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APRESENTAÇÃO
Caros Alunos
Sou graduado e pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC/SP). Fui Procurador do Estado de São Paulo (de 1.984 a 1.992) e
atualmente sou Juiz de Direito (desde 1.993). Há mais de vinte anos venho
acompanhando os concursos públicos, nas mais diferentes áreas. Também
desde 1.983 dou aulas. Acabei me especializando em Direito Civil, matéria em
que possuo algumas obras publicadas.
Minha intenção é ministrar um curso totalmente direcionado para
concursos, de forma clara e objetiva, fornecendo o máximo de informação
possível ao aluno. Cada aula conterá a matéria referente ao ponto do edital,
explicando de forma simples o conteúdo programático. Assim, mesmo uma
pessoa que não seja formada em Direito terá plena condição de acompanhar a
aula e entender tudo o que foi ministrado. No entanto não podemos fugir de
algumas complexidades, pois estas costumam cair nos exames. Costumamos
dizer que os examinadores gostam de pedir nas provas “as exceções de uma
regra”. E darei uma atenção especial a elas, chamando a atenção do aluno
quando um ponto do edital é mais exigido no concurso e onde pode ocorrer a
famosa “pegadinha”. Após apresentar a matéria da aula, faço um quadro
sinótico que é o resumo da matéria, dada em aula. Este é um “esqueleto da
matéria”. A experiência nos mostra que este quadro é suma importância, pois se
aluno conseguir guardar este quadro, saberá situar a matéria e completá-la de
uma forma lógica e seqüencial. Portanto o mesmo deve ser lido, mesmo que o
aluno tenha entendido a matéria dada. É uma forma de fixação da aula.
Finalmente, no final de cada aula fornecerei alguns testes, que já caíram em
concursos anteriores, com a finalidade de revisar o que foi ministrado, fixar
ainda mais a matéria.
Qualquer dúvida que o aluno tenha referente à matéria será encaminhada
ao fórum deste site, para que seja sanada. Assim, as perguntas dos alunos e as
minhas respostas ficarão permanentemente abertas para todos os matriculados
do curso, enriquecendo, ainda mais, o nosso projeto.
Acreditando ser este trabalho uma importante ferramenta para o
conhecimento e aprimoramento nos estudos, desejo a todos votos de pleno
êxito em seus objetivos.
Lauro Ribeiro Escobar Jr.
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AULA 0: DAS PESSOAS NATURAIS
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que não chegou a respirar e, portanto, nasceu morta. Atualmente a medicina
dispõe de técnicas mais modernas e eficazes para tal constatação.
Não caiam em “pegadinhas”. Esta questão, apesar de simples tem caído
muito, inclusive em concursos na área jurídica. Sempre é colocada uma
alternativa dizendo que a personalidade se inicia com a concepção (gravidez) da
mulher, ou que a criança tem de ter viabilidade (possibilidade de vida), ou que
deva ter “forma humana” e até que ela se inicia com o “corte do cordão
umbelical”. Tudo isso é bobagem para nosso Direito. Nascer com vida é ter
respirado. Respirou... então nasceu com vida e a personalidade se iniciou.
Nascituro é o que está por nascer. É o ente que foi gerado ou concebido,
mas ainda não nasceu. Não tem personalidade jurídica, pois ainda não é pessoa
sob o ponto de vista jurídico. Apesar de não ter personalidade jurídica, a lei põe
a salvo os direitos do nascituro desde a concepção. Ele tem expectativa de
direito. Exemplo: pai morre deixando mulher grávida; não se abre inventário até
que nasça a criança ⎯ o nascituro tem direito ao resguardo à herança. Os
direitos assegurados ao nascituro estão em estado potencial, sob condição
suspensiva: só terão eficácia se nascer com vida.
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Note agora que os artigos 16 a 19 do Código Civil tutelam o direito ao
nome contra atentado de terceiros, expondo-o ao desprezo público, ao ridículo,
acarretando dano moral ou patrimonial.
O artigo 20 tutela o direito à imagem e os direitos a ele conexos
(também artigo 5º, XXVIII, “a” da Constituição Federal), que se refere ao direito
de ninguém ver seu rosto estampado em público ou mercantilizado sem seu
consenso e o de não ter sua personalidade alterada material ou
intelectualmente, causando dano à sua reputação. Há certas limitações do
direito de imagem, com dispensa da anuência para sua divulgação (ex.: pessoa
notória – desde que não haja abusos, pois sua vida íntima deve ser preservada;
exercício de cargo público, etc.).
Tutela, também, o Código Civil em seu artigo 21 o direito à intimidade
prescrevendo que a vida privada da pessoa natural é inviolável (ex.: violação de
domicílio, correspondência, conversas telefônicas, etc.).
É de se esclarecer finalmente, que o Código Civil não exauriu a matéria. A
enumeração exposta é exemplificativa, deixando ao Juiz margem para que
estenda a proteção a situações não previstas expressamente.
Ficou bem claro até aqui que a personalidade tem início com o nascimento
com vida, mas a lei põe a salvo os direitos do nascituro. Falemos agora sobre a
individualização da pessoa natural. Esta se dá pelo: a) nome –
reconhecimento da pessoa na sociedade; b) estado – posição na sociedade
política; c) domicílio – lugar da atividade social. Vamos comentar um a um
desses temas.
A) Nome é o sinal exterior pelo qual se designa e se reconhece a pessoa
na família e na sociedade. Trata-se de direito inalienável e imprescritível,
essencial para o exercício de direitos e cumprimento das obrigações. Também é
conferido às pessoas jurídicas. É protegido pela lei. São elementos constitutivos
do nome:
• Prenome ⎯ próprio da pessoa, pode ser simples (ex.: João, José,
Rodrigo, Laura, Aparecida, etc.) ou composto (ex.: José Carlos, Antônio
Pedro, Ana Maria, etc.).
• Patronímico - ou nome de família, ou apelido de família, ou sobrenome
⎯ identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe,
podendo ser simples (ex.: Silva, Souza, Lobo, etc.) ou composto (ex.:
Alcântara Machado; Lins e Silva, etc.).
• Agnome ⎯ sinal distintivo entre pessoas da mesma família, que se
acrescenta ao nome completo (ex.: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho).
Há outros elementos facultativos como o cognome (apelido ou epíteto),
pseudônimo ou codinome (para o exercício de uma atividade específica – cantor,
ator, autor, etc) e axiônimo (que representam os títulos de nobreza,
eclesiástivos ou acadêmicos – Duque, Visconde, Bispo, Mestre, Doutor, etc),
mas não tenho visto estas expressões caírem em concursos.
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Em princípio o nome é imutável. No entanto o princípio da
inalterabilidade do nome sofre exceções em casos justificados (mais rigorosos
em relação ao prenome e mais elásticos em relação ao sobrenome). A lei e a
jurisprudência admitem a retificação ou alteração de qualquer dos elementos.
Vamos examinar alguns exemplos que vêm caindo em concursos:
⎯ expuser seu portador ao ridículo ou situações vexatórias - artigo 55,
parágrafo único da Lei de Registros Públicos - em princípio os nomes exóticos ou
ridículos não podem ser registrados, o oficial do Registro Público pode se recusar
a registrar; mas se o forem podem ser alterados.
⎯ houver erro gráfico evidente (ex.: Nerson, Osvardo, etc.) - artigo 58,
parágrafo único da Lei de Registros Públicos.
⎯ causar embaraços comerciais ⎯ homônimo - adição de mais um
prenome ou do patronímico materno.
⎯ uso prolongado e constante de um nome diverso do que figura no
registro ⎯ inclusive adicionando apelido ou alcunha (ex.: Luiz Inácio Lula da
Silva, Maria da Graça Xuxa Meneghel, etc.).
⎯ união estável ⎯ a lei permite que a companheira adote o patronímico
do companheiro, se houver concordância deste.
⎯ primeiro ano após a maioridade ⎯ a lei permite a alteração,
independentemente de justificação, desde que não prejudique o patronímico
(art. 56 da L.R.P.).
⎯ casamento – cuidado com esse item. Atualmente o art. 1.565, §1º CC
permite que qualquer dos nubentes acrescente ao seu o sobrenome do outro
Outros exemplos: adoção, reconhecimento de filho, legitimação, divórcio,
separação judicial, serviço de proteção de vítimas, etc.
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são chamadas ações de estado (ex.: investigação de paternidade, divórcio,
etc.), também personalíssimas.
C) Domicílio – Este é o item que requer maior cuidado do aluno. Dos três
elementos da individualização da personalidade, o Domicílio é o mais importante
e que tem maior incidência nas provas. Principalmente em relação ao domicílio
necessário como veremos logo a sergiur.
O conceito de domicílio surge da necessidade legal que se tem de ficar as
pessoas em determinado ponto do território nacional. É, como regra, no foro de
seu domicílio que o réu é procurado para ser citado. Exemplo: se eu ingresso
com uma ação, onde essa ação deve ser proposta?? Resposta – no domicílio do
réu. Se uma pessoa morre, onde deve ser proposta a ação de inventário? No
último domicílio do “de cujos” (falecido). E assim por diante... O conceito de
domicílio está sempre presente em nosso dia-a-dia, mesmo que não
percebamos.
Cumpre, inicialmente, fazer a seguinte distinção:
• residência ⎯ é o lugar em que o indivíduo habita com a intenção de
permanecer, mesmo que dele se ausente temporariamente; é uma
situação de fato.
• domicílio ⎯ é a sede da pessoa, tanto física como jurídica, onde se
presume a presença para efeitos de direito e onde exerce ou pratica,
habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. É o lugar onde a pessoa
estabelece sua residência com ânimo definitivo de permanecer; é um
conceito jurídico.
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• servidor público ⎯ domicílio no lugar onde exerce
permanentemente sua função.
• militar em serviço ativo ⎯ lugar onde servir; apenas o militar da
ativa possui domicílio necessário.
• preso ⎯ lugar onde cumpre a decisão condenatória.
• oficiais e tripulantes da marinha mercante ⎯ marinha mercante
é a que se ocupa do transporte de passageiros e mercadorias. O
domicílio legal é no lugar onde estiver matriculado o navio. Navio
nacional é o registrado na capitania do porto do domicílio de seu
proprietário.
• o agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade, sem indicar seu domicílio no país, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no seu último domicílio.
3 - Domicílio contratual, foro de eleição ou cláusula de eleição de foro ⎯ é o
domicílio eleito, escolhido pelas partes contratantes para o exercício e
cumprimento dos direitos e obrigações. Este é o que mais tem caído em
concursos. É o chamado domicílio voluntário especial (art. 78 CC). Não
prevalece o foro de eleição quando se tratar de ação que verse sobre imóveis;
neste caso a competência é o da situação da coisa. Há forte corrente
jurisprudencial que nega o foro de eleição nos contratos de adesão,
entendendo ser cláusula abusiva, pois prejudica o consumidor, uma vez que o
obriga a responder ação judicial em local diverso de seu domicílio (“é nula a
cláusula que não fixar o domicílio do consumidor”).
Uma questão muito comum em concursos é: uma pessoa pode ter mais
de uma residência? E mais de um domicílio? A resposta está no artigo 71: se a
pessoa tiver diversas residências, onde, alternadamente viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas. Portanto é possível a pluralidade de residências e
domicílios.
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morto na Comarca de Ubatuba - Lei de Registros Públicos - 6.015/73 - Art. 88 -
“Poderão os juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de
pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou
qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do
desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame”).
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• desaparecido em campanha ou feito prisioneiro e não foi encontrado
até dois anos após a guerra.
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Toda pessoa tem capacidade de direito, mas pode não ter a
capacidade de fato, pois pode lhe faltar a plenitude da consciência e da vontade.
A capacidade de direito não pode ser negada ao indivíduo, mas pode sofrer
restrições quanto ao seu exercício (ex.: o “louco”, por ser pessoa, tem
capacidade de direito, podendo receber uma doação; porém não tem capacidade
de fato, não podendo vender o bem que ganhou).
Quem tem as duas espécies de capacidade tem a capacidade plena.
Quem só tem a de direito tem capacidade limitada. Incapacidade é a restrição
legal ao exercício dos atos da vida civil. Pode ser absoluta ou relativa.
Legitimação consiste em saber se uma pessoa tem (ou não) capacidade
para exercer pessoalmente seus direitos. Cerceiam a legitimação, a saúde
física e mental, a idade e o estado. A falta de legitimação não retira a
capacidade e se supre pelos institutos:
• da representação ⎯ para os absolutamente incapazes.
• da assistência ⎯ para os relativamente incapazes.
Considerada a legitimação, as pessoas podem ser absolutamente
incapazes ou relativamente incapazes conforme veremos a seguir:
1) ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
Quando houver proibição total do exercício do direito do incapaz,
acarretando, em caso de violação, a nulidade do ato jurídico (art. 166, I do
CC). Os absolutamente incapazes possuem direitos, porém não podem exercê-
los pessoalmente. Há uma restrição legal ao poder de agir por si. Devem ser
representados. São absolutamente incapazes (leia agora o art. 3º do CC):
a) Os menores de 16 (dezesseis) anos ⎯ critério etário ⎯ devem ser
representados por seus pais ou, na falta deles, por tutores. São chamados
também de menores impúberes. O legislador entende que, devido a essa
idade, a pessoa ainda não atingiu o discernimento para distinguir o que pode ou
não fazer. Dado o seu desenvolvimento intelectual incompleto, pode ser
facilmente influenciável por outrem.
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que poderá interditar a pessoa. O decreto judicial de interdição deve ser inscrito
no Registro de Pessoas Naturais, tendo, a partir daí, efeito erga omnes (ou
seja, relativamente a todos). A senilidade (velhice), por si só, não é causa de
restrição da capacidade de fato. Poderá haver interdição se a velhice originar de
um estado patológico, como a arteriosclerose, hipótese em que a incapacidade
resulta do estado psíquico e não da velhice.
2) RELATIVAMENTE INCAPAZES
A incapacidade relativa diz respeito àqueles que podem praticar por si os
atos da vida civil, desde que assistidos. O efeito da violação desta norma é
gerar a anulabilidade do ato jurídico, dependendo da iniciativa do lesado. Há
hipóteses em que, mesmo sendo praticado sem assistência, pode o ato ser
ratificado ou convalidado pelo representante legal, posteriormente. São
relativamente incapazes:
a) Maiores de 16 anos e menores de 18 anos ⎯ sua pouca
experiência e insuficiente desenvolvimento intelectual não possibilitam a plena
participação na vida civil. São também chamados de menores púberes.
Os menores, entre 16 e 18 anos, somente poderão praticar certos atos
mediante assistência de seus representantes, sob pena de anulação. No
entanto há atos que o relativamente incapaz pode praticar mesmo sem
assistência: casar, necessitando apenas de autorização; fazer testamento;
servir como testemunha em atos jurídicos, inclusive em testamento; requerer
registro de seu nascimento, etc.
É muito comum cair nos concursos a seguinte afirmação: o menor, entre
16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade
se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, espontaneamente se declarou maior. Isto é previsto no artigo 180
do CC.
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b) Ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido – alarga-se os casos
de incapacidade relativa decorrente de causa permanente ou transitória. Deve
haver processo de interdição. Neste processo, averiguando-se que a pessoa
encontra-se em situação tal que o impede de exprimir totalmente a sua
vontade, pode-se declarar a incapacidade absoluta.
c) Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo – abrange
os mentalmente fracos, surdos-mudos e os portadores de anomalia psíquica que
apresentem sinais de desenvolvimento mental incompleto. Também haverá
regular processo de interdição.
d) Pródigos ⎯ são os que dilapidam, dissipam os seus bens ou seu
patrimônio, fazendo gastos excessivos e anormais. Trata-se de um desvio de
personalidade e não de alienação mental. Devem ser interditados e, em
seguida, nomeia-se um curador para cuidar de seus bens. Ficam privados,
exclusivamente, dos atos que possam comprometer seu patrimônio.
O pródigo interditado não pode (sem assistência): emprestar, transigir,
dar quitação, alienar, hipotecar, agir em juízo, etc. Todavia, pode: exercer atos
de mera administração, casar-se (no entanto se houver necessidade de pacto
antenupcial haverá assistência do curador, pois o ato nupcial pode envolver
disposição de bens), exercer profissão, etc.
Tutela e Curatela
Embora esse tema se refira ao Direito de Família, gosto de falar sobre ele
aqui. Nem todos os editais exigem o Direito de Família. Mas tutela e curatela
são pontos que podem cair tanto na Parte Geral do Direito Civil, como no Direito
de Família. Assim, é melhor falar sobre o tema duas vezes (se o edital pedir
também o Direito de Família) do que não falar sobre o tema.
A tutela é um instituto de caráter assistencial que tem por finalidade
substituir o poder familiar. Protege o menor (impúbere ou púbere) não
emancipado e seus bens, se seus pais falecerem ou forem suspensos ou
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destituídos do poder familiar, dando-lhes representação ou assistência no plano
jurídico. Pode ser oriunda de provimento voluntário, de forma testamentária, ou
em decorrência da lei.
A curatela é um encargo (munus) público previsto em lei que é dado para
pessoas maiores, mas que por si sós não estão em condições de realizar os
atos da vida civil pessoalmente, geralmente em razão de enfermidade ou
deficiência mental. O curador deve reger e defender a pessoa e administrar seus
bens. Decorre de nomeação pelo Juiz em decisão prolatada em processo de
interdição. Costuma-se dizer que a natureza da decisão é constitutiva com
eficácia declaratória. Os atos praticados depois da decisão são nulos ou
anuláveis conforme o interdito seja absoluta ou relativamente incapaz. É
possível invalidar ato negocial antes da interdição desde que se comprove a
existência da insanidade por ocasião da efetivação daquele ato, posto que a
causa da incapacidade é a anomalia psíquica e não a sentença de interdição.
Representação e Assistência
O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de uma
deficiência jurídica apreciável. Essa forma de proteção é graduada:
Representação ⎯ para os absolutamente incapazes. Estas pessoas estão
privadas de agir juridicamente e serão representadas. Ex.: um rapaz, com 15
anos, não pode vender um apartamento de sua propriedade. Mas este imóvel
pode ser vendido através de seus pais que irão representar o menor. No ato da
compra e venda este nem precisa comparecer.
Assistência ⎯ para os relativamente incapazes. Estas pessoas já podem atuar
na vida civil. Alguns atos podem praticar sozinhos; outros necessitam de
autorização. Ex.: um rapaz, com 17 anos, já pode vender seu apartamento. Mas
não poderá fazê-lo sozinho. Necessita de autorização de seus pais. No ato de
compra e venda ele comparece e assina os documentos, juntamente com seus
pais.
Atenção Pessoal - por meio da representação e assistência, supre-se
eventual incapacidade, e os negócios jurídicos realizam-se regularmente.
3) CAPACIDADE PLENA
A incapacidade termina, via de regra, ao desaparecerem as causas que a
determinaram. Assim, nos casos de loucura, da toxicomania, etc., cessando a
enfermidade que a determinou, cessa também a incapacidade (segundo Clóvis
Beviláqua – Comentários ao Código Civil). Em relação à menoridade, a
incapacidade cessa quando o menor completar 18 anos. Dessa forma, torna-
se apto a exercer pessoalmente todos os atos da vida civil sem necessidade de
ser assistido por seus pais. Não se deve confundir a capacidade civil, com a
imputabilidade (responsabilidade) penal, que também se dá aos 18 anos.
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Falamos sobre a Personalidade e a Capacidade. Falta agora, para terminar
esta aula, falar sobre a Emancipação.
Emancipação ou antecipação dos efeitos da maioridade é a aquisição da
capacidade plena antes dos 18 anos, habilitando o indivíduo para todos os atos
da vida civil. A emancipação é irrevogável e definitiva.
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alistamento e sorteio militar. Também nunca vi questão deste tipo cair em
concurso.
Veja uma questão interessante que já caiu em diversos concursos,
misturando conceitos de Direito Penal e Civil. Uma pessoa se casa com 16 anos.
Um ano depois, acaba matando seu cônjuge. Ela vai responder criminalmente?
Resposta – a emancipação só diz respeito aos efeitos civis. Portanto, para o
Direito Penal essa pessoa continua menor (e, portanto, considerada
inimputável), ficando sujeita não ao Código Penal, mas ao Estatuto da Criança e
Adolescente.
Outra questão: uma pessoa menor se casou. Tornou-se, portanto,
capaz. Logo a seguir se divorcia. O divórcio faz com que a pessoa retorne ao
estado de incapaz? Resposta – pela nossa Lei, não! Isto é, uma vez alcançada a
emancipação, esta não pode ser mais revogada, a não ser em casos
especialíssimos, como vimos acima.
b) individualização -
- nome – reconhecimento da pessoa na sociedade
- estado – posição na sociedade
- domicílio – lugar da atividade social – arts. 70 a 78 CC – domicílio
necessário – art. 76.
c) fim
- morte real com ou sem o corpo
- morte presumida - efeitos patrimoniais e alguns pessoais
- ausência – sucessão provisória e definitiva - arts. 22 a 39 do CC
3 – Capacidade
a) de direito ⎯ própria de todo ser humano
b) de fato ⎯ exercício dos direitos. Subdivide-se:
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Absolutamente Incapazes
a) menores de 16 anos
b) enfermidade ou deficiência mental sem discernimento
c) mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a vontade
Relativamente Incapazes
a) maiores de 16 e menores de 18 anos
b) ébrios habituais, viciados em tóxico e os que por deficiência mental
tenham discernimento reduzido
c) excepcionais sem desenvolvimento completo
d) pródigos
Testes
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d) inatos, absolutos, intransmissíveis, renunciáveis em determinadas situações,
limitados e imprescritíveis.
a) A pessoa jurídica não é titular de tais direitos, por não ser detentora de
honra.
b) São renunciáveis, podendo seu exercício sofrer limitação voluntária.
c) É permitida a disposição livre e onerosa do próprio corpo, para quaisquer fins.
d) Embora sejam intransmissíveis, o direito de exigir sua reparação transmite-se
aos sucessores.
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GABARITO COMENTADO
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morte”. Assim a disposição do próprio corpo deve ser gratuita e para fins
específicos (e não qualquer finalidade, como ficou na questão).
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