Resenha: Avanço da Ciência versus qualidade das publicações
A Ciência é um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento social,
político, econômico e tecnológico de uma Nação. Mas para que se tenha uma produção científica ativa e de qualidade é necessário que a nação tenha uma educação de alto nível, o que demanda atenção e empenho do governo para esta área. A partir do momento que um cidadão progride nos estudos e vai evoluindo até chegar à posição de pesquisador, as exigências e deveres vão aumentando proporcionalmente e é aí que começa a mistura da burocracia e do mundo competitivo atual com os possíveis retornos de suas pesquisas. A quantidade de artigos publicados em revistas técnicas ou em livros é um ponto bastante observado por quem analisa um currículo, seja na disputa por um emprego, em um edital ou mesmo na concessão de financiamentos para novas pesquisas. Mas as possibilidades de executar uma boa pesquisa estão relacionadas com posição ocupada pelo pesquisador no meio acadêmico, e isto depende também do número de publicações prévias, o que vai se tornando um ciclo vicioso. Chegamos então em um momento que a tarefa é publicar. A publicação fica ofuscada, assim como sua recepção pelo meio acadêmico e pela sociedade além da possibilidade de uso humano. Então a publicação fica com a finalidade apenas de ser uma publicação e aumentar em número em algum currículo. A exigência de mais e mais produção científica produz deformações e estimula atitudes anti-éticas e abusivas. É muito importante que haja uma reflexão geral neste momento, para que ocorra uma mudança no rumo em que a Ciência está caminhando com essa necessidade absurda por publicações. Esta situação abre portas para que surjam comportamentos nada condizentes com aqueles esperados dos intelectuais e dos que produzem o conhecimento. Os objetivos principais da produção científica devem ser inovações no conhecimento e retorno para a sociedade e para a Terra e não aumento de números no currículo.