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Centro Universitário Leonardo Da Vinci

Educacional Leonardo Da Vinci


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO AO ESTÁGIO ............................................................................3

2 FORMAÇÃO DOCENTE ....................................................................................3

3 OBJETIVOS.........................................................................................................6

4 METODOLOGIA..................................................................................................7

REFERÊNCIAS......................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO AO ESTÁGIO

Neste projeto, vamos discutir uma nova visão da prática docente, que está em
pauta nos debates atuais sobre a formação de professores.
Um novo saber docente, capaz de fornecer aos estudantes uma formação mais
adequada às necessidades educacionais atuais, através da formação de professores
reflexivos e pesquisadores.
É necessário superarmos o ensino vigente, que forma docentes, no modelo de
ensino da racionalidade técnica, da transmissão do conhecimento pré-formado, com
pouca ou nenhuma participação do aluno. É preciso dar lugar ao conhecimento do
aluno, que junto ao conhecimento do professor, através da interação, formará o saber no
aluno formado e no professor formador. Conhecimento esse focado no contexto atual
em que vive o aluno e o professor, não só seguindo o livro didático.
Este trabalho teve inicio com a fundamentação teórica, que procurou, a partir de
diversas fontes bibliográficas, um embasamento teórico sobre a docência, seus aspectos
e as suas implicações na vida dos educadores, educados e sociedade em geral.
O Estágio um teve o objetivo de observar e aplicar os conhecimentos adquiridos
nas disciplinas estudadas, bem como confrontá-los com a prática pedagógica
propriamente dita, buscando firmar uma prática que seja significativa. Este relatório é
composto da descrição das observações e das experiências vivenciadas com os
professores entrevistados. Encontram-se descrito neste trabalho as observações do
ambiente escolar como um todo.
Partindo então de uma base teórica, foi realizada a prática, que consistiu de um
questionário aplicado aos professores, a observação do ambiente escolar, bem como a
analise de todos esses aspectos.

2 FORMAÇÃO DOCENTE

Estamos vivendo um momento de mudanças no sistema econômico, nas relações


da sociedade que trazem como consequência uma necessidade de repensarmos sobre o
papel da escola. O que a escola do século XXI precisa oferecer ao aluno para que ele se
torne um cidadão apto a acompanhar as mudanças sociais? Como o professor precisa ser
formado para dar conta de toda essa conjuntura?
Os professores, no contexto atual, vivenciam as consequências de uma situação
de mal-estar, provocados por mudanças recentes na educação. Essa situação de mal-
estar pode ser representada pelos sentimentos que os mesmos têm diante das
circunstâncias que o próprio processo histórico produziu em termos de educação, tais
como: desmotivação pessoal e, muitas vezes, abandono da própria profissão;
insatisfação profissional, percebida através de pouco investimento e indisposição na
busca de aperfeiçoamento; esgotamento e “stress”, como consequência do acúmulo de
tensões; depressões; ausência de uma reflexão crítica sobre a ação profissional e outras
reações que permeiam a prática educativa e que acabam, em vários momentos,
provocando um sentimento de autodepreciação (Esteve, 1995; Mosquera e Stóbaus,
1996).
Além de abordar sobre essa situação de mal-estar, a produção científica em torno
de questões da profissionalização docente tem destacado a formação reflexiva dos
professores. Alarcão (1996) esclarece que, na década de 80, começaram a ser difundidas
as idéias de Donald Schön, que despertaram considerações sobre a abordagem reflexiva
na formação de professores. O conceito de professor reflexivo emergiu, inicialmente,
nos Estados Unidos em oposição ao movimento que enfatizava a aprendizagem de
técnicas, ao racionalismo técnico, considerando, então, que o professor deve ser
encarado como um intelectual em contínuo processo de formação.
No mundo atual, repleto de desafios, em que a sociedade exige cada vez mais do
cidadão, são importantes que os professores como elementos fundamentais na formação
para a cidadania, desenvolvam profissionalmente capacidades e competências que os
façam pensar e refletir sobre a realidade. Uma orientação pedagógica construtiva, por
parte do professor, não só em termos de aprendizagem dos alunos, mas também na
construção do seu saber e prática pedagógica, torna-se fundamental. Ser professor é uma
profissão problemática no sentido de que, no seu dia a dia de trabalho, o professor é
confrontado com problemas que necessita resolver. Esses problemas vão variando em
função de vários fatores, tais como as pessoas envolvidas, o contexto social, político e
cultural em que se situa a sua prática, e são muitas vezes de natureza complexa.
Segundo Tanner (1980, referidos em Gimeno, 1992), o papel do professor pode-
se situar em três níveis, de acordo com o grau de independência profissional assumido:
i) imitação, caracterizado pela manutenção de propostas curriculares existentes; ii)
mediação, sendo o professor visto como mediador na adoção dos materiais a trabalhar; e
por fim, o iii) criativo-gerador, o nível que mais diretamente se liga à temática do
professor investigador. Neste nível, o professor...

...“junto com seus companheiros, pensa sobre o que faz e trata de


encontrar melhores soluções, diagnosticar os problemas e formular
hipóteses de trabalho que desenvolve posteriormente, escolhe seus
materiais, planifica experiência, relaciona conhecimentos diversos,
etc.. Diríamos que trabalha dentro de um esquema de pesquisa na
ação. Aqui o professor avalia, diagnostica, interpreta, adapta, cria,
busca novos caminhos.” (Tanner e Tanner, 1980, citados em Gimeno,
1992, p. 179).

Um professor investigador é fundamentalmente um praticante reflexivo, que


identifica problemas, questiona valores, observa o contexto político e social da escola,
participa no desenvolvimento curricular, assume a responsabilidade pela gestão
curricular, sem nunca esquecer a relevância que o trabalho colaborativo tem em todo
este processo de reflexão e evolução profissional. Em suma, é um professor que encara
o ensino como um processo permanente de construção coletiva.
Tal como refere Alarcão (2001), “ser professor investigador é, pois, primeiro
que tudo ter uma atitude de estar na profissão como intelectual que criticamente
questiona e se questiona na tentativa de resolver problemas relacionados com a sua
prática”. Assim, a investigação sobre a prática tem dois objetivos principais: a alteração
imediata de aspectos da prática e a compreensão da natureza dos problemas que afetam
essa mesma prática. Os professores deverão adquirir dinâmicas próprias no
desenvolvimento da sua atividade profissional, não só pela satisfação da sua curiosidade
investigativa como gestores do currículo, mas também como parceiro de outros
profissionais com os quais pode e deve trabalhar colaborativamente.
Seguindo esse princípio a mudança na atuação do professor, de acordo com
Silva (2005), possibilitaria a alteração na sociedade e estaria alicerçada em atitudes
como: ser autônomo, participativo e reflexivo, pois isso é entendido como a
probabilidade de teorizar a sua própria prática.
Para assumir essa postura ou cultura reflexiva, fazem-se necessário capacitar os
professores para analisar os fundamentos de suas ações e as consequências que geram
nos alunos. Imbernõm, citando Oberg, afirma que os professores serão melhores
profissionais tanto quanto forem mais conscientes de sua prática, e capazes de realizar
mais reflexões sobre suas intervenções. Esse autor, citando Pérez Gomes, esclarece
ainda que a reflexão não seja meramente um processo psicológico individual, mas, ao
contrário, implica na integração consciente no mundo da experiência, um mundo
carregado de conotações, valores, intercâmbios simbólicos, correspondências afetivas e
interesses sociais e políticos.
A tarefa do professor é ensinar à criança aquilo que ela não é capaz de aprender
por si só e é tarefa do processo educativo dirigir o desenvolvimento psíquico do
indivíduo. Conforme Facci (1998), o professor tem uma função mediadora que “é
realizada a partir de ações intencionais, conscientes, dirigidas para um fim específico de
propiciar a instrumentalização básica do aluno de modo que permita que este conheça,
de forma crítica, a realidade social e que, a partir deste conhecimento, haja a promoção
do desenvolvimento individual” (p. 26).
Para Freire (1997), a educação é ideológica, mas dialogante e atenta, para que se
possa estabelecer a autentica comunicação da aprendizagem, entre gente, com alma,
sentimentos e emoções, desejos e sonhos. A sua pedagogia é fundada na ética, no
respeito à dignidade e a própria autonomia do educando. E é vigilante contra todas as
práticas desumanas. Para o autor, o ensino é muito mais que uma profissão, é uma
missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da
autonomia do ser de todos os educandos. Nos princípios enunciados por ele, o professor
verdadeiramente promoveu a inclusão de todos os alunos e alunas numa escolaridade
que dignifica e respeita os educandos, porque respeita a sua leitura do mundo como
ponte de libertação e autonomia de ser pensante e influente no seu próprio
desenvolvimento.
As competências não são pedras preciosas que se guardam em um cofre onde
permanecem intactas esperando o dia em que se precisem delas. Organizar e dirigir
situações de aprendizagem, administrar a progressão das aprendizagens, conceber e
fazer evoluir dispositivos de diferenciação, envolver os alunos em sua aprendizagem e
em seu trabalho, trabalhar em equipe, participar da administração da escola, informar e
envolver os pais, utilizar tecnologias novas, enfrentar os deveres e os dilemas éticos da
profissão, são competências que se conservam graças a um exercício constante. A
formação contínua conserva certas competências relegadas ao abandono por causa das
circunstâncias. O exercício e o treino constante poderiam bastar para manter
competências essenciais se a escola fosse um mundo estável. Mas como as coisas
mudam também dentro da escola - público, referências a programas repensados, novas
abordagens, novos paradigmas – existe a necessidade de uma formação contínua. Sob
certos aspectos a escola permanece imóvel – professor, alunos, quadro branco –
entretanto, as práticas pedagógicas mudam lentas, mas profundamente. (PERRENOUD,
2000).

3 OBJETIVOS

a) Permitir a observação da realidade Escolar;

b) Questionar profissionais da área da educação;

c) Analisar e apropriar-se de praticas pedagógicas consistentes e apropriadas;

d) Permitir ao futuro biólogo a experimentação de suas habilidades pessoais e


de relacionamento interpessoal.

4 METODOLOGIA

Dando continuidade ao projeto do Estágio I do curso de Licenciatura em


Ciências Biológicas, tendo em vista a necessidade de uma experiência prática onde se
aplicou grande parte dos fundamentos aprendidos com os princípios teóricos estudados,
trabalhando na escola, neste momento, aliou-se a teoria à prática, demonstrando, assim,
o quanto é enriquecedor e importante esta etapa na formação acadêmica e profissional
do futuro docente.
O Estágio I foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria
Linhares de Souza, localizada na Rua 810 n° 301, Bairro Alto São Bento na cidade de
Itapema S/C, com CNPJ: 00.662.751/0001-73, CEP: 88220-000, representada pela
Diretora Ângela Beatriz Bósio.
A instituição atende a população dessa comunidade desde 2005, neste novo
endereço. Numa instalação ampla e bem localizada, com 28 salas de aulas, quadra
esportiva coberta, biblioteca, refeitório, sala de professores, diretoria, e demais
dependências. Têm aproximadamente 1000 alunos, 66 professores e 16 outros
funcionários.
A pesquisa foi realizada com os professores do ensino fundamental da
instituição, visando um melhor embasamento para os acadêmicos. Foi elaborado um
roteiro de entrevista, com nove questões sobre a prática docente, as relações família-
escola e escola-aluno, mudanças necessárias a educação e o papel da escola na
sociedade em geral. O roteiro foi entregue as professores em pastas separadas, contendo
também a ficha de avaliação dos estagiários.

É indiscutível o valor da experiência in loco na formação docente. Apesar do


estagio um ser praticamente uma pesquisa baseada em entrevista, foi formidável a
chance de interagir com profissionais da área da educação. Fomos muito bem recebidos
pela diretora Ângela Beatriz Bósio, assim como os demais profissionais da escola.

O roteiro de entrevista foi elaborado após uma rica pesquisa sobre formação
docente, nele interrogamos os professores sobre as diversas esferas na qual estão
envolvidos professores, alunos e família.

As duas primeiras questões foram para caracterizar os entrevistados: nome,


formação, turmas, números de alunos, etc. Todos os profissionais entrevistados são
formados: um licenciado em matemática, um em língua portuguesa, um em história, um
em letras com habilitação em linha espanhola, um mestre em educação com habilitação
em português e inglês, um pós-graduado em história e geografia e uma pedagoga com
pós-graduação em psicopedagogia.

O professor com menos anos de experiência possui dois anos de atuação no


ensino fundamental e seis meses no trabalho com autistas, e o mais experiente possui
quinze anos dedicados a educação. Os professores trabalham com varias turmas, com
faixas etárias variadas e com um número grande de alunos.

A partir da questão três foram feitas perguntas sobre o papel da escola na


sociedade, e foi percebido que a maioria concorda com o fato de a escola ser o local de
formação de cidadãos aptos a viverem em sociedade, como indivíduos participativos e
reflexivos de uma sociedade democrática e sustentável.
A questão quatro teve por interesse dos acadêmicos questionar o envolvimento
dos professores no Projeto Político Pedagógico da escola, o que demonstrou o interesse
da maioria dos professores na participação da elaboração e mudanças necessárias no
PPP, para que esse adapte as necessidades dos alunos e da instituição. Um professor
declarou que seria importante o envolvimento da família e dos alunos na elaboração do
PPP; e outro declarou não ter opinião formada sobre o assunto.

Como é a interação entre a família e a escola foi o quinto assunto abordado,


apesar do consenso da importância da presença da família na escola, a maioria dos
professores declarou ser falha e precária a participação da família, e que essa, alem de
não participar da construção do conhecimento dos alunos, ainda cobra da escola o papel
de formador de valores éticos e morais em seus filhos, papel este que antes era assumido
pela família.

O interesse pelos alunos com necessidades educativas especiais teve seu lugar na
sexta interrogativa, onde foi questionado o trato a esses alunos pela escola. A maioria
declarou que a escola esta pronta para receber e trabalhar com esses alunos, possuindo
para isso profissionais especializados como auxiliares, recursos pedagógicos e
metodologias adaptadas, bem como recursos físicos a disposição.

Na sétima questão foi abordado um assunto complexo: quais as mudanças


necessárias na educação em geral? As respostas foram várias e podem ser resumidas
em: segurança, infra-estrutura, tecnologia na didática, gestão democrática com a
participação da família, financiamento pelo governo da formação continuada e
valorização do profissional da educação.

O continuo processo de formação dos professores ainda não é o ideal para a


maioria dos professores entrevistados. Segundo alguns professores a prática precisa ser
mais discutida e trabalhada nos cursos superiores, alem de haver cursos para abordar
temas como sexualidade, violência, ética, cidadania e educação ambiental. Mas para os
professores em geral, apesar de não ser satisfatória a questão da formação continuada, o
que se tem recebido é muito válido para a melhoria da educação.

E por fim na nona questão foi abordado como a escola tem avaliado o processo
de aprendizagem dos alunos. Foi unânime como resposta que o aluno deve ser avaliado
como um todo, não meramente nos seus conhecimentos específicos, respeitando suas
diferenças e evolução no conhecimento, a fim de formar um cidadão critico e reflexivo.
Um professor ainda destacou a importância de se auto-avaliar com frequencia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

PIMENTA, Selma Garrido; Lima, Maria Socorro Lucena. Estágio de docência. São
Paulo: Cortez, 2004.

SAMPAIO, Francisco Azevedo de Arruda. Caminhos da ciência: uma abordagem


sócia construtivista. São Paulo: IBEP, 1998.

RIBEIRO, Lourdes Eustáquio Pinto. Para casa ou para sala?. São Paulo: Didática
Paulista, 1999. (Proposta didática de alfabetização)

NÓVOA, António. Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo.


Janeiro 2007
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia 1996
ANEXOS

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