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Trabalhador que ficou com mão deformada após acidente terá

direito à indenização

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo


de instrumento interposto por empresa frigorífica contra ex-empregado
vitimado por máquina de descarnadura (processo que separa o couro da
carne dos animais). Para o TST, a empresa teve responsabilidade no dano
causado ao trabalhador, devendo ser mantido o direito à indenização.

Uma das maiores produtoras e exportadoras de produtos de origem animal,


com sede na cidade de Lins (SP), a Bertin S.A. entrou com agravo de
instrumento no Tribunal Superior do Trabalho para ver destrancado o seu
Recurso de Revista no Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região.

De acordo com o acórdão regional, o trabalhador teve fratura de punho e


lesão de extensores da mão direita ao manusear máquina durante a
carnaça (raspa que se tira do couro fresco, na face interna). E, segundo
laudo constante da sentença, “o autor ficou total e permanentemente
incapaz para exercer atividades similares a que exercia e para qualquer
outra que exija força da mão direita”. Por sua vez, a empresa afirmou que
houve culpa exclusiva do autor no acidente que o vitimou, pois não
concorreu para a ocorrência do fato. Também não se confirmou com o valor
da indenização de R$35.000,00. Contudo, para o Regional, considerando a
capacidade econômica das partes, o dano causado e o efeito pedagógico da
medida, a indenização é correta.

O relator do agravo, ministro Maurício Godinho Delgado, se juntou ao


entendimento do Regional de ter havido responsabilidade subjetiva e
objetiva do empregador no acidente. Subjetiva, uma vez que é regra geral
da responsabilidade do empregador em danos acidentários. Objetiva porque
a situação era de risco acentuado. Assim, as duas hipóteses, de acordo com
o art. 7º, XXVIII, da Constituição e o parágrafo único do artigo 927 do CPC,
respectivamente, estão presentes no infortúnio do ex-empregado, devendo
este ser indenizado nos termos do acórdão regional. A empresa não
interpôs novo recurso e o processo retornou à origem.

AIRR-2660-92.2010.5.18.0000

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