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Ao contrário daquilo que o monarca prometeu nas cortes de Tomar de 1580, ainda no
seu mandato, e de modo mais intenso no reinado seu sucessor, Filipe III de Espanha, o
desrespeito dos privilégios nacionais vinha agravando-se. Os impostos aumentavam; a
população empobrecia; os burgueses ficavam afectados nos seus interesses comerciais;
a nobreza estava preocupada com a perda dos seus postos e rendimentos; e o Império
Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante o desinteresse dos
governadores filipinos.
Portugal estava também envolvido nas controvérsias europeias que a Espanha estava a
atravessar, com muitos riscos para a manutenção dos territórios coloniais, com grandes
perdas para os ingleses e, principalmente, para os holandeses em África (São Jorge da
Mina, 1637), no Oriente (Ormuz, em 1622 e o Japão, em 1639) e fundamentalmente no
Brasil (Salvador, Bahia, em 1624; Pernambuco, Paraíba, rio Grande do Norte, Ceará e
Sergipe desde 1630).
O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos, com o qual foi possível suster
as sucessivas tentativas de invasão do exército espanhol e vencê-los nas mais
importantes batalhas, assinando o tratado de paz definitivo em 1668. Esses anos foram
bem sucedidos devido à conjugação de diversas vertentes como uma forte aliança com a
Catalunha, os esforços diplomáticos da Inglaterra, França, Holanda e Roma,
reorganização do exército português, intensificação ou reconstrução de fortalezas e
consolidação política e administrativa.