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1 De Dezembro

A morte de D. Sebastião (1557-1578) na batalha de Alcácer-Quibir, apesar da sucessão


do Cardeal D. Henrique (1578-1580), deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de
Tomar de 1580, Felipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal. Durante sessenta anos
Portugal sofreu o domínio filipino. No dia 1 de Dezembro de 1640, os Portugueses
restauraram a sua independência.

Ao contrário daquilo que o monarca prometeu nas cortes de Tomar de 1580, ainda no
seu mandato, e de modo mais intenso no reinado seu sucessor, Filipe III de Espanha, o
desrespeito dos privilégios nacionais vinha agravando-se. Os impostos aumentavam; a
população empobrecia; os burgueses ficavam afectados nos seus interesses comerciais;
a nobreza estava preocupada com a perda dos seus postos e rendimentos; e o Império
Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante o desinteresse dos
governadores filipinos.

Portugal estava também envolvido nas controvérsias europeias que a Espanha estava a
atravessar, com muitos riscos para a manutenção dos territórios coloniais, com grandes
perdas para os ingleses e, principalmente, para os holandeses em África (São Jorge da
Mina, 1637), no Oriente (Ormuz, em 1622 e o Japão, em 1639) e fundamentalmente no
Brasil (Salvador, Bahia, em 1624; Pernambuco, Paraíba, rio Grande do Norte, Ceará e
Sergipe desde 1630).

Finalmente, um sentimento profundo de autonomia partilhado por toda a população, que


estava sempre presente, estava a crescer e foi consumado na revolta de 1640, no qual
um grupo de conspiradores, constituído por nobres e juristas aclamou o duque de
Bragança como Rei de Portugal, com o título de D. João IV (1640-1656), dando início à
quarta Dinastia - Dinastia de Bragança.

O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos, com o qual foi possível suster
as sucessivas tentativas de invasão do exército espanhol e vencê-los nas mais
importantes batalhas, assinando o tratado de paz definitivo em 1668. Esses anos foram
bem sucedidos devido à conjugação de diversas vertentes como uma forte aliança com a
Catalunha, os esforços diplomáticos da Inglaterra, França, Holanda e Roma,
reorganização do exército português, intensificação ou reconstrução de fortalezas e
consolidação política e administrativa.

Paralelamente, os portugueses conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como


também de Angola e de São Tomé e Príncipe (1641-1654), restabelecendo o poder
Atlântico Português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis e Ceuta
ficaria na posse de Espanha.

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