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Cidadania e Direitos Sociais

UFRJ

Ludimila Carvalho de Souza

Trabalho entregue à professora Ludmila Rodrigues


Antunes, na disciplina Questão Social no Brasil,
pelo Programa de Pós-Graduação em
Responsabilidade Social e Terceiro Setor.

UFRJ – Instituto de Economia

Rio de Janeiro, 1º semestre de 2010.


Introdução

O presente trabalho que nos traz um panorama entre direitos sociais, cidadania e uma
crítica sobre como esses direitos, a questão social, a tensão da desigualdade e a luta dos
sujeitos para obter os mesmos, assim como a participação do terceiro setor contribuindo com
o acesso aos direitos e trabalhando na questão do acesso as políticas públicas, dos direitos
sociais e do combate a pobreza e trabalhando para que a questão social e a conquista pelos
direitos sociais sejam viabilizadas como cidadania e defesa da mesma para a população.
A questão social é indissociável da sociabilidade capitalista e envolve uma arena de
lutas políticas e culturais contra desigualdades socialmente produzidas. Suas expressões
condensam múltiplas desigualdades mediadas por disparidades nas relações de gênero,
característica étnico-raciais, relações com o meio ambiente e formações regionais, colocando
em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens e dos direitos sociais.
Dispondo de uma dimensão estrutural enraizada na produção social contraposta à
apropriação privada do trabalho, a questão social atinge visceralmente a vida dos sujeitos
numa luta aberta e surda pela cidadania (Ianni, 1992), no embate pelo respeito aos direitos
civis, políticos e sociais.
Foram as lutas sociais que romperam o domínio privado nas relações entre capital e
trabalho, extrapolando a questão social para a esfera pública, exigindo a interferência do
Estado no reconhecimento e a legalização de direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos
nas políticas e serviços que viabilizam o acesso aos direitos sociais e viabilizando com isso a
cidadania do sujeito e das pessoas que privadas das mesmas conseguem emergir do estado de
pobreza.
Pensar a questão social nas particularidades brasileiras supõe reconhecer que a
transição do capitalismo competitivo ao monopolista no Brasil não foi presidida por uma
burguesia com forte orientação democrática e pensar que a hipótese é que na raiz da questão
social na atualidade, encontram-se as políticas governamentais favorecedoras da esfera
financeira e do grande capital produtivo. Existe uma estreita relação entre a banalização da
pobreza, a questão social e as desigualdades expressas pela mesma e a grande contingência de
homens e mulheres, trabalhadores submetidos a uma pobreza produzida universalmente
subjugados, abandonados, desprezados e sobrantes para as necessidades médias do capital.
A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a
atenção da pobreza para a iniciativa privada ou individual, impulsionada por motivações
solidárias e submetidas ao arbítrio do indivíduo isolado e ao mercado e não à responsabilidade
pública do Estado, com claros chamamentos à sociedade civil. O terceiro setor decorre das
sensíveis alterações nas modalidades de respostas as seqüelas da questão social, conforme
Montaño (2002).
A noção de terceiro setor enquanto espaço situado ao lado do Estado (público) e
mercado (privado), no qual são incluídas entidades de natureza distinta como ONGs,
fundações empresariais, instituições filantrópicas e atividades do voluntariado.
Vale ressaltar que a sociedade civil vem assumindo as funções do estado através do
terceiro setor, ou melhor a estado vem transferindo suas responsabilidades para o mesmo
através de incentivos fiscais as ONGs que trabalham para que a democracia e a
universalização dos direitos sociais e para que a justiça social possibilite condições e espaços
de sustentação para a construção da cidadania e dos direitos, incluindo assim o direito ao
trabalho.
A centralidade do direito à assistência em detrimento do direito do trabalho, como diz
Marx (1989) trata-se de:
“O direito ao trabalho é, no sentido burguês, um contra-senso, um desejo mísero, mas
por trás do direito ao trabalho está o poder sobre o capital e, por trás do poder sobre o capital,
a apropriação dos meios de produção, sua subordinação à classe operária associada, portando
a superação dialética do trabalho assalariado, do capital e de suas correlações.”
Questão Social

A "Questão Social" é praticamente consensual entre os profissionais da área do


Serviço Social. Todavia, ela suscita diversos significados. Por isso, em "Cinco Notas a
Propósito da “Questão Social”, o autor José Paulo Netto discorre sobre o seu entendimento
acerca do tema e nos traz um histórico da origem dessa expressão sob a ótica marxista.
Segundo o autor, a expressão "Questão Social" se originou na terceira década do século XIX,
para dar conta de um fenômeno sem precedentes: o "pauperismo". Nessa época, a pobreza
crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas. Crescia o
contingente de pessoas que se viam despossuídas das condições materiais de que desfrutavam
anteriormente e não tinham acesso aos bens e serviços. Entretanto, os pauperizados não se
conformaram com sua situação. Da primeira década até a metade do século XIX, houve
diversas formas de protesto, configurando-se, assim, uma ameaça real à burguesia
consolidada e às instituições sociais da época.
Na segunda metade do século XIX, a expressão "Questão Social" deixa de ser
utilizada pelos críticos sociais do espectro ídeo-político e passa a fazer parte do vocabulário
próprio do pensamento conservador. Essa mudança é marcada pela Revolução de 1848,
encerrando o ciclo progressista da ação de classe da burguesia. Com isso, a questão social
tanto no âmbito do pensamento conservador laico quanto no do confessional, perde
paulatinamente sua estrutura histórica sendo crescentemente naturalizada. Entre os pensadores
laicos, as manifestações advindas da questão social (forte desigualdade, desemprego, fome,
doenças, penúria, desamparo frente a conjunturas econômicas adversas etc.) são
desdobramentos de características naturais de toda e qualquer ordem social, que não têm
como ser eliminadas. Por outro lado, o pensamento conservador confessional considera a
exacerbação da questão social uma contrariedade à vontade divina. Por isso, a fim de diminuir
os seus gravames, apela para medidas sócio-políticas.
Conclui-se, então, que, nas duas vertentes, não há uma problematização da ordem
econômico-social, ou seja, os fundamentos da sociedade burguesa são conservados. Ambos
defendem somente o combate das manifestações da "questão social". No entanto, a revolução
de 1848 afetou as bases da cultura política que embasava o movimento dos trabalhadores.
Assim, o proletariado se conscientiza politicamente, em seu processo de luta, de que somente
a supressão da sociedade burguesa acarretaria a supressão da "questão social". Porém, a
compreensão teórica da complexidade da gênese, da constituição e dos processos de
reprodução da "questão social" só adveio com a análise marxiana da "lei geral da acumulação
capitalista", segundo a qual o desenvolvimento capitalista produz, compulsoriamente, a
"questão social". Sendo assim, diferentes estágios capitalistas produzem diferentes
manifestações da "questão social". Isso quer dizer que a "questão social" faz parte do
desenvolvimento do capitalismo. Portanto, não se pode suprimi-la conservando-se o
capitalismo.
Dessa forma, a questão social estaria elementarmente determinada pela peculiar
relação capital / trabalho - a exploração. Considera-se essa relação peculiar pelo fato de, na
ordem burguesa, a "questão social" se distinguir das expressões sociais derivadas da escassez
nas sociedades precedentes. Isso porque, no regime capitalista, a exploração se torna
suprimível sem que haja supressão das condições criadoras da riqueza social. Diante dessa
perspectiva teórico-analítica, a "questão social" não tem a ver com o desdobramento de
problemas sociais a que a ordem burguesa herdou ou com traços invariáveis da sociedade
humana; tem a ver, exclusivamente, com a sociabilidade erguida sob o comando do capital.
No processo da reconstrução econômica social na sequência da Segunda Guerra
Mundial, o capitalismo experimentava "as três décadas gloriosas", nas quais o regime do
capital viveu uma larga conjuntura de crescimento econômico. Com a construção do
"Welfare State" na Europa e o dinamismo da economia norte-americana, a "questão
social" e suas manifestações pareciam ter sido superadas. Apenas os marxistas insistiam em
afirmar que apesar das melhorias no conjunto das condições de vida das massas trabalhadoras
não alteravam a essência exploradora do capitalismo. Em seguida, a conjunção "globalização"
mais "neoliberalismo" demonstrou aos ingênuos que o capital não tem nenhum "compromisso
social", desvestindo a pele do cordeiro. Assim, a intelectualidade acadêmica descobriu a
"nova questão social". No entanto, o autor defende a tese de que inexiste qualquer "nova
questão social". Sendo assim, o que se deve investigar é a emergência de novas expressões da
"questão social", que é insuprimível sem a supressão da ordem do capital. Essa investigação
tem de considerar as particularidades histórico-culturais e nacionais.
Por fim, José Paulo Netto expõe duas observações. Primeiramente, ele afirma não
haver perspectiva histórico-concreta de construir uma ordem social em que a ordem do capital
venha a ser substituída. A possível derrota do capital determinaria a superação da questão
social, entretanto, os homens e mulheres continuariam a enfrentar problemas. Em segundo
lugar, o autor defende a manutenção do sentido de ser do Serviço Social, cujo esgotamento
está longe de ocorrer.

Direitos Sociais – políticas sociais e políticas de pobreza

O Brasil é um país que ao mesmo tempo possui uma grande economia industrializada,
porém é uma das sociedades mais desiguais do planeta, onde existe um número elevado de
pobres e um grau de concentração de riqueza.
O autor cita o conceito da palavra “política” do ponto de vista do nosso país, onde esta
é vista tanto como o processo de disputa por cargos e negociação de interesses na sociedade
quanto como a implementação de ações governamentais específicas, nas suas diversas áreas.
Sendo que para que as políticas públicas sejam implementadas, segundo Schwartzman (2004)
elas dependem além da política em si, também “dos fatos, e da maneira pela qual os fatos são
vistos e interpretados”.
A estrutura social é considerada um destes fatos, que influenciam diretamente na
efetivação de políticas públicas no país. Está é dada pela sua estrutura demográfica, sua
ocupação, a distribuição da riqueza entre seus habitantes, e sua distribuição espacial e
geográfica, assim como pela existência de divisões de natureza étnica e cultural.
Pode-se citar como exemplos no nosso país a mudança nas taxas de fecundidade, que
afeta diretamente o crescimento e as características mais gerais da população e a transição da
população do campo para as cidades, transformações estas que vieram acompanhadas de
mudanças também muito significativas na maneira pela qual a vida familiar e social se
organiza.
A desigualdade social no nosso país é considerada uma das mais altas do mundo, onde
se enfatiza a imagem de um país dividido entre uma pequena elite de altos rendimentos e uma
grande população vivendo miseravelmente, o que para o autor é uma interpretação incorreta.
Segundo Schwartzman (2004) “o caminho mais importante para uma melhor distribuição da
renda é o aumento e a melhor distribuição das oportunidades educacionais, e não a
redistribuição da riqueza”.
Outros fatores que o autor se refere como essenciais para o estabelecimento de
políticas públicas são a pobreza, a miséria e a indigência; o emprego e trabalho, que podem
afetar direta ou indiretamente no estabelecimento da agenda de políticas públicas do país.
Esta agenda resulta das condições econômicas, políticas, sociais de uma época, e dos
valores e percepções que permeiam a sociedade em cada momento. O seu estabelecimento
depende de vários fatores, que incluem as emergências de curto prazo, que precisam ser
enfrentadas com realismo, como também de médio e longo prazo, que para o autor são “as
políticas bem sucedidas que conseguem ir além do “apagar de incêndios” do dia a dia”. E para
que esta agenda possa ser bem sucedida é necessário que esteja associada a uma política
econômica bem articulada e coerente.
As políticas sociais podem ser vistas em termos divididas em três gerações, sendo a
primeira referente às políticas de ampliação e extensão dos benefícios e direitos sociais. As de
segunda geração são as que procuram racionalizar e redistribuir os recursos gastos na área
social e por fim as de terceira, que buscam alterar não somente a distribuição dos gastos
sociais, mas também a qualidade dos serviços prestados.
Para o autor além das medidas e propostas específicas para a área social, existem
importantes diferenças de perspectiva, onde há aqueles que propõem políticas de mobilização
social, e os que dão prioridade a políticas de metas sociais.
As políticas de mobilização podem ser consideradas aquelas que partem do princípio
de que apenas se houver participação e envolvimento das comunidades afetadas as políticas
sociais serão efetivamente implementadas. Esse tipo de política é normalmente proposta por
movimentos sociais, e podem ser consideradas de focalização por atender a grupos
específicos. Já as políticas de metas tem como foco as ações definidas através de diagnósticos
globais, são consideradas pelo autor como aquelas políticas que vem “de cima para baixo”.
Pode-se concluir que a pobreza no nosso país não vai se extinguir com ações de curto
prazo, que não basta apenas vontade política, é necessário que haja compromisso com os
valores da igualdade social e dos direitos humanos, uma política econômica adequada, que
gere recursos, um setor público eficiente, assim como políticas específicas. Para que se possa
começar a resolver os problemas da nossa sociedade, precisamos primeiro reconhecê-los e
conhecê-los bem, para a partir daí começar a tratá-los, buscando sempre a construção de uma
sociedade competente, responsável e comprometida.

Modernidade e Cidadania

A modernidade que se iniciou com o Renascimento trouxe ao longo da história uma


nova concepção e novas práticas de cidadania que perduram até os dias atuais. Cabe ressaltar
que nessa concepção há uma profunda articulação entre cidadania e democracia. Para o autor,
democracia está relacionada com soberania popular, ou seja, trata-se das condições sociais e
institucionais que possibilitam aos cidadãos uma participação ativa na formação do governo e,
portanto, o controle da vida social.
Rosseuau, o mais radical filósofo democrata no mundo moderno afirma que a
democracia é concebida como a construção coletiva do espaço público, como plena
participação consciente de todos na gestação e no controle da esfera política. Então, já que a
democracia representa acesso aos bens e informações públicos, a cidadania expressa o
exercício da democracia por parte dos cidadãos. Ela não é dada aos indivíduos como algo que
é concedido em uma linha vertical de cima para baixo, ela é historicamente determinada e
resultado de lutas de classes.
A noção de cidadania surgiu na Grécia, nos séculos V-IV antes da era cristã, porém,
encontrou no mundo moderno sua máxima expressão. No mundo moderno a noção de
cidadania está diretamente relacionada à idéia de direitos. E ao contrário dos gregos estes
direitos são previamente definidos como individuais ou civis. E são intimamente associados
ao direito a propriedade. Locke, o principal autor que influenciou a base do pensamento
liberal, o direito a propriedade não se limita a apropriação dos frutos do próprio trabalho, com
a criação do dinheiro, torna-se legítimo a apropriação do trabalho do outro, através da compra
da força de trabalho de outrem. Dessa forma, compromete-se o acesso aos direitos sociais e
iguais a todos. Temos, portanto, bem claro o exemplo de como um direito universal
transforma-se em um direito burguês e excludente que restringe-se aos proprietários dos
meios de produção.
De acordo com Coutinho diante desse grande impasse, torna-se incompatível o
exercício de uma cidadania plena, ou seja, universalizante, que abranja todas as três esferas
civil, política e social dentro da sociedade em que vivemos hoje.
Conclusão

A proposta sugerida como avaliação final do módulo Questão Social do Brasil refere-
se a uma breve discussão dos argumentos de autores selecionados sobre o tema 1: “ Cidadania
e direitos sociais.” Com esse intuito realizamos a leitura do texto de Jose Paulo Netto (2001)
“Cinco notas a propósito da questão social”, “Notas sobre a cidadania e modernidade”de
Carlos Nelson Coutinho (1997) e o texto de Simon Schwartzman (2004) “As Causas da
Pobreza – Políticas Sociais e Políticas da Pobreza”, procurando utilizar ainda parte dos
tópicos norteadores sugeridos para o trabalho final explicitados a seguir e por essa razão
presentes na literatura selecionada.
Nesse sentido procuramos verificar se de modo tangencial os textos discutiam os
novos modelos de intervenção pública na área social, e a redefinição da relação do Estado
com a pobreza, e as novas formas de articulação das políticas sociais com a economia política.
Por um outro lado, procuramos também, verificar nessas leituras qual a posição dos autores
sobre uma possível contradição de interesses de dupla ordem, assim, se de um lado a
desmercantilização dos direitos sociais dos trabalhadores os fortalece politicamente na
medida em que enfraquece a autoridade absoluta dos empregadores; e de outro, a resistência
que as forças sociais apresentam às iniciativas que buscam reduzir o próprio estado de bem
estar social ou o que se pretende obter de proteção social e direitos sociais instituídos
formalmente.
Como vimos para esse exercício de avaliação, pudemos retomar o início das propostas
feitas durante o módulo, quais sejam apresentar e discutir algumas das dimensões das
políticas sociais que balizam hoje a questão social no Brasil, a sua articulação com a
economia política; a intervenção em cada setor específico que compõe o conjunto da área
social e a dimensão política que contempla a questão da reforma do estado com ênfase na
perspectiva do controle público e da democratização do Estado com os cidadãos. Mais ainda,
pudemos agregar a nossa discussão o emprego como um fenômeno macroeconômico
nacional, a partir de seus dilemas e desafios: os novos arranjos institucionais que conjugam
hoje a articulação intergovernamental, intersetorialidade e alianças com a sociedade civil;
destacando o papel (que nos interessa mais apropriadamente) como o da construção de
políticas públicas através de parcerias, o papel dos investimentos sociais corporativos, o papel
das ONGs no rumo ao empoderamento e ao combate da pobreza. Para finalizar, entretanto
sem poder concluir, fazemos coro àqueles que dizem que a busca pela modernidade não
pressupõe a ausência do Estado, ao contrário, pressupõe a presença ativa do Estado, o que por
sua vez pressupõe políticas ativas tecnológicas e científicas, pilares da emancipação, pilares
da regulação, pilares fundamentais para o projeto sócio cultural da modernidade.
Referências bibliográficas

NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da “questão social”. In: Revista
Temporalis 3, jan./ jun.,. Brasília: ABEPSS, 2001.
COUTINHO, Carlos N. Notas sobre cidadania e modernidade. Revista Praia
Vermelha - Estudos de Poítica e Teoria Social/ Pós graduação da Escola de Serviço Social
UFRJ - dp & A; vol. 1 n. 1, Rio de Janeiro; 1997.
SCHWARTZMAN, Simon. Conclusão: políticas sociais e política da pobreza. In:
As causas da Pobreza. Rio de Janeiro. Fundação Getúlio Vargas, 2004.

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