Você está na página 1de 6

Gestão Estratégica do Orçamento do Estado

Strategic Management of the State Budget


Marcos José Andrighetto

Resumo

Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica feita sobre a gestão


estratégica do orçamento do Estado, onde são apresentadas as ferramentas
que auxiliam o planejamento governamental e mostra a importância da gestão
estratégica para o cumprimento das políticas públicas governamentais. No
decorrer do trabalho são apresentadas as principais características de cada
ferramenta estratégica a fim de evidenciar suas principais dentro do
planejamento governamental.

Palavras-chave: Gestão estratégica, Planejamento, Orçamento

Abstract

This article presents a literature search done on the strategic


management of the state budget, which are presented with tools that
assist government planning and shows the importance of strategic
management for the performance of governmental
policies. Throughout the paper presents the main characteristics of
each strategic tool in order to highlight their major in government planning.

Keywords: Strategic Management,Planning, Budget

Introdução

A gestão estratégica do Orçamento do Estado, desenvolvida nos três


poderes através de um planejamento integrado utiliza-se de algumas
ferramentas básicas como, por exemplo: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA. Através
desses componentes é desenvolvido o planejamento governamental
estratégico do Estado.

O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal


(aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas
a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente
um ano). Porém, antes da Constituição de 1988 eram os chamados
orçamentos tradicionais, que se importavam apenas com o gasto (ênfase no
gasto). Eram meros documentos de previsão de receita e autorização de
despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento
governamental. Posteriormente evoluiu para um Orçamento-Programa
contendo programas e ações vinculados a um processo de planejamento
público, com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no
Orçamento-Programa é nas realizações do Governo). Depois da Constituição
de 1988 o OGU (Orçamento Geral da União) composto por três peças o
Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de
Investimento das Empresas Estatais Federais passou a ser elaborado com os
componentes supramencionados.

O Plano Plurianual

A elaboração do projeto de lei do PPA é coordenada pela Secretaria de


Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SPI/MPO) e está prevista no art. 165 da Constituição
Federal.
“[...] Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.”

Esta ferramenta de planejamento apresenta as necessidades do Estado


para o período dos quatro anos seguintes a sua elaboração, tendo início no
segundo ano de governo e estendendo-se até o primeiro ano do próximo
governo. Após sua elaboração deve ser enviado ao Congresso Nacional até o
dia 31 de agosto do primeiro ano de cada mandato presidencial para
apreciação.
O Plano Plurianual é uma peça recente na engrenagem orçamentária, a

qual substituiu, a partir de 1988, o Orçamento Plurianual de Investimentos

(OPI), cujo período de abrangência era de apenas três exercícios. Outro fator

relevante do PPA é que o mesmo supera o antigo OPI quando elenca além do

montante relativo aos dispêndios de capital, as metas físicas, que devem ser

alcançadas ao final do mandato, discriminadas por tipo de programa e ação.

Cabe salientar ainda, que o PPA detalha as despesas que possuem duração

continuada, condicionando, portanto, a programação orçamentária anual ao

planejamento de longo prazo.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é, também, uma lei ordinária,


contudo é válida apenas para um exercício. Está prevista no § 2º do art. 165 da
Constituição Federal:
“§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.”

Cabe a LDO antecipar e orientar a direção e o sentido dos gastos


públicos, bem como, os parâmetros que devem nortear a elaboração do projeto
de lei orçamentária para o exercício subseqüente. Como anexo ao texto legal,
são apresentados os programas e as ações cujas prioridades e metas sejam
definidas pela LDO, constituindo um detalhamento anual das metas
estabelecidas no PPA para o respectivo exercício. É importante ressaltar
também, que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) acrescentou dois anexos
à LDO, o anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidas metas anuais
relativas a receitas e despesas, o resultado nominal e primário esperados,
montante da dívida pública para o exercício que se referir e para os dois
seguintes, e o anexo de Riscos Fiscais, onde são elencados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as
providências a serem tomadas caso se concretizem. O projeto da LDO é
coordenado e elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do
Ministério de Orçamento e Gestão (MPO), a qual conta com o suporte técnico
da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda (MF) nas
questões relacionadas à dívida mobiliária federal e às normas acerca da
execução orçamentária. O Executivo tem o prazo até o dia 15 de abril de cada
ano para encaminhar a LDO ao Congresso Nacional, onde deve ser aprovada
até 30 de junho, sob pena de não se interromper o primeiro período da sessão
legislativa.

A Lei Orçamentária Anual

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei ordinária, cuja validade


abrange somente o exercício fiscal a que se refere. O parágrafo 5.º do art. 165
da Carta Magna diz:
“§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”

De acordo com o texto constitucional, a LOA deve integrar o orçamento


fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de investimento das
empresas estatais. O Projeto de Lei Orçamentária é coordenado pela
Secretaria de Orçamento Federal, do Ministério de Planejamento e Orçamento
e Gestão (SOF/MPO), que prepara a minuta da Mensagem Presidencial e
encaminha, até o dia 31 de agosto de cada exercício, a proposta ao Congresso
Nacional, a qual deve ser devolvida para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.

Conclusão
No decorrer deste trabalho, foi possível observar que de acordo com o
artigo 165 da atual Constituição Federal, o planejamento orçamentário
nacional, sempre de iniciativa do Executivo, se dá de três modos distintos: o
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual. Cabe
destacar ainda, que essa tripartição orçamentária, é meramente instrumental,
pois, por força do princípio constitucional da unidade, o orçamento é uno,
apenas se materializando em três documentos distintos, que se harmonizam e
se integram finalisticamente, compatibilizando-se tais modalidades, com o
planejamento global econômico e social.

Portanto, conclui-se que a gestão estratégica do orçamento do Estado é


desenvolvida de forma integrada, como uma engrenagem, onde cada um dos
componentes tem um papel fundamental para o alcance das políticas públicas
de governo em qualquer uma das esferas.

REFERÊNCIAS

ALLEBRANDT, Sérgio Luís (org.); HOFLER, Claudio Edilberto. Planejamento


Governamental. Ijuí: Unijuí, 2009.

Basso, Lauri. Orçamento Público. Ijuí: Unijuí, 2009.

BRASIL, Leis. Constituição da república federativa do Brasil. 16 Ed. Porto


alegre: Rt, 2011.

TRISTÃO, Gilberto. A reorganização do processo de planejamento e


orçamento do governo federal: estratégia de modernização gerencial. In: VII
Congreso Internacional del CLAD sobre la reforma del Estado y de la
Administración Pública. 2002, Lisboa. [S.l.:s.n.], [2002?], p. 1-12

SITES ACESSADOS

SILVA, Gerson Gomes da. Lei de diretrizes orçamentárias como instrumento de


planejamento. Disponível em <http://pt.shvoong.com/social-sciences/795951-
lei-diretrizes-or%C3%A7ament%C3%A1rias-como-instrumento/> Acesso em:
16 maio 2011.
BRASIL. Ministério da fazenda. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/>
Acesso em: 16 maio 2011.

BRASIL. Constituição (1988). Disponível


em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>
Acesso em: 16 maio 2011.

BRASIL. Ministério do planejamento. Disponível em:


<http://www.planejamento.gov.br/> Acesso em: 17 maio 2011.

BRASIL. Secretaria do tesouro nacional. Disponível em:


<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/> Acesso em: 18 maio 2011.

Você também pode gostar