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O controle das potências ativa e reativa geradas é feito por meio de duas variáveis de
controle disponíveis ao operador da usina. O esquema da Fig. 2 ilustra tais relações.
P
Ger.
P ± jQ
Turb. ~
Excitatriz
± jQ
Fig. 2 - Relações entre variáveis de controle e potências geradas.
L (Consumidor de Q)
–Q Q
C C (Fornecedor de Q)
~ Disj.
CS
TR
Disj.
CS1 CS2
3
A lógica dos esquemas de conexão é a seguinte: os equipamentos devem poder ser
"isolados" do restante do sistema, para efeito de manutenção, pela abertura das seccionadoras. No
caso de transformador em série com o disjuntor, ambos são isolados pelas seccionadoras. O
disjuntor se localiza, preferencialmente no lado de AT porque tais equipamentos são mais caros em
função dos níveis de corrente do que de tensão. Na AT, as correntes são relativamente mais baixas
do que na BT. No caso de uma unidade geradora, esta fica diretamente ligada ao seu transformador
elevador (sem um disjuntor entre eles).
Em geral tal sistema é formado por uma rede em anel, em que as subestações (barras do
sistema) são ligadas por meio de linhas de transmissão que se fecham em malha (ou anel), conforme
a Fig. 5. . Os sistemas de subtransmisssão e distribuição são, ao contrário, formados por redes radiais
(embora, em algumas partes efetivamente sejam fechados em anel).
~ ~
(Sistema radial) ~
(Sistema em anel)
4
i j
XL RL
C C
Considerando-se uma linha sem perda (R=0), tem-se o seguinte equacionamento para a
potência transmitida de uma barra (i) para uma barra (j):
i j
XL
~
Gerador Carga
Pij
V i
V j
Vi ⋅ V j
Pij = ⋅ sen(δ )
XL
O ângulo δ é o ângulo entre as duas tensões e é, também, o ângulo de carga, pois relaciona-se
(como numa máquina síncrona) ao nível de carga do consumidor (ou receptor). A Fig. 7 ilustra a LT
(tipo curta) e o fluxo de potência ativa associado. Observa-se que a potência máxima ocorre para δ
= 90 o, quanto então, P = Pmax
Vi ⋅ V j
Pmax =
XL
5
1.3 – Potência ativa versus freqüência do sistema
Em um SP, o conjunto dos geradores deve, continuamente, produzir a potência total sendo
consumida, mais as perdas do sistema (nas LTs, nos trafos, nos próprios geradores, motores, etc.).
Se uma variação brusca de potência ativa ocorre (aumento ou diminuição), a freqüência
tende a alterar-se (diminuindo ou aumentando). No entanto, um sistema de controle existe,
obrigatoriamente, que tentará – por meio da atuação nas máquinas motrizes primárias – compensar
tais variações da carga e buscando a manutenção da freqüência. Esta permanece, atualmente, em
grandes sistemas elétricos interligados, praticamente constante, dentro de uma variação de ± 0,1%.
A interligação do sistema, em conjunto com a grande inércia associada aos grandes hidro-
geradores, contribui para a obtenção de uma freqüência constante. E esta, sendo constante, facilita o
controle das demais variáveis: potências ativa, reativa e tensão nas barras.
Em resumo: o balanço (ou equilíbrio) da potência ativa em uma barra de um SP estará
garantido se a freqüência da tensão na barra for mantida constante.
6
Nível d’água
Qij
|Vi|
|Vj|
Fluxo d’água
Para uma LT sem perdas (R = 0), a expressão que calcula a potência reativa fluindo entre
duas barras "i" e "j" (de i para j) é a seguinte:
2
Vi Vi ⋅ V j
Qij = − ⋅ cos(δ )
XL XL
Este valor também se relaciona com a “perda” de reativos ou “consumo” de reativos na linha
(QLT), que depende da queda de tensão (∆V):
2
∆V
QLT = = Qij + Q ji
XL
Finalmente, no campo das instalações elétricas costuma-se associar potência reativa
(proveniente de banco de capacitores) à melhoria do fator de potência da instalação. No âmbito do
SP, é mais comum associar-se potências reativas e controle de tensão nas barras, já que a grande
preocupação do engenheiro eletricista que atua em um SP é a manutenção da tensão numa barra, o
que é conseguido, em muitos casos, pela injeção/absorção de potência reativa na barra.
2
1
13kV 130kV 139,5kV 12,83kV
~
~
G2
G1
11,97kV
157,5kV 137kV 5,46kV
500A
4
3
7
O engenheiro de potência, ao analisar tal rede elétrica, com base apenas nos valores
absolutos, não terá condições de saber, de imediato, como estão os valores de tensão em relação aos
valores nominais: estão acima, abaixo? de quanto?
Para responder a tais perguntas, ele deverá buscar informações sobre os valores nominais
dos transformadores e fazer algumas contas. Sabendo-se que as tensões nominais dos lados de BT
dos transformadores são:
BT1 = 15kV; BT2 = 13,8kV; BT3 = 6kV; BT4 = 11,4kV,
então o engenheiro poderá calcular as margens de tensão, acima ou abaixo dos valores nominais,
para saber se estão dentro ou fora da faixa legal ou permissível.
Ora, considerando-se tais valores nominais como sendo BASES (ou referências) do sistema,
e sabendo-se que os transformadores estão ajustados com suas relações de tensão nominais, pode-se
chegar aos valores "pu" indicados na Fig. 10 correspondente ao mesmo sistema elétrico.,
2
1
13kV 130kV 139,5kV 12,83kV
~
~ (0,93)
(0,87) G2
G1
Sabendo-se ainda, que o valor BASE adotado para a tensão na AT é 150kV, conclui-se que
será necessário somente um valor pu de tensão para a barra, em vez de dois para os valores
absolutos.
Para obter-se o valor pu da corrente no trafo T4, há que se conhecer o seu valor nominal (=
BASE) de potência. Supondo-se uma potência de 30MVA para ele, chega-se ao valor de 0,33 pu
para a corrente no secundário do trafo. – Por quê? Como se calcula este valor?...
A grande conclusão é que, utilizando-se valores em "pu", as informações sobre a situação
das tensões nas barras ficam imediatamente aparentes ao engenheiro! A informação salta aos olhos
indicando o quanto distante do valor 1,0pu estão as tensões (ou as correntes).
Uma "mudança de base" será necessária para expressar as impedâncias de linha e dos
equipamentos (trafos, geradores, etc.) se os valores originais em pu não estiverem nas mesmas
bases do sistema. Portanto, utiliza-se a expressão:
2
S V
Z n = Z v ⋅ bn ⋅ bv (valor em pu)
S bv Vbn
8
1.5.1 Aplicação de valores pu a circuitos trifásicos simétricos com carga equilibrada [9]
Qualquer circuito trifásico pode ser reduzido a um circuito equivalente monofásico (em
diagrama unifilar) desde que todos os componentes ligados em triângulo (∆) sejam substituídos por
equivalentes ligados em estrela (Y).
ESCOLHA DE BASES:
Considere-se um circuito trifásico qualquer em que todos os seus componentes estejam
ligados em estrela onde:
V = tensão de linha
Vf = tensão de fase
I = corrente de linha ou de fase (estrela: If = IL)
S = potência aparente trifásica
Sf = potência aparente por fase
Z = impedância de fase
como corrente e impedância de base por fase. Os módulos das grandezas de fase, em pu, são (letras
minúsculas para valores pu):
V S I Z
vf = f , sf = f , i = , z=
Vbf Sbf I bf Z bf
Se agora os valores de base são escolhidos como sendo os valores de linha, ou trifásicos, da
rede, demonstre que as grandezas de base corrente e impedância serão iguais aos valores obtidos
com bases por fase. Isto é: demonstrar que Ib = Ibf e Zb = Zbf . (Usar o espaço abaixo.)
Ib:
Zb:
Demonstre, ainda, que os valores em pu das grandezas de linha (em módulo) serão iguais
aos valores em pu de fase. (Utilize o espaço abaixo.)
v:
i:
s:
9
z:
Conclui-se que, com a escolha adequada dos valores de base, os módulos das grandezas de
linha e de fase, expressos em pu, são iguais! Quanto à fase dessas grandezas, deve-se lembrar que a
tensão de linha adianta-se de 30o em relação à de fase para a seqüência positiva (ABC).
EXERCÍCIO (1):
Três impedâncias de 10∠60o Ω são ligadas em estrela e alimentadas por tensão de linha de
220V. Pede-se determinar a corrente (em A) e a potência complexa trifásica absorvida pela carga
(em kVA) da seguinte forma:
(a) Cálculos em pu com as bases fixadas por fase;
(b) Cálculos em pu com as bases fixadas por valores de linha.
Orientações:
(i) Definir os valores-base de tensão e de potência (seja Sbf = 1000VA);
(ii) Calcular os valores-base de corrente e de impedância;
(iii) Adotar a seqüência de fase direta (positiva ou ABC) e VAN na fase 0o (Considera-se
apenas a fase A do circuito monofásico equivalente.);
(iv) Calcular a corrente e a potência.
EXERCÍCIO (2):
Um alternador trifásico de 100kVA alimenta, por meio de uma linha (de transmissão), uma
carga trifásica equilibrada. Conhecendo-se:
(1) A impedância da linha: 0,05 + j0,15Ω;
(2) A tensão de linha na carga: 220V, 60Hz;
(3) A potência (3φ) absorvida pela carga: 60kW, cosφ = 0,6, indutivo.
Orientações:
(i) Adotar a tensão de linha como tensão-base e a potência trifásica como potência-base;
(ii) Desenhar o circuito monofásico equivalente para a fase A (colocar a tensão na carga
como AN e a tensão no alternador como A’N);
(iii) Colocar o fasor-corrente da fase A na referência (0º);
(iv) Calcular as tensões no alternador;
(v) Calcular a potência reativa (3φ) do banco de capacitores;
(vi) Calcular a tensão do alternador (em pu) e compará-la com o valor de antes da
compensação reativa.
EXERCÍCIO (1):
10
SOLUÇÃO:
Daqui obtêm-se os valores reais da corrente (linha = fase) e da potência por fase.
Lembrando-se de multiplicar por 3 a potência por fase para obter-se a potência trifásica (total), têm-
se: IAN = 12,7∠-60o A , S3φ = 4.845∠60o VA.
-----------------------------------------------------------------
EXERCÍCIO (2):
SOLUÇÃO:
11
A’
z A
e ~ zc vAN
N
(iii) Seja a corrente na fase “A” a zero grau; a corrente resulta: iAN = 1,0 ∠0o pu (a partir dos dados
da carga); a impedância na carga resulta: zc=0,6+j0,8 pu = 1,0∠53o pu.
(z = 0,103+j0,310 pu)
Então: vA’N = 1,31∠57,7o pu. Daqui são obtidas todas as tensões (F-N e F-F).
Então: j0,8 – j0,197 = j0,603 é a potência reativa que deve ser “injetada” localmente pelo
banco de capacitores!
(vi) O cálculo da tensão no gerador é feito calculando-se, antes, a (nova) corrente na carga:
Comparação: este módulo é menor do que aquele que existia antes da compensação reativa.
Isto mostra que tal compensação exige menos esforço do gerador (ou do sistema elétrico) para
fornecer a mesma potência ativa (0,6pu)!
12
1.5.2 Choque de bases [9]
O choque de bases ocorre quando uma base de tensão já previamente definida entra em
conflito com uma nova base que estaria sendo definida a partir da relação nominal de transformação
de um certo transformador. A Fig. 12 abaixo ilustra tal situação.
A A’ B B’
T1 [Vb2] [Vb2] T2
[Vb1] [Vb3]
D D’ C C’
T4 [Vb4] [Vb4] T3
[Vb1 ]
ou [Vb3]
[Vb5]??
A Escolha das bases do sistema da Fig. 12 iniciou-se pela definição da base Vb1. As demais
foram sendo definidas pelas relações nominais de tensão dos trafos. Ao se atingir o trafo T4, a
tensão de base dada pela relação de tensão deveria ser Vb5. No entanto, já existe, previamente
definida a tensão de base Vb1. Isto caracteriza um “choque de bases”. Há que se resolver o
problema.
VN1 VN2
[Vb1] [Vb2]
(N1) (N2)
Analisando agora o caso de um choque de bases (como no trafo T4, na Fig. 12). Seja a Fig.
14.
13
1:n
VN1 VN2
[Vb1] [V’b2] [V’b2] ≠ [Vb2]
(N1) (N2)
Considere-se a tensão de base V’b2 como sendo a tensão de base “alterada”, isto é: em vez de
ser aquela definida pela relação nominal do trafo considerado ( [Vb5], no caso de T4), passa a ser a
tensão de base já previamente definida ([Vb1], no caso de T4).
Vb 1 N1 '
VN 1 N1 1 1
VN 2
= N2
= n VN 2 = n ⋅ VN 1 Analogamente: Vb' 2
≠ N2
= n Vb 2 ≠ n ⋅ Vb 1 !!
V n ⋅V1 V
V
v1 = Vb11 ; v2 = V '2 v2 = Vb' 2
= V1 ⋅ VNN 12 ⋅ V1' (1)
b2 b2
VN 2 vN1
vN 2 Vb' 2
onde: α= vN1
= VN 1 pode ser considerada uma relação de tensões fora da nominal (off-nominal
Vb 1
turns-ratio) .
Pede-se:
a) O diagrama unifilar de impedâncias em pu;
b) A corrente de circulação, quando a carga está desligada e a tensão no barramento (1)
é 13,2kV;
c) As correntes e as tensões quando é ligada ao barramento (4) uma carga que absorve
1MVA, com fator de potência 0,8 indutivo e tensão de 13kV.
1 4
~ 2 3
carga
T1 T2
Ger.
(1) Definir os valores de base: Sb = 1MVA para todas as partes; definir as tensões
primeiramente pelo gerador e, depois, para a LT 2–3. Identificar o choque de bases;
(2) Calcular a relação de espiras (ou de tensões) fora da nominal (α) para o trafo
correspondente;
(3) Referir a impedância do trafo com choque de bases ao lado de alta tensão;
(4) Calcular as impedâncias em pu das LTs;
(5) Calcular as impedâncias em pu dos trafos a serem inseridas no diagrama unifilar;
(6) Calcular a corrente de circulação (Seja i1 para a direita na LT 2–3 e i2 para a esquerda na LT
1–4);
(7) Calcular os valores-pu da carga, supondo a tensão da carga na referência (zero grau);
(8) Calcular as correntes no sistema (Seja i1 entrando na barra (4) a partir do trafo T2 e i2 na LT
1–4, entrando na barra (4)).
15
EXERCÍCIO PROPOSTO: – SOLUÇÃO E RESPOSTAS –
DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO:
a) O diagrama de impedâncias:
As impedâncias das linhas são calculadas, em pu, nas bases definidas para as linhas. É só calcular as
impedâncias-base e, em seguida, calcular os valores pu das impedâncias das linhas. (Vide Fig. 17.)
As impedâncias-pu dos trafos não precisarão ser alteradas, pois os seus valores nominais (bases do
equipamento) são iguais às bases definidas para o sistema.
1 4
z14
~ 2 3 1:α
carga
Ger. zT1 z23 zT2
vb
va
b) A corrente de circulação:
Para a solução da corrente de circulação, são sugeridas as correntes i1 e i2 conforme a Fig. 18.
Observe-se que a carga estará aberta, portanto pode-se considerar que existe uma única corrente
circulante, no sentido anti-horário, na malha da rede. Isto acontece pelo fato de que existe diferença
de potencial entre as barras 3 e 4 devido ao autotrafo elevador (1:α). O gerador fornece a corrente
de perdas ativas.
1 4
z14
i2
~ 2 3 1:α
carga
Ger. zT1 z23 zT2
v1 v4
i1 va
Se não existisse tal ddp, não existiria corrente circulante e, portanto, não haveria perdas na rede.
Aliás, o autotrafo é elevador (α>1) porque se pode considerar que a tensão-base na barra (4) deveria
16
ser 13,8kV e no entanto, em função do choque de bases, é 13,2kV. Portanto, a análise exige um
autotrafo que “aumente” tal base de 13,2kV para 13,8kV...
v4 − v1
(1) relação entre as correntes i1 e i2: i1 = α ⋅ i2 ; mas sabe-se que: i2 = , sendo v1
z14
conhecida..
v4
v1 −
v1 − va α
(2) Definição da corrente i1: i1 = = Então têm-se duas
zT 1 + z 23 + zT 2 zT 1 + z 23 + zT 2
incógnitas, i1 e v4 , com duas equações!
A tensão v4 , em pu, com a carga ligada, resulta 13,0kV/13,2kV = 0,984∠0º pu. A corrente na
carga, i, resulta: i = 0,984∠ − 36,9 o pu.
v1 − v4
(1) corrente i2 : i2 = (Obs.: v1 não é conhecida, pois depende da carga!)
z14
1 4
z14
i2
~ 2 3 1:α
i1
i
carga
Ger. zT1 z23 zT2
v1 v4
α.i1 va
v
v1 − 4
v1 − va α
(2) corrente α.i1 : α ⋅ i1 = =
zT 1 + z23 + zT 2 zT 1 + z23 + zT 2
(3) corrente na carga i : i = i1 + i2 Têm-se 3 incógnitas (v1 , i1 , i2) e 3 equações!
17
Respostas: i1 = 0,435∠ − 73o pu;
v1 = 1,003∠0,25o pu.
INTERPRETAÇÃO:
A corrente i1 é bem menor em módulo do que a i2, indicando que a maior parte da potência
aparente transita pela linha (1)–(4).
A tensão no gerador é maior que a tensão na carga, tanto em módulo quanto em ângulo. Este
último, sendo maior que zero, também indica que a potência ativa flui da barra (1) para a (4), pois a
diferença angular é positiva e não nula.
V2 (1 + a )
V' =V
V1
V V' V
em pu tem-se: v = ; v' = = (1 + a) = v(1 + a)
V1 V2 V1
Portanto, o autotrafo ideal que será inserido no circuito unifilar (em pu) terá relação de
espiras: 1: (1 + a), conforme a Fig. 20.
18
z B 1:α
A z B
A
v v v'=v(1+a)
1:α (α=1+a)
ie z is ie z2 is
ve z1 z3 vs
ve vs
(a) (b)
Fig. 21 – (a) trafo fora da derivação nominal; (b) Circuito passivo equivalente.
Portanto, forçando a igualdade dos coeficientes dos dois sistemas de equação, obtêm-se:
z z z
z1 = z2 = z3 = (onde: α = 1 + a )
α (α − 1) α 1−α
que são as impedâncias-pu a serem inseridas no circuito passivo equivalente (Fig. 2 –b) para
representar, no sistema de potência (em pu), o transformador com tap fora da derivação nominal.
Obtém-se, novamente, um sistema de potência unifilar, em pu, sem transformadores!
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OBS.: A impedância do transformador é, normalmente, considerada uma reatância indutiva pura
(reatância de dispersão). Portanto, um denominador negativo (1 − α, para α > 1) transforma jx em
−jx : um reator em um capacitor!)
EXERCÍCIO:
Um barramento infinito alimenta, por meio de um trafo e de uma linha, uma carga indutiva
monofásica que absorve 50 MVA e 40 MW quando alimentada por tensão de 62,8kV e 60Hz. São
dados:
(1) Tensão do barramento infinito: 220kV;
(2) Trafo monofásico, 100 MVA, 220/69 kV, x = 8% com variador de derivação no
enrolamento de BT que permite ajuste de ± 10%, em 24 pontos;
(3) Impedância de linha, 0,04 + j0,06 pu nas bases de 69 kV e 100 MVA.
Pede-se:
(a) Ajustar o tap de derivação do trafo de modo tal que a tensão na carga esteja o mais
próximo possível de 69kV.
(b) Calcular os valores das impedâncias-pu do circuito equivalente a ser usado em
cálculos computacionais para estudo de fluxo de carga no sistema de potência.
SOLUÇÃO:
Para o item (a):
(i) Valores-base: Vb = 220 kV no barramento infinito; Sb = 100 MVA (esta para todo o sistema)
(ii) O trafo será representado pela sua impedância de curto-circuito em série com um autotrafo de
relação de tensões 1 : α , onde α = 1+ a . (Ver Fig. 22, à frente.)
Os parâmetros (zT, zL) não são alterados em seus valores-pu já que os valores de tensão
nominal (bases da impedância do trafo) e os valores-base da LT equivalem aos valores-base
escolhidos para o sistema.
Já o valor de zc deve ser calculado para a tensão real dada: 50 MVA-40MW em 62,8kV!
Esta tensão transforma-se em 0,91 pu e zc é calculado:
20
1:α (α =1+a)
ic
ibi zT zL
vbi vsec zc vc
(iii) Para uma tensão na carga suposta 69kV ou 1,0 pu, calcula-se a ic. Adotando-se a corrente na
referência, tem-se:
a1 = 8 . a’ ou a2 = 9 . a’ (pu)
zc
Aplicando-se divisor de tensão: vc = vbiα ⋅ (vbi = 1,0 pu)
zT + z L + zc
Portanto: o tap será ajustado para 9 pontos acima do ajuste nominal (ou 7,5% acima do valor
nominal).
21
1.6 – Qualidade do fornecimento de energia elétrica [8]
Falar em qualidade da energia elétrica é buscar identificar se o sistema elétrico apresenta suas
grandezas elétricas com boa qualidade, má qualidade ou qualidade aceitável.
Qualidade do ar poluição do ar
Boa QEE: "é aquela que garante o funcionamento contínuo, seguro e adequado dos
equipamentos elétricos e processos associados, sem afetar o meio ambiente e o bem-estar das
pessoas" [9].
c) Variações sustentadas de tensão (Long Duration Voltage Variation) (RMS) >= 1min
Subtensões sustentadas (Under Voltage) 10% a 90%
22
Sobretensões sustentadas (Over Voltage) >110%
Interrupções sustentadas de tensão (Sustained Interruption) <10%
Segundo o EPRI (Electrotechnical Power Research Institute) três distúrbios, mais comuns,
que afetam a qualidade da energia elétrica são os seguintes:
Variações transitórias de tensão
Os surtos de tensão provocam degradação ou falha imediata nos isoladores de
equipamentos elétricos, além de outras conseqüências negativas.
Harmônicos
Aparecem como conseqüência da tentativa de conservação de energia e melhoria da
eficiência energética, pelo uso de inversores de freqüência, reatores eletrônicos, e, em
geral, equipamentos baseados na eletrônica de potência.
23
1.6.3 Fator de potência generalizado
Algumas medidas podem ser tomadas para melhoria do fator de potência (generalizado) de
uma determinada instalação elétrica. Abaixo são comentadas, brevemente, algumas dessas soluções:
Utilização de Filtros Harmônicos: como o próprio nome indica, são filtros que
eliminam ou minimizam o conteúdo harmônico da corrente a ser drenada da rede
elétrica, preservando, por conseqüência, a forma-de-onda senoidal da tensão (que deve
24
ser sempre o mais senoidal possível). Tais filtros podem ser: passivos (LC) ou ativos
(baseados em eletrônica de potência = circuitos chaveados a IGBT, por exemplo).
------------------ // ------------------
REFERÊNCIAS:
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