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Um soco filosófico.

Certa vez, me envolvi em uma briga com um vizinho por motivos fúteis. O que aconteceu depois da
briga é que vale a pena contar: ao levantar o braço para atingi-lo (coisa que não recomendo a
ninguém, um ato irracional), surgiu em minha mente a frase: “Não no nariz, não”, pois eu via que o
braço e o punho fechado se dirigia ao nariz, região sensível, que atingida resulta em sangramento.

O que me levou a escrever esse artigo foi que a frase pensada por mim deve ter durado uns 35
centésimos, pois ela compreendeu quase todo o movimento do braço até o rosto da vítima. Mas, se
pensada por mim nesse momento em que escrevo, ela parece-me durar 1 segundo e meio,
aproximadamente.

Mas, em ambos os casos a frase pareceu ter tido a mesma duração (ficamos conscientes dela tal qual
ficaríamos em uma situação comum, sem estresse), embora o pensamento pensado pelo cérebro sob
efeito da adrenalina tenha sido mais rápido que o pensamento pensado pelo cérebro. O cérebro
poderia ser elástico comprimindo uma frase de 1 seg e meio em 35 centésimos sem percebermos?
Como a consciência não perceberia essa contração? Uma resposta mais fácil seria dizer que o
caminho daquele pensamento até a consciência tomou um percurso mais curto?
Ou essa experiência provaria que a realidade é ilusória? Aquela parte em nós que tem consciência do
mundo interno e externo não se prende a medidas físicas como segundos de um relógio.
Talvez a resposta seja a mais simples, não sei.

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