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A GÊNESE DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL.

 Considerações históricas iniciais


• Relação entre Igreja e Estado

 Constituição Republicana de 1891, de fachada liberal, estabeleceu a laicização do


Estado, separando-o da Igreja:
•Casamento civil obrigatório, a laicização do ensino público, a proibição de subvenção a
qualquer culto religioso, a secularização dos cemitérios, a proibição de se abrirem novas
comunidades religiosas e a inelegibilidade para o Congresso de membros do clero.

 A hierarquia respondeu violentamente ao que considerou cláusulas ofensivas a


liberdade católica;

a) Nos primeiros vinte anos do século XX, a Igreja Católica tentava recuperar sua
influência na vida do país, historicamente ameaçada pelo comunismo, pelo liberalismo,
pelo positivismo e pelo redirecionamento do Estado – no caso brasileiro a República.

b) Diante disso, a igreja se preocupa com a questão social, assumindo com maior
amplitude a intervenção da vida social, com objetivo de atrair a “simpatia” dos operários,
que se voltavam para o comunismo;
c) Na déc. de 30, a Igreja busca consolidar sua posição na sociedade civil ao mesmo
tempo em que o estado busca seu apoio. O acordo entre Estado e Igreja ocorre diante
do pacto-anticomunismo, entretanto, ambos delimitam seus terrenos, ou seja, unem-se
com o objetivo de “resguardar e consolidar a ordem e a disciplina social (IAMAMOTO,
1995:159);
 protoformas do SS > AÇÃO SOCIAL + Centro de Estudos e Ação Social (1932/SP) ,
com objetivo de:
“promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e
fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos
problemas sociais, visando tornar mais eficiente a atuação dos trabalhadores sociais e
adotar uma orientação definida em relação aos problemas a resolver e obras de caráter
social” (CERQUEIRA, 1985).
Contudo, o CEAS pretende atingir “moças católicas” para intervir junto ao proletariado,
originando as primeiras escolas de SS.
I - SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL (1936-1965)

1. Ciclo Histórico (1936-1945) – Ideias e conteúdos doutrinários do pensamento


social da Igreja Católica
• Da fundação das primeiras escolas até a volta de assistentes sociais dos EUA. Corpo
docente formado por católicos, piedosos e competentes; Critérios p/ seleção de alunos;
“Oficinas” de atuação dos primeiros AS.
Objetivo > disciplinar a força do trabalho p/ as oficinas capitalistas, difundir o modo de
ser do capitalismo e sua interiorização pela classe trabalhadora > manutenção da
ordem social.
• Para Yazbek (2009:147) A doutrina caracteriza-se por ser uma visão de mundo
abrangente fundada na fé em dogmas. Constitui-se de um conjunto de princípios e
crenças que servem como suporte a um sistema religioso, filosófico, político, entre
outros.
•O SS emergem como uma atividade com bases mais doutrinárias que científicas, no
bojo de um movimento de cunho reformista-conservador, adotando posturas
confessionais e assistenciais (IAMAMOTO, 1995);

 O Processo de surgimento do S. S nos países cêntricos está intimamente ligado ao


agravamento da Questão Social por ocasião da passagem do capitalismo concorrencial
para o capitalismo monopolista (Netto, 1992).
• A relação entre a profissão e o ideário católico na gênese do SS, no contexto de
expansão e secularização do mundo capitalista vai imprimir a profissão caráter de
apostolado, fundado em uma abordagem da questão social com problema moral e
religioso (YAZBEK, 2009). A Q.S
• “é a manifestação no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a
burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, muito mais além da
caridade e repressão” (IAMAMOTO, 2004).

1.1- Referenciais teórico-metodológico na gênese do pensamento do Serviço


Social no Brasil
a) Conservadorismo europeu

Para Yazbek (2009:147) O Conservadorismo como forma de pensamento e experiência


prática é resultado de um contramovimento aos avanços da modernidade, e nesse
sentido, suas reações são restauradoras e preservadoras, particularmente da ordem
capitalista
• Vocação para o passado/anticapitalismo romântico
• Sociedade apreendida como entidade orgânica, funcionalmente articulada;
• Preocupação com a ordem e a coesão social;
• Não predisposição para teorização e aversão a razão científica moderna (IAMAMOTO,
1992).
b) Doutrina Social da Igreja: tomismo/neotomismo e no ideário franco-belga
baseado nas encíclicas (especialmente a Rerum Novarum e quadragésimo Anno)
Tomismo – referência ao pensamento filosófico de São Tomás de Aquino (1225),
caracterizado por uma perspectiva humanista e metafísica do ser que vai marcar o
pensamento da Igreja Católica a partir do século XII;

• Compreende a questão social, antes de ser econômico-politica, é uma questão moral


e religiosa;
•Deus é a fonte de toda a justiça, e apenas uma sociedade baseada nos princípios
cristãos pode realizar a justiça social;
•A intervenção do Estado na questão social é legitima, já que este deve servir ao bem
comum;
•A Igreja e Estado atuam diante da questão social, na tarefa recristianização da
sociedade através de grupos sociais básicos, especialmente a família. Impõe-se uma
ação doutrinária e organizativa com o objetivo de livrar o proletariado das influências
socialista do movimento operário e harmonizar as classes sociais em conflito a partir do
comunitarismo cristão.
 Neotomismo

• Retomada do pensamento de São Tomás a partir do Papa Leão XII, em 1879, na


Doutrina Social da Igreja e de Pensadores franco-belgas como Jacques Maritain na
França e do Cardeal Mercier na Bélgica.
• O S.S. nessa filosofia diretrizes para a abordagem da questão social;
• Relação homem-Deus: Deus é a fonte de todos os seres;
• Enfatiza a pessoa humana como imagem de Deus através da sua dimensão racional,
pessoa humana composta de corpo e alma;
• Ênfase na dignidade humana que consiste na sua racionalidade: por ser dotado de
inteligência, ser racional, a pessoa é capaz de escolha de saber e de vontade;
• O homem é um ser social: necessita viver em sociedade para desenvolver-se;
• Sociedade: união de todos para efetuar o bem comum, a felicidade geral;
• Estado: necessário para que haja o bem comum, supõe autoridade.

1.2 – Prática profissional dos primeiros assistentes sociais (modelo franco-belga)


• A profissão não se caracteriza apenas como nova forma de exercer a caridade, mas
como forma de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora, com base na
atividade assistencial; seus efeitos são essencialmente políticos: enquadramento dos
trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mútua colaboração entre
capital e trabalho;
• Atuação prática: doutrinária e assistencial, voltada essencialmente para a organização
da assistência, educação popular e pesquisa social;
• Priorizava a formação da família e do indivíduo para solução dos problemas e
atendimento de suas necessidades materiais, morais e sociais;
• Público preferencial: famílias operárias, em especial mulheres e crianças;
• Atividades mais freqüentes desenvolvidas: visitas domiciliares, distribuição de auxílios
materiais e a formação moral e doméstica através dos círculos de operários.
Portanto, o SS nasce e se desenvolve na órbita desse universo teórico. Passa da
influência do pensamento conservador europeu, franco belga, nos seus primórdios, para
a sociologia conservadora norte-americana, a partir dos anos 40. Incorpora a noção de
comunidade como matriz analítica da sociedade capitalista e como projeto norteador da
ação profissional (IAMAMOTO, 1995).

2.Ciclo Histórico (1945-1960) – Funcionalista Cristã/valorização da técnicas-


processo de institucionalização do SS no Brasil

 A emergência do SS enquanto profissão é indivorciável da ordem monopólica – ela


cria e funda a profissionalidade do SS (NETTO, 2005);

 Arranjo teórico doutrinário caracterizado pela junção do discurso humanista cristão


com o suporte técnico-científico de inspiração positivista, reitera para a profissão o
caminho do pensamento conservado (agora mediado pelas ciências sociais)
(IAMAMOTO, 1992:21).
2.1-Referenciais teórico-metodológico – ideário Cristão/ sociologia
conservadora norte-americana (funcionalismo)
a) Matriz Positivista
 [...] um primeiro suporte teórico-metodológico necessário à qualificação técnica da
prática e da modernização do Serviço Social vai ser buscado na matriz positivista e
em sua apreensão manipuladora, instrumental e imediata do ser social.
• Esse horizonte analítico aborda as relações dos indivíduos no plano das vivências
imediatas, como fatos, como dados que se apresentam em sua objetividade e
imediaticidade;
• O método positivista trabalha com as relações aparentes dos fatos;
• É a perspectiva positivista que restringe a visão de teoria ao âmbito do verificável, da
experimentação e da fragmentação;

• Não aponta para mudanças, senão dentro da ordem estabelecida, voltando-se antes para
ajustes e conservação;
• Em sua orientação funcionalista é absorvida pelo SS , configurando para a profissão
propostas de trabalho ajustadoras e um perfil manipulatório de manutenção da ordem
social;
• Está voltada para o aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas para intervenção, com
metodologia de ação, com a busca de padrões de eficácia, sofistificação de modelos de
análise, diagnóstico e planejamento, enfim uma tecnificação da ação profissional que é
acompanhada de uma crescente burocratização das atividades institucionais (YAZBEK,
200:147-148).
2.2 Profissionalização do Serviço Social: Fases de valorização das técnicas
 Novas demandas para o Serviço Social: ampliação do mercado de trabalho (Estado e
grandes instituições, empresas, filantropia) - Mercado de trabalho, assalariamento,
políticas sociais e questão social.
A) Formação e Prática profissional do Assistente Social
Aproximação com o SS norte-americano (intercâmbio das estudantes), destacando
Congresso Interamericano de SS realizado em Atlantic City (USA). A partir desse
evento amarraram os laços que irão relacionar estreitamente as principais escolas de
SS brasileiros com grandes instituições e escolas norte-americanas e os programas
inter-continentais de bem-estar social.
 Formação moral, principalmente de base doutrinária e técnica em que deveria
assegurarada a vocação do AS, aliada a sua personalidade, ao seu conhecimento dos
problemas sociais e a técnica adequada ao trabalho a ser desenvolvido.
“Sem a formação moral socialmente edificada sobre uma base de princípios cristãos, a
atividade da assistente social será falha”(AGUIAR, 1995:33).
Formação pessoal: preocupação com o desabrochar da personalidade integral dos
alunos;
A formação doutrinária cristã não deveria jamais ceder lugar a técnica;
Formação Técnica - estudo das teorias do SS e sua adaptação a realidade; o combate
aos desajustamento individuais e coletivos supõe um aporte que prescreva o “COMO
FAZER”;
Formação científica Disciplinas - Religião, Moral, Sociologia, Psicologia, Higiene,
Direito, Seminários, Introdução ao Serviço Social, Serviço Social de Casos, Visitas a
Obras, Práticas de Casos.

 Predominância do ideário cristão articulado à adoção da metodologia norte-


americana: fase de valorização das técnicas: busca de novos fundamentos sociologia
conservadora norte-americana (funcionalismo) – introdução das técnicas de Caso,
Grupo e posteriormente Comunidade
A.1) Prática Profissional : Serviço Social de Caso – fundamentado na Psicologia,
Pedagogia, Psiquiatria e Psicanálise de abordagem predominantemente
comportamental:
 Os sujeitos tornam-se meros objetos, e o social é visto segundo uma ótica ético-moral,
o que leva a psicologização das relações sociais, ou seja, as expressões da QS são
tratadas como externas às instituições da sociedade burguesa, descoladas da esfera
socioeconômica, política, cultural e sem historicidade reduzida à esfera pessoal e moral,
o que para Netto (1992, p. 58) “a despolitização surge no tratamento da ‘questão social’
como objeto de administração técnica e/ou grupo de terapia comportamental”.
 O SS de Caso é predominante no início da institucionalização da profissão, que de
acordo com Dantas (1995), centra-se nos fenômenos ultrapsíquicos, valorizando o
funcionamento social do indivíduo e tem como referência a metodologia psicanalítica,
Ressalta o referido autor, que nesse momento não houve, ou houve minimamente, uma
influência da corrente funcionalista.
 Ênfase no “como fazer” está presente nos processos de Caso, Grupo e Comunidade,
marcando o “metodologismo”na trajetória intelectual da profissão;
 Prática profissional dos assistentes sociais: correção de comportamentos
psicossociais tidos como negativos/indesejáveis;
 Instaura-se, ao mesmo tempo, uma forte tendência, presente em segmentos
específicos do meio profissional, à psicologização das relações sociais, que privilegia
problemas de desintegração e desadaptação social e funcional que devem ser tratados
através do dialogo;
Sob o enfoque individualista, psicologizante e moralizador, o S.S trata a QS como
um conjunto de problemas sob responsabilidade individual dos sujeitos que os
vivenciam, embora situados dentro das relações capitalistas, quer por seus problemas
psicológicos, quer por suas condutas morais inadequadas. É por meio desta
pedagogia psicossocial fundada numa abordagem sócio educativa voltada tanto para
as questões do meio social como para aspectos psicológicos individuais que
encontrará no SS efetivas possibilidades de desenvolvimento (YAZBEK, 2001).
A.1.1 ) Serviço Social de Grupo – idêntico à base científica do Serviço Social de
Caso
 Ao final da 2 Guerra Mundial, introjeta-se, no SS o “método” de grupo com aporte da
teoria funcionalista americana que, ainda focando os indivíduos, visa fortalecê-los por
meio da convivência grupal – utilização de dinâmicas de grupos, relações humanas;
reuniões comunitárias com proletariado urbano’
A. 1. 2) Serviço Social de Comunidade – através da Sociologia funcionalista,
derivada da Teoria de Sociedade Parsoniana
 Correção de comportamentos psicossociais tidos como negativos/indesejáveis;
 Ação racionalizada no enfretamento dos problemas sociais e as atividades da prática
profissional foram sistematizadas: plantão, triagem, prática burocrática,
acompanhamento, aconselhamento, distribuição de auxílio, socialização através de
grupos e engajamentos em equipes multiprofissionais, sobretudo nos trabalhos de
comunidade;
 Prática profissional marcadamente conservadora.
 O Significado do serviço social TRADICIONAL
a) “Uma prática social que “por métodos técnicos apropriados, baseados em dados
científicos, quer contribuir para instauração ou manutenção da ordem social cristã (e
capitalista) favorecendo a criação ou bom funcionamento dos quadros necessários ou
úteis ao mundo”(AGUIAR, 1995:117-118)

b) Uma prática empirista, paliativa e burocratizada, orientada por uma ética liberal-
burguesa, que de um ponto de vista claramente funcionalista, visava enfrentar as
incidências PSICOSSOCIAIS da questão social sobre indivíduos e grupos, sempre
pressuposta a ordenação capitalista da vida social como um dado factual
ineliminável”(NETTO, 2009:117-118).

A proposta de Desenvolvimento de Comunidade (DC)

O desenvolvimentismo, enquanto ideologia do desenvolvimento, foi difundido pelos


organismos internacionais com a criação da ONU em 1945. A partir do contexto da
“guerra fria”, em um mundo cada vez mais bipolarizado (bloco capitalista X bloco
socialista),

(DC) tem origem nesse cenário do pós-guerra, na segunda metade da década de 40,
especialmente através de programas de educação de adultos e de modernização da
agricultura nas zonas rurais.
A partir do final da déc. de 50, o DC passa a ser recomendado em larga escala pelos
organismos internacionais, como uma das estratégias de superação do
subdesenvolvimento. No Brasil, embora o desenvolvimentismo tenha constituído o
centro da política do governo JK (1956-60), a sua influência no Serviço Social limitou-se
à s experiências de DC no meio rural, quando são criados vários programas inspirados
nas propostas norte-americanas.

Sob a influência do funcionalismo norte-americano, a proposta oficial de DC é


estimulada como mecanismo de correção das “disfuncionalidades” causadas pelo
sistema capitalista, constituindo-se em instrumento ideológico de integração da
população pobre aos projetos de desenvolvimento, onde o social é concebido como
variável dependente do crescimento econômico.
A participação de AS em programas de DC com populações rurais, os anos 50/60
deram novo impulso ao desenvolvimento quantitativo e qualitativo da profissão:
aumento do número de escolas; interiorização do SS para as prefeituras de pequenas e
médias cidades; abertura de um novo campo de trabalho nas grandes empresas,
especialmente as industriais; incorporação de novas atribuições profissionais
relacionadas à coordenação, planejamento e administração de programas sociais.

Nos 1 anos da déc. de 60, em uma conjuntura de ampliação da participação política e


de radicalização das lutas sociais, o SS passa a integrar-se à s experiências de DC
comprometidas com transformações estruturais, que se generalizam pelo país em um
cenário de acirramento das reivindicações pelas “reformas de base” durante o governo
João Goulart.
SERVIÇO SOCIAL RENOVADO

3º Ciclo histórico (1955-1964) - Erosão do Serviço Social Tradicional

• A instauração da autocracia burguesa cria suportes histórico-sociais para evicção do


Serviço Social tradicional (NETTO, 1998).

• Conjuntura Mundial -“Guerra espacial” ; Necessidade de escoadouros para as


mercadorias; ameaça do Socialismo na “perda do controle dos países periféricos pelos
EUA. Conjuntura Latino-Americana – Revoluções ( Ex. Ver. Cubana);

• Crise econômica e sócio-política brasileiro – As condições históricas do Brasil


(decisões pelo alto, exclusão das massas populares do direcionamento do país) são
colocados em xeque esse período.
• Entrada de João Goulart no executivo – “ameaça” ao sistema capitalista;

Mobilização das classes subalternas;

Questão central: eixo sobre o qual deslizará até então a sociedade – “Um capitalismo
sem reformas e exclusão das massas dos níveis de decisão” (NETTO, 2009, p. 22).
Tensão no governo de Jango: “[...] ou o capital nacional (privado) consertava com o
Estado um esquema de acumulação que lhe permitisse tocar a industrialização pesada,
ou se impunha articular um outro arranjo político econômico, privilegiando, ainda, mais
os interesses imperialistas.
1 alternativa – implicava grandes riscos para o capital; 2 Alternativa – ausência de
risco para o capital (D-M-D), uma vez que neutralizava as forças do campo
democrático;
Solução: utilização intensiva da força repressiva do Estado/instituição do pacto contra-
revolucionário para implementação da TAREFA HISTÓRICA DA BURGUESIA:
“Modernização Conservadora”.
 Modernizar o país de forma CONSERVADORA significava:

• Afirmação de um padrão de desenvolvimento associado subalternamente aos


interesses imperialistas, com uma integração ainda mais dependente;

• Articulação de estruturas políticas garantidoras da exclusão de protagonistas


comprometidos com projetos nacional – populares e democráticos;
• Projeção de uma prática policial-militar contra p “inimigo vermelho”/ COMUNISMO –
(Basta pensar na política de segurança nacional dos militares: “Brasil, ame-o ou deixe-
o”)

Balanço da ditadura militar no Brasil

a) No momento em que promoveu um grande crescimento econômico no país,


caracterizou-se também pela forte repressão;

b) No momento em que iniciou o processo de abertura política, caracterizou-se também


pela crise econômica;
c) É verdade que as reformas estruturais (grandes transformações realizadas nos
sistemas tributário, financeiro,trabalhista e previdenciário do país,) realizadas neste
período, contribuíram de maneira decisiva para o país na medida em que permitiram o
ajuste das contas públicas, o controle inflacionário, a organização do sistema financeiro
entre outro;

d) Porém, quem se beneficiou realmente com estas reformas, com o regime militar e os
frutos de sua forma de governar, foram as elites, os grupos dominantes;

e) A classe trabalhadora pouco, ou nada, ganhou com esta forma de regime político.O
crescimento econômico neste período não significou uma melhor distribuição de renda.
Pelo contrário, as taxas de concentração de renda continuaram altas;

f) A desigualdade social continuou alarmante.Não houve uma alteração na estrutura


econômica, pois permaneceram o capitalismo, os latifúndios, e a forte presença do
capital estrangeiro;
g) No plano político, a burguesia permaneceu como classe hegemônica. Houve um
grande crescimento econômico(promovido até de forma forçada), aumento do Produto
Interno Bruto(PIB), resultados positivos no que diz respeito ao avanço do processo de
industrialização do país, porém, houve um descontrole inflacionário e a dívida externa
do país cresceu assustadoramente, ou seja,
h) Os pontos positivos da Ditadura Militar( se é que se pode falar em pontos positivos
durante um regime de repressão) deixaram seqüelas gravíssimas para serem
superadas pelos próximos governos.
i) Podemos chegar a conclusão de que uma ditadura em especial o modelo de ditadura
militar ocorrido no Brasil entre 1964 e 1985 - por mais que aparente ter pontos positivos,
nunca foi, e nem será,um bom caminho para um país. Principalmente para um país que
conviveu muito pouco com a democracia antes do Golpe de Abril e que, ainda hoje,
continua caminhando rumo a verdadeira democratização.Esta por sua vez não significa
só democratização política, mas também democratização dos frutos do trabalho, dos
bens e riquezas produzidos socialmente. (http://www.ebah.com.br/balanco-da-ditadura-
militar-no-brasil-pdf-a99638.html)

E como se encontrava o SERVIÇO SOCIAL no período de 1960-1964?


• 2 Congresso Brasileiro de Serviço Social (1961 – sinalização da crise do SST;

• Descoberta do Desenvolvimento: como o assistente social pode contribuir para as


possibilidades de rimar crescimento econômico com BEM-ESTAR SOCIAL? (Foco do
Congresso) ( Ver NETTO, 2009, p. 138-139).

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