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CONTABILIDADE GERAL

PROFESSORA: Elizabete Pitol

APOSTILA 2011
INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE

Com a evolução industrial, o advento da escrita, o crescente número de negócios da


agriculta e pastoreio o homem passou a cumular riquezas e divisas, diante do fato foi necessário
controlar quantidade de produtos como o gado, ovelhas, os peixes, os artesanatos, e tudo aquilo
que se produzia. Como não havia moeda utilizava-se da troca de produtos, no entanto, como fazer
diante da troca de uma vaca por uma galinha? Havia disparidades de produtos quanto ao seu valor
e dimensão, então, iniciou-se a utilização de medidas e pesos
Na atualidade, com o mundo da globalização, das importações, exportações, comércio
internacional, distribuição em larga escala, produção diversas e conhecimentos acirrados, a
contabilidade tornou-se uma ferramenta de competição e sobrevivência de mercados inteiros e de
empresas inovadoras.
Dessa forma a contabilidade vem para auxiliar, pois muitas são as formas em que as
empresas, seus sócios e administradores podem ser condenados por leis comerciais, civis e penais
pelo fato de não manter em ordem sua Contabilidade.
Seja pelo motivo de não levar a sério a documentação relativa à transação operacional,
fazer negócios fora do objeto social, misturar ou confundir bens particulares do sócio e da
empresa, cometer desvios, ou até mesmo, efetuar contratação de um profissional despreparado.
A Contabilidade é a alma da empresa, nela ficam registrados todos os atos e fatos, e é um
instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões(IUDICIBUS,
MARION, FARIAS, 2009).

HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Segundo IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009), A história da contabilidade é tão


antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da
necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o
objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A
organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a
vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua
riqueza individual.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como
herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se
patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem
sido herdados.
Os primeiros sinais objetivos da existência da contabilidade, segundo alguns
pesquisadores, foram observados por volta do ano 3.000 a.C, na civilização Sumério-Babilonense
e coincidiu com a invenção da escrita.
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há
indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era
exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A atividade de troca e venda (escambo) dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de
bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de
impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio
contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C. À medida que o
homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam
render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil
memorização quando já em maior volume, requerendo registros.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras,
vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como
prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever)
no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina.
As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa
classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e
diversões.
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por
governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.
IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) resumem a evolução da ciência contábil da
seguinte forma:
 CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o livro Liber Abaci(livro do ábaco), da
autoria Leonardo Pisano, conhecido de Fibonaci(cabeça dura).
 CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã
até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas
Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e
do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
 CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com
o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da
autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da
Contabilidade.
 CONTABILIDADE DO MUNDO CONTEMPORÂNEO OU CIENTÍFICO - período
que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Neste período, surgiram muitas escolas que
identificavam várias visões para a contabilidade. Essas escolas demonstravam cada uma, a sua
visão para a contabilidade.

PERÍODO ANTIGO

IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) ressaltam que a contabilidade empírica,


praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o Patrimônio, representado pelos rebanhos e
outros bens nos seus aspectos quantitativos.
Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como
este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus
registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.
IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) relatam que o inventário exercia um importante
papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados
segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento
de itens da mesma espécie.
As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o
homem registrava os seus primeiros desenhos e gravações.
Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja
existência se queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes.
Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários
séculos,o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.
O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de
Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou
tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização, agrupando-se vários
períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual.
Segundo IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009), Já se estabelecia o confronto entre
variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência.
Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa.
Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus
registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo.
SÁ (2009) relata que a escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os
escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a
contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado.
Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles
administrativos e financeiros.
As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com
a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse,
sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.

NA BÍBLIA
Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus
relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os
registros de valores a receber dos devedores.
No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se
tinha! (Gênesis 41.49).
Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente
inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um
novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.
Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-
17.
Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o
que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).
Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada
(Mateus 18.23-27).
Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.

PERÍODO MEDIEVAL

Conforme IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) na Itália, em 1202, foi publicado o


livro "Liber Abaci" , de Leonardo Pisano, que estudavam-se, na época, técnicas matemáticas,
pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e
financeiros.
Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram,
foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da
Contabilidade, denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de
vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como
Marco Pólo e outros.
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de
mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos,
surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de
recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o
crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das
necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de
produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de
trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais
complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e
fortalecendo a sociedade burguesa.
No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o
valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.
O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar
em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais
analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.
No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e
industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros
sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o
beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que
representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de
hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada
e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que
fossem transferidos ao exercício industrial.
PERÍODO MODERNO

O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes
que ocorreram neste período:
 Em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos
emigrassem, principalmente para Itália;
 Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme
potencial de riquezas para alguns países europeus;
 Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram
para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras
riquezas que o Novo Mundo representava.
Conforme IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) a introdução da técnica contábil nos
negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a
empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas
especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem
úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que
viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

FREI LUCA PACIOLI

Segundo Conforme IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) , Escreveu "Tratactus de


Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando
que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e
negativos.
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras,
destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em
Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas
Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava
inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a
autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre
contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na
época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e
documentos, etc.
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:
"Per " , mediante o qual se reconhece o devedor;
"A " , pelo qual se reconhece o credor.
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até
hoje.
A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana,
no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só
sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser
escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na
Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais
interpostos do comércio mundial.
Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo
qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente
qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a
intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que
consagraram numerosas falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das
perdas e lucros entre credores e devedores.
SÁ (1997) afirma que a influência da matemática, o fato de a escrita contábil estar atada ao
cálculo desde seus primeiros tempos e ter-se intensificado seu ensino nas escolas de matemática,
tudo isto nos fez aceitar a força da mente lógica como geradora do processo das Partidas Duplas.
O hábito das equações, o valor das matemáticas associadas à contabilidade, pode ser gerado a
hábito da igualdade de Débito e Crédito, e esta nos parece uma hipótese bastante forte no campo
histórico.
IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) relatam que Em novembro de 1494, o
franciscano italiano frei Luca Pacioli publicou a primeira literatura contábil “relevante”,
consolidando o método das Partidas Dobradas, com expressões de causa e efeito do fenômeno
patrimonial com os termos de Débito e Crédito. O conceito de dualidade freqüentemente utilizado
para justificar as partidas dobradas apenas exige que sejam reconhecidos dois lados de cada
transação. Isto poderia ser com igual facilidade feito numa única coluna, usando-se sinais
positivos e negativos, quanto em duas colunas com débitos e créditos.
PERÍODO CONTEMPORÂNEO CIENTÍFICO

O Período contemporâneo apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores


consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La
Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta,
escritor veneziano.
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento
contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola
Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a
calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o
patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.
Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade
começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade,
promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do
prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.
No século XX a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações
práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das
partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na
Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma
ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo.
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana
dentro da Contabilidade.

SURGIMENTO DAS ESCOLAS DE CONTABILIDADE

Segundo IUDICIBUS, MARION, FARIAS (2009) Várias são as teses que evidenciam o
surgimento e desenvolvimento da Contabilidade. O desenvolvimento econômico acompanha de
perto o desenvolvimento Contábil. Em 1920, com a grande ascensão dos EUA, deu-se origem à
Escola Norte-Americana.Com o surgimento das grandes Corporations, principalmente no século
atual, adicionando-se o desenvolvimento do mercado de capitais, a Contabilidade encontrou um
campo propício para o seu desenvolvimento com teorias e aplicações no campo prático.
Os Estados Unidos herdaram da Inglaterra a tradição de Auditoria, criando lá sólidas
raízes. No início do século XX, a chamada Escola Européia teve sua queda, quando a Escola
Norte-americana obteve sua ascensão.
Diferenças entre as escolas européias e norte americanas
Algumas razões da Queda da Escola Européia Algumas razões da Ascensão da Escola Norte-
(especialmente italiana) Americana
1. Excessivo Culto à Personalidade: grandes 1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: a
mestres e pensadores da Contabilidade Contabilidade é apresentada como algo útil
ganharam tanta notoriedade que passaram a ser para a tomada de decisões, evitando-se
vistos como “oráculos” da verdade Contábil. endeusar demasiadamente a Contabilidade;
atender os usuários é o grande objetivo
2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as 2. Ênfase à Contabilidade Aplicada:
mentes privilegiadas produziam trabalhos principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao
excessivamente teóricos, apenas pelo gosto de contrário dos europeus, não havia uma
serem teóricos, difundindo-se idéias com pouca preocupação com a teoria das contas, ou querer
aplicação prática. provar que a Contabilidade é uma ciência.
3. Bastante Importância à Auditoria: como
3. Pouca Importância à Auditoria: herança dos ingleses e transparência para os
principalmente na legislação italiana, o grau de investidores das Sociedades Anônimas (e
confiabilidade e a importância da auditagem outros usuários) nos relatórios contábeis, a
não eram enfatizados. auditoria é muito enfatizada.
4. Universidades em busca de qualidade:
4. Queda do nível das principais faculdades: grandes quantias para as pesquisas no campo
principalmente as faculdades italianas, contábil, o professor em dedicação exclusiva, o
superpovoadas de alunos. aluno em período integral valorizaram o ensino
nos Estados Unidos.

NO BRASIL

Da mesma forma como no resto do mundo, no Brasil a contabilidade nasceu com a


necessidade de controles e evolução tecnológica. No início fomos influenciados pela Escola
Italiana, deixando diversos autores que até hoje em dia tem sido fonte de pesquisas.
Na vinda da Família Real Portuguesa, o crescente desenvolvimento da atividade
colonial,e o aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato
fiscal, é constituído o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o
Banco do Brasil (1808)..
Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal,
tornando-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas informações mais
precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem
ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria, tributária e Atuarial.
São áreas de analise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um
profissional raro, há a especialização em estimativas e análises; o mercado para este cresce em
virtude de planos de previdência privada.
Em outras palavras a Contabilidade tornou-se, nos últimos anos, a real bússola para a
navegação empresarial, em qualquer sentido. Quem arriscaria pilotar um avião ou um navio,
com a velocidade imprimida nos dias em que vivemos, sem um painel de controle confiável e
um bom sistema de informações? As ferramentas gerenciais estão cada vez trazendo maior
realidade nas informações geradas. Novas metodologias surgem e outras alteram seu formato
e identificação trazendo novos e importantes resultados. Balanced Storecard já não são mais
estrangeirismos e não causam mais surpresas nas reuniões de planejamento. O valor do capital
intelectual e os balanços sociais estão cada vez mais presentes nos relatórios anuais de
grandes empresas e na internet.
Com as alterações das normas contábeis e as definições da Lei nº. 11.638/2007 e da
MP nº. 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, a contabilidade brasileira deve ser
observadas por todas as empresas obrigadas a obedecer à Lei das S/A, compreendendo não só
as sociedades por ações, mas também as demais empresas (sob o ponto de vista contábil),
inclusive as constituídas sob a forma de limitadas, independentemente da sistemática de
tributação por elas adotada.

EVENTOS DA CONTABILIDADE NO BRASIL

Alguns eventos que marcaram o desenvolvimento da contabilidade no Brasil.


 1.850- Publicação do Código Comercial Brasileiro, na qual instituiu a
obrigatoriedade da escrituração contábil e elaboração anual da demonstração de resultado e do
balanço geral.
 1.902 - A primeira escola de contabilidade no Brasil, sob a forma de escola de
comércio, foi a Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado, que surgiu em 1902 como
Escola Prática de Comércio. Três anos mais tarde, o decreto federal nº 1.339/ 2005
reconheceu ...
 1926 - No dia 25 de abril, comemora-se o Dia da Contabilidade. Nesse dia, em 1926,
o Senador João Lyra Tavares, patrono da contabilidade no Brasil, defendeu a
regulamentação da profissão contábil no Congresso Nacional. A regulamentação ocorreu
através do Decreto
 1.931 - 30 de julho, publicação do decreto nº. 20.158 na qual organizou o ensino
comercial e regulamentou a profissão contábil.
 1.940 - Publicação do decreto nº. 2.627, a primeira Lei das Sociedades por Ações.
 1.945 - A profissão contábil foi considerada como uma carreira universitária.
 1.946 - Fundação da FEA-USP, instituição do curso de ciências contábeis e atuariais
e Criação do Conselho Federal de Contabilidade e dos respectivos conselhos regionais.
 1.971 -Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da
FEA-USP.
 1.972 - Resolução 220 – Circulares 178 e 179 do Banco Central do Brasil. A circular
178 obrigou o registro dos auditores independentes no Banco Central e a circular 179 tratou
dos princípios e normas de contabilidade (não listou os princípios, apenas normatizou); e O
Conselho Federal de Contabilidade baixou a resolução nº. 321, que conceituou os Princípios
Fundamentais de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA) e adotou as normas (quase que
na íntegra) e procedimentos de auditoria elaborados pelo IAIB, atual IBRACON.
 1.976 - Publicação da Lei 6.404, a nova Lei das Sociedades Por Ações (em vigor); e
Criação da Comissão de Valores Mobiliários.
 1.977 - Publicação do Decreto-lei nº. 1.598 – adequou o Regulamento do Imposto de
Renda (RIR) à nova Lei das Sociedades por Ações e estendeu as normas e princípios
contábeis da Lei das Sociedades por Ações às demais empresas.
 1.993 - Publicação da Resolução CFC 750, que estabeleceu os novos princípios
fundamentais de contabilidade (em vigor).
 1.995 – Publicação da Lei nº. 9.249, que eliminou a correção monetária das
demonstrações contábeis.
 2007 - Quem escolher a área agora tem uma vantagem: uma lei de 2007 fez com que
as normas da contabilidade no Brasil passassem a seguir padrões internacionais, obrigando
cursos e profissionais a se atualizarem. "Com a mudança, as empresas brasileiras são
obrigadas a adequar-se a normas internacionais de contabilidade, e a substituição da lei
6404/76 para 11638/2007.
 2.008 – Mais uma alteração pela Medida Provisória 449/2008.
 2.009 – M.P convertida em lei pela 11.941.
 2010 - O Brasil deu um passo importante ao aderir às regras do International
Financial Report Standard – IFRS. O IFRS é o padrão internacional de contabilidade que o
Brasil passa a adotar a partir de 2010, que compreende um conteúdo vasto de normas
contábeis.
POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES

Para entendermos melhor a contabilidade, precisamos conhecer os postulados


princípios e convenções que são os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicação
prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em
que se aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras.
Postulados
São comumente chamados de "Pilares da Contabilidade", por serem a base de toda a
teoria contábil.
O POSTULADO DA ENTIDADE estabelece o Patrimônio como sendo o objeto da
Contabilidade, e afirma a necessidade de diferenciação do patrimônio próprio com o
patrimônio da entidade jurídica, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto
de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos. É imprescindível distinguir corretamente a pessoa física da pessoa jurídica.
O POSTULADO DA CONTINUIDADE prevê que o processo contábil deve ser
desenvolvido supondo-se que a entidade nunca terá um fim ou seja sem prazo estimado de
duração. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados
ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode
também provocar efeitos semelhantes.

Princípios

Princípios contábeis podem ser conceituados como sendo as premissas básicas acerca
dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a cristalização
da análise e observação da realidade econômica, social e institucional
Objetivo
Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de
credibilidade em função do reconhecimento dos critérios adotados para a elaboração das
demonstrações financeiras, aumentam a utilidade dos dados fornecidos e facilitam a
adequada interpretação entre empresas do mesmo setor.
Os princípios devem ser observados de maneira essencial no exercício da profissão
contábil, pois, orientam a prática e são fundamentados no direito das NBC’s (NORMAS
BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE).
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o conjunto de princípios e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade. Diz respeito à Contabilidade no seu sentido mais
amplo de Ciência Social, cujo objeto é o Patrimônio da Entidade.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são:
I) o da Entidade;
II) o da Continuidade;
III) o da Oportunidade;
IV) o do Registro pelo valor original;
V) o da Atualização monetária; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1282/10)
VI) o da Competência e
VII) o da Prudência.

A RESOLUÇÃO CFC Nº 1.282/10 DE 28 DE MAIO DE 2010


ATUALIZA E CONSOLIDA DISPOSITIVOS DA RESOLUÇÃO CFC Nº. 750/93, QUE
DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições
legais e regimentais,
CONSIDERANDO que, por conta do processo de convergência às normas internacionais de
contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T 1 – Estrutura Conceitual
para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que discute a aplicabilidade
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade contidos na Resolução CFC n.º 750/93;
CONSIDERANDO a necessidade de manutenção da Resolução CFC n.º 750/93, que foi e
continua sendo referência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros;
CONSIDERANDO a importância do conteúdo doutrinário apresentado na Resolução CFC
n.º 750/93, que continua sendo, nesse novo cenário convergido, o alicerce para o julgamento
profissional na aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade;
CONSIDERANDO que, para assegurar a adequada aplicação das Normas Brasileiras de
Contabilidade à luz dos Princípios de Contabilidade, há a necessidade de harmonização dos
dois documentos vigentes (Resolução CFC n.º 750/93 e NBC T 1);
CONSIDERANDO que, por conta dessa harmonização, a denominação de Princípios
Fundamentais de Contabilidade deva ser alterada para Princípios de Contabilidade, visto ser
suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e dos
profissionais da Contabilidade,
RESOLVE:
Art. 1º. Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução CFC n.º
750/93, passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”.
Art. 2º. O “CONSIDERANDO” da Resolução CFC n.º 750/93 passa a vigorar com a seguinte
redação:
“CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e
aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade,”
Art. 3º. Os arts. 5º, 6º, 7º, 9º e o § 1º do art. 10, da Resolução CFC n.º 750/93, passam a
vigorar com as seguintes redações:
Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular
no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com
ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.
“Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no
futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em
conta esta circunstância.
Art. 6º. O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação
dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da
informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar
a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional.
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e
combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los
na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das
operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de
caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos
na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos
valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de
entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações
da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de
saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal
das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre
partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional
devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal
dos valores dos componentes patrimoniais.
§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do
Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado
período.”
(...)
“Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de
receitas e de despesas correlatas.”
Art. 10. (...)
“Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de
incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e
despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.”
Art. 4º. Ficam revogados o inciso V do art. 3º, o art. 8º e os §§ 2º e 3º do art. 10, da
Resolução CFC n.º 750/93, publicada no D.O.U., Seção I, de 31.12.93; a Resolução CFC n.o
774/94, publicada no D.O.U., Seção I, de 18/1/95, e a Resolução CFC n.o 900/01, publicada
no D.O.U., Seção I, de 3/4/01.
Art. 5º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 28 de maio de 2010.
Contador Juarez Domingues Carneiro
Presidente
Publicada no Diário Oficial da União de 02 de junho de 2010.
CONVENÇÕES
São as normas e os procedimentos que, delimitam, restringem a aplicação dos
princípios quando existem várias opções a serem seguidas.

Objetividade
Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir à Contabilidade nos registros
dos fatos que envolvem a gestão do patrimônio das entidades. Os registros contábeis, sempre
que possível, devem ser baseados em documentos que comprovem as respectivas transações.
Assim, por exemplo, toda vez que um Contabilista tiver mais de uma opção de valores para
atribuir a um dado bem, como um documento original de compra e um laudo pericial de
avaliação do bem, deverá optar pelo mais objetivo – no caso, o documento.

Convenção da Materialidade
Tal convenção estabelece que não se deve perder tempo com registro irrelevantes do
ponto de vista contábil; registros cujos controles pode se tornar mais onerosos que os próprios
valores a serem registrados.
A aplicação dessa convenção é relativa em relação à natureza da empresa e seus
registros, por isso exige bom senso. Há situações em que, embora os valores sejam
irrelevantes, a respectiva importância em relação a um todo exige o registro.
Como exemplo, podemos citar os materiais de expediente utilizados no escritório,
como lápis, papéis, etc. Esses materiais, embora consumidos diariamente, podem ser
contabilizados apenas ao final do período por diferenças de estoques, dado os seus pequenos
valores unitários.

Convenção da Consistência
De acordo com essa Convenção Contábil, os critérios adotados no registro dos atos e
fatos administrativos não devem mudar frequentemente. No caso de necessidade de mudanças
em tais critérios, tais devem ser informadas em notas explicativas.
A quebra da consistência na escrituração provoca influências nos demonstrativos
contábeis, o que prejudica a análise clara e eficiente em comparação com os demonstrativos
de exercícios anteriores.
NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE
É um dos desafios dos que iniciam o estudo da contabilidade, pois pode dificultar o
entendimento da matéria.
A contabilidade possui linguagem própria e alguns termos, palavras ou expressões
coincidem com termos, palavras ou expressões de nossa linguagem comum. As palavras que
mais perturbam os estudantes são débito e crédito.

Conceito
A contabilidade é uma ciência que tem como finalidade registrar, coletar, resumir
informar e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimonial, financeira e
econômica de qualquer entidade. - Três requisitos para ser ciência: o campo de atuação que
são as entidades; o objetivo que é o patrimônio; e o método : das partidas dobradas.
Também podemos relatar que o objetivo (finalidade) da contabilidade, é o estudo e
o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que
sejam úteis para a tomada de decisões econômicas.

Aplicação Da Contabilidade
A contabilidade pode ser estudada de modo geral( para todas as empresas) ou em
particular( aplicada em certo ramo da atividade ou setor econômico). Assim, no estudo da
contabilidade podemos enfocar, entre outros, os seguintes ramos:
• Contabilidade Industrial;
• Contabilidade Comercial e de serviços;
• Contabilidade de Custos;
• Contabilidade Hospitalar;
• Contabilidade Agrícola e da Pecuária
• Contabilidade das Instituições Financeiras
• Contabilidade Pública
• Contabilidade Autônomo (livro caixa);
• Contabilidade das pessoas físicas – Atividade Rural (movimento > R$ 112.436,25);
• SOCIEDADES POR AÇÕES.
As principais regras contábeis direcionadas a esse tipo de companhia são aplicáveis às
demais formas jurídicas de se constituírem sociedades.
As principais características desse tipo de companhia estão a seguir:
a) são constituídas por um estatuto social;
b) o capital é dividido em partes iguais, que recebem o nome de ações;
c) seus sócios são conhecidos como acionistas;
d) em resumo, seu estatuto social deve conter: a denominação; o objeto; a sede; o valor
do capital; o prazo de duração, que normalmente é indeterminado; a forma de administração
da sociedade; a regra de partilha dos lucros e prejuízos e os direitos dos acionistas, no que
tange ao voto, deliberações sociais e seus deveres e obrigações.

Usuários das Informações Contábeis


Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta e indiretamente, tenham
interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares, sócios ou
acionistas, administradores, governo, fornecedores, clientes, investidores que atuam no
mercado de capitais, bancos etc.

Para quem é mantida a contabilidade.


A Contabilidade pode ser feita para Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. Considera-se
pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações.
PESSOA FÍSICA é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem qualquer
exceção).
PESSOA JURÍDICA é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei,
formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. As pessoas
jurídicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais etc.) ou não
(cooperativas, associações culturais, religiosas etc.). Normalmente, as pessoas jurídicas
denominam-se empresas.
Entidade Contábil – Pessoa para quem é mantida a contabilidade, podendo ser pessoa jurídica
ou física.

O Que São Essas “Demonstrações Contábeis”?


As demonstrações contábeis são instrumentos técnicos, com forma e conteúdo
definidos em lei, que expõem qualitativa e quantitativamente todos os elementos de certo
patrimônio, num determinado exercício.
As demonstrações financeiras estabelecidas pela Lei nº 6.404, após alterações
introduzidas pela Lei nº 11.638/07 são:
Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado do Exercício;
Demonstração de Fluxo de Caixa;
Demonstração das Mutações do PL;
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados;
Demonstração do Valor Adicionado.
O campo de aplicação da Contabilidade são as entidades econômicas –
administrativas, com ou sem fins lucrativos.
A FINALIDADE da ciência contábil é assegurar o controle do patrimônio
administrado, retratando os elementos de que compõe e respectivas variações.
A contabilidade, além de possibilitar o controle e a avaliação dos bens, direitos e
obrigações da entidade, oferece ao administrador os dados e fundamentos necessários a suas
tomadas de decisão.

PATRIMÔNIO

O que significa de fato (e de direito) o elemento Patrimônio?


Patrimônio é o conjunto de BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÔES de uma entidade.
Para entender melhor o Patrimônio (riqueza)
• Conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa  Bens.
• Valores a receber e Direitos a Receber Direitos
• Contas a pagar, dívidas  Obrigações
A Contabilidade possui objeto próprio - O PATRIMÔNIO DAS ENTIDADES -
por esta razão constitui-se numa ciência social com plena fundamentação epistemológica, ou
seja, possui seus próprios princípios. Assim sendo, as demais classificações que se queiram
atribuir à Contabilidade - como método, técnica, arte - são apenas alguns aspectos da
Contabilidade concernente à sua aplicação prática a casos concretos.
A principal finalidade da Contabilidade é registrar a movimentação do patrimônio
de uma entidade, quer qualitativa ou quantitativamente, a fim de fornecer informações úteis
aos usuários e interessados.
O patrimônio se movimenta em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente
como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos etc.
Registrando tais acontecimentos, a Contabilidade poderá fornecer informações sobre a
situação do patrimônio.

Qualidade e Valor
Do ponto de vista contábil, o patrimônio apresenta-se em dois aspectos: qualitativo e
quantitativo.
 Qualitativo: refere-se aos nomes técnicos com que se identificam os bens, direitos e
obrigações.
 Quantitativo: se o aspecto qualitativo significa apenas as denominações dos
elementos patrimoniais, o aspecto quantitativo é definido pelo valor que cada conta apresenta
num determinado momento.
O que são, afinal, bens, direitos e obrigações?

Divisão de Bens
Relativamente ao elementos bens, impõe-se observar que são várias as suas
classificações, com enfoques e conceitos que variam segundo a área de conhecimento, que,
em dado instante, o explora e examina.
O Direito Civil faz a sua “divisão” de bens com especificações e terminologias
próprias.
A Economia trabalha esse assunto em nível particular, estabelecendo distinções nítidas
– sobre bem econômico e bem não econômico, etc...
A Contabilidade vale-se do Direito para classificar os bens em tangíveis e intangíveis.
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliado em moeda e
pertencente a uma pessoa.
BENS são as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de
avaliação econômica. Podem ser materiais ou imateriais.
Bens materiais, corpóreos ou tangíveis são os objetos que a empresa tem para uso,
troca ou consumo.
Bens Tangíveis = Têm forma física, são palpáveis.
Ex.: (Veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios,
ferramentas etc.)
Bens imateriais, incorpóreos e intangíveis correspondem a determinados gastos
efetuados pela empresa que devem fazer parte do patrimônio.
Bens Intangíveis = Não são palpáveis, não constituídos de matéria.
Ex.: Marcas (Arisco, Coca-cola), patentes de invenção (direito exclusivo de explorar
uma invenção).
Bens Imóveis - Vinculados ao solo. Não podem ser retirados sem destruição ou dano:
edifício, árvores etc.
Bens móveis = Podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais
(semoventes), máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias.
DIREITOS são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros, como:
Duplicatas a Receber, Promissórias a Receber, Aluguéis a Receber etc.
OBRIGAÇÕES são todos os valores que a empresa tem para pagar a terceiros, como:
Duplicatas a Pagar, Salários a Pagar, Impostos a Pagar etc.
Para a contabilidade os totais de dividas são denominados obrigações exigíveis, isto é,
compromisso que serão reclamados, exigidos: pagamento na data do vencimento.

Representação Gráfica do Patrimônio


Podemos representar o patrimônio por um gráfico em forma de T:

PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Direitos

Equação patrimonial
O gráfico em T, quando utilizado para representar a situação patrimonial de uma
empresa, denomina-se Balanço Patrimonial.
SITUAÇÃO LÍQUIDA OU PATRIMÔNIO
Conceito
Para se conhecer a riqueza líquida da empresa (ou pessoa): somam-se os bens e os
direitos e, desse total, subtraem-se as obrigações; os resultado é a riqueza líquida, ou seja, a
parte que sobra do patrimônio para a pessoa ou empresa. Ela é denominada patrimônio
líquido ou situação líquida.
Bens + Direitos – Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido
A Situação Líquida. A Lei n. 11638/2007, , estabelece que no Balanço as contas serão
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, em:
Ativo: Ativo Circulante e Não-Circulante;
Passivo: Passivo Circulante, Não-Circulante e Patrimônio Líquido

Situação Líquida é a diferença entre Ativo e o Passivo.

Situações Líquidas Patrimoniais possíveis


Os elementos patrimoniais devidamente equacionados poderão apresentar três
Situações Líquidas Patrimoniais diferentes.

Ativo maior que o Passivo

BALANÇO PATRIMÔNIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 90
Direitos 60 Situação Líquida 50
Total 150 Total 150
Ativo menor que o Passivo
BALANÇO PATRIMÔNIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 170
Direitos 60 (-)Situação Líquida (20)
Total 150 Total 150

Ativo igual ao Passivo

BALANÇO PATRIMÔNIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 90 Obrigações 150
Direitos 60 Situação Líquida 0
Total 150 Total 150
Outras informações importantes
Em raras situações, Ativo e Passivo poderão ser iguais a zero.
a) PASSIVO=ZERO

BALANÇO PATRIMÔNIAL

ATIVO PASSIVO
Bens 10 Obrigações 0
Direitos 20 Situação Líquida 30
Total 30 Total 30

b) ATIVO=ZERO

BALANÇO PATRIMÔNIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 0 Obrigações 25
Direitos 0 (-)Situação Líquida 25
Total 0 Total 0
NATUREZA DAS CONTAS NA CONTABILIDADE

Natureza Devedora: na contabilidade refere-se aquilo que a pessoa física ou


jurídica, vai receber sobre alguma coisa para restituição ou prestações posteriores. O Ativo,
como dito anteriormente, tem essa natureza, porém pode haver casos de uma conta com
natureza devedora figurar no Passivo, com, por exemplo, às contas Prejuízo do Período e
Capital a Integralizar.
Natureza Credora: está ligado a todos os pagamentos e saídas que a pessoa física ou
jurídica venha a realizar, ou o compromisso de efetuá-lo. Dentro do balanço a maior parte
deste tipo de natureza, figura no Passivo, mas existem casos de natureza credora no
Ativo, estas são conhecidas como contas redutoras. Como exemplo de contas redutoras
temos a Depreciação Acumulada e a Provisão para Devedores Duvidosos.

Débito e Crédito
Vamos entender o que vem a ser Débito e Crédito dentro da contabilidade. Muitos acham que
esses dois termos são iguais ao que vemos no extrato da nossa conta no banco, onde o Débito
seria uma saída de dinheiro de nossa conta e o Crédito seria uma entrada. Na contabilidade
esse termo não tem o mesmo significado.
Os lançamentos contábeis são formados através de Debito e Crédito.
• Débito: significa todo o aumento de bens e direitos, e toda a diminuição de
obrigações da empresa ou entidade. Também representa a aplicação de recursos. A aquisição
de uma máquina, a entrada de dinheiro em caixa, e tudo que aumente o Ativo, será
debitado, assim como os pagamentos de obrigações existentes e quando incorrerem gastos.
• Crédito: significa a diminuição dos Bens e dos direitos, e todo o aumento das
obrigações da empresa ou entidade. Representa a origem de capitais, ou seja, todo aumento
das obrigações e as realizações de receitas, serão creditadas, assim como a diminuição
dos Bens e Direitos da empresa ou entidade.

ou
PARA AUMENTAR OS BENS E DIREITOS = DÉBITO
PARA DIMINUIR OS BENS E DIREITOS = CRÉDITO
PARA AUMENTAR AS OBRIGAÇÕES E PATRIMÔNIO LÍQUIDO= CRÉDITO
PARA DIMINUIR AS OBRIGAÇÕES E PATRIMÔNIO LÍQUIDO= DÉBITO

MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

O registro de qualquer operação implica que a um débito ou mais de um débito em


uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de
forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Em
resumo não há débitos sem créditos correspondes.
Escrituração
Toda a história da empresa ou entidade deve ser registrada contabilmente. Para efetuar
os registros de todos os acontecimentos, utilizamos a escrituração, também conhecida
como “Lançamento”, onde será feita de forma cronológica e específica para cada natureza
de operação. Essa escrituração deve seguir sempre as normas e os princípios da
contabilidade, e dela serão extraídas as informações necessárias para a tomada de decisão
das empresas.

Forma de Escrituração
Para efetuar estes registros, serão necessário cinco itens, que são essenciais para uma
boa escrituração, proporcionando assim maior fidelidade em suas informações. Esses
itens são os seguintes:
- Data;
- Conta(s) debitada(s);
- Conta(s) creditada(s);
- Histórico;
- Valor.
Esses lançamentos devem obedecer aos critérios estabelecidos pelas normas e
princípios, onde sempre para uma conta debitada deve ter uma conta creditada com o mesmo
valor, informando no histórico a que se destina este lançamento. Temos várias formas
que podemos efetuar esses lançamentos.

Exemplo 1: uma conta débito para uma conta crédito


Ex.: em 15 de Janeiro a empresa deposita o valor de R$ 10.000,00 que tem em Caixa
no Banco do Brasil.
15 de Janeiro - D - Banco do Brasil 10.000,00
C - Caixa 10.000,00
H – Deposito bancário na conta da empresa conforme comprovante..

Exemplo 2: uma conta débito para vários créditos


Ex.: em 15 de Janeiro a empresa compra um veículo no valor de R$ 30.000,00, sendo
R$ 20.000,00 com cheque do Banco do Brasil, e o restante R$ 10.000,00 através de
uma Duplicata com vencimento em 28 de fevereiro de 2011.
15 de Janeiro D - Veículos 30.000,00
C - Banco do Brasil 20.000,00
C - Duplicatas a Pagar 10.000,00
H – Aquisição de um veículo conf. NF 002345 do fornecedor Zero Kilometro Ltda,
chassi n. M1254RTE589317, Placa AKK-1258.

PLANO DE CONTAS

Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente


estabelecido, que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à
entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis.
A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa, já que os
usuários de informações podem necessitar detalhamentos específicos, que um modelo de
Plano de Contas geral pode não compreender.
O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas, constituí
na verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do
funcionamento de cada conta - o chamado "Manual de Contas", que contém comentários e
indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que
deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização).

CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL

A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com
observância das Normas Brasileiras de Contabilidade.
O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visa a evidenciar, de
forma sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na
escrituração contábil.
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei 6.404/76
(chamada “Lei das S/A” e substituída pela lei 11638/2007) e segundo os Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da própria Lei 6.404/76 (artigos 176 a
182 e artigo 187), em síntese, se compõe de:
ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL
Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrará o dinheiro em espécie (papel-
moeda) disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante,
subgrupo Disponibilidades.
Sugiro que o Plano de Contas contenha, no mínimo, 4 (quatro) níveis:
Nível 1:
Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas.

Nível 2:
Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante
e Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas
Operacionais / Custos e Despesas Operacionais.

Nível 3: Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo:
Nível 1 - Ativo
Nível 2 - Ativo Circulante
Nível 3 - Bancos Conta Movimento

Nível 4: Sub-contas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo:
Nível 1 - 1 Ativo
Nível 2 – 1.1 Ativo Circulante
Nível 3 – 1.1.1.2 Bancos Conta Movimento
Nível 4 – 1.1.1.2.1 Banco A
COMPOSIÇÃO DAS CONTAS
1 ATIVO: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo
têm saldos devedores, à exceção das contas retificadoras (como depreciação acumulada e
provisões para ajuste ao valor de mercado).

1.1 ATIVO CIRCULANTE(AC): Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores


a receber no prazo máximo de um ano, ou seja realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques
de mercadorias produzidas, etc); aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
1.1.1 Disponível
Composto pelas disponibilidades imediatas, representadas pelas contas de caixa,
bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações no mercado aberto.
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Bancos

1.1.2 Créditos
As contas a receber usualmente representam valores do ativo decorrentes da venda de
mercadorias e serviços.
1.1.2.1 Duplicata a Receber
1.1.3 Estoques
Representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a atividade da
entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas e mercadorias
1.1.3.1 Revenda de mercadoria
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE:
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos
exercidos com essa finalidade. O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes
subgrupos:

1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo


Direitos realizáveis após o término do exercício social subseqüente, assim como, também,
os direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituam
negócios usuais no objeto da exploração da companhia.
OBS: independentemente do prazo.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PRAZOS

1. Curto Prazo
Classificam-se os bens, direitos e obrigações, com prazo de vencimento ou realização
de um ano, ou seja, durante o curso do exercício social seguinte; como por exemplo, as contas
do Ativo Circulante e do Passivo Circulante.

2. Longo Prazo
Classificam-se os bens, os direitos e as obrigações, com prazo de vencimento ou
realização superior a um ano, ou seja, após o término do exercício social seguinte; como por
exemplo, as contas do Ativo Realizável a Longo Prazo e do Passivo Exigível a Longo Prazo.
OBS.: na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou no longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.

3. Ciclo Operacional
Representa a aplicação de recursos na atividade da entidade até a formação dos
estoques que, mediante venda, voltarão a ser valores disponíveis.

4. Ciclo Operacional de Longo Prazo


Somente ocorrerá nas entidades onde o processo produtivo é demorado, como por
exemplo: construção civil pesada, construção naval, construção de equipamentos de grande
porte, etc.

1.2.2 Investimentos

Recursos aplicados em participações em outras sociedades e em direitos de qualquer


natureza que não se destinam à manutenção da atividade da empresa. O conceito principal é
que a empresa não deve usar os bens nas suas atividades rotineiras; ações, patentes, obras de
arte, imóveis destinados ao arrendamento, imóveis não utilizados.
1.2.3 Imobilizado
Bens e direitos destinados às atividades da empresa; terrenos, edifícios, máquinas e
equipamentos, veículos, móveis e utensílios, obras em andamento para uso próprio, etc.
1.2.4 Intangível
Não possuem existência física, porém, representam uma aplicação de capital
indispensável aos objetivos sociais, como marcas e patentes, fórmulas ou processos de
fabricação, direitos autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial e fundo de
comércio.
Os chamados "ativos intangíveis" são aqueles que não têm existência física. Como
exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão
ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio
adquirido.
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da Lei
11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso
permanente. Deve ser ressaltado que, para as companhias abertas, a existência desse subgrupo
“Intangível” já se encontra regulada pela Deliberação CVM nº 488/05.

2 PASSIVO
Corresponde ao saldo das obrigações devidas, os valores são aplicados no ativo se
representam os bens e direitos que pertencem a uma determinada entidade, ainda somam-se os
impostos, obrigações trabalhistas, etc.
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações ou exigibilidades que deverão ser pagas no decorrer do exercício seguinte;
duplicatas a pagar, contas a pagar, títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a
pagar, salários a pagar.
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo
não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte.
2.2.1 Passivo Exigível
São as obrigações financeiras para com terceiros. Contas do passivo exigível têm
saldos credores.

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Valor que os proprietários têm aplicado. Contas do patrimônio líquido têm saldos
credores, divide-se em: Capital social; Reservas de capital; Reservas de reavaliação, Reservas
de lucros; e Lucros/Prejuízos acumulados.
2.3.1 Capital Social Subscrito e Integralizado
Representado pelo capital social que a pessoa física integraliza para constituição de
uma pessoa jurídica

2.3.1.01 Capital Subscrito


2.3.4 Reservas de Lucros

São obtidas pela apropriação de lucros da companhia ou da empresa por vários


motivos, por exigência legal, estatutária ou por outras razões.

EXPLICANDO O CAPITAL SOCIAL

Capital social - Contabilmente capital representa os investimentos iniciais efetuado


pelos sócios ou acionistas, ou seja, são os bens e direitos que os sócios ou acionistas investem
na empresa. Por outro lado, ao investir na Empresa ou Entidade serão aplicados esses bens e
direitos onde nascerá uma obrigação para com os sócios ou acionistas que buscam ao investir
o retorno desses investimentos. Na prática, existem duas maneiras de caracterizar a formação
do capital das sociedades:
a) a subscrição, ou seja, a promessa do sócio de conferir determinado montante de fundos
para a formação do capital social, em dinheiro ou em bens; e
b) a integralização, que é a realização pelo sócio, da promessa de entrega do montante com o
qual se comprometeu para a formação do capital social.
Quando os sócios subscrevem o capital social, mas não o integralizam totalmente, é
ajustado um prazo para a integralização da parcela restante, surgindo, assim, a figura do
“capital a integralizar”.
O prazo para integralização é estipulado no contrato social ou em ata de assembléia,
que comprova a dívida do sócio para com a empresa.
Ex. Contabilizar o investimento inicial efetuado pelos sócios na Cia ABC no valor de
$250.000,00:
a) Subscrição:
D - Capital Social a Realizar*
C -Capital Social Subscrito...............................R$ 250.000,00

b) pela integralização:
D - Caixa ou Bancos
C- Capital Social a Realizar......................... ..R$ 250.000,00
* Capital Social a Realizar também entende-se como Capital Social a integralizar.
Se o Capital for integralizado em bens, estes deverão ser avaliados e incorporados ao
patrimônio da empresa pelo preço de mercado, através de laudo que deverá ser aprovado pela
Assembléia Geral;
Se o Capital for integralizado em crédito (valores a receber) o subscritor responderá
perante a sociedade, pela solvência do devedor;
Se o Capital for integralizado em crédito (valores a receber) o subscritor responderá
perante a sociedade, pela solvência do devedor; Se o Capital autorizado, quando o estatuto da
empresa confere ao Conselho de Administração autorização para aumentar o Capital Social,
independentemente de alteração estatutária,bastando a reunião do órgão e o registro da ata
respectiva na Junta Comercial.

DESPESAS/ CUSTOS/GASTOS e RECEITAS


3 Custos - São medidas monetárias resultantes da aplicação de bens e serviços na produção
de outros bens e serviços durante o processo de fabricação.
Despesas - é o gasto necessário para a obtenção de receita. As Despesas são gastos que não se
identificam com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos.
Representa o consumo de bens ou serviços no processo de obtenção de receita.
Lembrando que os bens ou serviços consumidos na produção de outros bens que ainda não
saíram da empresa são incorporados ao custo do produto, não sendo caracterizado como
despesas.
O grau de relacionamento da despesa com a receita reconhecida em um período pode
ser tanto estreito (ocorre no consumo de material à prestação de serviço que gerou receita.),
quanto afastado (no caso hipotético de consumo de material com finalidade intelectual aos
principais executivos de uma empresa). Em ambas as situações os gastos são considerados
despesas, pois ocorrem para a obtenção de receita, direta ou indiretamente.
O que deve ser incluído numa despesa ?
 Despesas estão relacionadas às operações principais da empresa (FASB);
 “Associação Americana de Contabilidade” em 1948 definia as despesas como envolvendo
tanto custos operacionais quanto perdas;
 Deve ser encarada como custo incorrido para gerar receita;
 Distinção entre despesas e reduções de receita;
 Distinção entre despesas e redução do capital ou do patrimônio dos acionistas (por
exemplo, os custos incorridos na venda de novas ações).
Despesa não operacional – Valores diminutivos não associados com a atividade
principal da empresa. Como casos comuns desse tipo de despesa temos as perdas de capital,
correspondentes a transações com imobilizados ou com investimentos em outras empresas,
desde que não relacionadas com a atividade principal da empresa.

Gastos -
Sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço
qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro). Para a Contabilidade, os custos e as despesas são categorias de
gastos.
Representa um resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não
relacionados às operações normais do empreendimento. A doação recebida por uma entidade,
por exemplo, dependendo da intenção do doador pode se caracterizar como ganho ou como
patrimônio
 Despesas são determinadas pela aplicação dos princípios de apropriação e de associação
entre custos e receitas.
 Quando for reconhecida a receita, deve, também, ser reconhecido o custo ou despesa que
lhe corresponda.
 O instante no qual receitas e despesas são reconhecidas é também o instante em que há
mudanças nos valores do patrimônio líquido.

4 Receita - Entrada monetária que ocorre em uma entidade (Contabilidade) ou patrimônio


(Economia), em geral sob a forma de dinheiro ou de créditos representativos de direitos. Nas
empresas privadas a receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou
serviços (chamado no Brasil de faturamento).
Entende-se por receita, a entrada de elementos para o ativo em dinheiro ou direitos a
receber, correspondentes, à venda de produtos ou prestação de serviços, de uma empresa. É
incluído também a parte não operacional da empresa e ganhos eventuais de forma geral (se
são do resultado de uma comparação entre entradas e custos, ou não).
É a expressão monetária, validada pelo mercado, do agregado de bens e serviços da
entidade, em determinado período de tempo, que ocasiona um acréscimo concomitante no
ativo e no patrimônio líquido, considerado separadamente da diminuição do ativo e do
patrimônio líquido provocados pelos esforços em produzir tal receita
“Receita operacional somente deveria englobar a parcela proveniente do produto
principal e dos co-produtos da empresa (ou serviços)”.
Ou seja, apenas os produtos e serviços que constituem finalidade fundamental da
empresa deveriam ser incluídos na categoria de receita operacional.
Deveria ser reduzida da Receita Operacional todas aquelas diminuições do patrimônio
líquido que na verdade são ajustes da receita operacional bruta.
Impostos proporcionais a receita
Descontos comerciais (desde de contabilizado separadamente)
Devoluções e abatimentos de vendas
Despesas de transporte de vendas (do vendedor)
Comissões sobre venda (% fixo sobre o volume de faturamento)
Provisão para devedores duvidosos
Prejuízo (ou perda) extraordinário (a) – Valores diminutivos, que não resulta das
operações típicas da empresa no período contábil, sendo, conseqüentemente, de natureza
inusitada e apresentando alto grau de anormalidade. O conceito de prejuízo (ou perda)
extraordinário (a) também é de elemento líquido, excluindo ainda a correspondente parcela de
impostos aplicáveis.

O que é Apuração do Resultado do Exercício?


Em linhas gerais: É o confronto entre as contas de despesa e receita. É importante
destacar que: As contas patrimoniais terão saldo apurado ao final de um ano para outro de
cada período.
 As contas de resultado terão saldo encerrado ao final de cada período e o
resultado seja positivo ou negativo será transferido para o patrimônio líquido através da
conta de Lucro ou prejuízo acumulado.
 Quando as despesas forem maiores do que as receitas a empresa terá um prejuízo
 Quando as receitas forem maiores do que as despesas a empresa terá lucro.
 Quando as despesas forem iguais às receitas, o resultado será nulo, ou seja, não terá
nem lucro e nem prejuízo.
 Para efeito de apuração do resultado do exercício, existe a independência dos
períodos.
Exemplo prático:
Provisão da folha de pagamento no dia 31.05.10 e pagamento dos salários em 05.06.10
31.05.10
D = Despesa com salários
C = Salários a pagar
05.06.10
D = Salários a pagar
C = Caixa ou Banco

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

Podemos considerar que o exercício social é o período de tempo transcorrido


entre dois balanços, que são demonstrações estáticas, pois mostram os saldos das contas
patrimoniais na data em que foram levantados.
Sabemos que as atividades da empresa são dinâmicas, entre a data de um balanço e a
de outro, a empresa realizou diversas operações que modificaram o seu patrimônio
(compras, vendas, pagamentos, etc.).
O volume dessas operações próprias das atividades operacionais e não operacional
desenvolvida pela empresa, que alteram o patrimônio líquido, está contido na
Demonstração do Resultado de Exercício (DRE).
Na DRE, vamos encontrar o valor do volume bruto das vendas realizadas durante o
exercício, e dele serão diminuídos todos os gastos que a empresa incorreu, até se
chegar em um “Resultado” que, se for positivo, será chamado de “Lucro” e, se for negativo,
de “Prejuízo”.
No Balanço, encontramos no grupo de Patrimônio Líquido a conta de “Lucros ou
Prejuízos do Exercício”, que recebe o resultado obtido na DRE (lucro ou prejuízo),
para, a partir dessa conta, serem feitas as destinações do resultado para pagamento de
dividendos e para as reservas de acordo com o que determina a Lei e o Estatuto Social.
A DRE tem sua estrutura assim definida pelo artigo 187 da Lei 6.404/76
(atualizada com a Lei 11638/07):
“Art. 187. A Demonstração do resultado do exercício descriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e
os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na
forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência
de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua
realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a
essas receitas e rendimentos.”
Logo, a partir da Lei da S.A.’s, podemos definir a estrutura da Demonstração do
Resultado do Exercício da seguinte forma:
REGIME DE COMPETÊNCIA E REGIME DE CAIXA:

Regime de Competência Contábil


O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade
que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.
O regime de competência é um princípio contábil, que deve ser, na prática, estendido a
qualquer alteração patrimonial, independentemente de sua natureza e origem.
Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são
reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou
pagos.
Isto permite que as transações sejam registradas nos livros contábeis e sejam
apresentadas nas demonstrações financeiras do período no qual os bens (ou serviços) foram
entregues ou executados (ou recebidos). É apresentada assim uma associação entre as receitas
e os gastos necessários para gerá-las.
As demonstrações financeiras preparadas sob o método de competência informam aos
usuários não somente a respeito das transações passadas, que envolvem pagamentos e
recebimentos de dinheiro, mas também das obrigações a serem pagas no futuro e dos
recursos que representam dinheiro a ser recebido no futuro.
Portanto, proporcionam o tipo de informações sobre transações passadas e outros
eventos, que são de grande relevância aos usuários na tomada de decisões econômicas.
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.
O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de
competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio
empresarial.

Regime de Caixa
Sob o regime de caixa, os recebimentos e os pagamentos são reconhecidos
unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente.
Este método é freqüentemente usado para a preparação de demonstrações financeiras
de entidades públicas. Isto é devido ao fato de que o objetivo principal da contabilidade
governamental é identificar os propósitos e fins para os quais se tenham recebido e utilizados
os recursos, e para manter o controle orçamentário da citada atividade.
Alguns aspectos da legislação fiscal permitem a utilização do regime de caixa, para
fins tributários. Porém, de modo algum o regime de competência pode ser substituído pelo
regime de caixa numa entidade empresarial, pois se estaria violando um princípio contábil.
Se a legislação fiscal permite que determinadas operações sejam tributadas pelo
regime de caixa, isto não significa que a contabilidade deva, obrigatoriamente, seguir seus
ditames. Existem livros fiscais (como o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR), que
permitem os ajustes necessários e controles de tal tributação, á margem da contabilidade.
O que não se pode nem se deve é submeter a contabilidade a uma distorção, apenas
para cumprir a necessidade de informação de um único organismo, como é o caso do fisco.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SANTA CATARINA, História da


Contabilidade, disponível em: <http://www.crcsc.org.br/index.php?cmd=historia-
contabilidade> acesso em 18/01/2011
IUDÍCIBUS, Sergio de, MARION, Jose Carlos e FARIA, Ana Cristina.Introdução à teoria
da contabilidade. 5a edição, São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sérgio de e MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial: atualizado
conforme o novo código civil. 8ª .ed. – 4 reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos, Contabilidade básica, 10ª Ed. São Paulo, Atlas, 2009
PORTAL DA CONTABILIDADE, História da contabilidade, disponível
em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm> acesso em 18/01/2011.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Princípios contábeis, disponível
em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc> acesso em 18/01/2011
SERCOM SERRA GAÚCHA, História da Contabilidade, disponível em:<
http://www.sesconserragaucha.com.br/curiosidades/historia.asp> acesso em 18/01/2011.

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