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CONTRATOS EM ESPECIAL
Universidade Autónoma de Lisboa
Ano lectivo 2005/2006
ARTIGO 874º
Noção
1
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
• Sendo um contrato translativo de direitos, a compra e
venda pressupõe a existência de uma contrapartida
pecuniária
CARACTERÍSTICAS
O contrato de compra e venda é um contrato...
1. nominado e típico
3. consensual
5. oneroso
6. sinalagmático
8. de execução instantânea
Nominado
Porque que a lei o reconhece como categoria jurídica
Típico
Porque a lei estabelece para este contrato um regime, quer no
âmbito do Direito Civil (arts. 874° e ss. CC), quer no âmbito do
Direito Comercial (arts. 463° e ss. CCom)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
3. contrato consensual
Contrato obrigacional
A compra e venda determina a constituição de duas obrigações:
5. Contrato oneroso
Contrato oneroso
Porque existe uma contrapartida pecuniária em relação à
transmissão dos bens.
6. contrato sinalagmático
Contrato siinalagmático
Uma vez que as obrigações do vendedor e do comprador
constituem-se tendo cada uma a sua causa na outra (o que
determina que permaneçam ligadas durante a fase da execução do
contrato).
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
7. Contrato normalmente comutativo, por vezes aleatório
Cumutativo
Uma vez que ambas as atribuições patrimoniais, se apresentam
como certas, não se verificando incerteza nem quanto à sua
existência (an) nem quanto ao seu conteúdo (quantum).
Contrato aleatório
Como nos casos de ...
- venda de expectativas
FORMA
• A compra e venda é um contrato essencialmente
consensual (art. 219°)
Mas,...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Assim na compra e venda de prédios urbanos e fracções
autónomas, é necessário que se faça prova perante o
notário da inscrição na matriz predial e respectiva licença de
utilização (DL 281/99, de 26 de Julho.
EFEITOS
ARTIGO 879º
Efeitos essenciais
os seguintes efeitos :
- Um efeito real
a transmissão da propriedade da coisa ou da titularidade do
direito.
e...
e...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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EFEITO REAL
É essencial à compra e venda a alienação de um direito, isto é,
uma aquisição derivada do mesmo.
Princípio da consensualidade
a propriedade é transmitida apenas com base no simples consenso
das partes, sendo o efeito real verificado nesse momento.
Princípio da causalidade
A existência de uma justa causa de aquisição é sempre
necessária para que o direito real se constitua ou transmita.
Venda real
O adquirente após a celebração do contrato adquire imediatamente
a propriedade da coisa vendida que pode imediatamente opor erga
omnes, no caso dos bens não sujeitos a registo, ficando no caso
dos bens sujeitos a registo essa oponibilidade a terceiros
dependente do cumprimento do ónus registral.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Excepções ao Pº da consensualidade (art. 408º/1 )
O art. 408º/1, deixa em aberto a possibilidade de se reconhecer
hipóteses de venda obrigatória, nos casos em que a transferência
da propriedade venha a ser temporalmente dissociada da
celebração do contrato.
Primeira situação
ocorre sempre que a lei proceda a uma separação, entre o
momento em que se verifica a conclusão do contrato e o
momento em que ocorre o fenómeno translativo.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Segunda situação
ocorre quando o fenómeno translativo não se pode verificar por um
impedimento originário, nos casos de venda de coisa alheia
(art.892° e ss.)
Pois ...
Venda obrigatória
Caracteriza-se especialmente pelo facto de o contrato de compra e
venda nunca produzir efeitos reais, apenas tendo por função a
constituição de obrigações (resultando assim a transferência da propriedade de
um segundo acto, que o vendedor se obriga a praticar, o qual produz os efeitos reais)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• Sendo o direito real um direito absoluto com eficácia erga
omnes é conveniente e útil que todos os parceiros interessados
possam conhecer a sua existência.
RISCO
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ARTIGO 796º
Risco
EFEITOS OBRIGACIONAIS
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Em relação ao objecto da obrigação de entrega
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• A obrigação de entrega pode ainda incluir, outros objectos como,
por exemplo, a embalagem necessária ao acondicionamento do
bem vendido.
Regras gerais
ARTIGO 805º
Momento da constituição em mora
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Regras quanto ao lugar do cumprimento
(caso não ocorra qualquer estipulação das partes)
- determinadas
O art. 772° determina que nos outros casos, a coisa deve ser
entregue no domicílio do vendedor.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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ARTIGO 883º
Determinação do preço
ARTIGO 885º
2. Mas, se por estipulação das partes ou por força dos usos o preço
não tiver de ser pago no momento da entrega, o pagamento será
efectuado no lugar do domicílio que o credor tiver ao tempo do
cumprimento.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• A obrigação de pagamento do preço é sujeita à prescrição
ordinária de vinte anos (art. 309º)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• As despesas relativas a actos de execução do
contrato, ficam a cargo do respectivo devedor.
Proibições de venda
Casos em que a lei veda a celebração do contrato de compra e
venda entre determinadas pessoas.
ARTIGO 876º
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ARTIGO 579º
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Venda a filhos ou a netos
ARTIGO 877º
ARTIGO 1892º
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• Nestes casos se for celebrada uma compra e
venda sem autorização judicial, esta é anulável.
ARTIGO 1893º
Actos anuláveis
ARTIGO 1894º
Confirmação dos actos pelo tribunal
- curador (art.156º)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• apesar desta proibição, se a compra e venda de bens do
menor vem a ser realizada, o negócio não é anulável, mas
nulo, apesar de sanável (art. 1939º)
4) Venda a prestações
5) Venda a retro
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Venda de bens futuros, de frutos pendentes e de
partes componentes ou integrantes de uma coisa
Esta modalidade específica de venda está prevista no art. 880º CC
e 467º/1 CCom.
- que não estão em seu poder (ex: venda dos peixes que vier a
pescar nesse dia no lago)
- A que ele não tem direito (ex: um agricultor vende os cereais que
lhe virão a ser fornecidos por outro agricultor)
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Venda de bens de existência ou titularidade incerta
ARTIGO 409º
Reserva da propriedade
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• A cláusula de reserva de propriedade pode ser
celebrada exclusivamente em relação a coisa específicas e
não consumíveis.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Risco
a partir da entrega da coisa, o risco corre por conta de quem
beneficia do direito, logo, por conta do comprador, devendo este
pagar o preço em caso de perda ou deterioração fortuita da coisa.
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Em relação ao vendedor
Em relação ao comprador
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Venda a prestações
A venda a prestações está regulada nos arts. 934º e ss.
ARTIGO 934º
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Venda a retro
Esta modalidade específica de venda está definida no art. 927º
ARTIGO 923º
Primeira modalidade de venda a contento
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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2. A proposta considera-se aceita se, entregue a coisa ao
comprador, este não se pronunciar dentro do prazo da aceitação,
nos termos do nº 1 do artigo 228º.
Venda a contento
1ª modalidade
2ª modalidade
ARTIGO 924º
Segunda modalidade de venda a contento
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1. Se as partes estiverem de acordo sobre a resolução da compra e
venda no caso de a coisa não agradar ao comprador, é aplicável ao
contrato o disposto nos artigos 432º e seguintes.
ARTIGO 925º
Venda sujeita a prova
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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3. Não sendo o resultado da prova comunicado ao vendedor antes
de expirar o prazo a que se refere o número antecedente, a
condição tem-se por verificada quando suspensiva, e por não
verificada quando resolutiva.
ARTIGO 892º
Nulidade da venda
mas ...
o vendedor não pode opor a nulidade ao comprador de boa fé,
como não pode opô-la ao vendedor de boa fé o comprador doloso.
ARTIGO 893º
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Bens alheios como bens futuros
A venda de bens alheios fica, porém, sujeita ao regime da venda de
bens futuros, se as partes os considerarem nesta qualidade.
ARTIGO 894º
Restituição do preço
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preço, ainda que os bens se hajam perdido, estejam deteriorados
ou tenham diminuído de valor por qualquer outra causa.
ARTIGO 895º
Convalidação do contrato
ARTIGO 896º
Casos em que o contrato se não convalida
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ARTIGO 897º
Obrigação de convalidação
ARTIGO 898º
Indemnização em caso de dolo
Se um dos contraentes houver procedido de boa fé e o outro
dolosamente, o primeiro tem direito a ser indemnizado, nos termos
gerais, de todos os prejuízos que não teria sofrido se o contrato
fosse válido desde o começo, ou não houvesse sido celebrado,
conforme venha ou não a ser sanada a nulidade.
ARTIGO 899º
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Indemnização, não havendo dolo nem culpa
O vendedor é obrigado a indemnizar o comprador de boa fé, ainda
que tenha agido sem dolo nem culpa; mas, neste caso, a
indemnização compreende apenas os danos emergentes que não
resultem de despesas voluptuárias.
ARTIGO 900º
Indemnização pela não convalidação da venda
ARTIGO 901º
Garantia do pagamento de benfeitorias
ARTIGO 902º
Nulidade parcial do contrato
ARTIGO 903º
Disposições supletivas
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2. A declaração contratual de que o vendedor não garante a sua
legitimidade ou não responde pela evicção envolve derrogação de
todas as disposições legais a que o número anterior se refere, com
excepção do preceituado no artigo 894º.
ARTIGO 904º
Âmbito desta secção
ARTIGO 905º
Anulabilidade por erro ou dolo
Anulabilidade
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• O contrato é anulável por erro ou dolo, desde que se
verifiquem no caso concreto os requisitos legais de
anulabilidade.
ARTIGO 906º
Convalescença do contrato
Indemnização
ARTIGO 908º
Indemnização em caso de dolo
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Em caso de dolo, o vendedor, anulado o contrato, deve indemnizar
o comprador do prejuízo que este não sofreria se a compra e venda
não tivesse sido celebrada.
ARTIGO 909º
Indemnização em caso de simples erro
ARTIGO 910º
Não cumprimento da obrigação de fazer convalescer o contrato
ARTIGO 912º
Disposições supletivas
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não ser que o vendedor tenha procedido com dolo e as
cláusulas contrárias àquelas normas visem a beneficiá-lo.
situação de ...
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ou de ...
ARTIGO 913º
Remissão
Em caso de erro
Exige-se a essencialidade e a cognoscibilidade dessa
essencialidade do erro para o declaratário (arts. 251° e 247°)
Em caso de dolo
Basta que o dolo tenha sido determinante da vontade do declarante
(art. 254°/1), salvo se provier de terceiro, caso em que se exige
igualmente que o destinatário conhecesse ou devesse conhecer a
situação (art. 254°/2)
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ARTIGO 914º
Reparação ou substituição da coisa
Indemnização
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ARTIGO 915º
Indemnização em caso de simples erro
A indemnização prevista no artigo 909º também não é devida, se o
vendedor se encontrava nas condições a que se refere a parte final
do artigo anterior.
Redução do preço
ARTIGO 916º
Denúncia do defeito
ARTIGO 917º
Caducidade da acção
A acção de anulação por simples erro caduca, findo qualquer dos prazos fixados
no artigo anterior sem o comprador ter feito a denúncia, ou decorridos sobre
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esta seis meses, sem prejuízo, neste último caso, do disposto no nº 2 do artigo
287º.
ARTIGO 918º
Defeito superveniente
Se a coisa, depois de vendida e antes de entregue, se deteriorar, adquirindo
vícios ou perdendo qualidades, ou a venda respeitar a coisa futura ou a coisa
indeterminada de certo género, são aplicáveis as regras relativas ao não
cumprimento das obrigações.
ARTIGO 921º
Garantia de bom funcionamento
ARTIGO 940º
Noção
1. Doação
é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à
custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de
um direito, ou assume uma obrigação, em benefício do outro
contraente.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• Regra geral a doação tem carácter contratual, pois é
indispensável a expressão da aceitação do donatário.
Elementos constitutivos
Espírito de liberalidade
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CARACTERÍSTICAS
É um contrato ...
- gratuito
- não sinalagmático
Nominado e típico
Primordialmente formal
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não associa a constituição do contrato à entrega
imediata da coisa, admitindo assim a sua vigência antes da
coisa ser entregue (art. 954º/b)
Contrato gratuito
Objecto
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ARTIGO 942º
Objecto da doação
ARTIGO 943º
Prestações periódicas
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ARTIGO 947º
Forma da doação
A formação do contrato
A proposta
ARTIGO 945º
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Aceitação da doação
ARTIGO 948º
Capacidade activa
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1. Têm capacidade para fazer doações todos os que podem
contratar e dispor dos seus bens.
ARTIGO 950º
Capacidade passiva
ARTIGO 951º
Aceitação por parte de incapazes
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A doação pura a incapaz é um negócio jurídico
unilateral, produzindo todos os seus efeitos, incluindo a
transmissão da propriedade para o donatário, com base
apenas na declaração negocial do doador.
ARTIGO 949º
Carácter pessoal da doação
contrato-promessa de doação
Efeitos
51
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ARTIGO 954º
Efeitos essenciais
- um de natureza obrigacional
para o doador a obrigação de entrega da coisa;
Doação real
52
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ARTIGO 955º
Entrega da coisa
doação obrigacional
ARTIGO 958º
Reserva de usufruto
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reserva do direito de dispor de coisa determinada ou de certa
quantia sobre os bens doados (art. 959º)
ARTIGO 959º
Reserva do direito de dispor de coisa determinada
ARTIGO 960º
Cláusula de reversão
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disposição pela qual o testador impõe ao herdeiro
instituído o encargo de conservar a herança, para que ela
reverta por sua morte a favor de outrém
excepção 967º
ARTIGO 963º
Cláusulas modais
ARTIGO 964º
Pagamento de dívidas
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ARTIGO 965º
Cumprimento dos encargos
ARTIGO 966º
Resolução da doação
ARTIGO 967º
Condições ou encargos impossíveis ou ilícitos
ARTIGO 968º
Confirmação das doações nulas
Proibições de doação
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doações ente casados – 1761º a 1766º
ARTIGO 956º
Doação de bens alheios
ARTIGO 969º
Revogação da proposta de doação
ARTIGO 970º
Revogação da doação
ARTIGO 974º
Casos de ingratidão
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ARTIGO 975º
Exclusão da revogação
b) Sendo remuneratória;
ARTIGO 976º
Prazo e legitimidade para a acção
1. A acção de revogação por ingratidão não pode ser proposta, nem depois da
morte do donatário, nem pelos herdeiros do doador, salvo o caso previsto no nº
3 e caduca ao cabo de um ano, contado desde o facto que lhe deu causa ou
desde que o doador teve conhecimento desse facto.
ARTIGO 977º
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Inadmissibilidade de renúncia antecipada
EFEITOS DA REVOGAÇÃO
ARTIGO 978º
Efeitos da revogação
ARTIGO 979º
Efeitos em relação a terceiros
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CASOS PRÀTICOS
I)
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Desta forma, a doação é nula de acordo com o previsto no
art. 942.º do Código Civil, que indica que a doação não
pode abranger bens futuros.
Nuno não poderia fazer qualquer exigência na presente
relação com Miguel.
II)
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unilateralmente o contrato assentado na ingratidão do
contrato, e não por motivos de ordem moral ou social:
O Código Civil remete para os arts. 2034.º e 2166.º nos
casos de ingratidão.
O art. 974.º do Código Civil remete-nos para as regras do
Direito Sucessório. Excluindo estas situações não poder
haver lugar a ingratidão.
No caso concreto, cabe ainda salientar que estamos
perante uma doação remuneratória, uma vez que Paulo
queria compensar Rui pelo serviço prestado enquanto este
se encontrava ausente. Assim, mesmo que se tratasse de
um caso de ingratidão, as doações remuneratórias jamais
podem ser revogadas cfr. artº 975º/b, nem mesmo nos
termos previstos nos arts. 2034.º e 2166.º do Código Civil,
já anteriormente mencionados.
O contrato existe, está celebrado, houve aceitação (ainda
que tácita) e houve tradição da coisa, não há ingratidão
jurídica e, mesmo no caso de haver ingratidão, não poderia
haver lugar a revogação por se tratar de um contrato de
doação remuneratório, tal como acima já foi citado.
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Instrumento
Objecto
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• A sociedade pode ser gerida por todos os sócios, por um
dos sócios ou por terceiros que não sócios.
Organização
• não formal
A personalidade jurídica
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• em lado nenhum a lei diz que tem personalidade
jurídica. Mas tem efectivamente personalidade jurídica porque
sendo composta por vários sócios ela vai tornar-se
independente dos sócios. Ela passa a ser o centro jurídico de
relações autónomas. Mesmo entre os sócios e a sociedade
estabelece-se uma separação jurídica. Quando se celebram
negócios jurídicos é com a sociedade e não com os sócios.
Todo o regime é de como se tivesse, e tem, personalidade
jurídica
A capacidade de gozo
A capacidade de exercício
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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O modelo de administração disjunta
o sócio de industria,
é aquele que entra com o trabalho e não entra com capital;
o sócio de capital
é aquele que entra com o capital. Em função da entrada é atribuído
uma participação na sociedade. Em regra a participação nos lucros
depende da participação na entrada. No entanto as normas são
supletivas e podem ser afastadas.
direito de fiscalização
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António Filipe Garcez José
que se traduz no …
há três entendimentos:
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A representação – 996º
No contrato de sociedade há uma associação entre a
representação e a administração (996 – 985º)
CASOS PRÁTICOS
Ex.: A, B e C são administradores.
Em 24/4 C é destituído.
Em 25/4 C celebra um contrato em nome da
sociedade.
O terceiro desconhece a sua destituição e celebra o
contrato convencido que C era realmente
administrador.
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Paulo, credor da sociedade Amigos unidos, sendo o
seu crédito proveniente de bens fornecidos à
sociedade em DEZ/2000 e no valor de 25.000€ vem
exigir o pagamento a Vítor e Zulmira, sócios da
sociedade devedora
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tem na sociedade, mas isto não é da sociedade, mas sim do
sócio.
COMODATO
Encontra-se regulado nos arts. 1129° e ss.
ARTIGO 1129º
Noção
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Características
As características qualificativas do contrato de comodato são:
Características
O comodato é um contrato real quoad constitutionem
mediante qual uma das partes entrega à outra certa coisa,
móvel ou imóvel, para que se sirva dela, com a obrigação de a
restituir- art. 1129º
Objecto
Podem ser objecto do comodato tanto as coisas móveis como as
imóveis.
Objecto do comodato
Conforme ao art. 1129º podem ser objecto de comodato
tanto as coisas móveis como imóveis. Porém, as coisas
móveis não podem corresponder a coisas consumíveis.
Obrigações do comodante
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(1138º, nº 1 e 2 /1273º/1275º)
Obrigações do comodatário
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1192º em que está vedado ao comodatário recusar a
restituição ao comodante com o fundamento de que este não
é proprietário da coisa, nem tem sobre ela outro direito.
Extinção do contrato:
O contrato de comodato pode extinguir-se por...
- caducidade,
- denúncia ou ...
- resolução
Caso prático
Vasco empresta a Xavier a sua caso no Algarve para
este passar férias durante o mês de Agosto
juntamente com a sua família.
Empresta-lhe ainda o seu automóvel para ele poder
passear durante as férias.
Durante as férias Xavier decide participar num rali
com o automóvel obtendo o primeiro lugar,
ganhando um prémio no valor de 1.000€.
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Numa das noites Xavier resolva transformar a casa
numa discoteca dando uma festa para 50 pessoas.
No dia seguinte sem que Xavier consiga explicar as
causas as paredes encontram-se riscadas e o chão
manchado.
Nessa mesma noite, inesperadamente, ocorreu um
violento temporal que arrastou um contentor do lixo
que foi embater no carro de Vasco que se encontrava
estacionado na rua tendo amolgado a parte da
frente.
Ao tomar conhecimento deste facto por terceiro,
Vasco decide dirigir-se ao Algarve e aproveitando o
facto de Xavier se encontrar na praia mudou a
fechadura da casa.
Vem agora a exigir-lhe que lhe sejam pagos os danos
do veículo, da casa e ainda que lhe seja entregue o
prémio recebido no rali.
Xavier pede uma indemnização a Vasco por este não
lhe ter deixado usar a casa durante todo o mês. Quid
iuris.
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- quando o comodatário se tenha responsabilizado
por isso;
- quando no momento da celebração do contrato
haja uma avaliação dos bens comodatados.
Quanto ao prémio:
Fruto é o que a coisa tenha capacidade de produzir
periodicamente. Os frutos advêm da própria coisa. Se o
comodatário tiver participado decididamente na obtenção
do fruto, não é fruto.
Aqui não há fruto porque foi resultado da perícia do
comodatário. Ao participar na corrida o comodatário está a
utilizar o carro para fim diverso. Desta forma o comodante
terá direito a uma indemnização se provar que há prejuízos.
Quanto à mudança da fechadura:
A forma de celebração do comodato é consensual.
A resolução também pode ser consensual. As forma pode
ser de qualquer forma, porque não exige forma. Quanto à
mudança da fechadura: - podia invocar acção directa
porque não conseguiu contactar o comodatário. Podia
invocar que foi o único modo que ele encontrou para
resolver o contrato.
O comodante pode resolver o contrato porque não tem de
suportar os prejuízos. O contrato é sempre feito tendo em
conta o comodante (pois se ele é gratuito não é lógico que
seja a favor do comodatário) (ex.: ele tinha oferta para
venda. Mesmo que o comodatário cumprisse todas as
cláusulas do contrato, ele tinha fundamento para a
resolução porque se não vendesse tinha prejuízo, e isso não
pode acontecer.)
Se entendermos que esta forma não é a adequada à
resolução do contrato o comodante é obrigado a indemnizar
o comodatário, nos termos da restituição da posse.
MÚTUO
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O mútuo encontra-se previsto nos arts. 1142° e ss.
ARTIGO 1142º
Noção
Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes empresta à outra
dinheiro ou outra coisa fungível, ficando a segunda obrigada a
restituir outro tanto do mesmo género e qualidade.
Características
Características qualificativas do contrato de mútuo :
Objecto
O mútuo tem por objecto dinheiro ou outra coisa fungível;
Efeitos
O mútuo tem em primeiro lugar um efeito real (art. 1144°) e um
efeito obrigacional (1142°)
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Direitos do comodatário:
- art.º 1132º - só tem direito ao uso e não aos frutos, salvo
convenção em contrário.
O mútuo é:
- juridicamente é um contrato de transmissão de bens
- economicamente é um contrato de gozo de bens alheios
- é um contrato real quoad constitutionem, porque sem a
entrega não há contrato
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Sendo contrato real quoad constitutionem não é sinalagmático
porque só há obrigação para uma das partes, porque a entrega do
dinheiro é condição para a existência do próprio contrato e não uma
obrigação do contrato.
EMPRÉSTIMO:
- comodato
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- mutuo
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-
4 - Quanto à forma:
- o comodato é sempre consensual independentemente
do tipo, natureza e valor do bem. Como não opera a
transferencia de propriedade é consensual.
- O mutuo depende do montante envolvido. – até 2.000€ é
consensual; a partir de 2.000€ é formal, porque tem de ser por
documento escrito; a partir de 20.000€ tem de ser por
escritura pública – art.º 1143º C.C.. O vicio da forma implica a
nulidade do contrato, o que faz com que não haja juros,
embora tenha de ser restituído o dinheiro - art.º 289º. Quando
o mutuante é uma entidade bancária ele assume forma
diversa.
5 -Quanto ao risco:
- no mutuo o risco corre por conta do mutuário – 1144º -
796º C.C.
- no comodato o risco corre por conta do comodante.
Casos práticos
I)
Vasco empresta a Xavier a sua caso no Algarve para
este passar férias durante o mês de Agosto
juntamente com a sua família.
Empresta-lhe ainda o seu automóvel para ele poder
passear durante as férias.
Durante as férias Xavier decide participar num rali
com o automóvel obtendo o primeiro lugar,
ganhando um prémio no valor de 1.000€.
Numa das noites Xavier resolva transformar a casa
numa discoteca dando uma festa para 50 pessoas.
No dia seguinte sem que Xavier consiga explicar as
causas as paredes encontram-se riscadas e o chão
manchado.
Nessa mesma noite, inesperadamente, ocorreu um
violento temporal que arrastou um contentor do lixo
que foi embater no carro de Vasco que se encontrava
estacionado na rua tendo amolgado a parte da
frente.
Ao tomar conhecimento deste facto por terceiro,
Vasco decide dirigir-se ao Algarve e aproveitando o
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facto de Xavier se encontrar na praia mudou a
fechadura da casa.
Vem agora a exigir-lhe que lhe sejam pagos os danos
do veículo, da casa e ainda que lhe seja entregue o
prémio recebido no rali.
Xavier pede uma indemnização a Vasco por este não
lhe ter deixado usar a casa durante todo o mês. Quid
iuris.
Relativamente ao veículo:
O risco é suportado pelo comodante porque a propriedade
não se transferiu. Transfere-se o risco se o comodante
provar que o comodatário agiu negligentemente – art.º
1136º C.C..
Relativamente à casa:
O art.º 1135º impõe várias obrigações para o comodatário.
Ele utilizou a coisa par fim diverso. No contrato definiu-se
que a coisa se destinava a férias. A nossa lei aplica sanções
quando o comodatário viole as obrigações do contrato.
Desta forma há a inversão da responsabilidade e do ónus
da prova. Aqui, sim, o comodatário poderá invocar a
relevância negativa da causa virtual, o que neste caso não
colhe. É uma excepção para as penalizações do
comodatário pela utilização diversa do estipulado no
contrato.
Situações de inversão da responsabilidade da coisa: (são 3)
- quando aplique fim diverso ao estipulado;
- quando o comodatário se tenha responsabilizado
por isso;
- quando no momento da celebração do contrato
haja uma avaliação dos bens comodatados.
Quanto ao prémio:
Fruto é o que a coisa tenha capacidade de produzir
periodicamente. Os frutos advêm da própria coisa. Se o
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comodatário tiver participado decididamente na obtenção
do fruto, não é fruto.
Aqui não há fruto porque foi resultado da perícia do
comodatário. Ao participar na corrida o comodatário está a
utilizar o carro para fim diverso. Desta forma o comodante
terá direito a uma indemnização se provar que há prejuízos.
II)
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2. Natália após sair de casa de Manuel é
assaltada sendo desapossada do dinheiro. Como
não chegou a empregá-lo no fim a que se
destinava entende nada ter a pagar.
3. no fim do ano Manuel recusa-se a entregar
a Natália os restantes 7.500€. Natália pretende
saber como pode reagir. Quid iuris.
Estamos perante um contrato de mutuo oneroso.
Os juros aplicados não são usurários porque os juros legais
são de 7% onde acrescem 5%. O que não havendo garantia
real, não ultrapassa os 12%, logo não são usurários.
É um contrato que foi celebrado por escrito, logo é válido
nos termos do art.º 1143º C.C.
1. o mutuante pode resolver o contrato – art.º
1150º. Quais as consequências práticas da resolução?
São as mesmas da nulidade. Cada um restitui o que
adquiriu. Mas aqui aplica-se o art.º 434º. O mutuário
devolve a quantia mutuada mas o mutuante não tem
de restituir as prestações já vencidas porque a
mutuária até ali usou o dinheiro e disso tirou proveito
pelo que deve juros.
2. o art.º 1144º estipula que as coisas mutuadas
tornam-se propriedade do mutuário. Transferindo-se a
propriedade transfere-se o risco. – art.º 796º C.C.
3. o contrato de mutuo para além de ser quoad
effectum é também quoad constitutionem porque a
traditio é um acto de constituição do contrato (é
condição). Só há mutuo com a entrega. Aqui estão
dois contrato: - um de mutuo, quando entrega parte
do dinheiro; o outro não é mutuo porque não há
entrega. Se não é mutuo o que é?
Aqui surgem teorias diferentes:
Antunes varela: - se não é mutuo é promessa de mutuo.
Menezes Cordeiro: - não é promessa porque no contrato
promessa promete celebrar o contrato. Aqui ele não
promete emprestar, diz que empresta. Assim será um
mutuo consensual. É um mutuo atípico. Não se rege
pelas regras do contrato mutuo, mas por outras.
Para ser mutuo tem de haver entrega do bem. No
contrato de mutuo não nasce a obrigação de entrega do
bem. Tem de entregar logo. Se não entregar logo não é
mutuo.
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O contrato de mutuo neste caso é idêntico ao do
comodato. São ambos quoad effectum porque ambos só
se celebram com a entrega do bem.
Para quem considerar que é um contrato promessa
aplica as regras da promessa.
Para quem considerar que é um contrato atípico tem de
ir-se ás regras gerais do contrato.
MANDATO
O contrato de mandato está regulado no art. 1157° e ss.
ARTIGO 1157º
Noção
Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar
um ou mais actos jurídicos por conta da outra.
Elementos essenciais
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Características qualificativas
1) Contrato nominado e típico
2) Contrato primordialmente não formal
3) Contrato que tanto pode ser gratuito como oneroso
4) Contrato sinalagmático (oneroso) ou sinalagmático
imperfeito (gratuito)
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Forma do contrato
• O mandato é em principio um contrato consensual, dado
que a lei não exige forma especial.
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• No mandato com representação, a procuração
associada a esse contrato, terá de obedecer à forma especial
para que o negócio possa ser celebrado validamente.
Mandato especial
Aquele que abranja certos e determinados negócios.
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2) Obrigação de pagar a retribuição devida e fazer
provisão por conta dela, consoante os usos.
ARTIGO 1167º
Enumeração
O mandante é obrigado:
ARTIGO 1168º
Suspensão da execução do mandato
Direitos do mandatário
• Direito ao reembolso de despesas
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• Pagamento da retribuição estipulada, no mandato
oneroso
Obrigações do mandatário
1) Obrigação de executar o mandato com respeito
pelas instruções recebidas
ARTIGO 1161º
Obrigações do mandatário
O mandatário é obrigado:
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d) A prestar contas, findo o mandato ou quando o mandante as
exigir;
ARTIGO 1162º
Inexecução do mandato ou a inobservância das instruções
ARTIGO 1163º
Aprovação tácita da execução ou inexecução do mandato
ARTIGO 1164º
Juros devidos pelo mandatário
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• O regime da substituição e utilização de auxiliares pelo
mandatário resulta integralmente de uma remissão para oo
regime da procuração (art.264°)
Substituição do mandatário
Quando o mandatário encarrega outro mandatário de praticar os
mesmos actos jurídicos de que foi encarregado pelo mandante,
havendo assim um subcontrato de mandato, ou seja, um
submandato.
Utilização de auxiliares
Não implica que estes pratiquem os actos jurídicos de que o
mandatário foi encarregado.
• O mandatário só pode fazer-se substituir por outrém se
o mandante o permitir, ou se essa faculdade resultar do
conteúdo do mandato, ou da relação que o determina
ARTIGO 1165º
Substituto e auxiliares do mandatário
ARTIGO 1166º
Pluralidade de mandatários
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Características do mandato:
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- É um contrato de natureza revogável. É livremente
revogável.
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sucede no mandato com representação (arts. 1178º e ss),
naturalmente que terá que ser adoptada forma especial para
que o negócio possa ser celebrado validamente (mesmo
nestes casos, porém, é a procuração e não o mandato que
tem que obedecer à forma especial).
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- Esta obrigação restringe-se naturalmente aos casos em
que existam créditos e débitos recíprocos das partes surgidos
no âmbito da relação de mandato, não se confundindo por
isso com as obrigações de informação e comunicação acima
referidas (art. 1161º/1/d)).
-
obrigações acessórias de custódia de objectos
que lhe sejam entregues aos quais se aplica o regime do depósito.
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Direitos do mandatário:
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- São dois negócios jurídicos num contrato comum
em que cada um deles só faz sentido se o outro se mantiver,
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- Os actos que pratica, os seus efeitos repercutem-se na
sua esfera jurídica e não na do mandante.
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- A efectiva aquisição pelo mandante depende de um
novo negócio de transmissão o qual o mandatário é obrigado
a celebrar.
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convalidar o negócio, comprando o bem a A para o
entregar a C.
CASOS PRÀTICOS
I)
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O mandatário é obrigado a celebrar esta obrigação.
Esta obrigação é assumida aquando da celebração do
mandato. Assumiu duas obrigações: 1ª - cumprir o
mandato; 2ª - se cumprir o mandato transmitir os bens
para o mandante. O que está presente no mandato é
uma dupla obrigação. - A obrigação de cumprir o
mandato; - O que está inerente é o de alienação
especifica do mandatário para o mandante (é uma
promessa de alienação). Se o mandatário não cumprir
esse negócio o mandante pode invocar acção de
incumprimento do contrato. Pode também recorrer á
execução especifica – 830º C.C... É inerente no
mandato uma promessa de venda especifica ao
mandante. O tribunal declara uma alienação
específica. Mas para aplicar o art.º 830º C.C., para
além desta fundamentação, requer ainda a presença
de verdadeiros requisitos formais (o contrato
promessa validamente formado. Tem subjacente as
regras do art.º 41º C.C.). Para se recorrer às regras da
execução específica é necessário que as regras do
art.º 410º/1 e 2 estejam respeitadas (as do 410º/3 não
fará sentido). A forma do art.º 410ª é só necessário
para se recorrer ao art.º 830º. A analogia do art.º 410º
com o mandato sem representação é de que o
mandatário assumiu a promessa de vender,
adquirindo o bem, ao mandante. Não se podendo
recorrer à execução especifica do art.º 830º recorre-se
à acção de incumprimento do contrato.
2. É um contrato oneroso.
É oneroso quando: as partes o estipulem; o
mandatário faça disso a sua profissão.
O mandante tem de pagar – art.º 1168º/f).
O mandatário tem direito de retenção nos termos do
art.º 755º/c).
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bens estaríamos a prejudicar o mandante. Os bens
nesta fase estão na situação de impenhorabilidade
transitória ou temporária. O credor do mandatário
pode penhorar os bens que tenha para alienar? Temos
de ver as condições do mandato porque o art.º 1184º
e 1181º referem-se a mandatos para adquirir.
Há duas posições doutrinárias para resolver esta
situação porque a lei é omissa.
- Teoria de Antunes Varela: - nos casos de
mandato para alienar quando o mandatário vende o
bem a terceiro não refere a existência do mandato.
Aqui vigora a projecção imediata, já se não verificando
a tese da dupla transferência.
Mas assim não cairíamos numa situação de venda de
bens alheios? – 892º C.C.. Não porque para ser vender
bens alheios o sujeito não vende o bem que é seu e
também não tem legitimidade para a venda.
Criticas: - se assim é não há a distinção entre o
mandato com e sem representação. No caso de venda
de imóveis para a escritura, não havendo procuração
(mandato sem representação) não poderá o
mandatário ir à escritura.
- A tese tem de ser a da dupla transferência
mas com forma especial: - o bem passa para esfera
jurídica do mandatário se e quando ele vender ao
terceiro. A transmissão do mandante para o
mandatário fica sob condição. Só adquiriu o bem se o
vende a terceiro. O bem entra e sai simultaneamente.
A dupla transferência actua em simultâneo. Se o
mandatário não vender o bem o bem não chega a
entrar na esfera jurídica do mandatário.
- Então o credor pode executar os bens que o
mandatário tem para alienar? Não porque o bem só
entra na esfera jurídica do mandatário quando este o
vende. Se o comprar ao mandante para depois os
vende fica sem justificação para se poder esquivar aos
credores. Assim não estávamos na presença do
mandato.
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- o terceiro só tem crédito perante o mandatário
- o mandatário nunca poderá dizer ao terceiro que
não tem nada a ver com isso porque ele esteve a
exercer o mandato sem representação.
- Os créditos que nasçam do mandato, o mandante
pode substituir-se ao mandatário. É uma verdadeira
sub-rogação directa.
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• Qualificada como um contrato comercial porque é
estabelecido com base numa organização estável (art. 236 C.
Comercial).
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- Sinalagmático
- Oneroso
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- preço global;
- por unidade de construção;
- por tempo de trabalho;
- por percentagem..
Direitos do empreiteiro:
• Receber o preço
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possibilitam o direito de retenção. Trata-se de uma
interpretação extensiva do art. 754º C.C..
Deveres do empreiteiro:
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pelo dono da obra à medida que vão sendo incorporados no
solo (art. 1212°/2)
Vicissitudes da empreitada:
A subempreitada – 1213º CC
Trata-se de um subcontrato semelhante ao previsto no art. 264º
(substituição do procurador)
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que esta passe para a sua esfera jurídica o que também faz
com que o dono da obra entre na relação jurídica com o
subempreiteiro.
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- Se em consequência das alterações o preço for elevado
em mais de 20%, o empreiteiro pode denunciar o contrato e
exigir uma indemnização equitativa.
-
Defeitos da obra e responsabilidade do empreiteiro
depois da obra feita – art. 1218º e ss.
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Casos Práticos
Resolução
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- obras novas.
Obras novas
são obras com autonomia relativamente à obra contratada.
Alteração
Uma obra que não tenha autonomia tem de ser considerada como
alteração
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porém ...
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Assim ...
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• O dono da obra pode denunciar os defeitos nos termos
do art. 1220º/1.
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A melhor forma é celebrar dois contratos: um de empreitada e outro
de promessa de venda do solo.
O contrato de empreitada não é um contrato real porque quando se
celebra o contrato ainda não há nada.
A propriedade da obra determina-se pela propriedade do solo.
Mesmo que não seja o dono da obra a fornecer os materiais ele vai
adquirindo a propriedade sobre eles à medida que vão sendo
aplicados na obra.
II)
A vende a B, pelo preço de 30.000 contos uma casa em ruínas
da qual era comproprietário juntamente com os seus três
irmãos.
B com o intuito de recuperar a moradia para a tornar habitável
celebrou com C, construtor civil, um contrato para reparação
do imóvel.
Acordaram que o preço da obra seria 20.000c e que os
materiais necessários para a sua execução seriam fornecidos
por B.
Após ter iniciado a obra e com a sua execução a meio ocorreu
um violento terramoto que provocou um desmoronamento
total da mesma. C informou B do sucedido e pretende que este
lhe forneça novos materiais lhe pague o trabalho já realizado
para que ele possa continuar a executar a obra. B exige que C
conclua a obra mas não lhe fornece mais materiais.
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António Filipe Garcez José
É um posição doutrinária de Pedro Martinez. Resulta do art.º 1227º
que o empreiteiro tem direito ao trabalho que já realizou. O art.º
1228º na diz. Portanto o empreiteiro tem de suportar o risco do
trabalho. O dono da obra é obrigado a fornecer os materiais, porque
foi isso o estipulado no contrato. Se o dono da obra não fornecer os
materiais não é uma impossibilidade absoluta do art.º 1227º. Se ele
não fornecer os materiais o empreiteiro não pode cumprir o
contrato. O empreiteiro invoca a excepção do art.º 801º e não
cumpre por culpa do dono da obra.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Regra geral o dono da obra tem 30 dias para denunciar os defeitos
– 1220º. Nestes casos do art.º 1225º tem um ano para denunciar os
defeitos. É uma excepção à regra geral do art.º 1220º.
RESPOSTA:
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Estamos na presença de um contrato de mandato. É um mandato
sem representação porque o mandatário compra em seu próprio
nome. O mandatário é obrigado a transmitir para o mandante o que
adquiriu – 1161º. Quando o mandatário celebrou o contrato assumiu
duas obrigações: - cumprir o mandato; - quando cumprir o mandato
transferir o bem para o mandante. Por aqui podemos recorrer à
execução específica e com ela obter a declaração judicial que
substitua a vontade do mandatário. Para se recorrer à execução
especifica é necessário que o mandato tenha sido revestido da
forma do contrato promessa, nos termos do art.º 410º/1 e 2. Se
assim não for não pode recorrer-se à execução especifica mas sim
às outras – acção de incumprimento – art.º 817º
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