livrinho que recolhe os manuscritos da Irmã Maria da Cruz, contem ensinamentos interessantes
de direcção espiritual. Sobre a sua autencidade não temos dúvidas. Sabemo-lo por testemunhos
Trata-se da Irmã Maria da Cruz, uma religiosa do convento de Valognes, falecida em Cherbourg
vão tentou multiplicar as preces, aferecer comunhões, vias sacras e rosários; os gemidos não
voz bem conhecida: “Não tenha medo! Sou a Irmã Maria Gabriela”. A Irmã Maria Gabriela era
uma jovem religiosa, companheira da Irmã Maria da Cruz, falecida em Valognes a 22 de Fevereiro
de 1871, com apenas 36 anos de idade. Ela, durante a sua vida terrena, tantas vezes desprezara
os conselhos da Irmã Maria da Cruz. Agora, estando no Purgatório, por um impercrutável desígnio
da misericórdia de Deus, foi-lhe concedido de pedir a ajuda da sua antiga companhaeira, a Irmã
ANO DE 1878
- Verdadeiramente, considero isto tão surpreendente que já não sei em que acreditar!
- Compreendo o seu embaraço. Sei o que sofre com isto, mas, como Deus o permite e me alivia,
terá piedade de mim, não é? Quando eu for libertada verá que retribuirei, com mais do que me
13 de Setembro de 1879
- O meu conhecimento é restrito: conheço aquilo que Deus quer. Soube alguma coisa da
comunidade. Não sei o que se passa nas almas das outras pessoas, excepto na sua, porque o
momentâneo, estão os pecadores que cometeram crimes enormesdurante toda a sua vida e
que a morte surpreendeu nesse estado, sem lhes dar tempo para se arrependerem. Foram salvos
como por milagre … Para estas almas, o Purgatório é terrível. É como o inferno, à excepção de que
no inferno se amaldiçoa a Deus, enquanto no Purgatório se bendiz e se Lhe agradece por nos ter
salvo. Em seguida vêm as almas que não fizeram grandes crimes, como as primeiras, mas
penitência da sua longa indiferença, sofrendo penas indescritíveis, abandonadas, sem orações…
ou, se as fazem por elas, não podendo aproveitá-las. Há ainda neste Purgatório religiosos e
religiosas tíbios, negligentes dos seus deveres, indiferentes com Jesus, e Padres que não
exerceram o seu ministério com a reverência devida à soberana Majestade e não ajudaram as
almas que lhes foram confiadas a amar o bom Deus. Eu estive neste lugar.
expiados antes de morte, ou pecados mortais perdoados, mas pelos quais não satisfizeram
das pessoas. Assim o Purgatório dos consagrados e dos que receberam mais graças é mais longo
Enfim, o Purgatório de desejo que denominamos “Átrio” e que muito poucos evitam. Para o
evitar é preciso ter desejado ardentemente o Céu e a contemplação de Deus, o que é mais raro do
que parece, porque muitas pessoas, mesmo piedosas, Lhe têm medo e não desejam o Céu com
verdadeiro ardor. Este Purgatório tem, como os outros, o seu martírio: ser privado da visão do
bom Jesus!
- Como sabe eu não tive agonia, mas posso dizer-lhe que no derradeiro e decisivo momento, o
demónio semeia toda a sua raiva à volta dos moribundos. O bom Deus, para dar mais mérito às
almas, permite estas últimas provas e combates. É frequente que as almas fortes e generosas
tenham, para adquirir um melhor lugar no Céu, no fim da vida e nos transes da morte lutas
terríveis contra o anjo das trevas (a Irmã já o testemunhou). Essas almas saem vitoriosas porque
Deus não deixa que uma alma que lhe foi devotada durante a vida, se perca nos últimos
momentos.
As pessoas que amaram a Santíssima Virgem, que a invocaram toda a vida, recebem d’Ela muitas
graças na última batalha. O mesmo acontece com quem foi devoto de S. José, S. Miguel, ou
qualquer outro santo. É sobretudo nesse momento difícil que nos sentimos felizes por ter um
Há almas que morrem tranquilas, sem experimentar nada disto. O bom Deus tem para tudo os
Seus desígnios: tudo o que permite visa o bem particular de cada um.
- Não pode perceber-se bem sem o ter experimentado. Vou no entanto, tentar explicar-lhe o
melhor possível. A alma, ao deixar o corpo, encontra-se perdida, toda imersa em Deus se assim
se pode dizer. Encontra-se numa tal claridade que num instante revê a vida inteira e apercebe-se
do que merece. É a própria alma, que vendo com tanta clareza, pronuncia a sua sentença. A alma
não vê Deus, mas está possuída pela Sua presença. Se é pecadora, como eu era, e merece por
isso o Purgatório, sente-se de tal modo esmagada pelo peso das faltas que ainda tem de apagar,
que se lança por si mesma no Purgatório. Só então se compreende o bom Deus, o Seu amor pelas
Pascal, nos seus pensamentos, remarca que certos adultos em plena atividade
cedam ao divertimento: o número das coisas urgentes que devam revolver os
distrai da pergunta essencial: Que coisa me transformarei depois da morte?
Esta constatação fazia dizer a um humorista: Aqui repousa um que não soube
porque vivia.
Purgatório e a vida
A vida é algo de sério: nela devemos preparar a nossa eternidade. Se falhamos
esta vida, não teremos exames de reparação, não poderemos recomeçar, ma
deveremos prestar conta ao lugar que teremos reservado ao amor no nosso
coração e nos nossos atos.
Purgatório e a outra vida
Se trata então de crer no além onde nos atende, no ponto de encontro entre o
tempo e o eterno, o juízo. O Purgatório, fruto da infinita Misericórdia de Deus, é
tão necessário para a salvação das almas que se não existisse seríamos
destinados à danação eterna.
Purgatório e o homem
Por isso se deve pensar que o homem para alcançar a intimidade de Deus deve
ser puro. Se esta purificação não aconteceu sobre a terra, se realizará fora do
tempo no calor do amor. Aqui a alma deverá deixar-se purificar para acolher o
abraço definitivo de Deus.
Purgatório e a morte
O Purgatório foi além disso um extraordinário recurso da civilização. A ideia que
o mal se possa resgatar com obras boas também para os próprios queridos
defuntos é genial: cancela o limite intocável da morte, reequilibra as injustiças
terrenas e da uma força positiva a todas as ações.
Purgatório e a Bíblia
A seguir poderemos compreender sobre qual fundamento bíblico se funda a
doutrina da Igreja Católica, as penas do Purgatório quais sejam e quanto
duram. Não faltam as palavras iluminantes do Santo Pai João Paulo II sobre a
purificação necessária para encontrar Deus. Existem as visões e o tratado dos
Santos reconhecidas pela Igreja e de alguns místicos. Para alguns deles se è
preferido inserir um breve raconto da vida para compreender bem a
espiritualidade deles.
Purgatório e os Santos
Santa Catarina de Genova, Maria Simma, Santa Veronica Giuliani, Freisa
Faustina Kolvaski, Santa Geltrude de Helfta, Santa Margarida Maria Alacoque e
outras nos guiam através de um mundo afascinante que nos espera no além.
Mas a primeira pergunta a responder é: podemos visitar as almas no
purgatório...