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Projeto regulamenta terceirização no setor

privado
 Brasil
 17/01/2008
 Agência Câmara

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1621/07, do deputado Vicentinho (PT-SP), que regulamenta as
relações de trabalho nos casos de terceirização de serviços prestados no setor privado e nas
sociedades de economia mista. A proposta proíbe a terceirização da atividade fim da empresa, que
só poderá ser desenvolvida por funcionários diretamente contratados, com vínculo de emprego.
Em relação às outras atividades, a empresa interessada em contratar serviços terceirizados deverá
repassar ao sindicato da categoria profissional, com no mínimo seis meses de antecedência, as
seguintes informações:
- os motivos da terceirização;
- os serviços que pretende terceirizar;
- o número de trabalhadores diretos e indiretos envolvidos na terceirização;
- a redução de custos pretendida;
- os locais de prestação dos serviços;
- os nomes das prestadoras que pretende contratar para executar os serviços, exceto empresas de
economia mista, por terem regulamentação própria.
Dependendo da natureza do serviço contratado, a sua prestação poderá ocorrer nas instalações da
empresa contratante ou em outro local, sendo responsabilidade da contratante os gastos com
deslocamento e acomodações do trabalhador. O local diferenciado não permite qualquer distinção
entre as garantias econômicas e sociais dos funcionários terceirizados.
Responsabilidade solidária
A proposta do deputado paulista estabelece a responsabilidade solidária entre a tomadora e a
prestadora do serviço pelas obrigações trabalhistas, previdenciárias e quaisquer outras decorrentes
do contrato de prestação de serviço. A medida vale, inclusive, para o caso de falência da prestadora,
que é obrigada a fornecer mensalmente à tomadora comprovação do pagamento dos salários, do
recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS, entre outros documentos.
O desrespeito às normas sujeita os infratores (tomador e prestador) ao pagamento de multa de 10%
sobre o valor do contrato de terceirização em favor do trabalhador prejudicado. Esse percentual é
aumentado para 15% em caso de reincidência. No caso de ações coletivas, a multa será cobrada por
trabalhador prejudicado e revertida ao Fundo de Amparo do Trabalhador.
“Nos últimos anos, a terceirização tem avançado das atividades de apoio para áreas habitualmente
relacionadas à atividade principal da empresa”, justifica Vicentinho. “A suposta redução de custos
tem sido acompanhada muitas vezes de diversos problemas trabalhistas, como redução de postos
de trabalho e de remuneração e benefícios e o aumento de jornadas”, acrescenta.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento
Econômico, Indústria e Comércio; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
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