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Ancestral humano mais antigo mostra que homens e

macacos evoluíram paralelamente


Do UOL Ciência e Saúde*
Em São Paulo
A descoberta do mais antigo ancestral dos humanos já conhecido contraria a ideia de que os homens
teriam evoluído de chimpanzés primitivos, afirma um estudo publicado na edição dessa sexta-feira (2) da
revista americana "Science". O trabalho aponta para uma evolução paralela de macacos e humanos após a
separação das duas famílias, milhões de anos atrás. O pivô da discussão é o fóssil de uma fêmea da espécie
Ardipithecus ramidus. Batizada de Ardi, ela tem 4,4 milhões de idade.

Imagem mostra a provável aparência de Ardi,


ancestral do homem moderno que teria vivido
há 4,4 milhões de anos
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UOL CIÊNCIA E SAÚDE


O esqueleto fossilizado de Ardi foi descoberto no início dos anos 90, na Etiópia, e recuperado entre 1992 e
1994. A equipe de pesquisadores, coordenada por Tim White, do Centro de Pesquisa sobre Evolução Humana
da Universidade da Califórnia em Berkeley, analisou o crânio, os dentes, a pélvis, mãos, pés e outros ossos do
fóssil e identificou características que não são nem humanas, nem dos macacos, até então desconhecidas.

"Esta criatura é um mosaico interessante, não é nem chimpanzé nem humana", afirmou Tim White, observando
que a mão de Ardi é "inclusive mais primitiva que a de um chimpanzé". As linhagens que evoluíram no Homo
sapiens moderno e nos macacos atuais provavelmente descenderam de uma mesma espécie que viveu entre 6
milhões e 7 milhões de anos, segundo o pesquisador.

Desde a descoberta de "Lucy", um fóssil de Australopithecus de 3,2 milhões de anos encontrado em 1974
também na Etiópia, os cientistas procuram pelo último ancestral comum entre homens e macacos. No entanto,
o novo estudo alimenta poucas esperanças.

"A única maneira de saber como era esse ancestral é o encontrando", disse White, citando uma frase de
Charles Darwin.

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