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Ao Sr.

Julião Marcolino

Prezado Senhor,

Tua carta tocou profundamente minha sensibilidade. Sinto não está em


condição de escrever-te de próprio punho, mas esta carta, ditada e assinada
por mim, representa a expressão mais sincera de agradecimento.
Aceito o que me fizestes e apenas posso pagar-te pedindo ao bom Deus,
de quem tanto me distanciei em fases tormentosas de minha existência, que o
recompense.
Creias que estou contentíssima por ver-te em tão boas disposições para
comigo. Assim estarei certa de que já esqueceu as mágoas que meu destino
ingrato te proporcionou em dias mais amargos de minha vida.
A tragédia que te comoveu, a tragédia que me fez perder meu filho, teve o
dom de trazer para mim, pela primeira vez a simpatia dos outros. E isso me
torna feliz e enrijece minha determinação de trilhar outros caminhos, pelos
quais possa sentir-me útil a mim mesma e à coletividade.
Aceitas a gratidão e simpatia de
Aretusa Ferreira

(Texto extraído do livro Caminhos de lama de Antônio Lopes Lins)

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