidade, organograma, etc.).
Não podemos, no entanto, esquecer que a liderança não se realiza em isolamento. Para
liderar é necessário que haja interação entre um elemento, que será implícita ou explicitamente, o
líder e outro(s) sujeito(s), o(s) liderado(s). Mediante esta interação, a liderança pode ter dois tipos
de orientação, havendo a possibilidade de ser mais orientada para as pessoas ou para as tarefas.
Quando a essência do líder está direcionada para as pessoas, existe nele uma maior
sensibilidade às problemáticas dos outros. Atende às pessoas como seres humanos e não como
máquinas de trabalho. Existe uma preocupação autêntica pelos elementos da equipe, quer relativa
ao modo como estes realizam as tarefas, quer relativa ao seu bem-estar e motivação. Como
consequência, há uma maior satisfação por parte dos liderados, que se traduz numa melhor coesão
grupal. Contudo, este estilo de liderança não origina um aumento direto da produtividade, visto o
objetivo estar mais orientado para os sujeitos.
Quando a orientação do líder está mais direcionada para a tarefa, ou para a produção,
existe uma preocupação com a realização das atividades, valorizando-se os resultados e os lucros,
sempre com o objetivo de desenvolver a organização. Há uma preocupação excessiva com as
tarefas em detrimento das pessoas que as executam. Isto pode provocar a diminuição da coesão
grupal e da satisfação dos liderados. Contudo, esta satisfação poderá aumentar se o líder mostrar aos
subordinados o que espera deles. Isto significa que o efeito sobre a produtividade estará dependente
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do estilo de liderança para a tarefa. Assim sendo, uma liderança autoritária terá consequências
negativas, ao passo que uma liderança diretiva e estruturada terá consequências de produção mais
positivas, no sentido que cada um sabe o que se espera dele e isto não lhe é imposto de modo rígido
e inflexível.
Da combinação destes dois estilos de liderança, resultam cinco posições:
2. Clube Recreativo: alta orientação para as pessoas e baixa orientação para as tarefas –
O líder valoriza muito as atitudes e os sentimentos dos seus subordinados, preocupando-se com o
que estes pensam e querendo a aprovação destes. Por isso, apresenta uma postura simpática e
disponível, privilegiando, apenas, o convívio e a boa disposição. Não impõe a vontade própria aos
outros, acontecendo que cada um faz as tarefas que quer a um ritmo próprio. Esta postura cria sérias
dificuldades na obtenção dos objetivos de produção, visto que este líder tem grande dificuldade em
exigir algo aos liderados. Não tem coragem de chamar a atenção para as falhas cometidas. Como
também não pretende um ambiente de conflito, as tarefas são dificilmente realizadas. Este tipo de
liderança provoca também alguma insatisfação ou frustração nos liderados visto que não são
propostos novos desafios, as pessoas não se sentem realizadas.
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quando atinge níveis altos de produção, olhando somente para os resultados. Não valoriza os
esforços dos subordinados atribuindo-lhes culpas quando surgem falhas no sistema. O seu
relacionamento com os subordinados rege-se pela autoridade. Este líder impõe a sua vontade,
mesmo que vá contra a vontade dos outros nunca confiando nestes. Organiza condições de trabalho
que reduzem os aspectos afetivos de modo a impedir que os fatores humanos possam prejudicar a
eficácia.
5. Equipe: alta orientação para a tarefa e alta orientação para as pessoas. O líder
acredita na relação existente entre as necessidades de produção da organização e as necessidades
dos indivíduos que trabalham essa organização, favorecendo o desejo de auto-realização. Assim,
adota uma postura de motivar os subordinados, no sentido destes ambicionarem elevados padrões
de desempenho, promovendo também o trabalho em equipe e a responsabilidade dos sujeitos em
que tudo é partilhado (sucessos e fracassos). Estabelece desafios às equipes com objetivos claros a
cumprir. Faz as pessoas participarem nas exigências da produção. Reage às falhas e infrações,
tirando daí ensinamentos procurando compreender o responsável antes de o punir.
Em resumo, o estilo de liderança e a orientação adotada têm de estar adaptadas a cada
sujeito ou equipe e à tarefa em causa. Consoante as diferentes tarefas, o mesmo indivíduo pode ter
mais eficácia com estilos de liderança também diferentes. Assim, “a liderança é mais arte do que
ciência. Nessa arte, o líder tem de aplicar a sua experiência e o seu bom senso para decidir quando,
como, e com quem deve usar cada um dos estilos” (Estanqueiro, 1992). Percebe-se então, que uma
liderança eficaz está atenta às necessidades concretas das pessoas e à maneira de ver, sentir, reagir
peculiar do grupo.
Poder e Autoridade
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1.4. ESTILOS DE LIDERANÇA
Os líderes das organizações de modo geral costumam utilizar seis diferentes estilos, no
entanto apenas quatro desses possuem efeito consistentemente positivo no clima e nos resultados.
Vamos agora examinar cada um desses estilos para poder melhor compreendê-los.
• ( 1 ) Estilo Coercivo: se dá de maneira vertical, uma vez que as decisões são tomadas de
cima para baixo, o que impede o surgimento de novas idéias. Nesse estilo, o senso de
responsabilidade das pessoas evapora, pois são incapazes de agir por sua própria iniciativa,
sem o senso de posse sentem-se pouco responsabilizadas por seus desempenhos. O estilo
coercivo é o menos eficaz em muitas situações.
• ( 3 ) Estilo Confiável: o líder confiável é um visionário; pois motiva pessoas por meio de
esclarecimentos a elas de como seus trabalhos se encaixam dentro de uma grande visão para
a organização. As pessoas que trabalham para tais líderes entendem que o que elas fazem
importa e por quê. A liderança confiável também maximiza o compromisso com os
objetivos e a estratégia da organização. Ao enquadrar a tarefa individual dentro de uma
grande visão, o líder confiável define padrões que giram em torno dessa visão. Os padrões
para o sucesso são claros para todos, assim como as recompensas. Finalmente, considere o
impacto ou a flexibilidade do estilo. Um líder confiável determina o final, mas, geralmente,
dá às pessoas suficiente espaço de ação para desenvolver seus próprios meios.
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• ( 4 ) Estilo Agregador: a liderança gira em torno das pessoas, o líder propõe valores
individuais e suas emoções mais do que tarefas e objetivos. O líder agregador aspira por
manter os funcionários felizes e criar harmonia entre eles. Ele controla através da construção
de fortes laços emocionais e, então, colhe os benefícios dessa abordagem denominada
intensa lealdade. O estilo também tem um efeito acentuadamente positivo na comunicação.
As pessoas partilham idéias; partilham inspiração. E o estilo conduz para cima a
flexibilidade; amigos confiam um no outro, permitindo inovações. A flexibilidade também
se eleva porque o líder agregador, como um pai que se ajusta às regras de um chefe de
família para um adolescente em amadurecimento, não impõe desnecessárias censuras de
como o funcionário consegue fazer o seu trabalho.
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Goleman (2004) lembra que muitos estudos mostram que quanto mais estilos um líder
exibe, melhor. Os líderes que dominam quatro ou mais estilos, especialmente o confiável, o
democrático, o agregador e o conselheiro, têm os melhores climas e desempenho de negócios. E os
mais eficazes líderes trocam flexivelmente entre os estilos de liderança quando necessário. As
organizações estão constantemente mudando e um líder deve responder em qualidade e estilos.
Abaixo apresentamos um quadro síntese quanto aos estilos de liderança:
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1.5. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A Inteligência emocional é a habilidade de dirigir eficazmente a nós mesmos e a nossos
relacionamentos, consiste em quatro capacidades fundamentais: autoconsciência,
autogerenciamento, consciência social e habilidade social. Cada capacidade, em contrapartida, é
composta de grupos específicos de competências. A seguir encontra-se uma lista de capacidades e
suas correspondentes características pessoais:
1. Autoconsciência:
• Autoconsciência emocional: é a habilidade de ler e entender suas emoções, assim como
reconhecer seus impactos no desempenho do trabalho, nos relacionamentos e em similares.
• Auto-avaliação: uma avaliação realista de suas forças e limitações.
• Autoconfiança: um forte e positivo sentido de autovalorização.
2. Autogerenciamento:
• Autocontrole: a habilidade de manter as emoções desordenadas e impulsos sob controle.
• Confiança: uma consistente demonstração de honestidade e integridade.
• Estado-consciente: a habilidade de conduzir a si mesmo e as suas responsabilidades.
• Adaptabilidade: habilidade em se ajustar às situações de mudança e a superar obstáculos.
• Orientação de proezas: o direcionamento para encontrar um padrão interno de excelência.
• Iniciativa: uma disposição para aproveitar oportunidades.
3. Consciência Social:
• Empatia: habilidade de sentir as emoções de outras pessoas, entender suas perspectivas e
assumir um interesse ativo em suas preocupações.
• Consciência organizacional: a habilidade de ler as correntes da vida organizacional,
construir decisões em networks (rede de relacionamentos) e dirigir política.
• Orientação de serviço: a habilidade de reconhecer e encontrar as necessidades dos clientes.
4. Habilidade Social:
• Liderança visionária: a habilidade de assumir encargos e inspirar com uma visão
convincente.
• Influência: a habilidade de utilizar uma série de táticas persuasivas.
• Desenvolver os outros: a propensão a fortificar as habilidades de outros através de
feedback e orientação.
• Comunicação: a habilidade de ouvir e enviar claras, convincentes e bem moduladas
mensagens.
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• Mudança catalisadora: capacidade de iniciar novas idéias e liderar pessoas em nova
direção.
• Gerenciamento de conflitos: a habilidade para desfazer conflitos e orquestrar resoluções.
• Construir laços: capacidade de cultivar e manter uma rede de relacionamentos.
• Trabalho de equipe e colaboração: competência em promover cooperação e construção de
equipes.
As capacidades da Inteligência Emocional foram apresentadas a partir de suas
características principais, o que deixa claro que o sucesso no ambiente de trabalho depende da
posição que o líder toma não apenas enquanto estilo de liderança, mas também o estilo que toma em
relação ao grupo e a si mesmo.
O líder que perceber isso terá muito mais facilidade para exercer sua liderança, com
sucesso e satisfação. Hoje as organizações querem líderes estratégicos, assertivos e colaboradores.
E, acima de tudo, seres humanos, que tomem decisões justas e tenham atitudes corretas!
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3. COMUNICAÇÃO
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3.2. COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO-VERBAL
Formas verbais e não verbais de comunicação são de fato os canais através dos quais
passamos aos outros nossas mensagens. A linguagem verbal é a mais comum, pois é a partir dela
que mostramos os resultados, através de produções textuais, elaboramos variados textos, de acordo
com os objetivos que queremos alcançar, avaliamos e somos avaliados.
O importante é demonstrar interesse, colocar-se no lugar do outro. A empatia é o grande
segredo das relações. Através da empatia pode-se perceber através das expressões corporais o real
estado do profissional, sua motivação e empenho em determinadas tarefas.
O corpo expressa-se através da linguagem não-verbal. Para realizar a comunicação
interpessoal temos vários meios de contato. Enviamos e recebemos signos não verbais quando
estamos junto aos outros. Estes signos podem ser classificados em três categorias: linguagem do
corpo, paralinguagem e vestimentas.
A linguagem do corpo, por exemplo, refere-se aos sentimentos, às atitudes e às intenções
de uma pessoa. Esta linguagem inclui cinco elementos principais: os gestos, a expressão, a postura
do corpo, o espaço e a proximidade do corpo e o toque.
A paralinguagem descreve signos não verbais que acompanham a fala (assobiar ou
ofegar, sons guturais, gritar, voz elevada, variação de tons, timbre, etc.). É impossível ser sarcástico
ou falar ironicamente sem ajuda desse signo.
As vestimentas, por sua vez, revelam muito sobre a personalidade, situação, status e
trabalho das pessoas, assinando também a identidade e os grupos aos quais estas possam pertencer.
Além de ser uma estratégia de comunicação que pode provocar, persuadir, e causar muitos outros
efeitos mexendo até mesmo com a personalidade, por meio da linguagem visual desempenhadas
pelo vestuário.
• MEDO - temos medo de falar sobre quem somos e como nos sentimos e que outras pessoas
vejam nossas inadequações, pois vivemos numa cultura onde se espera sempre o sucesso.
• PERCEPÇÃO SELETIVA - o receptor vê e ouve baseado em suas necessidades,
motivações, experiências, etc.. Projetam suas expectativas e interesses na comunicação
enquanto decodificam.
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• COMPORTAMENTO DEFENSIVO - quando sentimos que estamos sendo ameaçados ou
atacados. Nesta situação nossa tendência é parar de ouvir ou usar de comportamentos tais
como: atacar verbalmente, sarcasmo, criticar.
• LINGUAGEM – o significado das palavras está em nós. Cada palavra, expressão, gesto
tem um significado dependo da formação de cada um, localização geográfica, cultura, idade
etc.. Normalmente as pessoas desenvolvem gírias, jargões etc..
• SABER OUVIR – saber ouvir implica em demonstrar interesse por aquilo que está sendo
transmitido, levar em conta palavras, fatos sentimentos. Ouvimos ou entendemos, em função
do nosso repertório de vida.
• STATUS - HIERARQUIA – muitas vezes as pessoas sentem medo nas relações com
superiores e acabam não se comunicando de uma maneira eficaz.
• DISTORÇÕES FÍSICAS – interrupções ou falta de privacidade.
• COERÊNCIA – se a mensagem tem o propósito de informar ou persuadir a credibilidade
da fonte determinará se a mensagem será introjetada ou não pelo receptor. Outro fator
importante é a coerência entre o que eu digo e o que pratico.
• CRENÇAS, VALORES – rejeitamos ou aceitamos a comunicação de acordo com as nossas
crenças e valores.
• EFEITO DE HALO – a partir do julgamento que fazemos da pessoa, colocamos um “halo”
positivo, passando a acreditar em tudo o que ela diz ou colocamos um “halo” negativo e não
acreditamos em nada.
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passar informações, sem julgamento de valor, referentes à como sua atuação afeta ou é percebida
pelo outro e vice e versa.
Já a crítica é um processo de comunicação verbalizada ou não, entre duas pessoas ou
entre pessoa e grupo com o objetivo de passar nossos valores de certo e errado, geralmente traz
consigo a intenção de acusar, julgar e condenar e, não raro, com intensa carga emocional dos
interlocutores.
Analisando os conceitos de crítica e feedback percebe-se as diferenças entre os dois. A
crítica apresenta julgamento de valores e o feedback precisa ser: aplicável para os interlocutores,
neutro, sem acusação, julgamento e condenação.
Mas como ocorre ao feedback? Para responder essa questão, se faz necessário analisar as
maneiras de dar e receber feedback.
Ao dar feedback, tente:
• Ser específico em vez de genérico - quanto mais concreto for o feedback, mais útil
será para a pessoa que o recebe.
• Ser descritivo, não estimativo - concentre-se no impacto que a carta, o memorando,a
apresentação etc. teve sobre você, em vez da sua interpretação - boa ou ruim.
• Descrever algo que possa influenciar a pessoa - comentar sobre a qualidade vocal de
alguém cuja voz é naturalmente aguda, provavelmente irá desencorajá-lo(a).
• Escolher uma ou duas coisas em que a pessoa possa se concentrar - as pessoas
normalmente reagem a algumas partes do feedback, de uma só vez. Se eles se
impressionarem com tantas sugestões, provavelmente se frustrarão. Ao dar feedback,
chame a atenção das áreas que precisam de mais aprimoramento.
• Evitar suposições - sobre motivos, intenções ou pressentimentos.
AO DAR FEEDBACK
NO LUGAR DE: TENTE:
“Marcos às vezes você não é claro em “Marcos você não foi claro na sua explicação sobre
suas explicações ...” ecologia.”
“Joana, acho que você fez um excelente
“Joana, você foi ótima na justificativa de seu trabalho.”
trabalho”.
“Eu tive problemas para entender o objetivo deste
“Eu não entendi o seu memorando”.
memorando”
“Eu acho ...” “Na minha opinião ... ” ou “Pela minha experiência ... ”
“Barbara, você estava tão nervosa que “Barbara, você deve respirar mais profundamente para se
sua voz ficou estridente.” relaxar e diminuir o tom agudo de sua voz.”
“Você não me parece muito “A variação da velocidade e do volume de sua voz lhe
entusiasmado com esta apresentação.” dará um estilo mais animado.”
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Ao receber feedback, tente:
• Estar aberto ao que estiver ouvindo – ouvir sobre o que você precisa melhorar nem
sempre é fácil, mas, como já enfatizamos, é uma parte importante do processo de aprendizado.
Embora você possa se sentir magoado com a crítica, tente não deixar que esse sentimento o faça
desistir de usar o feedback em seu próprio proveito.
• Se possível, fazer anotações – se você puder, tome nota enquanto ouve os comentários
das outras pessoas. Assim você terá um registro para consultar e talvez descubra que os comentários
que você achava que eram cruéis naquele momento, na verdade eram criteriosos e úteis.
• Solicitar exemplos específicos, caso precise – se a crítica que você está recebendo é
vaga e dispersa, peça à pessoa para lhe dar exemplos específicos da idéia que ele/ela está tentando
enfatizar.
• Julgar o feedback pela pessoa que o está dando – você não precisa concordar com
todos os comentários. Reflita sobre a credibilidade da pessoa ao avaliar a veracidade de suas
declarações. Pergunte a outras pessoas se elas concordam com as críticas dessa pessoa.
Em suma, seja prático, diplomático e otimista ao dar e receber feedback - você verá as
maravilhas que isso pode trazer!
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Robert Girling
Sherry Keith
Kátia de Freitas
Heloísa Lück
4. TRABALHO EM EQUIPE
4.1. LIDERANDO E MOTIVANDO A EQUIPE ESCOLAR
Em meados de 1988, Ghani recebeu uma tarefa urgente. Foi convidado a assumir,
como diretor, a Escola Técnica de sua cidade. Essa escola, embora tivesse sido, no passado,
um modelo de excelência, acabou atingindo, com o tempo, um estado de total abandono e
descaso. A motivação dos professores estava constantemente baixa, o desempenho dos
alunos tinha caído sensivelmente, assim como a disciplina, em todos os aspectos. A escola
corria o risco de atingir o completo colapso. Este quadro agravou-se por uma situação
difícil que ocorrera e fora explorada pela mídia, colocando-a em evidência na comunidade,
com uma imagem negativa. Exatamente no auge da publicidade sobre o acontecimento é que
Ghani foi convidado a assumir a função de diretor, que decidiu aceitar. O que ele poderia fazer?
Como poderia enfrentar esse desafio e resgatar a credibilidade da escola junto à comunidade,
assim, como garantir a qualidade de seu trabalho e o comprometimento dos membros da
comunidade escolar com a ação educacional?
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sociais, o que faria aproximando-se de professores, funcionários e alunos. Promoveu então a
realização de jogos amigáveis de pingue-pongue e peteca com eles, com os únicos objetivos
de aproximação e procurar conhecer o que pensavam sobre a escola. Portanto, nesses
encontros foram realizados jogos descontraídos, agradáveis e amigáveis, os quais utilizava
como espaço para escutar as reclamações e comentários dos participantes, assim como para
observar o seu relacionamento e formas de comunicação entre si.
Após esses primeiros encontros, reunia-se com equipes de professores, a quem pedia
que revisassem e examinassem o plano da escola. Mantinha-se disponível para todos, em todos
os momentos. Entrava, freqüentemente, nas salas de aula para demonstrar sua preocupação e
interesse com o trabalho de todos. Ao mesmo tempo, observava o que acontecia nesse espaço.
Agendou uma série de reuniões sobre disciplinas específicas, em que os professores se encontravam
para discutir o currículo escolar, diagnosticar problemas comuns ao ensino e compartilhar as
soluções encontradas. Ghani, sistematicamente, solicitava a opinião dos professores sobre as
atividades realizadas em outras escolas e agia a partir de suas sugestões.
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democráticas, criativas e, potencialmente mais produtivas do que foram, em qualquer estágio
anterior da história. A elevação da exigência do nível de educação da população, o
desenvolvimento do espírito democrático e o crescente reconhecimento da interdependência entre
os diferentes segmentos que constituem uma organização de trabalho, como também, no
contexto global, têm promovido a percepção de que a chave para o sucesso no trabalho
educacional está em se alcançar uma cooperação mais eficaz de gestão que supera o modelo cen-
tralizado, autocrático, controlador, cuja ênfase situa-se em regras de trabalho e na obediência. Nos
dias atuais, os líderes eficazes de escolas concentram os seus esforços e energia em liberar o
potencial escondido das escolas e das outras organizações com as quais mantêm relação e se
associam, pela construção de equipes participativas.
QUADRO 1
CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER PARTICIPATIVO
Facilitador e estimulador da participação dos, pais, alunos, professores e demais funcionários, na
tomada de decisão e implementação de ações necessárias para sua realização.
Promotor da comunicação aberta na comunidade escolar.
Ator como referência pessoal de orientação pró-ativa.
Construtor de equipes participativas.
Incentivador e orientador da capacitação, desenvolvimento e aprendizagem contínua dos
professores, funcionários e alunos.
Criador de clima de confiança e receptividade no ambiente escolar e comunitário.
Mobilizador de energia, dinamismo e entusiasmo.
Norteador e organizador do trabalho conjunto.
Mentor e coordenador de ação de capacitação contínua em serviço como ação coletiva e de
conjunto.
O ESTILO PARTICIPATIVO
27
diretor, ou o dirigente regional' . O líder formal cria o clima, a atmosfera e dá o sinal apropriado
para os seus funcionários de que a participação é realmente desejada.
QUADRO 2
Um dos estudos clássicos sobre liderança participativa foi realizado sob a direção de
Rensis Likert, do Centro de Pesquisa da Universidade de Michigan. Likert buscou determinar
se os líderes altamente produtivos se comportam de forma distinta daqueles que são pouco
produtivos. Os estudos concluíram que os gestores mais eficazes são aqueles cuja abordagem é
primordialmente "centrada nos funcionários" e não "centrada nas tarefas". "Os dirigentes com
os melhores índices de desempenho concentram sua atenção, primeiramente, no aspecto humano
dos problemas de sua equipe, no empenho em construir grupos de trabalho eficazes com objetivos
desafiadores" (Likert, 1971).
O e s t u d o i d e n t i f i c o u q u a t r o a s p e c t o s d a l i d e r a n ç a participativa:
a) Apoio: comportamento que contribui para que o subordinado se sinta valioso e
importante.
a) Ênfase no objetivo: comportamento que estimula o entusiasmo em realizar o trabalho
e produzir resultados.
b)Facilitação do trabalho: remoção de obstáculos e desvios, permitindo que os funcionários
realizem seus trabalhos.
b) Facilitação da interação: comportamento que viabiliza a comunicação, intercâmbio de
experiências e transformação da prática de trabalho dos funcionários em uma equi-
pe de trabalho, pela troca e reciprocidade.
29
de preocupações com o desempenho institucional e por pouca preocupação com as pessoas) - com
o estilo ótimo de administração que batizam como "administração em equipe". Este estilo de
gestão mais eficaz é alcançado ao se enfatizar a integração institucional com os objetivos
individuais, através do desenvolvimento de uma equipe com alto nível de desempenho.
30
Em entrevistas com os professores, observa-se que eles mencionam, freqüentemente,
que os líderes excepcionais, aqueles que de alguma forma se destacaram em suas vidas,
proporcionaram-lhe um entusiasmo contagioso que era transmitido a todos ao seu redor,
mobilizando-os para a ação.
Segundo esses professores, líderes enfatizam que é possível buscar uma situação
melhor, que a organização pode fazer mais e, ainda, que é possível atingir o que outros
podem considerar como um sonho impossível. Construir uma visão, necessariamente, im-
plica o contato com os funcionários de todos os níveis de uma organização para ser possível
compreender as suas preocupações. Lorri Manasse, um consultor organizacional em sistemas
escolares, escreve: "Diretores eficazes têm uma visão de suas escolas e têm noção clara do seu
papel de transformar esta visão em realidade" (Manasse, 1984).
DESENVOLVENDO A CONFIANÇA
A confiança é o cimento fundamental que mantém uma organização unida,
facilitando a boa comunicação, corrigindo ações ocorridas em momentos inoportunos,
possibilitando o atendimento de objetivos e criando as condições para o sucesso organizacional.
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A literatura sobre diretores de escola não representa nenhuma exceção quanto a esta generalização.
Glatthorn e Newberg (1984) defendem persuasivamente uma abordagem de liderança de
equipes. Esta abordagem é especialmente importante, segundo esses autores, em escolas de
ensino médio, onde o diretor tende a ser mais generalista em relação ao conjunto de
professores, que tendem a ser mais especializados em áreas de conhecimento. Liderança
em equipe se expressa, por exemplo, na delegação do papel de liderança pedagógica a integrantes
da equipe docente, permitindo ao diretor concentrar a sua atenção em áreas que
apresentem maiores perspectivas de visão estratégica.
Na Escola Hawthorne, de ensino fundamental, a diretora Judith Kell, foi
capaz de desenvolver uma equipe que desempenhou todas as funções vitais de liderança. Ao
expandir a equipe de liderança e ao incluir professores como líderes pedagógicos, como
coordenadores dos horários de aula e responsáveis por sua programação, e como líderes da
equipe de desenvolvimento do corpo docente, ela foi capaz de estabelecer o
desenvolvimento de um processo abrangente de aperfeiçoamento escolar. Ao servir como
"técnica" e "torcedora" dos seus funcionários, ao invés de se comportar como a tradicional
"policial", ou controladora de suas ações, ela foi capaz de conquistar o apoio dos seus
funcionários na realização das suas complexas tarefas. Um elemento-chave no seu importante
papel de comunicadora e torcedora foi sua habilidade de utilizar largamente todas as equipes da
escola e de trabalhar com todas elas para criar uma nova visão do futuro da Escola.
QUADRO 5
UTILIZANDO AMPLAMENTE AS COMPETÊNCIAS
Construir com sua equipe a visão de futuro da escola.
Definir equipes de liderança em áreas específicas de atuação.
Comprometer os membros das equipes com o objetivo das áreas específicas e com sua participação
nos propósitos gerais da escola.
Manter a mobilização de interesses e esforços.
Articular entre si as diferentes equipes, a partir de uma visão de conjunto do trabalho.
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Três pilares são fundamentais para sustentar e promover o desenvolvimento de equipe
de liderança:
α) a criação de uma equipe com responsabilidade compartilhada;
β ) o desenvolvimento contínuo das habilidades individuais, e pessoais, e
χ ) a construção e a determinação de uma visão de conjunto do trabalho de todos na escola.
34
atividades pessoais e sociais. Por conseguinte, compreender a dinâmica geral da motivação é
fundamental para a gestão eficaz. Se a escola almeja alcançar a melhor qualidade de trabalho
possível dos seus funcionários, o diretor deve compreender e ser capaz de aplicar os
princípios básicos de motivação humana.
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adequar aos objetivos específicos da escola onde ensinam, podem contribuir para que esses
objetivos sejam continuamente revistos e melhorados em torno da capacidade de seus
profissionais. Trata-se, portanto, de um processo contínuo de fluir e refluir de construção
recíproca. A escola é o que dela fazem seus profissionais e estes são aquilo que a escola orienta
que sejam.
Senso de agremiação e a sensação de pertencer a um grupo de profissionais com
nível de qualificação e linhas de pensamento semelhantes são características de pessoas orientadas
para o desenvolvimento profissional. O senso de pertencer a um tal grupo de profissionais permite
que, nas organizações, os colegas planejem, discutam e trabalhem juntos em projetos e atividades
de interesse profissional comum. Tal fato, no entanto, não é reconhecido nas escolas, que
têm sido criticadas por não nutrirem este senso de pertencer a um grupo de profissionais (Little,
1987).
QUADRO 7
Na "Escola Promissora", Ghani quis alimentar uma maior participação entre os seus
profissionais como condição de atendimento à necessidade de pertencer a um grupo. A
promoção de reuniões entre os professores de matérias semelhantes e a sua visita às salas de
aula permitiam que ele compartilhasse aspectos da sua visão com os professores e ouvisse as suas
idéias. Isto serviu também a outros propósitos: deu a cada profissional visibilidade profissional e
iniciou o diálogo entre os professores sobre técnicas específicas de ensino e aspectos do currículo
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de escolas de ensino médio. Isto também motivou os professores a refletirem sobre o
significado do seu trabalho e os incentivou a darem o melhor de si próprios.
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ESTILOS DE COMPORTAMENTO DO LÍDER
A literatura evidencia que a liderança participativa não é apropriada para todas as situações.
Registram-se quatro estilos de liderança, caracterizados por certos comportamentos que devem ser
exercidos, de acordo com a situação específica e de acordo com as necessidades individuais ou grupais
de direcionamento e apoio necessários. Esses estilos são, conforme identificado na literatura de
gestão: diretivo, de instrução, auxiliador e delegados, dependendo do nível de participação com o
qual o líder exercita esse papel. Embora se possa verificar que certos líderes se especializam mais num
estilo do que em outro, tornando-o mais evidente, em decorrência de sua personalidade, a variação entre
os estilos é sempre salutar, uma vez que toda realidade é dinâmica e demanda a variação de
abordagens de acordo com o momento e a situação vivenciada.
• Liderança diretiva
QUADRO 8
ESTILO DE LIDERANÇA DIRETIVA
Atuação
O líder escolar diz claramente ao professor o que este deve fazer e proporciona as orientações
de como realizar as suas ações pedagógicas, utilizando para isso, principalmente, formas autocráticas
de tomar decisões.
Princípios Orientadores
Pessoas com pouca capacitação e experiência necessitam do máximo de direcionamento para atingir
um determinado padrão de desempenho, assim como situações emergenciais requerem resposta
imediata.
Quando Aplicar
O líder sabe mais sobre o trabalho do que o subordinado.
Eventos inesperados ocorrem (exemplo: crises inesperadas, acidentes, casos de brigas entre
alunos, agressões verbais entre família e escola).
Os subordinados são novos no emprego, têm pouca experiência e formação limitada.
Nível de participação dos envolvidos
Nenhuma
* LIDERANÇA DE AUXÍLIO
O líder auxiliador se baseia em objetivos desafiadores para motivar os liderados.
Esse estilo de liderança é apropriado para profissionais gerenciais. Os integrantes do time escolar
são convidados a influenciar no processo de tomada de decisões, no qual o líder apresenta o
problema, as informações históricas relevantes sobre o mesmo e pede que o grupo sugira
alternativas. O líder, então, seleciona as soluções desejadas.
QUADRO 10
ESTILO DE LIDERANÇA DE AUXÍLIO
Atuação
O líder da escola ouve, consulta e apóia ativamente os integrantes da equipe, que têm a
oportunidade de influenciar na decisão desde o início.
Princípios Orientadores
À medida que o professor se torna mais experiente, o papel do líder é proporcionar objetivos
desafiadores. O trabalho mais complexo e as decisões demandam mais apoio para encorajar o
desenvolvimento profissional.
Quando Aplicar
Apropriado para situações com tarefas desestruturadas e problemas complexos.'
O líder sente um alto nível de confiança nos subordinados.
Os integrantes da equipe são competentes, mas não totalmente comprometidos.
Participação Alguma
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• LIDERANÇA DELEGADA
Um líder de escola eficaz pode, em diferentes momentos e diferentes circunstâncias,
estar agindo adequadamente, usando qualquer um dos estilos de liderança citados
anteriormente. O que deve ser evidente é que 'o emprego do estilo adequado depende da
natureza do problema, da situação, como também dos indivíduos envolvidos e da natureza dos
relacionamentos exercidos entre eles. É importante reconhecer que, dada a dinâmica so-
cial, estas condições não são fixas num mesmo grupo, variando de momento a momento.
QUADRO 11
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QUADRO 13
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Referências Bibliográfica
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